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Trabalho final - Antropologia Urbana

Professor: Pedro Leal


Discentes: Edú da Silva Costa
Larissa Xavier

Reflexão acerca do comportamento desviante.

No início, a motivação dos estudos antropológicos voltados aos temas


urbanos era relativa a questões-problemas dos centros urbanos: desemprego,
criminalidade, desigualdades sociais, dentre outros grupos e aspectos
compreendidos dentro de uma área urbana com todas as suas dimensões. Estes
trabalhos tinham o pressuposto de que a cidade não é uma mera estrutura física,
com organização e interações “ao acaso”, mas um espaço cujos aspectos físicos,
morais e sociais se entrelaçam e se modificam, sendo obras ​de natureza humana​.
Segundo Gilberto Velho, dentro dos estudos urbanos, estes aspectos podem
ser isolados e analisados dentro da Ecologia Urbana, que é diferente da ecologia
das plantas e dos animais. Ela direciona-se a estas construções de natureza
humana. Estes produtos organizam-se socialmente em padrões de acordo com o
“projeto social” de uma sociedade, ou, no caso, provavelmente de uma cidade.
Estes padrões de comportamento assumem um oposto: seu desvio
comportamental. Conceitualmente, “desvio” está relacionado à ideia patológica que
diferencia o “são” do “não são” - o “certo” do “errado”, o “normal” do “anormal”. O
“padrão” do “desvio”. Entre embates que polarizaram as perspectivas psicológicas
de um lado e as perspectivas antropológicas/sociológicas de outro, Gilberto Velho
destaca Merton, o qual propõe o conceito de ​anomie para explicar o comportamento
desviante.
Tal conceito rompe com uma perspectiva puramente psicológica (indivíduo)
ao afirmar que a estrutura social/cultural cria condições para determinado
comportamento. A análise de Merton está baseada numa visão funcionalista da
sociedade, onde o fato social cria uma coerção sobre o indivíduo. Para Gilberto
Velho, no entanto, limitar-se a uma interpretação puramente psicológica ou
sociológica era problemático, e deve-se perceber a relação entre os diferentes
domínios de compreensão da realidade. Um comportamento, existe, portanto,
compreendido em várias dimensões, inclusive social.
Sendo a cultura dinâmica e as pessoas tendo experiências existenciais
particulares. “Com o conceito de cultura menos rígido, pode-se verificar que não é
que o “inadaptado” veja o mundo “essencialmente” sem significado, mas sim que
veja nele um significado diferente do que é captado pelos indivíduos ajustados.”
(VELHO, p-21). Neste sentido, como demonstra Gilberto Velho, a estrutura
social não é homogênea, mas de alguma maneira deve servir de representação da
ação dos atores em diferentes posições no processo social.
Além desta visão Funcionalista, o Interacionismo nos propõe uma outra
compreensão do desvio. Para essa escola não existe desvio em si mesmo, mas
uma relação entre atores, numa relação de fronteiras, onde, na estrutura social, uns
podem acusar outros de não estarem agindo de acordo com o esperado, “(...) os
grupos sociais criam o desvio ao estabelecer as regras cuja infração constitui um
desvio e ao aplicá-las à pessoas particulares, marcando-as como outsiders”
(VELHO, p-23, 24). Este ponto de vista sobre o tema nos coloca diante do aspecto
político que é estabelecido na relação entre atores, pois o desvio se torna algo que
não é praticado pela pessoa acusada de estar agindo de forma divergente, mas sim
é a aplicação por outros de regras e sanções. Então, neste sentido o desvio
torna-se um problema político. Sendo que o desviante faz uma leitura divergente de
sua cultura.

Bibliografia
BECKER, Howard S. Cap I. In: BECKER, Howard S. Outsiders: estudos de
sociologia do desvio. Rio de Janeiro, ZAHAR, 2008.
VELHO, Gilberto. O estudo do comportamento desviante: a contribuição da
Antropologia Social. In: VELHO, Gilberto (org). Desvio e Divergência: uma crítica da
Patologia Social. Rio de Janeiro, ZAHAR, 1974, pp.11-28

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