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DIÁLOGOS
SOCIOEMOCIONAIS
MAPA DE
ATIVIDADES
SUMÁRIO
16
1º CICLO
62
3º CICLO
42
2º CICLO
91
4º CICLO
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
3
INTRODUÇÃO
Caro(a) professor(a),
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Os documentos normativos da legislação brasileira e os currículos locais têm trazido para o
centro do debate educacional o conceito de educação integral. Como fundamento pedagógico,
a educação integral contempla uma visão de integração: do currículo escolar (frente a ainda
tão presente fragmentação), do desenvolvimento humano (compreendendo o desenvolvimento
pleno dos(as) estudantes em diversos âmbitos) e da escola na contemporaneidade.
Nesse cenário, localiza-se os Diálogos Socioemocionais, uma proposta que tem como objetivo
o desenvolvimento intencional das competências socioemocionais de cada estudante,
competências estas que são fundamentais para que eles possam viver, estudar, conviver e
trabalhar em um mundo cada vez mais complexo, incerto e em constantes e rápidas mudanças,
que são as marcas mais significativas e desafiadoras do século 21.
Este caderno então apresenta uma proposta de itinerário formativo para realizar o Diálogos
Socioemocionais com os(as) estudantes do 1º ano do Ensino Médio. Nele, você encontrará
estratégias e orientações que apoiarão o seu planejamento para o trabalho com componentes
curriculares voltados à reflexão e à elaboração de Projetos de Vida pelos(as) estudantes. As
Boa leitura!
4 Quando o currículo escolar abre espaço para que o Projeto de Vida dos(as) estudantes
seja um conteúdo a ser desenvolvido intencionalmente, a escola dá um passo em direção
aos anseios e desejos dos(as) jovens brasileiros(as) por uma educação que contemple
seus interesses e os(as) apoie na aprendizagem de ferramentas para a construção de seus
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
projetos de futuro.
Vale ressaltar que, Projeto de Vida não é sinônimo de projeto profissional. Realizar uma escolha
profissional é apenas uma dimensão de um Projeto de Vida. É preciso considerar a formação de
cada estudante em quatro dimensões indissociáveis: a pessoal, a cidadã e a profissional, incluída
nelas a dimensão do(a) jovem como estudante.
Na dimensão pessoal, os(as) jovens investigam sobre si mesmos(as), seus sonhos, seus
interesses e suas motivações no âmbito individual e na interação com os demais. Autoconhecer-
se é uma busca contínua pela compreensão de si mesmo(a). Envolve aprender a se aceitar, a
se valorizar, a desenvolver a capacidade de confiar em si, de se apoiar nas próprias forças e de
crescer em situações adversas sendo resiliente, estabelecendo objetivos de vida.
•• Vivenciar, refletir e dialogar sobre as maneiras como se relaciona com o outro e com o
bem comum;
•• Agir com empatia, sendo capaz de assumir a perspectiva dos outros, compreendendo
as necessidades e os sentimentos alheios, construindo relacionamentos baseados no
compartilhamento e na abertura para o convívio;
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
•• Refletir e dialogar sobre as maneiras como vivenciam o compromisso com o outro e com o
bem comum;
A dimensão profissional, por fim, traz uma provocação para que os/as jovens dirijam o
olhar à sua inserção produtiva. O trabalho, elemento que promove a intersecção entre a vida
pessoal e a vida em sociedade, é objeto de profunda reflexão e compreensão, com vistas a
um posicionamento do(a) estudante. O que está em foco é perceber interesses nesse campo,
identificar habilidades e conhecimentos que correspondem às aspirações profissionais, abrindo
caminho para o planejamento de metas e estratégias.
desenvolvimento pessoal com o apoio do(a) professor(a), participando das atividades com vistas
ao desenvolvimento intencional do conjunto de competências socioemocionais que cada um(a)
escolheu como prioritárias para si mesmo(a).
Nas próximas páginas, apresentamos o que é avaliação formativa e como esse tipo de
concepção avaliativa acontece na proposta do Diálogos Socioemocionais.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Como nas demais práticas pedagógicas, o registro tem grande importância. Para isso, a Agenda
do(a) Estudante tem como função ser tanto a “memória” do percurso percorrido quanto o
material para valioso instrumento de registro das reflexões e dos combinados.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
estudante. O desenvolvimento dessas competências se dá ao longo da vida, com base em
experiências formais, como a escola, e informais, como ocorrências específicas da vida da pessoa.
MACROCOMPETÊNCIAS
•• Autogestão – descreve o grau com que uma pessoa é centrada, organizada, diligente,
focada, pontual e persistente;
•• Engajamento com os outros – descreve o grau com que uma pessoa tem interesse por se
socializar, fazer amigos(as), ser gregária e experimentar o cotidiano com disposição e energia;
•• Amabilidade – descreve o grau com que uma pessoa é capaz de se colocar no lugar do outro,
sentir compaixão, acreditar nas boas intensões de outra pessoa e respeitá-la;
•• Resiliência emocional – descreve o grau com que uma pessoa é atravessada por
sentimentos de ansiedade, raiva e insegurança quando submetida a pressões
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Determinação Curiosidade
Tolerância
Organização para aprender
Iniciativa Social Empatia ao estresse
8 Imaginação
Foco Assertividade Respeito Autoconfiança
criativa
Persistência Entusiasmo Confiança Tolerância
Interesse
à frustração
Responsabilidade artístico
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
O DESENVOLVIMENTO INTENCIONAL
DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS EM AULA
O(A) professor(a) mediador(a) é essencial para conduzir os(as) estudantes nesse processo de
reflexão e autoconsciência sobre quais competências estão sendo desenvolvidas e mediante
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
os(as) estudantes;
•• O(A) estudante é o(a) construtor(a) do seu próprio conhecimento, possuindo papel ativo
no processo;
•• Todo conhecimento é construído a partir do que já se conhece e deve ser ensinado a partir
do conhecimento que o(a) jovem já traz para a aula;
•• Cada membro(a) se preocupa com a própria aprendizagem, com a do(a) colega e com o
desempenho do time;
•• Cada estudante é avaliado(a) pelo próprio desempenho e pelo progresso dos(as) demais. A
partir dessa avaliação os(as) membros(as) do time devem ser estimulados(as) a motivar e a
apoiar aqueles(as) que demonstrem algum tipo de dificuldade;
Para que você esteja mais consciente sobre como está promovendo o desenvolvimento das
competências socioemocionais e tenha mais autonomia para a adaptação das atividades
para suas aulas, é importante conhecer sobre como diferentes abordagens promovem o
desenvolvimento de competências.
11
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
competências objetivos de
socioemocionais. aprendizagem.
Nas atividades propostas para o itinerário do Projeto de Vida, esses elementos estão presentes
e se manifestam de forma balanceada entre as atividades. Por exemplo: a metodologia proposta
para algumas atividades valoriza o aspecto de explicitação das competências sendo trabalhadas.
Esse é o caso da atividade “O que é ser um(a) estudante protagonista”. Nesse caso, é proposta
uma roda de conversa sobre a conexão entre protagonismo e assertividade com base em um
texto. Os(As) estudantes são convidados(as) a refletir sobre essa conexão e elaborar argumentos.
Essa abordagem ajuda na explicitação das competências sendo promovidas.
A mesma atividade traz, em um segundo momento, uma abordagem mais focada na experiência,
apoiando-se nos aspectos ativos da aprendizagem. Por exemplo, quando ela convida os(as)
estudantes a produzir suas agendas, personalizando um caderno de acordo com sua preferência,
1. Essa é a conclusão de estudos realizados pelo pesquisador Durlak e sua equipe, que publicou estudos em 2011 e em 2017.
De modo geral, as atividades buscam combinar essas duas abordagens para potencializar
o desenvolvimento das competências socioemocionais, de modo que os(as) estudantes
experienciem a mobilização das competências e estejam cientes sobre quais eles(as) estão
trabalhando mais intensamente em cada atividade.
Professor(a), você pode lançar mão dessas abordagens para propor o desenvolvimento
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
intencional das competências já selecionadas para cada atividade, mas também pode
personalizar alguma atividade e propor novas, com base na necessidade da sua turma, escola
ou rede. Não se esqueça de outro elemento das atividades efetivas: o foco. Escolha uma ou duas
competências para explicitar em cada atividade, pois a ciência mostra que mais do que isso
não é adequadamente aprendido pelos(as) estudantes, com a possibilidade de gerar confusão.
Aproveite a sequência didática para trabalhar todas as competências que vocês priorizaram ao
longo do tempo, mas evite trabalhar várias ao mesmo tempo.
A AVALIAÇÃO FORMATIVA
Por isso, a proposta que o Diálogos Socioemocionais traz para apoiar o desenvolvimento de
Esse instrumento foi construído a partir de evidências extraídas de estudos e pesquisas nacionais
e internacionais das 17 competências socioemocionais que compõem o modelo organizativo
apresentado no capítulo anterior, cuja relevância para diversos aspectos da vida foi levantada.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Para que isso aconteça na prática, orienta-se que, como mediador(a) da aprendizagem, o(a)
professor(a) deixe claro o percurso sugerido; proponha atividades desafiantes, por meio das
quais os(a) estudantes tenham a oportunidade de se desenvolverem; dialogue a partir das
autoavaliações, realizando devolutivas estruturadas ao longo do caminho; e corrija a rota
quantas vezes forem necessárias para a obtenção dos melhores resultados possíveis. Nesse
percurso, os(as) estudantes são convidados(as) a apresentar evidências que justifiquem seus
posicionamentos no diálogo com os(as) professores(as). Essas percepções são analisadas por
ambos(as) e dão base para os combinados de próximos passos.
•• Ser dinâmica, porque fornece devolutivas que tornam possível identificar as evidências
do que se está aprendendo e/ou desenvolvendo ao longo do processo, assim, tanto
o(a) professor(a) quanto o(a) estudante pode reorientar seus caminhos de ensino e de
aprendizagem. É importante, portanto, que o tempo das devolutivas ocorra enquanto ainda
•• Ser transparente, porque a todo o momento os(as) estudantes sabem o que se espera deles(as)
(objetivo, desenvolvimento, critérios claros e combinados). Essa condição é fundamental para
que o(a) estudante seja corresponsável pelo próprio desenvolvimento e por sua aprendizagem.
Em suma, a avaliação formativa ocorre quando: (a) o tempo da interpretação dos resultados da
avaliação permite que ela seja feita de modo a favorecer a aprendizagem ao longo do período
em que ela ocorre e; (b) quando a finalidade do uso da informação é fornecer devolutivas aos(às)
estudantes, de modo a contribuir com seu processo de aprendizagem e de desenvolvimento ao
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Para saber mais informações sobre avaliação formativa, consulte o Guia do Diálogos e o material
disponível no curso a distância.
O intuito aqui não é dar uma receita pronta do que o(a) professor(a) deve fazer na sala de aula,
muito pelo contrário! Essas atividades são estruturadas para apoiar o(a) professor(a) com
14 estratégias didáticas que conectam o Projeto de Vida, o desenvolvimento de competências
socioemocionais e a avaliação por rubricas.
A temporização das atividades propostas deve ser reconsiderada pelo(a) professor(a), a depender
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Há uma indicação das atividades consideradas estruturantes para assegurar uma gama de
aprendizados antes do preenchimento das rubricas. O(A) professor(a) pode e deve eleger outras
atividades que executará com seus(suas) alunos(as).
As atividades estão organizadas por etapa do Ensino Médio e por ciclos. A cada ciclo, o
conjunto de atividades contém:
As atividades têm uma duração prevista que pode superar o tempo que você tem disponível 15
para sua realização. A orientação, nesses casos, é que você as adeque e reorganize conforme sua
disponibilidade.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
De forma geral, recomenda-se a realização das Atividades 1 e 2 antes do preenchimento
do instrumental do Diálogos Socioemocionais, e essas atividades podem ser realizadas
em um tempo menor (menor número de aulas) que o que está sugerido no mapa a seguir.
Após o preenchimento, você pode retomar o preenchimento da Agenda, proposto a seguir,
e a Atividade 3 – Bate-papo com profissionais, pois ela é estruturante para a definição dos
objetivos do Projeto de Vida.
1º CICLO
16
MAPA DE ATIVIDADES
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
ATIVIDADE 1
PRA INÍCIO DE CONVERSA!
•• 01 AULA
ATIVIDADE 2
O MUNDO OU O MERCADO LÁ FORA?
Inspiração para os(as) jovens pensarem em modos criativos de realizar alguns dos
planos e projetos que ambicionam tirar do papel.
•• 03 AULAS
•• 02 AULAS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
ATIVIDADE 4
JUVENTUDE E CONSUMO EM DEBATE
•• 02 AULAS
ATIVIDADE 5
PAUSA PARA REFLEXÃO E DIÁLOGO
Acompanhamento – 1ª Rodada.
*Atividade de referência para todas as aplicações de rubrica
•• 04 AULAS
COMPETÊNCIAS
Responsabilidade, organização, iniciativa social, assertividade, entusiasmo e
INTENCIONALMENTE
respeito.
DESENVOLVIDAS
DESENVOLVIMENTO
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
1ª ETAPA
Receba os(as) estudantes, dando-lhes boas-vindas com entusiasmo e com a sala organizada em
roda de conversa.
Peça para que cada estudante diga, com uma palavra, suas expectativas quanto às aulas de Projeto
de Vida na 3ª série. Acolha as contribuições e apresente a proposta do componente e suas atividades.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
socioemocionais que serão trabalhadas.
O objetivo é que por meio do diálogo frequente com o(a) professor(a) se estabeleça um
plano de trabalho para o desenvolvimento integral do(a) estudante, no qual ambos(as)
estão comprometidos(as) e – com eles(as) – toda a escola, com o apoio do(a) diretor(a),
do(a) coordenador(a) pedagógico(a) e de representantes regionais e centrais das
secretarias.
O Diálogos são essencialmente um processo formativo. Isso significa que ele oferece
insumos para que tanto professor(a) quanto estudante possam acompanhar o seu
desenvolvimento e definir próximos passos que os(as) ajudem a alcançar os objetivos
estabelecidos inicialmente pelos(as) próprios(as) estudantes.
Você pode encontrar formas criativas de contar o que é a proposta com suas palavras e falar
sobre as competências socioemocionais. Só não se esqueça de reforçar o que é mais valioso
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
para os(as) estudantes: essa proposta permite que eles(as) reflitam sobre eles(as) mesmos(as),
trabalhando seu autoconhecimento, e possam estabelecer os seus objetivos de desenvolvimento.
Esse processo é todo apoiado e acompanhado pelo(a) professor(a). Eles(as) verão que o
autodesenvolvimento anda junto com o processo deles(as) de planejar o futuro e preparar-se
para trilhar o caminho, de acordo com as suas expectativas.
Após a apresentação da proposta, cheque se os(as) estudantes possuem alguma dúvida. Sinalize
que, em um próximo momento (que pode ser a atividade seguinte, na mesma aula, ou na aula
seguinte, dependendo do tempo disponível para a realização da atividade), conhecerão um pouco
20 mais sobre as competências socioemocionais e como elas serão trabalhadas ao longo do ano.
3ª ETAPA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Para finalizar, reforce a importância de estarem presentes na próxima aula, pois a presença e a
colaboração de todos será fundamental para que as aulas sejam proveitosas. Informe o assunto da
próxima aula e combine com os(as) estudantes para trazerem o material necessário para a confecção
da Agenda:
•• Uma fotografia impressa de um momento significativo na vida (pode ser foto antiga ou
recente).
Combine com a turma para que tenha a iniciativa de já se organizar em roda de conversa antes
de sua chegada, no próximo encontro.
COMPETÊNCIAS
Curiosidade para aprender, imaginação criativa, foco, responsabilidade,
INTENCIONALMENTE
organização, iniciativa social e assertividade.
DESENVOLVIDAS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
Para muitos(as) estudantes, o 3º ano do Ensino Médio é a etapa que continua a separá-
los(las) do mundo do trabalho. Pelo menos para aqueles(as) que nunca exerceram uma
profissão ou atividade remunerada, essa parece uma última barreira antes que tenham
que encarar os desafios e as dificuldades do mundo do trabalho. Ao mesmo tempo em que
a temática pode ser instigante para eles(as), pode também suscitar angústias, desejos e
sonhos – afinal de contas, é ao Projeto de Vida dos(as) jovens que estas aulas se voltam.
Busque sempre tratar as questões do mundo do trabalho com abertura para ouvir o que
eles(as) têm a dizer sobre o assunto, direcionando as dúvidas e colocações para alguns
dos âmbitos que esse componente curricular tem a oferecer: reflexões sólidas sobre
perspectivas de futuro e sobre o contexto do mundo do trabalho, desenvolvimento de
competências importantes e valorizadas fora da escola, e experiências de autonomia
Para esta aula, será preciso providenciar cópias do texto “O mundo ou o mercado lá fora?”
(Anexo 1.1., ao final deste ciclo).
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA
Recepcione os(as) estudantes e peça para que se organizem em trios. Apresente a proposta
das atividades.
22 Verifique se os(as) estudantes trouxeram o material para a elaboração das Agendas. Converse
com os(as) alunos(as) sobre a importância do registro para o acompanhamento de seu
desenvolvimento e oriente-os(as) sobre a personalização desse recurso de aprendizagem.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
2ª ETAPA
Duas características principais que caracterizam as rubricas são o uso de critérios claros a
23
Verifique se a turma possui alguma dúvida sobre a autoavaliação. Acolha as dúvidas e convide
os(as) estudantes para a próxima atividade.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
3ª ETAPA
Distribua cópias do Anexo 1.1. e peça para que os(as) estudantes se revezem na leitura do
material para realizar a atividade. Durante a realização do mapa coletivo, contribua para manter
a ordem durante os momentos em que os(as) estudantes estiverem no quadro criando seus
desenhos. Cuide também para que haja tempo suficiente para cerca de 20 minutos de discussão
coletiva. Durante o debate, estimule os(as) jovens com questões como:
•• A partir do processo de construção do mapa, o que vocês diriam que é o mundo do trabalho
para vocês?
COMPETÊNCIAS
Curiosidade para aprender, responsabilidade, organização, persistência,
INTENCIONALMENTE
autoconfiança, tolerância à frustração, iniciativa social, respeito.
DESENVOLVIDAS
PARA SUA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
Nessa atividade, os(as) jovens são convocados(as) a gerir um processo de forma autônoma
e responsável, atitudes fundamentais para um resultado satisfatório. É importante que
você acompanhe o passo a passo dos times nesse processo, orientando-os(as) e ajudando-
os(as) na resolução de problemas e dúvidas. Durante esse auxílio, incentive-os(as) a achar
soluções para os problemas que surgirem – mas sem oferecer respostas e soluções prontas!
Em casos extremos, como um convidado cancelando sua participação em cima da hora
ou imprevistos semelhantes, busque tranquilizar os(as) estudantes e mobilizar a atenção
deles(as) para o bate-papo que acontecerá em algum outro momento, pois, em atividades
como estas, alguns combinados podem fugir ao controle, mesmo com todos os cuidados.
1ª ETAPA
25
2ª ETAPA
Uma vez que estiverem agrupados(as), oriente que cada time siga o roteiro de discussão e
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
planejamento detalhado a seguir, lembrando que só podem passar para o próximo passo quando
o anterior estiver definido.
PASSO 1: PROFISSIONAIS DE
QUAIS ÁREAS GOSTARÍAMOS DE TRAZER?
Da área empresarial, dos negócios da bolsa, da construção civil, da educação, das novas
tecnologias. Todas são válidas e bem-vindas.
Que tal propor que, durante a discussão sobre qual profissional chamar, eles(as)
apresentem as profissões que desejam seguir? Assim, eles(as) poderão pesquisar por
pessoas que trabalham em áreas e atividades afins àquelas que definiram para si.
Vale elencar uma série de possíveis convidados(as), sendo que o(a) primeiro (a) deve
ser o(a) mais cotado(a) pelo time, o(a) segundo, um “plano B” (caso o(a) anterior não
possa estar presente), e assim por diante. Podem ser conhecidos(as) e familiares dos(as)
estudantes, mas também pessoas que não têm nenhum vínculo pessoal com eles(as).
Para isso, o uso da internet pode ser bastante útil na pesquisa do nome e do contato
dos(as) possíveis convidados(as).
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
3ª ETAPA
Em seguida, peça que os(as) líderes compartilhem com o restante da turma suas escolhas,
para que todos(as) possam ter uma ideia prévia de como decorrerão as visitas. Após o
compartilhamento, oriente que cada integrante se organize seguindo algumas funções.
Estas são as nossas sugestões:
CONTATO:
26
Definição do(a) jovem que fará contato com o(a) profissional escolhido(a), convidando-
o(a) para a visita à escola, sanando suas dúvidas e confirmando sua presença no dia do
evento. Esse(a) jovem será responsável por receber e acompanhar o(a) visitante no dia
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
em que ele(a) for à escola, além de fazer a apresentação do(a) convidado(a) no dia do
bate-papo. Oriente que cada jovem responsável pelo contato com os(as) convidados(as)
tente uma primeira abordagem por telefone ainda durante a aula, de modo que possam
ter uma resposta prévia sobre o convite.
Importante: Tudo isso precisa ser acordado com a direção e e acoordenação da escola.
PLANEJAMENTO:
Em diálogo com os(a)s representantes dos outros times, serão os(as) jovens
responsáveis por planejar em conjunto a visita dos(as) convidados(as). Será na sala
de aula ou no auditório? Serão apresentações separadas ou uma roda de conversa?
Acontecerão no mesmo dia? Definiremos um tempo para cada convidado(a) falar
ou deixaremos a conversa fluir? Qual será o tempo de apresentação dos(as)
convidados(as) e qual será o tempo de debate? Essas são decisões dos(as) jovens
responsáveis pelo planejamento.
DEBATE:
Os times deverão elaborar perguntas para o(a) convidado(a), pesquisar sobre sua profissão
e fomentar o debate no dia da visita (lembrando, claro, que o debate é aberto a todos(as)).
Esse planejamento vai demandar agilidade e organização dos times. Ao final dos dois tempos,
todos esses passos já devem estar encaminhados e o convite inicial aos(às) profissionais feito.
É provável que os(as) convidados(as) demorem algum tempo para dar a resposta 27
definitiva, se poderão ou não comparecer ao evento. E lembre aos(às) jovens de terem
um “plano B”, caso o(a) convidado(a) inicial não possa comparecer. Esses arranjos
deverão ser feitos pelos(as) líderes de cada time responsáveis pelo contato ao longo
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
da semana. Uma mudança de convidado(a) pode acarretar mudanças também para o
planejamento e para o debate.
4ª ETAPA
Os dois últimos tempos serão dedicados à recepção e conversa com os(as) profissionais
convidados(as). É fundamental que cada quinteto assuma o protagonismo no acolhimento de
seus(suas) convidados(as)! Incentive os(as) estudantes a registrar o bate-papo com fotos, vídeos
e anotações na Agenda!
5ª ETAPA
Faça a avaliação de todo o processo com a turma, solicitando que registrem suas percepções
dessa experiência nas Agendas.
•• Houve imprevistos durante o processo que colocaram tudo a perder? Vocês conseguiram
contornar a situação? Como? O que vocês aprenderam com essa atividade? O que pretendem
fazer totalmente diferente na próxima experiência?
ORGANIZAÇÃO DA
Ao longo da atividade os(as) jovens trabalharão em uma roda de conversas.
TURMA
PARA SUA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
1ª ETAPA
Após a exibição do vídeo, com a turma em círculo, inicie o debate, instigando os(as)
alunos(as) a responder às questões colocadas acima.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
2ª ETAPA
Oriente a turma para a leitura do Anexo 1.2., artigo “O rolezinho da juventude nas ruas do consumo
e do protesto”, de Renato Souza de Almeida, publicado no Le Monde Diplomatique Brasil.
Após a leitura, peça aos(às) estudantes que compartilhem sua interpretação do texto e mobilize a
discussão sobre a relação entre consumo e Projetos de Vida. O objetivo é esclarecer qual a relação
que eles(as) estabelecem entre seus sonhos, desejos e planos e o consumo.
•• Ao pensar seus Projetos de Vida, ou seja, aquilo que vocês projetam para o futuro, o
consumo aparece como fator importante? Se sim, como?
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
COMPETÊNCIAS
Curiosidade para aprender, responsabilidade, iniciativa social, assertividade
INTENCIONALMENTE
e respeito.
DESENVOLVIDAS
ORGANIZAÇÃO DA
Roda de conversa e trabalho individual.
TURMA
PARA SUA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
APLICAÇÃO DO INSTRUMENTAL
1ª etapa
Receba a turma em roda de conversa e verifique se possuem alguma dúvida sobre a proposta de
trabalho do componente Projeto de Vida e da autoavaliação do Diálogos Socioemocionais. Acolha
e responda às dúvidas e possíveis inseguranças, reforçando que a autoavaliação tem, como
propósito, o autoconhecimento para a potencialização das aprendizagens na escola e na vida.
2ª etapa 33
Distribua o instrumental das rubricas (ou acesse a plataforma para a avaliação) e peça para que
os(as) estudantes reflitam um pouco sobre si mesmos(as) antes de responder a cada pergunta.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Essa autoavaliação é formativa, na medida em que promove o pensamento do(a)
estudante para o próprio desempenho. Para isso, não basta apenas o(a) estudante
declarar que seu desempenho em determinada competência, por exemplo, foi nível 3.
É preciso que ele(a) traga, também, pelo menos uma evidência que diga por que ele(a)
está nesse nível e não em outro.
Uma primeira rodada de perguntas desse tipo é suficiente para que os(as) estudantes
comecem a “pensar com evidências” quando se autoavaliam usando o instrumento.
A DEVOLUTIVA COLETIVA
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
1ª etapa
34 Na primeira devolutiva do ano, será a oportunidade para pactuar quais serão os focos de
desenvolvimento daquele ano. Nas demais, será a oportunidade para acompanhar como os(as)
estudantes estão se vendo no trabalho de desenvolvimento das competências priorizadas.
Pode ser necessário repactuar caminhos para favorecer o desenvolvimento das competências
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
priorizadas pela turma. Compartilhe a responsabilidade pelos combinados com a turma, pois
isso apoia o desenvolvimento do protagonismo dos(as) estudantes!
2ª etapa
Oriente a turma para que se organize em roda de conversa e explique a atividade. Fique atento(a)
para perceber se há incômodo por parte de algum(a) jovem e reforce o propósito da devolutiva
coletiva, que nada mais é do que uma conversa, é um diálogo entre vocês.
Na primeira conversa, diga à turma que o objetivo é, após a conversa que terão, que os(as) jovens
definiam quais competências serão foco de seu aprendizado ao longo do ano. É importante
que os(as) estudantes tenham clareza de que desenvolverão outras competências, além das
escolhidas, mas que essas serão a centralidade das metas de aprendizagem e de seus projetos
de vida do ano. A Agenda do(da) estudante é uma forte aliada nessa conversa. Peça que cada
um(a) conecte a conversa com o que registrou sobre o seu desenvolvimento ao longo do período
e registre os combinados realizados na conversa desta aula.
Por fim, peça que os combinados e outras reflexões também sejam registrados na Agenda de modo
que possa ser retomado para conversas futuras, possa ser completado durante as atividades da
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
SOBRE DEVOLUTIVAS:
Devolutiva não é conselho, exaltação ou avaliação por nota. Devolutiva é informação sobre
como estamos direcionando nossos esforços em direção ao alcance dos objetivos. Se os(as)
estudantes consideram a sala de aula um lugar seguro para errar, eles(as) estão mais
propensos(as) a utilizar a devolutiva para a aprendizagem. Devolutivas efetivas ocorrem
durante a aprendizagem, enquanto ainda há tempo de agir sobre ela.
É importante incentivar que os(as) estudantes deem devolutivas uns(umas) aos(às) outros,
desde que observados o vocabulário e o instrumento em que estão sendo avaliados(as).
Estudantes precisam ter clareza sobre seus alvos de aprendizagem – o que é esperado que
eles(as) alcancem – senão a devolutiva se torna somente alguém falando para eles(as) o que
fazer, o que não é efetivo para desenvolver a autorregulação da aprendizagem.
Na universidade é fácil,
mas, depois que você se O mercado hoje está
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
O mercado de
O mercado exige
trabalho exige
experiência e
profissionais
conhecimento!
dinâmicos(as)!
36
Quem é que nunca ouviu frases como essas da boca do pai e da mãe, de parentes, amigos(as)
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
e professores(as)? E o que dizer das chamadas dos telejornais e das capas de revistas, que
prometem apresentar os segredos e desafios para ingressar e se manter no mercado de trabalho?
É sobre tudo isso e mais um pouco que o trio discutirá agora! Antes de seguir em frente, escolham
um(a) líder para organizar as ações que serão feitas e estimular a participação de todos(as)!
O tão temido, desejado e difamado mercado de trabalho parece ser daquelas coisas sobre as
quais todo mundo fala, mas ninguém sabe dizer exatamente o que é. Então, vamos pesquisar e
conversar sobre isso?
1 Acessem um site de buscas e digitem “mercado de trabalho” para ver o que aparece. Com os
computadores ou smartphones em mãos, busquem no Google algumas imagens, alguns vídeos e
textos sobre a expressão “mercado de trabalho”. Não é necessária uma leitura aprofundada dos
resultados, mas tentem encontrar semelhanças e diferenças entre os vários resultados obtidos.
que é isso? Leiam o trecho a seguir atentamente. Ele foi extraído do livro Encontros e travessias –
O adolescente diante de si mesmo e do mundo (2001), de Antônio Carlos Gomes da Costa:
É interessante observar que a previsão feita há mais de dez anos sobre as mudanças das 37
profissões é uma realidade hoje. Quem imaginaria, há décadas atrás, que profissões e
habilidades tão apreciadas socialmente simplesmente desapareceriam? E quantas outras estão
sendo “inventadas” enquanto vocês leem este texto? É por isso que, para o mundo do trabalho
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
de hoje, não basta apenas dominar as técnicas de determinadas profissões. É preciso ser um(a)
profissional investigador(a) de conhecimento, uma pessoa que aprimora suas habilidades e
competências, ou seja, sua empregabilidade.
Agora, com a turma toda reunida em roda, criem, juntos(as), uma representação imagética,
um grande painel, do que vocês acreditam ser o mundo do trabalho. Nem de longe se trata de
uma tentativa de elaborar um significado correto ou definitivo para o mundo do trabalho...
Muito pelo contrário! Esse é um exercício lúdico, para todo mundo pensar junto e construir um
entendimento mais ou menos comum.
O MUNDO LÁ FORA
Elementos comuns, do cotidiano, que vocês veem em um dia comum. A diferença é que
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
todos eles devem ter alguma relação com a temática do mundo do trabalho. Mas não
basta eleger um elemento: vocês devem justificar as escolhas feitas! Por exemplo:
• Elemento: Escola
• Justificativa: A escola faz parte da trajetória da maioria das pessoas que habita o mundo
do trabalho. É onde elas aprendem competências e estabelecem redes de relações que
vão além da família e dos(as) conhecidos(as) do bairro. As experiências que cada pessoa
vive na escola e as competências que desenvolve fazem toda a diferença no mundo do
trabalho e na aprendizagem dos conteúdos de diferentes áreas do conhecimento.
38 Assim, nesse mapa pode existir de tudo: casas, pessoas, ruas, empresas, escritórios,
árvores, animais e assim por diante. Os sentidos que esses elementos adquirem no
mundo do trabalho são vocês que definem!
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Para começar a construção do mapa, um(a) jovem se voluntaria para desenhar seu
elemento no quadro. Após desenhar, a pessoa deve explicar o porquê de sua escolha. Logo
em seguida, outro(a) estudante faz o mesmo, e a dinâmica segue assim, até que todos(as)
tenham feito seu desenho. Se acharem que o tempo do encontro não é suficiente para que
um(a) estudante desenhe de cada vez, até três pessoas podem estar no quadro ao mesmo
tempo. E, lembrem-se, não tem essa de “eu não sei desenhar!”. Façam o melhor que
puderem, o importante é o sentido que o desenho de vocês ganha no conjunto da obra!
Agora que vocês já terminaram de construir o mapa “O mundo lá fora”, que tal conversar um
pouco sobre ele? Com a turma em roda, conversem tendo em vista as questões abaixo. O(A)
professor(a) será o(a) mediador(a) dessa discussão!
ANEXO 1.2.
Os(As) jovens têm criado formas cada vez mais interessantes de manifestação.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
geração juvenil.
“Sair de rolé” significa dar uma circulada despretensiosa pela vila ou pela cidade. É possível dar
um rolé de trem, de ônibus ou a pé. Geralmente, o rolé está ligado ao lazer ou a alguma prática
cultural. Sai de rolé o(a) grafiteiro(a), o(a) skatista, o(a) caminhante... O que vem chamando a
atenção de muita gente é como um simples gesto de sair e circular de forma livre tem ocupado
um papel central nas principais mobilizações juvenis na cidade de São Paulo nos últimos tempos.
Não é por menos que o estopim das manifestações de junho foi a luta do Movimento Passe
Livre (MPL). O Passe Livre é uma reivindicação em favor da possibilidade de dar um rolé sem
que a catraca – e o tributo que a acompanha – possa impedir. Quando a Polícia Militar decidiu
1. Artigo editado e adaptado para esta atividade a partir do texto de Renato Souza de Almeida, publicado
no Le Monde Diplomatique Brasil. Disponível em: https://diplomatique.org.br/o-rolezinho-da-juventude-nas-ruas-do-
consumo-e-do-protesto/. Acesso em: 23 mar. 2019.
2. Mestre em antropologia, professor da Faculdade Paulista de Serviço Social (Fapss), assessor do
Instituto Paulista de Juventude (IPJ) e coordenador do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais
(VAI) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Quem não é mais jovem e sempre morou nas periferias de São Paulo, com raras exceções, vai se
recordar que a rua era o espaço, por excelência, da sociabilidade, do lazer e da convivência. Com
a chegada do asfalto, vieram também muitos carros e se instituiu como verdade o discurso de
que a rua é lugar perigoso e violento. Para muitos adultos, as políticas culturais só se justificam
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Para os(as) jovens, ao contrário, suas ações culturais só têm força e sentido quando acontecem
na rua, no espaço público. A condenação da rua como espaço da violência veio acompanhada
da chegada dos shopping centers também às periferias. Muita gente vai ao shopping tentar
encontrar um vazio deixado pelo “fim” das ruas. Para além do consumo, busca-se num shopping
um passeio mais livre, solto, e a possibilidade de encontro com pessoas de fora do círculo mais
próximo, familiar. No entanto, esse encontro não acontece.
Tampouco a livre circulação. As pessoas só encontram uma multidão “sem rosto e coração”
40 – nos dizeres dos Racionais MC’s –, e a circulação no interior do shopping não pode ocorrer
de forma livre e espontânea. Ela tem regras claras e rígidas: os(as) pobres podem circular
pelo shopping, contanto que finjam pertencer a outra classe social. Mesmo que circulem no
shopping sem recursos para consumir, eles(as) devem desejar consumir. Da mesma forma, os(as)
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
negros(as) podem circular pelo shopping tranquilamente, desde que finjam ser brancos nas
vestimentas, nos cabelos, no comportamento etc.
Nesse sentido, estar no shopping – no local que a sociedade estabeleceu para substituir a rua – é
bastante provocador. Os rolezinhos levaram para dentro do paraíso do consumo a afirmação
Esses(as) jovens que hoje mobilizam os rolezinhos são intitulados(as) “geração shopping center”,
É significativo que os rolezinhos nos shoppings se iniciem num momento em que um projeto
de lei que proibia as festas de rua, sobretudo os bailes funks, apresentado por representantes
da “bancada da bala”, se encontrava para sanção ou veto do prefeito. O prefeito vetou. Mas
as ruas ainda estão longe de pertencer aos(às) jovens. Por isso, os rolezinhos continuaram 41
e aumentaram. Os(As) jovens querem as ruas de volta. O pancadão é só um exemplo dessa
demanda. Para demonstrarem que o desejo dos shoppings de assumir o lugar da rua fracassou,
os(as) jovens resolveram levar a rua para dentro dos próprios shoppings e escancararam a luta de
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
classes na cidade. É como se o povo não estivesse mais na rua para exigir seus direitos. A própria
rua virou um direito que esses(as) jovens exigem.
Uma das respostas encaminhadas pelo governo federal por conta das manifestações de junho foi
a aprovação, no mês de agosto, do Estatuto da Juventude. Entre os “novos” direitos apontados
em seus artigos, alguns enfatizam a importância da circulação e mobilidade dos(as) jovens,
seja no espaço urbano, seja no campo. Esse direito, ao lado do direito à produção cultural e da
ampliação dos espaços públicos de lazer, está no centro das reivindicações dos(as) jovens, seja
nos rolés nos shoppings ou nas jornadas das grandes avenidas.
42
MAPA DE ATIVIDADES
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
ATIVIDADE 6
SAINDO DA ZONA DE CONFORTO
•• 02 AULAS
ATIVIDADE 7
O ENEM ESTÁ NA BOCA DO POVO!
•• 02 AULAS
Exercício sobre os papéis que desempenhamos nas diferentes situações do dia a dia.
•• 02 AULAS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
A seguir, há mais um conjunto de atividades que pode contribuir para a organização do
itinerário proposto para o Projeto de Vida, com o objetivo promover o fortalecimento das
questões que abarcam a valorização e o fortalecimento dos sonhos, com ênfase especial no
mundo do trabalho e nas perspectivas da autorrealização. O momento é de consolidar projetos
para o futuro e dar início à sua realização.
Mais uma vez, indicamos que é importante adequar às atividades propostas ao tempo
disponibilizado para elas, posto que, a depender do ritmo e da participação da turma, algumas
podem levar mais ou menos tempo que o previsto.
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
Algumas das atividades do semestre são focadas na transição do Ensino Médio para o
mundo do trabalho: ruptura que coloca em jogo expectativas e planos para o futuro.
Está certo que a sala de aula não é o ambiente adequado para lidar com as questões
psicológicas envolvidas nesse processo (as inseguranças, os medos, os problemas
pessoais e familiares dos(as) alunos(as)), mas os encontros de Projeto de Vida podem
ajudá-los(as) a se prepararem para essa transição, contribuindo para o desenvolvimento
de suas competências socioemocionais, apresentando um panorama do mundo do
trabalho e oferecendo instrumentos que ajudem a prever desafios e dificuldades.
Nesse sentido, é importante não tratar esses encontros apenas como momentos
“motivacionais”, uma vez que as angústias e expectativas dos(as) jovens podem vir à
tona a todo o momento. Uma abordagem ideal consegue conciliar os problemas e
Lembre-se de que em sua sala de aula pode haver alunos(as) que já trabalham ou que
já tiveram experiências de trabalho. Tente dar destaque a essas experiências e peça que
os(as) alunos(as) compartilhem seus pensamentos sobre o mundo do trabalho.
DESENVOLVIMENTO
Para “aquecer” a turma, promova uma breve conversa em que os(as) jovens possam expor suas
principais incertezas relativas à passagem do Ensino Médio para o mundo do trabalho. Como
sugestão para o início do bate-papo, apresentamos as questões a seguir.
•• Quem nessa sala de aula já trabalha ou já trabalhou? (Caso haja alguém, pergunte se
os(as) alunos(as) trabalhadores(as) gostariam de compartilhar suas experiências e seus
pensamentos sobre o mundo do trabalho.) 45
•• Pergunte aos(às) alunos(as) o que eles(as) gostariam que acontecesse com eles(as) após
saírem do Ensino Médio.
•• Pergunte a eles(as) o que não gostariam que lhes acontecesse após saírem do Ensino Médio.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Explique que é comum aos(às) jovens que estão deixando o Ensino Médio ter certas
inseguranças em relação aos primeiros meses e anos que se seguem ao fim do período
escolar da educação básica, aproximando-se assim do objetivo da atividade do dia:
problematizar as expectativas e inseguranças deles(as) relacionadas ao mundo do trabalho,
contribuindo para traçar um panorama dos desafios desse momento e das competências
importantes para superá-los.
2ª ETAPA
Exiba o vídeo Você se atreve a sonhar e peça para que os(as) estudantes o analisem. Disponível
em: <http://bit.ly/atreveasonhar>. Acesso em: 23 mar. 2019.
O vídeo Você se atreve a sonhar (7’’ 35’’’) foi criado pelo grupo internacional iknowation.
Trata-se de uma ilustração dos desafios inerentes à aventura de realização dos sonhos,
mostrando as competências necessárias para superá-los.
Em alguns momentos, a fala e as legendas do vídeo podem passar muito rápido. Por
isso, reserve um tempo para exibir o vídeo uma segunda vez, caso a turma julgue
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
necessário. Além disso, peça que todos(as) assistam ao vídeo com bastante atenção e
tomem nota de seus aspectos mais importantes, especialmente das diferentes zonas
a que o vídeo se refere (de conforto, de aprendizagem, de pânico, mágica). Elas serão
importantes para o desenvolvimento da atividade!
Peça para a turma organizar-se livremente e discutir a respeito do vídeo, sobre o que
consideram ser a zona de conforto em que vivem. A partir da discussão, desenhe ou projete
a tabela a seguir. Peça aos(às) estudantes que preencham a coluna Como é minha zona de
46 conforto? com três aspectos que considerem mais marcantes em sua zona de conforto.
Após o preenchimento, peça para que os(as) líderes dos trios apresentem os registros. Fomente o
debate entre a turma. As zonas de conforto são similares? São muito distintas?
Esta pode ser uma pergunta desafiadora para os trios. Como sugestão para as reflexões,
apresentamos algumas perguntas disparadoras:
•• Quais incertezas sobre o mundo do trabalho mais trazem inseguranças para seu projeto de
•• Quais são as características daquilo que você considera ser sua zona de pânico?
4ª ETAPA
Encoraje os(as) estudantes, por fim, a ter sempre em mente os desafios que o mundo do trabalho
lhes reserva e, ao mesmo tempo, criatividade, pensamento crítico e motivação para que possam 47
“atrever-se a sonhar”. Indique que o exercício feito em sala – de identificação das zonas de
conforto, perigo e mágica – pode ser um bom instrumento para mapear esses desafios e os
modos de superá-los. Ao mesmo tempo, esse exercício pode ser útil para refletir sobre quais
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
competências socioemocionais precisam desenvolver para construir sua zona mágica. Essa é
uma oportunidade para propor uma reflexão sobre as competências da resiliência emocional,
que pode apoiar os(as) estudantes nesses processos de transição e de incerteza.
COMPETÊNCIAS
Determinação, organização, foco, persistência, responsabilidade,
INTENCIONALMENTE
imaginação criativa e interesse artístico.
DESENVOLVIDAS
ORGANIZAÇÃO DA
Ao longo da atividade os(as) jovens trabalharão individualmente e em quarteto.
TURMA
48
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
Refletir sobre a visibilidade do Enem na mídia e nas redes sociais parece dar a dimensão
da importância que o exame adquiriu no país desde 2009, quando passou a substituir
o vestibular como método de seleção de estudantes em diversas universidades.
Uma rápida busca na internet mostra a pluralidade de discursos, opiniões, críticas e
informações que circulam sobre o exame, muitas vezes gerando dissenso, possibilidades
de mudanças e alterações na prova.
É provável que os(as) estudantes estejam familiarizados(as) com pelo menos parte
dessas discussões, pelas experiências que vivem na escola e por participarem
massivamente das redes sociais. Mas sabemos também que os interesses pessoais são
seletivos, e alguns(algumas) alunos(as) podem não estar familiarizados(as) com a
DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA
2ª ETAPA
49
Uma vez que os trios estejam formados, distribua o Anexo 2.1 e peça para que se revezem na
leitura. Na Parte 1 do anexo há um texto introdutório à temática da autogestão para o Enem, que se
desdobra nas orientações para uma breve conversa sobre o assunto e para a produção de um meme.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Na etapa de elaboração do meme, auxilie a turma apresentando as dicas a seguir. Elas serão
ilustradas com o exemplo de uma postagem do Twitter, do usuário Valentino das Tags, impresso
no Anexo 2.1.
•• Defina uma temática, um “argumento”: No exemplo, o objetivo era satirizar quem chega
atrasado para a prova.
•• Diga o que quer com humor: Entre as várias maneiras possíveis de sustentar o argumento
inicial, escolheram comparar os(as) jovens que perdem o horário da prova com aqueles(as)
que passam dias na porta de hotéis em que ficam hospedados(as) seus(suas) ídolos(as). O
efeito de humor é construído nessa comparação entre a banalidade de uma situação e a
importância da outra.
3ª ETAPA
Em 2014, mais de 529 mil alunos(as) ficaram com nota zero na redação do Enem, o
que corresponde a 8,5% dos(as) participantes. Muito se falou sobre o que poderia estar
por trás de um índice tão alto, e na internet circularam textos preconceituosos, que
diagnosticavam o ocorrido como sintoma de uma juventude iletrada.
O fato é que existem critérios muito bem delimitados para se anular uma redação
no Enem. Além disso, as redações do exame têm seguido certo padrão ao longo
dos últimos anos, sendo que a principal diferença entre elas é o tema abordado.
O objetivo dessa etapa da atividade é desmistificar a redação do Enem, buscando
esclarecer que o caminho para um texto nota 1.000 é desafiador, mas pode não ser
50 tão tortuoso como alguns pensam.
4ª ETAPA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
A conversa deve ser breve, apenas um “aquecimento” para introduzir o tema. Para encabeçar a
discussão, apresente as seguintes questões:
Em seguida, peça aos(às) jovens que leiam a Parte 2 do Anexo 2.1. e promovam uma discussão
a partir dela. Você também pode pesquisar as notícias mais atuais sobre o tema. A cada ano,
quando sai o resultado do exame, os(as) jornalistas registram as dicas e os hábitos de alguns
candidatos(as) que tiraram nota máxima.
•• O que os resultados da redação do Enem 2014 podem nos dizer sobre a prova e sobre a
realidade nas quais vivemos?
•• Quais os desafios de redigir uma redação no modelo pedido pelo Enem e quais
competências essa tarefa demanda?
As questões colocadas para os(as) jovens têm um caráter autoavaliativo, ou seja, podem ajudá-
los(las) a diagnosticar suas carências na preparação para o Enem e também a prospectar
possibilidades de mudanças. Ao mesmo tempo, elas instigam a um posicionamento crítico e
demandam apontamentos para o problema indicado, exigindo um exercício reflexivo próximo ao
demandado pelas redações do Enem, na estrutura “tema-tese-argumento-proposta de intervenção”.
5ª ETAPA 51
Para finalizar, dedique um tempo com a turma para que pense em seus projetos de vida. Fomente
a discussão sobre o que os(as) estudantes têm feito para alcanças seus sonhos e projetos.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Faça um balanço geral das atividades realizadas até o momento com os(as) estudantes, peça
que reflitam sobre as competências socioemocionais acionadas pela atividade. Convite os(as)
estudantes também a pensar sobre as competências socioemocionais importantes para
se saírem bem nas provas do Enem. Como podem potencializar o desenvolvimento dessas
competências durante o ano? Como podem registrar esse desenvolvimento em suas Agendas?
Importante: Destaque que só é interessante ser manchete de jornal quando o conteúdo dela é
positivo, e que a dedicação e a autogestão na reta final do Ensino Médio são fatores importantes
para ninguém virar um meme do Enem.
COMPETÊNCIAS
Curiosidade para aprender, foco, organização, iniciativa social,
INTENCIONALMENTE
assertividade e autoconfiança.
DESENVOLVIDAS
PARA SUA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
1ª ETAPA
Como sugestão, indicamos que inicie comentando que, em nosso dia a dia, vivemos
situações um tanto diferentes umas das outras, e que não é difícil perceber como,
Ressalte que os papéis sociais são como modelos aos quais nos adequamos de acordo
com a situação na qual vivemos, mas é certo que cada pessoa, ao desempenhar um
papel, o faz de um jeito singular, trazendo sua personalidade e suas características para
tal representação. 53
Você pode aproximar mais os(as) alunos(as) do tema, detendo-se um pouco no papel
social dos(as) estudantes. Considere com eles(as), como exemplo, que cada escola tem
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
uma série de regras e normas a serem seguidas para que o cotidiano escolar seja
agradável e dinâmico, possibilitando a aprendizagem dos(as) alunos(as) e a convivência
de todos que fazem parte da comunidade escolar.
2ª ETAPA
Destaque que toda definição de papéis corresponde a respostas que damos a um conjunto de
perguntas relacionadas à situação que vivemos em um determinado contexto:
Proponha aos(às) estudantes que identifiquem e reflitam sobre alguns dos papéis que
conformam a vida social a partir da criação de um Inventário de Papéis Sociais.
Jornalista
• Descrição do papel social:
O(A) jornalista é responsável por noticiar fatos e acontecimentos do mundo. Ele(a)
busca informações a partir de entrevistas e pesquisas em várias fontes e com elas
produz os relatos desses fatos e acontecimentos, que são divulgados em diferentes
formatos pelos meios de comunicação. Algumas normas conformam atuação dos(as)
jornalistas, como abordar assuntos de interesse público e coletar e checar informações
sobre esses assuntos em fontes diferentes e consideradas confiáveis, de modo a
informar da maneira mais abrangente e melhor possível.
• Exemplos de situações em que esse papel é desempenhado:
54 Os(As) jornalistas costumam exercer sua profissão em empresas de comunicação,
produzindo informação para diferentes meios, como TV, rádio, jornais e revistas
impressos e web. Por estarem vinculados(as) a essas instituições no papel de
jornalistas, seu acesso a fontes de informação, como políticos, empresários, cientistas,
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
artistas, é mais facilitado do que para um(a) cidadão(ã) comum. Isso significa que o
papel do(a) jornalista é reconhecido e validado por suas fontes
• Exemplos de pessoas que desempenham esse papel:
São várias as maneiras de se desempenhar o papel de jornalista, e cada meio de
comunicação estabelece situações de trabalho diferentes para esses(as) profissionais.
O(A) jornalista pode atuar, por exemplo, como repórter, redator(a) ou editor(a) de texto,
colunista de opinião, âncora de telejornal, locutor(a) de programa jornalístico de rádio.
Alguns(Algumas) jornalistas famosos(as) no meio televisivo são William Bonner, Sandra
Annenberg, Marília Gabriela e José Luiz Datena.
• Modos de desvio, erros e gafes:
O principal desvio de um(a) jornalista é não cumprir seu papel de informar: não apurar
e checar corretamente uma informação antes de divulgá-la, seja por falhas não
intencionais, seja por irresponsabilidade no exercício profissional. Você se lembra das
chamadas fake news? Há também as divertidas gafes, causadas por falhas técnicas ou
trapalhadas, como nos casos em que um(a) apresentador(a) de telejornal comenta uma
notícia que não corresponde à imagem que está na tela, ou começa a rir durante a
notícia, ou erra o texto na leitura.
Ao final das apresentações, busque empreender uma conversa na qual eles(as) possam
comentar a atividade. Oriente para uma reflexão sobre o papel de estudante que eles(as)
desempenham. O que é ser estudante? Como eles(as) desempenham esse papel? Que modos
de desvio, erros e gafes são os mais comuns? Como gostariam de ser e o que pretendem fazer
55
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
O Ensino Médio já está chegando ao fim, aproximando você do mundo do trabalho e das
escolhas que estão em jogo no caminho da inserção profissional. São muitos os sonhos e
projetos para essa nova etapa da vida, mas será que também existem inseguranças, dúvidas e
incertezas quanto a ela?
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Se a sua resposta foi “sim”, não se preocupe: as dúvidas e incertezas relativas a esse momento
de transição da vida são comuns a boa parte dos(as) jovens e envolvem diferentes dimensões
do cotidiano. Será que vai dar tudo certo para eu seguir os caminhos que sonhei? Será que vou
receber o apoio da família? Será que minhas habilidades e competências são suficientes para
chegar aonde eu quero? Será que meus projetos se adequam às necessidades financeiras da
minha família?
E para você? Quais são as principais incertezas que, às vezes, fazem o futuro parecer uma
zona de perigo?
Não é só na escola e durante as aulas que se fala sobre o Enem: ele está na boca do povo.
Basta observar que, à medida que a data de realização do exame se aproxima, mais as mídias,
as famílias e a multidão de usuários(as) das redes sociais falam sobre ele. As pautas são as
mais diversas, e vão desde debates acalorados sobre os aspectos positivos e negativos desse
Mas o Enem não é uma prova qualquer. Para muitos(as) jovens, ele é uma das etapas que devem
ser cumpridas para a concretização de seus Projetos de Vida – seja para o ingresso numa
universidade pública, seja para a participação em outros programas governamentais voltados
para a educação, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa Universidade
para Todos (Prouni) e o Ciência sem Fronteiras.
Além de estudar e compreender os conteúdos das disciplinas, uma boa performance no Enem
exige planejamento e autogestão. Caso contrário, qualquer pessoa pode virar manchete de
jornal ou figurar em um viral da internet: 57
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Para aprofundar um pouco quanto a esse aspecto tão definitivo do Enem, conversem sobre as
seguintes questões:
Para quem ainda não sabe o que é isso, memes são imagens, vídeos e textos que se propagam pela
internet, ganhando grande visibilidade e popularidade. Em geral, são carregados de humor e só
podem ser compreendidos por aqueles(as) que entendem o contexto geral ao qual eles se referem.
É provável que todo(a) jovem da 3ª série do Ensino Médio fique com aquela dúvida: “Qual
será a temática da redação do Enem deste ano?”. Não dá para saber a resposta antes do dia do
exame, mas é possível se preparar para a prova mesmo sem saber exatamente qual assunto
será abordado nela. Acontece que, ao longo dos últimos anos, as propostas de redação do Enem
Dá para ver que a redação do Enem não é um bicho de sete cabeças e que, com bastante
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
dedicação, é possível se aperfeiçoar na escrita de textos dissertativos- argumentativos sobre os
mais diversos assuntos. Vejam só quais foram os temas propostos nos últimos anos:
Mas, se as propostas de redação têm sempre uma mesma base e os temas são parte do nosso
cotidiano – das conversas entre amigos(as) e em família, ou das notícias e dos textos que
circulam nos mais diferentes meios de comunicação –, como explicar manchetes como estas
a seguir?
No Enem de 2014, mais de 529 mil alunos(as) tiraram zero na redação. Desses, 284.903 entregaram
a prova em branco. Os(As) outros(as) tiveram a redação anulada pelos seguintes motivos:
60
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Após a leitura de todos esses dados, vocês conversarão a partir de algumas questões que
o(a) professor(a) problematizará. Boa discussão!
61
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
62
MAPA DE ATIVIDADES
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
ATIVIDADE 9
NA MIRA DAS MÍDIAS
Reflexão sobre as imagens publicitárias e as mídias jovens que apelam para uma
identidade com base no consumismo. Realizar uma produção autoral de áudio
sobre esse tema, dentro desse assunto, que os(as) estudantes julgarem relevantes.
•• 03 AULAS
ATIVIDADE 10
NOSSAS ESCOLHAS NA BALANÇA
•• 02 AULAS
A partir de uma série de textos de referência que versam sobre questões de gênero,
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
os(as) jovens refletem sobre o próprio cotidiano e sobre o mundo do trabalho.
•• 04 AULAS
ATIVIDADE 12
APLICANDO A LEI DE MURPHY
Dinâmica com as máximas da Lei de Murphy para os(as) jovens pensarem nas
atitudes necessárias ao enfrentamento das adversidades, sem desistir de suas metas.
•• 03 AULAS
A seguir, apresentaremos mais um conjunto de atividades que contribuirá para a organização do
seu plano de aula para o próximo ciclo.
Mais uma vez, indicamos que é importante adequar as atividades propostas ao tempo disponível
posto que, a depender do ritmo e da participação da turma, algumas podem levar mais ou menos
tempo que o previsto.
COMPETÊNCIAS
Imaginação criativa, interesse artístico, responsabilidade, organização,
INTENCIONALMENTE
autoconfiança, iniciativa social, assertividade, entusiasmo e respeito.
DESENVOLVIDAS
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
1ª ETAPA
Receba a turma e apresente a proposta e o objetivo da atividade. Dê-lhe alguns minutos para
que diga o que acha sobre uma atividade com o tema: Mídia e Juventude.
Como aquecimento para a atividade, sugerimos que distribua jornais e revistas e peça que cada
trio escolha uma imagem de um produto comercial cujo público-alvo sejam as crianças ou os(as)
jovens. Coloque no quadro alguns pontos para orientar a análise das imagens. A seguir,
apresentamos algumas sugestões:
•• Como a imagem foi produzida? O que revelam a escolha dos objetos, a pose do(a) modelo, o
enquadramento da fotografia, os recursos de luz e cores, os textos que acompanham?
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Peça para que os trios apresentem as imagens selecionadas e suas análises. Mobilize o restante
da turma, para que tragam contribuições ou comentários sobre as apresentações dos(as) colegas.
2ª ETAPA
Como próximo foco de debate, sugerimos a leitura de textos e notícias que os(as) estudantes
costumam ler nos espaços da mídia destinados ao público juvenil. Pergunte se a turma possui o
hábito de ler algum caderno de algum jornal destinado ao público jovem ou alguma revista para
o público jovem. Acompanham algum site, blog ou jornal virtual? Como eles(as) costumam se
informar sobre os temas que lhes interessam?
Informe que uma pesquisa realizada em 2005 identificou que os assuntos que mais despertam
interesse entre os(as) jovens foi violência, emprego e drogas. Eles(as) concordam que esses temas
são o de maior interesse? Ou eles(as) acham que, nos dias de hoje, existem outros mais relevantes?
A pesquisa a que nos referimos foi realizada pela Andi (Agência de Notícias dos Direitos
da Infância), e indica que desde 2005 o espaço dedicado à juventude nessas publicações
vem sofrendo retrações, o que fragiliza o debate público sobre os temas de relevância
social e de interesse da juventude. Segundo a pesquisa do Instituto Cidadania, os temas
que mais preocupam os(as) jovens são violência, emprego e drogas, temas estes que
nem sempre são abordados pela mídia jovem, ao menos não com frequência e com
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
qualidade. Para saber mais a respeito, leia o relatório “A mídia dos jovens”, disponível
em: <bit.ly/midiajovem>. Acesso em: 23 mar.2019.
Mesmo que os(as) estudantes não tenham como hábito a leitura de jornais ou revistas,
é importante investigar quais são as fontes de informação que consultam. De qualquer
modo, incentive-os(as) a ler jornais e revistas, tendo sempre uma atitude crítica para
identificar quais intenções e discursos estão por trás de cada veículo.
66
3ª ETAPA
Em roda de conversa, convide a turma para refletir sobre a seguinte informação: boa parte da
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
mídia dirigida à juventude trata o(a) jovem como consumidor(a), preferindo investir em temas como
entretenimento, moda, beleza, lazer etc. Além disso, os conteúdos produzidos por essa mídia são em
sua maior parte realizados por adultos, que consultam outras vozes para comporem as reportagens:
os(as) especialistas e, às vezes, os(as) próprios(as) jovens. No entanto, existem exemplos de mídias
que são pensadas e produzidas pelos(as) jovens, encontradas principalmente na internet.
Pergunte-lhes se conhecem alguma mídia produzida por jovens e o que pensam sobre elas.
Caso alunos(as) da turma conheçam projetos produzidos por jovens, peça que os apresentem
para os(as) colegas. Contribua também com seu conhecimento a respeito do tema. A seguir,
serão apresentadas algumas indicações:
Realizada pela equipe É nóis, de São Paulo. É uma agência que forma e produz conteúdo para
jovens. Disponível em: <bit.ly/revistanaresponsa>. Acesso em: 23 mar. 2019.
Realizado por quatro jovens da avela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Tem tiragem de 5 mil
exemplares. Disponível em: <www.falaroca.com>. Acesso em: 23 mar. 2019. Facebook: <bit.ly/
facefalaroca>. Acesso em: 23 mar. 2019.
Grupo de jovens comunicadores de Salvador, Bahia. Ótima experiência, porque é uma iniciativa
que começou pequena e hoje é superconhecida e respeitada nos grupos que discutem comunicação
A Agência Jovem de Notícias é da galera que faz a famosa Revista Viração. Além
de cuidar da revista, eles(as) são responsáveis por uma série de outras iniciativas
voltadas para os direitos da juventude, dos(as) adolescentes etc. Disponível em: <bit.ly/
agenciajovemdenoticias>. e Revista Viração. Disponível em: <bit.ly/revistaviracao>.
Acesso em: 23 mar. 2019.
Peça aos(às) jovens que registrem em suas Agendas os projetos que conhecem. Explique que os 67
registros serão de grande valia para a próxima etapa da atividade.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
4ª ETAPA
Peça para turma se organizar em quartetos e convide-a para uma produção de conteúdo
midiático para ser compartilhado com a comunidade escolar. Converse com a turma sobre quais
são as reais possibilidades dessa produção, a qual poderá ser uma programação de rádio, um
pequeno vídeo, um podcast, um boletim informativo ou mesmo um mural com cartazes nos
corredores da escola.
O importante é que essa produção seja planejada e organizada por todos(as) da turma e que apresente
um conteúdo que julguem relevante para os(as) jovens, a escola e dos muros para além da escola.
Para o planejamento da produção, faça problematizações para auxiliar a turma. Por exemplo:
exposta na escola.
5ª ETAPA
•• Como os aprendizados dessa atividade podem ser expandidos para outros momentos da
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Não se esqueça de pedir à turma para que façam registros de todo o processo em suas Agendas.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA
Receba a turma e oriente que se organize em roda de conversa para assistir a um vídeo.
Exiba a palestra Aventurar-se pelas Escolhas (TEDxUSP, 16’42’’. Disponível em: <bit.ly/
aventurarescolhas>. Acesso em 23 mar. 2019.), na qual a maestrina Ligia Amadio narra sua
trajetória para se tornar uma profissional da música, evidenciando a importância das escolhas
que fez e os motivos que a impulsionaram.
Ao fim do vídeo, oriente que a turma se organize livremente em trios. Explique que a palestra de
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Ligia Amadio servirá como referência para uma conversa em que cada estudante deverá falar um
pouco sobre suas escolhas e seus Projetos de Vida. A seguir estarão algumas sugestões de questões
para serem debatidas. Acrescente outras que considere pertinentes para o debate em sua turma.
•• Quais são as suas principais inseguranças diante das escolhas que tem que fazer?
•• O que você leva em conta para definir o que é melhor ou pior no momento de fazer escolhas
que impactam seu Projeto de Vida?
•• Além das vontades e habilidades, o que pesa nas suas decisões (pressão da família,
necessidades financeiras, sonho, o dom, um “chamado da alma”)?
•• Que competências e habilidades você vem desenvolvendo na escola e que acredita que
70 precisará praticar no longo caminho que irá percorrer para realizar seus sonhos futuros?
2ª ETAPA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Em seguida, tendo como inspiração o vídeo e a discussão realizada, cada trio deve construir
um questionário de 5 perguntas relacionadas à temática da atividade. Explique o objetivo dessa
ação: na semana que separa este do próximo encontro, cada estudante deve conversar com duas
pessoas de seu convívio pessoal (dentro ou fora da escola) e registrar os principais pontos do
bate-papo, guiado(a) pelo questionário, em sua Agenda.
Peça para que cada trio escolha um(a) representante para apresentar suas perguntas para a
sala. Traga suas considerações, auxilie no aprimoramento das questões dos trios e reforce a
importância de os(as) alunos(as) realizarem suas entrevistas para a próxima aula.
Caso as duas aulas destinadas a esta atividade aconteçam no mesmo dia, organize seu
cronograma de modo a trabalhar as etapas 1 e 2 desta atividade. Siga para a atividade
3ª ETAPA
Receba a turma e peça que retome os mesmos trios em que trabalharam juntos nas etapas 1 e 2
desta atividade. Oriente os(as) estudantes para que cada um(a) comente com os(as) colegas do
Em seguida, cada trio deve condensar, em alguns tópicos, os pontos que julgarem mais
importantes e interessantes das conversas. Para isso, coloque aos trios algumas questões que
podem ajudá-los a “peneirar” os conteúdos das conversas, como:
•• Durante essa etapa, circule entre os trios para observar suas anotações e pedir que
compartilhem com você algumas das histórias e ideias ouvidas.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
4ª ETAPA
Nesta etapa, os(as) estudantes devem trabalhar individualmente. Distribua cópias do Anexo 3.1.
e oriente a turma no preenchimento dos Quadros das escolhas, tendo em vista a conversa feita
em sala anteriormente e também as discussões e atividades desenvolvidas nas atividades de
Projeto de Vida.
Cada aluno(a) deve refletir sobre duas escolhas que terá que realizar num futuro
próximo. Cada quadro se refere a uma dessas escolhas, e neles os(as) estudantes
registrarão suas principais questões em relações a tais escolhas: ou seja, colocarão as
escolhas nas balanças.
Uma vez que todos(as) finalizaram o preenchimento dos quadros, peça que eles(as) se organizem
em uma roda de conversa. Estimule que alguns(algumas) dos(as) jovens apresentem o quadro
que fizeram, dizendo quais foram os maiores desafios enfrentados na feitura do exercício e como
a conversa anterior em trios ajudou nessa elaboração. Incentive também que os(as) estudantes
encontrem paralelos e diferenças entre suas percepções sobre as escolhas que devem fazer.
Para encerrar a aula, faça uma breve avaliação dos encontros, relacionando a atividade aos
objetivos dos encontros de Projeto de Vida.
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
72
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PARA SUA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
Em 2015, o Enem provocou uma ampla discussão nas mídias sociais. A redação
propunha uma reflexão sobre "A persistência da violência contra a mulher na sociedade
brasileira", e tal temática suscitou variados discursos, tanto favoráveis quanto
desfavoráveis à abordagem da violência de gênero no exame. Fato é que as diversas
questões que orbitam em torno da temática do gênero precisam ser discutidas,
especialmente no contexto desigual do país. O Anexo 3.2, disponível ao fina da
atividade, apresenta uma série de sites e pesquisas nos quais você pode se aprofundar
para conhecer um pouco mais sobre o assunto e se preparar para a mediação do
encontro. Recomendamos também a leitura da edição de número 17 da revista Onda
Jovem, totalmente dedicada às questões de gênero.
1ª ETAPA
Inicie informando aos(às) jovens que as questões de gênero serão a temática que guiará
este e o próximo encontro. Pergunte aos(às) jovens quais são suas expectativas para uma
discussão sobre essa temática em Projeto de Vida e apresente para eles(as) um breve panorama
da atividade.
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Peça que a turma se divida em trios para discutir as questões a seguir. Assinale
a importância de os(as) estudantes registrarem suas respostas na Agenda, para que possam, na
próxima etapa, dialogar com toda a turma.
Com a turma novamente em uma roda de conversas, peça que os(as) estudantes compartilhem
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
3ª ETAPA
Finalizado o debate, distribua cópias do primeiro momento do Anexo 3.2. Explique que nele
encontrarão algumas referências para enriquecer e problematizar os entendimentos que
apresentaram sobre as questões de gênero. Peça que eles(as) retornem aos trios e leiam com
atenção o primeiro momento do texto “Precisamos falar sobre gênero!” do Anexo 3.2.
4ª ETAPA
Encerre o encontro informando que, na aula seguinte, a discussão sobre gênero continuará,
dessa vez como foco na sua relação com o mundo do trabalho.
5ª ETAPA 75
Receba a turma, sinalizando que a proposta do encontro é dar sequência às discussões sobre gênero
e, neste momento, sobre o mundo do trabalho. Conheça as percepções dos(as) estudantes sobre
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
esse assunto. O que eles(as) acham sobre remuneração distinta para cargos semelhantes e gêneros
diferentes? O que eles(as) já leram a esse respeito? Que opinião possuem sobre essa questão?
Após a discussão de abertura da aula, distribua o segundo momento do Anexo 3.2. e peça
que turma se organize em trios para a leitura da matéria publicada pela Agência Brasil, em
2015, sobre a relação entre as questões de gênero e o mundo do trabalho. Após a leitura e o
preenchimento do quadro sobre promoção de igualdade de gênero, peça para que a turma se
organize novamente em roda de conversa, para compartilharem suas reflexões. Mobilize os(as)
alunos(as) para registrar em suas Agendas ou montem um quadro com as ideias-chave sobre
ações que promovam igualdade de gênero.
6ª ETAPA
Para finalizar o encontro, vocês farão uma avaliação dos dois últimos encontros de Projeto de
Vida. Algumas questões podem guiar essa conversa:
AMPLIANDO AS POSSIBILIDADES
DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS
Discutir sobre gênero é uma necessidade no contexto do século 21. Essa atividade é um
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Esse pode ser um momento valioso para compartilharem seus aprendizados e ainda
gerarem transformações significativas no ambiente escolar.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
COMPETÊNCIAS
Imaginação criativa, foco, organização, persistência, autoconfiança,
INTENCIONALMENTE
iniciativa social e entusiasmo.
DESENVOLVIDAS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
Nessa atividade, vence o grupo que mais pontos conseguir acumular a partir da criação
de regras da Lei de Murphy. Está colocada aí uma competição, mas ela é proposta mais
como uma estratégia para estimular a produção e a reflexão dos(as) alunos(as) do que
propriamente como uma disputa. O importante de todo o processo é trazer ainda mais
insumo para a discussão da temática. Por isso, em momentos como este, é importante
cuidar para que a competição não deixe de ser amigável e tranquila.
Para esta aula, providencie cópias do Anexo 3.3., disponível ao final deste material.
1ª ETAPA
É importante que você, professor(a), faça explicitamente esta reflexão com os(as) alunos(as) para
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
que eles(as) não entendam, equivocadamente, que as coisas sempre darão errado para eles(as) ou
que as chances de falharem são maiores do que as de obterem sucesso.
2ª ETAPA
Distribua cópias do Anexo 3.3. e indique que os(as) estudantes devem se revezar na tarefa de ler
em voz alta e colar no quadro as cartelas com a definição da Lei de Murphy, que trazem algumas
de suas máximas mais conhecidas.
78
3ª ETAPA
Após a leitura coletiva, solicite que os(as) alunos(as) se reúnam em dois pequenos grupos para
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
realizarem um jogo.
1 Cada grupo tira em sorteio duas cartelas, cada uma indicando um determinado
contexto, e elabora regras da Lei de Murphy para cada circunstância. Os times
terão 20 minutos. Cada regra vale um ponto. Regras repetidas e muito
semelhantes serão consideradas uma única regra. As cartelas com as regras
criadas devem ser coladas no quadro.
4ª ETAPA
Para finalizar a atividade, oriente a turma a se organizar em roda para um debate a partir do
seguinte questionamento (ou de outro que você considerar mais pertinente para o momento):
Retome as atitudes e ações que os(as) alunos(as) indicaram no segundo desafio do jogo e
trabalhe a identificação e a importância das competências que precisaram lançar mão em cada
um dos desafios. Neste momento, é importante que a turma consiga significar os aprendizados
gerados a partir de uma atividade lúdica e pensar nas formas como irão expandir esses
conhecimentos para outros momentos na escola, em outras aulas e, principalmente, em sua vida
após o Ensino Médio.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Na hora de fazer escolhas e bater o martelo para uma decisão, é comum se debater entre
uma opção e outra. Essa dificuldade em eleger o caminho correto ou aquele que parece mais
proveitoso, ou ainda aquele que apresenta menos riscos é algo que enfrentamos o tempo todo,
mesmo nas miudezas do cotidiano. Quem nunca se perguntou várias vezes sobre o que fazer
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
numa tarde sem programação, sobre como abordar alguém que nem se conhece, sobre como
pedir desculpas ou um favor?
Se, por um lado, toda escolha faz com que a gente pese na balança suas vantagens e
desvantagens, é verdade também que planejar os próximos passos de uma trajetória
profissional coloca muito mais em jogo do que a decisão de torcer pela vítima ou pelo vilão de
uma história. A proposta é que você transcreva para os quadros das próximas páginas alguns
dos embates e conflitos que você já travou consigo mesmo(a), pensando sobre os caminhos que
planeja seguir daqui para a frente. Quer se graduar ou sair direto do Ensino Médio para o mundo
do trabalho? Qual curso gostaria de fazer na faculdade?
80
Qual a natureza das escolhas a serem transcritas, é você quem decide! Mas elas devem estar
relacionadas ao seu Projeto de Vida. Agora, mãos à obra! Quando todos(as) finalizarem o
preenchimento dos quadros, será o momento de compartilhar o que você produziu com o
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
restante da turma.
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2
OPÇÃO 1 OPÇÃO 2
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
OPÇÃO?
Como ela se aproxima dos
seus sonhos e vontades; como
ela pode trazer para você
realização e crescimento
pessoal; como ela pode ser
uma resposta a possíveis
problemas e necessidades.
ANEXO 3.2.
Primeiro momento
Mas, afinal de contas, o que é identidade de gênero? Revezem-se na leitura do trecho do texto
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
“Identidade de gênero: Uma introdução”, escrito por Beatriz H. M. Leite e Natália Lobo e
publicado na primeira edição da revista Capitolina. Trata-se de uma introdução à questão dos
gêneros, que não tem como objetivo esgotar o assunto, mas apresentar alguns de seus pontos
mais importantes.
Eu me chamo Natália e consta na minha certidão de nascimento que pertenço ao sexo feminino
porque tenho uma vagina. Portanto, meu sexo foi definido biologicamente, ou seja, tomando
como base o órgão genital com que eu nasci.
Mas o que significa pertencer ao sexo dito feminino? O que significa ser “mulher”? Assim
como quase tudo que nos caracteriza, nosso gênero é construído pelas experiências que temos
na vida, com quem mantemos contato, em que condições vivemos, em que cultura estamos,
experiências que passamos, entre diversas outras coisas. Por isso dizemos que o gênero (ser
“mulher”/”homem”) é uma construção social, e não uma genitália. Uma parte dessa construção
social de gênero é a construção dos papéis de gênero.
Por essa lógica, nosso gênero estaria diretamente ligado ao nosso sexo biológico (ter vagina
ou pênis). A gente também aprende que, ao ter uma vagina, deveríamos gostar de quem tem
pênis e vice-versa (em geral, nos ensinam que devemos ser heterossexuais). Ou seja, como
se nosso sexo biológico também estivesse diretamente ligado à nossa orientação sexual (ser
Por isso, apesar de muita gente supor que toda travesti, transgênero, transexual (que são
representados no termo trans*, junto com outros termos) é homossexual, isso não é verdade.
Uma pessoa trans* é aquela que se identifica com o gênero diferente do registrado no seu
nascimento de acordo com sua genitália. Assim, um homem trans* é aquele que nasceu
com uma vagina e se identifica com o gênero masculino; enquanto uma mulher trans* é
83
aquela que nasceu com um pênis, mas se identifica com o gênero feminino, e tanto um
como outro podem ter qualquer orientação sexual.
Então, desde que nascemos, vamos recebendo sinais de qual é o papel da mulher e do
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
homem na sociedade, como se fossem duas caixinhas às quais temos que nos adequar.
Por exemplo: nós, mulheres, somos designadas a casar, ter filhos e cuidar da casa e,
então, desde pequenas somos estimuladas a brincar de boneca (imitando o que é ser mãe)
ou de “cozinha”/”casinha” (imitando o trabalho doméstico). Para as pessoas que não se
enquadram nessas caixinhas, sair delas é bem complicado.
Quando a pessoa quer seguir o que não é esperado, está mais perto de ser marginalizada e
de encontrar dificuldades para viver como quer. As pessoas trans* sofrem diariamente com a
transfobia, que é a discriminação contra qualquer pessoa trans*.
Essa discriminação pode vir de diversas formas: desde o assassinato (simplesmente por
ser trans*), dificuldade de conseguir emprego e até mesmo documentos que possam estar
de acordo com como a pessoa gostaria de ser reconhecida. As pessoas (e são muitas) que
cometem a discriminação contra trans* são chamadas de transfóbicas [1] .
1. Trecho do texto “Identidade de gênero: Uma introdução”, escrito por Beatriz H. M. Leite e Natália Lobo e publicado na
primeira edição da revista Capitolina. O texto, completo e ilustrado, pode ser lido no link: <http://www.revistacapitolina.
com.br/identidade-de-genero-uma-introducao/>. Acesso em: jan. de 2019.
Segundo momento
Finalizada a discussão, revezem-se na leitura da matéria a seguir, publicada pela Agência Brasil
em 2015, sobre a relação entre as questões de gênero e o mundo do trabalho.
84
QUANTO MAIOR A ESCOLARIDADE,
MAIOR A DESIGUALDADE DE
RENDA ENTRE HOMEM E MULHER [2]
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
O rendimento médio por hora de uma mulher no Brasil equivale a 74% do rendimento
médio de um homem. Essa diferença aumenta conforme são adicionados mais anos
de estudo ao currículo. Os dados foram divulgados hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais.
Entre a população menos escolarizada, com até quatro anos de educação formal, essa
proporção sobe para 78%. Os dados mostram, no entanto, que esse grupo de mulheres
2. Matéria publicada pelo portal Agência Brasil em dezembro de 2015. Pode ser lida em
http://bit.ly/desigualdade-trabalho. Acesso em: jan. de 2019.
Jornada desigual
No período analisado, tanto homens quanto mulheres tiveram uma redução em sua
jornada total de trabalho, que inclui tanto o tempo gasto no emprego formal quanto o
Em média, um homem brasileiro trabalha 41,6 horas semanais em seu trabalho principal
e mais 10 horas no trabalho doméstico, o que gera uma jornada total de 51,3 horas –
menor que as 53,1 horas registradas em 2004. A redução na jornada dos homens se
concentrou no trabalho formal, que passou de 44 horas semanais, em 2004, para as
atuais 41,6 horas. O tempo gasto nos afazeres domésticos se manteve igual em dez anos.
Já para as mulheres, o tempo gasto nas tarefas domésticas caiu de 22,3 horas
semanais para 21,2 horas, de 2004 para 2014. Essa queda explica a redução da
jornada total, que passou de 57,2 horas para 56,3 horas semanais. O tempo investido 85
no trabalho formal se manteve de 2004 para 2014: 35,5 horas. Segundo a pesquisa,
90,7% das mulheres que trabalhavam em 2014 também realizavam tarefas domésticas,
percentual muito próximo dos 91,3% registrados em 2004. Ao longo desses 10 anos,
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
a variação da mesma estatística para homens foi de 46% para 51%. Em relação à
formalização, houve melhora para as mulheres: de 2004 a 2014, cresceu 60% o
número de mulheres ocupadas em trabalhos formais, enquanto para os homens essa
alta foi 43,6%. Os dados do IBGE mostram ainda que as mulheres jovens são o grupo
que tem maior dificuldade de se inserir no mercado de trabalho: uma em cada cinco
jovens que tem entre 16 e 24 anos de idade está desocupada – grupo que inclui pessoas
que procuraram emprego na semana da pesquisa e não encontraram.
A matéria aponta para vários aspectos da desigualdade de gênero, como o fato de as mulheres
serem menos valorizadas em seus empregos e terem jornada de trabalho múltipla, assumindo,
em grande parte dos casos, a responsabilidade pelas tarefas domésticas.
Tendo essas informações em vista, e os vários outros aspectos sobre o cotidiano familiar,
escolar e do mundo do trabalho discutidos em Projeto de Vida, o trio deverá elaborar algumas
proposições sobre como promover a igualdade de gêneros na escola, em casa e no mundo do
trabalho. Preencham o quadro a seguir com as proposições de vocês.
Na escola
Em casa
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
No mundo do trabalho
ANEXO 3.3.
86
CARTELA 1 – DEFINIÇÃO DA LEI DE MURPHY
“Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará.” Há várias versões
sobre o surgimento dessa “regra” e da Lei de Murphy, que se aplica às mais diversas situações
da vida. A versão mais difundida – contada no livro Uma história da Lei de Murphy, de Nick Spark,
ainda inédito no Brasil – é a de que o autor da famosa frase é Edward A. Murphy Jr., major e
engenheiro da Força Aérea americana na década de 1940. A frase teria sido formulada após
um acontecimento típico da futura "lei": em um experimento para testar a tolerância humana
à aceleração da gravidade, um técnico tinha que encaixar 16 medidores de aceleração em uma
máquina e, por força de uma "lei" até então inominada, não acertou a posição de nenhum. Foi
então que Murphy disse a tal frase e seu colega John Stapp, um major com visão de publicitário,
decretou a criação da "Lei de Murphy”.
Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará.
Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e
de modo que cause o maior dano possível.
Se você perceber que uma coisa pode dar errado de quatro maneiras e conseguir driblá-las, uma
quinta surgirá do nada.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Se está escrito Tamanho Único, é porque não serve em ninguém.
A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do
carpete.
Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
Se você tem alguma coisa há muito tempo, pode jogar fora. Se você jogar fora alguma coisa que
tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo.
Quando te ligam: a) se você tem caneta, não tem papel; b) se tem papel, não tem caneta; c) se
tem ambos, ninguém liga.
Oitenta por cento do exame final que você prestará serão baseados na única aula que você
perdeu, baseada no único livro que você não leu.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
90
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
MAPA DE ATIVIDADES
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
ATIVIDADE 13
HISTÓRIAS DE VIDA
•• 04 AULAS
ATIVIDADE 14
COMPETÊNCIA PARA O MUNDO DO TRABALHO
•• 02 AULAS
•• 02 AULAS
ATIVIDADE 16
COMPARTILHANDO APRENDIZAGENS:
PROJETO DE VIDA EM IMAGENS
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
•• 04 AULAS
Concluindo o 4o ciclo de Projeto de Vida, apresentamos mais um conjunto de atividades
que visam apoiar a construção de seu plano de aula para o desenvolvimento intencional de
competências socioemocionais.
92
Mais uma vez, indicamos que é importante adequar as atividades propostas ao tempo
disponibilizado para estas em sua escola, posto que, a depender do ritmo e da participação da
turma, algumas podem levar mais ou menos tempo que o previsto.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
COMPETÊNCIAS
Determinação, persistência, curiosidade para aprender, pensamento
INTENCIONALMENTE
crítico, imaginação criativa.
DESENVOLVIDAS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA
Inicie o encontro orientando que os(as) estudantes se organizem livremente em trios. Distribua
cópias do Anexo 1 e explique a proposta da atividade, ou seja, a turma terá a oportunidade de
conhecer e refletir sobre a história bem-sucedida de jovens que conseguiram seguir seus Projetos de
Vida, enfrentando desafios, repensando percursos e se utilizando das mais diversas competências
socioemocionais. A partir delas, produzirão perfis jornalísticos sobre outros(as) jovens.
2ª ETAPA
Instrua os(as) integrantes dos trios a se revezarem na leitura do Anexo 4.1., que traz a história
de vida de dois jovens: uma paulista, que cursa psicologia na Universidade Federal do Paraná, e
um goiano, que se tornou professor de educação física.
Essas perguntas apresentam chaves de leitura possíveis para a história dos jovens, mas
os trios podem ir além. Incentive-os a buscarem outros aspectos importantes do mundo
do trabalho nos relatos, que não estejam compreendidos nas três perguntas.
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
3 ª ETAPA
Finalizada a leitura e a discussão, explique aos(às) jovens os próximos passos da atividade, que
começam agora e terminam no próximo encontro: cada trio irá pesquisar e produzir um breve
perfil sobre um(a) jovem e sua entrada no mundo do trabalho, num exercício textual semelhante
ao dos perfis lidos na etapa anterior. No tempo final do encontro de hoje, eles(as) deverão iniciar
a pesquisa e a escolha do(a) jovem cuja vida desejam relatar.
94
4ª ETAPA
Para a continuação da atividade, oriente os(as) jovens a seguir as instruções finais do Anexo
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Nos minutos finais da primeira aula, os(as) estudantes devem prosseguir com a
pesquisa de histórias de vida de jovens e eleger um(a) cuja história desejam contar.
Cuide para que cada time opte por um(a) jovem diferente, de modo que as escolhas
não se repitam. Lembre-os(as) de discutirem as histórias encontradas e de tomarem
notas sobre elas.
O perfil pode ser escrito a partir de dados coletados na internet, mas incentive-os(as) a
buscar outras formas de apurar as informações necessárias. Como uma possibilidade
rica e desafiadora, oriente os(as) estudantes a entrar em contato com o(a) jovem
• Buscar, na internet, os contatos do(a) jovem escolhido(as): pode ser e-mail, telefone
ou alguma rede social. Se for alguém do círculo de relações dos(as) estudantes, essa
etapa fica ainda mais fácil.
• Contatar o(a) jovem, explicar o porquê do contato e os objetivos da entrevista.
Perguntar se ele(a) toparia participar da atividade como entrevistado(a).
• Combinar um horário e uma forma de realizar a entrevista: será por e-mail, por
5ª ETAPA
Oriente os(as) estudantes a dar continuidade à pesquisa para a composição dos perfis.
Determine um tempo para que possam finalizar essa apuração, a partir do que foi estipulado na
aula anterior (pesquisa na internet ou entrevista). 95
Em seguida, com a turma, estabeleça um tempo para redigirem um breve perfil do(a) jovem
escolhido(a). O time deverá compor um único perfil, mas estimule que todos(as) registrem o
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
texto em suas Agendas.
6ª ETAPA
Para finalizar a atividade, faça uma roda de conversas em que os trios possam apresentar os
textos que compuseram e falar sobre o processo de apuração.
A seguir, apresentaremos algumas sugestões que você pode utilizar para estimular o debate.
•• Como vocês relacionam o mundo do trabalho aos projetos de vida nos perfis relatados?
•• O que vocês aprenderam a partir das histórias de vida desses(as) outros(as) jovens?
•• Vocês se identificam com alguma das histórias contadas? Por quê?
•• Quais competências vocês identificaram que foram relevantes para as trajetórias desses(as)
jovens? Quais delas podem ajudar vocês também e quais são específicas da trajetória
daqueles(as) estudantes?
COMPETÊNCIAS
Curiosidade para aprender, foco, organização, autoconfiança, iniciativa
INTENCIONALMENTE
social, assertividade e respeito.
DESENVOLVIDAS
96
DURAÇÃO PREVISTA 2 aulas.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
1ª ETAPA
Receba a turma e esclareça que esta é a primeira etapa da atividade “Competências e o mundo
do trabalho”, que tem como objetivo estimulá-los(las) a avaliar e identificar as próprias
competências socioemocionais, relacionando-as a algumas demandas do mundo do trabalho.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
2ª ETAPA
Distribua cópias do texto “O que eles esperam de nós”, disponível no Anexo 4.2., ao final deste
material. Convide a turma para se organizar em quartetos e realizar a leitura compartilhada
da primeira parte do texto, que apresenta depoimentos sobre as características que algumas
grandes empresas buscam em seus(suas) funcionários(as).
•• Quais as semelhanças entre os vários depoimentos e o que elas indicam sobre o mundo do
trabalho?
Após a leitura e discussão do texto, oriente os grupos a seguir os passos do “como fazer” um
currículo de competências. Defina um tempo para essa produção. Em seguida, promova uma
roda de conversa para a turma trocar ideias sobre o processo vivenciado no encontro. Estimule o
debate com as seguintes questões:
4ª ETAPA
Finalize a aula reforçando a importância de os(as) estudantes terem clareza das competências
que possuem nos momentos de entrevistas a vagas de emprego. Estimule-os(as) a registrar seus
currículos em suas Agendas, pois este será útil para sua inserção no mundo do trabalho.
98
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
COMPETÊNCIAS
Curiosidade para aprender, imaginação criativa, interesse artístico, foco,
INTENCIONALMENTE
organização, autoconfiança, iniciativa social, assertividade e respeito.
DESENVOLVIDAS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA
Receba a turma e apresente o propósito da aula de hoje: construir uma linha do tempo que
registre o desenvolvimento de competências de cada um(a). A proposta é que a turma use a
criatividade. Vocês podem criar a linha do tempo individual ou coletivamente. O importante é
que cada estudante reflita sobre seus processos de aprendizagem e pensar em como eles serão
aplicados em suas vidas.
2ª ETAPA
Peça para a turma revisitar suas Agendas (o caderno ou material no qual registram suas reflexões
sobre si, sobre sua relação com o mundo e sobre suas expectativas para o futuro). Apresente
algumas questões disparadoras para essa leitura de memórias. A seguir serão apresentadas
4
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
3ª ETAPA
Distribua o material para a confecção da linha do tempo. Use o material disponível em sua
escola: cartolina, barbante, tinta, linha, material reciclado etc. Para apoiar na construção da
100 linha do tempo, apresente algumas orientações para orientar o trabalho:
Aproveite essa oportunidade e crie com sua turma outras referências necessárias para a
construção da linha do tempo.
4ª ETAPA
Ao final da elaboração da linha do tempo, peça a turma que se organize em roda de conversa
para que possam apresentar as produções. Aproveite esse momento para trazer suas
Apresente você também os registros que fez durante a experiência como professor(a) de
Projeto de Vida, como se planejou para dar as aulas e qual a importância desse trabalho em
sua vida profissional.
Se possível, converse com a equipe gestora de sua escola sobre a possibilidade de uma exposição
101
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
COMPETÊNCIAS
Imaginação criativa, interesse artístico, responsabilidade, organização,
INTENCIONALMENTE
autoconfiança, iniciativa social e entusiasmo.
DESENVOLVIDAS
PARA SUA
PRESENÇA
PEDAGÓGICA
DESENVOLVIMENTO
Inicie a aula em roda de conversa e apresente o objetivo da atividade das próximas aulas: os(as)
estudantes serão convidados (as)a preparar uma apresentação por meio de imagens ou recursos
audiovisuais para a comunidade escolar.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Os(As) alunos(as) poderão apresentar uma exposição de fotos, a partir da qual narram sua
experiência nas aulas de Projeto de Vida. Podem fazer um vídeo, uma peça de teatro, uma
apresentação musical, um programa da rádio da escola etc. Explore ao máximo a criatividade
e colaboração da turma. O importante é que todos(as) estejam envolvidos(as) e que os
aprendizados das competências sejam apresentados.
Uma dica importante: Mobilize a turma para registrar todas as etapas da atividade com
fotos. Elas serão parte importante da memória dessa atividade e podem ser uma ferramenta
interessante na 4ª etapa, quando farão a avaliação de todo o processo.
Lembre a turma de pedir autorização para a equipe gestora, caso utilizem espaços e
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
3 Execução: Esta é uma atividade a partir da qual a turma lançará mão de todas
as competências socioemocionais desenvolvidas e/ou potencializadas durante o
ano. Lembre-os(as) disso. Seja apenas um(a) mediador(a) da atividade, auxiliando
a turma a atuar com autonomia.
104
2ª ETAPA
a. Dialogar com a equipe gestora para realizar combinados sobre os espaços escolares
utilizados durante a atividade;
b. Criar uma lista com tudo o que precisa ser providenciado;
c. Fazer uma lista dos materiais necessários para a realização da atividade;
d. Organizar-se em time e definir com clareza quem será responsável pelo quê;
e. Criar um cronograma para toda a atividade. Nele, descreva a atividade, o tempo necessário
para sua execução e os responsáveis por ela. Veja um exemplo no Anexo 4.3.
Dica importante: Todo o planejamento deve ser registrado. Essa costuma ser uma etapa mais
desafiadora para os(as) jovens. Ajude a turma a compreender a importância do registro escrito
em projetos de pequena e grande escala.
Chegou a hora da execução. Esse costuma ser um momento de muita ansiedade para a turma.
Deixe claro que você estará por perto para apoiá-los(las) no que for necessário. Apresente o objetivo
da atividade para a comunidade escolar. Fale sobre o percurso do componente Projeto de Vida a
explique as razões dessa apresentação. Crie um ambiente de confiança para os(as) estudantes.
4ª ETAPA
Após a apresentação, realize uma roda de conversa com a turma para que possam avaliar a
Após a avaliação, convide a turma para fazer o registro dessa experiência em suas Agendas. 105
CONVITE ESPECIAL
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Caro(a) professor(a),
Aproveite este momento para fazer sua autoavaliação sobre a experiência em ministrar
um componente que tem, por objetivo, o desenvolvimento intencional de competências
socioemocionais.
O que você pretende continuar fazendo, caso seja novamente responsável pelo Projeto
de Vida na escola? O que pretende modificar em sua mediação e presença pedagógica?
Compartilhe seu registro com os(as) profissionais com os(as) quais mantém interface
para o desenvolvimento desta proposta pedagógica.
Boa sorte!
HISTÓRIAS DE VIDA
A história de cada um
O mundo do trabalho apresenta desafios para todos(as) os(as) jovens. O mais interessante, porém,
é que cada um(a) encontra saídas diferentes para superá-los. Por isso as trajetórias de vida são tão
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
Logo a seguir, vocês poderão conhecer os perfis de dois jovens que se deram bem nesse processo,
conseguindo fazer escolhas responsáveis, mesmo encarando algumas dificuldades.
O “clique”
106
Quando estava no Ensino Médio, Nathalie Brito foi a uma biblioteca de sua cidade para
cumprir um desafio de leitura proposto em um projeto escolar. Durante a visita, ela tomou
contato com O diário de Anne Frank, livro em que uma garota holandesa descreve o
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
cotidiano de sua família judaica que vivia escondida em Amsterdã, durante a ocupação
nazista naquele país. Foi do contato com esse livro que algumas de suas dúvidas quanto
à profissão que gostaria de seguir foram esclarecidas: “Decidi que queria fazer psicologia,
que assim poderia mudar o mundo e aliviar todo o sofrimento das pessoas”.
Lapidando as ideias
“Algumas competências que desenvolvi na escola foram essenciais para que eu pudesse
dizer: sou capaz. Fiz do estudo e da leitura grandes aliados”, conta Nathalie. Ela explica
que pesquisar sobre o curso que queria fazer e sobre as universidades foi fundamental.
Só dessa maneira ela descobriu que as instituições federais oferecem subsídios para
alguns(algumas) de seus(suas) estudantes, o que possibilitou que ela pudesse sair do
interior de São Paulo e ir para Curitiba, onde hoje cursa o último ano de psicologia, na
Universidade Federal do Paraná.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
Mudanças
Alisson das Neves mora no Distrito Federal, tem 28 anos e hoje é professor de educação
física. Para ele, o percurso escolar foi recheado de mudanças. No Ensino Fundamental
ele era enxergado como um “aluno problema”, pois discutia com os(as) professores(as)
e era “danado”, como ele mesmo diz. Já no Ensino Médio, ele adotou outra postura.
“Comecei a ser mais rigoroso com meus compromissos, mais autônomo, e passei a me
integrar à vida escolar”, conta. Para isso, foi fundamental o seu envolvimento com a
cultura hip-hop, o que conferiu a ele uma habilidade de se conectar com as pessoas,
de falar bem em público, de se expor e se colocar nos momentos necessários. O outro
foi a decisão de participar ativamente da escola. Isso lhe conferiu reconhecimento e
fortaleceu sua identidade política, ou seja, sua vontade de participar das decisões e
melhorias do que era comum aos(às) alunos(as).
Quando entrou para a faculdade de educação física, Alisson viu que sua experiência
de trabalho enriquecia sua postura como estudante. Ele se saía bem nos trabalhos e
se destacava como aluno da turma. Ao se formar, logo conseguiu trabalho em uma
academia, e, em seguida, em escolas, nas quais é professor de educação física do Ensino
Médio. Alisson pensa em continuar estudando, fazendo cursos e especializações, e se
esforça para realizar o sonho de dar aula em escolas públicas.
Ele resume todo esse percurso, em que foi desenvolvendo suas competências e
seus conhecimentos, em uma rica metáfora: “No Ensino Médio, eu tinha algumas
ferramentas em meu bolso. Na faculdade, as carregava em uma maleta. Agora, no
mundo do trabalho, tenho um grande arsenal de ferramentas”.
Como contado nos perfis acima, a passagem do Ensino Médio para o mundo do trabalho demanda
dedicação, iniciativa, planejamento, responsabilidade... São várias ações e competências que
complementam as escolhas feitas e determinam um futuro de realização pessoal e profissional.
Para ter uma ideia ainda melhor de jovens que seguiram seus próprios caminhos, que tal
pesquisar sobre mais alguns(algumas) deles(as)? Na próxima etapa da atividade, cada trio deve
escolher um(a) jovem (ou grupo de jovens), pesquisar um pouco sobre sua história e, ao final,
escrever um perfil jornalístico sobre essa pessoa, como os apresentados acima.
“Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari, no livro Técnica de reportagem – Notas sobre a
narrativa jornalística (1986), explicam que perfil, em jornalismo, ‘significa dar enfoque
na pessoa – seja uma celebridade, seja um tipo popular, mas sempre o focalizado é
protagonista da história: sua própria vida’.
O perfil pode ser leitura saborosa quando consegue contar passagens relevantes da
vida e carreira do entrevistado, colher suas opiniões em assuntos importantes, ouvir o
que dizem dele os amigos e os inimigos, mostrar como faz o que faz. Sérgio Vilas Boas, 109
no livro Perfis – E como escrevê-los (2003), diz que, diferentemente das biografias em
livro, em que os autores têm de enfrentar os pormenores da história do biografado, os
perfis podem focalizar apenas alguns momentos da vida da pessoa. É uma narrativa
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
curta, tanto na extensão (no tamanho do texto) quanto no tempo de validade de
algumas informações e interpretações do repórter.”
Ao todo, vocês terão o restante do encontro de hoje e mais 25 minutos da próxima aula para
pesquisar, apurar e até mesmo entrevistar o(a) jovem selecionado(a) por vocês, conforme as
instruções que o(a) orientador(a) apresentará em breve. O restante do tempo será destinado à
escrita do perfil, que deverá ser feita no quadro da próxima página.
O tempo é curto, mas suficiente, e ninguém pode ficar para trás! Aí vão dois exemplos
de jovens com histórias inspiradoras cuja trajetória vocês podem pesquisar na internet.
Bom trabalho!
ANEXO 4.2.
Sabemos que cada ofício e cada atividade profissional demandam conhecimentos e habilidades
específicas. Uma(um) advogada(o), por exemplo, deve conhecer com minúcia as leis (e saber onde
e como se aprofundar sobre elas), dominar a linguagem jurídica e saber como se portar em uma
situação de tribunal. Um(a) padeiro(a), por sua vez, deve ter a habilidade de sovar as massas, de
identificar o momento em que elas estão no ponto exato para serem assadas, e calcular o tempo
de forno para que sejam feitos bons pães.
Mas também já aprendemos que, no mundo do trabalho atual, em que as profissões são cada
vez mais flexíveis e instáveis, não são apenas esses conhecimentos específicos que importam. É
110 preciso desenvolver competências que nos ajudam a lidar com as mais diferentes situações e a
superar desafios que podem ocorrer no dia a dia do trabalho!
Nos quadros a seguir, há depoimentos sobre as competências e habilidades que algumas grandes
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
1. Depoimentos e imagens retiradas da matéria “Saiba o que empresas como o Google esperam do candidato na
entrevista”, do site UOL. Disponível em: <http://bit.ly/candidato-entrevista>. Acesso em: 23 mar. 2019.
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
transformações e inovarem. Esperamos que nossos candidatos sejam
verdadeiros em suas apresentações e se mostrem antenados com a
área e suas oportunidades. Pessoas que sejam responsáveis por suas
ações, tenham forte foco em resultados, colaborem proativamente e se
mobilizem para o futuro têm os comportamentos que mais buscamos
no momento. O profissional tem de entrar na empresa para fazer a
diferença, não só para atingir um resultado."
Daniela Sicoli, gerente de recursos humanos da Microsoft Brasil.
Agora que já leram os depoimentos, que tal discutirem um pouco a partir das seguintes questões:
•• Quais as semelhanças entre os depoimentos e o que elas indicam sobre o mundo do trabalho?
•• Quais as diferenças entre os depoimentos e o que elas revelam sobre as expectativas de
cada empresa?
Vocês já devem ter ouvido falar no currículo, documento cujo nome deriva da expressão em
latim curriculum vitae e significa “trajetória de vida”. Se nunca viram um, é hora de pesquisar
um pouco! No mundo do trabalho, esse documento é quase como um cartão de visitas, uma
primeira imagem que mostra quem você é, de onde veio, qual sua formação e quais são as suas
experiências profissionais. Embora não seja uma regra, é muito comum que o currículo seja
requerido sempre que alguém concorre a um emprego, um estágio ou uma bolsa de estudos.
Nesta etapa da atividade, cada um de vocês deverá elaborar um currículo. Mas não se
ORIENTAÇÃO PARA PLANO DE AULAS
trata de um modelo de currículo tradicional: aqui, o foco são as competências que vocês já
desenvolveram ao longo dos últimos anos.
Orientações:
•• Exemplifique cada uma das competências descrevendo, de forma breve, situações vividas
por você – seja na escola, em casa ou em outros ambientes – que as ilustrem claramente;
112 •• Mencione como cada uma delas pode ser importante na sua atuação profissional no futuro;
•• Durante o processo de construção do currículo, conte com o apoio dos(as) outros(as) colegas
para ajudar a reconhecer aquelas competências que se destacam em você! A conversa entre
o trio poderá enriquecer bastante esse processo!
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Mãos à obra!
SUMÁRIO
Atividade Material necessário Início Fim Responsáveis Status
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