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Ambientis Radioproteção 2 de 77
SUMÁRIO
Página
1- Introdução 07
2 - Espectro da Radiação Eletromagnética 09
3 – Energia 10
3.1 – Formas de Energias 11
3.2 Conversão de Energia 11
4. Histórico das Radiações 11
5. Fundamentos Básicos 12
5.1 O Átomo 12
5.2 – O Núcleo 13
5.2.1 Conceito de Isótopos 13
6 - Decaimento Radioativo 14
7 - Famílias Radioativas 16
8 - Fontes de Radiação Ionizante 17
8 .1 - Elétrons Rápidos 18
8.1.1 - Decaimento Beta (β) 18
8.1.2 - Conversão Interna 20
8.1.3 - Elétrons Auger 20
8.2 - Partículas Carregadas Pesadas 21
8.2.1 - Decaimento Alfa 21
8.2.2 - Fragmentos de Fissão 21
8.2.3 - Radiação Eletromagnética 22
8.2.4 – Nêutrons 23
9 - Poder de Penetração das Radiações 24
9.1 Partículas Alfa 24
9.2 Partículas Beta 24
9.3 Raios Gama 24
10 – Interação das Radiações com a Matéria 25
10.1 Interação da Radiação Eletromagnética com a Matéria 26
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10.1.1 Absorção Fotoelétrica 27
10.1.2 Espalhamento Compton 27
10.1.3 Produção de Par 28
10.1.4 Atenuação da Radiação Eletromagnética 28
10.2 Interação das Partículas α com a Matéria 29
10.2.1 Alcance das Partículas α 29
1 0.3 Interação dos Elétrons com a Matéria 29
10.3.1 Alcance das Partículas β 30
11. Grandezas e Unidades 30
11.1 Atividade 30
11.2 Intensidade de Radiação (I) 31
11.3 Exposição (X) 31
11.4 Dose Absorvida (D) 32
11.5 Dose Equivalente (H) 32
11.6 Dose Efetiva (E) 33
11.7 LET 34
11.8 RBE 34
12 – A Radioproteção 35
12.1 - Contaminação e Irradiação 35
12.2 Exposições Especiais e Planejadas 36
12.3 Exposições Anormais em Emergência ou Acidentes 37
12.4 Princípios de Proteção Radiológica 37
12.4.1 Justificação 37
12.4.2 Limitação 37
12.4.3 Otimização 38
12.5 Cuidados de Radioproteção 38
12.5.1 Tempo 38
12.5.2 Distância 38
12.5.3 Blindagem 39
12.5.3.1 Cálculo da Taxa de Exposição com a Blindagem 40
12.6 – Classificação das Áreas de Trabalho 41
12.7 Programa e Procedimentos de Monitoração 42
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12.7.1 Monitoração Individual para Radiação Externa 42
12.7.1.1 Filmes Dosimétricos 42
12.7.1.2 Dosimétricos Termoluminescentes (TLD) 43
12.7.1.3 Canetas Dosimétricas 43
12.7.2 Monitoração Individual Interna 44
12.8 Monitoração de Área 44
12.8.1 Monitoração do Nível de Radiação 44
12.8.2 Monitoração do Ar 45
12.8.3 Monitoração da Contaminação de Superfície 45
12.9 Sinais e Avisos de Radiação 45
13 Detectores 46
13.1 – Detectores Gasosos 46
13.1.1. Regiões de Operação para Detectores à Gás 46
13.2 - Detectores de Cintilação 48
13.2.1 Eficiência de Cintilação 48
13.2.2 A Válvula Fotomultiplicadora 49
13.3 – Escolha de um Monitor 50
13.3.1Cuidados na Operação de um Monitor 51
14 – Efeitos Biológicos das Radiações 51
14.1 Radiação de Fundo 51
14.2 Mecanismo de Ação das Radiações Ionizantes 51
14.2.1 Características Gerais dos Efeitos Biológicos das RI 52
14.3 Classificação dos Efeitos Biológicos das Radiações Ionizantes 53
14.3.1 Efeitos Estocásticos 53
14.3.2 Efeitos Determinísticos 53
14.3.3 Efeitos Somáticos 54
14.3.4 Efeitos Hereditários 54
14.3.5 Efeitos Imediatos e Tardios 54
14.4 Síndrome Aguda da Radiação 54
15 Aplicações das Radiações 56
15.1 Aplicações na Medicina 56
15.1.1 Diagnóstico 56
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15.1.2 Terapia 56
15.1.3 Radioesterilização 56
15.2 Aplicação na Indústria 56
15.2.1 Agricultura 56
15.2.1.1 Irradiação de Alimentos 58
15.2.2 Traçadores Radioativos 58
15.2.3 Gamagrafia 59
15.2.4 Medidores Nucleares 59
15.2.4.1 Medidores de Espessura e Gramatura 59
15.2.4.2 Medidor de Nível 60
15.2.4.3 Medidor de Densidade 60
15.2.4.4 Medição de Umidade 61
15.2.4.5 Balanças Nucleares 62
15.3 Datação do Carbono 14 63
16 Transporte de Material Radioativo 63
16.1 Exigências Legais 63
16.1.1 Responsabilidades do Expedidor 64
16.1.2 Responsabilidades do Transportador 64
16.1.3 Documentação para o Transporte 64
16.1.4 Armazenamento em Trânsito 65
16.2 Embalados 65
16.2.1 Informações Exigidas no Transporte de Mat. Radioativos 66
16.2.1.1 Etiquetas do Embalado 66
17 Gerência de Rejeitos Radioativos 67
17.1 Origem dos Rejeitos Radioativos 67
17.2 Gerência dos Rejeitos Radioativos 67
17.2.1 Coleta 68
17.2.2 Segregação 68
17.2.3 Tratamento 69
17.2.4 Armazenamento 69
17.2.5 Disposição Final 69
17.3 Tratamento de Rejeitos Radioativos 69
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17.3.1 Tratamento de Rejeitos Sólidos 69
17.3.2 Tratamento de Rejeitos Líquidos 70
17.3.3 Tratamento de Rejeitos Gasosos 71
17.4 Confinamento 72
18 Os Acidentes de Chernobyl e de Goiânia 73
18.1 O Acidente de Chernobyl 73
18.1.1 Vítimas 74
18.1.2 Impacto Ambiental 74
18.1.3 Impacto Econômico 75
18.2 O Acidente de Goiânia 75
18.2.1 Vítimas 75
18.2.2 Impacto Ambiental 76
18.2.3 Impacto Econômico 76
Anexo A - Comparativo de Níveis de Radiação 77
Anexo B - Riscos de Exposição à Radiação 78
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1 - Introdução
A Radioproteção tem como principal objetivo proteger o homem e o meio ambiente
dos efeitos nocivos das radiações, para isso, é necessário determinar o grau de proteção a ser
estabelecido.
Radiação é um fato da vida. Luz e calor do sol são formas naturais de radiação que
são essenciais à existência humana. Também há outras formas de radiação que são geradas
pelo homem como, por exemplo, microondas, ondas de rádio para telecomunicações, radar
para navegação e raios X para exames médicos.
Do ponto de vista dos efeitos que as radiações produzem na matéria, há duas classes
de radiações:
• Radiações ionizantes
• Radiações não-ionizantes
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Tabela 2 – Alguns exemplos de utilização das Radiações ionizantes e não ionizantes.
RADIAÇÃO RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
IONIZANTE
Radiodiagnóstico ÓPTICA CAMPOS
ELETROMAGNÉTICOS
Radioterapia Iluminação Radar
Usina Nuclear Aquecimento Televisão
Radiografia Industrial Laser Rádio
Esterilização de produtos Bronzeamento Artificial Aquecimento
médicos
Datação
Até pouco tempo atrás, a radiação natural era considerada como não observável e
inalterável, porém agora se sabe que as doses oriundas dos produtos provenientes do
decaimento do radônio nas residências podem ser significativamente altas. Para todos os
propósitos, no entanto, as outras formas de radiação não podem ser alteradas e compõem
uma radiação de fundo da ordem de 1 milisievert por ano (mSv/ano), em média.
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Os efeitos das radiações ionizantes de maior preocupação são doenças em pessoas
expostas e efeitos hereditários em seus descendentes. A probabilidade de ocorrência de
qualquer efeito causado pela radiação está relacionada com a dose de radiação recebida não
importando se a radiação é de origem natural ou artificial. Nas situações em que um
controle possa ser exercido, uma avaliação cuidadosa deve ser feita entre os riscos e os
benefícios da atividade que causa a exposição. Por exemplo, seria imprudente reduzir doses
em pacientes submetidos a exames radiológicos se isso levasse à perda de informação
essencial ao radiologista.
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Da Figura 3, pode-se perceber que quanto menor for o comprimento de onda λ, maior
será a freqüência da onda ν e, maior sua energia E o que equivale a dizer que a onda tem
maior poder de penetração num dado material, conforme as equações:
E = h. ν (1)
ν = c/λ (2)
onde c é a velocidade da onda eletromagnética no meio e h a constante de Planck =
6,626.10-34 J.s.
3. Energia
De um modo geral, a energia pode ser definida como a capacidade de realizar
trabalho ou como o resultado da realização de um trabalho.
Na prática, a energia é melhor “sentida” do que definida. Quando se olha para o Sol,
tem-se a sensação de que ele é dotado de muita energia, devido à luz e ao calor que emite
constantemente.
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3.1 Formas de Energias
Existem várias formas ou modalidades de energia:
Energia Cinética: associada ao movimento dos corpos;
Energia Potencial: armazenada num corpo material ou numa posição no espaço e que
pode ser convertida em energia “sensível” a partir de uma modificação de seu estado,
podendo ser citadas, por exemplo, a Energia Potencial Gravitacional, Energia Química,
Energia de Combustíveis e a energia existente nos átomos;
Luz e Calor são duas outras modalidades de energia: Energia Luminosa e Energia
Térmica, fáceis de serem “sentidas”;
Energia Magnética (ímã): só pode ser percebida por meio de sua atração sobre alguns
materiais como o ferro.
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5. Fundamentos Básicos
5.1 O Átomo
Todas as coisas existentes na natureza são constituídas de átomos ou suas
combinações.
O átomo é a menor unidade de um elemento que retém a identidade deste elemento.
Se você quebrar uma pepita de ouro, até o seu menor pedaço, ele continuará sendo ouro.
Mas se você quebrar um átomo de ouro, você não terá mais ouro, mas apenas partículas
subatômicas.
Os átomos são muito pequenos - 1.000.000 de átomos expostos em uma linha pode
ser equivalente à espessura de uma folha de papel. É impossível ver o átomo, mas em 1911,
um cientista chamado Rutherford introduziu o modelo que podemos visualizar como sendo
o desenho de um átomo.
O átomo pode ser visto como um sistema solar. O sol pode representar o núcleo; feito
de prótons e nêutrons, enquanto os planetas representam os elétrons orbitais. A Figura 4
apresenta esta comparação.
Como o Sistema Solar, o átomo possui grandes espaços vazios, que podem ser
atravessados por partículas menores do que ele.
Prótons e nêutrons possuem o mesmo peso, que é definido como Unidade de Massa
Atômica (u.m.a.). Três prótons devem pesar três u.m.a.
Os elétrons são muito pequenos, pesando aproximadamente 0,00054 u.m.a. (unidade
de massa atômica).
Os prótons possuem cargas elétricas ‘+1’ e os elétrons possuem carga ‘- 1’.
Os nêutrons são eletricamente neutros.
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5.2 – O Núcleo
O núcleo possui toda a carga positiva e cerca de 99% da massa do átomo. O elétron
contém a carga negativa e muita pouca massa.
O núcleo do átomo é formado, basicamente, por partículas de carga positiva,
chamadas prótons, e de partículas de mesmo tamanho, mas sem carga, denominadas
nêutrons.
O número de prótons identifica um elemento químico comandando seu
comportamento em relação aos outros elementos.
O elemento natural mais simples, o hidrogênio, possui apenas um próton; o mais
complexo, o urânio, tem 92 prótons, sendo o elemento químico natural mais pesado.
O número de prótons no núcleo de um átomo é chamado de número atômico,
simbolizado pela letra Z. O número atômico determina a propriedade química de um
elemento. Por exemplo, todas as formas do elemento hidrogênio, possuem número atômico
1. Sempre que lhe alterarmos o número de prótons, teremos um elemento inteiramente
diferente.
Em um átomo eletricamente neutro (não ionizado), o número de elétrons na órbita é
exatamente igual ao número de prótons no núcleo. Desta forma, as cargas negativas dos
elétrons se anulam com as cargas positivas dos prótons.
A massa atômica (A) de um átomo é a soma do número de prótons e de nêutrons no
núcleo.
A=Z+N (3)
O número de nêutrons no núcleo pode ser variável, pois eles não têm carga elétrica.
Com isso, um mesmo elemento químico pode ter massas diferentes. Átomos de um mesmo
elemento químico com massas diferentes são denominados isótopos. O hidrogênio tem 3
isótopos: o hidrogênio, o deutério e o trítio. A Figura 5 apresenta os isótopos do hidrogênio.
6 - Decaimento Radioativo
O núcleo de um átomo contém nêutrons e prótons. Como visto anteriormente, os
prótons são partículas carregadas positivamente e, como cargas de mesmo sinal repelem-se
umas às outras, é de se esperar que um conjunto de prótons fechados no núcleo de um
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átomo tenda a se desagregar. A razão para isso não ocorrer é a força nuclear de atração que,
a pequenas distâncias, é muito maior que a força elétrica de repulsão. Ambos os prótons e
nêutrons estão sujeitos a essa força nuclear e a presença de nêutrons ajuda a estabilizar o
núcleo. Os nêutrons, que são partículas não carregadas, acrescentam força atrativa ao núcleo
sem, no entanto, aumentar a força elétrica de repulsão. Enquanto a força nuclear sobrepuja a
força elétrica de repulsão, o núcleo permanece intacto indefinidamente e é dito ser estável.
Há cerca de 270 elementos naturais com átomos estáveis.
Seria de se esperar que quanto mais nêutrons o núcleo tivesse, mais estável seria,
mas não é esse o caso. Em geral, o núcleo é estável somente para certas proporções entre
número de nêutrons e número de prótons. No caso de núcleo leve, a relação é de 1: 1,
enquanto que para núcleos mais pesados, a relação chega a 3:2. Por exemplo, 16O tem 8
prótons e 8 nêutrons (1:1 ou razão 1), enquanto que 208Pb tem 82 prótons e 126 nêutrons
(126:82 ou razão 1,54).
Observa-se também que o núcleo atômico contendo número ímpar de prótons ou de
nêutrons é normalmente menos instável do que aquele contendo número par de prótons e
elétrons. Por exemplo, 12C com 6 prótons e 6 nêutrons é mais estável do que 13C com 6
prótons e 7 nêutrons.
A Figura 6 mostra como a relação número de nêutrons/número de prótons varia na
medida em que os elementos tornam-se mais pesados. Os núcleos estáveis caem sobre ou
próximos ao que se denomina Linha da Estabilidade. As espécies nucleares longe da linha
de estabilidade são instáveis e desintegram-se para buscar a estabilidade.
Figura 6 – Gráfico de Z (número atômico) por N (número de nêutrons) para todos nuclídeos.
Essas partículas energéticas e os raios gama emitidos pelos núcleos estáveis são
formas de radiação ionizante, juntamente com os raios X, provenientes da forte
desaceleração de partículas carregadas, principalmente elétrons.
Substâncias constituídas de átomos que têm núcleos instáveis são chamadas de
radioativas e o processo pelo qual o núcleo radioativo rearranja suas partículas constituintes
é chamado de decaimento radioativo. O tipo de decaimento depende muito da razão
(número de nêutron/número de próton), mas também é afetada por outros fatores como o
tamanho do núcleo, por exemplo.
Diferentes espécies radioativas decaem a diferentes taxas. O número de núcleos de
uma fonte radioativa que se desintegram por unidade de tempo é denominado de atividade
da fonte.
Radioatividade é um processo randômico de modo que é possível apenas estimar a
probabilidade de um dado átomo decair num dado intervalo de tempo. Por exemplo, seja a
probabilidade de um certo átomo decair de 10 % por minuto. Se houver 100 milhões desses
átomos, após um minuto, haveria apenas 90 milhões. Passado mais um minuto, restariam 81
milhões e assim por diante. Após um certo tempo decorrido quando somente 50 milhões de
átomos ainda não tivessem decaído, a fonte teria perdido exatamente metade de sua
atividade inicial. Esse período de tempo é denominado de meia-vida da fonte. A Figura 7
mostra um exemplo da atividade relativa de uma fonte em função do tempo decorrido.
ln 2
T1 / 2 = (4)
λ
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7 - Famílias Radioativas
Na natureza existem elementos radioativos que realizam transmutações ou
“desintegrações” sucessivas, até que o núcleo atinja uma configuração estável. Isso significa
que, após um decaimento radioativo, o núcleo não possui, ainda, uma organização interna
estável e, assim, ele executa outra transmutação para melhorá-la e, ainda não conseguindo,
prossegue, até atingir a configuração de equilíbrio.
Em cada decaimento, os núcleos emitem radiações dos tipos alfa, beta e/ou gama e
cada um deles é mais “organizado” que o núcleo anterior. Essas seqüências de núcleos são
denominadas:
A Série do Actínio, na realidade, inicia-se com o urânio-235 e tem esse nome, porque
se pensava que ela começava pelo actínio-227.
As três séries naturais terminam em isótopos estáveis do chumbo, respectivamente:
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Os elétrons incluem partículas beta (positivas ou negativas) emitidas no decaimento
nuclear assim como elétrons energéticos produzidos por qualquer outro processo. Partículas
carregadas pesadas abrangem todos os íons energéticos com pelo menos uma unidade de
massa atômica (u.m.a.) tais como partículas alfa, prótons, produtos de fissão e produtos de
muitas reações nucleares. A radiação eletromagnética inclui os raios X emitidos no rearranjo
das camadas eletrônicas (radiação característica) ou no freamento de partículas carregadas, e
raios gama originados das transições no interior do núcleo. Nêutrons são gerados em vários
processos nucleares e geralmente divididos em duas subcategorias: nêutrons lentos e
nêutrons rápidos.
A ICRU (International Commission on Radiation Units and Measurements)
recomenda que as radiações ionizantes no que diz respeito às diferenças entre interações
de radiações com e sem carga com a matéria, sejam classificadas em direta e indiretamente
ionizantes.
Radiações diretamente ionizantes são todas as partículas energéticas com carga
elétrica e que perdem energia para a matéria diretamente através de interações entre forças
coulombianas ao longo de sua trajetória.
Radiações indiretamente ionizantes são fótons de raios X e gama e nêutrons que
depositam energia na matéria de forma indireta, isto é, primeiramente transfem energia às
partículas carregadas. Estas efetivamente perdem energia para a matéria diretamente através
das interações entre forças coulombianas ao longo de sua trajetória.
8 .1 - Elétrons Rápidos
8.1.1 - Decaimento Beta (β)
Se o núcleo tem muitos nêutrons, a forma mais provável de decaimento será a
emissão de um elétron de alta energia (cinética) conhecido como partícula beta para indicar
sua origem nuclear. Se o elétron tiver carga negativa, têm-se a partícula beta-menos (β-);
analogamente, se o elétron tiver carga positiva (pósitron), têm-se a partícula beta-mais (β+).
Elétrons independentes não existem no núcleo. A partícula β- é emitida na transformação
instantânea de um nêutron num próton mais a energia do elétron que escapa do núcleo. Esse
processo pode ser expresso por:
Nos casos em que a relação nêutron/próton é muito baixa e a emissão alfa não é
energeticamente possível, o núcleo pode obter estabilidade emitindo uma partícula β+ pela
transformação instantânea de um próton em um nêutron:
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Como neutrinos e antineutrinos têm massa inferior à dos elétrons e não têm carga
elétrica, são praticamente indetectáveis e não serão abordados neste texto. Assim, apenas as
partículas beta são a única radiação ionizante significante.
A maioria dos decaimentos beta é seguida da emissão gama pelo núcleo do
radionuclídeo. Alguns deles, no entanto, decaem diretamente para o estado de energia
fundamental e são, portanto, denominados de emissores beta-puros. A Tabela 4 apresenta
alguns radionuclídeos emissores beta puros.
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8.1.2 - Conversão Interna
Após a emissão beta, a forma mais comum de desexcitação do núcleo é a emissão
gama, mas ocorre em estados nos quais a energia de excitação do núcleo é transferida
diretamente a um elétron orbital do átomo, num processo denominado de conversão interna.
Um exemplo de conversão interna está apresentado na Figura 10. Como o elétron de
conversão pode se originar de qualquer camada eletrônica, uma única desexcitação nuclear
geralmente leva vários grupos de elétrons com diferentes energias (espectro discreto).
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onde X e Y são os núclídeos inicial e final (pai e filho). Um exemplo de decaimento alfa é a
transformação do 241Am em 237Np. A Figura 11 apresenta o decaimento do 241Am.
• Quando o núcleo decai por emissão alfa ou beta, e ainda permanece excitado.
Neste caso, para atingir o estado fundamental, ocorre geralmente a emissão de
energia residual sob a forma de radiação eletromagnética que recebe o nome
particular de radiação gama. Como os estados nucleares são bem definidos, as
energias dos fótons gama são bem específicas.
• Quando um pósitron (e+), após perder quase toda sua energia cinética, interage
com um elétron (e-) e ambos sofrem aniquilação, isto é, são transformados em
energia, sendo emitidos dois fótons, em sentidos opostos, com energia de 0,511
MeV cada um. Embora tais fótons não tenham origem nuclear, a radiação também é
denominada de radiação gama.
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Juntamente com a produção de raios X de freamento também ocorre a produção de
raios X característicos próprios do material onde os elétrons estão sendo desacelerados.
Ambos os espectros contínuo e discreto, então, acabam se superpondo. A Figura 14
apresenta esta condição.
Figura 14: Espectro da radiação de freamento com os picos da radiação característica K α e Kβ.
8.2.4 - Nêutrons
Como nêutrons não têm carga elétrica, a interação com átomos se processa
basicamente com seus núcleos.
Exemplo:
4
α + 9Be → 12C + 1n + 5,71 MeV
• Fotonêutrons: sua emissão se dá por irradiação gama sobre isótopos leves (2H,
9
Be, etc.)
Exemplos:
hν + 9Be → 8Be + 1n + 3,26 MeV
hν + 2H → 1H + 1n - 2,226 MeV
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9 – Poder de Penetração das Radiações
9.1 Partículas Alfa
As partículas alfa têm um alcance no ar inferior a 10 cm. São barradas por papel,
roupas e pela pele. Portanto, quando as partículas alfa são provenientes de uma fonte
externa ao organismo humano, praticamente não oferecem nenhum perigo para o
organismo. No entanto, se a partícula alfa for proveniente de uma fonte interna ao
organismo (o material radioativo foi ingerido ou inalado ou ainda absorvido pela pele ou
ferimentos), oferece sério perigo, pois a partícula alfa se move mais lentamente e tem um
alto poder de ionização ao longo de seu trajeto.
Como as partículas beta são constituídas de elétrons bem mais leves e de maior
velocidade que as partículas alfa, elas possuem maior poder de penetração que estas, porém
o seu poder de ionização é menor.
Assim, elas podem atravessar até 1mm de alumínio e, no ar, podem alcançar até
13m.
A penetrabilidade dos raios gama é muito maior, pois são ondas eletromagnéticas de
comprimento de onda muito pequeno. O alcance no ar é muito grande. Seu poder de
ionização é menor que as partículas alfa e beta. Os materiais mais utilizados como
blindagem para este tipo de radiação são: alumínio, concreto, cobre e chumbo.
A Figura 15 apresenta um esquema representativo de blindagem para as radiações
alfa, beta e gama.
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10 – Interação das Radiações com a Matéria
Todas as radiações possuem energia, seja por sua própria natureza, como no caso das
radiações eletromagnéticas, ou em forma de energia cinética, como no caso de partículas em
movimento.
O resultado da interação das radiações com a matéria, é caracterizado pela
transferência de energia da radiação para os átomos e moléculas do meio através do qual a
radiação está passando.
Como já visto anteriormente, a transferência de energia de uma partícula ou de um
fóton para os átomos do material absorvente, ocorre através de dois mecanismos: a
ionização e a excitação.
Qualquer processo do qual resulta a remoção de um elétron de um átomo ou
molécula, deixando-o com uma carga positiva, denomina-se ionização.
A adição de energia a um sistema atômico ou molecular, leva-o do estado normal de
energia ao estado de excitação.
Em decorrência das diferenças existentes entre as partículas e as radiações, em suas
cargas e massas, cada uma delas interage de modo diferente com a matéria.
Em geral, pode-se dizer que, quando as partículas carregadas ou a radiação
eletromagnética atravessa a matéria, o mecanismo que mais contribui para a perda de
energia é a sua interação com os elétrons. No caso das partículas carregadas, isto é
evidenciado a partir da dispersão que elas experimentam ao interagir com a matéria: as
partículas pesadas (prótons, partículas alfa, etc.) são pouco desviadas da sua direção
original, quando interagem, perdendo energia. Os elétrons ou partículas beta, pelo contrário,
são desviadas com ângulos muito maiores. As perdas de energia resultantes da colisão com
núcleos resultam várias ordens de grandeza menores que na interação com elétrons.
Isso não ocorre, porém, com os nêutrons, pois eles interagem quase exclusivamente
com núcleos.
No caso de ocorrer interação das partículas carregadas com os elétrons dos átomos do
material que atravessa, uma parte da energia transportada pela partícula incidente é
transferida para um elétron.
Dependendo da quantidade de energia que seja transferida, ocorrerão dois fenômenos
diferentes:
Ionização: o elétron absorve certa quantidade de energia maior que a energia que o
mantém ligado ao átomo e, portanto, este é arrancado do átomo. O elétron liberado e o
átomo ionizado (com carga positiva) constituem o que se chama um par de íons.
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a) Ionização.
b) Excitação.
Ee- = hν - Eb (5)
Figura 20: Importância relativa dos três principais tipos de interação da radiação
eletromagnética.
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Apesar das partículas beta não possuírem um alcance preciso, existem várias relações
semi-empíricas entre elas e a energia para que se possa calcular este alcance, tais como:
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11.1 Atividade
1 Bq = 1 dps = 2,7.10-11 Ci
1 Ci = 3,7x1010 dps = 3,7x1010 Bq
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superfície unitária normal à direção da radiação nesse mesmo ponto. As unidades de
intensidade de radiação mais comum são:
- erg . cm-2. s
- MeV . cm-2 . s -λt (7)
I = I0 . e
A grandeza exposição, cujo símbolo é X, foi a primeira grandeza definida para fins
de radioproteção.
Esta grandeza é uma medida da habilidade ou capacidade dos raios X e γ em produzir
ionizações no ar. Ela mede a carga elétrica total produzida por raios X e γ em um
quilograma de ar.
A unidade atual da grandeza exposição é o coulomb por kilograma (C/kg). A unidade
antiga é o roentgen (R).
1R = 2,58x10-4 C/kg.
• ΓA
X = (8)
d2
Onde:
Г- Gamão – constante de desintegração;
A – atividade; e
d – distância.
Cobalto 60 1,30
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11.4 Dose Absorvida (D)
Esta grandeza foi definida para suprir as limitações da grandeza exposição e possui
como símbolo D.
A grandeza dose absorvida é mais abrangente que a grandeza exposição, pois é válida
para todos os tipos de radiação ionizante (X, γ, α, β) e é valida para qualquer tipo de
material absorvedor. Ela é definida como a quantidade de energia depositada pela radiação
ionizante na matéria, num determinado volume conhecido.
A unidade atual da grandeza dose absorvida é o gray (Gy) que equivale a 1 J/kg. A
unidade antiga é o rad.
A medida da taxa de dose absorvida tem por definição a medida da dose absorvida
por unidade de tempo, ex: Gy/h.
• (9)
Γ. A. f
D=
d2
Onde:
f = fator de correção (para raios X e γ o fator á aproximadamente 1).
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A dose efetiva é a soma ponderada das doses equivalentes em todos os tecidos e órgãos
do corpo, expressa por:
E = ∑T WT . HT (11)
ÓRGÃO WT
Gônadas 0,20
Mama 0,05
Medula Óssea 0,12
Pulmão 0,12
Tireoide 0,05
Superfície Óssea 0,01
Estômago 0,12
Pele 0,01
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ÓRGÃO WT
Fígado 0,05
Bexiga 0,05
Útero 0,12
Esôfago 0,05
11.7 LET
11.8 RBE
Onde:
Dosereferência é a dose da radiação de referência necessária para produzir um específico nível
de resposta;
Dose radiação A é a dose da radiação A necessária para produzir igual resposta.
Nesta definição, a radiação usada como referência, nem sempre é bem estabelecida. Em
muitos experimentos, utilizou-se a radiação X, filtrada, de 250 kVp. A relação parece clara,
como definição, mas a dificuldade está em estabelecer o que significa um específico nível
de resposta.
Para propósitos de radioproteção, a RBE é considerada como sendo função da
qualidade da radiação, expressa em termos da Transferência Linear de Energia (LET). Em
muitos sistemas a RBE aumenta com o LET até cerca de 100 keV μm-1 e depois diminui.
A rigor, a RBE para uma determinada radiação não é somente dependente do LET, mas
também da dose, da taxa de dose, do fracionamento da dose e até da idade da pessoa
exposta. Seu valor só é reprodutível para um determinado sistema biológico, tipo de
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radiação e o conjunto de circunstâncias experimentais. Seus valores dependem então da
natureza e condição do material biológico, do estado fisiológico, temperatura, concentração
de oxigênio, condições de nutrição e estágio do ciclo celular.
A magnitude do efeito e tipo de resposta com a dose também influenciam, pois as curvas de
resposta nem sempre são semelhantes e regulares; assim, depende do intervalo de dose em
que são comparadas.
12 – A Radioproteção
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12.4.1 Justificação
Como visto anteriormente, toda exposição à radiação ionizante pode levar a algum
risco de dano à saúde humana, e este risco aumenta com o aumento da exposição.
Consequentemente, qualquer aplicação da radiação que conduza a um aumento da
exposição do homem deve ser justificada, para garantir que o benefício decorrente dessa
aplicação seja mais importante que o risco devido ao aumento à exposição.
12.4.2 Limitação
As medidas adotadas para situações normais de operação devem ser tais que os
limites de dose para trabalhadores e para indivíduos do público não excedam aos níveis
recomendados pela CNEN.
A Tabela 8 apresenta os limites de dose anual para trabalhadores e para o público.
Extremidades 500
*Limite de dose efetiva de 100 mSv em 5 anos consecutivos e 50 mSv em um único ano
12.4.3 Otimização
Ainda que a aplicação das radiações ionizantes seja justificada e que os limites de
dose sejam obedecidos, é necessário otimizar os níveis de radiação, ou seja, a exposição de
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indivíduos a fontes de radiação deve ser mantida “tão baixo quanto razoavelmente
exequível”, filosofia ALARA (as low as reasonably achievable).
ALARA é um caminho usado na radioproteção para gerenciar e controlar as doses
individuais e coletivas com intenção de atingir níveis tão baixos quanto exeqüível, levando-
se em consideração a conjuntura social, econômica, técnica, política e a praticidade.
ALARA não é um limite de dose e sim um processo para atingir e manter níveis de
dose abaixo dos limites estabelecidos pelas normas. O princípio baseia-se na suposição de
que a dose devido as radiações penetrantes aumenta o risco de indução de câncer – quanto
menor a dose, menor o risco. Mesmo que esta premissa não tenha sido comprovada, deve-se
fazer um planejamento formal e tomar medidas práticas para aplicar o processo ALARA as
exposições ocupacionais a radiação.
12.5.1 Tempo
12.5.2 Distância
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onde:
12.5.3 Blindagem
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necessária para reduzir a intensidade de radiação à metade. A Tabela 9 apresenta valores de
camada semi-redutora para alguns radionuclídeos.
· -μ.x
X = Γ.A. e
(15)
2
d
onde:
X = taxa de exposição (mR/h);
Γ = constante de decaimento (mR.m /h.mCi);
A = atividade (mCi);
d = distância total = x’ + x” (m);
μ = coeficiente de atenuação linear (cm-1);
x = espessura da blindagem (cm).
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A Figura 23 apresenta o esquema relativo a equação 13.
d P
Fonte
x’ x’’
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Um programa de monitoração pode requerer um ou mais métodos, dependendo da
natureza da radiação e das circunstâncias em que a radiação pode afetar um indivíduo.
As avaliações podem ser feitas por meio das medidas tomadas no próprio indivíduo
(monitoração individual) e no local onde ele trabalha (monitoração de área). Os principais
tipos de monitoração são apresentados esquematicamente na figura a seguir.
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Tabela 12 - Vantagens e desvantagens do filme dosimétrico
Vantagens Desvantagesns
Discriminação Sensibilidade a
em energia luz e umidade
Determinação Descartável
da direção do
feixe
12.8.2 Monitoração do Ar
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12.8.3 Monitoração da Contaminação de Superfície
13 Detectores
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13.1 – Detectores Gasosos
Nos detectores à gás, a carga gerada pelos pares de íons é coletada por meio do
campo elétrico criado de forma conveniente por um circuito elétrico. A carga, ao atingir o
eletrodo, produz uma variação na carga do circuito, que pode ser detectada e transformada
em um sinal elétrico. Essa carga corresponde a uma corrente, que pode ser medida
utilizando-se eletrômetros.
O modo de operação que mede a corrente média gerada em um intervalo de tempo é
denominado modo de operação tipo corrente.
Outra forma de operar o detector é registrar o sinal gerado pela radiação, criando um
pulso referente à variação de potencial correspondente. Esse modo é denominado modo de
operação tipo pulso. Nesse caso, o número de pares de íons gerados e coletados corresponde
também à intensidade (ou amplitude) do pulso gerado para o detector.
VI
IV
III
II
I
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I - Os pares de íons recombinam-se e não há registro de pulso.
II - Região das Câmaras de Ionização: Cessa a recombinação, todos os pares de íons são
coletados. Ocorre a produção de pulsos independentes da tensão aplicada, mas proporcional
a energia da radiação incidente.
III - Região proporcional: nesta região, os elétrons livres são capazes de provocar novas
ionizações. O detector obtido mantém a proporcionalidade entre a energia absorvida e o
número de cargas coletadas.
O detector que opera nesta região é o detector proporcional, que assim como a câmara de
ionização é capaz de distinguir radiações de diferentes níveis de energia.
IV - Região pouco utilizada, pois a carga depende da tensão de forma não linear.
Embora seja difícil encontrar um material que reúna todas essas condições ideais,
alguns materiais apresentam boas características para sua utilização.
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13.2.2 A Válvula Fotomultiplicadora
DETECTORES APLICAÇÃO
Câmara de - Dosimetria;
Ionização - Padronização para raios X e gama
Proporcional - Muito usado para determinação de
atividade α e β;
- Medição de raios X e γ de baixa energia
GM - Muito usado nos equipamentos
comerciais de monitoração de radiação;
- Pouca sensibilidade para raios X e γ de
baixa energia
Cintiladores - Possuem melhor resolução em energia
que os gasosos;
- São mais adequados para espectrometria
da radiação eletromagnética;
- Podem ser usados em dosimetria.
A vida no planeta sempre foi sujeita à exposição das radiações provenientes dos raios
cósmicos e dos elementos radioativos existentes na crosta e atmosfera terrestre. Estas
radiações são denominadas radiações de fundo (BACKGROUND - BG).
Os efeitos das radiações de fundo sobre o homem não são fáceis de discernir, mas o
conhecimento dessas fontes de radiações e das doses que o homem recebe proveniente das
mesmas é de grande utilidade na avaliação dos níveis de exposição dos quais não se
esperam efeitos significantemente danosos.
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· Especificidade
Os efeitos biológicos das radiações ionizantes podem ser provocados por outras
causas que não as radiações, isto é, não são característicos ou específicos das radiações
ionizantes. Outros agentes físicos, químicos ou biológicos podem causar os mesmos efeitos.
Exemplo: O câncer é um tipo de efeito que pode ser causado tanto pelas radiações
ionizantes como por outros agentes.
· Tempo de latência
É o tempo que decorre entre o momento da irradiação e o aparecimento de um dano
biológico visível. No caso da dose de radiação ser alta, esse tempo é muito curto. Os danos
decorrentes da exposição crônica, doses baixas com tempo de exposição longo, podem
apresentar tempos de latência da ordem de dezenas de anos. O tempo de latência é
inversamente proporcional à dose.
· Reversibilidade
Os efeitos biológicos causados pelas radiações ionizantes podem ser reversíveis. A
reversibilidade de um efeito dependerá do tipo de célula afetada e da possibilidade de
restauração desta célula. Existem, porém, os danos irreversíveis como o câncer e as
necroses.
· Transmissibilidade
A maior parte das alterações causadas pelas radiações ionizantes que afetam uma
célula ou um organismo não são transmitidos a outras células ou outros organismos. Deve-
se, porém, citar os danos causados ao material genético das células dos ovários e dos
testículos. Esses danos podem ser transmitidos hereditariamente por meio da reprodução.
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· Dose Limiar
Certos efeitos biológicos necessitam, para se manifestar, que a dose de radiação seja
superior a um valor mínimo, chamada de dose limiar. Existem também os efeitos que não
necessitam de uma dose mínima para se manifestar. Como exemplo, pode-se citar a anemia
cuja dose limiar é de 1 Sv e todas as formas de câncer que teoricamente não necessitam de
uma dose limiar.
· Radiosensibilidade
Nem todas as células, os tecidos, os órgãos e os organismos respondem igualmente à
mesma dose de radiação. As diferenças de sensibilidade observadas seguem a “lei de
Bergonie e Tribondeau” a qual diz: “a radiosensibilidade das células é diretamente
proporcional a sua capacidade de reprodução e inversamente proporcional ao seu grau de
especialização”. Por exemplo, a pele e as células produtoras de sangue.
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A curva característica deste tipo de efeito é mostrada na Figura 31.
Surgem do dano nas células do corpo e o efeito aparece na própria pessoa irradiada.
Dependem da dose absorvida, da taxa de absorção da energia da radiação, da região e
da área do corpo irradiada.
São efeitos que surgem no descendente da pessoa irradiada, como resultado do dano
produzido pela radiação em células dos órgãos reprodutores, as gônadas. Têm caráter
cumulativo e independe da taxa de absorção da dose.
Os primeiros efeitos biológicos causados pela radiação, que ocorrem num período de
poucas horas até algumas semanas após a exposição, são denominados de efeitos imediatos,
como por exemplo, a radiodermite. Os que aparecem depois de anos ou mesmo décadas, são
chamados de efeitos retardados ou tardios, como por exemplo o câncer.
Se as doses forem muito altas, predominam os efeitos imediatos, e as lesões serão
severas ou até letais. Para doses intermediárias, predominam os efeitos imediatos com grau
de severidade menor, e não necessariamente permanentes. Poderá haver, entretanto, uma
probabilidade grande de lesões severas a longo prazo. Para doses baixas, não haverá efeitos
imediatos, mas há possibilidade de lesões a longo prazo.
Os efeitos retardados, principalmente o câncer, complicam bastante a implantação de
critérios de segurança no trabalho com radiações ionizantes. Não é possível, por enquanto,
usar critérios clínicos porque, quando aparecem os sintomas, o grau de dano causado já
pode ser severo, irreparável e até letal. Em princípio, é possível ter um critério biológico e
espera-se algum dia ser possível identificar uma mudança biológica no ser humano que
corresponda a uma mudança abaixo do grau de lesão. Por enquanto, utilizam-se hipóteses
estabelecidas sobre critérios fisicos, extrapolações matemáticas e comportamentos
estatísticos.
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14.4 Síndrome Aguda da Radiação
Tempo de Sobrevivência
Manifestação Provável Possível Improvável
(semanas) 1 – 3 Gy 4 – 7 Gy > 8 Gy
1 Fase latente, nenhum Náusea, vômito Náusea, vômito,
sintoma definido diarréia, garganta
inflamada, febre,
emagrecimento
rápido, morte.
2 Depilação, perda de
apetite, indisposição,
garganta dolorida,
diarréia,
emagrecimento,
morte
3 Depilação, perda de
apetite, indisposição
4 garganta dolorida,
emagrecimento
moderado
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15 Aplicação das Radiações
15.1.1 Diagnóstico
Os ensaios realizados para diagnóstico podem ser “in vivo” ou “in vitro”. Nos
ensaios “in vivo”, o radioisótopo é administrado diretamente no paciente. O material a ser
administrado, contendo uma pequena concentração do radioisótopo, deve ter afinidade com
o tecido ou o órgão que se quer observar.
A radiação emitida produz uma imagem que revela o tamanho, a forma, as condições
do órgão e, principalmente, sua dinâmica de funcionamento.
Pode-se dizer que este tipo de ensaio é utilizado para todos os órgãos e sistemas do
corpo humano, destacando-se, entre muitos, os estudos do miocárdio, da função renal e
tireoidiana.
Os ensaios “in vitro” consistem na retirada de material orgânico do paciente, em
geral plasma sangüíneo (sangue), e na reação de substâncias marcadas com material
radioativo com algumas substâncias presentes no plasma, e posteriormente, medidas em
detectores de radiação. A atividade detectada indica a presença e a concentração das
substâncias que estão sendo analisadas.
15.1.2 Terapia
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15.1.3 Radioesterilização
15.2.1 Agricultura
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15.2.1.1 Irradiação de Alimentos
15.2.3 Gamagrafia
Uma técnica bem conhecida nesta área é a gamagrafia industrial, similar a uma
radiografia de peças metálicas ou de estrutura de concreto.
Torna-se possível verificar se há defeitos ou rachaduras que poderiam causar
vazamentos. A Figura 33 apresenta a utilização desta técnica.
Na construção do gasoduto Brasil-Bolívia utilizou-se esta técnica
Figura 33 - Gamagrafia
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15.2.4 Medidores Nucleares
D1 Material de D2
Material recobrimento
base
λ λ
F1 F2
1º Equipamento 2º Equipamento
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FONTE
DETETOR
SENTIDO DO FLUXO
SONDA
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FONTE
DETETOR
Figura 38 – Balança Nuclear
Fósseis de madeira, papiros e animais contêm C-14, cuja meia-vida é de 5.600 anos.
Isso significa que, a cada 5.600 anos, a atividade do C-14 é reduzida à metade. Medindo-se
a proporção de C-14 que ainda existe nesses materiais é possível saber a “idade” deles. Foi
assim, por exemplo, que se determinou a idade dos Pergaminhos do Mar Morto. O C-14
resulta da absorção contínua dos nêutrons dos raios cósmicos pelos átomos de nitrogênio
nas altas camadas da atmosfera. Esse isótopo radioativo do carbono se combina com o
oxigênio, formando o CO2 , que é absorvido pelas plantas.
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16.2 Embalados
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A etiqueta radioativa Branca-I é usada em embalados com uma taxa de dose máxima
de 0,005 mSv/h (0,5 mrem/h) sobre qualquer ponto encostado à superfície externa do
embalado.
A etiqueta radioativa Amarela - II é usada em embalados que apresentam uma taxa
de dose máxima de 0,5 mSv/h (50 mrem/h) sobre qualquer ponto encostado à superfície
externa do embalado. A etiqueta radioativa Amarela - III é usada em embalados com uma
taxa de dose máxima de 2 mSv/h (200 mrem/h ) sobre qualquer ponto encostado à superfície
externa do embalado.
As cores apresentadas nas etiquetas da Figura 40 são padronizadas
internacionalmente. A cor do texto e do símbolo de radiação é preta, exceto a cor dos
numerais I, II ou III que deve ser vermelha.
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17.1 Origem dos Rejeitos Radioativos
Os rejeitos radioativos precisam ser cuidados de forma adequada para não causarem
danos ao homem e ao meio ambiente, da mesma forma que qualquer resíduo convencional.
Cuidar convenientemente dos rejeitos radioativos significa realizar uma série de
ações que vai desde a coleta dos rejeitos no ponto onde são gerados, até seu destino final,
obedecendo-se aos requisitos de proteção aos trabalhadores, aos indivíduos, do público e ao
meio ambiente.
A esta série de ações dá-se o nome de "Gerência de Rejeitos Radioativos". Ela inclui
a coleta, a segregação dos diversos tipos de rejeitos, o transporte, a caracterização, o
tratamento, o armazenamento e a disposição final (dispersão ou confinamento).
17.2.1 Coleta
17.2.2 Segregação
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tratamento existente na instituição que vai tratá-lo. De modo a orientar a segregação,
estabelece-se, em geral, uma classificação para os diferentes tipos de rejeitos.
As classificações mais comuns são:
a) Pelo estado físico dos rejeitos:
- sólidos: que podem subdividir-se, em função do tratamento que podem sofrer, em:
compactáveis ou não compactáveis, incineráveis ou não incineráveis, biológicos, fontes
seladas, sólidos úmidos etc.
- líquidos: que podem subdividir-se, em função da natureza química, em: orgânicos
ou inorgânicos, ácidos ou alcalinos, inflamáveis ou não inflamáveis etc.
- gasosos: que podem subdividir-se, em função de sua constituição, em: gases ou
aerossóis.
b) Pela natureza radiológica dos rejeitos:
- em função da sua atividade: baixa, média ou alta. Os rejeitos de baixa atividade são
aqueles que não necessitam blindagem para serem manipulados; os de média atividade
requerem o uso de blindagens para proteção dos operadores; e os de alta atividade requerem,
além da blindagem, o constante resfriamento para remover o calor que geram
continuamente. Os rejeitos institucionais são quase todos de atividade baixa; os rejeitos do
ciclo do combustível são de atividade baixa, média ou alta, dependendo do processo em que
se originam.
- em função da meia-vida: curta, intermediária e longa. Os rejeitos de meia-vida
curta são aqueles que decaem com meia-vida de até poucos anos; os de meia-vida
intermediária são aqueles com meia-vida de poucas dezenas de anos; e os de longa são os
restantes. Um exemplo do primeiro é o rejeito gerado no uso do radioisótopo Iodo-131 em
diagnóstico de doenças, o qual tem meia-vida de 8 dias; um exemplo do segundo é o rejeito
da operação dos reatores, que contém Césio-137, com meia-vida de 30 anos; um exemplo
do terceiro é o rejeito do reprocessamento do combustível nuclear que contém Plutônio-239,
cuja meia-vida é 24.000 anos.
- em função do tipo de radiação que emitem: emissores beta/gama, emissores alfa.
Esta distinção é importante porque os emissores alfa são quase sempre mais radiotóxicos
que os emissores beta/gama.
17.2.3 Tratamento
É o processamento físico e químico dos rejeitos para deixá-los numa forma adequada
aos processos das etapas posteriores da gestão.
17.2.4 Armazenamento
Rejeitos sólidos são gerados em grandes quantidades tanto nas instalações nucleares
como nas instalações radiativas. Em geral, são constituídos de materiais descartados em
laboratórios, como luvas, papéis, algodão, vidros, peças de roupa, máscaras, filtros etc.
Demandam muito espaço de estocagem, o que representa um custo muito alto de operação
das instalações. Estes rejeitos contêm, entretanto, grandes quantidades de materiais inertes o
que justifica o uso de processos para redução de volume.
Os métodos de redução de volume mais empregados são: a compactação e a
incineração.
No processo de compactação, os rejeitos que geralmente são recolhidos em sacos de
papel ou plástico, são prensados dentro de um tambor metálico de 200 litros, que será a
embalagem definitiva; o fator de redução de volume é da ordem de 4.
Na incineração, os rejeitos são queimados em fornos especiais até se converterem em
cinzas; o fator de redução de volume pode chegar a 80.
Em ambos os casos, os radionuclídeos não são removidos do rejeito. Na incineração,
a maior parte dos radionuclídeos se concentra nas cinzas e o restante, que é transportado
com a fumaça, fica retido nos filtros.
O rejeito compactado ou as cinzas são então armazenados e depois transportados para
o repositório final.
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Os rejeitos sólidos que não podem ser compactados e que não são incineráveis são
simplesmente acondicionados em tambores ou caixas metálicas, armazenados e depois
transportados para o repositório.
Quando estes rejeitos são de média atividade, são antes “encapsulados” dentro dos
tambores ou caixas, colocando-se sobre eles uma pasta de cimento, betume fundido ou outro
agente solidificante para se obter um bloco monolítico.
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(asfalto), o vidro, os materiais cerâmicos e vários polímeros. Estes materiais são chamados
"matrizes de imobilização".
O cimento, o betume e os polímeros são empregados para a imobilização de rejeitos
de atividade baixa ou média. O vidro e as cerâmicas, que possuem excelentes propriedades
de imobilização, são restritos aos rejeitos de atividade alta devido à complexidade e ao custo
elevado do processo de imobilização.
Os rejeitos gasosos são formados por misturas de gases radioativos ou por partículas
de materiais radioativos em suspensão no ar. Os rejeitos gasosos são, portanto, mistura de
gases radioativos ou aerossóis radioativos no ar.
Estes rejeitos se formam continuamente durante as operações que envolvem a
manipulação de substâncias radioativas e estão presentes não só no interior dos ambientes
confinados onde são manipuladas estas substâncias como também escapam para o ambiente
de trabalho. Eles devem ser continuamente removidos desses locais para se manter as
concentrações em níveis seguros para os trabalhadores. Isto é feito por meio de exaustores
que conduzem o ar contaminado por uma tubulação para fora da instalação.
Antes porém de serem lançados na chaminé, estes rejeitos precisam passar por
processos de tratamento para retenção dos radionuclídeos de modo a proteger o meio
ambiente. Os dois processos mais empregados são a filtração e a lavagem de gases.
A filtração é um processo comum, sendo empregado com eficiência nas instalações
nucleares. O ar contaminado passa através do filtro que retém as substâncias radioativas e
deixa passar ar limpo que é descarregado na atmosfera. O que diferencia um filtro de
qualidade nuclear de um filtro de uso comum é o material utilizado como meio filtrante e a
eficiência de retenção das partículas. A eficiência dos filtros de qualidade nuclear deve
chegar próximo a 100% e os materiais devem suportar condições adversas como
temperatura elevada, altos graus de umidade e presença de agentes agressivos, de modo a
garantir proteção adequada sob as mais diversas condições. O meio filtrante mais utilizado
para a filtração de gases é um adsorvedor feito com carvão ativado. O filtro mais empregado
para a retenção de aerossóis é um papel de filtro feito de fibras microscópicas de vidro.
A lavagem de gases é muito usada no controle da poluição na indústria convencional.
É a passagem dos gases por uma solução líquida com propriedades químicas apropriadas
para reter as partículas de poeira em suspensão e absorver os gases poluentes. Quando a
capacidade de retenção desta solução líquida se esgota, ela é tratada como rejeito radioativo
líquido por algum dos processos já descritos.
17.4 Confinamento
Como foi visto anteriormente, os rejeitos radioativos que não podem ser eliminados
diretamente no meio ambiente são confinados nos chamados repositórios.
Os rejeitos contendo radionuclídeos de meia-vida intermediária ou longa e atividade
baixa ou média são dispostos em repositórios construídos a pouca profundidade, em geral da
ordem de até 30 metros. Os locais onde são construídos estes repositórios são selecionados
de tal forma que, mesmo nas décadas ou séculos em que os rejeitos ficarão estocados, o
risco para as populações presentes ou futuras seja mínimo.
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São locais afastados de centros urbanos, com baixa probabilidade de ocupação para a
exploração mineral, agropecuária ou de outra natureza, distantes de rios e lagos, com água
subterrânea ausente ou profunda, e sem atividade sísmica.
Além destas características favoráveis do local, os repositórios são dotados de
"barreiras de engenharia", com o objetivo de aumentar a sua segurança.
Estas barreiras são constituídas de camadas de concreto, argila e outros materiais
impermeáveis ao redor das embalagens contendo o rejeito. Elas dificultam a entrada de água
no repositório e a saída das substâncias radioativas, aproveitando a baixa permeabilidade do
concreto e a capacidade da argila de absorver os radionuclídeos eventualmente liberados das
embalagens. Desta forma retarda-se o contato das substâncias radioativas com o meio
ambiente. A Figura 41 apresenta uma ilustração do repositório brasileiro localizado em
Abadia/Go.
Para os rejeitos de atividade alta contendo radionuclídeos de meia-vida longa, o
isolamento deve ser mais prolongado e por isso a disposição deve ser feita em
profundidades de centenas de metros ou mais, em um meio geológico estável e com baixa
permeabilidade à água.
Um exemplo de meio geológico de grande estabilidade são as minas de sal a centenas
de metros de profundidade, pois a própria existência da mina comprova que o local
permaneceu intacto e sem contato com água por milhões de anos. A figura ao lado mostra
um repositório profundo.
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O acidente de Chernobyl vitimou um grande número de pessoas e causou danos tanto
econômicos como ao meio ambiente, conforme descrito a seguir, tendo se tornado
referência para o grau máximo de acidente nuclear (Nível 7 na Escala Internacional -INES).
18.1.1 Vítimas
• Cerca de 116.000 pessoas foram evacuadas em 1986 e, após essa data, outras
220.000 de regiões vizinhas foram transferidas para outros locais;
• Este ano o Governo reduziu (sob o protesto das vítimas) ajuda a cerca de 290
milhões de dólares, aproximadamente 50% do que pagava em 1998.
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18.2.1 Vítimas
• 249 pessoas (das 112.800 monitoradas pela CNEN) apresentaram níveis de radiação
acima do normal para a região;
• 4 mortos nos primeiros 2 meses após o acidente e outros 3 mortos alguns anos
depois.
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• Cerca de 1.700 toneladas de lixo radioativo (acondicionado em contêineres e
tambores) foram gerados em decorrência do acidente, tendo sido armazenados
temporariamente e, cerca de dez anos depois, depositados em repositório construído em
Abadia de Goiás, a 20 km de Goiânia.
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Anexo A
Comparativo de Níveis de Radiação
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ANEXO B
Riscos de Exposição à Radiação
≅ 100 % de risco de
> 6.000 mSv
morte
50% de risco de morte 4.000 mSv
Doença de radiação 1.000 – 2.000
temporária mSv
Limite de dose para Atual 50 mSv/ano
trabalhador Objetivo 20 mSv/ano
Dose típica para
3 mSv/ano
trabalhador
3–4
Dose de tripulação aérea
mSv/ano
Limite de dose para o Atual 1 mSv/ano
público Objetivo 5 mSv/ano
1–4
Normal
Dose devido ao radônio mSv/ano
dentro de casa 0,5 – 500
Extremas
mSv/ano
1–2
Normal
Radiação de fundo mSv/ano
(background) Em algumas 10 – 20
regões mSv/ano
Dose de Raios-X, em
2-20 mSv
exames médicos
Limite
0,1 mSv/ano
Liberações de Reatores autorizado
Nucleares Liberações 0,002
normais mSv/ano
Média global por todos
5mSv/ano
os motivos
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