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O açúcar no Brasil com 2 mil militares e arregimentou entre os colonos e os

indígenas uma grande tropa. Em março de 1560, as forças


Na América portuguesa, a produção de açúcar portuguesas destruíram Henriville. Enquanto isso, os
esteve baseada em grandes fazendas monocultoras povos indígenas que apoiavam os franceses formaram a
voltadas para a exportação e no trabalho escravo, Confederação dos Tamoio, que passou a ameaçar a
inicialmente dos indígenas e, mais tarde, dos africanos; presença portuguesa no litoral de São Vicente.
esse tipo de organização produtiva se mostraria À frente de 220 portugueses, Estácio
extremamente lucrativo para Portugal. desembarcou na baía de Guanabara em fevereiro de 1565.
O negócio do açúcar se transformou em um No dia 1º de março, fundou ali um arraial com o nome de
mercado global: o financiamento vinha da Holanda; a São Sebastião do Rio de Janeiro. Construído e fortificado
produção se fazia no Nordeste da colônia; o refino, o arraial, passou a lançar surtidas contra os franceses. Os
também na Holanda; os consumidores estavam confrontos se reiniciaram em 1567. A luta provocou a
disseminados pela Europa; a principal fonte de mão de morte de mais de mil nativos. Entre os europeus, as baixas
obra encontrava-se na África; parte dos insumos, na não chegaram a trinta. A vitória coube aos portugueses,
Europa; outra parte, em vários pontos da América do Sul. que puseram fim à França Antártico e escravizaram cerca
Em 1542, começou a operar o primeiro engenho de mil Tamoio.
em Pernambuco; quatro décadas depois, já havia aí 66 Apesar da destruição da França Antártica, os
engenhos. Em 1580, eram 115 os engenhos distribuídos franceses continuaram a assediar outras regiões, muitas
por todo o litoral brasileiro. Juntos, eles colocavam no delas no Nordeste, em terras que hoje pertencem à Paraíba
mercado uma produção anual de 300 mil arrobas de e ao Rio Grande do Norte. Buscando manter o domínio
açúcar (4,5 mil toneladas), além de aguardente (cachaça). dessas regiões, os portugueses construíram fortes e
Os donos de engenhos, também conhecidos fundaram povoações que originaram, entre outras, as
como senhores de engenho, desfrutavam de status social atuais cidades de João Pessoa e Natal. Por essa época,
semelhante ao da nobreza em Portugal. Eles controlavam consolidou-se também a colonização da região do atual
a vida política da região, ocupavam cargos nas câmaras estado de Sergipe.
municipais e seus filhos e parentes detinham importantes
postos públicos. Além disso, mantinham sob controle uma • União Ibérica
ampla rede de dependentes. O rei de Portugal, dom Sebastião, tinha apenas
A obtenção do açúcar era resultado de um 24 anos quando, em 1578, morreu na batalha que travava
processo que exigia grandes investimentos em máquinas, contra os mouros em Alcácer-Quibir, no Marrocos atual.
instalações, animais e mão de obra especializada, além Solteiro, não tinha filhos que o sucedessem. O trono foi
das áreas destinadas ao plantio da cana. Algumas dessas entregue então a seu tio dom Henrique, cardeal de Lisboa
áreas pertenciam ao próprio engenho. Outras faziam parte de 66 anos. Morto dois anos depois, o novo rei tampouco
de terras cujos proprietários vendiam ao senhor do deixou herdeiros Depois de uma acirrada disputa entre
engenho a cana aí cultivada. vários pretendentes, a Coroa portuguesa acabou nas mãos
Até meados do século XVII, a colônia do rei espanhol Filipe II (1527-1598), neto do rei dom
portuguesa liderou a produção açucareira mundial. A Manuel I (1469-1521). O novo monarca unificou então as
partir de então, problemas internos – como secas e a Coroas portuguesa e espanhola sob seu comando, dando
destruição de engenhos nordestinos durante a Insurreição início à chamada União Ibérica, que vigoraria até 1640.
Pernambucana – e, mais tarde, externos – como a forte
concorrência dos produtores holandeses da região das • Os holandeses e a Companhia das Índias
Antilhas – provocaram a lenta decadência da economia do Ocidentais
açúcar na colônia portuguesa da América. Com a União Ibérica, tradicionais adversários da
Espanha tornaram-se inimigos de Portugal. Os
• A França na território brasileiro holandeses, por exemplo, mantinham, havia vários
Em 1555, o governo do rei da França, Henrique séculos, relações mais do que amistosas com os
II (1547-1559), decidiu criar colônia na América. A tarefa portugueses. Eram eles que financiavam a instalação de
de comandar a implantação de uma colônia francesa na engenhos em território brasileiro, compravam a maior
América do Sul coube ao almirante Nicolas Durand de parte do açúcar produzido e o refinavam na Holanda para
Villegaignon (1514-1571). A princípio, os 130 colonos revendê-lo no mercado europeu.
franceses estabeleceram-se em uma pequena ilha chamada A relação entre espanhóis e holandeses, porém,
pelos nativos de Serijipe (atual ilha de Villegaignon, no era marcada por desavenças. Por essa razão, em 1621 o
Rio de Janeiro). Nela viviam os Tamoio, povo indígena governo da União Ibérica fechou seus portos e os de suas
que, havia já alguns anos, comercializava com os colônias aos navios holandeses. A decisão desagradou os
franceses e era contrário à presença portuguesa na região. comerciantes flamengos, como também eram conhecidos
A nova colônia recebeu o nome de França Antártica, os holandeses, que, por isso, passaram a estimular a
assim chamada porque Villegaignon e seus homens ocupação do Nordeste da colônia portuguesa, principal
acreditavam que ela estava localizada nas proximidades centro açucareiro da América. O instrumento para isso
do polo antártico. seria a Companhia das Índias Ocidentais, fundada
Ao descobrir que Villegaignon se encontrava no naquele mesmo ano de 1621.
exterior, o novo governador-geral da colônia portuguesa Em maio de 1624, uma esquadra holandesa com
na América, Mem de Sá, reuniu uma armada de 26 navios 26 navios, 3 300 homens e 450 canhões postou-se diante
de Salvador, sede do Governo-Geral, e abriu fogo. Em • Insurreição Pernambucana
pouco tempo, os holandeses tomaram conta da cidade. Em Percebendo que corriam o risco de perder suas
março de 1625, a União Ibérica enviou reforços à Bahia. propriedades ou até mesmo de serem presos, os senhores
Após um mês de combates, os holandeses foram de engenho começaram a articular uma rebelião visando
derrotados e abandonaram Salvador. expulsar os holandeses do Nordeste. Os conflitos,
Fracassada a ação na Bahia, a Companhia das chamados de Insurreição Pernambucana ou Guerra
Índias Ocidentais resolveu invadir Pernambuco, que, com Brasílica, começaram em 1645 e se estenderam por nove
seus 137 engenhos, era o maior fornecedor de açúcar da anos.
colônia luso-espanhola, produzindo em média 700 mil Em 1648 e 1649, os holandeses foram derrotados
arrobas anuais. A invasão teve início em fevereiro de em duas batalhas decisivas ocorridas nos montes
1630, quando 3 500 soldados holandeses desembarcaram Guararapes, ao sul do Recife. A dupla derrota os obrigou a
de 56 navios na costa de Pernambuco e ocuparam Recife se retirar de Olinda e concentrar suas forças na cidade de
e Olinda, sede da capitania. Sob o comando do Maurícia. Ali permaneceram até janeiro de 1654, quando
governador Matias de Albuquerque, os colonos passaram uma esquadra portuguesa assediou a cidade.
a armar emboscadas para impedir o avanço flamengo pelo Reconhecendo a superioridade do inimigo, os holandeses
interior. Mesmo assim, os holandeses se apoderaram de se renderam. Pernambuco voltou então ao domínio de
Pernambuco. Portugal.
Em 1637, os flamengos já haviam expandido sua Durante os 24 anos em que estiveram no
área de influência no Nordeste, controlando as zonas Nordeste, os holandeses aprenderam os segredos da
litorâneas das capitanias de Pernambuco, Itamaracá, produção açucareira e passaram a aplicá-los na região do
Paraíba e Rio Grande, atual estado do Rio Grande do Caribe, onde tinham uma colônia. Em pouco tempo, o
Norte. açúcar produzido nessa região tornou-se forte concorrente
do produto nordestino no mercado externo, levando a
– O governo de Maurício de Nassau economia açucareira da colônia a entrar em crise.
Em 1637, a Companhia das Índias Ocidentais
enviou a Pernambuco o conde João Maurício de Nassau,
com a missão de governar todo o Nordeste holandês – que
passou a ser chamado de Nova Holanda.
Nassau estabeleceu leis, nomeou juízes e
funcionários de Justiça e implantou um sistema
administrativo inspirado no modelo holandês, reprimiu
abusos, assegurou liberdade de crença a todos, garantiu
aos judeus proteção de suas sinagogas e estimulou a
diversificação da produção agrícola e procurou recuperar
a economia açucareira. Permitiu que a Cia concedesse
empréstimos aos senhores de engenho que necessitavam
de recursos para restaurar suas moendas semidestruídas
durante os anos de guerra.

• A crise do açúcar
Com o fim da União Ibérica, Portugal firmou
com a Holanda um acordo de paz pelo qual reconhecia o
domínio holandês nas terras conquistadas na África e no
Brasil e assegurava aos flamengos o direito de
propriedade dos engenhos sob seu controle. Entretanto,
violando o acordo, em 1641 os holandeses conquistaram
regiões no Maranhão e em Sergipe (de onde haviam sido
expulsos em 1640).
Enquanto isso, a produção açucareira de
Pernambuco enfrentava grave crise, provocada por
incêndios nos canaviais, epidemias entre os escravos e
períodos de seca. Os preços do açúcar no mercado
internacional caíram, e os senhores de engenho ficaram
sem recursos para quitar as dívidas contraídas com a
Companhia das Índias Ocidentais.
Nassau queria que a Companhia agisse com
moderação em relação a essas dívidas. A Companhia,
entretanto, não só exigiu a quitação imediata das dívidas,
mas também aumentou os impostos sobre o açúcar. Em
1644, Nassau pediu demissão do cargo que ocupava e
retornou à Holanda.

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