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MANTOAN, Maria Teresa Égler. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

Capítulo 2 – “Inclusão escolar – Por quê?”, pp. .

1. Aproximações. (pp. xxxxxx)


1.1. A escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão de uma parte significativa de seus alunos.
1.1.1. E as soluções para esse problema repisa velhas ações, que não vão fundo nas causas geradoras do fracasso escolar.
1.2. A inclusão total é uma oportunidade para reverter esse quadro.
1.2.1. É fácil atribuir aos próprios alunos o seu fracasso ou encaminhar para equipamentos alternativos os que têm dificuldades.
1.2.1.1. Repassamos o problema para outros colegas, e assim não recai sobre nosso ombro o peso das nossas
limitações.
1.3. Analisaremos o porquê da inclusão a partir de três questões.
2. A questão da identidade x diferença. (pp. xxxxxx)
2.1. As propostas e políticas educacionais realmente estão considerando os alunos com deficiência e outros excluídos em sua
diferença?
2.2. Infelizmente, ao analisar algumas propostas, vemos em evidência dimensões éticas conservadoras.
2.2.1. Fala-se em “tolerância”: não implica a superioridade de quem tolera?
2.2.2. Fala-se em “respeito”: não é um essencialismo, uma generalização, como se as diferenças fossem fixas e imutáveis?
2.2.2.1. Isto é interessante: entender as deficiências como “fixadas” no indivíduo condiciona o trabalho docente.
2.2.2.1.1. Procuram-se rótulos, níveis de comprometimento, definições de QIs, predisposições etc.
2.3. Tomaz Tadeu, Identidade e diferença: a diferença está sempre no outro, separado de nós para lhe ou nos proteger.
2.3.1. Assim, nega-se a riqueza da experiência da diversidade.
2.3.2. O processo de normalização elege uma identidade “normal” como padrão de hierarquização e avaliação dos alunos.
2.3.2.1. Isso guardado sob a noção de igualdade (na verdade, homogeneidade).
2.4. Por outro lado, uma ética crítica e transformadora referenda a inclusão radical.
2.4.1. Para ela, as diferenças estão constantemente sendo feitas e refeitas: se compreendem, não se respeitam ou toleram.
2.4.2. Nela, a aprendizagem é experiência relacional, participativa e significativa.
2.4.2.1. Isso abala e ressignifica as identidades de aluno, de professor, de escola.
2.4.2.2. Boaventura Santos: é preciso ter o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de
sermos iguais quando a diferença nos inferioriza.
3. A questão legal. (pp. xxxxxx)
3.1. Infelizmente, há um caráter dúbio da educação especial: confusão entre o médico-pedagógico e o educacional-escolar.
3.2. Isso (mais o aberto desrespeito a preceitos legais) distorcem o sentido da inclusão escolar.
3.2.1. Inclusão vira apenas inserção do aluno com deficiência no ensino regular.
3.3. O que diz a legislação?
3.3.1. Constituição Federal
3.3.1.1. Nos Fundamentos, diz que o Estado promoverá o bem de todos, sem preconceitos e discriminação, voltando-
se para a consecução da cidadania e dignidade da pessoa humana.
3.3.1.2. No capítulo da Educação, diz que seu objetivo é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a
cidadania e sua qualificação para o trabalho, através da igualdade de acesso e permanência na escola.
3.3.1.2.1. Não se usam adjetivos: todas as escolas devem atender a esses preceitos.
3.3.1.3. Ainda garante o atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.
3.3.1.3.1. O “preferencialmente” refere-se ao AEE, não à matrícula no ensino regular.
3.3.1.3.1.1. É complemento, não substituto: é AEE e não educação especial separada.
3.3.2. A LDB/1996 reafirma esses princípios e deveres.
3.3.3. 1999: Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de
Deficiência (Convenção da Guatemala, da qual o Brasil é signatário).
3.3.3.1. 2001: Decreto nº 3.956/2001: ratifica a Convenção, que passa a ter valor legal.

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3.3.3.1.1. Condena toda forma de discriminação (diferenciação, exclusão ou restrição que impeça o gozo dos
direitos e liberdades fundamentais).
3.4. Portanto, há todo respaldo para que haja uma efetiva eliminação de barreiras aos alunos com deficiência (e os sem também!).
4. A questão das mudanças. (pp. xxxxxx)
4.1. As políticas educacionais gerais insistem em apagar incêndios, sem pensar nas causas da exclusão e fracasso escolar.
4.2. Ao mesmo tempo, vemos várias inovações educacionais ocorrendo.
4.3. Onde está o bloqueio? Por que as novidades não são bem recebidas? Por que não se altera a estrutura do trabalho pedagógico?
4.3.1. A ausência de desafios: neutralizamos os desequilíbrios que possam provocar nossa velha forma de ensinar.
4.3.1.1. Curiosamente, essa neutralização vem do próprio sistema educacional que tanto fala em inovar...
4.3.1.2. Mas também no cotidiano: válvulas de escape, como currículos adaptados, reforço paralelo etc.
4.3.2. O contexto escolar: turmas organizadas por séries, currículos organizados por disciplinas, conteúdos selecionados pelos
livros didáticos e pelos agentes externos da escola.
4.3.2.1. O tempo de aprender é o das séries e a hierarquia do saber está dado na carga horária das disciplinas.
4.4. Não por acaso a inclusão dos alunos com deficiência é como se fosse uma invasão... A escola ameaçada.
4.4.1. Michel de Certeau, A invenção do cotidiano: o cotidiano não é feito só de passividade, rotina, pressão – há “artes de
fazer”.
4.4.1.1. É preciso destravar a criatividade das astúcias do cotidiano.
4.4.2. Para isso, precisamos trabalhar com o aluno real, em sua singularidade.

“As condições de que dispomos, hoje, para trans-for-mar a escola nos autorizam a propor uma escola única e para todos, em
que a cooperação substituirá a competição, pois o que se pretende é que as diferenças se articulem e se componham e que os
talentos de cada um sobressaiam”. (p. xxxxxx)

4.4.3. E isso pelas mãos dos que fazem, efetivamente, a educação acontecer: pais e educadores.
4.4.3.1. Educadores: desconstruindo no cotidiano os conceitos sobre o qual uma escola obsoleta se fundamenta e os
pilares em que ela se sustenta.
4.4.3.2. Pais: aliados na demanda por uma escola recriada, de melhor qualidade para todos.
4.5. Nunca podemos perder de vista a importância da escola: espaço de acesso aos conhecimentos, de desenvolvimento da
cidadania e da identidade sociocultural.

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