.BRANDÃO, Carlos Rodrigues, STRECK, Danilo Romeu (orgs.
) Pesquisa participante: a partilha do saber. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2006. p.7-20.
Achados Bibliográficos de Beatriz de Souza
Pesquisa Participante
O texto em questão me reporta a meus dias de aluna da graduação no
Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, casualmente no período apontado no texto como divisor de águas para essa questão da pesquisa participativa, o início da década de 90. Coincide com o surgimento do Grupo de Estudos em Ensino de Física, liderado pelo Professor Marco Antônio Moreira, ávido por implantar na UFRGS a pesquisa em ensino de física, que até então não possuía espaço no Instituto. Me recordo de várias discussões a respeito da necessidade de desenvolvermos práticas pedagógicas voltadas para o ensino de física e, principalmente, para a formação de professores. Havia a necessidade de valorizar os licenciados, vistos como os “desprovidos de inteligência” para cursar o bacharelado, e construir um espaço no qual pudéssemos expor nossos anseios, dúvidas e conquistas. Era momento de sair da Academia e por as teorias à prova nas escolas, bem como de buscar nas escolas os temas a serem pesquisados na Academia. Começava-se a fazer pesquisa participativa. Acredito que em países em desenvolvimento e necessidade de projetos sociais é fundamental para que a sociedade possa crescer desenvolvida, neste sentido nada mais justo que buscar na Academia suporte para tais projetos e que ela possa se valer da sociedade para por seus conhecimentos à prova. Como cita Brandão: [...] a pesquisa é ‘participante’ porque, como uma alternativa solidária de criação do conhecimento social, ela se inscreve e participa de processos relevantes de uma ação social transformadora de vocação popular e emancipatória.