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SEMANA 13

TEMA TRABALHO NO FUTURO: COMO SERÁ A RELAÇÃO COM A TECNOLOGIA NAS PRÓXIMAS DÉCADAS?

TEXTO 1 EXTRA! EXTRA! O EXTR AORDINÁRIO NO ORDINÁRIO. DESAFIOS DA SEMANA


Escreva um texto sobre o tema: Trabalho
no futuro: como será a relação com a
tecnologia nas próximas décadas?
8 de dezembro de 2019 Para superar os desafios da escrita:
Tecnologia ameaça emprego 6 de abril de 2020 7 de maio de 2019
de mais de 27 milhões de Home office deve crescer 30% Apps são os maiores empre-
gadores, mas precarização (1) Formule seu projeto de texto com base
trabalhadores em todas as no país após coronavírus, diz
dá o tom nos trabalhos na coletânea, extraindo seus argumentos
cidades do país professor da FGV André Miceli
dos textos motivadores.
(2) Utilize as leituras extracoletânea para
discutir em seu texto o que está problema-
tizado na Caixa Azul do Texto 4.
(3) Apresente uma problematização que
9 de abril de 2020 26 de fevereiro de 2019 dialogue com a reflexões do sociólogo
Por preocupações com 14 de fevereiro de 2019 “Não existe empreendedo- Ricardo Antunes (Leitura 2 e Dica 4).
segurança, Google proíbe OIT alerta para precarização rismo, mas gestão da sobre-
software Zoom em laptops do emprego em nível mundial vivência”, diz a cientista Nesta semana, vamos aplicar nosso
de funcionários social Léa Marques conhecimento sobre a estrutura do texto
para o ENEM (assista ao vídeo da aula
coletiva).
TEXTO 2 O QUE É, O QUE É?
As tecnologias não consistem em formas determinantes da produção, e muito menos seriam neutras, mas fazem parte de uma estrutura que busca
recompor as formas de exploração e de controle, implementando projetos e racionalidade que são classistas. O grande esforço que se deve realizar, nesse
sentido, é de encarar que os elementos das forças produtivas não podem ser analisados no processo de trabalho em si, mas nas relações de produção. As
modificações nas forças produtivas podem caracterizar uma ruptura, mas, na realidade, são um caminho para a permanência do capital como relação social. De
tal maneira, a necessidade do capital é cíclica, no sentido de que a todo o momento requalifica a força de trabalho para que ela responda às necessidades da
autovalorização. Em outras palavras, a padronização do trabalho se desenvolve pensando em submeter ainda mais as capacidades dos trabalhadores ao
processo de valorização do capital. A transformação do trabalhador é uma necessidade do capital. As relações de produção capitalistas só podem se reproduzir
transformando-se permanentemente. Há um velho trabalho que é travestido constantemente de novo.
Bruna Fávaro. As novas formas de trabalho. Revista Sociologia: Ciência & Vida, n. 64, mar. 2017. [Adaptado].

TEXTO 3 AS PREVISÕES SÃO REAIS?

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem 194 milhões de pessoas desem-
pregadas no mundo, quase um Brasil inteiro. O que poderá acontecer com as taxas de desemprego nos SAIBA MAIS!
próximos anos? Como a tendência implicada pela automação é certa e irreversível, a geração de empregos Diante da extinção de postos de trabalho gerada pelos
vai cair. Não se sabe para qual patamar, mas será uma situação dramática – e a sociedade precisa agir. avanços tecnológicos, a flexibilização da legislação
A situação embute um paradoxo. Por um lado, a solução deveria envolver as grandes empresas, princi- trabalhista em vários países é apresentada pelo
Estado como solução para o desemprego. As reformas
palmente as que mais estão se beneficiando das novas tecnologias. A preservação de postos de trabalho
trabalhistas de 2017 e 2019 foram implementadas pelo
precisa entrar na pauta da responsabilidade social corporativa. Além disso, se, por hipótese, todas as compa- governo brasileiro com essa promessa. Contudo, o que
nhias dispensarem seus empregados ou a maior parte deles, não haverá mercado consumidor. Por outro, se observou foi um recorde no aumento do número de
essas companhias não podem abrir mão da automação; ganhar produtividade é crucial para quem quer se empregados sem carteira assinada, de trabalhadores
manter vivo num mercado competitivo. Como consequência, investem em robôs, inteligência artificial, drones por conta própria e de subocupados. Será que a
etc., contribuindo para o desemprego. melhor solução para o problema é suprimir direitos
Uma das maiores dificuldades está na própria teoria econômica, que ainda não avançou o suficiente para da classe trabalhadora?
perceber que nem sempre o mercado resolve tudo: se deixarmos para o mercado, vamos assistir ao cresci-
mento cada vez maior das empresas gigantes, o que significará menos emprego e menos consumidores. O problema vem sendo pensado e discutido à exaustão em
alguns países, com destaque para Alemanha, França e Itália. A recomendação mais importante é a de que haja redução na jornada de trabalho. A própria OIT prioriza
essa iniciativa, e a frase “trabalhar menos para que todos trabalhem” virou um lema muito utilizado na Europa.
Paulo Feldmann. Era dos robôs está chegando e vai eliminar milhões de empregos. Folha de S. Paulo, 28 jul. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2wxAlJt

TEXTO 4 U M A I M A G E M V A L E M A I S Q U E M I L P A LA V R A S . S E R Á ?

AVALIE, ANALISE E ARGUMENTE!


“Estaríamos à beira de uma convulsão social assustadora, ou essas previsões são mais um exemplo de uma histeria ludista
infundada?” Essa pergunta é feita pelo israelense Yuval Harari sobre a projeção de que a rototização e a inteligência artificial
substituirão os seres humanos mesmo em atividades cognitivas. Na Inglaterra do século XIX, os ludistas destruíam os teares em
sua revolta contra a substituição da mão de obra humana pelas máquinas. No século XXI, parece que esse tipo de revolta não
faria sentido contra as mudanças estabelecidas pela Quarta Revolução Industrial. Contudo, ante a precariação das condições de
trabalho, cabe-nos questionar: essas mudanças provêm apenas dos impactos dos avanços tecnológicos ou resultam de
uma ordem econômica calcada na lucratividade máxima? O que precisa mudar para que tudo não fique como está?

Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2019/08/28/o-mosaico-da-exploracao-do-trabalho/ [Adaptado].


QUER AMPLIAR SUA ENCICLOPÉDIA?
LEIA SEMPRE E TUDO QUE PUDER, INCLUSIVE AS LETRAS MIÚDAS. AS DISCUSSÕES DAS AULAS COLETIVAS PODEM SER UTILIZADAS COMO INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES.

LEITURA 1 E S T E T E X T O V A I M U DA R A S U A V I DA !

Os filósofos Michel Hardt e Antonio Outrora, havia uma massa de trabalhadores assalariados; hoje, há uma multidão de Em “A condição humana”, a
Negri problematizam os efeitos trabalhadores precarizados. Os primeiros eram explorados pelo capital, mas a exploração era filósofa Hannah Arendt (1906-
comportamentais do neoliberalismo. mascarada pelo mito de uma troca livre e igual entre os proprietários dos bens. Os segundos 1975) problematiza os impac-
Os autores indicam que a relação de continuam a ser explorados, mas a imagem dominante de sua relação com o capital tos da Revolução Industrial
trabalho precarizada que existe hoje configura-se não mais como uma relação de igual troca, e sim como uma relação hierárquica sobre as relações de trabalho.
só é possível graças à subordinação entre devedor e credor. Conforme o mito mercantil da produção capitalista, o dono do capital O resultado dessa transforma-
do trabalhador ao consumo, que, com encontra o dono da força de trabalho no mercado, e os dois fazem uma troca justa e livre: eu ção tornou todas as coisas em
os avanços tecnológicos, tornou-se lhe dou meu trabalho e você me dá um salário. No entanto, as relações de trabalho produtos do trabalho, cujo
mais flexível e hipermoderno. Esse capitalistas mudaram. O centro de gravidade da produção capitalista não mais reside na destino final é serem consu-
sujeito passa a ser modelado como fábrica, mas se deslocou para fora de suas paredes. A sociedade se tornou uma fábrica, ou midos, ao invés de produtos
uma empresa, ou seja, espera-se que melhor, a produção capitalista se expandiu de tal maneira que a força de trabalho de toda a da obra, que se destinam a
ele trabalhe para a empresa como se sociedade tende a estar subordinada ao controle capitalista e, nesse sentido, a própria vida foi ser usados. Assim, segundo a
trabalhasse para si mesmo, já que é atrelada ao trabalho. A fim de sobreviver, o endividado deve vender todo o seu tempo de vida. filósofa, perdemos o caráter
a partir da relação de prazer experi- Dessa maneira, aqueles sujeitos à dívida aparentam ser, até para si mesmos, consumidores e produtor que nos humaniza e
mentada por meio do consumo que não produtores. Além disso, a importância da informação e da comunicação é salientada pelo fomos reificados em uma
esse trabalhador, cada vez mais fato de que as práticas laborais e a produção econômica estão se tornando cada vez mais mercadoria, com o fim de
endividado, é guiado por interesses mediatizadas. A mídia e as tecnologias de informação são progressivamente centrais para ampliar as necessidades de
econômicos que não são seus. todos os tipos de práticas produtivas e são decisivas para os tipos de cooperação necessários consumo.
para a atual produção biopolítica.
Antonio Negri e Michel Hardt. Isto não é um manifesto. São Paulo, N-1 edições, 2014. [Adaptado].

LEITURA 2 NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS.


Ao contrário da eliminação completa do trabalho pelo maquinário informacional-digital, estamos
presenciando o advento e a expansão monumental do novo proletariado da era digital, SAIBA MAIS!
cujos trabalhos, mais ou menos intermitentes, mais ou menos constantes, ganharam novo O sociólogo Ricardo Antunes evidencia em sua análise como a
impulso com as tecnologias de informação e comunicação (TICs), que conectam, pelos relação com a tecnologia, sobretudo as de informação e comuni-
celulares, as mais distintas modalidades de trabalho. Portanto, em vez do fim do trabalho na era cação, foi essencial para a ascensão do mercado de serviços,
digital, estamos vivenciando o crescimento exponencial do novo proletariado de serviços, uma que, em geral, emprega com baixos salários. Essa análise vai ao
variante global do que se pode denominar escravidão digital em pleno século XXI. As empresas encontro da compreensão do economista Eugeny Morozov, uma
buscam garantir seus altos lucros transferindo aos trabalhadores e trabalhadoras a pressão pela das vozes mais expoentes quando o assunto é tecnologia, uma
maximização do tempo, pelas altas taxas de produtividade, pela redução dos custos, como os vez que, segundo ambos, a visão de mundo projetada por
slogans como “empreendedorismo”, “inovação”, “economia do
relativos à força de trabalho, além de exigir a “flexibilização” crescente dos contratos de trabalho,
compartilhamento” e “Big data” contribuíram não para a resolu-
com consequências profundas que desestruturam ainda mais a classe trabalhadora, seu tempo
ção de problemas, mas sim para um utopismo digital que falseia
de trabalho e de vida, seus direitos, suas condições de saúde, seu universo subjetivo etc. uma emancipação do sujeito.

Ricardo Antunes. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo, Boitempo, 2018. [Adaptado]

LEITURA 3 SENTE-SE, QUE LÁ VEM LITER ATURA!


O operário em construção Sendo a sua liberdade Notou que sua marmita
Vinícius de Morais Era a sua escravidão. Era o prato do patrão SAIBA MAIS!
Era ele que erguia casas [...] Que sua cerveja preta O poema de Vinícius de Morais escrito em
Onde antes só havia chão. De fato, como podia Era o uísque do patrão 1956 ainda é muito atual quando pensamos no
Como um pássaro sem asas Um operário em construção Que seu macacão de zuarte trabalhador do futuro, que, muitas vezes,
Ele subia com as casas Compreender por que um tijolo Era o terno do patrão inconsciente do papel que exerce, aliena-se a
Que lhe brotavam da mão. Valia mais do que um pão? Que o casebre onde morava uma condição que retira dele toda a potência
Mas tudo desconhecia [...] Era a mansão do patrão criativa para produzir, tornando-se um mero
De sua grande missão: Do edifício em construção Que seus dois pés andarilhos consumidor. O futuro desse trabalhador,
Não sabia, por exemplo Que sempre dizia sim Eram as rodas do patrão portanto, seria a perpétua mecanização de sua
Que a casa de um homem é um templo Começou a dizer não. Que a dureza do seu dia vida ou ainda há espaço para uma tomada de
Um templo sem religião E aprendeu a notar coisas Era a noite do patrão consciência como o eu-lírico de um “operário
Como tampouco sabia A que não dava atenção: Que sua imensa fadiga em construção”?
Que a casa que ele fazia Era amiga do patrão.

DICAS PARA VOAR AINDA MAIS ALTO


A R N E
S E A S
L O
S F V C
E U
I L E R
I Ç
S I G E
A A
T T U V
A A E A
Yuval Noah Harari sobre o “Nova era tecno”, da banda O sociólogo Ricardo Antunes Entrevista com o economista
As tendências para as profis-
impacto das tecnologias na Plebe Rude, sobre a tecnolo- sobre a influência da tecnolo- Eugeny Morozov sobre os
sões da próxima década
transformação de profissões gia no mercado de trabalho gia no mundo do trabalho impactos da tecnologia

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