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A VOCAÇÃO DE MARIA.

A NOSSA VOCAÇÃO
– A Virgem, escolhida desde a eternidade.

– A nossa vocação. Correspondência.

– Imitar a Virgem Maria no seu espírito de serviço.

I. ESTAMOS já muito perto do Natal. Vai cumprir-se a profecia de Isaías: Eis


que uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, e chamar-se-á Emanuel,
que significa “Deus connosco”1.

O povo hebreu estava familiarizado com as profecias que apontavam a


descendência de Jacob, através de David, como portadora das promessas
messiânicas. Mas não podia imaginar que o Messias havia de ser o próprio
Deus feito homem.

Ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de


mulher2. E esta mulher, escolhida e predestinada desde toda a eternidade para
ser a Mãe do Salvador, tinha consagrado a Deus a sua virgindade, renunciando
à honra de contar o Messias entre a sua descendência directa. Desde a
eternidade eu fui predestinada – diz o livro dos Provérbios, prefigurando já
Nossa Senhora –, desde as origens, antes de que a terra existisse3.

São muitos os frutos que podemos obter nestes dias de um trato mais íntimo
com a Virgem e do amor por Ela. Ela própria nos diz: Cresci como a vinha de
frutos de agradável odor, e minhas flores são frutos de glória e abundância. Eu
sou a mãe do puro amor, do temor, da ciência e da santa esperança. Vinde a
mim, todos os que me desejais com ardor, e enchei-vos dos meus frutos; pois
o meu espírito é mais doce que o mel, e a minha posse mais suave que o
favo4. Nossa Senhora aparece como a Mãe virginal do Messias, que dará todo
o seu amor a Jesus, com um coração indiviso, como protótipo da entrega que o
Senhor pedirá a muitos.

Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o Arcanjo Gabriel a


Nazaré, onde a Virgem vivia. A piedade popular apresenta Maria recolhida em
oração enquanto escuta, atentíssima, o desígnio de Deus sobre Ela, a notícia
da sua vocação: Ave, cheia de graça, diz-lhe o Anjo5, como lemos no
Evangelho da Missa de hoje.

E a Virgem Maria dá o seu pleno assentimento à vontade divina: Faça-se


em mim segundo a tua palavra6. A partir desse momento, aceita e começa a
realizar a sua vocação, que era a de ser Mãe de Deus e Mãe dos homens.

O centro da humanidade, sem sabê-lo, encontra-se na pequena cidade de


Nazaré. Ali está a mulher mais amada de Deus, Aquela que é também a mais
amada do mundo, a mais invocada de todos os tempos. Na intimidade do
nosso coração, dizemos-lhe agora na nossa oração pessoal: Mãe! Bendita sois
vós entre as mulheres!

Em função da sua Maternidade, Maria foi enriquecida de todas as graças e


privilégios que a fizeram digna morada do Altíssimo. Deus escolheu a sua Mãe
e pôs nela todo o seu Amor e Poder. Não permitiu que fosse tocada pelo
pecado: nem pelo original nem pelo pessoal. Foi concebida imaculada, sem
mancha alguma. E foi cumulada de tantas graças “que abaixo de Deus não se
poderia conceber ninguém maior”7. A sua dignidade é quase infinita.

Todos os privilégios e todas as graças lhe foram dadas para levar a bom
termo a sua vocação. Como em qualquer pessoa, a vocação foi o momento
central da sua vida: Maria nasceu para ser a Mãe de Deus, escolhida pela
Trindade Santíssima desde toda a eternidade.

É também Mãe dos homens, e nestes dias queremos recordar-lhe isso


muitas vezes. Com uma oração antiga, que fazemos nossa, podemos dizer-
lhe: Lembrai-vos, ó Virgem Mãe de Deus, quando estiverdes na presença do
Senhor, de lhe dizer coisas boas de mim.

II. A VOCAÇÃO é também em cada um de nós o ponto central da nossa


vida. Tudo ou quase tudo depende de conhecermos e cumprirmos aquilo que
Deus nos pede. Seguir e amar a vocação a que Deus nos chamou é a coisa
mais importante e mais alegre da vida.

Mas, apesar de a vocação ser a chave que abre as portas da felicidade


verdadeira, há os que não querem conhecê-la; preferem fazer a sua própria
vontade ao invés da Vontade de Deus; preferem ficar numa ignorância culposa,
ao invés de procurarem com toda a sinceridade o caminho em que serão
felizes, em que alcançarão com segurança o Céu e farão felizes muitas outras
pessoas.

Hoje como ontem, o Senhor dirige chamadas particulares a alguns homens e


mulheres. Necessita deles. Além disso, chama-nos a todos com uma vocação
santa, a fim de que o sigamos numa vida nova cujo segredo só Ele possui: Se
alguém quiser vir após mim...8 Todos recebemos pelo baptismo uma vocação
que nos convida a procurar a Deus em plenitude de amor. “Porque a vida
comum e normal, aquela que vivemos entre os demais concidadãos, nossos
iguais, não é nenhuma coisa sem altura e sem relevo. É precisamente nessas
circunstâncias que o Senhor quer que a imensa maioria dos seus filhos se
santifique.

“É necessário repetir muitas e muitas vezes que Jesus não se dirigiu a um


grupo de privilegiados, mas veio revelar-nos o amor universal de Deus. Todos
os homens são amados por Deus, de todos espera amor. De todos. Sejam
quais forem as suas condições pessoais, a sua posição social, a sua profissão
ou ofício. A vida comum e vulgar não é coisa de pouco valor; todos os
caminhos da terra podem ser ocasião de um encontro com Cristo, que nos
chama à identificação com Ele para realizarmos – no lugar onde estivermos – a
sua missão divina.

“Deus chama-nos através das vicissitudes da vida diária, no sofrimento e na


alegria das pessoas com quem convivemos, nas aspirações humanas dos
nossos companheiros, nos pequenos acontecimentos da vida familiar. Chama-
nos também através dos grandes problemas, conflitos e tarefas que definem
cada época histórica e que atraem o esforço e os ideais de grande parte da
humanidade”9.

A chamada do Senhor a uma maior doação de nós mesmos pede-nos uma


resposta urgente, entre outras razões porque a messe é muita e os operários
poucos10. E há messes que se perdem cada dia por não haver quem as
recolha.

Faça-se em mim segundo a tua palavra, diz a Virgem Maria ao Anjo11. E


contemplamo-la radiante de alegria. Nós, enquanto prosseguimos a nossa
oração, podemos perguntar-nos: Procuro a Deus no meu trabalho ou no meu
estudo, na minha família, na rua... em tudo? Não quererá o Senhor alguma
coisa mais de mim?

III. PERANTE A VONTADE DE DEUS, Maria tem uma só resposta: amá-la.


Ao proclamar-se escrava do Senhor, aceita os desígnios divinos sem limitação
alguma. Avaliaremos melhor em toda a sua força e profundidade essa
expressão de Maria se pensarmos no que era a escravidão que estava então
plenamente vigente. Pode-se dizer que o escravo não tinha vontade própria,
nem outro querer fora do querer do seu amo. A Virgem Maria aceita com
extrema alegria não ter outra vontade senão a do seu Amo e Senhor. Entrega-
se a Deus sem limitação alguma, sem impor condições.

À imitação de Nossa Senhora, não queiramos ter outra vontade e outros


planos a não ser os de Deus. E isso tanto em coisas transcendentais para nós
– a nossa vocação – como nas pequenas coisas diárias do nosso trabalho,
família, relações sociais.

Um dos mistérios do Advento é o que contemplamos no segundo mistério


gozoso do Santo Rosário: a Visitação. Mas reparemos num aspecto concreto
do serviço aos outros que se inclui nessa cena: a ordem com que devemos
viver a caridade. A delicada visita da nossa Mãe à sua prima Santa Isabel é
também uma manifestação dessa ordem na caridade. Devemos amar a todos,
porque todos são ou podem ser filhos de Deus, nossos irmãos; mas devemos
amar em primeiro lugar os que estão mais perto de nós, aqueles a quem nos
unem laços especiais: a nossa família. Esta ordem deve estender-se também
às obras, não apenas ao afecto. Pensemos agora no relacionamento com a
nossa família, nas mil oportunidades que nos oferece de praticar a caridade e o
espírito de serviço de um modo natural.

Queremos viver estes dias do Advento com o mesmo espírito com que os
viveu a nossa Mãe. Apoiados na sua entrega humilde a Deus, peçamos-lhe
como bons filhos que não nos falte com a sua ajuda, para que, quando o
Senhor vier, encontre o nosso coração preparado e sem reservas, dócil aos
seus preceitos, aos seus conselhos, às suas inspirações.

“Supliquemos hoje a Santa Maria que nos torne contemplativos, que nos
ensine a compreender as chamadas contínuas que o Senhor nos dirige,
batendo à porta do nosso coração. Peçamos-lhe: Mãe nossa, tu, que trouxeste
à terra Jesus, por quem nos é revelado o amor do nosso Pai-Deus, ajuda-nos a
reconhecê-lo no meio das ocupações de cada dia; sacode a nossa inteligência
e a nossa vontade, para que saibamos escutar a voz de Deus, o impulso da
graça”12.

(1) Is 7, 14; Primeira leitura da Missa do dia 20 de Dezembro; (2) Gál 4, 4; (3) Prov 8, 23-31; (4)
Eclo 24, 23-24; (5) Lc 1, 28-33; (6) Lc 1, 38; (7) Pio XI, Bula Ineffabilis Deus; (8) Mt 16, 24; (9)
São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 110; (10) cfr. Mt 9, 37; (11) Lc 1, 38; (12) São
Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 174.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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