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SÃO BRANDÃO

São Brandão, o Navegador, ou Brandão de Ardfert e


Clonfert (c. 484 - c. 577), também escrito Barandãoou Borondão,
foi um monge irlandês.
Nascido em Ciarraighe Luachra, próximo da atual cidade
de Tralee, condado de Kerry, Irlanda (a data de 486 também é
apontada), foi batizado em Tubrid(Ardferd) e educado pelo
célebre bispo Erc de Kerry e por Santa Ita (a Brígida de Munster, que
o criou durante cinco anos).
Abraçou a vida monacal e tornou-se abade. Terá sido ordenado pelo
bispo Erc, em 512. Após a ordenação, iniciou um percurso que faria
dele um dos mais conhecidos santos da Ordem Irlandesa. Faleceu no
ano de 577 em Annaghdown (então Eunachdunne), condado de
Galway, Irlanda, e foi enterrado na abadia de Clonfert, no mesmo
condado. A sua celebridade foi tal que diversos pontos da costa
ocidental irlandesa receberam topónimos em sua honra (Brandon
Point, Brandon Bay e Brandon Head, entre outros).

O Navegador e a Vita Sancti Brendani


São Brandão deve a sua notoriedade, e o cognome
de Navegador pelo qual ficou conhecido na literatura medieval, às
suas famosas viagens.
Nascido na costa ocidental da Irlanda, então a fronteira ocidental do
mundo conhecido, São Brandão empreendeu um vasto périplo de
missionação e fundação de abadias, que do oeste irlandês, onde lhe é
atribuída, entre os anos 512 e 530, a fundação de abadias em Ardfert
(condado de Kerry), Inishdadroun (condado de
Clare), Annadown(condado de Galway) e Clonfert (condado de
Galway), o levaram a visitar a Escócia, onde, depois de 563, terá
encontrado São Columba e participado na fundação de um mosteiro,
e o País de Gales, onde terá sido abade de Llancarvon e onde terá
encontrado o célebre Machutus (mais conhecido por São Malô).
Contudo, foram as viagens marítimas, num tempo em que as antigas
rotas norte-atlânticas estavam prestes a desaparecer, que lhe
trouxeram a celebridade: terá visitado a Bretanha, as
ilhas Órcades e Shetland e possivelmente as Faroe, um feito então
incomum.
A sua biografia, a Vita Sancti Brendani, cuja cópia mais antiga terá
sido composta em latim eclesiástico por volta do século X,
transformou-se num dos escritos mais copiados da alta Idade Média,
merecendo traduções e versões várias. A partir da Vita Sancti
Brendani, num processo talvez interactivo, nasceram diversas lendas
que aparecem hoje no legado cultural da maioria dos povos da costa
ocidental europeia, particulamente os de origem celta.
As Navigatio Sancti Brendani
Para além das viagens no mundo conhecido, a lenda atribui a São
Brandão a realização de uma longa viagem pelo Atlântico noroeste
que o teria levado a uma terra, geralmente descrita como uma ilha,
sita fora do mundo conhecido. Esta viagem, descrita nas múltiplas
versões da Navigatio Sancti Brendani, um relato complementar à
“Vita Sancti Brendani” cuja primeira versão escrita conhecida data
dos séculos X ou XI (com uma tradução francesa datada de 1125),
inflamou a imaginação dos povos marítimos da Europa, mantendo
vivo o desejo de conhecer o que se escondia para além do horizonte
do mar.
A viagem de São Brandão, como é descrita nas Navigatio Sancti
Brendani, inicia-se com a partida de Brandão, acompanhado por um
numeroso grupo de monges (seriam 60 nalguns relatos) da sua
abadia de Shanakeel (ou Baalynevinoorach), nas proximidades de
Ardfert, costa ocidental da Irlanda, em busca da Ilha das Delícias (ou
do Paraíso). Na sua motivação estaria o conceito medieval de
peregrinação, bem patente na presença de eremitérios ao longo das
costas e nas pequenas ilhas costeiras desabitadas (como os do Cabo
Espichel ou da Arrábida), e a busca dos lugares míticos
desaparecidos.
De acordo com o antigo calendário eclesiástico irlandês, a viagem
teria sido iniciada a 22 de Março(no qual a Igreja celta celebrava a
festa do Egressio familiae Sancti Brendani). O número de
companheiros varia de acordo com as versões das viagens entre os
18 e os 150, mas na litania composta no século VIIIpor Santo
Angus são invocados os 60 que acompanharam São Brandão.
A viagem terá durado sete anos durante os quais foram visitados
diversos lugares e encontrados as mais exóticas criaturas, entre as
quais uma baleiatão grande que foi confundida com uma ilha e sobre
qual fizeram os monges uma fogueira. Ao fim desta longa e
aventurosa travessia, São Brandão e a sua equipagem de monges
atingiram finalmente a Terra Repromissionis, o Paraíso, uma terra de
indescritível beleza e luxuriante vegetação. Infelizmente a narrativa
não nos indica a rota seguida, pelo que a verdadeira localização do
Paraíso de São Brandão ainda permanece um mistério.
Após o seu regresso à Irlanda, a história da viagem de São Brandão
correu o mundo cristão e em breve a costa oeste da Irlanda
converteu-se num importante centro de peregrinação, com Ardfert no
seu centro. Naquela região formaram-se múltiplas abadias e casas
religiosas, em especial em Gallerus, Kilmalchedor, Brandon Hill e nas
ilhas Blasquet.

A ilha de São Brandão

A ilha descrita nas Navigatio Sancti Brendani ficou conhecida por Ilha


de São Brandão (e por vezes por Ilhas Afortunadas ou mesmo Ilha do
Brasil), vindo juntar-se ao numeroso grupo de terras que se dizia
existiam no Atlântico. A existência destas terras, por vezes referidas
por terras brendanianas, foi no advento da Renascença uma
importante motivação no movimento dos descobrimentos europeus.
A ilha de São Brandão aparece em quase todos os mapas medievais,
ocupando no Atlântico Norte posições que vão desde o oeste da
Irlanda à Terra Nova, aos Açores, às Antilhas e às Canárias. A
configuração da ilha varia desde uma pequena ilha circular até uma
enorme ilha alongada.
Fernão de Noronha identificou o Brasil como sendo as Ilhas
Afortunadas ou mesmo a Ilha do Brasil da lenda criada a partir das
navegaçoes de São Brandãono seculo VI.[1]
Entre as ilhas que durante mais tempo foram identificadas com as
ilhas brendanianas está o arquipélago dos Açores, em particular a ilha
do Faial.
Dentro da tradição brendaniana, o nome de ilha de São Brandão foi
levado às sete partidas do mundo. Talvez a sua sobrevivência mais
remota seja a ilha de Saint-Brandon, nome oficial porque é conhecido
o atol de Cargados Carajos, sito no arquipélago das Mascarenhas, em
pleno Oceano Índico (16º 58’ S; 59º 60’ E), 430 km a nor-nordeste
da Maurícia, de que depende administrativamente.

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