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Técnicas de Reportagens e Entrevistas

Prof. Ma. Aline Pádua


PESQUISA

DOCUMENTAÇÃO OBSERVAÇÃO

ENTREVISTA
Apuração: ENTREVISTA
Como fazer uma
entrevista?
I. Como fazer uma entrevista
Antes de entrevistar

 Leia o que já saiu sobre o assunto


 Faça uma lista dos fatos principais. Ajuda a fazer checagens rápidas durante a entrevista.
 Pesquisa sobre o entrevistado e o que ele já disse ou escreveu sobre o assunto.
 Quanto menos tempo de entrevista tiver, mais importante é formular as principais perguntas
com antecedência.
 Anote os principais tópicos sobre os quais você fará perguntas.
 Ter uma hipótese não significa fechar-se numa opinião. É preciso entrevistar com o espírito
desarmado o suficiente para permitir que a hipótese seja refutada.
PERGUNTAS ABERTAS X PERGUNTAS FECHADAS

Há perguntas que induzem o entrevistado a uma resposta simples: sim, não, amanhã, verde.
São o que chamamos de perguntas fechadas:

O senhor vai ser candidato ao governo?


O senhor conhecia o empresário que diz ter-lhe pagado propina?
Quando as empresas começarão a ser multadas?
Que cor vai predominar em sua próxima coleção?
Outras perguntas, chamadas de abertas, resultam em respostas menos
diretas, mais elaboradas:

Qual sua opinião sobre a possibilidade de reeleição?


Por que seu nome aparece na agenda telefônica do empresário preso ontem
pela PF?
Como a prefeitura vai fiscalizar a implantação da nova lei? Quais foram suas
principais referências para a próxima coleção?
Essas perguntas que resultam em respostas
Perguntas fechadas são boas quando nosso objetivo
objetivas, em geral curtas, podem ser pouco
principal é esclarecer uma situação, obter
produtivas quando estamos fazendo um perfil ou
informação, não declarações. Também devem ser
queremos mostrar ao leitor a personalidade e os
usadas quando precisamos “apertar” um
pensamentos do entrevistado, ou recolher
entrevistado para que ele assuma uma posição ou
informações que nos permitam fazer um relato
quando queremos mostrar uma contradição.
mais narrativo.
Na hora de entrevistar

 Grave (com consentimento do entrevistado). Importante quando se quer publicar aspas, pois é preciso
garantir a literalidade.
 Cheque sempre como se soletra o nome do entrevistado, sua idade, seu cargo.
 Comece a entrevista explicando qual a pauta e onde será publicada.
 Anote com atenção.
 Faça uma pergunta de cada vez. Cuidado com perguntas múltiplas.
 Ouça as respostas com interesse.
 Se houver outros entrevistadores, fique atento também às perguntas que eles fazem e às respostas que
obtêm.
 Aproveite os ganchos da entrevista.
 Mude o rumo da entrevista quando ela estiver em um beco sem saída.
 Tome cuidado para não esfriar a entrevista num bom momento com uma pergunta fora do tema ou mais
fria.
 Refaça a pergunta se o entrevistado não tiver respondido a contento.
 Combata respostas vagas.
 Nunca deixe de perguntar alguma coisa que não tenha sido esclarecida.
 Evite concordar com o entrevistado ou interpretar suas respostas.
 Ser crítico ou incisivo não significa ser agressivo nem marcar posição.
 Evite fazer afirmações durante a entrevista.
 Não complete respostas do entrevistado.
 Ajude o outro a lembrar. Muitas vezes a fonte não diz muito porque não se lembra ou
não é articulada. Com as perguntas certas, você pode ajudá-la a construir a história.
 Não reaja de forma emocional.
 Aproveite a entrevista para ampliar suas fontes. Pergunte sempre: a quem mais você
indicaria para falar sobre o assunto?
 Sempre agradeça ao final pelo tempo do entrevistado.
Na hora de escrever

 Escreva assim que possível. Não confie na memória; não deixe a conversa esfriar.
 Quando quiser reproduzir frases entre aspas e não tiver certeza da literalidade, volte a falar
com a fonte e pergunte especificamente sobre aquilo. Se tiver a gravação, consulte-a, desde
que tenha razoável ideia de onde está a frade e tempo para procura-la.
 Se houver dúvidas, não hesite em voltar a consultar o entrevistado.

Depois de publicada

 Ligue para a fonte e pergunte o que ela achou da entrevista.


 Absorva as críticas, se houver.
 Se a fonte apontar erros, corrija-os.
Pingue-pongue
Todas as regras acima valem para as entrevistas especiais, aquelas que queremos publicar
com destaque, preservando a maioria das respostas. Mas, quando ela é importante para seu
jornal, exclusiva, planejada como pingue-pongue, é recomendável investir ainda mais na
pesquisa e na condução.

Observe, por exemplo:


 Leia o que o entrevistado escreveu
 Pesquise se ele responde por algum processo
 Ao preparar as perguntas, tenha em mente aonde quer chegar, o que espera tirar do entrevistado
 Leve as perguntas por escrito, para se orientar
 Gravar é fundamental
 Anote os pontos principais, para ajudá-lo na hora de editar
 Evite perguntas fechadas
 Peça para ver fotos, vídeos ou outros documentos sobre temas tratados na entrevista
 Na hora de escrever, seja literal. É preciso editar, mas nunca tirar do contexto.
II. Entrevistas quentes
Como cobrir coletivas, discursos ou entrevistar gente em coberturas quentes?

 Se você vai a um evento e não conhece a pessoa que terá que entrevistar, pesquise fotos dela antes de sair
do jornal.
 Se for entrevistar várias pessoas num mesmo local, como um congresso ou comício, procure folhetos ou
programas com nomes e contatos básicos.
 Ouça as perguntas dos outros jornalistas também. Não fique concentrado só no que você precisa indagar,
pois a notícia pode estar na resposta dada a um colega.
 Se não conseguir chegar perto do entrevistado, passe seu gravador para outro repórter gravar.
 Em alguns casos, os assessores podem passar o texto de discursos antes. Isso permite que você adiante sua
reportagem, mas fique atento, porque a fonte pode falar de improviso ou alterar trechos do que havia sido
previamente preparado.
 Fique atento também à plateia. Se era grande ou pequena, quem estava lá e como reagiu ao discurso
podem ser informações relevantes.
Há perguntas proibidas?
Algumas perguntas são inúteis ou até prejudiciais. Veja uma lista do que evitar:

 Como o senhor vê tal e tal coisa?


“Com os olhos”, seria uma resposta apropriada. Pense no que quer saber do entrevistado e
formule a pergunta específica.
 Como você se sente após ganhar a medalha de ouro?
São perguntas estúpidas e óbvias. Faça questões objetivas.
 Quando o senhor foi eleito governador?
Revelar ignorância quando for entrevistar alguém.
 Você ficou com medo?
E outras perguntas de respostas simples, quando precisar de respostas longas.
III. Perfis
Perfis são retratos de uma pessoa (ou, mais raramente, de um lugar ou evento) em forma de
texto. A entrevista é boa parte da apuração para esse tipo de minibiografia, não a única.

Para tornar seu relato mais rico, se puder, observe. Vai entrevistar o diretor do Metrô e ele diz
que só pode a tarde, porque de manhã tem que vistoriar uma obra? Dê um jeito de ir com ele, só
para ficar olhando. Observe tudo, anote tudo. Isso garante perguntas melhores; mais que isso,
permite um perfil mais rico.

Diálogos podem ajudar na narrativa e enriquecer o texto. Se sua fonte está cantando um fato,
extraia dela os diálogos. Pergunte: “O que você disse quando tal coisa aconteceu?”, “Qual foi a
primeira coisa que lhe disseram quando assumiu o novo cargo?”.
IV. Entrevistas por telefone
Entrevistas por telefone acontecem quase todos os dias na atividade jornalística. É preciso
lembrar quais são os limites:

▪ Sem ver a expressão da fonte, a compreensão do que ela diz fica limitada;
▪ As chances de o entrevistado se distrair aumentam;
▪ Se você nunca falou antes com essa pessoa, há o risco de ser enganado (entrevistar o
assessor, se fazendo passar pela fonte;
Alguns cuidados:

 Explique claramente que é uma entrevista e estime o tempo que ela vai durar
 Se o entrevistado estiver ocupado, combine de voltar a ligar em certo tempo. Deixei a
iniciativa com você, ou terá que ficar esperando pela chamada
 Cheque a grafia de nomes e peça para soletrar
 Livrar-se de um repórter por telefone é bem mais fácil que pessoalmente, basta a fonte
desligar o telefone: faça as perguntas mais importantes primeiro
 Cuidado com assuntos delicados
 Faça perguntas curtas
 Grave sempre
 Pergunte se pode ligar mais tarde, caso tenha dúvidas
IV. Entrevistas por e-mail
Entrevistas por e-mail é sempre pior que por telefone ou pessoalmente por alguns motivos:

▪ O repórter não pode interagir com o entrevistado, aprofundar uma resposta, contrapor,
esclarecer dúvidas;
▪ As respostas sempre soam artificiais, mais formais, menos precisas;
▪ É sempre um problema garantir que o próprio entrevistado tenha respondido às
perguntas.
Entrevista, Diálogo Possível
“Aspecto importante a ser lembrado é
que a entrevista é um relacionamento.
Depende da sua capacidade de
conversar. De interessar-se pelo que o
outro tem a dizer”. (PINTO, 2014)
A entrevista nas ciências
sociais e na radiotelevisão Edgar
Morin (1973)

Entrevista, o diálogo possível


Cremilda Medina (1995)
Entrevista: Edgar Morin
Compreender as configurações das entrevistas realizadas nos mass media foi um dos
pontos-chave do trabalho de Edgar Morin por oferecer uma consistente tipologia para a
compreensão das possibilidades de interação “entrevistador-entrevistado”, presentes
nos meios de comunicação do final da década de 60 e início da de 70.

Para o autor, na entrevista, diferentemente das conversas cotidianas, o foco


aparentemente principal é o conteúdo informativo da fala do ator social entrevistado.
Todavia, em diversas situações, tanto no domínio das Ciências Humanas quanto no das
interações efetivadas nos media, a interação ultrapassa este propósito inicial, se
estendendo rumo a um interesse pela relação psicoafetiva em si. Isso porquê, ainda que
pautado por interesses profissionais, a entrevista não deixa de integrar a comunicação
humana, que notadamente transcende em muito a mera transmissão maquinal de
informações.
Edgar Morin apresenta sua tipologia dos modos de entrevista consagrados na
comunicação de massa:

Relação esvaziada de significado.


1. Entrevista rito Entrevistado ou serve como ilustração de
2. Entrevista anedótica um tema ou como motivo de chiste

3. Entrevista dialógica As predisposições dos realizadores cedem


espaço para um encontro significativo, em
4. Neoconfissões que, no extremo, capta-se uma confissão
dotada de profundidade.
Para Morin, compete ao “dialogante” provocar situações que estimulem o
outro (sem esquecer-se de escutá-lo) a sair de si mesmo numa ação
dialética libertadora. Num mundo dilacerado por trocas incipientes de
significado simbólico, com mediadores limitados por pressões econômicas e
políticas, “desmanchar a comédia, rasgar a máscara, arrancar o
entrevistado da sua reserva, forçá-lo nas suas trincheiras, ora, pelo
contrário, deixá-lo falar e calar-se” (MORIN, 1973, p.13) pode ser a trilha
promissora para o florescimento de uma sociedade mais disposta ao
reconhecimento da alteridade.
(MORIN, 1973)
Entrevista: Cremilda Medina
Partindo das divisões elaboradas por Edgar Morin, Cremilda Medina (1995), irá expandir
suas definições em subclassificações que servirão para abarcar principalmente
as configurações do fazer jornalístico contemporâneo.

A autora irá investir num jornalismo que, ainda que atento para suas determinações
de habitus, não se deixe levar pelo autoritarismo e reconheça o outro como
nascente de um rio potencialmente dialógico, ansioso em aflorar comportamentos,
valores – a concretização do perfil humanizado que visa à comunicação coletiva.
As complementações de Medina ao mapa de Edgar Morin atualizam as duas
frentes organizadas pelo autor, oferecendo aos gêneros globais de
espetacularização (rito e anedótico) e de aprofundamento (dialógico e
neoconfessional), linhas menores que esquadrinham os perfis construídos
na entrevista: numa ponta, os pitorescos, inusitados, condenativos e de
ironia intelectualizada; na outra, as entrevistas conceituais, de enquete,
investigativas, de confrontação e os perfis humanizados.

A tipologia proposta por Medina apresenta, então:


1. Enquete: este subgênero se baseia em relatos, ideias, pontos de vista, e tem por
finalidade a pesquisa de opinião. Nesta modalidade, o tema é o principal
elemento.
2. Entrevista Perfil: divide-se em quatro subgêneros: perfil do pitoresco, perfil do
inusitado, perfil da ironia intelectualizada e perfil humanizado. Cada um dos
subgêneros da entrevista perfil tem por objetivo o destaque de traços da
personalidade do entrevistado, sejam eles para espetacularizar,
glamourizar ou compreender a humanidade da personagem. Este
subgênero possibilita várias opções de estilo, de acordo com o efeito que o
jornalista intente produzir. Em sua maioria, a entrevista perfil acaba por
estereotipar o entrevistado.

3. Entrevista conceitual: O entrevistador busca bagagem informativa, põe sua


curiosidade e espírito aberto a serviço de determinados conceitos que,
reconhece, a fonte a ser entrevistada detém. O repórter no sentido mais
amplo de sua função de intermediador na sociedade não é um especialista. Vai
procurar vários especialistas de várias correntes de informação e
interpretação. No caso, está acima de tudo interessado em conceitos, não em
comportamentos.
“A entrevista pode ser apenas uma eficaz técnica para obter
respostas pré-pautadas por um questionário. Mas certamente não
será um braço da comunicação humana, se encarada como simples
técnica. Essa – fria nas relações entrevistado-entrevistador – não
atinge os limites possíveis da interrelação, ou, em outras palavras, do
diálogo. Se quisermos aplacar a consciência profissional do
jornalista, discuta-se a técnica da entrevista; se quisermos
trabalhar pela comunicação humana, proponha-se o diálogo”
(Cremilda Medina. Entrevista, o diálogo possível, 1995, p.4)
A entrevista, em Cremilda Medina, é vista como uma técnica de interação social e de
interpretação informativa que transpõe isolamentos tanto individuais quanto
sociais, podendo servir à pluralização de vozes e à distribuição da informação de
forma democrática.

Para a autora, a entrevista constitui sempre um meio cujo fim é o inter-


relacionamento humano. Para além da troca de experiências, informações, juízos de
valor, há uma ambição ousada: o diálogo que atinge a interação humana criadora, ou seja,
ambos os partícipes do jogo da entrevista interagem, se modificam, se revelam, crescem
no conhecimento do mundo e deles próprios.
Segundo a autora,

Um leitor, ouvinte ou telespectador sente quando determinada


entrevista passa emoção, autenticidade, no discurso enunciado pelo
entrevistado quanto no encaminhamento das perguntas pelo
entrevistador. Ocorre o fenômeno da identificação: os três envolvidos
fonte de informação – repórter- receptor se interligam numa única vivência.

Quando ocorre uma entrevista dirigida por um questionário estanque ou


motivada por um entrevistador também fixado em suas ideias
preestabelecidas ou no autoritarismo impositivo, o resultado frustra o
receptor.
“Quando ambos, entrevistado e entrevistador, saem “alterados”
do encontro, a técnica foi ultrapassada pela “intimidade” entre
o EU e o TU. Tanto um como outro se modificaram, alguma coisa
aconteceu que os perturbou, fez-se luz em certo conceito ou
comportamento, elucidou-se determinada autocompreensão ou
compreensão do mundo. Ou seja, realizou-se o Diálogo Possível.”
(Cremilda Medina. Entrevista, o diálogo possível, 1995, p.7)
Para Edgar Morin e Cremilda Medina, o
diálogo só se dá com uma transcendência
ao burocrático interesse informativo. Logo,
a comunicação almejada em suas
teorizações visa o “pôr em relação”
como artifício central”.
Apuração:
DOCUMENTAÇÃO
Documentos são garantia de que sua apuração está correta. Alguns exemplos:

▪ Entrevistas gravadas
▪ Declarações por escrito
▪ Documentos administrativos ou legais – certificados de propriedade de imóveis, registros de
empresas, contratos, processos judiciais, boletins de ocorrência, balanços, prestações de
contas
▪ Notas fiscais e recibos
▪ Relatórios oficiais
▪ Atas de reuniões
▪ Fotos
▪ Vídeos
▪ Auditorias ou testes realizados por laboratórios confiáveis
Referências
MEDINA, Cremilda de A. Entrevista: O diálogo possível. São Paulo: Ática, 1995.
MORIN, Edgar. A entrevista nas Ciências Sociais, no rádio e na televisão. In:
MOLES,Abraham A. et al. Linguagem da Cultura de Massa. Petrópolis: Editora
Vozes, 1973.
PINTO, A. E. de S. Jornalismo diário: reflexões, recomendações, dicas e
exercícios. São Paulo: Publifolha, 2014.

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