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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO

DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXXXXXX –


XXXXXXXXX.

URGENTE!
RÉU PRESO – 03 MESES E 17 DIAS
REF. PROCESSO nº XXXXXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos do processo criminal


que tramita por este r. juízo, pobre no sentido da lei, pelo que vem
perante Vossa Excelência, por advogados abaixo subscritos,
requerer, com respaldo no artigo 5º, incisos XLIX, LVII e LXV c/c
artigo 316 do Código de Processo Penal, a REVOGAÇÃO DA
PRISÃO PREVENTIVA, em razão dos fatos e fundamentos de
direito abaixo expostos:

Dos Fatos e Fundamentos Jurídicos

O acusado teve sua prisão preventiva decretada por este Juízo no dia
19 de dezembro de 2011, acusado dos crimes previstos no artigo
129, caput, e 147 do Código Penal Brasileiro. Em face de decretação
da prisão, o acusado está recolhido na cadeia pública da cidade de
XXXX (XX), desde o dia 20 de dezembro de XXXX, estando o processo
apenas iniciando – sua instrução criminal, através de oferecimento
da defesa prévia. Assim, na data de hoje, o cárcere imposto ao réu já
perfaz 03 (três) meses e 17 (dezessete) dias, deste modo, acha-se
custodiado à ordem e disposição desse MD. Juízo há mais de 100
(cem) dias, por força da prisão preventiva decretada. Até a presente
data, não foi o réu interrogado judicialmente. Verifica-se dos autos,
ante o decurso, hoje de mais de 100 (cem) dias de aprisionamento
cautelar, que até o presente momento não se realizou o
interrogatório.

A Súmula nº 52 – STJ, diz: Instrução Criminal - Constrangimento


Ilegal - Excesso de Prazo: Encerrada a instrução criminal, fica
superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo.

Desta forma, no presente caso, acha-se configurado o excesso de


prazo, este se traduz em situação anômala que compromete a
efetividade do processo, pois, além de tornar evidente o desprezo
estatal pela liberdade do cidadão, frustra um direito básico que
assiste a qualquer pessoa: o direito à resolução do litígio, sem
dilações indevidas e com todas as garantias reconhecidas pelo
ordenamento constitucional, inclusive a de não sofrer o arbítrio da
coerção estatal representado pela privação cautelar da liberdade por
tempo irrazoável ou superior àquele estabelecido em lei. Ademais se
trata de uma afronta a ética-jurídica o excesso de prazo da prisão
processual.

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, prevê seu artigo


7º:

Toda pessoa detida ou retida deve ser


conduzida, sem demora, à presença de um
juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a
exercer funções judiciais e tem direito a ser
julgada dentro de um prazo razoável ou a ser
posta em liberdade.

O réu — especialmente aquele que se acha sujeito a medidas


cautelares de privação de sua liberdade — tem o direito público
subjetivo de ser julgado, pelo Poder Público, dentro de um prazo
razoável, sob pena de caracterizar-se situação de injusto
constrangimento ao seu status libertatis.

Vejamos o entendimento da Jurisprudência Pátria:

HABEAS CORPUS - EXCESSO DE PRAZO -


REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.
73-320 - ADCOAS - A Liberdade do réu
não pode ser suprimida por longo período
sem sequer seja ouvido pelo Juiz. Culpa
não lhe cabe pelos desencontros entre as
requisições da Justiça e a burocracia da
administração presidiária. Se o Estado
tem o direito de mandar prender, o
acusado também tem o direito de exigir o
seu Julgamento. Cumpre às autoridades
judiciárias e executivas obedecerem os
prazos que a lei estabelece. Se existem
falhas no mecanismo dos serviços
judiciários e na aparelhagem
administrativa do Estado, não é lícito que
se desprezem os direitos do acusado e se
descumpram os prazos legais. Pouco
importa a gravidade do delito sendo
forçoso conceder-se a ordem de Habeas
Corpus para revogar a prisão preventiva
do paciente, expedindo-se em seu favor
Alvará de Soltura (TACRIM-SP, Ac. un. da
6a. Câm. de 27 .11.79 - HC n. 94974 - São
Bernardo do Campo. Rel. Juiz Diwaldo
Sampaio - Robervane de S.Reis).

HABEAS CORPUS - EXCESSO DE PRAZO


NO ANDAMENTO DO PROCESSO - RÉU
SOB PRISÃO PREVENTIVA -75.004 -
ADCOAS. A demora injustificável no
andamento do processo, embora estando
o paciente preso preventivamente,
constitui constrangimento ilegal, sanável
por via de Habeas Corpus (TJ-CE - AC. un.
da 1a. Câm. Crim. publicado no DJ de
20/03/1.980 - HC 4911 - Icó - Rel. Des.
José Ferreira de Assis - Impte José
Walfrido Monteiro - Pacte Arnaldo
Leandro Correia).

O artigo 5º, inciso LXV, prescreve que: “Ninguém será considerado


culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

A doutrina preconizada por MIRABETE nos esclarece que:

A prisão preventiva apresenta o caráter rebus


sic stantibus, podendo ser revogada conforme
o estado da causa. Dispõe o artigo 316 do
CPP que o juiz poderá, revogar a prisão
preventiva se, no decorrer do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista.
Não mais presentes os fatores que
recomendam a custódia preventiva, não deve
ser esta mantida. Assim, ao juiz é facultado,
inclusive, modificar seu ponto de vista, seja
por prova superveniente, seja por nova
consideração do assunto”.(MIRABETE, Júlio
Fabbrini. Processo Penal. Pág. 386. S/P. Ed.
Atlas.1995).

No mais, pelo que se depreende dos autos e dos documentos ora


anexados, não se faz necessário o encarceramento do acusado e a
mantença de sua prisão, posto que, o mesmo é réu primário, não
possui antecedentes criminais, reside e possui domicílio fixo nesta
Comarca e possui profissão definida, como comprova com os
documentos inclusos.

Ressalte-se, que o mesmo sofre de problemas de saúde,


principalmente problemas pulmonares, os quais só tem se agravado
devido às condições a que está submetido, caso Vossa Excelência
entenda por não revogar a preventiva, seria, prudente, convertê-la
em prisão domiciliar, nos termos da LEP, para que o mesmo pudesse
receber tratamentos médicos.

Dos Pedidos

Pelo exposto a defesa requer a Vossa Excelência, com fundamento no


artigo 316 do CPP, a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA DO
ACUSADO para que possa responder em liberdade a presente ação
penal, pelo que se compromete a atender a todos os atos do processo
e demais determinações deste juízo, se outro for o entendimento,
converta a mesma em PRISÃO DOMICILIAR, nos termos da LEP.

Termos em que, pede e espera deferimento.

XXXXXXXXXX (XX) 30 de março de XXXX.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Advogado – OAB/XX nº XXXX

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