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HISTÓRIA E CIVILIZAÇAO DA VINHA E DC

k"ltikh-.- -

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AViNHA E O VINHO
NA HISTÓLUA DO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA

rI
I
O vinho t uma presença indelkl no devir histórico da cristandade Ociden-
tal. Acompanhou os primeiros cristãos nas catacumbas e a expansáo monástica na
Europa e dos europeus no Atlântico. A presença no acto lithgico e alimentaçáo tra-
çou-lhe o caminho do protagonismo no quotidiano e ecnomia do mundo cristão.
As ilhas atihticas um dos exemplos disso.
Os europeus fizeram chegar as cepas a todo o Iado, mesmo dqueles onde a
cultura teria dificuldades em se adaptar como oi o caso de Cabo Verde. Apenas na
Madeixa, Açores e Canárias a qualidade e fama do produto fizeram com que se
assumisse uma destacada dimensáo comercial que animou o movimento com os
mercados europeu e americano.
A conuirrencia foi feroz. Primeiro a disputa pelo mercado ingih, depois, no
sdculo XVIII, o norte-americano, onde a Madeira usufruiu uma posiqáo de desta-
que, favorecida pelos tratados e leis de navegaçáo estabelecidos pela mroa britânica.
O vinho Madeira foi, sem dúvida, o que mais se evidenciou no universo das
ilhas. O luzidio rubintccar, que continua a encher os cálices de cristal, t , náo s6, a
materiJiza@o da pujanp econdmica presente, mas mrnbdm, o testemunho dum
passado histdrico de riqueza.
Prende-o h ilha uma tradiçáo de mais de cinco séculos. Nele reflectem-se
as kpocas de progresso e de crise. No esquecimento de todos fica, quase sempre, a
parte amarga da labuta diária do colono no campo e adegas, o drduo trabalho das
vindimas, o alarido dos borracheiros.
Hoie, para recriar a arnbiência, torna-se necessário olhar os restos materiais e
er os d&kentos, donde ainda é possívd desbobinar o filme do quotidiano de
que se esconde por entre a ferrugem, a rrap e o p6.
O Vinho Madeira, celebrado por poetas e apreciado por monarcas, príncipes,
militares, exploradores e expedicionários, perdeu paulatinamente nos últimos cem
anos parte significativa do mercado, fruto da conjuntura criada, nos finais do
&c. XVIII e principias do séc. XIX
A desusada procura obrigou o madeirense a utilizar todo o vinho e a acelerar
o processo de edhecimento-de modo a satisfazer os pedidos. Mas o futuro náo
era risonho. A abertura dos mercados conduziu a um certo fastio a partir de 1814.
Depois as doenps acabaram com as cepas de boa qualidade, hzendo-as substituir
pelo produtor directo que se manteve lado a lado com as europeias numa promis-
cuidade pouco adequada h preservação da qualidade.
O passado recente anunciou o retorno das castas tradicionais e abriu portas
a novos momentos de riqueza.

Ad a e o vinho na Madeira

A presença da vinha na Madeira, associada aos primeiros colonos, C uma


inwitabilidade do mundo cristáo. O ritual religioso fez do pão e do vinho os ele-
mentos substanciais da prática e a tradiçáo, fazendo deles símbolos da ess&ncia
da vida humana e de Cristo. Ambos foram companheiros da expansáo da
Cristandade, sendo responsdveis pela revolueo dos hdbitos alimentares. A partir
do stc. VI1 o comer pão e beber vinho simbolizava para o mundo cristáo o sus-
tento humano.
Em meados do stculo XV, com o arranque do processo de ocupaçáo e de
aproveimento da ilha, C dada como certa a introduçáo de videiras do reino e, mais
tarde, das ctlebres cepas do Mediterrâneo. João Gonçalves Zarco, Trist5o Vaz Tei-
xeira e Bartolomeu Perestrello, que receberam o dominio das capitanias do arqui-
pdlago sob a direcçáo do monarca e do Infante D. Henrique, procederam ao
desbravamento e cultivo, plantando as primeiras culturas trazidas do reino, onde se
induíam as cepas.
O Vinho Madeira adquiriu desde o principio fama no mundo colonid, tor-
nando-se na bebida preferida do militar e avenrureiro na América ou Aia. Esco-
lhido pela aristocracia manteve-se com lugar cativo no mercado londrino, europeu
e colonial. Perante isto, o ilhéu, desde o último quartel do século XVI, fez mudar os
canaviais por vinhedos ao mesmo tempo que conquista nwas terras h floresta a Sul
e a Norte. O madeirense, embalado pela excessiva procura do vinho, esqueceu-se de
assegurar a auto subsistência.
O vinho era a fonte de rendimento e a iinica moeda de troca para assegurar
o alimento, indmentAria e manufacturas. Daqui resultou uma troca desigual para
o madeireme e muito rentável para o inglês.
A vinha e o vinho na histdria do arquipélago da Madeira 31

No stc. XV o vinho competia com o trigo e açúcar assumindo uma posiç5o


de relevo na economia local, assumindese como um meio de troca no mercado ex-
terno. Os trigais e canaviais deram lugar 3s latadas e balseiras e a vinha tornou-se na
cultura quase exclusiva. Tudo isto projectou o vinho para o primeiro lugar na activi-
dade econdmica da ilha, mantendo-se por mais de tr€s stculos.
O ilhh apostou, desde o ÚItimo quartel do sic. XVI, na cultura da vinha, ti-
rando deia o necessário para o sustento e manter uma vida de luxo, construir sump-
tuosos pddcios, igrejas e conventos. A Madeira viveu, entre o stculo XVII e
principias do XIX, embalada pela opul&nciado comércio do vinho. O madeirense,
com táo avuitados praventos, deixou-se vencer pelo luxo, habituou-se 1vida cortesã
e copiou os hãbitos ingleses.
A política exclusiva da cultura da vinha, imposta pelo mercantilimo ingles,
mereceu a reprova@o quer do Governador e Capitão General, Jost. A SA Pereira,
através de um "regimentode agriculnira" para o Porto Santo, quer do Corregedor e
Desembargador, Ant6nio Rodrigua Veloso, nas instruçhes que deixou em 1782 na
Câmara da Calhem. Mas, foi tudo em váo n i n p h foi capaz de travar a "febre viti-
cola", n m de convencer o viticultor a diversificar as culnuas da terra. Vivia-se um
momento de grande procura do vinho no mercado internacional t as colheitas
eram insuficientes para satisfazer a incessante procura. Perante tão desusada solicita-
çáo e h falta de melhor socorriam-se dos vinhos do Norte da ilha e mesmo dos A p -
res e Canárias para saciar o sedento colonialista.
A rota do uimdrcio do vinho começou a ser rrafada no dculo XV, panindo da
Europa ao encontro do colonialism na h ou Amtkica. O comerciante ingl&s,que
surgiu a partir do séc. XVII, soube tiraF o máximo partido da produto k n d o - o
chegar em quantidades volumosas i.s i s s dos compatriotas que o aguardavam nos
quatro cantos do mundo.
Virios factores fizeram com que o inglês se instalasse na ilha e se afir-
masse como o principal negociante do vinho. Para tanto contribuiram as con-
diç6es favorAveis exaradas nos tratados luso-britânicos e a famrecimento que as
regulamentaçóes britânicas do comtrcio colonial atribuíram A Madeira. Do nu-
meroso grupo de britanicos merecem referência: Richart Pickfort (1638182), W.
Boltom (1675/1714), James k o c k (1741), Francis Newton (1 7 4 3 , R.Blandy

As Canárias foram desde o principio o competidor directo da Madeira no


mercado do vinho europeu e colonial. A uniáo peninsular não teri sido fawirAvel ao
vinho madeirense, uma v a que abriu as portas do mercado colonial ao vinho de
Cdrias. A conjuntura econdrnica, que se anunciou em 1640, abriu nwas perspec-
tivas para o Maivasia da Madeira, çom o retorno a uma posi@o de privilégio do
mundo portuguts e britânico. O competidor directo era o vinho dos Apres, pro-
duzido nas &as Graciosa e do Pico.
32 Alberto Vieira

Os pactos de amizade entre as coroas de Portugal e Inglaterra sedimentaram


as r e l a ç h comerciais favorecendo a oferta do vinho madeirense e açoriano nas co-
16nias britânicas da Arntrica Central e do Norte, como o determinavam as leis de
navegago a partir de Calos 11, aprovadas em 1 641 12.
A situação de priviltgio concedida ao vinho dos arquipdagos portugueses
repercutiu-se negativamente na economia das Canárias, podendo ser considerada
um traváo ao desenvolvimento da economia vitiviniwla, a partir de finais do sk-
cuio XVII13.
O casamento de Carlos TI de Inglaterra com D. Catarina de Bragança foi
o preIúdio da conjuntura favorável ao vinho Madeira, sendo referido viera y
Clavijo como um gabe tanfilizpum .ia &h de h Maderas como infi~stoparah Ca-
n á k 1 4 . A guerra de Crornwell contra hpanha levou ao encerramento do mercado
londrino, nõ período de 1655 a 1660, a i vinho de Canárias e ao estabelecimento
de medidas preferenciais para o das ilhas portuguesas. O texto da ordenanp de
1663, repetido mais tarde na de 1665. era daro: Wines of t h p~w t h of M h ,the
Wesm Lhnds OP Awres, m y be cam9dfim t h c e to any of rhe hnd, ishd, phn-
tatinos, Q cokonies, m ' t o r i e s o r places t o this wutjesp belonging, in Aia, Afica or
America, in en&h bu& sh@s.15
Com o fim da guerra de fronteiras entre Portugal e Espanha e a assinatura das
pazes em Madrid a 5 de Janeiro de 1668, ratificadas a 13 de Fevereiro em Lisboa,
restabeleceram-se os contactos entre os dois arquipdlagos16.
O reforço das rela@es t testemunhado pela presença de Bento de Figueiredo
no Funchal como c8nsul castelhanol7. Mas não acabaram aqui as dificddades pois
apenas com as pazes de Ultrecht de 1713 se abriram novas perspectivas de negdcio,
quando os vinhos madeirenses e açorianos haviam conquistado uma posiçáo sólida
no mercado colonial e brithico. O arquipéiago das Canárias encontrava-se na posi-

l2 Rupert CROPT-COOKE, M&w, Londres, 1961, pp. 26-28; André L. SIMON, "Introdw
tbn" e 'Notes on Portugal Madeira and rhe Wiies of Madeira", in The B o k L p t t e ~ ~Lmen
. of sn
&@h M m h n t in M d i n z 1695-17714,Londres, 1928.
1" Beth.enaourt ~ ~ S S I E U"Canarias
, Y Inglaterra. e1 Comercio de Vinos(1650-1800)",in
h& I UJ Aalantim, n." 2, 1956, pp. 195-308: IDEM,"Canarias y e1 Comercio de Vinos
&bXWI)'', hH h M Gmerd& h Zshr CamruXr, tomo, 111, 1977,266-273.
4 Citada por A. LOBENZO-CACERES, MuIvs~iuy F k a f l hs finos dc Gmrh, La Laguna,

Z, SIMON,'Notes on Portugal, Madeira and the Wines of Madeira", in Thc h k o n


Markavtt in M&m 1695-1714,Londres, 1928.
u na nova s i m , recomendando k autoridada rnadeirenses que publicitas-
de um bando a 8 de Maio. Veja-se Arquivo Regional da Madeira, C.8-
" 1215, h.37v." 38.
-58-58v.", I7 de Dezembro de 1672.
A vinhu e o vinho na histdria do arquip4lago $n Madeira 33

@o de perdedor e a braços com uma crise económica por falta de escoamento do


Khlhol8.
'
O movimento de expor- do vinho da Madeira nos s k s . XVIII e XIX
b - s e de modo directo uim o traçado das rotas maricimas coloniais indesas que ti-
nham passagem abriptdria na i h São as rum da Inglaterra colonial que faziam
do Funchal o porto de refresco e de carga, para o vinho no percurso para as fndias
Ocidentais e Orientais donde regressavam pela rota d o s Açores, com o recheio colo-
nial. Tarnbh as navios portugueses da rota das fndias, ou do Brasil escaiavam a
iiha oslde recebiam o vinho para as praças lusas. $50 &ainda os navios ingleses que se
&rigim h Madeira com manufacturas e retomavam por Gibdtar, Lisboa, ou Por-
te E, finalmente, os naviris norte-americanos que t&am as farinhas para sustento
&o do madeireme e regressavam carregdos de Wiho. Por tuda isto a vinho ma-
& m e conquistou o macado britânico em Africa, h i a e h & c a afirmando-se
ãtt meados do &c. X K como a bebida clos funcionirios e militares das ml6nia.s.
Com o movimento independentista das coldnias todos regressaram h terra de ori-
gern -do o vinho na bagagem.
R O momento de apogeu na expom@o do vinho Madeira situa-se enae &ais do
séc. XWI e prindpios do &. X E , altura em que a saida atingiu a mk&a de 20.000
pipas. Mais de 213 do vinho a p o d o desthava-se ao mercado americano, com desta-
que para as Antilhas e as planta@es do Sul da Arndrica do Norte e a h de M. York.
A primeira metade do séc. XIX foi pautada pela altera& na mercado consu-
midor do vinbo da Madeira. Foi o periodo de &r-o de novo destino capaz de
suprir a perda do mercado coloniai. A Ingiaterra e a Riíssia substituiram as ml6nias
a partir de 1831. O fim das guerras europeias, em princípios do séc. XCT, abriu as
comportas do vinho europeu os mercados asidtico e americano. A saida do colonia-
lista foi considerada urna perda irrepdvei para o vinho Madeira.
Hoje, passados mai; de &os sobre a introdugáo da vinha nà Ma-
! deira, estáo ainda presentes na mem6ria os tempos hreos de apreciação e comércio
i do vinho. A imagem passou rapidamente 8 Hist6cia. A eufõria da procura sucedeu a
I
c r k dos mercados, agravada pela presença das doenças que amaram a vinha (oidio
e fiioxera).
A crise do sector produtivo, resultado de &tom bothicos alastrou a tada o
espaço viticala com efeitos s m h t e s na economia e mercado do vinho. Perdeu-
-se a li@o ancestral com as tradicionais castas europeias mas, em contrapartida,
descobriram-se novas variedades americanas. As dificuldade da neg&io conduzi-
ram h debandada dos agerita que haviam traçado o mercado, A ~ a & r aconseguiu
paulatinamente recuperar ou conquistar novos mercados.

'8 G. STECKLEY,
nrt.cit., pp. 25-3 1.
34 Alberto fieira

O século XVII foi o momento de viragem no mercado atlhtico do vinho,


conseguindo a Madeira levar a melhor na preferencia do mercado norte-americano
e colónias das A n t i h . O vinho Madeira tornou-se numa moda do quotidiano das
col6nias britânicas. Os viticultores e comerciantes de Tenerife para poderem sobre-
viver tiveram que se sujeitar ao fabrico de um vinho semelhante ao Madeira, ou
h baldeaçso com o de Tenerife para depois venderem com o rótulo de Madeiralg.
O skculo XVIII foi a dpoca de plena drrnaçáo do falso e verdadeiro Madeira20.

ALGUMAS ESPECIFICIDADES

A partir de finais do stculo XVIII ocorreram profundas aiteraçóes na processo


de vinificaçáo madeirense provocadas, quer pelo funcionamento das estufas para
acelera60 do envelhecimento do vinho, quer pela adiçáo de aguardentes, primeiro
de França e, depois da terra, para fortificar os vinhos mais fracos. O mttodo antigo,
conhecido de canteiro, entrou em desuso, por ser mais demorado, dispendioso e
incapaz de antender às solicitaçóes do mercado. A soluçáo estava nas estufas e na
fortifiqáo com as aguardentes.
D. João da Câmara Leme, que em meados do sdculo XIX tomara contacto
com os processos de vinificaçáo u u l i d o s no trato, apercebeu-se do deficiente uso
das aguardentes e estufas, apostando numa soluçáo mais rápida e eficaz para o trato
do vinho, que ficou conhecida como ristem camvial, definido pelas seguintes fases:
I o - siirtem sem aquecs'mmto; 20 - sistema com aqaecimento h t o , j c a n d o o vinho em
comunicacão com o ar um biente; 30- sistema com sqwce'mento r d p i h c a r r ~ e c i m t o
h t o , h o r d ou náo, em wcipientefich&I.
A situ@o privilegiada da comunidade britânica t resultado dos tratados de
amizade, nomeadamente o de Methuen, e da estratigia definida pelas actas de nave-
g a @ ~inglesas (em 1660 e 1665). A Madeira foi para os ingleses a ilha das escalas e
abastecimento em vinho. São inúmeros os testemunhos da presença das armadas
britânicas no porto do Funchal. A passagem era frequente, usufruindo de um trata-
mento especial das autoridades locais.
Algum do vinho embarcado fazia o percurso de ida e volta. Os tonCis de
vinho no poráo das embarcaçóes estavam expostos ao calor dos trópicos e sujeitos
h constante b a l d e 0 resultante das correntes maritimas, adquiria um envelheci-

y C o m e d e Atht~tico.k E~tsprrsaCarnereiai I&ss&sa rn w-


n u de T e n d , 1985, pp. 317-332; G.L,BBeq Tk Oki Cabnid
Madet e Lonabn P a r h d r fbmn preteridos em favor

a parar daqui que se genwalku o uso das estufas a m a sistema de cave-


os vidos, estando a primeira documentada em 1794. A $01u@orepre-
maior economia de tempo- e custos petd~indocolocar, em pouco

Paris, L816 (d.18321,p. 467; hpt:


3 AJullíen, T p p p h i t H m h figmbh h=,
"
-
h, U hndoh,
, 2961,p. 86.
24 A ~uetzde~~~rs,b~e~~r~&~,
p. 36.
36 Alberto Ueira

de volta h ilha, onde foi engarrafado a partir de 1840 com o titdo de Bank of
W e h o . Winston Chwchill de visita h ilha em 1950 foi um dos poucos contem-
piados com uma garrafa.
Em 1992 recriou-se a referida rota e a ttcnica de envelhecimento com o
embarque de 600 litros de Boa1 a bordo do veleiro Ksisei, que participou na regata
Colombo 1992.
O vinho da roda t para o madeirense e britânico uma didiva do oceano. As

i
agitadas águas do AtlAntico e fndico transformaram-se numa grande adega, onde os
vinhos madeirenses envelheciam. Foi uma mais-valia, sabiamente aproveitada pelos
insulares que cativou os tradicionais apreciadores britânicos. Mas nem todos co-
mungaram da mesma ideia, surgindo opinióes contrárias: Comasum&res áe vinho m
Inglaterra s& muitas vezes m g a d s p e h de que u m uhgem h idias Orimtak
ou Ocidentais L sujciente pura garantir a txcekmia do vinho. Mar isto L U M $i%&
dbvia, pois, se o v i d o núofisse k bod q d & qundo expor& ik, mil via-
gem nh o p o h r i ~ mt o h r na qae nuncd tinha sidó. Todos os comcrciwntts m M d i r a
a b e m bem que uma-@nrde parte rios Yinhr assim e q o d s são di ~ r qn ~ l i d d
infirior, c s& adquidos em troca de géneros por pessoa geralmente co~eheci& como
c o m e ~ p a t e ~ pmca25.
or

I
O vinho da roda t considerado um feliz acaso das viagens transodnicas. No
percurso da Madeira à fndia e retorno B Inglaterra, com duas passagens pelos tr6-
picos, melhorava. O calor dos poróes atribuia-lhe um rápido envelhecimento, que
cedo se tornou notado pelos ingleses. Foram eles os primeiros a usufruir da situa@
vantajosa. Este uinbo tem a fim & possuir muitm qw6Ws extraordindh. Tenho
OU& &w p e se Mdiim gmuinofir exposto a temperacrcras muito baixas atkjcar
congeh& numa massa sdlidz de c o~travez descongehb pelo figo,scfir aquecido
ate ao ponto de f m r a e &pois deixado awdeca ou se ficar aposto ao sol durante
semanas arepih em bami abmm m cokocado em caves kzimidzs não s o f i d O mitas'mu
dam apesur k sujeito a t.%o uiok~ltash F ó e $ 6 .
De imediato o vinho da roda ganhou fama e começou a embarcar-se pipas de
vinho nos poróes dos navios para aí envelhecerem. A partir daqui deu-se o salto

25 J. Holman, Tmwh in M&m, hndon, 1840, in Alberto Vieira, História do f i n h ak Ma-


&ia h m m b o s e T m , Funndial, 1993,p. 354. Sobre o vinho da roda veja-se: A && to M&,
London, 1801, h Albem Vieira, Hh6M h K d u bds M&m. Dommenm e Tmhs, Funchai, 1993,
p. 343; J. L.Thudichum, A Twatise on th Origa'n, Natlcre und krieties of Wine, London, 1872,in
Alberto Vieira, H&&a do E A ~ M&M. b r n m m .t~ Tmtos,Funchai, 1993,p. 372; A. Drexel
akD
Biddle, Tbc LmPd of tbe E m Being ~wsh w n t of thM d i r d , London, 1900, in Albcrta Vieira, H&-
ídck do fi>Pko & Madeira. documento^ e -
T F~unchal,1993, p. 42 1.
26 J. Barrow, A Vyage to Conchincbim, London, 1806, in Aberto Vieira, História do Knho L
M&m Documentos e Tms, Funchal, 1993, p. 339.
ma de esnifa mfi çonsi&rada oficialmente mmo o &todo de trata-
nho das castas autorizadas,
legislzçb em vigor o ido
uma ~ e m wnp rismce~ atd ~%*C. por um p m
o vinho &a uma q m @ o de cera de 15%, m a
perdas 6 seduzi&. A dqwdibilkçáo no mercado

a~ h m r Barros & Soma Ida. &o utiliza no trata-


o as @tu&. As d d s &@em do &Ljo sistema, usrr6uindo h
ira Wme Cornpmy Lda. dlspóe w Lnsdaçó~
: a e& de h m t o e
ruadeS. Fmci~4~doÇhamado
sist-ema&ac-

k entendida como muitado & conjuntura fivordvei m escoamento


o vinho, que adveio com as guerras napol&nb, com cansequente q o -
dos h, crianda a necessidade do trato &pi& dos vinhos novos para
as encomendas do mercado, a que sd poderia ser passível com as esnifas.

27 C.o~uíram-seatd estufas para fruk do d o r do sol, como nos refere Henry Vizetelly [Fam
a h t Pon a d M&P~, London, 1880, in Albcm Vieira, Histdria do fitsko dn M&m L>ommntose
Te$, F~unchai,1993,p. 3971 sobre a casa M e y d e s sobrinho & cia
28 Manod de Santanna e Vasooncellos, C h m r rlor Mudeirnes. Fundia, 1835, p. 8.
29 Alex L i a , M&m London, 1798, pp. 1 2 6 128.
30 Idem, i b h , p. 6.
-&gm, para Id m h r m&hPadoo vi&, ~ j c o l ss d c h a d ak mb roda mundo
ou ss'mphmte vi& de mA31.
O p r o w o g e n e d u - s e rapidamente, embora continuasse a ser oneroso e
demorado para as exigências do mercado. Estamos perante uma situação comu-
mente aceite, mas que no nosso entender &d ter sucedido de forma d i s t i n ~ O .
madeireme náo ignorava o sistema de tratamento usado pelos antigos. Já os Gregos
e Romanos tinham conhecimento da ac+ do d o r dos porões dos barcos e dele se
serviram para trato dos vinhos tal como refere Plfnio, entre outros. Na Madeira a
p d u a p e c e ser m d i i A primeira informação que dispomos data de 15503~e
refere a despesa de dois vinttns feita pela Miseridrdia de Machico parti h h a para
c o m O trinho. Não sabemos a que se reporta a s i t u e e se refere ao fabriu, de
aguardente.
A primeira referência b esnifas remonta a 173033. Daí h afmmçáo do sistema
o salto foi rdpido: Wáo os c o m i a n t e s que o calor áos ~assuiosc dos c l i m mais a&-
ta b+mm c&hI c &s'mhm& os vinbos em tuah a wu q d U , &n& de
M&OY como dP c k m , hgopeh mdo, a ma15 bem &d& scpmuaArã0, c se mnvar-
cerão ak que o vinho Madeim se aperfC;Eoavac mesmo se requin&va com o calor: ocor-
reu kogo, que sendo possível traúi-ko m terra com uma precisa quentura para o seu
&m@& seriam gra& os prom'tos que mherb o comércio, o pdblico, E a & meno5
S.A. h*. Assim, tivemos o primeiro ensaio de est& com vinhos novos, en-
quanto um comerciante aquecia dia e noite u m armazém com vinhos novos outro
colocava no armazCm canos de ar quente35. A primeira estucfa h a n d ncsta ilha
se fabricou no ano de 1794 e 1795, e e o i s &h se haníavrão mcssivammk miras
o u t m p i e bodaE rn bmbalkado até os dItimos mexes pass&fi. Em 1802 segundo
John L e a d eshsfm a* now become g d 7 .

I
31 Q. Cit, voL I11 (19651, p. 1 19.
32 A l m Mamo de Sousa, O Fato do D&. Curiosas Notas sobre a Miseridrdia de Ma-
chico,in DasArres e & História h M&ra, n.' 5069,5 de Maio de 1949, p. 234.
33 R u e CroftXmk, i&&, p. 65-
39 AHU, h 4 d i m c Porto &=to. no I43 1.
35 D. Joh da Câmara Leme, i&h, p. 6.
36 João da C h a m Leme, i b i h , p. 6.
37 Ruppm Crofthk, $i&, p. 66. Numa carta de 1800, o mesmo descreve a primeira esd
I& que teve na ilha, dando wnm do mcwimenta dar estufas, e da discussão sobre o vinho ertdado:
we#m~a~~m~~~fi&hptohw~tjivniskcll~tiuomthrre~~~~~
commoa -I. good k tbt h t q m ' e i c , in o& tbat wc mwy w k t e tbt kb; UM threj5t-c

by yoir willsend oirt s muph uety c ~ ~ y p k t e~ hedp e tkis neut nw& of &ng wine wdl a-, but
~m~~ofrhoJeuihoshipírr-~m1~0i~mmonofdthchollKIure~f~-s
tAnnkb&chrni&ocAcrsgutthn'~UIIACintdhind~rhrf.., w h ~ p q 5 m O W I . p . p ~ j W 3
flwRsr, stewing. Wc m rnotyct* d q % d of ai/tbe &CS p& bry tAc applicah of h a t to thc

I
wiw, ht tkink in pmI tbq k e q mofierce s +e of hedt, nickcI k e q s th winc constundy builin~and
d e r i>urpido f w e ~ kW. nn ofopinion tbat n m o n &te tempmnin w i l rucmd b e m d rhdl
; p h n g the p m d to sUc imtead of tkwe wionth u.r we bave s ~ H. o m p a t te~twil! &e, bow it is
qprnzwd by &use who are no goodju&es, tke nau winc witb thwr months fitufi imitam wine of 4 or 5
ym oM & we h n k tbink tbut tbe h q t i o l a w d be e m . 4 & o v d - perhups prejdce the ckaracter of
d&&m wíne. Wud ht ciimate~i& i m p m m w b quicker tban in go$okdmin: b i w h m n t h i n th l h t or
West I d m ha m &ct fhan 3 years here, or fiur orfiwyears in E n g h d - t k $ r &e beut m w be on
ben@ & we rnnrst d e a climate [Idem, íb&, pp. 67168; vide tambdm I! E da Câmara, i b i h ,
pp. 7617, onde faz uma dmriçáo da estufa; Confronte-se o texto de H.Vmtelly in Alberto Vieira,
Histdria h i430L Mrsliira, Funchal, 1983,pp. 375-399.
38 Antbnio Aragh, i b i h , p. 159.
39 Ant6nio Ara*, ib&, pp. 197-198.
4 h p e r t Crofc-Cooke, Mlukira, p. 66.
41 Alberto Vieira, Histdrid clo Knho da M&w, p. 392.
42 Vide M. L. Pasteur, Études rsr ic i&, ~ e sMnhda'c~,CC~IAT~I qvi k hvoquant PtocBdis
~ r h VieiI&s, Paris, 1873, pp. 1301204, dando pp. 2051262 aparelhos
N m w a x r p o u r ie C o ~ c etpour
de aquecimento.
43 Q. cit., p. 6112.
443 Alberto Vi~ira

queimado muito desag~addveti4ao mesmo tempo que ihe retirava as propriedades


essenciais: Um sistema qmpn'va os vinhos mvos da rn mhores qml&&s naturais
e íbes introduz +ims penistmtes; qw lha tia o &ar, akcool, dkos essenciais, c Lha
introduz, um sabor & s a ~ v t que I o c a d v q d m p w g a h hes núo pua% nunca
tiriar k ta&, e que OS impeh a% adquirir a jnwra ta0 assina& nos antigos vinhos de
canteiro. Na destilação do pinho gcsrapa Aspreaai-se o vinháo c gursrdzm-se kiqu&s
acodkicos, & e , c sais e gera&-se o uinháo45.
Perante a constataçáo houve que tomar providências, optando-se por um
sistema de aquecimento em vaso fechado, de modo especial, o mttodo Pasteur, ca-
nhecido por pasteuxizaçáo. Feitas as devidas experiências D. Joáo da Câmara Leme
condui que o gosto & n w o ahupawcia muito pouco para que o vinho M&ra p&e
ser m b ~ ~ a m d opomo tmpo como uinho m i s velho, e que os s m outros caracteres
ndo t i n h m w$n'mbmcnk ~aelrSorah*~. Em 1889, ao fim de seis anos de estudo e
10 anos de ensaios e experiencias, estabeleceu um sistema de aquecimento e &na-
mento dos vinhos, que tomou o nome de sistema canavial.
O m4todo exposto era considerado o único processo de tratamento por estufa
que animava a qualidade do vinho fazendo-o adquirir caracterfstims e qualidades
prdprias, e capaz de rivalizar com os melhores de canteiro. O vinho canavial47 era
normalmente preparado com o boal, apresentado as seguintes propriedades: diges-
rivo, anticéptico, medicinal, alimenticio.
Muito antes de D. Joáo da Câmara Leme temos ,noticia de outro invento
de estufagern. O novo mdtodo dava-se nos vinhos comunica&-hes o cabr interna-
mente e k OS fe mina w m e h o s em poscco t m ~ ~ o Serd
* ~ . o mesmo sistema do
praticado em França, conhecido como pasteurizaçáo?49.Tudo indica que assim seja
uma vez que o autor foi a Franp váriias vezes, donde trouxe alambiques de destila-
Fa, contínua e travou contacto com as inuvaçóes da técnica francesa de destila*
e aquecimento do vinho.
As est& r& morreram apenas foram sendo aperfeiçoadas com o tempo. Os
mecanismos a vapor e a moderna temdogia eléctrica substituiram as fornalhas de
lenha propiciando uma temperatura constante de 45 a 50 graus centígrados por um
periodo de t r h meses. No presente o sistema de canteiro convive de modo cordial
com o das estufas. Ambos persistem e são usados pelas empresas de acordo com o
tipo de vinhos que se pretende fazer. Os chamados vinhos novos de cinu, anos sáo

44 Idem, i b h , p. 7.
45 Idem, i b i h pp. 10 e 12.
46 Idem, i b i h , p. i 3.
47 D.Joáoda C h a t a Leme, Sobre o K h Cnmial, Funchal, 1892.
48 AHU, Madeitu e Potao Santo, n . O 9480.
49 D. Joáo da C h a r a Leme, Ib&, pp. 17-19.
A vinha e o vinho na histdria & arquipélagoda Madeira

quase sempre de anda, enquanto os demais sáo de canteiro. Apenas uma empresa,
Artur Barros & Sousa Lda., continua fiel i tradiçáo do sistema de mnteiro em
&s os vinhos que comercidii

OS INGLESES, A ILHA E O VMHO MADEIRA

A rei@ da iha com o mundo +b deve %r dnum h b i t o mais


-0. Náa fbi um jogo de interesses de um punhado de britânicos [ndufragos na
ilha, a enemplo de Machim] versus os madeiremes, martirizados pela opmsáo.
Tudo isto fáz pam de um processo mais vasto. As origens devem ser encontradas
nos mdos do império wilonid. O p o h surgiu com C r o d e manteve-se atd
que o iddrio independentism, reveiado pelos dufiagos do M m ,fez esboroar

Na estratégia imperial a Madeira foi uma pedra chave. Náo era o clima ameno,
nem táo pouco a n d d a d e de rima antBc%mara& adapmfão ao d o r dmdo dos
uópiuis ou frio que a valoriaav;im. Tuda isso foi o &nus para o d empenho &
hdo F u n d d uma base para as incursócs dén~A h a u i . A iiha foi dmade
deiros t vapores, sedentos de carváo, A estas condicionantes associa-se o vinho.
A aecessidade e p-9 na dieta alimentar de marinheiros, soldadas e coloniza-
&m 4 hqumiondvel.
O cosmopolitismo brithio, evidente na s x k h d e loml, coruava o impacto
ala comunidade, acrevenda &mas das pdginas mais significativas da Hist6ria
da ilha. Os ingieses foram os iilcimos [h$ quem diga que teriam sido os primeiras,
kmeado-se na faddia aventura de Machim] a se envolvmm no fasdnio da ilha.
Os portugueses dcsbrmwam o temmo e abriram &O para a p m p europeia.
~is&~osi~~~,h~eflam~parafnrirdas.;S~.56mu
mais tarde vieram os ingless, a d o s pelo aroma da debre &ia. A &a, pm-
damada na abra de Shakesp-, foi o mote para a irnposi* ao paladar da misto-
=
macia brisa que ddiciava atd ao +ato nos tonéis cheias de vinho.
Q M t h h madeireme encantou a e coroa inglems, animando os
dos mtWmde Sua M a j d e , dentro c fora da p d e &
Mdtiplas e miidas xazões fizeram com que o Fundial se aiirmasse: a v i r do
século XVIII como centro chave das transformasões duo-politicas operadas de am-
bos os kbdo oceano. Aqui M siaalizar-se a p m p da comunidade i n g k c
o hde ter t r a n s f o d a ilha num importante centro para a afir- çoloníai
e maritima. A vincula@ ao impdrio britbia foi notdrk+na quotidiano e dwir
hisr6rico madeirenses dos dedos XVIH e XIX.
O vinho, n5o d alepv1z o comçdo, como t a m b h supria as defici$neias m1&
r m Era assim que o encaravam os homens da +oca. Os portugueses haviam pm-
d o que era o bico a resistir ao calor dos trópicos e que se adaptara muita bem L
constantes mudanças de temperama Tudo isto junu, gerou a aliança da Madeira
w m o irnptrio brit%nim.O vinho e a p i + o geo&m da ilha fõram os promgo-
nistas. A aliança fez prosperar a ilha, encheu-a de ia&, de quintas e @e.ses, se-
dentos do vinho.
A a f i r m e na vida l o d , controlo econdmico e das rdaq6es externas lrvararn
h conquista de uma desusada posiçk e A afirmação no plano polium, por meio de
tratados ou de uma interessada hs autoridada da &a e país. A feitoria, ao
dvcl local, as autoridades consulares, no reino e ilha, conjugavam-se para o mesmo
objectivo. A siíuaçáo dos ingleses era especial. Desde o s8culo XVII que a feitoria
ddiniu um matuto parte para a comunidade, que permitia ter c o m -
vatória e juiz privativo. O espirito de u n h da kitoria, que persistiu atd 1842,
h r e c e u a posição na sociedade madeirense e demarcou a fosso com os naturais.
A influhcia inglesa foi @a nos bastidores do poder político e, por vezes, sob o
ohar complacente daqueles [os republicanos] que, i primeira vista, pareciam ser
idmigm O caso da h d a Hinton e o céiebre engenho t exemplo disso.
Os relatdrios dos oBnsuies, que surgem na &a a partir de 1658, iiicidem a
at.en@o no plano econ6mico. O ponto da situa*, feito em Juho, era elaborado de
aço& mm as orienwes do Fum'p wce.A incidencia sobre os sdbditos de Sua
Majestade era, acima de tudo, uma hrma de controlo do trafico comercial de e
p a i as coldnias. A ilha era um dos eixos da estratégk Foi por isso que em prind-
pios do dado XM fói ocupada por duas vezes pelas tropas brfthias. Mais do que
preservar os i n m brit%iim na ilha estava a necessidade de impedir o avanço
h&no Atlântico, o que poderia molestar os ainda importantes dominios colo-
niais. Os tratados & e n m a posição mnfodvel dos &fies, enquanto que
as leis de nmegaçk do s é d o chusete mais não fmmm que refonp os iaçm defi-
nidos pelo mmcmtilismo inglk.
O turismo c o vinho estáo indissociavelmente ligados aos ingleses. Foram eles
os principais mentores, Ultervenientes e usufru&ios, que tqaram os rumos do
n m - d o m l o d c d$iniram o processo de vinificqáo adequado ao paladar e h
conmgên8as da roa e destino. Para o turismo a presenp 4 por demais evidente.
Foram os primeiros mistas e os promotores dos hotéis, desde finais do dado XM.
O W s hotel C o emblema de ouro.
A p m p inglesa foi uma constante no quotidiano5°. Muitos visitantes tes-
temunham-no, -do a extrema depend&ncia51. Em 1873 Alvaro Rodrigues

50Faltam um estudo sobre a pmença britanicã na Madeira. A maioria dos remos misttnm
t de origem inglesa, aimo C o caso de Desmond Grepry, &e Bm* Uswrpm, London, 1988;
Walter Minchinron, British Rcsidents and their Pmblems in Madeira Before 18 15, in Actrrs do I1
G&& I n w m c h d h H - IfrP M&M, Funchai, 1990, pp. 477-492. De enue w p o m g w
ou náo*evidencia o interne pela do- da Madeira que, embora náa
msiunado na d i d a d e , veio a existir de k r o . Com base no rmtad~

Mdvasia &i o mate paita que o ingih viesse 3 descoberta das,infindhveis


teraphtias da iiha, da &&e das rspdcies bothicas e, por fim, o de*
inflnddveis belezas do interior da ilha devassado a pé, a m d o ou de rede.

ses temos k Sarmento, Os Ingleses na Madeira, in Dufrio de No&kv, MarçoIAbril, 1930; Paulo

5l h Hismrical Skctck of thc Iskd of M&m, London, 18 19, p. 58;Francis L. Hawks, N ~ T -


msiw of tbc Epedtion of an Americun S@mn to de China Senr and JapuR..., N.Y.,1856, p. 104;
ofrs
3. Edith Hutchmn, Things Sem in M d i r a , London, 1928, p. 140. F. b. Spilsbury,Accmnt V ' q q
to .&e Wmtem ofAfica, London, 1807,p. 7.
52 Anotações, in Suuahh dz T m ,livro segui&, Funchal, 1873,p. 720.
53 As I k D e s c o n h , Lisboa, 1926, p. 264.
54 A N l T P'RFF, nn."396, fl.7 1 ~ ordem
, rtgia de 16 de Outubro; ARM, RGCÈAF, tomo TV,
fl.44, provisão de 27 de Fevereiro de 1669;idem, i b h , fl. 4 4 ~27
, de Novembro de 1670; idem,

I
i b h , fl. 45,26 de Janeirode 1662.
divel para o m s a marfrimo [a forma 4 de r e p d i a ms mares] e porto obriga-
t6fio para o &asrecimerixo dos por6es das embar&es, r50 procurada nas &as
iondritias mrno uas meares das hostes brithhu ddm Atlântico.
A fehoria brithia surgiu na segunda metade do dedo XVII como hrma de
organi- e defesa dos interesses da comunidade raa &a, wufiuindo de um esta-
tuto dikkndado que ihe dava a possibiidade de possuir de& 1761 cmnit4rio pr6-
pio, p*a d h do direito a igreja, enfermaia, consewatdtia55 e juiz privativo.
Sabemos,&da, que estavam k m do papmenáo de. qualquer direito na d h h -
ga, cobrando, par iniciativa prdpria, um tributo sobre os barcos ingleses para as
despesas da feitarizi. A situa+, segunda o Governador J o hh t ó n i ~de Sd Pe-
reira56, era antiga e contava com o Mbito de pbseqasiar os g a d m p a r a w &r
smp p&pf&is la$m G% melhor mnti'niiar nar p d s iintmr~rqw tira d ' h i k ...
A feitoria arredava o chamrtdo tribuxo de nação, isto dj m a quantia sobre
os produtos ~~ pda ingleses, que no caso do vinho era de 240 d i s por
cada pipa, d o depois para a d m S~m , apoio aos setviços m&s e rehgmos
da oamunidade57. A comunidade todos os a o s no dia de %i rmibiliam as favu-
res do gwerno da &a, na figura do Governadgr, com uma oferta de Q00$000,que
repmentava m e d e do que A r i a ã autoridade de vencimento durante um ano.

-
Com o tratado de 1661 abriram-se de novo as partas para a dominiù inglb
do mertado h&, mercê de medidas de privilbo e a ken+ dos direitos de a-

55 Publit Rwritd FQ ,81111, fls.278,31 de Janeirode 1724.


~Vej~~U,~~e~Saffbs,~.o317,30&abrUde171i8.Sobreos~n
veja-se Augusto da SILVA,Hwidrio M & m ; 3 d d . , Funchd 1984, entradas *ingiemn,
Esrwgeiros, meserrados doa h&m, Ctrnigtrio B~i&ico, igrejm inglesas; h A. SARhBBNM,
'A F e i b H+*, in + h W m Eunchal, 19514 pp. 9P103; Walta MnrCM-, *&i-
ti& Rdknts and &c& Pr.obIéms in Ma& BPlfoae 1815", in ak 11 C.I.H.M<,Fumhd, 1P90,
pp. 473492; l h r m d GRBÇORP, oh cit.; Graham B ~ D (d.) Y Copy qf&órrd C$& hblishwst
andiibsor an h OH Facto9 #Ma&i~,b ç k a l , 1959,

a i d a J. Jonbsan, &&h., ,
cntos e T m , F m d , 1993,
do vido. Em 1689 foi-lhes concedida a faculdade & se hcom
mmdâis $e vinhos comestíveis e rnan&umi h n d o entrar m ilha os ar-
& luxG8 .Com o m d o de W u e n (1703) pbs-se cobro i aihTa@o crida

partuguaa tornaram-se mtisurnidares d o s panos inglesa e fornecedora


o a~ mercado inglês. Segundo dvarcr Rodrigues de &do o tratado
p a Ma* a ff2ahF ape& w&gm rn 4 a ~ ~ ~ F d s fbf A l od ~ i d 9E
.
de modo que em 1722m aos vinhos produzidos na ilha JS existia dms drer-

qediçóes umtifias do s é d o M I I conduziram a que ins.tinU$es cien-


eurapeis ficassem depositários de algumas das ColecçGes: o Museu Britâ-

58 Tdavia, pmdm quauo anm -i D,cedro SI deu


& Qeartig9s de luxo ao interditar a entrada de panos emmngdms.
59 Op.ai, p 720.
ARM, RGCMF, t. 8, hl. 14.
Idem, t. 8,fol.37-SW.
62 I h , t. 9, f&. 196vO-199-
63 Idem, t. 12, fols. 108-109.
nicu, a Universidade de Kid, Universidade de Cambridge, Museu de Histhria Na-
nuai de Paris. Por cá passaram destacados especialistas da dpoca, sendo de realçar
John Byron, James Cook, Humbolt, John Forster. A lista t infindvel, contando-se,
entre 175 1 e 1900, quase uma centena de cientista. James Cook escalou a Madeira
por duas vezes (1768 e 17721, numa rdplica da viagem de circum-navepçáo com
interesse cientifico. Os cientisms, Joseph Banks, J. Reiold Forster, que o acompa-
nharam intrometeram-se no interior da iiha h busca das raridades bohicas para a
ciassificaçáo e depois revelam h comunidade Uentlfica. Na primeira viagem apor-
tou ao Funckal a 12 de Setembro, sendo muito bem recebido e homenageado com
uma festa na casa do dnsul, Thomas Cheap.
Se o consulado pombalino foi pautado por wn afriamento na influencia bri-
tânica as invasóes francesas, mais d e , com os tratados de 1808, 1810 vieram re-
por a velha ordem. As ocupações da ilha em 180112 e 1 8 0 7 1 8 ~que confirmaram o
domínio britânico. A primeira peIo coronel Ciiiton quase náo se fez sentir mas não
evitou o nervosismo do governador que, em carta de 26 de Julho de 1801, dizia
que m si& nccessdrio dbfirça# e o +do dos estudantes66. Com a
segunda o Major-general W. C. Beresford conseguiu que o dornhio cfecrivo da ilha
passasse para a administração inglesa. A curta permanencia na iiha foi s&ciente '
1
para confirmar e reforçar o domínio brithico, amv& de medidas administrativas I

I
que conduziram ? diminuiçáo
i das tarifas aduaneiras em certos produtos67 ou atra-
vds dos salvo-condutos aos naviosh8. As medidas confirmaçáo pelo tratado dri
181069 que perdurou atC 1836.
Os súbditos britânicos concretizaram a velha ambigo de fazer da ilha um re*
canto de Sua Majestade. O primeiro indício da apetência surgiu em 1661, quando
nas negociações para o dote do casamento da infanta D. Cacarina com o rei
Carlos I1 a parte inglesa reivindicou a inciusáo da iiha da Madeira. A tradiçáo, que
surge sempre quando os documentos se caiam, afirma que os madeirenses teriam
recusado tal opção levando a coroa portuguesa a substitui-la pela ilha de Bombaim I
e a fortaieza de Tanger, para aidm de uma elevada quantia em dinheiro foi o resgate
pago pelos madeirenses para manterem a fidelidade h coroa portuguesa. Todavia a
&dade parece ser outra. A doa@o feita em 1 de Novembro de I656 por D. João TV
h Infante D. Camrina contraria o princípio que levou D. Manuel em 1498 ao fazer

64 k Sarmentci, Emaia..., vol. 111, pp. 1471163, 1751206.


65 Idem, pp. 15U3.
66 Idem, pp. 16011.
67 ARM, RGCMF,L 19, fol. 1 8 9 ~ .
68 A Sarmenm, ib&, p. 206.
69 V;& o
t, do tratado in M.H.Pereira, Pomgal no SPrrrlo B X b I @ o , Finanças, +n-
&r& Euteriis, Lisboa, 1973, pp. 2281241.
A vinha e o vinho na história do arquipilago & Madeira 47

p a coroa a posse, ficando w a h p para sempre, pelo que não poderia

de Napol- associa-se a u m período fulgurante da Hisdcia da Ma-


pela dominkcia do vinho e pela cada vez mais omnipresente posiqáo
.
h b & ma iiha e o vinho desfrutaram de uma posiçáo inigudAvei. Tzilvez
quando a htidico imperador passou pela ilha em Agosto de 1815 a
do edio, o &risul irigib, Henry Veitch, náo encontro melhor lembran~a
ofertar que tonel de vinho70.
tura wropeia protagonizada por Napoi& fizera com que o vinho
uma p o s i e dominante no mercado athriw, fazendo au-
dos ingleses, os principais comerciantes t consumidores. Diz a tra-
bintaat tegressou h ilha, reclamado pelo
ultiplicou-se, em 1840, em centenas de gar-
de iniimeros ingleses. Churchill, de visita h ilha ern

ao governo imperial de Napoleáo Bonaprte


ente no e s p q atiântica, provocando uma aiteração na
ai. 0 rndtuo bloqueio continental entre a Franp e a Inglaterra
as bases para uma nova era da economia atlhtica. Os circuitos comer-
se iniciavam e finaliivan nos portos europeus, desapareceram, por 4-
umbilicd que os mantinha foi cortado. Neste contexto
@o das ilhas que passaram a dispor de um mercado aberto
os produtos como Q vinho até aqui alvo da conmrrhcia do europeu.
Os i d e m , fias As ordens de Sua Majestade, acataram as determbm$es rd-
de 1806, favorecendo, inevitavelmente, a Madeira. A partir
, ou quase todas, as embaqões que se dirigiam aos portos franceses e
foram desviados para a Madeira. Ademais os ingleses desfrutam de
m a posição preferencial, adquirida pela argúcia das oper- comerciais e amplos
#W&ios e garantias ditados pelas 8orp.s brihicas que ocuparam a i l h O ernpe-
'6b d h i c o era por demais evidente sendo a única explicação plausivel para a
pelas tropas inglesas.

. 70 Quando nos refèrimos ao fim que teve Napoleáo, todos, ou quase todos, reclamam a inevi-
tihei refertncia h passagem do mesmo pela iiha ao mminho do cativeiro em Santa Helena e o retorno
'
dos seus restos mortais em 1840. Alguns, mais afoitos, rcwrdãm a importante peça literária que a esse

I
m ioteu J. Reis Gomes na sessão da classe de letras da academia de Ciências em 18 de Janeirode
t
1934 e publicado, em separado, com o titulo O h l do I m p d r , Fundial, 1936. Na nossa mente
outras questóes mais importantes, que definem o perfil do dwi aconbmiw rnadeirense em tai
momento.
O facto mais evidente da conjuntura n50 foi a subordinaçáo do madeirense A
soberania britânica mas o que isso implicou em termos da consolidaçáo da comuni-
dade. As principais casas comerciais viram a posiçáo reforpda dominando o mer-
cado de exporta@o de vinho e i m p o r t e 0 de artefactos e alimentos. O periodo que
decorre a partir da d8cada de noventa do &ulo dezoito foi marcado por uma acen-
tuada subida da produm do vinho resultante da cada vez maior pr&uta nos mer-
cados americano e indica. O momento de 1794 a 1813 ficou para a Hist6ria do
vinho madeirense como o de maior solicitaçáo do mercado, aungindo-se no último
ano o maior número de pipas exportadas, isto t , cerca de 22.000.
A elevada pmcura de vinho fez esgotar os stocks, prejudicando o processo de
envelhecimento mas promovendo a expansáo da cultura. O p r e p de venda era ele-
vado e a aposta na vinha compensadora. A conjuntura revolucionou as ttcnicas
de vinifica@o, adaptando-se a esta cada vez maior procura. Generalizou-se o uso
das estufas e aguardentes. As primeiras permitiram o rdpido e prematuro envelhe-
cimento dos vinhos, enquanto as segundas possibilimram o recurso a vinhos de
baixa qdidade para o embarque. A addteraçáo foi fatal para a boa reputa60 do
vinho Madeira, repercutindo-se, mais tarde, com a abertura dos mercados curo-
peus. A conjuntura emergente das guerras napole6nicas propiciou um momento
alto da economia vitivinicola, enquanto que a derrota de Waterho (18 15) foi o
prelúdio de pr6xima fatalidade o vinho e a ilha.
Náo conhecemos qualquer manifesta#o de agravo por parte da coroa ingiesa
h inesperada mudança, mas de uma coisa temos a certeza, os ingleses nunca volta-..,
ram costas h ambiçáo hegemdnica, pelo que quando o momento o propiciasse a
espexãnp acabava por se tornar uma reaiidade. Sucedeu assim com a situafáo con-
Gbada de princíiios do s8nilo dezanove e, mais perto de nós, com a d e b r e re-
volta da M d i r a de Abril de 193lT1. Por algum tempo os ingleses náo se coibiram
de fazer jus i pretensão ao proclamarem em Dezembro de 1807 a soberania brita-
nica na ilha72.
Subjacente ao fasdnio b r i h i c o , dizem aiguns, estd a polémica questáo da
&ti& & Machim. Diz-se atk que ela era reabilitada a cada momento que semelhante
conjuntura fosse realidade. ia sucedido assim na dkcada de sessenta do &da de-
zassete mm a promogo feita pela Epsdfira Amorosa de D. Francisco Manuel de
Melo, repetindo-se em 1814 com o benemkrito Robert Page, que dizia ter encon-
trado o madeiro da vera cruz que encimou a cova do par amoroso. Mas tudo isto
n h passará de mera coincidencia, considerada por aiguns, como Avaro Rodrigues
i
73 J, J, de Sousa, O Movirnabo do Porto & Funckd, p. 99.
74 J. Barrow, A V q q c to Conckinckina in tbe Ean 1792 a d 1793, London, 1806, in Aberta
Vieira, Hisl6ria & Enho da M&m DOCICIPI~PIWJ C T e $ ,Fwdial, 1993, p. 339; E R.G.S.,Wa&

nnghs in WctA w ..,


a. London, 1863, in Alberto Vieira, Hkdria rlo K ~ k odn Maakim. Dommmtor e
T m , Funchal, 1993, p. 369; F. W Taylor, The F ~ Ship: E Or u -V Arou& tbc Wo&, M, 1840,
in Alberto Vieira, HidPia Ilo Vinho M&m Dommtm e T m s , Funchal, 1993, p. 356.
75 P&P F u n c h h e , n.0 41, p. 2.
50 Alberto Vieira

Os ingieses foram os iinicos estrangeiros que conseguiram assumir uma posi-


çáo privilegiada na sociedade madeirense criando um mundo h parte e funcionando
com institui@es prbprias, privildgios exorbitantes, o controlo quase totai da econo-
mia da iiha e fruidores da riqueza: Os l m s provenientes &$ta ilha s&, indubitavd-
mente, mais com&C%veispara a Erd-bretanha h que para la SIM Teww (Portugak),
corno comcqu&cia h comLm'o realiza& entre elas c ak .fito& britânica aí esta&&-
c& e que comiste, presentemente, em mais de v h t t casas comerciais e cujasfirtunas
+irida se cmbrawa na Grú-bmnkd. As outra mçóes pouco daqsdtam aos Ingkss
neste seu comércio com a M&ra. Mesmo os P o w p s e s que tentaram competir com
eles, rarammbe prosperaram por m m , corno se su&, mkos conhecimento -comercial
assim como t a m b h , provaue1mm&, um crzpikzl e mkdita mais peqmos e menos liga-
çõa com estrangeiros. Os commianbes Britânicos controlam, para seu interesse, os cukti-
UAWS de eiinka, fimeceta$o-hs de t.atm-o d o o que e.& necessitam, nm i n t m a h s
da vindima c nm acrafócs mais baixar. Os sm nedcios com os habirantesportugueses do
FumkuI k t m b h devem ser internos; excptaulnh este fm, parecem Izdo existir muitas
whções sociais entw ehs76.
A britanofobia rnadeirense, evidente em princípios dos s&uIos XIX e XX
confunde-se, por vezes, com a afirmam do libedismò e republi-ismo, quando a
origem parece ser outra. A crise econdmica, com especial incidhcia no sector co-
mercial, resuItado do desaparecimento do império britânico com a perda das coI6-
nias, a partir da independencia dos EUA, fez catalisar as vozes da revolta, O inglts
era o principal culpado porque cortara o cor& umbilical que ligava a Madeira ao
Novo e Velho Mundo. O mal ia mais fundo e fdiava-se na secular ausência de uma
burguesia comercia rnadeirense capaz de protagonizar e apontar o papel dos súbdi-
tos de Sua Majestade. Foi por isso que na Madeira se fez sentir o impacto negativo
da crise do império.
Tambtm a perseguiçáo religiosa, embora no caso inglês existisse uma perfeim
harmonia com o estado, náo deve ser entendida como mais uma forma de expres-
sáo da britanofobia dos madeirensa, antes como uma luta secular entre a igreja
apostólica romana e as novas igrejas protestantes. Outros casos, como o da irmã
Wllson, reveiam precisamente isso. Isto C corroborado nalguma da documenta&
disponivel e, de modo especial, nos jornais. A perseguiçáo religiosa sobrepóe-se h
individual. No caso de Robert KalIey 6esmva em causa a pessoa e naturaiidade
mas as ideias que veiculava. O cirurgiáo de Glasgow chegou h &a em 1838 atraido
+as vantagens do clima para a cura da tisica da esposa. Cá permaneceu, entre-
meando o exercício da medicina com a pregqáo religiosa, como pastor da igreja

T6 G . T. Staunton, An Auahmtic Accoat~1of an Embassyfim tbe fiq of &ar Bnlsin to tbe


Evnpcm of China, London, 1797, in Alberto Vieira, Histdriz ah Vinho dz M&m. Documen~~
e Tm-
tm,Funchal, 1993,pp. 340-340.
A vinha e o vinho na histbriu do arquipélago da Madeira 51

A m+ sucedeu em d a e rnobihzou a i p j a e a governo, levando


epms em 1846, h i o inkio de um périplo de aipnas famiiias madei-
,passando pelas Antilhas, rerrnirrw em Illinois.
,outro lado, o lamento expresso nos dommenros consulara do Foreigta
arâ a voz dos aflitos que permaneceram na ilha agarrados aos hterases e

mudou. Ta50 m a i s a Inglaterra inqerid. N b mais a ilha, o vinho e o

EiRA UM VINHO DISTINTO

de Setembro de 1801, definiam o vinho Madeira como o r~uIdcrda mm-

"A superioridade que distingue de todos as n u m , o vinho da Mdeira, t a R-


sultado de-uma Eeliz combipaçáa & dmmstanuas fâvomwis, as quais, por depen-
= derem do local, sempre fsiám e c.ontinido a ser privativasdem iiha O &ma, a wn-
figumqão da terra, e a natureza de torrso, 1150dependem de wnrig&nciw,mm
&item imita@ pelg indusaia humana, e essas mntageris, adjuvadas de uma muito
particular agridtumri, e de &to custo, e de utai aalo simples, mas h r i w o , wnspi-
Gn-d produzirem Q vinho da Madeira, licm singular e UrUnitdveL que, nem o t a p o ,
nem o ar, riem o gelo do pala, fiem a fétvuta do u ~ p i ç 0 9 podem prejudícar, anta
w h a sua mxnciia simples e irnutad, as pfo\.as as mais riprosas, e o I a p de lonps
ams,sd servem a b n & r a r e m , a mdhmp da vedade s dua nativa pured

I 7 Public h r d Office, Eaw@


1002,1009; n," 81 1: 1,2,3,12,29.
~$FcE,63: 7,79,441,570,591,608,7515,9 19,1221,1443,
O retrato mais evidente desm afirmação do vinho da Madeira no quotidiano e
História madeirenses pertence A pena de Eduardo PereiraT8:

Perfuma e alegra o solo um vinho hist6rioolproduto de castas primitivas, san-


gue de raça a perpetuat na ilha o nome de Portugal. Foi a t e vinho companheira dos
colonos na rota da descoberta; postou-se de guarda h porta de suas casas, de braços
abertos, numa ramada acolhedora a parentes, amigos e vizinhos; dá-lhe vida no tra-
m o ; vibra-Ibe na alma em festas de f a d i a e todos os anos se r m m no barril ou
quartola para o aquecer no Inverno, estugar-lhe o passo nas romarias do Vcráo,
firmar promessas. selar contratos, fechar neg6cios e ser providência ecan6rnica
no seu lar."

78 Eduardo. Pereira- i i h & &gvl F d , 1967,vol. I, pp. 5581589.

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