Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Aprenda a investir melhor, conhecendo os principais ativos financeiros e sua relação com a
economia
2. Riscos .................................................................................. 7
2.1 Risco de Mercado ...................................................................... 7
2.2 Risco de Crédito ......................................................................... 8
2.3 Risco de Liquidez........................................................................ 9
3. Renda Fixa Básica ............................................................. 10
3.1 Caderneta de Poupança ........................................................... 10
3.2 Tesouro SELIC (LFT) .................................................................. 11
3.3 Tesouro Inflação (NTNB) .......................................................... 11
3.4 Tesouro Pré (LTN e NTNF) ..................................................................................... 12
Figura 1)
Fonte: Própria
Quando o investidor opta por investir em um determinado ativo, o objetivo deve ser
sempre superar o seu respectivo custo de oportunidade. Afinal, temos que lembrar que o
investidor teve mais dor de cabeça ao escolher o ativo específico, incorrendo em mais
risco e maior dificuldade de acesso e disponibilidade.
3
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
A relação Risco / Retorno sempre deve ser considerada na escolha dos investimentos. Em
finanças, essa relação funciona como um conceito básico e muito importante: Quanto
maior o risco incorrido, maior será a expectativa de retorno. Isso significa dizer que o
investidor ao escolher um ativo mais arriscado, ele deve esperar uma remuneração maior
pelo prêmio de risco incorrido.
Considerando a figura 1), o investidor que optar por aplicações financeiras em ação, deve
esperar uma rentabilidade maior do que se tivesse aplicado nos títulos CDI, IPCA e Pré,
e até mesmo maior do que os Fundos Imobiliários.
Na figura 2), podemos observar o gráfico que representa a disposição dos ativos em
relação ao risco e retorno. O eixo X representa o nível de risco, e o eixo Y representa a
expectativa de retorno. Quando mais à direita (mais distante do eixo Y) o ativo estiver no
gráfico, maior deve ser o retorno esperado (maior a altura, distância do eixo X).
Figura 2)
Fonte: Própria
4
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
a) Um título 100% CDI ou 100% SELIC emitido pelo Tesouro brasileiro possui risco
zero (item a ser explicado na seção 2) e rentabilidade atual em 3,25%;
SELIC
A Selic pode ser entendida como a taxa básica de juros da economia. Esse valor representa
como os juros são cobrados no país e serve como uma referência para diversas medidas
e decisões.
O nome SELIC é uma abreviação para Sigla para Sistema Especial de Liquidação e
Custódia. O sistema que nomeia a taxa é voltado para instituições financeiras e é
“comandado” pelo Banco Central do Brasil. Nesse ambiente, os bancos têm a chance de
movimentar títulos públicos, em que eles “emprestam” dinheiro ao governo. A taxa Selic
determina a rentabilidade desses investimentos.
O valor da taxa SELIC é decidido nas reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária
do Banco Central) que ocorrem a cada 45 dias. Importante ressaltar que o BACEN
5
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
trabalha com o regime de metas de inflação, onde a decisão da SELIC deve ser baseada
única, e exclusivamente, no comportamento inflacionário.
CDI
IPCA
Importante índice de inflação, medido mensalmente pelo IBGE, que mede a variação de
preços no comércio. O IPCA é representado por uma cesta de 377 produtos e serviços, e
é utilizado como índice oficial do BACEN paras decisões sobre a SELIC.
PIB
O produto interno bruto representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos
numa determinada região, durante um período determinado. O PIB é um dos indicadores
mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica
de uma região.
Todas as variáveis econômicas possuem relação entre si, e gera impacto direto e indireto
na precificação dos ativos financeiros e Benchmarks, afetando também a expectativa de
retorno dos investidores. Acompanhar a movimentação das variáveis econômicas e
entender o mecanismo de interação com os indicadores financeiros e impacto nos preços
dos ativos é fundamental nos investimentos.
6
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
2. Riscos
7
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Cada ativo possui seus respectivos fatores de risco de mercado, que depende dos seus
indexadores e variáveis que impactam nos preços. Compreender a interação dos ativos
com os indicadores financeiros e variáveis econômicas é essencial. Nos próximos
capítulos, quando entrarmos nos produtos financeiros, será apresentada as suas
respectivas matrizes de fator de risco.
Uma coisa é certa. Quanto maior o risco de mercado, maior deve ser o retorno esperado.
Em relação ao governo, este é considerado risco soberando, com probabilidade quase zero
de calote. No entanto, é sempre válido conferir algumas métricas como a relação Dívida
Pública / PIB, Déficit primário e Déficit Nominal do governo.
Ainda sobre o títulos dos bancos, é importante considerar que estes ainda contam com a
cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para pessoa física, no valor investido
8
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Quanto maior o risco de crédito, maior deve ser a taxa esperada do título. Ou seja, quanto
pior o rating de crédito e maior for o prazo, maior deve ser a taxa esperada.
Esse risco poder ser visto nos mercados de ação, fundo imobiliários e títulos privados.
Quando o volume financeiro negociado é baixo, ocorre um descasamento maior entre os
preços de compra e preços de venda, fazendo com que o ativo tenha variações de preço
mais brusca. No caso de termos poucos compradores pro ativo, os vendedores precisam
ajustar o preço de venda para baixo para ter casamento, fazendo com que o ativo tenha
desvalorização maior. No mercado de títulos públicos e privados, o prazo também pode
ser considerado como risco de liquidez. Isso porque se o investidor tiver necessidade de
resgatar o título antes do vencimento, o preço de resgate será o valor de mercado, que
pode ser inferior ao valor na curva do ativo. E quanto maior o prazo, maior a chance do,
neste período, investidor ter alguma necessidade de fluxo de caixa.
9
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Neste capítulo veremos so títulos de renda fixa mais básicos da economia, os quais, dentre
as suas categorias e características, apresentam os menores riscos de mercado, crédito e
liquidez. São títulos emitidos pelo governo com risco de crédito soberano e liquidez
abundante para negociação diária. O risco de mercado depende do indexador e índices
financeiros que impactam na remuneração de cada ativo.
A rentabilidade da Poupança depende diretamente de duas taxas: a Taxa Selic, taxa básica
de juros da nossa economia, e a Taxa Referencial - TR.A rentabilidade da caderneta é
composta de duas partes:
Se a meta da Taxa Selic anual for superior a 8,5%, a remuneração adicional será de 0,5%
ao mês. Mas caso a meta da Taxa Selic anual seja igual ou menor que 8,5%, a
remuneração adicional será no valor de 70% da Taxa Selic.
Atualmente a taxa Selic está em 3,75%. De acordo com a regra, o rendimento mensal da
Poupança é de 70% da Taxa Selic + TR.
Mesmo com a isenção do imposto de renda, esse é um rendimento muito baixo. Até
mesmo os títulos de Renda Fixa que têm a Taxa Selic como base de remuneração rendem
bem mais que a caderneta, e são tão seguros quanto.
10
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Um dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de financiar a dívida
pública. O pagamento do juros e principal ocorre somente no vencimento. Atualmente a
LFT possui vencimento de 5 anos, conforme apresentado na figura 3. A remuneração é
pós-fixada e atrelada à taxa SELIC (100%). O rendimento do investidor acompanha a
taxa SELIC. Hoje essa taxa está em 3,75%, e a cada 45 dias pode ser alterada nas reuniões
do COPOM.
2) Risco de Liquidez: Não possui risco de liquidez pois apresenta negociação diária
com volumes financeiros elevadíssimos. E caso o investidor queira vender o título
antes do vencimento, não sofrerá ajustes significativos pois o indexador
acompanha o custo de oportunidade.
Um dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de financiar a dívida
pública. O pagamento de juros pode ser semestral, enquanto principal somente é pago no
vencimento. As NTNBs são negociadas pelo tesouro com vencimentos de 5, 10, 15, 20,
25 e 35 anos. A remuneração é híbrida, pós e pré-fixada, atrelada à variação da inflação
(IPCA) mais uma taxa pré, que representa a taxa de juros real. Na figura 3, é possível
verificar as taxas atuais de negociação. Noutras palavras, esse título preserva o poder de
compra do investidor e oferece uma taxa de ganho real pré-fixada.
11
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Um dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de financiar a dívida
pública. O pagamento de juros pode ser semestral, enquanto principal somente é pago no
vencimento. Atualmente as LTNs e NTNFs estão sendo negociadas pelo tesouro com
vencimentos de 3, 6 e 11 anos. A remuneração é pré-fixada à uma taxa nominal de juros.
Na figura 3, é possível verificar as taxas atuais de negociação.
12
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Figura 3)
Figura 4)
Fonte: Própria
13
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
A poupança e títulos públicos são os ativos de renda fixa mais básicos em finanças.
Conhecendo as suas características de indexação e riscos associados, os investidores
devem utilizá-los como custo de oportunidade para outras opções de ativos financeiros
que apresentam as mesmas características.
Em finanças existem dois tipos de rendimento: Nominal e Real. A diferença entre ambos
é a inflação acumulada no período do investimento. A inflação representa a variação de
preços da economia e, caso positiva, tem o poder de reduzir o poder de compra do
investidor no tempo. Assim, se durante o prazo do investimento, o rendimento nominal
acumulado for menor do que a inflação, o investir teve um ganho real negativa, ou seja,
o seu patrimônio perdeu valor em termos relativos.
Essa discussão é extremamente importante nos dias de hoje pois a taxa nominal SELIC
está em 3,75%, enquanto a inflação acumulada em 2019 foi de 4,31%. Acompanhe, na
figura 5, a evolução da taxa nominal SELIC, IPCA e taxa de juros real da economia
brasileira. Atualmente os investidores, com alocação em poupança e LFT, já estão sendo
penalizados com perda real do patrimônio.
14
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Figura 5)
Fonte: IBGE
15
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Mesmo antes do coronavírus, a queda de juros era vista como sustentável por conta do
comportamento benigno da inflação no Brasil e no mundo. Juros baixos, testando as
mínimas históricas, é o novo normal. Vivemos um momento transformacional e chegou
a hora dos investidores saírem da inércia e buscarem diversificação de carteira. Assim,
terá segurança e expectativa de maior rentabilidade, evitando que o patrimônio seja
desvalorizado pela inflação.
Esses três ativos s podem ser indexados ao CDI, IPCA ou pré-fixados, com pagamento
de juros e principal periódicos ou somente no vencimento. Normalmente são títulos com
prazo de vencimento até 7 anos. Abaixo seguem as descrições desses títulos.
CDB: Certificado de Depósito Bancário. São títulos emitidos pelos bancos com objetivo
de captar dinheiro. A remuneração é de acordo com o nível de risco do emissor. Quanto
pior for o rating de crédito e maior for o vencimento, maior será a rentabilidade oferecida.
Esses títulos podem ser oferecidos por bancos pequenos, médios e grandes, com
vencimento entre 6 meses até 7 anos.
LCI e LCA: Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agrícola (LCA). São
títulos emitidos por instituições financeiras, com objetivo de captar recursos para os
setores imobiliário e agronegócio, respectivamente. São títulos de curto prazo e pode ser
indexados ao CDI, IPCA e pré-fixados. A maior vantagem da LCI e LCA é que são
isentos de imposto de renda.
Observação importante é que esses três títulos contam com a cobertura do FGC (Fundo
Garantidor de Crédito) para pessoa física, no valor investido até de R$ 250.000,00 por
16
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Figura 6
17
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
São títulos privados emitidos por empresas e instituições securitizadoras. Esses três ativos
podem ser indexados ao CDI, IPCA ou pré-fixados, com pagamento de juros e principal
periódicos ou somente no vencimento. As debêntures, normalmente são títulos de longo
prazo com vencimentos a partir de 10 anos, enquanto os CRI e CRA possuem
vencimentos diversos. Abaixo seguem as descrições desses títulos.
Debênture: Títulos emitidos por empresas com objetivo de captação de recursos para
financiamento de projeto. Normalmente são títulos indexados ao IPCA e utilizados para
financiar projetos de infraestrutura. Possui o risco de crédito do emissor e liquidez baixo-
moderada no mercado secundário. Quando a debênture é incentivada, possui isenção de
imposto de renda.
CRI e CRA: Títulos emitidos por securitizadoras, com indexação CDI, IPCA e pré-
fixados. O risco de crédito é do emissor e podem contar com garantias reais. Não possuem
cobertura do FGC e são isentos de IR.
Por apresentarem mais risco de crédito, liquidez e mercado, as taxas negociadas são
maiores do que os títulos públicos e de emissão bancária. Veja na figura 7 algumas ofertas
na plataforma de negociação da XP Investimentos.
Figura 7
18
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Figura 8)
Fonte: Própria
19
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Ações representam uma fração do capital social de uma empresa. Ao comprar uma ação
o investidor se torna sócio da empresa, ou seja, de um negócio. Passa a correr os riscos
deste negócio bem como participa dos lucros e prejuízos como qualquer empresário.
A forma mais segura de conseguir bons retornos investindo em ações é comprar papéis
de empresas bem geridas, que apresentem lucros sólidos e crescentes, e não ter pressa de
vendê-las. O investidor deve buscar critérios de avaliação de empresas para analisar seus
fundamentos e não se preocupar com as oscilações de curto prazo das cotações das suas
ações (volatilidade). O risco no investimento em ações é justamente vender por preços
“injustos” (mais baixos) num momento de volatilidade, o que é normal em um mercado
de alta liquidez.
Uma boa forma de investir em ação á através de uma estratégia Top-Down, onde o
investidor faz as projeções do cenário macroeconômico e, posteriormente, verifica os
setores econômicos mais bem posicionados e, por fim, faz a escolha das melhores
empresas.
20
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Na figura 9, podemos ver a evolução do PIB Brasil desde 2015. O PIB nos anos 2015 e
2016 apresentou forte redução, por conta da crise política que tivemos no país. Durante 3
anos de cenário de crescimento econômico com muita incerteza, com juros (SELIC) e
inflação alta. Os investimentos em grandes projetos não saíam da gaveta, o governo
federal e estadual apresentava alto endividamento e o consumo das famílias caía com o
aumento do desemprego. A partir de Agosto/2016, com o impeachment da Dilma e
entrada do Temer, os políticos começaram a tocar uma agenda reformista e bem vista
pelos empresários e mercado financeiro. Verifiquem o crescimento do PIB Brasil a cada
trimestre. Veremos também o impacto em duas ações: VALE3 e RENT3.
Figura 9
Na figura 10 e 11, podemos observar a evolução dos preços das ações da Vale e Localiza.
Importante observar com as duas ações foram prejudicadas nos anos 2015 e meados 2016
com a crise política, e foram beneficiadas a partir do impeachment com um mudança
radical nas expectativas dos agentes econômicos. Entre Abril/2015 e Janeiro/2016 as
ações da Vale e Localiza desvalorizaram 51% e 46%, respectivamente. Neste caso é
importante notar como um indicador macroeconômico afeta diretamente no desempenho
de ambas as empresas.
21
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Nos gráficos, é interessante notar também o comportamento das duas ações no ano de
2019, e verificar também o impacto de indicadores financeiros e riscos específicos que
afetam os preços.
No caso da Vale, apesar da melhor de expectativa e forte redução de juros, o ano de 2019
trouxe uma valorização acanhada no valor de 5%. Isso porque em Janeiro/2019 a empresa
sofreu com o impacto do seu risco específico, advindo de suas operações. A tragédia de
Brumadinho, além das muitas mortes, trouxe risco de imagem, redução na produção e
punições financeiras. Dessa forma, a expectativa dos agentes sobre a geração de lucro
futuro foi afetada e os preços desabaram no curto prazo, comprometendo a performance
da ação em 2019.
Fonte: Google
22
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
Fonte: Google
7. Fundos de Investimento
23
Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho
7.2 Vantagens
Abra uma conta na XP Investimentos e conte com assessoria financeira especializada com
custo zero!
Sabemos que nossos clientes têm necessidades que vão além da alocação de recursos.
Através de uma plataforma completa de produtos financeiros e das áreas de inteligência
da XP Investimentos, definimos estratégias específicas para as necessidades de cada
investidor.
24