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Guia Rápido de Finanças

Aprenda a investir melhor, conhecendo os principais ativos financeiros e sua relação com a
economia

1. Conceitos Básicos Finanças ................................................. 3


1.1 Custo de Oportunidade .............................................................. 3
1.2 Relação Risco / Retorno ............................................................. 4
1.3 Principais Variáveis Macroeconômicas ....................................... 5
SELIC ..................................................................................................................................... 5
CDI ........................................................................................................................................ 6
IPCA ...................................................................................................................................... 6
PIB ......................................................................................................................................... 6

2. Riscos .................................................................................. 7
2.1 Risco de Mercado ...................................................................... 7
2.2 Risco de Crédito ......................................................................... 8
2.3 Risco de Liquidez........................................................................ 9
3. Renda Fixa Básica ............................................................. 10
3.1 Caderneta de Poupança ........................................................... 10
3.2 Tesouro SELIC (LFT) .................................................................. 11
3.3 Tesouro Inflação (NTNB) .......................................................... 11
3.4 Tesouro Pré (LTN e NTNF) ..................................................................................... 12

4. Ganho Nominal x Ganho Real............................................ 14


4.1 SELIC x IPCA ............................................................................. 14
4.2 Diversificação de carteira ......................................................... 16
5. Renda Fixa – Títulos Privados ............................................ 16
5.1 CDB, LCI e LCA .......................................................................... 16
5.2 Debênture, CRI e CRA............................................................... 18
6. Renda Variável – Ações ..................................................... 20
6.1 O que são? ............................................................................... 20
6.2 Como investir? ......................................................................... 20
7. Fundos de Investimento .................................................... 23
7.1 O que são? ............................................................................... 23
7.2 Vantagens ................................................................................ 24
8. Assessoria Financeira na XP Investimentos ........................ 24
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1. Conceitos Básicos Finanças

1.1 Custo de Oportunidade

Em finanças, é comum os investidores estabelecerem uma referência de rentabilidade


para a sua carteira de investimentos. O racional é criar uma base comparativa entre os i)
investimentos realizados e ii) os investimentos que poderiam ser realizados. O item ii) se
chama Custo de Oportunidade, que deve ser um ativo real, com menor risco relativo, mais
fácil acesso e melhor disponibilidade no momento inicial da escolha dos investimentos.

A escolha do Custo de Oportunidade, também conhecido por Benchmark, depende da


classe e subclasse de ativo, e nível de risco. Conforme ilustrado na figura 1).

Figura 1)

Fonte: Própria

Quando o investidor opta por investir em um determinado ativo, o objetivo deve ser
sempre superar o seu respectivo custo de oportunidade. Afinal, temos que lembrar que o
investidor teve mais dor de cabeça ao escolher o ativo específico, incorrendo em mais
risco e maior dificuldade de acesso e disponibilidade.

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1.2 Relação Risco / Retorno

A relação Risco / Retorno sempre deve ser considerada na escolha dos investimentos. Em
finanças, essa relação funciona como um conceito básico e muito importante: Quanto
maior o risco incorrido, maior será a expectativa de retorno. Isso significa dizer que o
investidor ao escolher um ativo mais arriscado, ele deve esperar uma remuneração maior
pelo prêmio de risco incorrido.

Considerando a figura 1), o investidor que optar por aplicações financeiras em ação, deve
esperar uma rentabilidade maior do que se tivesse aplicado nos títulos CDI, IPCA e Pré,
e até mesmo maior do que os Fundos Imobiliários.

Na figura 2), podemos observar o gráfico que representa a disposição dos ativos em
relação ao risco e retorno. O eixo X representa o nível de risco, e o eixo Y representa a
expectativa de retorno. Quando mais à direita (mais distante do eixo Y) o ativo estiver no
gráfico, maior deve ser o retorno esperado (maior a altura, distância do eixo X).

Figura 2)

Fonte: Própria

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Três observações importantes, considerando esse exemplo fictício no gráfico acima:

a) Um título 100% CDI ou 100% SELIC emitido pelo Tesouro brasileiro possui risco
zero (item a ser explicado na seção 2) e rentabilidade atual em 3,25%;

b) O investidor deve esperar uma rentabilidade maior do Ibovespa em relação ao


IFIX e CDI, pois o círculo cinza está mais à direita (mais risco) no gráfico. O
mesmo vale em relação ao IFIX e CDI. O investidor deve esperar uma
rentabilidade maior do IFIX;
c) O ativo Ibovespa é preferível à Ação A. Reparem que o círculo amarelo está mais
à direita (distante do eixo Y), porém na mesma altura do que o círculo cinza. Ou
seja, a Ação A apresenta maior risco do que o Ibovespa, porém com a mesma
expectativa de rentabilidade. Nesse caso o Ibovespa é preferível à Ação A.

1.3 Principais Variáveis Macroeconômicas

Nesta seção veremos as principais variáveis macroeconômicas que impactam nos


investimentos, algumas de forma direta e outras, indiretamente.

SELIC

A Selic pode ser entendida como a taxa básica de juros da economia. Esse valor representa
como os juros são cobrados no país e serve como uma referência para diversas medidas
e decisões.

O nome SELIC é uma abreviação para Sigla para Sistema Especial de Liquidação e
Custódia. O sistema que nomeia a taxa é voltado para instituições financeiras e é
“comandado” pelo Banco Central do Brasil. Nesse ambiente, os bancos têm a chance de
movimentar títulos públicos, em que eles “emprestam” dinheiro ao governo. A taxa Selic
determina a rentabilidade desses investimentos.

O valor da taxa SELIC é decidido nas reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária
do Banco Central) que ocorrem a cada 45 dias. Importante ressaltar que o BACEN

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trabalha com o regime de metas de inflação, onde a decisão da SELIC deve ser baseada
única, e exclusivamente, no comportamento inflacionário.

CDI

O CDI representa a taxa de depósito interbancário. Basicamente é a taxa de juros praticada


nos empréstimos de um dia entre os bancos do país. Essa taxa pode variar diariamente,
porém normalmente fica muito próxima da taxa SELIC. O BACEN, através das
ferramentas de política monetária, pode comprar e vender títulos públicos juntos aos
bancos comerciais para aproximar a taxa CDI e a taxa SELIC.

IPCA

Importante índice de inflação, medido mensalmente pelo IBGE, que mede a variação de
preços no comércio. O IPCA é representado por uma cesta de 377 produtos e serviços, e
é utilizado como índice oficial do BACEN paras decisões sobre a SELIC.

PIB

O produto interno bruto representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos
numa determinada região, durante um período determinado. O PIB é um dos indicadores
mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica
de uma região.

Quanto maior o PIB, maior é o crescimento econômico em determinado período de


tempo. Essa variável, associada a capacidade das empresas na geração de lucro, é bastante
observada para os investidores de ação negociada nas bolsas de valores.

Todas as variáveis econômicas possuem relação entre si, e gera impacto direto e indireto
na precificação dos ativos financeiros e Benchmarks, afetando também a expectativa de
retorno dos investidores. Acompanhar a movimentação das variáveis econômicas e
entender o mecanismo de interação com os indicadores financeiros e impacto nos preços
dos ativos é fundamental nos investimentos.

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2. Riscos

No capítulo anterior vimos os conceitos básicos de finanças e as principais variáveis


macroeconômicas que devem ser acompanhadas para realização dos investimentos.

As principais lições foram: i) Todo investimento possui um custo de oportunidade, que é


uma referência de rentabilidade com um ativo real de menos risco relativo, mais fácil
acesso e disponibilidade; ii) Quanto maior o risco, maior deve ser o retorno esperado.

Neste capítulo, vamos conhecer os três principais riscos incorridos ao realizar um


investimento.

2.1 Risco de Mercado

Esse risco envolve a incerteza dos investidores em relação ao retorno esperado


(Benchmark). Qualquer variação de preços em relação ao valor esperado dos ativos, seja
positiva ou negativa, representa um risco de mercado. Essa incerteza em relação aos
retornos futuros se dá por conta da interação do ativo investido com as variáveis
econômicas e indicadores financeiros, que são imprevisíveis.

Exemplo 1: Um investimento em ações, cujo benchmark é o Ibovespa. O preço de uma


ação é calculado de acordo com a capacidade da empresa de gerar lucros futuros para
remuneração dos acionistas. Se em determinado momento, após o investidor ter efetuado
a compra da ação, ocorre uma greve dos trabalhadores ou a empresa concorrente lança
um produto de grande aceitação, a capacidade da empresa de gerar lucro pode diminuir
e, consequentemente, o preço sofrer uma desvalorização, se distanciando da referência de
rentabilidade que é o benchmark.

Exemplo 2: Investimento em título pré-fixado, cujo benchmark é o IRF-M. Vamos supor


que o investidor comprou um título que oferecia 10% ao ano com vencimento em 3 anos.
Passados 3 meses, o investidor observou que o custo de oportunidade IRF-M disparou e
estava com taxa oferecida no valor de 13% ao ano! Fazendo a comparação com o custo

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de oportunidade, o investidor teria uma perda de rentabilidade relativa de 9% em todo o


período até o vencimento.

Cada ativo possui seus respectivos fatores de risco de mercado, que depende dos seus
indexadores e variáveis que impactam nos preços. Compreender a interação dos ativos
com os indicadores financeiros e variáveis econômicas é essencial. Nos próximos
capítulos, quando entrarmos nos produtos financeiros, será apresentada as suas
respectivas matrizes de fator de risco.

Uma coisa é certa. Quanto maior o risco de mercado, maior deve ser o retorno esperado.

2.2 Risco de Crédito

O Risco de Crédito envolve basicamente o risco de calote ou default, que é a capacidade


do emissor de honrar com os compromissos financeiros. A mensuração do risco de crédito
é extremamente importante no processo de investimentos, principalmente, de títulos
públicos e privados.

Na economia é comum os governos, bancos e empresas emitirem títulos junto aos


investidores para financiarem os projetos de curto, médio e longo prazo. Essas instituições
captam o montante de capital necessário para os projetos e se comprometem, após um
determinado prazo, a devolver o principal investido com correções de juros e índices
inflacionários. Cabe aos investidores, detentores do título, calcular a capacidade
financeira do emissor.

Em relação ao governo, este é considerado risco soberando, com probabilidade quase zero
de calote. No entanto, é sempre válido conferir algumas métricas como a relação Dívida
Pública / PIB, Déficit primário e Déficit Nominal do governo.

Em relação aos bancos, observa-se o rating de crédito divulgado pelas agências de


classificação de risco. Como análise complementar, vale verificar o índice de basiléia
calculado pelo banco central. Esse índice representa a solvência dos bancos, calculado
com a divisão do patrimônio de referencia e o valor dos ativos ponderados pelo risco. O
índice varia entre 0% e 100%, com nível mínimo aceitável de 11% pela BACEN.

Ainda sobre o títulos dos bancos, é importante considerar que estes ainda contam com a
cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para pessoa física, no valor investido

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até de R$ 250.000,00 por instituição, e limitado ao somatório de R$ 1.000.000,00 por


CPF.

Em relação às empresas, o investidor deve observar os ratings de crédito divulgados pelas


agências de risco e verificar os indicadores de solvência das dívidas de curto e longo
prazo, considerando os indicadores: Liquidez Corrente e Dìvida Líquida / EBTIDA.

Quanto maior o risco de crédito, maior deve ser a taxa esperada do título. Ou seja, quanto
pior o rating de crédito e maior for o prazo, maior deve ser a taxa esperada.

2.3 Risco de Liquidez

O Risco de Liquidez é definido pela possibilidade de perda de capital e pela incapacidade


de liquidar determinado ativo em tempo razoável sem perda de valor. Este risco surge da
dificuldade de encontrar potenciais compradores ao ativo em um prazo hábil sem a
necessidade de conceder um grande desconto

Esse risco poder ser visto nos mercados de ação, fundo imobiliários e títulos privados.
Quando o volume financeiro negociado é baixo, ocorre um descasamento maior entre os
preços de compra e preços de venda, fazendo com que o ativo tenha variações de preço
mais brusca. No caso de termos poucos compradores pro ativo, os vendedores precisam
ajustar o preço de venda para baixo para ter casamento, fazendo com que o ativo tenha
desvalorização maior. No mercado de títulos públicos e privados, o prazo também pode
ser considerado como risco de liquidez. Isso porque se o investidor tiver necessidade de
resgatar o título antes do vencimento, o preço de resgate será o valor de mercado, que
pode ser inferior ao valor na curva do ativo. E quanto maior o prazo, maior a chance do,
neste período, investidor ter alguma necessidade de fluxo de caixa.

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3. Renda Fixa Básica

Neste capítulo veremos so títulos de renda fixa mais básicos da economia, os quais, dentre
as suas categorias e características, apresentam os menores riscos de mercado, crédito e
liquidez. São títulos emitidos pelo governo com risco de crédito soberano e liquidez
abundante para negociação diária. O risco de mercado depende do indexador e índices
financeiros que impactam na remuneração de cada ativo.

3.1 Caderneta de Poupança

No Brasil, a caderneta de poupança, muitas vezes chamada apenas de poupança, é uma


forma de investimento de baixo risco cuja operação é regida por regras específicas
estabelecidas pelo governo federal para depósitos de poupança.

A rentabilidade da Poupança depende diretamente de duas taxas: a Taxa Selic, taxa básica
de juros da nossa economia, e a Taxa Referencial - TR.A rentabilidade da caderneta é
composta de duas partes:

a) A remuneração básica: composta pelo valor mensal da TR;


b) A remuneração adicional: que é calculada de acordo com a Taxa Selic.

Se a meta da Taxa Selic anual for superior a 8,5%, a remuneração adicional será de 0,5%
ao mês. Mas caso a meta da Taxa Selic anual seja igual ou menor que 8,5%, a
remuneração adicional será no valor de 70% da Taxa Selic.

Atualmente a taxa Selic está em 3,75%. De acordo com a regra, o rendimento mensal da
Poupança é de 70% da Taxa Selic + TR.

Mesmo com a isenção do imposto de renda, esse é um rendimento muito baixo. Até
mesmo os títulos de Renda Fixa que têm a Taxa Selic como base de remuneração rendem
bem mais que a caderneta, e são tão seguros quanto.

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3.2 Tesouro SELIC (LFT)

Um dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de financiar a dívida
pública. O pagamento do juros e principal ocorre somente no vencimento. Atualmente a
LFT possui vencimento de 5 anos, conforme apresentado na figura 3. A remuneração é
pós-fixada e atrelada à taxa SELIC (100%). O rendimento do investidor acompanha a
taxa SELIC. Hoje essa taxa está em 3,75%, e a cada 45 dias pode ser alterada nas reuniões
do COPOM.

Em relação aos riscos:

1) Risco de Crédito: O risco de crédito é soberano, com baixíssima probabilidade de


calote.

2) Risco de Liquidez: Não possui risco de liquidez pois apresenta negociação diária
com volumes financeiros elevadíssimos. E caso o investidor queira vender o título
antes do vencimento, não sofrerá ajustes significativos pois o indexador
acompanha o custo de oportunidade.

3) Risco de Mercado: Este é o título mais seguro da economia brasileira, e


normalmente utilizado como principal custo de oportunidade. Por ser pós fixado
a SELIC, acompanha sempre o custo de oportunidade e não possui risco de
mercado. Importante notar que a LFT é um ativo preferível à Poupança, porque
apresenta uma rentabilidade maior com os mesmos risco de crédito e liquidez.

3.3 Tesouro Inflação (NTNB)

Um dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de financiar a dívida
pública. O pagamento de juros pode ser semestral, enquanto principal somente é pago no
vencimento. As NTNBs são negociadas pelo tesouro com vencimentos de 5, 10, 15, 20,
25 e 35 anos. A remuneração é híbrida, pós e pré-fixada, atrelada à variação da inflação
(IPCA) mais uma taxa pré, que representa a taxa de juros real. Na figura 3, é possível
verificar as taxas atuais de negociação. Noutras palavras, esse título preserva o poder de
compra do investidor e oferece uma taxa de ganho real pré-fixada.

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Em relação aos riscos:

1) Risco Crédito: Idem LFT


2) Risco Liquidez: Embora tenha negociação diária com volume financeiro muito
elevado, o investidor que vender o título antes do vencimento estará sujeito às
variações do preço de mercado. Caso o investidor não queira correr esse risco,
terá que carregar o título até o vencimento e, neste caso, podemos considerar o
prazo do vencimento como risco de liquidez.
3) Risco Mercado: Existe porque a parte pré-fixada do título pode se desviar do custo
de oportunidade até o vencimento. Por exemplo: Vamos suporte que um
investidor compre hoje uma NTNB 2040 com taxa negociada em IPCA + 4,36%
ao ano. Realizada a compra, este investidor terá garantido até 2040 pagamento de
juros de 4,36% mais correção do principal e juros pela inflação (IPCA). No
entanto, pode ser que no dia seguinte, essa mesma NTNB esteja sendo negociada
à IPCA + 5%. Ou seja, o custo de oportunidade subiu e o investidor deixaria de
ganhar um acréscimo de 0,64% ao ano durante 20 anos.

3.4 Tesouro Pré (LTN e NTNF)

Um dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de financiar a dívida
pública. O pagamento de juros pode ser semestral, enquanto principal somente é pago no
vencimento. Atualmente as LTNs e NTNFs estão sendo negociadas pelo tesouro com
vencimentos de 3, 6 e 11 anos. A remuneração é pré-fixada à uma taxa nominal de juros.
Na figura 3, é possível verificar as taxas atuais de negociação.

Em relação aos riscos:

1) Risco Crédito: Idem LFT


2) Risco Liquidez: Idem NTNB
3) Risco Mercado: Idem NTNB

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Figura 3)

Fonte: Site do Tesouro Nacional (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/). Extraído no dia


27/03/2020.

Na figura 4, temos um resumo da caderneta de poupança e títulos públicos, em relação à


indexação, carência de pagamento e riscos.

Figura 4)

Fonte: Própria

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A poupança e títulos públicos são os ativos de renda fixa mais básicos em finanças.
Conhecendo as suas características de indexação e riscos associados, os investidores
devem utilizá-los como custo de oportunidade para outras opções de ativos financeiros
que apresentam as mesmas características.

4. Ganho Nominal x Ganho Real

4.1 SELIC x IPCA

Em finanças existem dois tipos de rendimento: Nominal e Real. A diferença entre ambos
é a inflação acumulada no período do investimento. A inflação representa a variação de
preços da economia e, caso positiva, tem o poder de reduzir o poder de compra do
investidor no tempo. Assim, se durante o prazo do investimento, o rendimento nominal
acumulado for menor do que a inflação, o investir teve um ganho real negativa, ou seja,
o seu patrimônio perdeu valor em termos relativos.

Essa discussão é extremamente importante nos dias de hoje pois a taxa nominal SELIC
está em 3,75%, enquanto a inflação acumulada em 2019 foi de 4,31%. Acompanhe, na
figura 5, a evolução da taxa nominal SELIC, IPCA e taxa de juros real da economia
brasileira. Atualmente os investidores, com alocação em poupança e LFT, já estão sendo
penalizados com perda real do patrimônio.

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Figura 5)

Fonte: IBGE

Desde a pior recessão da história do Brasil no triênio 2014-2016, a trajetória da SELIC


vem sendo de queda. Conforme observado na figura 5, a SELIC atingiu o pico em 2015
com taxa de 14% ao ano, e agora em 2020 chegamos a 3,75%, ainda com tendência de
queda por conta da crise do coronavírus.

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4.2 Diversificação de carteira

Mesmo antes do coronavírus, a queda de juros era vista como sustentável por conta do
comportamento benigno da inflação no Brasil e no mundo. Juros baixos, testando as
mínimas históricas, é o novo normal. Vivemos um momento transformacional e chegou
a hora dos investidores saírem da inércia e buscarem diversificação de carteira. Assim,
terá segurança e expectativa de maior rentabilidade, evitando que o patrimônio seja
desvalorizado pela inflação.

As possibilidades para diversificação de carteira no mercado financeiro envolvem


produtos como: Títulos Públicos, Títulos Privados, Fundos de Investimento, Moedas e
Ações. Nos próximos capítulos, iremos apresentar alguns desses produtos.

5. Renda Fixa – Títulos Privados

5.1 CDB, LCI e LCA

Esses três ativos s podem ser indexados ao CDI, IPCA ou pré-fixados, com pagamento
de juros e principal periódicos ou somente no vencimento. Normalmente são títulos com
prazo de vencimento até 7 anos. Abaixo seguem as descrições desses títulos.

CDB: Certificado de Depósito Bancário. São títulos emitidos pelos bancos com objetivo
de captar dinheiro. A remuneração é de acordo com o nível de risco do emissor. Quanto
pior for o rating de crédito e maior for o vencimento, maior será a rentabilidade oferecida.
Esses títulos podem ser oferecidos por bancos pequenos, médios e grandes, com
vencimento entre 6 meses até 7 anos.

LCI e LCA: Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agrícola (LCA). São
títulos emitidos por instituições financeiras, com objetivo de captar recursos para os
setores imobiliário e agronegócio, respectivamente. São títulos de curto prazo e pode ser
indexados ao CDI, IPCA e pré-fixados. A maior vantagem da LCI e LCA é que são
isentos de imposto de renda.

Observação importante é que esses três títulos contam com a cobertura do FGC (Fundo
Garantidor de Crédito) para pessoa física, no valor investido até de R$ 250.000,00 por

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instituição, e limitado ao somatório de R$ 1.000.000,00 por CPF. Essa cobertura adicional


representa uma significativa redução do risco de crédito desses títulos.

Verifiquem na figura 6, algumas ofertas dos CDBs na plataforma de negociação da XP


Investimentos.

Figura 6

Fonte: Plataforma Renda Fixa XP Investimentos

Ao comparar as rentabilidades da figura 6 com a figura 3, considerando os mesmos


indexadores e vencimentos, o investidor verá que a rentabilidade dos títulos privados são
bem mais atrativas.

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5.2 Debênture, CRI e CRA

São títulos privados emitidos por empresas e instituições securitizadoras. Esses três ativos
podem ser indexados ao CDI, IPCA ou pré-fixados, com pagamento de juros e principal
periódicos ou somente no vencimento. As debêntures, normalmente são títulos de longo
prazo com vencimentos a partir de 10 anos, enquanto os CRI e CRA possuem
vencimentos diversos. Abaixo seguem as descrições desses títulos.

Debênture: Títulos emitidos por empresas com objetivo de captação de recursos para
financiamento de projeto. Normalmente são títulos indexados ao IPCA e utilizados para
financiar projetos de infraestrutura. Possui o risco de crédito do emissor e liquidez baixo-
moderada no mercado secundário. Quando a debênture é incentivada, possui isenção de
imposto de renda.

CRI e CRA: Títulos emitidos por securitizadoras, com indexação CDI, IPCA e pré-
fixados. O risco de crédito é do emissor e podem contar com garantias reais. Não possuem
cobertura do FGC e são isentos de IR.

Por apresentarem mais risco de crédito, liquidez e mercado, as taxas negociadas são
maiores do que os títulos públicos e de emissão bancária. Veja na figura 7 algumas ofertas
na plataforma de negociação da XP Investimentos.

Figura 7

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Fonte: Plataforma Renda Fixa XP Investimentos

Na figura 8, colocamos as principais informações sobre as características das debentures,


CRI e CRA.

Figura 8)

Fonte: Própria

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6. Renda Variável – Ações

6.1 O que são?

Ações representam uma fração do capital social de uma empresa. Ao comprar uma ação
o investidor se torna sócio da empresa, ou seja, de um negócio. Passa a correr os riscos
deste negócio bem como participa dos lucros e prejuízos como qualquer empresário.

A forma mais segura de conseguir bons retornos investindo em ações é comprar papéis
de empresas bem geridas, que apresentem lucros sólidos e crescentes, e não ter pressa de
vendê-las. O investidor deve buscar critérios de avaliação de empresas para analisar seus
fundamentos e não se preocupar com as oscilações de curto prazo das cotações das suas
ações (volatilidade). O risco no investimento em ações é justamente vender por preços
“injustos” (mais baixos) num momento de volatilidade, o que é normal em um mercado
de alta liquidez.

No longo prazo, os bons fundamentos das empresas tendem a prevalecer e a valorização


acontecerá. Uma empresa com histórico de crescimento contínuo terá sempre grande
demanda por suas ações, fazendo com que elas sejam negociadas em grandes quantidades
e a preços crescentes. Identificá-las é o desafio do investidor.

6.2 Como investir?

Uma boa forma de investir em ação á através de uma estratégia Top-Down, onde o
investidor faz as projeções do cenário macroeconômico e, posteriormente, verifica os
setores econômicos mais bem posicionados e, por fim, faz a escolha das melhores
empresas.

Conforme apresentado na seção 1.3, as variáveis econômicas possuem impactos entre si


e também nos indicadores financeiros. Através da construção de cenários
macroeconômicos e análise fundamentalista, os investidores tem uma análise melhor
sobre a capacidade das empresas de gerar lucros no futuro. Para compreender melhor essa
interação, vamos fazer uma análise básica retrospectiva sobre os preços e cenários
políticos e econômico que ocorre no Brasil, recentemente.

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Na figura 9, podemos ver a evolução do PIB Brasil desde 2015. O PIB nos anos 2015 e
2016 apresentou forte redução, por conta da crise política que tivemos no país. Durante 3
anos de cenário de crescimento econômico com muita incerteza, com juros (SELIC) e
inflação alta. Os investimentos em grandes projetos não saíam da gaveta, o governo
federal e estadual apresentava alto endividamento e o consumo das famílias caía com o
aumento do desemprego. A partir de Agosto/2016, com o impeachment da Dilma e
entrada do Temer, os políticos começaram a tocar uma agenda reformista e bem vista
pelos empresários e mercado financeiro. Verifiquem o crescimento do PIB Brasil a cada
trimestre. Veremos também o impacto em duas ações: VALE3 e RENT3.

Figura 9

Na figura 10 e 11, podemos observar a evolução dos preços das ações da Vale e Localiza.
Importante observar com as duas ações foram prejudicadas nos anos 2015 e meados 2016
com a crise política, e foram beneficiadas a partir do impeachment com um mudança
radical nas expectativas dos agentes econômicos. Entre Abril/2015 e Janeiro/2016 as
ações da Vale e Localiza desvalorizaram 51% e 46%, respectivamente. Neste caso é
importante notar como um indicador macroeconômico afeta diretamente no desempenho
de ambas as empresas.

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Nos gráficos, é interessante notar também o comportamento das duas ações no ano de
2019, e verificar também o impacto de indicadores financeiros e riscos específicos que
afetam os preços.

No caso da Vale, apesar da melhor de expectativa e forte redução de juros, o ano de 2019
trouxe uma valorização acanhada no valor de 5%. Isso porque em Janeiro/2019 a empresa
sofreu com o impacto do seu risco específico, advindo de suas operações. A tragédia de
Brumadinho, além das muitas mortes, trouxe risco de imagem, redução na produção e
punições financeiras. Dessa forma, a expectativa dos agentes sobre a geração de lucro
futuro foi afetada e os preços desabaram no curto prazo, comprometendo a performance
da ação em 2019.

A Localiza, empresa de locadora de automóveis, além da boa perspectiva para o


crescimento econômico e avanço na cultura do compartilhamento, a empresa foi
beneficiada por uma contínua redução de juros durante o ano 2019. Somente em 2019 a
SELIC saiu do nível 6,5% para 5%. O setor de locação de carro opera naturalmente com
nível de endividamento maior, e 90% dessa dívida é indexada ao CDI. Com a contínua
redução da SELIC, a Localiza viu as suas ações valorizarem 69% só no ano 2019.

Fonte: Google

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Fonte: Google

7. Fundos de Investimento

7.1 O que são?

Fundo de Investimento é um tipo de aplicação financeira que reúne recursos de um


conjunto de investidores (cotistas), permitindo assim investir em uma variada cesta de
ativos, em diferentes mercados. Esta carteira pode englobar Títulos de Renda Fixa,
Títulos Públicos, Títulos Cambiais, Derivativos, Commodities, Ações, entre outros.
Quanto mais diversificado o fundo, menor é o risco.

Todo o dinheiro aplicado no Fundo de Investimento é convertido em cotas. Cada cotista


possui um número de cotas proporcional ao valor total de seus investimentos. O valor da
cota é atualizado diariamente e o cálculo do saldo do cotista é feito multiplicando o
número de cotas adquiridas pelo valor da cota no dia. O patrimônio de um Fundo de
Investimento é a soma de todos os recursos aplicados por seus diferentes investidores.

A administração e a gestão do Fundo são realizadas por profissionais capacitados


(gestores), sendo o Fundo de Investimento regido por um regulamento. Esta alternativa
de investimento apresenta diversas vantagens, em relação a investir individualmente.

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Guia Rápido de Finanças | Ivan Carvalho

7.2 Vantagens

1) Produtos com diferentes objetivos de retorno e risco;


2) Uma carteira diversificada de ativos a um valor acessível;
3) Condições para uma tomada de decisão mais assertiva;
4) O cotista pode resgatar suas cotas com certa rapidez;
5) O cotista não precisa acompanhar a liquidez dos ativos que compõem o Fundo de
Investimento;
6) Os custos de corretagem são divididos entre todos os cotistas.

8. Assessoria Financeira na XP Investimentos

Abra uma conta na XP Investimentos e conte com assessoria financeira especializada com
custo zero!

Sabemos que nossos clientes têm necessidades que vão além da alocação de recursos.
Através de uma plataforma completa de produtos financeiros e das áreas de inteligência
da XP Investimentos, definimos estratégias específicas para as necessidades de cada
investidor.

O que faz um assessor financeiro?

• Mapeamento Perfil e Objetivos


Financeiros
• Diversificação dos Investimentos
• Melhor Performance com Segurança
• Acompanhamento Ativo e Próximo
• Educação Financeira

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