Vous êtes sur la page 1sur 7

Comunicações Car-2-X

António Magalhães Bruno Mendes


Departamento de Engenharia Eletrotécnica Departamento de Engenharia Eletrotécnica
Instituto Superior de Engenharia do Porto Instituto Superior de Engenharia do Porto
Porto, Portugal Porto, Portugal
1090359@isep.ipp.pt 1130027@isep.ipp.pt

Resumo — Através do sucesso dos sistemas de segurança Hoje em dia os projetos de pesquisa em comunicação
passiva e autónoma ativa, começa a ser discutido sistemas de veicular preparam-se para ser desenvolvidos e testes
cooperação inteligente entre transportes baseados em operacionais em campo começam a ser realizados. Este artigo
comunicação entre veículos cujo objetivo será trazer uma resume e descreve os principais pontos de construção do
condução livre de acidentes, providenciando avisos aos
sistema de comunicação CAR-2-X, tendo como objetivo dar
condutores antes de estes os identificarem. Recentemente vários
projetos de pesquisa têm contribuído soluções para as exigências uma visão sobre todo o trabalho que está a decorrer, o que já
tecnológicas deste tipo de comunicação, na qual a chave é a foi atingido e o que virá a acontecer. Para isto no próximo
conexão de veículos. Este tipo de conexão abrirá uma grande capítulo será enquadrado o sistema ao dia-a-dia, e quais os
variedade de serviços de informação, para condutores, objetivos a que se compromete. O capítulo 3 aborda toda a
operadores de estrada, fabricantes de veículos e autoridades tecnologia envolvida neste tipo de sistemas e as
públicas. São necessárias tecnologias de comunicação baseadas funcionalidades pretendidas. De seguida, no capítulo 4 são
em sistemas de tempo real que permitem aumentar a segurança analisadas algumas soluções que se enquadram neste tema que
do condutor e a eficiência do tráfego rodoviário, permitem o já se encontram em funcionamento, ou que o seu
pagamento de serviços e a recolha de todo o tipo de informação
desenvolvimento já passou por uma fase de teste extensa. No
sobre a área envolvente.
capítulo 5 é feito um estudo a projetos em curso, com vista à
Keywords — CAR-2-X, CAR-2-CAR, CAR-2- padronização destas soluções. Por fim, no capítulo 6, é
INFRASTRUTURE, CAR-2-PEDESTRIAN, OBU, RSU, VRU, efetuada uma conclusão deste trabalho, com críticas pessoais
MANET, VANET, IEEE 802.11p, IEEE 802.11a/b/g, wireless. a este tipo de sistema.

I. INTRODUÇÃO
II. OBJETIVOS – MISSÃO

Este tipo de tecnologias surge na necessidade de aumentar


Os acidentes rodoviários tiram milhares de vidas todos os
cada vez mais a segurança nas estradas. Se recuarmos uns
anos, excedendo por larga escala causas de morte relacionadas
anos, temos que nos anos cinquenta foi introduzido nos
com doenças e causas naturais. Estudos [2] mostram que cerca
automóveis a célula de segurança de passageiros, uma medida
de 60% dos acidentes podem ser evitados caso seja transmitida
de segurança passiva que levou a uma melhoria dramática na
algum tipo de informação a avisar o condutor, mesmo sendo
segurança dos passageiros em caso de acidente. Desde esta
meio segundo antes da colisão.
introdução, foi notória a evolução da segurança (ativa e
Os condutores sofrem de limitações de perceção em casos
passiva), mas logo se chegou à conclusão da necessidade da
de emergência rodoviária, isto é, têm tendência a não
utilização de sistemas eletrónicos para melhoria da segurança
conseguir reagir, no tempo adequado, a situações de
rodoviária. Exemplo disso é a existência de sistemas tão
emergências, resultando um grande atraso no tempo de reação
complexos como sistemas de travagem automática de
a tais situações. Assim as tecnologias de comunicação via
emergência, que provavelmente não existiriam se a eletrónica
wireless entre veículos prometem reduzir de forma
não fosse aplicada. [1]
significativa o atraso da propagação dos avisos de ocorrências.
Os sistemas CAR-2-X levam a eletrónica utilizada para um
De modo a clarificar todos os pormenores que vão ser
outro nível, isto é, as leituras dos sensores colocados num
explicados, podemos dividir as comunicações em três
veículo deixam de servir apenas para os sistemas deste,
conjuntos de dispositivos diferentes:
criando uma rede de informações partilhadas, no sentido de
alertar os condutores antes dos perigos se encontrarem no seu
campo de visão. Ao efetuar isto, permitirá aos condutores  CAR-2-CAR (C-2-C) - entre as OBU’s (On-Board
tomar decisões mais cedo, com a finalidade de reduzir os Unit) dos diversos veículos;
incidentes rodoviários.
 CAR-2-INFRASTRUCTURE (C-2-I) - entre RSU’s III. TECNOLOGIAS ENVOLVIDAS
(Road-Side Units), sinais rodoviários, edifícios,
pórticos de pagamento, semáforos, etc.; Este capítulo descreve todo o sistema de comunicação de
 CAR-2-PEDESTRIAN (C-2-P) - Telemóveis com Car-to-X, nomeadamente os seus meios de
módulos especiais, possivelmente Smartphones, comunicação/sistema, os protocolos utilizados e as suas
Tablets, Computadores Portáteis, desde que estes principais interfaces (CAR-2-CAR, CAR-2-
últimos possuam conexão à Internet. INFRASTRUCTURE, CAR-2-PEDESTRIAN). Um bom
Para facilitar a perceção do funcionamento do sistema, exemplo de toda esta arquitetura pode ser representado na
supõe-se o seguinte exemplo: figura 3, onde se pode verificar as comunicações, que serão
Na figura 1, três veículos, A, B e C, circulam na mesma apresentadas no subcapítulo O sistema, entre C-2-C e C-2-I.
faixa de rodagem seguindo todos o mesmo sentido. Quando o
veículo “A” trava bruscamente, tanto o veículo B como o
veículo C estão em perigo, isto porque a luz dos travões
apenas é avistada pelo veículo que se encontra imediatamente
atrás do veículo A. Assim, o condutor do veículo C apenas se
apercebe da emergência quando o veículo B travar.
Analisando o intervalo de tempo até que o veículo B começa a
travar, após avistar a luz de travagem do veículo A, sabemos
que está incluído o tempo de reação do condutor do veículo B.
O tipo de sistemas a estudar, têm como objetivo a eliminação
do tempo de reação do condutor, figura 2, diminuindo o tempo
de propagação do sinal de travagem para os veículos que se
encontram mais atrás.

Figura 3 – Arquitetura do sistema CAR-2-X. [3]


Figura 1 – C-2-C ajuda a melhorar a segurança rodoviária. [1]
A. O Sistema
Usando a comunicação C-2-C, no exemplo anterior, o
veículo A consegue mandar mensagens de aviso quando uma O modo de funcionamento deste sistema é de certa forma
situação de emergência ocorre. Deste modo os outros simples, visto que o C-2-C funciona através de uma rede de
condutores podem ser alertados de imediato caso consigam wireless Local Area Network (WLAN), monitorizando a
receber as mensagens geradas pelo veículo A. Em alguns velocidade, a posição do veículo e a direção em que os outros
casos o condutor C, tem uma grande hipótese de evitar veículos, que se encontram na mesma via, circulam.
acidentes através de reações antecipadas, e o condutor B A arquitetura do sistema CAR-to-X dispõe de três
beneficia dessas mensagens quando a visibilidade é pouca ou domínios distintos: dentro do veículo, ad hoc, e domínio da
quando o condutor não está a prestar atenção à área infraestrutura.
envolvente. O domínio dentro do veículo é composto por uma On-
Board Unit (OBU) e por unidades de aplicação. As unidades
de aplicação são dispositivos dedicados que executam uma
única ou varias aplicações utilizando para isso a capacidade de
comunicação da OBU. Para isso a unidade de aplicação pode
estar conectada de forma permanente à OBU, ou então ser um
dispositivo portátil, como um computador ou um smartphone,
que poderão ser conectados e desconectados sempre que
desejado. Estas unidades são normalmente conectadas por
cabo, mas também podem utilizar a ligação por através de
redes sem fio, como por exemplo, Bluetooth.
O domínio ad hoc, também designado por “Vehicular Ad
hoc Network (VANET)” , é constituído por veículos que
Figura 2 – Comparação dos tempos de reação do condutor. [1] integram OBU’s e unidades estacionárias ao longo da estrada,
designadas por “Road-Side Units” (RSU’s). Desta forma uma
OBU é equipada com um dispositivo de comunicação de
wireless de pequeno alcance dedicado especialmente para a
segurança rodoviária. Assim as OBU’s formam uma rede sem como postos de abastecimento de combustível, restaurantes,
fio ad hoc, designadas por “Mobile Ad hoc NETworks” parques de estacionamento, etc.. Estas recebem, enviam e
(MANETS) que permitem a comunicação entre nós de uma retransmitem informação de modo a aumentar a área de
maneira totalmente distribuída, sem a necessidade de uma cobertura da rede, sendo necessário incluir, pelo menos, um
coordenação centralizada. OBU’s e RSU’s podem ser vistos dispositivo de rede para comunicações sem fio de curta
como nós de uma rede ad hoc, móvel e estática distância baseadas no protocolo IEEE 802.11p. Estas também
respetivamente. Uma RSU pode ser instalada numa rede de comunicam com a rede das infraestruturas, caso a RSU esteja
uma infraestrutura, que por sua vez poderá ter conexão à instalada nesta.
internet. Assim a RSU permite à OBU o acesso à Assim podemos dividir como principais funções:
infraestrutura, possibilitando à unidade de aplicação  Possibilidade de acesso à internet das OBU’s
comunicar com qualquer servidor de internet, sempre que uma instaladas nos veículos;
RSU de uma infraestrutura esteja disponível.  Estender a área de cobertura da rede, comunicando
com uma OBU, quando esta entra na área de
B. Unidades de Aplicação comunicação da RSU;
 Possibilidade de comunicação com outras RSU’s de
modo a enviar informação de segurança;
As unidades de aplicação podem ser embebidas no próprio
 Possibilidade de correr aplicações de segurança,
veículo ou podem ser portáteis. Estas são entidades que
como por exemplo, informação sobre estruturas ao
utilizam as OBU’s para correr aplicações, por exemplo, temos
longo das estradas, sinais luminosos de trânsito,
como unidades de aplicação, dispositivos de segurança que
interseções, etc.;
transmitem avisos de perigo, sistemas de navegação com
Para um melhor entendimento as figuras 4, 5 e 6
capacidade de comunicação, e dispositivos de uso geral que
representam as funções básicas da RSU.
acedam à internet, como os smartphones.
No que diz respeito a unidades de aplicação portáteis estas
podem ser smartphones que podem ser conectadas quando
necessárias e também ao mesmo tempo que outras unidades de
aplicação, visto que as OBU’s têm a capacidade de correr
múltiplas aplicações em simultâneo.
Estas unidades têm prevista a utilização de IPv6 e IPv4,
para permitir compatibilidade com aplicações que possam ser
mais antigas. As unidades de aplicação podem também apenas
utilizar interfaces padrão da pilha protocolar do IPv6, que
comunicam apenas com as OBU’s. Figura 4 – Cenário em que a RSU aumenta a distância de comunicação da
OBU. [3]

a) On-Board Unit

A On-Board Unit é a responsável por todo o tipo de


comunicações CAR-2-X, nomeadamente a C-2-C, C-2-I e C-
2-P. Através do domínio ad hoc também comunica com outras
OBU’s e é responsável pelo correto funcionamento das
unidades de aplicação. Uma OBU contém um dispositivo de
rede para comunicações wireless de curta distância, e essas
comunicações são baseadas no protocolo IEEE 802.11p [4], Figura 5 – Cenário em que a RSU atua como informador de sinais de trânsito.
que são responsáveis por enviar ou receber as informações de [3]
segurança do domínio ad hoc.
Para que o sistema de comunicação CAR-2-X funcione
corretamente a OBU tem que enquadrar um número mínimo
de aplicações de segurança, uma interface para os sensores
locais do veículo, os protocolos corretos para o protocolo
IEEE 802.11p, e a pilha protocolar com a camada de rede e de
transporte específicos da comunicação CAR-2-X.

b) Road-Side Unit
Figura 6 – Cenário em que a RSU permite o acesso à internet. [3]
Uma Road-Side Unit tem como objetivo melhorar a
segurança na estrada, e por isso, este dispositivo é colocado ao
longo das estradas/autoestradas, ou em locais específicos
c) Sistema Car-2-Pedestrian [4]  O broadcast do serviço tem de ser muito fiável para
conseguir avisar todos os condutores mais próximos;
O principal objetivo do desenvolvimento desta variante  Tem de ser uma comunicação Robusta e Fiável;
do sistema CAR-2-X é diminuir os sinistros acidentes
 Tem de garantir segurança e privacidade dos dados.
ocorridos entre viaturas e peões (Vulnerable Road Users -
VRU). Por exemplo na Alemanha, o número de peões que
faleceram devido a viaturas constitui 15,3% do total de mortes
de acidentes que envolvem viaturas.
Para que este sistema seja possível implementar, é necessário:
 Que o peão transporte um dispositivo preparado para
o efeito;
 Que o automóvel seja equipado com uma antena
especial.

O tipo de equipamento necessário para o peão pode ser tão


comum como um smartphone, visto que estes possuem vastos
sensores (giroscópio, acelerómetros, recetores de GPS), além
de vários tipos de módulos de comunicação (WLAN,
Bluetooth).

Figura 8 – Arquitetura do Protocolo Car-2-X. [7]

Pelo que podemos observar na Figura 7, os dispositivos


devem suportar a utilização da Internet através de meios como
o TCP, UDP ou outros, e também suportar o meio específico
dos sistemas CAR-2-X. A existência de uma camada de
transporte e de rede específicos para este sistema é
provavelmente devido à tentativa de aumento de fiabilidade e
segurança dos sistemas (comentário sem referência, pois não
se conseguiu encontrar).

IV. IMPLEMENTAÇÕES ATUAIS


Figura 7 – Esquema de comunicação entre Smartphone e um veículo. [4]
Neste capítulo vão ser estudados dois exemplos de
Com este tipo de comunicação é possível desenvolver uma tecnologias desenvolvidas. A primeira, muito conhecida em
aplicação que detete os peões próximos do veículo, em todas Portugal é o sistema de Via Verde e outro é o sistema de
sem situações, sendo muito útil em situações em que o peão Comboio Rodoviário desenvolvido pela Volvo (apesar de não
não é visível pelo condutor (má visibilidade causada pelas estar implementado).
condições climatéricas, cruzamentos).
A. Via Verde Portugal
C. Protocolo
A Via Verde Portugal, é um sistema de portagem
O protocolo utilizado neste tipo de comunicações é eletrónica que desenvolve a atividade no âmbito da gestão do
baseado no IEEE 802.11p para comunicações do tipo WLAN, pagamento eletrónico de serviços.
IEEE 802.11a/b/g para os restantes tipos de comunicação. Na origem da Via Verde Portugal, encontra-se a Brisa -
Para estes protocolos poderem ser aplicados nestes sistemas Autoestradas de Portugal, cuja atividade é orientada para
têm de obedecer às seguintes características: construção e operação de infraestruturas de transporte. A Via
 Suporte para comunicações de grande alcance (até Verde é considerada uma das maiores invenções fabricadas
1000 metros); em Portugal dos últimos anos [7]. A Brisa criou a Via Verde no
 Suportar a alta velocidade de movimentação dos início da década de 1990, e tornou-se a pioneira, em todo o
veículos (até 500 km/h); mundo, no desenvolvimento de um sistema de portagem
automática aplicável de forma universal a todo o país,
 Suportar o facto de o ambiente ter bastantes
independentemente da autoestrada utilizada, do local de
reflecções, e cada vez mais dispositivos a funcionar
estrada e saída ou da instituição bancária associada à conta do
em modo wireless, e este tipo de comunicação tem de
automobilista.
ter uma qualidade de serviço muito alta;
A Via Verde Portugal foi formalmente constituída em 29 B. O Comboio Rodoviário
de Setembro de 2000, usufruindo de uma tecnologia de
sucesso para a gestão de sistemas eletrónicos de cobrança pela O Comboio Rodoviário enquadra o projeto SARTRE (Safe
utilização de infraestruturas rodoviárias. Road Trains for the Environment), que tem como objetivo
Para a utilização deste tipo de sistema é necessário adquirir principal mudar o modo de viagem pessoal, criando para isso
um identificador. O identificador é um equipamento as roadtrains ambientais denominadas pelotões. O pioneiro
eletrónico, que tem que ser instalado na viatura, que permite a nesta área foi a Volvo, que integrou a tecnologia wireless
identificação do local e do tempo de uso de uma determinada num dos seus camiões para que este controle um “comboio”
infraestrutura através do estabelecimento de uma ligação com de veículos que o seguem.
a antena instalada na via (sejam barreiras de portagem, O projeto comboio rodoviário inclui um camião conduzido
parques de estacionamento, postos de combustível GALP e manualmente, que é seguido por um camião e três carros
zonas urbanas limitadas). Volvo. Os veículos imediatamente atrás do primeiro camião
O grande êxito da Via Verde em Portugal é em muito são conduzidos de forma autónoma. Todo o comboio
devido à compatibilidade entre bancos, dado à completa rodoviário está interligado através de tecnologia sem fios, o
integração da rede Multibanco. que garante que os veículos agregados sigam exatamente na
via do “veículo líder”, como se tratasse de um único veículo,
a) Modo de funcionamento para tal se estendeu a tecnologia de radar, câmara e laser
utilizados em sistemas atuais de segurança e apoio, como o
A Via Verde Portugal é um sistema que se abona numa Adaptive Cruise Control, City Safety, Lane Keeping Aid, Blind
base de dados central da empresa, que estabelece uma ligação Sport Information System e Park Assist Pilot. Deste modo
com todas as infraestruturas e com a SIBS (Sociedade resulta que o condutor de um dos veículos participantes pode
InterBancária de Serviços, S.A.). Os dados do cliente, são descontrair, talvez até ler um livro ou ver televisão, enquanto
introduzidos na base de dados e enviados à SIBS, depois é o carro se conduz de forma autónoma.
fornecido um identificador, que deve ser associado à conta Este novo sistema apresenta novidades na interação entre o
bancária do utilizador e deve ser colocado no vidro da viatura. homem e a máquina, pois é apresentado um ecrã tátil para
Ao passar pela via exclusiva a utentes numa portagem, um exibição de informações vitais e realização de pedidos, como
identificador colocado no veículo estabelece uma ligação com por exemplo entrar e sair do comboio rodoviário. Também é
uma antena presente no equipamento da via e, caso não se possível a comunicação C-2-C, isto é permitida a comunicação
verifiquem anomalias, o valor da taxa da portagem é debitada entre todos os veículos no interior do pelotão.
diretamente na conta bancária do cliente. A comunicação é
baseada na tecnologia “Dedicated short-range
communications“ (DSRC). As vias reservadas a utentes do V. EVOLUÇÕES FUTURAS – PERSPETIVAS
serviço, apresentam como limite de velocidade 40 a 60 km/h,
no entanto este sistema está preparado para funcionar De forma a clarificar todo este projeto, que brevemente
corretamente a velocidades acima de 200 km/h. poderá integrar os sistemas automóveis, são apresentados
abaixo alguns estudos de caso, que demonstram de certa forma
ENTRADA o funcionamento pretendido com o sistema de comunicação
CAR-2-X.

A. Estudo de caso 1 – Avisos de trabalho a decorrer na


estrada

Neste estudo de caso é demonstrado como o sistema


Figura 9 – Comunicação do sistema ao entrar na portagem. [9] apresentado reage quando existem trabalhos ao longo de uma
estrada. Locais de construção podem ser por vezes traiçoeiros,
pois nem sempre são visíveis, por vezes há a necessidade de
SAÍDA mudar o fluxo do trânsito. Para tal, atualmente, são
adicionados mais sinais de trânsito e fusão das faixas de
rodagem, causando um aumento dos níveis de stress dos
condutores e outros fatores.
Assim o sistema CAR-2-X informa o condutor sobre todos
os detalhes da situação bem antes de este entrar numa zona
que seja perigosa. O sistema transmite informação sobre a
extensão geográfica e da área afetada, duração do trabalho,
tipo de obras a decorrer, etc.
Figura 10 – Comunicação do sistema ao sair da portagem. [9]
B. Estudo de caso 2 – Veículos de Emergência se não existisse o tempo de reação da pessoa, grande
percentagem dos acidentes seriam evitados.
No que diz respeito a situações que envolvam a segurança Podemos afirmar até, que para a eliminação total dos acidentes,
da vida das pessoas cada segundo é crucial. Os condutores são é necessário existir tecnologia que tenha total controlo da
obrigados a ceder passagem a veículos de emergência como viatura e que permita imobilizar um veículo ou efetuar uma
ambulâncias e os carros da polícia. Nestes casos surgem manobra de desvio. Apesar do trabalho, não ser focado nessa
problemas como a origem da sirene (caso esta seja audível - evolução, o tema do trabalho é um avanço que pode permitir
razões como o volume do rádio elevado, zonas de muito futuramente a aplicação de sistemas tão avançados, na nossa
ruído), o cruzamento dos veículos de emergência nos ótica. Até se pode pensar mais longe, visto que se as marcas
semáforos e o destino do veículo de emergência. automóveis associassem todas as tecnologias de segurança já
O sistema de comunicação de veículos consegue informar desenvolvidas com um sistema CAR-2-X, é completamente
o condutor sobre a localização da sirene, o destino do veículo possível criar um veículo totalmente autónomo, sem a
de emergência e por que faixa de rodagem o veículo de necessidade de tantos sensores num automóvel (apenas os
emergência vai passar caso se cruze com o meio de transporte necessário para garantir a segurança em caso de falha de
do condutor. comunicação).
De volta ao tema, o futuro é comunicação entre todas as
interfaces (veículos, infraestruturas, smartphones, etc.),
C. Estudo de caso 3 – Veículos avariados/Acidentes diminuindo ou até eliminando a insegurança que se vive nas
rodoviários estradas hoje em dia. Já diz o ditado “Não temos de ter cuidado
com a nossa condução, mas sim com a dos outros condutores”,
Acidentes e avarias são perigosos tanto para as pessoas e este tipo de tecnologias colmata as falhas de outros
envolvidas e que oferecem assistência como para os condutores.
condutores que se aproximam do local, pois a linha de visão Apesar de todas as vantagens enunciadas acima e das
fica obstruída. Por exemplo, situações de curvas apertadas ou possibilidades que estas criam, existem fatores que ficam em
até devido a condições ambientais que limitem o campo de dúvida da executabilidade deste tipo de sistemas. Por exemplo,
visibilidade, podem gerar mais incidentes se a sinalização não no caso do Comboio Rodoviário, o facto de o condutor não ter
for devidamente colocada. de estar atento à estrada pode causar sonolência e até
Se o veículo detetar um acidente baseado no estado “pisca- adormecer, o que obrigaria que o condutor seguisse sempre o
pisca” de emergência, sensores de acidente, ou diagnóstico destino do camião, mesmo que esse não fosse o pretendido,
“on-board”, o sistema CAR-2-X pode ser usado para informar visto que a meio do percurso, o destino final de cada seria por
o tipo e a localização do acidente e enviar informação de alerta estradas diferentes. Enquanto os veículos não forem totalmente
/ aviso para todos os veículos que se encontrem próximos do autónomos, casos como o anterior e outros que possam causar
local. a distração do condutor, podem ser desastrosos, contrariando o
objetivo do seu desenvolvimento.
D. Estudo de caso 4 – Aviso de Motociclo/Assistência de
cruzamento REFERENCES

“European In-depth motorcycle accident analyses” consta [1] W. Christian, “V2X communication in Europe – From research projects
que erros humanos, e mais especificamente o não avistamento towards standardization and field testing of vehicle communication
technology”.
da aproximação de um motociclo ou uma errada perceção da
[2] C. D. Wang and J. P. Thompson. Apparatus and method for motion
distância e/ou velocidade são a causa principal de acidentes detection and tracking of objects in a region for collision avoidance
que envolvem motociclos. Isto acontece pois os motociclos utilizing a real-time adaptive probabilistic neural network, 1997.
tem uma silhueta mais pequena e são mais fáceis de US.Patent No. 5,613,039.
negligenciar, bem como a segurança destes é mais reduzida [3] C2C-CC: Car 2 Car Communication Consortium manifesto[internet].
comparativamente com automóveis. v1.1. disponivel em: http://www.car-to-car.org/index.php?id=31.
O sistema CAR-2-X informa os condutores dos veículos [4] E. Sebastian. “Car2Pedestrian: Protection of vulnerable road users using
smartphones”. AUDI AG. Disponível em: http://www.amaa.de/previous-
envolventes sobre a presença de outros meios de transporte conferences/amaa-2013/copy_of_presentations-2013/presentations-day-
circulantes e envia uma mensagem de aviso caso detete que 2/amaa-2013-engel.pdf
existe a possibilidade de acidente. [5] M. Kranz, “11-VN-WAVE” Thomas Strang and Matthias Rockl, WS
2008/2009.
[6] L. Bo, M. Mahdieh Sadat, L. Xavier, G. Jinzi, “Wireless Acess for
CONCLUSÃO Vehicular Environments”.
[7] Dr. Andreas Festag, Roberto Baldessari, Dr. Wenhui Zhang, Dr. Long
Le, Amardeo Sarma, Masatoshi Fukukawa. “CAR-2-X Communication
Os sistemas CAR-2-X são o futuro dos transportes rodoviários. for Safety and Infotainment in Europe”[internet]. NEC TECHNICAL
Com toda a tecnologia desenvolvida, a possibilidade de JOURNAL Vol.3 No.1/2008. Disponível em:
eliminar erros humanos é elevada, já que na maioria dos casos, http://goeckenjan.de/doc/080106.pdf.
[8] Via Verde [internet]. Wikipédia, a enciclopédia livre: Publicada por Gil.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Via_Verde.
[9] Via Verde. COMO FUNCIONA [internet]. Disponível em:
http://www.viaverde.pt/Website/Section.jsf?TopFolderPath=\Root\Cont
ents\Website\ProdutosServicos&SelectedSubFolderId=109&Locale=pt-
PT.
[10] SOARES, Daniel. “Volvo Trucks assume a liderança com comboios
rodoviários wireless do futuro” [internet]. AutoSueco, Importador e
Distribuidor VOLVO TRUCKS, BUS & PENTA. Disponível em:
http://www.transportesenegocios.com.pt/press_r/arq/Projecto_SARTRE.
pdf.
[11] Stephan Eichler, “Performance Evaluation of the IEEE 802.11p
WAVE Communication Standard”, in Proceedings of Vehicular
Technology Conference, 2007, pp.2199-2203.
[12] Ruben Dias, Filipe Monteiro. “SIAUT2009_ComunicacoesV2V&V2I”.
Instituto Superior de Engenharia do Porto, Departamento de Engenharia
Eletrotécnica. 2009.

Vous aimerez peut-être aussi