Vous êtes sur la page 1sur 70

Revista Digital |Nº 01 | Maio 2020

Educar Incluir Aprender

S M I L I N G S T A R S
Smiling Stars

NESTA EDIÇÃO:

Educar

Incluir

Aprender

Envolver & Desenvolver

Partilhas & Sugestões


All men have Stars, but they are not the
same things for Diferent people.

You- You alone will have Stars as no


one else has them...

In one of the stars I shall be Living In one of


them I shall be Laughing. And so it will be
as if all the stars will be laughing when you
look at the sky at night..

YOU, only you, will have STARS that can


LAUGH!

Antoine de Saint-Exupéry
Educar
Ser Educador/a

O colo, a ajuda, as preferências, o reconhecimento das famílias e,


ainda, as refeições, higiene e hora da sesta… são alguns dos tópicos
abordados neste relato real do dia a dia de uma Educador/a em cre-
che.

SOCORRO.... As escolas não vão mais abrir, e


agora?

Agora, temos uma Educadora para vos ajudar , dizendo “STOP! Não é
tempo de transformar as casas em escolas”. Já basta estarem fecha-
dos, em teletrabalho e serem invadidos por todo o tipo de notícias.
Educar
Ser Educador/a
Ser Educador/a é saber que há Crianças que chegam ao colo dos pais e
que gostam de trocar de colo, ficando nos braços de quem as recebe.

Ser Educador/a é lembrar que há Crianças que já tiram os casacos sozi-


nhas e outras que precisam de uma mãozinha para puxar a manga
do casaco.

Ser Educador/a é olhar para a cara das Crianças e saber quando estão
bem, quando estão doentes, quando estão tristes ou quando estão
chateadas. E, claro, quando estão felizes, porque é assim que gostamos
que elas estejam. Por nós, estariam sempre assim.

Ser Educador/a é conhecer as Crianças que se vão sentar no tapete, as-


sim que chegam à sala, e conhecer as que vão dar uma ou duas vol-
tas pela sala até se sentarem… Sem esquecer as que precisam, ainda, de
um “lembrete” para se juntarem ao grupo.

Ser Educador/a é reconhecer as preferências de todas e de cada uma


das Crianças, porque temos as que gostam mais de colagens, as que
têm preferência por desenhos, as que têm mais interesse por pinturas…
São artistas! E temos de saber quais os materiais da sua preferência
que lhes permita “dar asas à imaginação”.

Ser Educador/a é chegar à hora de almoço e distribuir colheres e garfos


por todas as Crianças, tendo as que usam só uma colher, as que usam
duas colheres ou as que já usam colher e garfo e, acreditem, nós sabemos
quem elas são. E, também, sabemos quais são as que demoram mais
tempo a comer a sopa, as que se distraem com a conversa e as que
não gostam dos legumes ou dos “verdes” como elas dizem. E é incenti-
vá-las a, pelo menos, provar aquilo que acham que não gostam sem an-
tes dizerem “não gosto” sem provar.
Educar

Ser Educador/a na hora da sesta?

Só passando a sesta connosco para perce-


berem… Porque se pensam que a hora da
sesta é calma… Enganam-se! Lavar
mãos e bocas e fazer chichi é uma aven-
tura, porque uns ainda precisam de ajuda
e outros já não.

Depois há bibes para tirar, fraldas para pôr


(e aqui temos de saber quem usa fralda,
quem já não usa e, nalguns casos, pergun-
tar se, naquele dia, quer usar fralda ou
não!) e cabelos para libertar… Libertar de
elásticos e ganchos, que, se for possível,
também, é bom sabermos de quem são,
não se vão elas esquecer… Vamos saltar
a parte da sesta, propriamente dita, porque
há aquelas que querem manta e as que
não querem e que usam chucha e as que
não usam… E saltamos para a parte em
que é preciso vestir bibes.

E quando os bibes não têm nome? Bem, fe-


lizmente, algumas de nós têm um bom nariz
e, pelo cheiro, conseguimos saber de
quem é o bibe. Sim, isto acontece mes-
mo! Já para não falar do cheiro dos cocós!

Não é mito, cada cocó, também, tem o


seu cheiro e, até isso, nós sabemos de
cor.
Ser Educador/a não é só isto… É muito mais do que isto. Mas um texto não
chega para descrever um dia inteiro na Creche. E não, isto não é um desa-
bafo, isto é mesmo um relato real do que se passa no nosso dia a dia , no
dia a dia de Adultos e Crianças. Um dia a dia recheado de “ os Adultos co-
nhecem as Crianças como a palma da mão ” e, felizmente, temos as
Famílias que, também, nos ajudam a conhecê-los, ainda, melhor. E, por isso,
aproveito e deixo um agradecimento caloroso a todas as Famílias que
nos deixam partilhar o dia-a-dia dos seus filhos connosco, porque, para nós, é
um gosto poder fazer parte da vida e da Educação dos vossos filhos.

Ser Profissional da Educação é ajudar


Crianças a serem felizes…
E muito, muito mais…

Pozinhos de perlimpimpim…
Não, Ser Educador/a não chegou ao fim.

Rita Cardoso Azevedo

Educadora de Infância
Profissional de Afetos
Sonhadora no Mundo Encantado da Educação
Educar

SOCORRO.... As escolas não


vão mais abrir, e agora?

O Governo decretou o encerramento das escolas e


anunciou que as crianças, em idade pré-escolar, não
regressarão mais este ano letivo.
Imagino o impacto que esta informação teve no seio
das famílias, não porque agora tem de ser pais, mas por-
que têm de o fazer 24 horas por dia e fechados
dentro de 4 paredes.

Para nós educadoras, é fácil estarmos com crianças


dentro de um espaço, aliás, a nossa realidade é de
14 a 18 crianças em creche e 25 crianças em pré-
escolar. Sim, vamos introduzir a creche como fazendo
parte, hipoteticamente, do sistema educativo e va-
mos considerar todas as crianças dos 4 meses aos 6
anos, porque é essa faixa etária que o meu curso
contempla.

De repente, a vida mudou sem aviso, sem prepara-


ção, tudo mudou. Ficamos fechados em casa, e tu-
do o que sabíamos fazer e conhecíamos, passou a não
ter qualquer utilidade, mas no entanto, reinventamo-
nos através do teletrabalho, e até aquilo que nunca
pensamos ser possível ser feito à distância, tornou-se pos-
sível, ou neste caso, necessário. Não sei se na tentativa
de não perdermos o nosso posto de trabalho, ou os nos-
sos rendimentos, o que é certo é que, inventámos mil
e uma formas de chegarmos a casa das famílias
e de tornar a distância uma oportunidade e não
um obstáculo.
Educar
Por sua vez, As famílias nas suas casas, foram evadidos, não só por todas as no-
tícias sobre o covid-19, mas também por toda a espécie de lives e vídeos.
Surgiram os concertos online, as aulas de dança, de musculação, de fitness, os te-
atros, os contos de histórias, aulas de PT, sugestões de visitas virtuais a museus e mil
e uma receitas para fazermos com os ingredientes que temos em casa. Alguns
pais estão em teletrabalho e cumprem o mesmo horário , agora a partir de
casa, e com todas as condicionantes que isso implica.

No meio disto tudo, estão as crianças que se vêm agora privadas de estar
na escola, com os amigos e as educadoras que tanto gostam e admiram.
Se por um lado, os profissionais de educação têm tentado de tudo para
estar perto das famílias, por outro, importa refletir sobre aquilo que fazemos
e sobre essa presença que estamos a impor e, tal como o mundo, devemos
parar, respirar fundo, ter calma e pensar.
Para mim, educação de infância não é, nem nunca foi, um conjunto de ativi-
dades e propostas criativas e isoladas que surgem de pesquisas na Internet
e no pinterst, isso, é uma ideia que surge da necessidade de dar resposta
aos pais e não às crianças. São os pais que precisam de atividades e propostas
para entreter os mais pequenos, porque acredito, para quem nada percebe de
desenvolvimento infantil, este momento seja o desafio de uma vida.
Muitas vezes, aliciadas pela ideia de estar a ajudar os pais, e também por muita
pressão por parte das instituições escolares, públicas e privadas, de assim presta-
rem o seu serviço junto das famílias, muitas educadoras entram num looping
de envio de atividades, ideias e formas de ensinar os pais a estar com os filhos, de
os entreter enquanto família, organizam-se chats de conversas para se lançar desa-
fios e propostas, filmam-se a contar historias e a cantar cancões e enchem-
se as casas e as famílias, já cheias e arrebatadas por tudo o resto , e criamos
a culpa e a insegurança de que os pais na estão a ser capazes de ser aquilo
que tanto quiseram, ser PAIS.

STOP, STOP, STOP....Mães e pais deste país, parem, desliguem to-


da a informação que vos entra pela casa a dentro, o mundo
precisa de mais calma , as famílias precisam de tempo, as crian-
ças, principalmente, precisam de desacelerar, precisam somente
de ser crianças e crescer à medida das exigências da sua própria
faixa etária.
É aqui que entra a educação de infância! É impossível eu co-
mo educadora, passar aos pais tudo aquilo que aprendi em 4
anos de licenciatura, sim, pasmem-se, estudei 4 anos só
para aprender a brincar com crianças. Mas a minha
brincadeira, é uma brincadeira intencional e proposita-
da, é uma brincadeira baseada numa relação afetiva e se-
gura que me permite ir sempre um pouco mais alem nesta re-
lação de brincar, é uma brincadeira que me permite orien-
tar a criança nas suas descobertas e descobrir com ela, é
uma brincadeira atenta, observadora das escolhas da
criança que me permite conhecê-la, assim como, às suas po-
tencialidades e também dificuldades, é uma brincadeira
que me obriga a ver o mundo pela perspetiva da criança
e potencializar essa perspetiva para a frente, projetando tudo
aquilo que a criança é, e pode vir a ser, não porque eu acho
e quero, mas porque a criança me mostra essa vontade. E é
por isso, que o meu conselho para todas as famílias, na
sua mais diversa complexidade e estrutura , é que es-
queçam todo o rebuliço que vai lá fora, e simplesmente
brinquem com as crianças que têm em casa, e que tem
dentro de vocês. Nesse brincar, observem o vosso filho, os
seus gostos, as suas conversas e partam delas para as vossas
próprias propostas de interação e brincadeira em família. Lem-
brem-se da vossa própria infância, e tragam para as brin-
cadeiras com os vossos filhos essas memórias culturais tão
importantes, e que vos fizeram tão felizes e que, ainda hoje,
estão presentes naquilo que são e se tornaram.
Educar

O crescimento é uma coisa natural, ele acontece independentemente


das circunstâncias, as aprendizagens na infância são muito intuitivas e
estão presentes em tudo aquilo que nos rodeia. Não há necessidade
de ter pressa nem de pressionar essas aprendizagens.

Aquilo que, para os pais, será impossível de alcan-


çar, é a relação com os pares, com os amigos , e
a interação entre eles, que é potencializadora de
todos os conhecimentos, é a comunicação ao
outro, daquilo que aprenderam e descobriram que
efetiva a própria aprendizagem e é neste campo,
que entram as educadoras.
Educar
É aqui que precisam de refletir qual o seu papel e de que forma podem ajudar a
concretizar esta parte tão importante da infância e que só é permitida nas escolas, a
socialização. Neste sentido, o papel do educador deverá ser o canal de ligação en-
tre todos, e colocar em contacto as crianças, umas com as outras, é partilhar as suas
partilhas e elevá-las a novas experiencias, sugerindo, e instigando novas propostas e
tornar a experiência de um, numa aprendizagem para todos.

Não é tempo de transformar as casas em escolas, é tempo sim, de transformar


a vida em escola, em ensinamentos, em aprendizagens, em experiencias, em
descobertas.

Depois de observarem a vossa criança , de brincarem com ela, de


entrarem no mundo dela, de conhecerem os seus gostos e necessidades,
de identificarem as suas dificuldades e as suas potencialidades, considera-
rem útil, aquela história que a educadora contou, ou aquela música que
ouviram, ou aquela proposta de pintura que a prima partilhou, então usem
-na. Usem-na para potencializar e desenvolver aquilo que já existe na crian-
ça, para abrir horizontes e caminhos a novas descobertas e novas experi-
ências. A criança aprende tanto quanto maior for o seu envolvi-
mento, e para estarem envolvidas as propostas têm de partir deles e dos
seus interesses e necessidades.
O vosso papel será, somente, ampliar esses interesses, projetar
essas necessidades, instigar as potencialidades, e tudo dentro
das relações familiares, na convivência diária e, na tão co-
nhecida, rotina dos afazeres familiares.

Para isso, criem uma rotina própria, só


vossa, que vos sirva e reflita a necessi-
dade de todos. Nela incluam, momen-
tos juntos de brincadeira em que vão
absorver tudo aquilo que a criança mostrar,
transformem essas observações em pro-
postas de atividades mais orientadas
e estruturadas de forma a ampliarem o
seu conhecimento, usem os momentos de
rotina como momentos prazerosos e que
envolvam a criança e permitam que seja
ativa e participativa , tenham sempre
presente momentos mais monótonos e
aborrecidos, em que a criança seja obriga-
da a inventar e a reinventar-se, terminem
o dia com um momento relaxante,
onde tenham lugar conversas sobre
emoções sentimentos e pensamentos, e
no dia seguinte, é fazer tudo igual.
No fim disto tudo passar, nem todos
estaremos bem, pelas inúmeras
particularidades inerentes a vida adul-
ta, mas para as crianças o que te-
rá ficado foram os momentos
em família, as manhãs preguiçosas
na cama até mais tarde, os bolos e
receitas inventadas em família, os jo-
No fim, tudo o que fica gos nos serões a seguir ao jantar, os
são memórias felizes, acampamentos na sala, os banhos
demorados e cheios de brincadeira,
por isso, o vosso papel, os momentos aborrecidos em que tu-
queridos pais, é criarem do o que sobrou foram palermices
que terminaram em grandes garga-
memórias felizes nos lhadas.
vossos filhos, que per-
durem no tempo e que se
repliquem por gerações.

Marta Parracho |
Educadora de Infância
Educar a mente
sem educar o
coração não é
educação
Aristóteles
Incluir
Eles são como estrelas brilhantes

O retrato da durabilidade das marcas deixadas por alguém que trans-


porta consigo o “cromossoma do amor”. Um discurso singelo e o orgu-
lho de uma Professora de Educação Especial naquele pequenino de-
terminado no seu bibe de xadrez, que cresceu.

Do Medo à Certeza

Uma orgulhosa Animadora Sociocultural e a história do seu primeiro


encontro com uma realidade que a levou quase à desistência—o au-
tismo. A mudança, a redefinição de sonhos e objetivos, o privilégio e
uma recriação muito especial.
Eles são como estrelas brilhantes, que descem à
terra para nos ensinar sobre o amor puro

Tantos que deixaram em mim o seu rasto , o seu perfume, a sua


peculiaridade. Mas vou falar, de um deles....um menino muito especial,
daqueles a quem dizem que transporta consigo o
“cromossoma do amor”. Foi no ano de 2001, que o conheci,

alguém com quem tive a honra e privilégio de conviver por algum


tempo.
Incluir

É bem verdade, que existem pessoas que mu-


dam e marcam a nossa vida…. ainda que
não estejam ao nosso lado todos os dias, ainda
que praticamente as deixemos de ver…. ainda
que a distância ou o tempo passe, elas mar-
cam-nos de forma tão indelével que a sua pre-
sença está sempre presente no nosso coração.

Essas pessoas memoráveis fazem parte da nos-


sa história, entram na nossa vida, conquistam-nos
e envolvem-nos definitivamente.

O P. A. entrou na minha vida há alguns anos….


Pequenino no seu bibe de xadrez , determi-
nado e que de forma inteligente e brilhante,
para nos fazer concordar com o que pretendia,
dava-nos abracinhos amorosos, beijinhos ternu-
rentos, olhando-nos de forma melancólica e
pungente. O apoio foi apenas de um ano, e o
tempo foi passando...nunca perdemos total-
mente o contato, porque a sua extraordinária
mãe, sempre me quis por perto....julgando que
lhe tinha dado muito, quando foi ele que
me deu muito mais a mim. No seu décimo oi-
tavo aniversário, em 2015, fiquei surpreendida e
feliz porque recebi um convite para estar pre-
sente na sua festa.
Incluir
Foi este pequeno e singelo discurso de lhe fiz:

“Sinto-me grata poder estar aqui hoje a comemorar esta data, por-
que significa que de alguma forma a minha presença foi importante
para o P., assim como a dele foi para mim. Sei que o P. cresceu e
aprendeu a acreditar em si, a não se deixar abalar pela crítica, a en-
frentar da melhor maneira os desafios…. a desenvolver o seu poten-
cial com ajuda e apoio incondicional da sua linda família, dos seus
amigos, dos seus professores…..fazendo dele próprio um bom um
bom amigo. Acredita que a tua vida é uma dádiva magnífica e que
és um verdadeiro presente para todos aqueles que te amam. Faço
votos para que este dia seja uma bênção especial, que os desejos
do teu coração se tornem a cada dia uma realidade, que a felicida-
de seja constante na tua vida, que consigas sempre lutar pelos teus
objetivos, sem que a palavra desistir conste do teu vocabulário. E
agora que atingiste a maioridade, seja o início de uma vida de vitó-
rias, que a prosperidade venha sempre ao teu encontro e que nun-
ca esqueças a pessoa especial que és. Que os anos que se vão so-
mando à tua vida não sejam um peso, mas sim que façam parte de
uma infinita conta de novas experiências que te fazem crescer e
aprender a viver cada vez melhor. Que neste dia, a felicidade se fa-
ça presente amigo! Que as bênçãos do céu estejam sobre a tua vi-
da! E que a paz que te desejo hoje te acompanhe sempre! Como
diz o poeta, “aqueles que passam por nós não vão sós, deixam um
pouco de si, levam um pouco de nós”.
Parabéns querido P”.

São estes momentos os mais …e sobretudo as lições de


gratificantes na vida de um vida, resilência e perserveran-
professor de educação especial
ou inclusiva, porque nos fazem
ça que nos ensina a caminhar,
acreditar, que o trabalho, amor sempre que o desalento nos
e dedicação tenha valido a acena.
pena, que o amor e dedicação
ficou na sua memória e dos seus
familiares …
Filomena Teixeira
Professora de Educação Especial
Incluir

Do Medo à Certeza...
Terminada a faculdade apenas há um mês, era

uma orgulhosa Animadora Sociocultural que


entrava no mundo do trabalho através de um A.T.L
(Atividades de Tempos Livres). Tinha uma formação
que ninguém reconhecia e muitos questionavam
para que serviria, e trabalhava num contexto que

ainda menos era valorizado. Ninguém percebia,

ou ainda hoje não percebam, a importância do tra-


balho realizado em contexto de A.T.L. Apesar do

meu percurso não estar muito facilitado pelos estig-

mas da sociedade, tinha as minhas certezas e so-


nhos, mas mudaram completamente após uma se-
mana de trabalho.

Foi com uma semana de trabalho que enfrentei


pela primeira vez o conceito de Necessidades Edu-
cativas Especiais (N.E.E) e, mais concretamente, a

palavra Autismo. O medo do desconhecido, nu-


ma fase de aprendizagem é o melhor conselheiro

para a desistência. E foi quase a desistência que


comandou os meus primeiros passos profissionais.
Ainda com um pé na desistência, os episódios de
autoagressão que assistia diariamente daquela cri-
ança e a incapacidade de comunicar começaram
a ser substituídos por episódios desafiantes de ul-
trapassar as dificuldades.
Incluir

Rapidamente e não sabendo como, ou talvez sei…

afinal estas crianças/jovens/adultos conseguem chegar

a nós de maneira diferente, disso tenha a certeza.


E assim, rapidamente o conceito de Necessidades Edu-
cativas Especiais foi reduzido apenas para Especiais.

Especiais em tornar o meu dia a dia diferente, único

e positivamente desafiante. Foi aqui, logo no início,


e com a imprescindível ajuda desta criança que redefini

os meus objetivos e os meus sonhos: viver com e para


aqueles que tornavam os meus dias especiais. Será des-

ta capacidade que eles têm em tornar tudo es-

pecial que surgiu o conceito de N.E.E? Claro que nem


todos os dias são fáceis, muito pelo contrário, fácil não é
uma palavra que associemos aos dias que passamos

com estas crianças, mas se tudo fosse fácil então

não seria especial.

Sem fazer muito por isso, os especiais continuaram

a surgir cada vez mais na minha vida , com carac-


terísticas completamente diferentes e com desafios

cada vez maiores. Com isto também as minhas cer-


tezas de que este era o meu caminho se torna-
vam maiores.
Incluir
Agora luto para mostrar que a Animação Sociocultural é fulcral para o de-

senvolvimento destas crianças. Somos profissionais que devemos de ser reconhe-

cidos e que temos uma capacidade de criar, imaginar e adaptar que permite
estabelecer um plano diário que vá de encontro ao que eles querem e precisam e não
daquilo que nós estipulamos.

Agradeço a cada uma das crianças especiais que já tornaram a minha


vida igualmente especial. A marca que nos deixam será sempre maior que a

marca que deixamos nelas. Será sempre um privilégio poder fazer parte deste
caminho único que cada um percorre.

A imagem que acompanha este texto foi a pri-


meira imagem onde a primeira criança especial
me recriou, e a verdade é que poderia escrever mil
palavras e nenhuma iria significar tanto como este

desenho.

Vejam o que há de

especial naquilo que


consideramos

diferente e
certamente tudo fará

mais sentido.

Rita Pereira
Animadora Sociocultural com
Mestrado em Educaçõ Especial
We were
scared, but our
fear was not as
strong as our
courage
Malala
Aprender
O Ensino Atual

Uma professora, o desinteresse e inatividade dos seus alunos e a des-


crição de um sistema de ensino que pouco evolouiu e a sua inadapta-
bilidade à individualidade, originalidade e criatividade destes alunos.

A História que te vou contar

Numa escola em Sintra, um projeto sobre a aldeia e os seus costumes,


com os meninos que só gostavam de doces. Este é o relato de uma
ajudante de ocupação, escrito e interpretado por uma alfacinha com
raizes na aldeia.
Aprender

O ensino
Como professora, lido diariamente com alunos que mos-
tram desinteresse pelas matérias lecionadas. Claro que não
atinge todos , mas para além do pouco empenho no estu-
do, sente-se um ambiente geral de inatividade, de cansaço,
que parece apenas mudar quando o telemóvel toca ou quan-
do sai o jogo mais recente para ser descarregado. Penso que,
em grande parte, este cenário ocorre porque o sistema
de ensino pouco evoluiu.

Cada criança é uma criança. E, se há diferenças entre


elas, porque é que usamos o mesmo método para todas?
Tal como Albert Einstein, famoso físico teórico alemão, referiu:
“Todos nós somos génios, mas se julgarmos um peixe
pela sua capacidade de subir a uma árvore, ele passa-
rá o resto da vida a acreditar que é um idiota”. Assim
sendo, há a necessidade de adaptar o ensino às necessida-
des individuais de cada aluno , porque as habilidades de
um, não são inevitavelmente as de todos os outros.
O sistema atual está programado para valorizar certas
competências e desconsiderar outras , não permitindo que

atual alguns alunos tenham a oportunidade de aprimorar certas apti-


dões ou que tantas outras não sejam descobertas de todo. Isto,
como é óbvio, leva as nossas crianças a perderem, muitas
das vezes, o foco ou, pior ainda, guiá-las até ao ponto de pen-
sarem que são incapazes, que não são tão inteligentes co-
mo outros colegas ou que a escola é uma competição fe-
roz.

É sabido que o ser humano não tem capacidade para


registar tudo o que é relatado durante um longo período. É
perfeitamente natural que, a certa altura, surja algum desa-
pego, tanto dos alunos como dos professores, causado pela
forma mecânica com a qual ambas as partes lidam, ou neste
caso são forçadas a lidar, com o ensino atual. Os alunos esfor-
çam-se para lidar com a rapidez com que as ideias são
transmitidas e os professores esforçam-se por aproveitar o tem-
po que têm da melhor forma, tentando reduzir as matérias
para aquilo que é essencial. Isto tem como consequência
direta aulas nas quais se tenta lecionar tudo e mais alguma
coisa e, ao mesmo tempo, não se chega a aprofundar ne-
nhum dos pontos previstos pelos programas.
Vivemos um tempo atípico , mas se há algo que esta pandemia nos ensinou é
que, por vezes, há mais e melhores formas de fazermos as coisas, de corresponder-
mos àquilo que nos é proposto ou pedido.

Tenho observado originalidade e criatividade como nunca , parece-me que as


pessoas ganharam ímpeto, força e coragem para descobrir e inovar; talvez por-
que toda a situação a isso obrigue, talvez porque tenham mais tempo para explo-
rar, talvez uma mistura dos dois conceitos. A verdade é que chego à conclusão que o
ser humano está habilitado para fazer coisas fantásticas e tem a capacidade
de se adaptar de forma a que tudo ao seu redor faça mais sentido, assim o queira.
Aprender
A educação nas escolas é uma das bases essenciais na formação, profissional
ou pessoal, das crianças. Desta forma, é urgente que seja repensado o modo co-
mo a desenvolvemos e que vejamos se está ou não a resultar da maneira que todos
pretendemos.

Há que sujar as mãos e encontrar formas práticas, didáticas e entusiastas de


transmitirmos aquilo que achamos importante àqueles que serão, efetivamente,
os adultos do futuro.
Inês Vieira Brandão
Professora e autora do livro A Flor Margarida
Aprender

A história que tenho para contar…

Este é o relato de um trabalho, atividade ou projeto que pode-


ria ter acontecido numa qualquer escola nas aldeias perdidas
entre os montes e serras de Portugal. É o que acontece em al-
gumas casas a norte e as crianças de que falamos poderiam
ser uma neta ou um bisneto que, pela primeira vez, conhece a
aldeia e os seus costumes. Poderia… mas não é!

É um relato real de uma escola na zona de Sintra, com os hábi-


tos e costumes da capital “...como sabes, na maioria dos ca-
sos, os nossos meninos não gostam de quase nada para os lan-
ches sem ser doces. Aqui também se passava isso, queijo, tira-
vam do pão e mandavam fora, chouriço não gostavam, fiam-
bre, hoje não lhes apetecia”. Não é uma escola atípica, esta é
a realidade de muitas escolas!

“As professoras estavam a dar a maneira como se vivia nas al-


deias” e como é que se vive numa aldeia? O que se faz? Nas
aldeias vive-se a cultura e conhecimento dos antigos. Na al-
deia vive-se e aprende-se com “a mão na massa”, na massa
do pão, no leite que não vem em pacote… e quão português
é o nosso queijo, os nossos chouriços e, claro, o vinho (mas do
vinho não falamos hoje, pois é de crianças que se trata).

“ Lembrámo-nos de tentar fazer queijo fresco e chouriço de


carne aqui na escola, se bem pensámos , melhor fizemos, um
fim de semana que fui lá acima , arranjei o chicho, para por o
leite coalhado a escorrer para fazer o queijo, as tripas para en-
cher os chouriços e arranjámos uma avó que nos fumou os
chouriços.”

E pensar que por terras de alfacinhas se encontraria uma avó


que iria fumar os chouriços, e que se trocariam os manuais re-
cheados de fotografias e ilustrações sobre aldeias por tripas e
coalho.
Aprender

“desde lavar as tripas com sabão


azul e branco e vinagre, os miu-
dos fizeram todas as etapas da
feitura dos chouriços”...“na parte
do queijo , consegui arranjar 7l de
leite de ovelha a que juntámos 3l
de leite de vaca + coalho, prepa-
ramos tudo e aquele leite foi me-
xido por 65 crianças, para ficar
um queijo bem mexidinho. esta
brincadeira levou-nos 1 semana
nos intervalos”

Que experiência, que vivência…


Que Aprendizagem! Mas será
que algo mudou nestas crianças?
Que impacto poderá ter um pro-
jeto deste género nos meninos da
capital?
Todas as crianças “mesmo quem não gostava de
quiseram provar... queijo, comeu e repetiu. Quanto
aos chouriços quando vieram do
fumeiro, todos gostaram e come-
ram, nem se lembraram mais do
Relato de Fátima Ramos pivete que foi para lavar as tri-
pas”
Ajudante de Ocupação
Texto de uma Alfacinha
com raizes na Aldeia
Diz-me e eu
esquecerei,
ensina-me e eu
lembrar-me-ei,
envolve-me e eu
aprenderei
Benjamin Franklin
Educar Incluir Aprender

Acima podemos ler três verbos. E verbos transmitem-


nos sentido de ação.

Como Psicomotricista e Formadora, a minha linha de

atuação passa por estas três ações fundamentais. Le-

var crianças e idosos a aprender novas formas


de conhecimento do seu corpo, do seu “Eu”,

aprender readaptações aos seus limites,

mas também aprender estratégias de como usar as

suas habilidades. Assim, estamos a incluir, a estar

mais próximo do outro, a chegar o novo ao velho, a

aproximar processos de desenvolvimento, a incluir di-

ferentes perspetivas de olhar o mundo . E quan-

do incluímos, estamos também a educar o mun-

do para novas formas de ser e de estar.

Deste modo, o mundo roda sobre si, e nós roda-

mos nele sem nos darmos conta, até ao dia em que


ele pára ou anda mais devagar, como vemos atu-

almente. Pára e coloca-nos a proteger e cuidar os

mais velhos , a motivar e a ocupar os mais novos.


Aprendemos que esta “roda viva”, precisa manter as

mãos ligadas para a roda se manter e conti-


nuar viva, mas a um ritmo mais equilibrado.
Educar Incluir Aprender
“Oferecer o melhor de dois mun-
dos”, é o lema da página “Dois Mei-
os – Intervenção Psicomotora em
Meio Aquático e no Idoso”, visitável
nas plataformas digitais Facebook e Ins-
tagram. Quando foi criada, não imagi-
nava que aquilo que me movia pode-
ria, agora, fazer tanto sentido.

Oferecer o melhor a cada um que

chega até nós, dos 8 aos 80, em du-

as vertentes de intervenção: psico-


motricidade em meio aquático em cri-
anças e idosos e ao domicílio para os
mais velhos.
O meio aquático, a piscina, a água apresentam-se
com todo o seu potencial reabilitativo, terapêutico
e lúdico-pedagógico, desde as características e
componentes essenciais inerentes ao próprio
meio até aos recursos utilizados que auxiliam e susten-
tam todo o processo.

A intervenção particular no domicílio dirigida aos


idosos, no seu contexto familiar e seguro vem oferecer as
oportunidades de reabilitação, treino e estimula-
ção cognitiva num formato digital e de recursos
materiais e sensoriais. Cada recurso utilizado, desde
atividades digitais até tarefas de contacto e manu-
seio sensorial/ tátil são produzidos por mim e a pensar
em cada um que usufrui dos mesmos.

Por fim, levar conhecimentos, experiências, perspeti-


vas, opiniões e sugestões num plano formativo é
ainda outro dos meios utilizados para fazer chegar o me-
lhor de cada mundo aos diferentes públicos que pre-
tendem aumentar a sua bagagem pessoal e profissional.

Continuaremos a “oferecer o
melhor de dois mundos”,
numa roda unida com mãos

umas suaves e outras en-


rugadas, num mundo em

mudança.

Psicomotricista e Formadora
Certificada Sofia Vilar
Envolver &
Desenvolver
Potencialidades da Rotina Familiar

Intervenção Psicomotora no Idoso

Quais os pilares da Felicidade?


Potencialidades da Rotina Famili

Eu aprendo, tu aprendes…

Agora que as crianças não podem ir à


escola, a vida e a rotina do dia-a-dia as- Há coisas que, com telet
sumem um papel preponderante na aqui- rotineiras e familiares que
sição de saberes e aprendizagens.
Esqueçamos os núme
Se por um lado, o brincar é a ativida- cessárias para a entrada
de mais importante da infância , car com a língua e de co
também é verdade que com a chegada aos números, eles estão p
dos 6 anos, e a entrada no primeiro ciclo mente, por conhecê-los,
à espreita, existe uma preocupação vimento, que iniba as apr
acrescida dos pais, para que os filhos es- sário forçá-los.
tejam, como se diz na gíria, “preparados”
para o seu ingresso na vida escolar.
Efetivamente, existem competências defi-
nidas, que as crianças deverão adquirir
antes da entrada para o primeiro ciclo, e
que são facilitadoras do sucesso dessa
transição.
O meu desafio aqui será mostrar-vos, de
que forma, podem ajudar os vossos filhos
na aquisição dessas competências ,
sem o recurso a fichas e a trabalhos estru-
turados que, na minha singela opinião,
apenas frustram e castram o decurso na-
tural da aprendizagem, usando apenas e
somente o dia-a-dia e a rotina familiar.
Não são necessárias grandes atividades,
que nos roubam tempo e despendem
muito da disponibilidade que, muitas ve-
zes falta, e que, por agora, também não
abunda assim tanto.
iar

Nós aprendemos juntos, em família!

trabalho ou sem ele, são necessárias fazer em casa e é usando essas atividades domésticas,
e se pode gerar inúmeras aprendizagens e desenvolver várias competências académicas.

eros e as letras, que pairam tantas vezes nas nossas cabeças, como as ferramentas ne-
a na escola. Para aprenderem as letras, as crianças precisam de pensar na língua, de brin-
ompreender a sua funcionalidade, para que serve e de que forma podem utiliza-la. Quanto
presentes no mundo, é impossível ignorá-los e, por isso, os vossos filhos acabarão, eventual-
tão natural como aprenderam a andar e a falar. Não havendo nenhum fator do desenvol-
rendizagens, os conhecimentos vão sendo adquiridos naturalmente, não é neces-
Potencialidades da Rotina Famili

Ao acordar, podemos aproveitar para fortalecer laços, promover a auto estima e


fazer a criança sentir-se amada com pequenas afirmações positivas, muitos mimos e
afeto. É o que fazemos, enquanto educadoras, quando eles chegam à escola e lhes
dedicamos algum tempo individual, para ouvir o que têm para dizer, se passaram bem
a noite, se estão bem-dispostos, e por aí. A atenção e a preocupação, dos outros sobre
nós, geram bem-estar e segurança.

Depois, chega a hora de vestir e aqui, em vez de preparar a roupa para a criança se
vestir, podem dar pequenas indicações para que ela as vá buscar ao armário e às ga-
vetas. Por exemplo, a camisola está na primeira gaveta do lado direito (abordamos os
números ordinais e a lateralidade), as calças estão dentro do armário por cima da ga-
veta das meias (conceitos básicos de direccionalidade). Se foram criativos poderão
abordar uma imensidão de conceitos espaciais e de matemática, numa única ativida-
de.
iar

Há hora das refeições , podemos brincar com as simetrias ou com os objetos em fal-
ta, colocando apenas metade da mesa e pedindo a criança para colocar a outra me-
tade (simetria) ou, colocamos a mesa com a ausência de alguns elementos por pessoa,
por exemplo, numa falta o garfo, noutra a faca e noutra o prato. As refeições são tam-
bém um excelente meio para desenvolver e dar utilidade a vários conceitos matemá-
ticos, na confeção, por exemplo, de um bolo, ou de uma receita, ou até mesmo no
corte dos alimentos. Deixar a criança cortar os legumes para a sopa, ou os cogumelos
para o almoço, ajuda a perceber a divisão dos objetos em partes iguais e, explorar as
várias formas de o dividir (em 2, em 3, em 4). A louça que fica por arrumar, depois das
refeições, também é uma ótima oportunidade para realizar exercícios de classificação
e seriação. Por exemplo, agrupar os garfos, as facas e as colheres ou arrumar os talhe-
res de acordo com uma ordem definida, por exemplo (garfo, garfo, faca). Também po-
dem usar este momento do dia, para brincar com as palavras , seja através das ri-
mas (palavras que rimem com sopa) seja através da divisão silábica (quantas silabas
tem a palavra almoço). Mais uma vez a imaginação e a criatividade são o limite!
Potencialidades da Rotina Famili

Na hora de limpar a casa, porque não incluir as crianças, varrer é uma ótima for-
ma de desenvolver a coordenação motora, assim como limpar o pó. O exercício
de estender a roupa, por seu lado, é ótimo para a motricidade fina, através do mo-
vimento de pinça exercido nas molas. Aqui mais uma vez, a roupa é ideal para
exercícios de classificação (organizar por características da peça, camisolas para
um lado calças para outro), ordenação (do maior para o mais pequeno, como por
exemplo uma camisola do pai, depois da mãe e por fim da criança) e porque não,
para uma resolução de problemas, como por exemplo, tendo 8 camisolas para es-
tender, se cada camisola precisa de 2 molas, de quantas molas preciso para esten-
der as 8 camisolas? Sejam criativos!

Esta questão da resolução de problemas é fundamental para o raciocínio lógi-


co e por isso, sempre que surgirem situações de potenciais “problemas” envolvam
as crianças na sua resolução. Elas desenvolverão o raciocínio logico e vocês fica-
ram surpreendidos com os resultados que eles encontrarão. É uma garantia!
iar
Depois, chega a hora do banho e aqui podemos aproveitar para relaxar
um bocadinho, usar este momento para cantar as canções preferidas ou
até mesmo para algumas experiencias mais sensoriais. Podem por exemplo,
deixa-los pintar com aguarelas, no corpo, na banheira, deixar que a tela
ganhe vida, ou simplesmente fazer uma “digitinta” no vidro ou no azulejo
com espuma de barbear. E bolas de sabão, quem não adora? Podem tam-
bém sugerir algumas experiencias com agua, como o fluta/não flutua ou
encher e esvaziar recipientes de diferentes tamanhos e formatos.

Na hora de deitar, as histórias trazem a quantidade certa de magia, e por


si só, abordam uma panóplia de competências fundamentais a aquisição
da leitura e da escrita, para além de serem uma excelente rotina a manter
em qualquer idade.

O mais importante é envolver as crianças nas suas próprias aprendiza-


gens, deixar que sejam agentes ativos, que possam induzir, colocar hipóte-
ses e chegar às suas próprias conclusões.

O processo, quase sempre, é mais importante que o resultado e depois de descobrirem as


aprendizagens da vida, estarão mais que aptos a descobrir também as escolares.

Marta Parracho | Educadora de Infância


Intervenção Psicomotora no Idos

“Longe, mas perto.”, ligados por algo invisí-


vel como é a tecnologia, a internet, ou por al-
go como o afeto, o pensamento e o amor.
Coisas tão distintas, mas tão semelhantes, não
se vêm, mas estão lá, como um fio que nos li-
ga, mas que não é palpável. Para os mais ve-
lhos, o preferível continuam a ser os afetos .
Vamos, então, digitalizá-los.
No mundo atual em que vivemos, a compo-
nente tecnológica ou digital está cada vez
mais presente, mais explorada e mais procura-
da. Também a intervenção psicomotora se
alia a esta forma de reinvenção, possibilitando
atividades, exercícios e tarefas que vão ao en-
contro daqueles que carecem de maiores estí-
mulos, maior atenção e motivação.
De forma a tornar tudo mais prático, experien-
cial e facilitador, o computador/ tablet vêm
trazer um conjunto de exercícios que nos apro-
ximam à distância. As ferramentas e recursos
usados para chegar a cada público poderão
ser tão versáteis tanto quanto a capacidade
do Técnico se reinventar, usar a capacidade
imaginativa e até desafiadora. São elas que
nos vão permitir as tais ações diferenciadoras e
unificadoras.

Essa versatilidade e variabilidade assen-


tam em temas tão diferenciados, desde cânti-
cos populares, provérbios, conceitos, noções,
imagens e fotografias até a espaços da casa,
objetos, refeições, entre outros.
É imenso o nosso cérebro. E é nessa imensidão,
por vezes desorganizada que a intervenção
assenta num campo de treino, reabilitação ou
estimulação dependendo do quadro patológi-
co ou não e dos objetivos traçados numa fase
inicial.
so | Estimulação Cognitiva

Esses objetivos propõem um trabalho de atenção, concentração, repetição, associa-


ção, conjugação, identificação, memorização, entre outros.

Também o conhecimento e convivência com a tecnologia (ecrã, teclado, rato) po-


dem trazer novas formas de contacto e educação postural para esta nova interação.

Assim, trazer novas oportunidades e reinvenções são um dos meios utilizados numa
perspetiva de “oferecer o melhor de dois mundos” aos mais velhos.

Sofia Vilar Psicomotricista e Formadora Certificada


C o a c h i ng &

Quais os pilares da felicidade?

A felicidade não é um estado emocional ou um estado


de espírito, mas pode ser o seu maior valor, o seu maior
objetivo ou a sua melhor emoção no momento. O desafio é
procurar e encontrar felicidade em tudo o que lhe en-
volve, mesmo em momentos de medos, rejeições, abando-
nos: apelidados como infelizes.

O Homem almeja a felicidade, no entanto, não sabe


como alcançá-la e, quando a alcança, não sabe como
mantê-la. A que se deve este desfecho?

Porque é que constantemente dececionados e em


“desequilíbrio” com a felicidade? Gostará o ser humano
de se vitimizar ao invés de se responsabilizar pela sua falha
para obter felicidade?

A felicidade habita em nós , talvez como um vírus posi-


tivo. Está presente e adormecida nos piores momentos da
nossa vida, uma vez que o centro desta: somos nós mesmos.
A felicidade reside no amor próprio, antes do amor alheio.
Nesse caso: O que acontece, quando dependemos emoci-
onalmente de outras pessoas ou coisas? Acabamos por co-
locar a nossa esperança e força, “fora” de nós, apoiadas
num pilar emocional, externo, mas até os pilares mais fortes
podem ruir. Então, o que nos acontece, quando um pilar
emocional cai? Perdemos o nosso apoio, certo?

Ser feliz é manter a esperança, acreditar no presente e


no futuro, acreditar em nós, nas nossas capacidades, na-
quilo que conquistámos, nos nossos sucessos – no nosso
amor interno. Quanto mais sofredora for a nossa visão da
vida, mais difícil é ver para fora dela. Por vezes, a nossa
felicidade ou bem-estar não é de fácil acesso, mas torna-se
um desafio saboroso poder conquistá-lo.
A t i t u d e Po s i t i v a
C o a c h i ng & A t i t u d e Po s i t i v a
Pergunta o leitor: o que nos falta para ultrapassar o desafio?
O que é que tenho de fazer para ser ou estar feliz? Que ferra-
mentas tenho de adquirir, para alcançar o que desejo?

Eu respondo: procure em si mesmo, aquilo que não en-


contra fora de si. O poder de ser feliz não está na mulher ou
marido que nos abandonou, ou no pai que não nos fala, não es-
tá no dinheiro que se evapora da conta e também não perten-
ce aos hipotéticos amigos que nós teimamos em manter nas
nossas vidas.

Todos os dias, acordamos e vivemos conscientes até


adormecermos. Que tal começar o dia com um pensamento
e atitude positiva ao pequeno almoço e durante o dia ir refor-
çando adosagem, fazendo pausas benéficas? Não criem ex-
pectativas para o “hoje”, o que vos permite surpreen-
der e ser surpreendidos pelo que possa surgir.
Não faz mal, tudo o que semeamos dentro de nós irá
crescer: semeiem amor, é isso que irão colher mais tarde.
Acreditar nesta filosofia de vida, é meio caminho feito para se
viver uma vida feliz.

Por isso, sejam felizes.

Sandra Pereira
Coach de Gestão Emocional
Intelligence
is the ability to
adapt
to change

Stephen Hawking
Partilhas

& Sugestões
Na Escola eu gosto de…

Em Casa eu gosto de...

Livros para todos

Filmes & Curtas-Metragens


Na escola Eu g
Futebol de.
Ir aos
Brincar
Cavalos

Na Escola
eu gosto de...
osto
...
Estar com os
meus

amigos
Eu gosto
Em Casa
de...
Livros para todos
Filmes & Curtas-Metragens
Aqueles que passam por nós
não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.

Antoine de Saint-Exupéry

Vous aimerez peut-être aussi