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2014

ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS DA BARRAGEM DE REJEITOS


DE MINÉRIO DE FERRO

ARCELORMITTAL SERRA AZUL SA

PROCESSO COPAM 062/1994

DNPM nº 13.845/1967

LOCAL:
CÓRREGO FUNDO

MUNICÍPIO DE ITATIAIUÇU- MG

JANEIRO - 2014
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 1

1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2

1.1 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ............................................................................................. 2


1.2 - IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR....................................................................................... 3
1.3 - IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELO EIA-RIMA E PCA ............................................... 4
1.4 - METODOLOGIA.............................................................................................................................. 5
1.5 - HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................... 6
1.6 - NACIONALIDADE E ORIGEM DAS TECNOLOGIAS A SEREM EMPREGADAS ........................ 9
1.7 - TIPO DE ATIVIDADE E PORTE DO EMPREENDIMENTO .......................................................... 10
1.8 - OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS ................................................................................................. 11
1.8.1 - OBJETIVOS DO EMPREENDIMENTO ................................................................................................. 11
1.8.2 - JUSTIFICATIVAS DO LICENCIAMENTO E ANÁLISE DO CUSTO-BENEFÍCIO .............................................. 12
1.9 - COMPATIBILIDADE COM PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS............................. 12
1.10 - CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE .............................................................................................. 12
1.11 – ZONEAMENTO ECOLÓGICO - ECONÔMICO DE MINAS GERAIS ......................................... 22
1.11.1 – VULNERABILIDADE NATURAL ....................................................................................................... 23
1.11.2 – POTENCIALIDADE SOCIAL ............................................................................................................ 25
1.11.3 - ÍNDICE ECOLÓGICO - ECONÔMICO................................................................................................ 27
1.12 - LEGISLAÇÃO INCIDENTE SOBRE O EMPREENDIMENTO .................................................... 29
1.12.1 - ASPECTOS CONSTITUCIONAIS RELACIONADOS .............................................................................. 29
1.12.2 – LEGISLAÇÃO MINERÁRIA ............................................................................................................. 30
1.12.3 – LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - LICENCIAMENTO.................................................................................. 31
1.12.4 – LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – MINAS GERAIS ................................................................................... 32
1.12.5 – CÓDIGO FLORESTAL – SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO .................................................................... 34
1.12.6 – OUTORGA PARA INTERVENÇÃO EM RECURSO HÍDRICO ................................................................. 34
1.12.7 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ..................................................................................................... 36
1.12.8 – A MATA ATLÂNTICA .................................................................................................................... 37
1.12.9 – LEGISLAÇÃO MUNICIPAL .............................................................................................................. 38
1.13 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA ........................................ 39
1.13.1 - ÁREAS PROTEGIDAS – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .................................................................... 39
1.13.2 - ÁREAS PROTEGIDAS PRÓXIMAS À REGIÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................... 39
1.14 - EMPREENDIMENTO ASSOCIADO E/OU DECORRENTE ........................................................ 45
1.15 - EMPREENDIMENTOS SIMILARES ........................................................................................... 45

2 – DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................... 46

2.1 – LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ......................................................................................... 46


2.2 – CARACTERIZAÇÃO LEGAL DA ÁREA ...................................................................................... 49
2.3 - EMPREENDIMENTO MINERÁRIO DA ARCELORMITTAL MINERAÇÃO SERRA AZUL .......... 50
2.4 - EMPREENDIMENTO OBJETO DESTE LICENCIAMENTO ........................................................................... 52
2.4.1 - CARACTERÍSTICAS DA BARRAGEM ................................................................................................. 52
2.4.2 - CARACTERÍSTICAS DA LAVRA......................................................................................................... 55
2.5 - ESTRUTURA DE DESAGUAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE REJEITOS FINOS ................ 58
2.5.1 - CICLONAGEM DO REJEITO ......................................................................................................... 58
2.5.2 - LANÇAMENTO DO REJEITO OVERFLOW NAS BAIAS DE SECAGEM ...................................................... 59
2.5.3 - LANÇAMENTO DO REJEITO OVERFLOW NOS BERÇOS DA PILHA......................................................... 61
2.5.4 - FORMAÇÃO DOS BERÇOS .............................................................................................................. 61
2.6 - INFRA-ESTRUTURA DE PRODUÇÃO E APOIO ......................................................................... 62
2.6.1 - ÁREA DE ABASTECIMENTO (POSTO DE COMBUSTÍVEL) ..................................................................... 62
2.6.2 - GALPÃO DE MANUTENÇÃO (OFICINA).............................................................................................. 62
2.6.3 - GALPÃO DO LAVADOR.................................................................................................................... 63
2.6.4 - PÁTIO DA ÁREA DE APOIO E ESTACIONAMENTO................................................................................ 64
2.6.5 - ESCRITÓRIOS ............................................................................................................................... 65
2.6.6 - REFEITÓRIO .................................................................................................................................. 65
2.6.7 - SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................................................................... 65
2.6.7.1 - Caixa separadora água-óleo ................................................................................................... 65
2.6.7.2 - Sistema fossa séptica e filtro anaeróbio ................................................................................. 66

3 - ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS E LOCACIONAIS ........................................................ 67

4 – OBJETO DO LICENCIAMENTO .......................................................................................... 68

5 - ÁREAS DE INFLUÊNCIA ...................................................................................................... 69

5.1 - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - ADA ..................................................................................... 69


5.2 - ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID ......................................................................................... 69
5.3 - ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - AII ....................................................................................... 72

6 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ................................................................................................ 74

6.1 - MEIO FÍSICO ................................................................................................................................. 74


6.1.1 - CLIMA........................................................................................................................................... 74
6.1.1.1 - Metodologia ............................................................................................................................. 74
6.1.1.2 - Caracterização Climática Regional ......................................................................................... 75
6.1.1.3 - Caracterização Climática Local ............................................................................................... 78
6.1.1.4 - Análise de Temperatura .......................................................................................................... 80
6.1.1.5 - Caracterização das direções predominantes e velocidades médias dos ventos ................... 84
6.1.2 - HIDROGRAFIA ............................................................................................................................... 87
6.1.2.1 - Rede de Drenagem ................................................................................................................. 87
6.1.2.2 – Comitês de Bacia Hidrográfica ............................................................................................... 91
6.1.2.3 – Caracterização do Córrego Mota ........................................................................................... 95
6.1.2.4 – Caracterização do Rio Veloso .............................................................................................. 102
6.1.2.5 - Vazão Mínimas (Q7,10) ........................................................................................................... 103
6.1.3 - GEOMORFOLOGIA ....................................................................................................................... 104
6.1.3.1 - Geomorfologia Regional ....................................................................................................... 107
6.1.3.2 - Geomorfologia Local ............................................................................................................. 112
6.1.4 - GEOLOGIA .................................................................................................................................. 114
6.1.4.1 - Geologia Regional ................................................................................................................. 114
6.1.4.2 – Geologia Local...................................................................................................................... 118
6.1.5 - HIDROGEOLOGIA ......................................................................................................................... 120
6.1.6 – SOLOS ....................................................................................................................................... 121
6.2 - MEIO BIÓTICO ............................................................................................................................ 122
6.2.1 - CARACTERIZAÇÃO DA FLORA ....................................................................................................... 122
6.2.2 - CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA ....................................................................................................... 127
6.2.2.1 - Síntese Metodológica ............................................................................................................ 127
6.2.2.2 - Técnicas de Amostragem ..................................................................................................... 129
6.2.2.3 - Memento Técnico de Referência .......................................................................................... 132
6.2.2.4 - Considerações gerais sobre a biota animal autóctone e ambientes preferenciais dos locais
estudados ............................................................................................................................................ 133
6.2.2.5 - Inventário da Biota Autóctone ............................................................................................... 138
6.3 - MEIO ANTRÓPICO ..................................................................................................................... 151
6.3.1 - CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE ITATIAIUÇU .......................................................................... 151
6.3.1.1 - Metodologia ........................................................................................................................... 151
6.3.1.2 - Histórico da Região ............................................................................................................... 152
6.3.1.3 - Caracterização e Localização ............................................................................................... 153
6.3.1.4 - Dinâmica Populacional .......................................................................................................... 156
6.3.1.5 - Uso do Solo ........................................................................................................................... 160
6.3.1.6 – Aspectos Econômicos .......................................................................................................... 167
6.3.1.7 - Estrutura Produtiva................................................................................................................ 172
6.3.1.8 - Infraestrutura Básica e de Serviços ...................................................................................... 179
6.3.1.9 - Principais diretrizes do Plano Diretor .................................................................................... 189

7 - DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ......................................... 196

7.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 196


7.2 - PROGNÓSTICO .......................................................................................................................... 196
7.3 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ..................................................................................................... 199
7.3.1 - MATRIZ DE LEOPOLD ................................................................................................................... 200
7.3.2 - MATRIZ DE ANÁLISE DOS IMPACTOS ............................................................................................. 200
7.4 - CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS ................ 202
7.4.1 - IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO............................................................................................... 202
7.4.1.1 - Alteração da área como resultado da remoção da vegetação e do solo.............................. 202
7.4.1.2 - Afugentamento da Fauna ...................................................................................................... 203
7.4.1.3 - Aumento da Atividade Predatória ......................................................................................... 204
7.4.2 - IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO ................................................................................................. 205
7.4.2.1 - Alterações sobre a Topografia .............................................................................................. 205
7.4.2.4 - Alteração da Paisagem ......................................................................................................... 206
7.4.2.3 - Alterações da Topografia e Dinâmica das Águas Superficiais ............................................. 206
7.4.2.4 - Alteração da Qualidade de Águas ........................................................................................ 207
7.4.2.5 - Aumento no Trânsito Interno ................................................................................................. 208
7.4.2.6 - Alteração da Qualidade do Ar ............................................................................................... 209
7.4.2.7 - Geração de Ruídos e Vibrações ........................................................................................... 209
7.4.2.8 - Geração de Resíduos Sólidos .............................................................................................. 210
7.4.2.9 - Riscos Geotécnicos............................................................................................................... 211
7.4.3 - IMPACTOS SOBRE O MEIO ANTRÓPICO ......................................................................................... 212
7.4.3.1 - Manutenção do Nível de Empregos ...................................................................................... 212
7.4.3.2 - Incremento no setor de serviços ........................................................................................... 213
7.4.3.3 - Alterações e Perdas de Qualidade Ambiental ...................................................................... 214
7.4.3.4 - Manutenção / incremento na Arrecadação Pública .............................................................. 215

8 - MEDIDAS MITIGADORAS, POTENCIALIZADORAS E COMPENSATÓRIAS ................. 217

8.1 - MEDIDAS MITIGADORAS E POTENCIALIZADORAS .............................................................. 217


8.1.1 - ARMAZENAMENTO DO SOLO / APROVEITAMENTO DA BIOMASSA ...................................................... 217
8.1.2 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO À FAUNA ................................................................................................ 218
8.1.3 - CONTROLE AMBIENTAL DO CANTEIRO DE OBRAS .......................................................................... 218
8.1.4 - EXECUÇÃO CRITERIOSA DA LAVRA DO PACOTE DE FINOS............................................................... 220
8.1.5 – MANUTENÇÃO UMA BOA QUALIDADE NA ESTRADA BARRAGEM / ITM............................................. 220
8.1.6 - IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE DRENAGEM ................................................................................... 220
8.1.7 - PROGRAMA DE CONTROLE DE EFLUENTES .................................................................................... 221
8.1.8 - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................. 222
8.1.9 - CONTROLE DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS ................................................................................... 222
8.1.10 - PROGRAMA DE MANUTENÇÃO VEICULAR .................................................................................... 223
8.1.11 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES................................................................................ 223
8.1.12 - PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA - PRAD ................................................... 224
8.1.13 - PROGRAMA DE ABSORÇÃO E CAPACITAÇÃO DE MÃO DE OBRA LOCAL ......................................... 224
8.1.14 - PROGRAMA DE GESTÃO DE APOIO À INFRAESTRUTURA MUNICIPAL.............................................. 225
8.1.15 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADO PARA O RELACIONAMENTO COM AS COMUNIDADES
............................................................................................................................................................. 226
8.2 – PROGRAMAS DE MONITORAMENTO ..................................................................................... 227
8.2.1 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO HÍDRICO................................................................................... 228
8.2.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE EFLUENTES ......................................................................... 229
8.2.3 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR ............................................................... 229
8.2.4 - MONITORAMENTO GEOTÉCNICO DA RETOMADA DE FINOS DA BARRAGEM ........................................ 230
8.3 - MEDIDAS COMPENSATÓRIAS ................................................................................................. 230
9 - AVALIAÇÃO DO RISCO DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTES AMBIENTAIS .................. 232

10 - DESCOMISSIONAMENTO ................................................................................................ 233

11 - CONCLUSÃO .................................................................................................................... 234

12 – BIBLIOGRAFIA................................................................................................................. 236

FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma simplificado do funcionamento do empreendimento.


Figura 2 - Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais
Figura 3 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Invertebrados.
Figura 4 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Répteis e Anfíbios.
Figura 5 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Aves.
Figura 6 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Mamíferos.
Figura 7 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Peixes.
Figura 8 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Flora.
Figura 9 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Fatores Abióticos.
Figura 10 - Mapa de Níveis de Pressão Antrópica.
Figura 11 - Mapa de Áreas Prioritárias para Investigação Científica.
Figura 12 - Vulnerabilidade Natural de Itatiaiuçu.
Figura 13 - Vulnerabilidade Natural da Área do Empreendimento.
Figura 14 - Potencialidade Social de Itatiaiuçu.
Figura 15 - Potencialidade Social da Área do Empreendimento.
Figura 16 - Zona Ecológico-Econômica de Itatiaiuçu.
Figura 17 - Zona Ecológico-Econômica da Área do Empreendimento.
Figura 18 - Localização do Empreendimento no Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE, 2004).
Figura 19 - Localização do Empreendimento frente às Áreas Protegidas.
Figura 20 - Localização e vias de acesso.
Figura 21 - Planta de situação do empreendimento.
Figura 22 - Direitos minerários da Arcelormittal Serra Azul.
Figura 23 - Fluxograma de beneficiamento atual.
Figura 24 - Fluxograma de beneficiamento com alimentação de finos da barragem.
Figura 25 - Vista em planta da barragem de rejeitos desativada e que será objeto de lavra.
Figura 26 - Detalhe do canal de ensecamento da fatia a ser lavrada e a estrada correspondente,
aberta para permitir o trabalho da escavadeira na abertura do mencionado dispositivo de drenagem.
A cada nova fatia novo canal e estrada serão abertos.
Figura 27 - Seção esquemática ilustrando o método a ser empregado na lavra da barragem,
iniciando-se com a escavação da vala de drenagem, junto da encosta de montante, possibilitando a
secagem da fatia a ser lavrada. Para viabilizar a abertura do canal, previamente, será aberta uma
estrada paralela a esta estrutura drenante.
Figura 28 - Vista do ciclone para partição do rejeito em duas faixas granulométricas.
Figura 29 - Barragem de rejeitos a ser lavrada em imagem de satélite, evidenciando o contexto das
futuras intervenções, com destaque para o trajeto entre este dispositivo e a UTM onde os materiais
recuperados serão reprocessados.
Figura 30 - Imagem de satélite da área da barragem cuja lavra/reprocessamento é objeto do
licenciamento, exibindo em destaque os limites da ADA (Área Diretamente Afetada) e da bacia do
Córrego Mota, que é a Área de Influência Direta do empreendimento - AID.
Figura 31 - Sumarização da atuação dos sistemas frontais no qual são acompanhados por
anticiclones de origem polar em escala sinótica na região de Itatiaiuçu.
Figura 32 - A atuação da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em escala sinótica e em escala
regional para a região de Itatiaiuçu.
Figura 33 - Representação da Zona de Convergência Do Atlântico Sul (ZCAS), que influencia o
tempo e o clima na região de Itatiaiuçu.
Figura 34 - Comportamento climatológico da precipitação (mm).
Figura 35 - Comportamento climatológico da precipitação (mm) máxima em 24 horas.
Figura 36 - Comportamento climatológico das temperaturas médias máximas e mínimas
Figura 37 - Comportamento Climatológico das Temperaturas Mínimas Absolutas.
Figura 38 - comportamento climatológico das temperaturas máximas absolutas.
Figura 39 - Comportamento climatológico da umidade relativa do ar média.
Figura 40 - Comportamento climatológico - coeficiente precipitação / evaporação
Figura 41 - Comportamento climatológico do número de dias de chuvas mensais
Figura 42 - Direção predominante dos ventos na região de Itatiaiuçu (média anual 2008).
Figura 43 - Velocidade média mensal dos ventos - variação por períodos: chuvoso (A) e seco (B).
Figura 44 - Comportamento climatológico da velocidade média dos ventos.
Figura 45 - Rede de drenagem do Rio Veloso.
Figura 46 - Bacia Hidrográfica do Rio Manso.
Figura 47 - Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco.
Figura 48 - Classificação de Houton - Córrego Mota.
Figura 49 - Mapa Hipsométrico da Bacia do Córrego Mota.
Figura 50 - Mapa de inclinações - Bacia do Córrego Mota (em graus).
Figura 51 - Imagem de satélite da Bacia do Córrego Mota.
Figura 52 - Imagem de satélite da Bacia do Rio Veloso, abrangendo a Bacia do
Córrego Mota.
Figura 53 - Imagem de satélite da área de abrangência do Quadrilátero Ferrífero. Principais
municípios e estruturas geomorfológicas.
Figura 54 - Perfil topográfico e esboço geológico mostrando a Serra de Igarapé ou Serra Azul, a
depressão marginal do Rio Paraopeba e o Sinclinal Moeda.
Figura 55 - Esboço geológico do Quadrilátero Ferrífero (Rosière et al. 2005).
Figura 56 - Coluna Estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero (Segundo Alkmin & Marshak, 1998).
Figura 57 - Modelo hidrogeológico conceitual da Serra Azul na região do empreendimento.
Figura 58 - Manifestação popular. Praça Antônio Quirino da silva.
Figura 59 - Manifestação popular na Igreja Matriz de São Sebastião antes da construção da torre.
Figura 60 - Foto aérea que abrange boa parte da área da sede urbana de Itatiaiuçu.
Figura 61 - Localização do município de Itatiaiuçu no estado e em relação aos municípios limítrofes.

QUADROS
Quadro 1 - Equipe técnica responsável pelo EIA/RIMA PCA.
Quadro 2 - Classificação do empreendimento segundo a DN 74/2004.
Quadro 3 - Áreas protegidas na região do empreendimento.
Quadro 4 - Direitos minerários da Arcelormittal com portaria de lavra e Licença de Operação.
Quadro 5 - Unidades de Planejamento da Bacia do Rio São Francisco.
Quadro 6 - Caracterização fundiária do município de Itatiaiuçu - 1996.
Quadro 7 - Principais Indústrias. Itatiaiuçu, 2009.
Quadro 8 - Principais Empresas Prestadoras de Serviço Ligadas à Mineração e a Siderurgia.
Quadro 9 - Estrutura Principal do Setor de Saúde de Itatiaiuçu, 2009.
Quadro 10 - Parâmetros utilizados na classificação dos impactos ambientais.

TABELAS
Tabela 1 - Distâncias médias da mina aos perímetros urbanos vizinhos.
Tabela 2 - Características da barragem a ser lavrada.
Tabela 3 - UPGRH da Bacia do Rio São Francisco em Minas Gerais com a identificação da posição
do empreendimento.
Tabela 4 - Características morfométricas da bacia do Córrego Mota.
Tabela 5 - Uso e ocupação do solo na bacia do Córrego Mota.
Tabela 6 - Características morfométricas da bacia do Rio Veloso
Tabela 7 - Análise estatística para obtenção a vazão Q7,10 no Córrego Mota e no Rio Veloso
Tabela 8 - Distâncias entre Itatiaiuçu e capitais brasileiras
Tabela 9 - População Residente 1970 - 2007
Tabela 10 - Taxa de Crescimento Populacional.
Tabela 11 - Densidade Demográfica de Itatiaiuçu e Minas Gerais.
Tabela 12 - Média de Moradores por Domicílio.
Tabela 13 - Taxas de Natalidade e Mortalidade em Itatiaiuçu.
Tabela 14 - Estrutura Fundiária Relacionada à Condição do Produtor e da Área das
Propriedades.
Tabela 15 - Distribuição do PIB Per Capta e Concentração Bruta. Unidades Territoriais - 2006.
Tabela 16 - Distribuição do PIB por Setor de Atividade Econômica. Itatiaiuçu, 2002-2006.
Tabela 17 - Arrecadação Municipal de Impostos. Itatiaiuçu, 2002-2008.
Tabela 18 - Arrecadação Municipal de Impostos dos Municípios de Itatiaiuçu, Itaúna e Itaguara - 2008.
Tabela 19 - Principais Rebanhos Criados.
Tabela 20 - Número de Empresas, Pessoal Ocupado e Salários, 2007.
Tabela 21 - Distribuição da produção agropecuária.
Tabela 22 - Principais Produtos Cultivados, 2007.
Tabela 23 - Principais Rebanhos Criados.
Tabela 24 - Produção Agropecuária, 2007.
Tabela 25 - Números de Habitantes por Anos de Estudo.
Tabela 26 - Faixa de valores para classificação dos impactos.

ANEXOS

01 - Mapa de Localização e Vias de Acesso


02 - Planta de Situação
03 - Arranjo Geral da Mina do Córrego Fundo
04 - Barragem de Rejeitos - Configuração Atual
05 - Barragem em Imagem de Satélite
06 - Bacia do Rio Veloso em Imagem de Satélite
07 - Bacia do Córrego Mota em Imagem de Satélite
08 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo
09 - Matriz de Impactos de Leopold
10 - Matriz de Análise de Impactos e Medidas Mitigadoras/Compensatórias e Potencializadoras
APRESENTAÇÃO

O presente Estudo de Impacto Ambiental (EIA), respectivo Relatório de Impacto


Ambiental (RIMA) e Plano de Controle Ambiental - PCA, estão sendo apresentados para
subsidiar o processo de licenciamento da movimentação (lavra) e reprocessamento dos
rejeitos contidos na barragem de finos da ArcelorMittal Mineração Serra Azul S/A, que
tem como objetivo primordial a recuperação destes materiais antes descartados como
rejeito da mineração.

O objetivo principal desta lavra é a recuperação econômica de finos de minério de ferro


rejeitados no passado, acumulados na barragem, e a liberação dos espaços para outras
utilidades nesta mineração.

A elaboração deste EIA se orientou pelos preceitos estabelecidos na legislação em vigor,


em especial as Resoluções CONAMA 01/1986 e 237/1997.

No estudo são apresentados diagnósticos ambientais, avaliações dos impactos a serem


gerados e ações consideradas necessárias para suas mitigações. A fim de se obter um
conhecimento global sobre a região estudada foi feita uma investigação integrada,
multidisciplinar, dos sistemas ambientais, reunindo-se dados físicos, biológicos e
socioeconômicos.

Elaboração Empreendedor

Avenida Prudente de Morais, 621 / 412 Avenida Carandaí, 1.115,


4º andar, Santo Antônio 12° andar, Bairro Funcionários
CEP: 30.350-143 / Belo Horizonte, MG CEP 30.130-915 / Belo Horizonte, MG
Telefone: (31) 3344-0677 Telefone: (31) 2125-1500

1
______________________________________________________________________

1 - INTRODUÇÃO
1.1 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O presente Estudo de Impacto Ambiental – EIA, respectivo Relatório
de Impacto Ambiental - RIMA e Plano de Controle Ambiental – PCA, referem-se
ao propósito da ArcelorMittal Mineração Serra Azul S/A de promover o
licenciamento ambiental da retomada ou lavra de finos de sua barragem de
antigos rejeitos, visando o seu reprocessamento.
Trata-se de uma barragem operada de maneira ininterrupta desde o
ano de 1988, portanto, por aproximadamente 25 anos, ocupando uma área de 19
hectares e volume armazenado de finos da ordem de 5.300.000 m³, equivalente à
aproximadamente 9.540.000 t. A escala de produção será de no máximo
1.500.000 t/ano. O último lançamento de rejeitos, caracterizando o final da vida
útil deste dispositivo, ocorreu em outubro de 2012.
As vantagens ou conveniências de se retomar os finos desta barragem
são de natureza econômica e ambiental.
Economicamente, o aumento no valor unitário do minério de ferro
experimentado nos últimos anos viabiliza o reaproveitamento desta massa de
material antes descartada como rejeito.
Ambientalmente, haverá a liberação da área hoje ocupada com estes
finos para outras finalidades necessárias a esta mineração, economizando na
utilização de outras áreas preservadas. Há também inegáveis vantagens
ambientais e de segurança na eliminação de uma barragem de rejeito.
A atividade principal desse empreendimento como um todo é a lavra a
céu aberto de minério de ferro, no local denominado Córrego Fundo, Município de
Itatiaiuçu - MG. Trata-se de uma mineração relativamente antiga de pequeno
porte que, nos últimos anos, graças à aquisição dos seus ativos por uma empresa
de maior porte, vem experimentando sucessivas melhorias no aproveitamento do
minério e aumento na escala de produção.
Na atualidade, o fluxograma básico das operações desta mineração
pode ser visualizado a seguir.

2
______________________________________________________________________

Planta de Britagem e Classificação Bitolado

Sinter Feed
Concentrado

Planta de Concentração

Rejeito Fino Rejeito Grosso

Barragem de Rejeitos Infraestrutura de Pátios de estocagem Pilha de estocagem


desaguamento de
Objeto do licenciamento
rejeitos

Planta de Concentração
Pilha de rejeito
de Pellet Feed
desaguado
Pellet Feed
Concentrado
Em fa s e de planejamento

Figura 62 - Fluxograma simplificado do funcionamento do empreendimento.

1.2 - IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR


O empreendedor que pleiteia o licenciamento é a empresa
ArcelorMittal Mineração Serra Azul S/A, que apresenta os seguintes dados
cadastrais:
 Razão Social: ARCELORMITTAL MINERAÇÃO SERRA AZUL S/A
 CNPJ: 08.102.787/0002-95
 Endereço: Av. Carandaí, nº 1.115 - 12º andar, Bairro Funcionários
 CEP: 30.130-915, Belo Horizonte - MG
 Telefax: (31) 3025-1547
 Cadastro no IBAMA: 1910317
 Responsável pela área ambiental: Aparecido Giacometto
 Cargo: Gerente de Meio Ambiente, Direitos Minerários e Gestão
Territorial.
 E-mail: aparecido.giacometto@arcelormittal.com.br

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1.3 - IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELO EIA-RIMA E PCA


O trabalho está sendo elaborado sob a responsabilidade da GEOMIL -
SERVIÇOS DE MINERAÇÃO LTDA., que apresenta os seguintes dados
cadastrais:
 Razão Social: GEOMIL - SERVIÇOS DE MINERAÇÃO LTDA.
 CNPJ: 25.184.466/0001-15
 Endereço: Av. Prudente de Morais, 621 conj. 412, Santo Antônio
 CEP: 30.350-143
 Município: Belo Horizonte - MG
 Telefone/fax: (31) 3344-0677
 E-mail: geomil@geomil.com.br
 Cadastro no IBAMA: 53812
 Responsável técnico: Engenheiro José Domingos Pereira
 E-mail: josedomingos@geomil.com.br
 Equipe técnica responsável pela elaboração do EIA/RIMA/PCA

Quadro 11 - Equipe técnica responsável pelo EIA/RIMA PCA

Profissional Formação / Registro Profissional


Engenheiro de Minas
José Domingos Pereira
CREA 21.611/D
Engenheiro de Minas
Gustavo de Azevedo Pereira
CREA 90.526/D
Engenheiro Florestal
Pablo Luiz Braga
CREA 79.320/D
Antônio Lúcio Renault Baeta Biólogo
Filho CRBio nº 04451
Engenheiro Civil
Guido Emanuel Pereira Horn
CREA nº 76.922/D
Márcio Célio Rodrigues da Geólogo
Silva CREA 43.136/D
Cientista Social
Alda Sant’ Ana

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1.4 - METODOLOGIA
Para a elaboração do presente trabalho foram produzidos os seguintes
estudos temáticos:
Meio Físico
- Geologia;
- Geomorfologia;
- Clima e condições meteorológicas;
- Hidrologia;
- Hidrogeologia conceitual;
- Uso e ocupação dos solos;
- Qualidade da água.

Meio Biótico
- Fauna;
- Flora.
Meio Antrópico
- Socioeconomia.

Os estudos foram iniciados com o levantamento de dados secundários,


principalmente através da consulta ao material bibliográfico e à cartografia
disponíveis sobre a área, particularmente aos diversos estudos ambientais já
desenvolvidos nesta mina. Esta fase teve como objetivo o conhecimento prévio da
área e sua inserção no contexto regional.
Posteriormente foram realizados trabalhos de campo para
reconhecimento do local e coletas sistemáticas de dados realizando-se tanto
visitas específicas enfocando cada um dos temas ou área de conhecimento
quando de visitas multidisciplinares. Ressalta-se que a GEOMIL já vem atuando
como assistente técnica neste mesmo empreendimento, hoje pertencente à
ArcelorMittal Mineração Serra Azul, há mais de 15 anos, o que permitiu um maior
conhecimento das variáveis de maior relevância nesta área e na escolha das
melhores alternativas para efetivação da atividade objeto do presente estudo.

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1.5 - HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO


A atividade minerária na área em tela, envolvendo a lavra e o
beneficiamento de minério de ferro remonta à época de fundação da empresa
Minas Itatiaiuçu Ltda, no ano de 1969, quando esta empresa iniciou as suas
atividades minerárias na Região de Serra Azul.
Esta atividade foi regularizada através do direito minerário
correspondente ao Processo DNPM nº 13.845/67, ao qual foi outorgado o Decreto
de Lavra nº 82.913, de 20 de dezembro de 1978.
O empreendimento foi licenciado junto ao sistema estadual de meio
ambiente através do Processo COPAM nº 366/1990/02/1992, obtendo-se uma
Licença de Operação Corretiva - LOC. À medida do vencimento das Licenças de
Operação, elas foram revalidadas, sendo a última representada pela LO
Certificado nº 001/2013, datada de 26/02/2013, com validade de 4 anos, que
ampara atualmente os trabalhos de lavra (Processo COPAM nº
366/1990/027/2012).
No ano de 2007 o empreendimento foi adquirido pela empresa London
Mining Brasil Mineração S/A, e em setembro de 2008 repassado para a
ArcellorMittal.
Enquanto a empresa manteve-se sob a direção da empresa Minas
Itatiaiuçu Ltda, o foco do empreendimento era voltado para produção de
granulado (também denominado NPO - Natural Pellet Ore), como acontecia com
a maioria das pequenas mineradoras de ferro do Quadrilátero Ferrífero,
rejeitando-se as demais parcelas do minério. Este produto, bitolado entre 1” e ¼”,
sempre foi direcionado majoritariamente para o abastecimento dos fornos de ferro
gusa da região central do Estado de Minas Gerais.
Dada a perspectiva de aproveitamento do sinter feed, a Minas Itatiaiuçu
iniciou o processo de separação da fração sinter (na verdade, um pseudo sinter,
com granulometria entre ¼” e 100 mesh) do restante do rejeito, estocando este
material em pilha própria.
Ato contínuo, nesta mesma época, ainda na década de 80, esta
mineradora promoveu estudos, projetos e a construção da barragem de rejeito,
que agora é objeto de desativação / reaproveitamento de finos.

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Esta empresa foi, sem dúvida, pioneira na região em termos de


racionalização na geração de rejeitos, visando a geração mínima de finos a serem
destinados para barragem, sendo também a primeira a construir este tipo de
estrutura, com projetos técnicos apropriados, na Região de Serra Azul, Itatiaiuçu –
Minas Gerais.
Desde o ano de 1990, a Minas Itatiaiuçu vinha dispondo rejeitos
granulados (pseudo sinter feed) em pilhas e os finos na barragem.
No final de 2006, com a melhora considerável no mercado de minério
de ferro e abertura de perspectivas para comercialização do sinter feed, a Minas
Itatiaiuçu iniciou o licenciamento de sua planta de concentração. Entretanto,
somente após a aquisição da empresa pela London Mining, com a obtenção da
Licença de Instalação, foi concluída a construção desta usina de concentração.
Com a aquisição do empreendimento pela ArcelorMittal, ainda em
2008, todo o sistema produtivo foi ainda mais estruturado, notadamente com
relação ao maior aproveitamento dos finos de minério, tanto daqueles
naturalmente contidos no minério (ROM) quando dos estoques antigos.
Em 22 de fevereiro de 2010, a empresa obteve licença para implantar
sistema de desaguamento dos rejeitos finos, incluindo baia de sedimentação e
hidrociclones, o que tem permitido a secagem dos rejeitos finos e sua disposição
em pilha.
Hoje o empreendimento está em condições de secar seus rejeitos e
dispô-los em pilha, em sistema de co-disposição, envolvendo estéril, rejeito
granulado e rejeito fino, podendo abrir mão de utilização da barragem. Este
processo é também denominado localmente de disposição de rejeito drenado.
Lógico que esta independência com relação a barragem é temporária,
por alguns poucos anos, até a ocupação dos espaços hoje utilizados para a
formação de uma nova pilha de rejeito (foto a seguir).

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Vista geral da nova pilha de rejeito, sendo formada onde antes existia a pilha de pseudo sinter
feed. Disposição controlada de rejeito fino, em baias formadas com o rejeito grosso.

No médio prazo, o empreendimento poderá contar com os próprios


espaços disponibilizados com a retomada da barragem.
Para solucionar o problema, num prazo maior, outra barragem de
rejeitos está em processo de licenciamento ambiental.
Esta iniciativa de disposição de rejeito em pilha tinha e vem obtendo os
seguintes objetivos básicos:
- Proporcionar maior vida útil à barragem. Caso contrário, esta
estrutura teria sido finalizada há alguns anos atrás;
- Criar a situação de dispensar, pelo menos por algum tempo, a
utilização de barragem para disposição de rejeitos.
No momento, os finos antes estocados (sinter) praticamente exauriram,
com a usina de concentração demandando maior quantidade de alimentação de
finos gerados na britagem, ou seja, implicando em maior volume de lavra de
minério bruto (ROM - Run of mine).
A retomada dos finos da barragem suprirá em grande parte esta nova
demanda da alimentação da concentração, aliviando a demanda por ROM.

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1.6 - NACIONALIDADE E ORIGEM DAS TECNOLOGIAS A SEREM


EMPREGADAS
O expediente de retomada ou lavra de finos antes estocados em
barragem vem sendo bastante utilizado nos últimos anos pelas minerações de
ferro situadas no Quadrilátero Ferrífero do Estado de Minas Gerais. Este fato vem
contribuindo para a confirmação de técnicas adequadas para este tipo de serviço.
O certo é que, se este empreendimento construiu e operou com
sucesso esta barragem, ao longo de aproximadamente 25 anos, terá certamente
condições técnicas de promover a sua retomada também com sucesso.
No presente caso, o fato da barragem hoje ter se transformado, na
prática, em uma pilha de rejeito, as condições de operação da lavra de seus
materiais ficou bem facilitada (foto a seguir).

Barragem desativada, com o pacote de sedimentos constituindo mais propriamente uma pilha de
rejeitos. O patamar superior de contorno constituiu o último alteamento, onde estavam instalados
os mangotes de espigotamento do rejeito.

A pilha resultante da barragem encontra-se bem seca, devido aos


seguintes fatores básicos:
- Está desativada há aproximadamente 14 meses;
- A superfície do pacote de sedimentos tem pequena inclinação para

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______________________________________________________________________

dentro da bacia, proporcionando a drenagem das águas pluviais neste sentido,


onde uma vala ligada ao vertedouro promove o escoamento das águas para o
meio externo (foto a seguir).

Superfície da antiga barragem, mostrando o canal de drenagem ao fundo, destacando o estado


seco do material sedimentado.

Diante desta situação, a técnica a ser utilizada será a de lavra dos


sedimentos em bancadas regulares descendentes, através de escavadeiras
hidráulicas sobre esteiras.
Apenas no caso das partes mais baixas, se os sedimentos se
mostrarem mais saturados, a extração deverá ser realizada por meio da utilização
de draglines.
Assim, a empresa não necessitará de empregar novas tecnologias para
a retomada desta estrutura, empregando os conhecimentos adquiridos ao longo
dos anos na operação da lavra e da própria barragem.

1.7 - TIPO DE ATIVIDADE E PORTE DO EMPREENDIMENTO


A atividade principal na Mina do Córrego Fundo é caracterizada pela
lavra e beneficiamento de minério de ferro, com utilização de água no processo.

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______________________________________________________________________

Para este tipo de empreendimento, o potencial poluidor é considerado grande. A


escala de produção, superior a 1.500.000 t/ano, classifica o porte como sendo
também grande, de tal forma que, a conjugação dos dois parâmetros remete o
empreendimento para a Classe VI, o topo da classificação, de acordo com a
Deliberação Normativa - DN 74 / 2004.
No caso da unidade objeto do presente licenciamento, que consiste na
lavra da barragem desativada, a escala de produção será de no máximo
1.500.000 t/ano, e a atividade seria enquadrada na classe III, da mencionada
deliberação.
Quadro 12 - Classificação do empreendimento segundo a DN 74/2004
Potencial Porte
Código Utilidade Classe
poluidor (Produção anual)
Lavra a céu
aberto sem
A-02-03-8 M M III
tratamento -
minério de ferro

Diante deste quadro, o presente licenciamento foi classificado como de


Classe III, sendo remetido para Licença Prévia - LP concomitante com Licença de
Instalação - LI, mediante a instrução técnica via Estudo / Relatório de Impacto
Ambiental - EIA/RIMA e Plano de Controle Ambiental - PCA (FOBI nº 1793935
/2013 A).

1.8 - OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS


1.8.1 - OBJETIVOS DO EMPREENDIMENTO
O objetivo principal do empreendimento da ArcelorMittal Mineração
Serra Azul é a realização da lavra e beneficiamento do minério de ferro de suas
jazidas, para obtenção dos produtos Granulado, Sinter Feed e Pellet Feed.
No caso específico do presente licenciamento ambiental, os objetivos
da retomada dos finos da barragem de rejeito são os seguintes:
- Obter lucro pelo reprocessamento e comercialização do material
acumulado, que ainda apresenta considerável conteúdo metálico;
- Melhorar o aproveitamento do minério lavrado;
- Liberar a área ocupada com esta barragem para outras utilidades da
mineração.

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______________________________________________________________________

1.8.2 - JUSTIFICATIVAS DO LICENCIAMENTO E ANÁLISE DO CUSTO-BENEFÍCIO


Os benefícios desta iniciativa são, conforme antes explicado, de
natureza econômica, social e ambiental.
Economicamente, a operação se mostra lucrativa. Ambientalmente,
eliminar uma barragem dos domínios de uma mineração é sempre salutar,
implicando em redução de riscos ambientais. Outro aspecto também muito
positivo é a liberação de área útil para abrigar outras obras, muito provavelmente
para a constituição de uma nova pilha de estéril/rejeito.
Do ponto de vista socioeconômico, esta operação gerará alguns
empregos diretos, demanda de serviços e tributos para o poder público.
Por outro lado, a retomada destes finos de barragem provocará,
obviamente, alguns impactos ambientais negativos, correspondentes
principalmente à geração de ruídos e poeira durante as operações, e um
moderado risco geotécnico. Mesmo assim, serão impactos que apenas serão
somados aos existentes no empreendimento, em contexto já dominado pelas
atividades minerárias.
Diante do exposto julga-se, salvo melhor juízo, que os benefícios com a
retomada destes finos de barragem suplantam seus custos ambientais.

1.9 - COMPATIBILIDADE COM PLANOS E PROGRAMAS


GOVERNAMENTAIS
O projeto em questão caracteriza-se por ser uma iniciativa privada,
sem nenhuma vinculação direta com qualquer plano de ação governamental na
região. Lógico que, por contemplar um maior aproveitamento do minério extraído
de uma jazida lavrada por meio de concessão da União, preenche as normas
preconizadas pelo governo de máximo aproveitamento das riquezas naturais.

1.10 - CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE


O atlas “Biodiversidade de Minas Gerais - um Atlas para sua
conservação” se estabelece como instrumento norteador das ações
compensatórias, orientando sobre as normas, diretrizes e critérios de áreas com
potenciais biológicos em Minas Gerais e define estratégias para a conservação

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ambiental destas áreas, sendo estas identificadas em mapas.


O atlas dá referência às áreas prioritárias para a conservação da
biodiversidade, agindo como um importante instrumento que guia as tomadas de
decisões e planejamento de ações e de atividades relacionadas à proteção e à
manutenção de espécies nativas, sendo algumas ameaçadas de extinção e/ou
endêmicas (espécies que só ocorrem em um determinado local). O atlas visa
apresentar informações como a variedade de espécies que estão representadas
em áreas prioritárias, consolidando e disseminando dados sobre a biodiversidade.
Em conformidade à Deliberação Normativa Copam nº 55 de 13 de
Junho de 2002, o mencionado documento é apoio para estudos ambientais de
empreendimentos, obras ou atividades consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras, ou que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, a
ser elemento de análise no Licenciamento Ambiental. Ao mesmo tempo em que
identifica áreas prioritárias para a definição e validação de qualquer nova Unidade
de Conservação pelo Estado, valendo também para aquelas decorrentes de
licenciamento ambiental.
A fim de se conter a perda da biodiversidade e/ou a redução do
potencial para pesquisa científica, tem-se a necessidade de subsidiar o
planejamento para a criação de áreas protegidas, havendo o fortalecimento das
ações, programas e projetos que proponham a proteção da fauna e flora, assim
como a preservação em Unidades de Conservação.
Depois de definidas as áreas prioritárias estas foram classificadas nas
categorias de importância biológica: especial, extrema, muito alta, alta e potencial.
Importância biológica especial: áreas com ocorrência de espécie(s)
restrita(s) à área e/ou ambiente(s) único(s) no Estado;
Importância biológica extrema: áreas com alta riqueza de espécies
endêmicas, ameaçadas ou raras no Estado e/ou fenômeno biológico especial;
Importância biológica muito alta: áreas com média riqueza de
espécies endêmicas, ameaçadas ou raras no Estado e/ou que representem
extensos remanescentes significativos, altamente ameaçados ou com grau de
conservação.
Importância biológica potencial: áreas insuficientemente conhecidas,
mas com provável importância biológica, sendo, portanto, prioritárias para

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______________________________________________________________________

investigação científica.
O empreendimento minerário em questão está localizado em
Itatiaiuçu/MG, Mina Córrego Fundo, e para tal pretende-se o licenciamento da
remoção de finos de barragem.

Figura 63 - Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais.

No atlas o mapa-síntese das áreas prioritárias apresenta as 112 áreas


mais importantes para conservação da biodiversidade no estado de Minas Gerais.
Sendo estas assim definidas pela sobreposição e análise dos mapas gerados
pelos grupos temáticos, classificados num contexto multidisciplinar.
A região do empreendimento compreende o Quadrilátero Ferrífero, e
este é classificado como de importância biológica especial, o qual apresenta alta
incidência de espécies endêmicas de anfíbios e plantas e possui alta riqueza de
vertebrados, sendo considerado um ambiente único no estado (campos
ferruginosos). A região recebe ações prioritárias para investigação científica por
apresentar grande importância para a diversidade biológica local. Tem como
prioridade a conservação da biodiversidade, assim a urgência dessa ação é
considerada como de curtíssimo prazo.
Com base no documento “Atlas da Biodiversidade de Minas Gerais –
um Atlas para sua conservação”, a região do Quadrilátero Ferrífero é sujeita às

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______________________________________________________________________

atividades antrópicas de mineração, expansão urbana, agricultura e queimada. E


o mesmo faz recomendações específicas, como a implantação de planos de
manejo, criação de unidades de conservação, inventários, recuperação e
educação ambiental visando proteção da região do Quadrilátero Ferrífero.
A seguir, a área do empreendimento será representada nos mapas de
áreas prioritárias para a conservação da diversidade biológica segundo os grupos
temáticos.

a) Invertebrados
O atlas cita que há evidências de que seja muito alto o número de
espécies de invertebrados em Minas Gerais e ressalta que a diversidade deste
grupo é o reflexo da ocorrência dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e da Caatinga
no Estado. Porém estes animais são pouco estudados, o que reflete nas poucas
informações existentes sobre a taxonomia deste grupo e em sua pequena
representação nas listas nacionais e estaduais de espécies ameaçadas de
extinção.
O presente grupo temático indicou 56 áreas prioritárias para
conservação de invertebrados no Estado de Minas Gerais.
De acordo com o atlas, o empreendimento não se localiza em área
prioritária para conservação de Invertebrados conforme pode ser visualizado no
mapa:

Áreas demonstradas no mapa:

12 – Serra do Espinhaço;
30 – Área Cárstica do Circuito
das Grutas;
31 – Parque Nacional da Serra
do Cipó;
37 – EPDA Peti;
38 – Gruta do Centenário;
39 – Região do Caraça / Caeté;
40 – Faixa Sul de Belo
Horizonte;
41 – Região de Itabirito;
42 – Estação Ecológica do
Tripuí;
43 – Região de Piranga;

Figura 64 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Invertebrados.

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Répteis e Anfíbios
O atlas da Biodiversidade em Minas Gerais relata que o Estado de
Minas Gerais pode ser considerado um dos mais privilegiados na composição de
seus recursos naturais, devidos aos biomas encontrados no Estado. Sua
heterogeneidade é expressa em diferentes formações vegetais, rochosas e
sistemas hídricos que, em conjunto, favorecem a ocorrência de uma grande
diversidade de anfíbios e répteis.
Para a conservação da herpetofauna Estadual a avaliação do atlas
indicou um total de 29 áreas prioritárias.
De acordo com o atlas, o empreendimento não se localiza em área
prioritária para conservação de Répteis e Anfíbios:

Áreas demonstradas no mapa:

12 – Espinhaço Central;
15 – Alto Rio São Francisco;
16 – Espinhaço Sul;

Figura 65 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Répteis e Anfíbios.

b) Aves
Minas Gerais abriga uma fauna de aves bastante rica e diversificada
devido aos biomas que o engloba. Porém, apesar da grande riqueza que o Estado
apresenta grande, número de espécies encontra-se sob algum tipo de ameaça de
extinção em Minas Gerais.
De acordo com o atlas, esse grupo temático indicou 111 áreas
prioritárias para a conservação da avifauna. E cabe ressaltar que o
empreendimento não se localiza em área prioritária para conservação de Aves
como apresentado no mapa a seguir:
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Áreas demonstradas no mapa:

47 – Região de Bom Despacho;


48 – Região de Onça do Pitangui;
49 – Região de Florestal;
50 – Carste de Lagoa Santa;
51 – Espinhaço Central de Minas
Gerais;
64 – Espinhaço Sul;
100 – Lagoa Dourada.

Figura 66 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Aves.

c) Mamíferos
Estes animais são de difícil visualização, o que se deve,
principalmente, ao fato de terem hábitos discretos, principalmente se
influenciados por pressões antrópicas, sendo seus hábitos, em sua maioria,
crepusculares e noturnos.
A perda e a fragmentação de habitat, resultantes de atividades
humanas, constituem as maiores ameaças aos mamíferos terrestres no Brasil. No
total o atlas indicou 50 áreas prioritárias para a conservação de espécies deste
grupo em Minas Gerais.
De acordo com o atlas, o empreendimento insere-se em área prioritária
para a conservação de mamíferos, conforme pode ser verificado no mapa abaixo:

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Áreas demonstradas no mapa:

28 – Serra do Cipó;
36 - Complexo Caraça / EPDA
Peti;
36.1 – RPPN Caraça;
36.2 – EPDA Peti;
38 – Complexo do Itacolomi /
Andorinhas;
39 – Serra do Rola Moça;
40 – Serra Azul / Rio Manso;
41 – Região do Carste de Lagoa
Santa;
41.1 – APA Carste de Lagoa
Santa.

Figura 67 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Mamíferos.

Área 40 - Serra Azul / Rio Manso: A área prioritária para a conservação de


mamíferos em questão é classificada como área de importância biológica “Alta”. O
isolamento, queimadas, monocultura, mineração, agropecuária e pecuária são as
principais pressões antrópicas exercidas sobre a região. A esta área é
recomendada a promoção de conectividade das áreas e criação de unidades de
conservação.

d) Peixes
Minas Gerais abriga as bacias hidrográficas do rio São Francisco,
Grande, Paranaíba, Doce e Jequitinhonha. Estas bacias drenam cerca de 90% da
área do Estado, o que lhe conferi um enorme potencial hídrico.
Para este grupo o atlas considerou 33 áreas prioritárias para a
conservação da biodiversidade de peixes no Estado.
E de acordo com o atlas, o empreendimento localiza-se próximo à uma
região considerada área prioritária para conservação de Peixes conforme
verificado no mapa abaixo:

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Áreas demonstradas no mapa:

19 - Rio Paraopeba.

Figura 68 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Peixes.

As áreas de influência do empreendimento estão inseridas nas bacias


hidrográficas do Ribeirão Serra Azul e Rio Manso, que são mananciais utilizados
no abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte, os quais a COPASA
têm a concessão da água. Ambos os cursos d’água são afluentes da sub-bacia do
Paraopeba, pertencente à Bacia Hidrográfica do rio São Francisco.

e) Flora
As diferentes formas de relevo em Minas Gerais propiciam paisagens
variadas, recobertas por vegetações características, adaptadas aos biomas que
ocorrem no Estado. O atlas frisa que como resultado desta variedade tem-se um
riqueza extraordinária da flora apresentada em diferentes tipologias que ocupam
grandes espaços territoriais, como as florestas estacionais semideciduais
montana e submontana, a floresta estacional decidual, a caatinga, o cerrado com
sua diferentes fisionomias e o campo rupestre. O atlas indicou 95 áreas
prioritárias para a conservação da flora no Estado de Minas Gerais.
Porém, o empreendimento não se localiza em área prioritária para
conservação de Flora como demonstrado no mapa:

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Áreas demonstradas no mapa:


22 – Corredor Espinhaço;:
42 – Região Cárstica de Lagoa
Santa / Sete Lagoas;
43 – Quadrilátero Ferrífero;
44- Serra da Moeda;
45 – Serra de Ouro Branco;
46 – Parque Estadual do
Itacolomi;
47 – APA Cachoeira das
Andorinnhas;
48 – RPPN Serra do Caraça;
49 – Região de Mariana / Ouro
Preto;
50 – Região de Diogo de
Vasconcelos / Porto Firme;
73 – Região de Arcos / Pains /
Iguatama.

Figura 69 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Flora.

f) Fatores Abióticos (relevo, clima, solo e água)


Os fatores abióticos (relevo, clima, solo, água, etc.) possuem uma inter-
relação com a fauna e flora por exercerem papel essencial na conservação da
diversidade biológica. Estes fatores são todas as influências que os seres vivos
possam receber em um ecossistema, oriundos de aspectos físicos, químicos ou
físico-químicos do meio ambiente.
Ressalta-se que o empreendimento se localiza em área prioritária para
a conservação assim indicada pelo grupo de fatores abióticos:

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Figura 70 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação de Fatores Abióticos.

Quadrilátero Ferrífero: A área do Quadrilátero Ferrífero, situado na transição entre


o Cerrado e a Mata Atlântica, é uma das áreas de Minas Gerais considerada
prioritária para a conservação indicada pelo grupo de fatores abióticos.

g) Níveis de pressão antrópica de Minas Gerais

Figura 71 - Mapa de Níveis de Pressão Antrópica.

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Informações: De acordo com o atlas, área do empreendimento situa-se


em uma região onde a pressão antrópica é considerada Alta.

h) Áreas prioritárias para Investigação Científica


As áreas prioritárias para investigação científica são áreas
insuficientemente conhecidas, mas com provável importância biológica, sendo, a
estas áreas, direcionados programas de investigação científica por meio das
universidades e demais instituições de pesquisa e fomento.
De acordo com o atlas, o empreendimento não se localiza em área
prioritária para Investigação Científica conforme demonstrado no mapa a seguir:

Figura 72 - Mapa de Áreas Prioritárias para Investigação Científica.

1.11 - ZONEAMENTO ECOLÓGICO - ECONÔMICO DE MINAS GERAIS


O Decreto Federal nº 4.297, de 10 de julho de 2002, regulamenta o art.
9, inciso II, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para
o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE.

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______________________________________________________________________

Conforme este decreto, o ZEE é um instrumento de organização do


território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras,
atividades públicas e privadas, e estabelece medidas e padrões de proteção
ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e
do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento
sustentável e a melhoria das condições de vida da população.
O Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais -
ZEE-MG é uma das diversas ações implementadas pela Gestão Ambiental Século
XXI, constituindo a Ação P322 do Projeto Estruturador PE17. Pode ser acessado
no sítio da Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável - SEMAD, www.semad.mg.gov.br ou diretamente pelo site do
Zoneamento Ecológico-Econômico de Minas Gerais, www.zee.mg.gov.br.

1.11.1 - VULNERABILIDADE NATURAL


Entende-se como vulnerabilidade natural a incapacidade de uma
unidade espacial resistir e/ou recuperar-se após sofrer impactos negativos
decorrentes de atividades antrópicas consideradas normais, isto é, não-passíveis
de licenciamento ambiental pelo órgão competente. Assume-se que, se uma
unidade espacial apresenta um dado nível de vulnerabilidade ambiental a uma
atividade antrópica normal, ela também terá um nível igual ou superior para uma
atividade econômica passível de licenciamento.
Fatores condicionantes da vulnerabilidade natural:
 Integridade da Flora
 Integridade da Fauna
 Susceptibilidade dos solos à contaminação
 Susceptibilidade dos solos à erosão
 Susceptibilidade geológica à contaminação das águas subterrâneas
 Disponibilidade natural de água
 Condições climáticas

23
______________________________________________________________________

Figura 73 - Vulnerabilidade Natural de Itatiaiuçu.

A figura a seguir mostra que a área do empreendimento, apresenta


vulnerabilidade natural alta. Conforme as diretrizes do ZEE-MG, as áreas que
apresentam esta classe de vulnerabilidade apresentam restrições consideráveis
quanto à utilização dos recursos naturais. Esta vulnerabilidade é determinada a
partir da combinação de fatores condicionantes, os quais demandam avaliações
cuidadosas para a implantação de qualquer empreendimento.

24
______________________________________________________________________

Área do empreendimento

Figura 74 - Vulnerabilidade Natural da Área do Empreendimento.

1.11.2 - POTENCIALIDADE SOCIAL


A potencialidade social pode ser definida como o conjunto de
condições atuais, medido pelas dimensões produtiva, natural, humana e
institucional, que determina o ponto de partida de um município ou de uma
microrregião para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Fatores condicionantes da potencialidade social:
 Infraestrutura de Transporte
 Atividades Econômicas
 Utilização das Terras
 Estrutura Fundiária
 Recursos Minerais
 Ocupação Econômica
 Demografia
 Condições Sociais
 Capacidade Institucional
 Organizações Jurídicas
 Organizações Financeiras

25
______________________________________________________________________

 Organizações de Fiscalização e de Controle


 Organizações de ensino e de pesquisa
 Organizações de segurança pública

Figura 75 - Potencialidade Social de Itatiaiuçu.

A potencialidade social do município de Itatiaiuçu é considerada


favorável (Categoria B) para o desenvolvimento sustentável. Esta potencialidade
engloba os municípios que possuem uma capacidade de oferecer resposta
proporcional aos investimentos realizados em áreas estratégicas ou em setores
específicos. Desta forma, pode-se dizer que os municípios que apresentam esta
potencialidade social possuem capacidades mais focalizadas nos níveis
estratégico e tático ao serem estimulados por políticas públicas e por
investimentos setoriais voltados para o desenvolvimento sustentável local. As
prioridades de desenvolvimento desses municípios encontram-se no nível tático e
estratégico.

26
______________________________________________________________________

Área do empreendimento

Figura 76 - Potencialidade Social da Área do Empreendimento.

1.11.3 - ÍNDICE ECOLÓGICO - ECONÔMICO


O Índice Ecológico-Econômico (IEE) é o resultado da combinação
lógico-intuitiva dos vários níveis de potencialidade social com os de
vulnerabilidade natural. As possíveis combinações permitem agrupar áreas
semelhantes quanto à severidade dos problemas ambientais e dos potenciais
sociais que nelas podem ser encontrados.

Figura 77 - Zona Ecológico-Econômica de Itatiaiuçu.

27
______________________________________________________________________

Para a categoria de vulnerabilidade natural e potencialidade social


apresentadas na área do empreendimento, a ZEE-MG considera a área como
zona de desenvolvimento AB, que representa áreas de alta vulnerabilidade
natural em locais de alto potencial social.

Área do empreendimento

Figura 78 - Zona Ecológico-Econômica da Área do Empreendimento.

A área do empreendimento localiza-se na Zona Ecológico-Econômica


2, como representado na figura acima.

28
______________________________________________________________________

1.12 - LEGISLAÇÃO INCIDENTE SOBRE O EMPREENDIMENTO


1.12.1 - ASPECTOS CONSTITUCIONAIS RELACIONADOS
O regime estabelecido pela Constituição da República para o
aproveitamento de substâncias minerais está baseado no princípio do domínio da
União sobre os recursos minerais, conforme dispõe o Art. 20, cabendo a união
conferir aos mineradores as autorizações e concessões para a sua devida
pesquisa e exploração, art. 176.
“Art. 20 - São bens da União:
(...)
V - os recursos minerais, inclusive os de subsolo;”
"Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do
solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União,
garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
§ 1º - A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos
potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser
efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e
que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que
estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se
desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.”

Em termos ambientais, o artigo 225 estabelece o direito de todos ao


meio ambiente ecologicamente equilibrado:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
§ 1.º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder
público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração
e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que

29
______________________________________________________________________

coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de


espécies ou submetam os animais à crueldade.
§ 2.º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.

Assim, o aproveitamento dos recursos minerais se relaciona


diretamente com a proteção do meio ambiente e recuperação das áreas
degradadas, ficando estabelecida no artigo 23 à competência do estado em
legislar e fiscalizar aspectos relacionados aos recursos ambientais.
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
(...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
(...)
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;”

1.12.2 – LEGISLAÇÃO MINERÁRIA


O aproveitamento dos recursos minerais está baseado principalmente
no Código de Mineração, Decreto-Lei nº 227 de 27/02/1967, posteriormente
reformado em parte pela Lei nº 9.314, de 14/11/1996, que estabelece a
competência da união em administrar os recursos minerais, os regimes de
aproveitamento das substâncias, os sistemas de pesquisa mineral, da lavra, das
servidões, sanções e nulidades, entre outros tópicos. O Decreto nº 62.934, de
02/07/1968, aprovou o Regulamento do Código de Mineração – RCM.
O controle do sistema minerário é realizado pelo Departamento
Nacional da Produção Mineral – DNPM, autarquia vinculada ao Ministério das
Minas e Energia – MME.
O regime de aproveitamento utilizado no presente empreendimento
minerário iniciou-se com a autorização de pesquisa, conforme estabelecido no
Artigo 18 do RCM.
“Art. 18. Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos
necessários à definição da jazida, sua avaliação e determinação da
exeqüibilidade de seu aproveitamento econômico.”

30
______________________________________________________________________

Posteriormente foi obtida concessão de lavra, que se deu por Decreto


assinado pelo Ministro das Minas e Energia, após análise e aprovação do Plano
de Aproveitamento Econômico – PAE, pelo DNPM.

1.12.3 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - LICENCIAMENTO


A Lei nº 6.938, de 31/08/1981, estabeleceu a Política Nacional de Meio
Ambiente, que define os princípios e meios a serem utilizados pelo Poder Público
para proteção do bem ambiental.
O Artigo 10 da Lei nº 6.938, pretendeu repartir a competência do
licenciamento ambiental entre os órgãos estaduais e o órgão federal. O Estado
poderá delegar suas funções de licenciamento ao município, conforme definido
nos artigos 4º a 7º da resolução CONAMA nº 237/97.
No que tange a concessão da licença ambiental, cabe aos órgãos do
Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, conforme determinado pelo
Decreto nº 99.274, de 06/06/1990, sua concessão.
Sua estrutura, no âmbito federal, está composta, primordialmente, por
um conselho consultivo e deliberativo, o Conselho Nacional de Meio Ambiente –
CONAMA e o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA (art. 6° da Lei nº 6.938, de 31/08/1981).
Cabe ao CONAMA estabelecer a política, algumas normas e padrões
ambientais, enquanto o IBAMA é responsável pela fiscalização e o licenciamento
ambiental, no âmbito federal.
Para regular a competência dos agentes do SISNAMA, que é composto
pelos órgãos federais, estaduais e municipais de proteção do meio ambiente, o
CONAMA instituiu a Resolução no 237/1997, tendo por escopo atribuir poderes a
cada um desses para realizar o licenciamento ambiental.
O Decreto nº 99.274/1990 condicionou o licenciamento de algumas
atividades de significativo impacto ambiental à elaboração de Estudo de Impacto
Ambiental - EIA e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, assim
como dispôs sobre o procedimento de licenciamento, que corresponde à
obtenção de três tipos de licenças (artigo 19º).

31
______________________________________________________________________

“Art. 19 - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,


expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento de atividade,
contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou
federais de uso do solo;
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de
acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo
aprovado; e
III - Licença de Operação (LO), autorizando, após as verificações
necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus
equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas
Licenças Prévia e de Instalação.”

Mais especificamente com relação ao Estudo de Impacto Ambiental –


EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, a Resolução CONAMA
nº 01, de 23/01/1986, normatizou a sua elaboração e enumerou os elementos
necessários para sua realização.
Para o licenciamento ambiental das atividades de extração mineral,
ressalta-se a Resolução CONAMA nº 09, de 06/12/1990, que estabelece
procedimentos para o licenciamento ambiental, inclusive em casos de pesquisa
mineral e eventual extração no caso de Guia de Utilização.
A obrigatoriedade do licenciamento de empreendimentos de extração e
tratamento de recursos minerais está prevista, dentre outros, no ANEXO I da
Resolução CONAMA no 237/97.
Destaca-se ainda que o licenciamento não inclui automaticamente o
desmate de áreas, o qual, caso seja necessário, deverá realizar-se através de
procedimento específico junto ao órgão competente, sendo, em Minas Gerais, o
Instituto Estadual de Florestas – IEF. No presente caso, por se tratar de área
objetivada de ser ocupada totalmente alterada de suas condições naturais, não
haverá a supressão de vegetação.

1.12.4 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – MINAS GERAIS


Em Minas Gerais, as atribuições de Regularização Ambiental são
exercidas pelo Conselho Estadual da Política Ambiental – COPAM, por intermédio
das Câmaras Especializadas das Unidades Regionais Colegiadas - URCs, das
Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável –
SUPRAM, da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, do Instituto Mineiro

32
______________________________________________________________________

de Gestão das Águas – IGAM e do Instituto Estadual de Florestas – IEF, de


acordo com o artigo 1º do Decreto Estadual nº 44.844/2008.
A Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 27 de setembro de 2004, é
a norma legal que regulamenta o licenciamento ambiental no Estado de Minas
Gerais e estabelece critérios para a classificação de empreendimentos e
atividades de acordo com seu porte e potencial poluidor. Estabelece, em seu
artigo 16, seis classes de empreendimento:
“Art.16 - As normas estabelecidas pelo COPAM referentes à
classificação de empreendimentos conforme a Deliberação Normativa
nº1, de 22 de março de 1990 passam a incidir segundo a seguinte
correspondência:
I . Pequeno porte e pequeno ou médio potencial poluidor: Classe 1;
II . Médio porte e pequeno potencial poluidor: Classe 2;
III . Pequeno porte e grande potencial poluidor ou médio porte e médio
potencial poluidor: Classe 3;
IV . Grande porte e pequeno potencial poluidor: Classe 4;
V . Grande porte e médio potencial poluidor ou médio porte e grande
potencial poluidor: Classe 5;
VI . Grande porte e grande potencial poluidor: Classe 6.”

Para os empreendimentos classes 1 e 2, considerados de impacto


ambiental não significativo, é obrigatória a obtenção da Autorização Ambiental de
Funcionamento – AAF.
Para as demais classes, o caminho para regularização ambiental é o
processo de licenciamento, com o requerimento das licenças Prévia (LP), de
Instalação (LI) e de Operação (LO). O artigo 1º da DN 74/2004, parágrafo único,
estabelece que, quando solicitado, os empreendimentos enquadrados nas
classes 3 e 4 poderão ter a licença Prévia e de Instalação expedidas
concomitantemente.
No dia 06 de junho de 2006, foi publicado o Decreto nº 44.309, de 05
de junho de 2006, que estabelece e detalha as normas para o licenciamento
ambiental e a autorização ambiental de funcionamento, e que também tipifica e
classifica as infrações às normas de proteção ao meio ambiente e aos recursos
hídricos, ao mesmo tempo em que estabelece o procedimento administrativo de
fiscalização e aplicação das penalidades.
Posteriormente foi aprovada a Deliberação Normativa COPAM nº 137,
de 21 de julho de 2009, que altera o Artigo 9º da Deliberação Normativa 74/2004,
estendendo para as Classes 5 e 6 a possibilidade, a critério do órgão ambiental,

33
______________________________________________________________________

de obtenção da Licença de Prévia - LP concomitante com a Licença Instalação –


LI.

1.12.5 - CÓDIGO FLORESTAL – SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO


Os dispositivos legais que controlam a intervenção sobre a vegetação e
florestas no Estado de Minas Gerais são a Lei nº 14.309, de 19 de junho de 2002,
e o seu respectivo regulamento, constante no Decreto nº 43.710, de 08 de janeiro
de 2004, os quais dispõem sobre a política florestal e de proteção à
biodiversidade no Estado.
No tocante às intenções relacionadas ao futuro empreendimento, são
pertinentes os seguintes aspectos:
- Reserva Legal
A Lei nº 14.309, de 19/06/2002, e o Decreto nº 43.710, de 08/01/2004,
estabelecem que toda propriedade ou empreendimento em zona rural deve ter, no
mínimo, 20% (vinte por cento) de sua área demarcada como Reserva Legal e
devidamente averbada em cartório de registro de imóveis.

1.12.6 - OUTORGA PARA INTERVENÇÃO EM RECURSO HÍDRICO


A Lei nº 13.199/99, de 29/01/1999, criou a Política Estadual de
Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos
– SEGRH-MG, que tem por objetivo assegurar o controle do uso da água, de sua
utilização em quantidade, qualidade e regime satisfatórios, no Estado de Minas
Gerais. No artigo 17, fica estabelecido o regime de outorga e, no artigo 18, os
usos e intervenções sujeitos à outorga.
“Art. 17 - O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos do
Estado tem por objetivo assegurar os controles quantitativos e
qualitativos dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso à água.

Art. 18 - São sujeitos a outorga pelo poder público, independentemente


da natureza pública ou privada dos usuários, os seguintes direitos de
uso de recursos hídricos:
I - as acumulações, as derivações ou a captação de parcela da água
existente em um corpo de água para consumo final, até para
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II - a extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou
insumo de processo produtivo;
III - o lançamento, em corpo de água, de esgotos e demais efluentes
líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição,

34
______________________________________________________________________

transporte ou disposição final;


IV - o aproveitamento de potenciais hidrelétricos;
V - outros usos e ações que alterem o regime, a quantidade ou a
qualidade da água existente em um corpo de água.
§ 1º - Independem de outorga pelo poder público, conforme definido em
regulamento, o uso de recursos hídricos para satisfação das
necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos no meio
rural, bem como as acumulações, as derivações, as capacitações e os
lançamentos considerados insignificantes.
§ 2º - A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica ficam condicionadas a sua adequação ao Plano
Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto na Lei
Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e ao cumprimento da
legislação setorial específica.”

Ressalta-se que a outorga não dá ao usuário a propriedade de água ou


sua alienação, mas o simples direito de seu uso. Portanto, a outorga poderá ser
suspensa, parcial ou totalmente, em casos extremos de escassez ou de não
cumprimento pelo outorgado dos termos de outorga previstos nas
regulamentações, ou por necessidade premente de se atenderem os usos
prioritários e de interesse coletivo, conforme definido no artigo 20 da Lei
13.199/99.
“Art. 20 - A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser
suspensa, parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado,
nas seguintes circunstâncias:
I - não cumprimento, pelo outorgado, dos termos da outorga;
II - não utilização da água por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de
calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou fazer reverter grave degradação
ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo,
para os quais não se disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de se manterem as características de navegabilidade
do corpo de água.”

Para águas de domínio da União, as outorgas devem ser emitidas pela


ANA, de acordo com a Lei nº 9.984/2000. São de domínio estadual as águas
subterrâneas e as águas superficiais dos cursos de água que escoam desde sua
nascente até a foz passando apenas por um Estado. São de domínio da União as
águas dos rios e lagos que banham mais de um estado, fazem limite entre
estados ou entre o território do Brasil e o de um país vizinho.

35
______________________________________________________________________

- Cadastro de Uso Insignificante


Algumas captações de águas superficiais e/ou subterrâneas, bem
como acumulações de águas superficiais, não estão sujeitas à outorga. Elas são
consideradas de uso insignificante.
A Deliberação Normativa 09/2004 do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos (CERH) estabelece critérios que definem os usos considerados
insignificantes no Estado de Minas Gerais, sendo necessário, nesse caso, fazer
um cadastramento junto ao IGAM.
No caso do licenciamento em tela haverá a necessidade de obtenção
de outorga para drenagem da água oriunda da secagem do rejeito, com o objetivo
oferecer bases apropriadas as operações de máquinas de escavação, carga e
transporte dos materiais (escavadeira caminhão), da barragem para a Instalação
de Tratamento do Minério - ITM.

1.12.7 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


A instituição da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza - SNUC (Lei nº 9.985, de 18/07/2000), estabeleceu critérios e normas
para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação.
A Lei do SNUC fixa maneiras de destacar essas áreas, dividindo-as
entre de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Nas áreas de Proteção Integral,
cujo objetivo é manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por
interferência humana, é admitido apenas o uso indireto dos seus atributos
naturais. Já as unidades de Uso Sustentável têm como objetivo compatibilizar a
preservação do ambiente com sua exploração sustentável, de maneira a garantir
a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos,
mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma
socialmente justa e economicamente viável.
“Art. 8. O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas
seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.
(...)

36
______________________________________________________________________

Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as


seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Área de Proteção Ambiental;
II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
III - Floresta Nacional;
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.”

Em seu artigo 25º, a Lei 9.985/2000 estabelece que as unidades de


conservação - à exceção das Áreas de Proteção Ambiental e das Reservas
Particulares do Patrimônio Natural — devem possuir uma zona de amortecimento.
O artigo 36º estabelece que, na hipótese de licenciamento ambiental de
empreendimentos considerados de significativo impacto ambiental, o
empreendedor fica obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de
conservação. Caberá ao órgão ambiental licenciador definir as unidades de
conservação a serem beneficiadas, considerando, para tanto, as propostas
apresentadas no EIA/RIMA. Neste mesmo artigo, parágrafo 3º, fica determinado
que quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua
zona de amortecimento, o licenciamento ambiental só poderá ser concedido após
a autorização do órgão responsável pela gestão daquele espaço protegido.

1.12.8 - A MATA ATLÂNTICA


A Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, dispõe sobre a utilização
e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. O Artigo 2º define as
formações florestais que integram o bioma e suas delimitações.
“Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma
Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas
associados, com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, conforme
regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista,
também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta;
Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem
como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude,
brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.”

O mapa de vegetação do IBGE, apresentado a seguir, enquadra o


empreendimento no Bioma Continental da Mata Atlântica, entretanto, associado a
Savana Gramíneo – Lenhosa (Sg).

37
______________________________________________________________________

Figura 79 - Localização do Empreendimento no Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE, 2004).


Circulo vermelho – localização do empreendimento
Sg – Savana Gramíneo – Lenhosa
SN – Contato Savana / Floresta Estacional
F – Floresta Estacional Semidecidual

1.12.9 - LEGISLAÇÃO MUNICIPAL


O Artigo 23 da Constituição brasileira impõe ao Município, como a
todos os entes da federação, o dever de proteger o meio ambiente e combater a
poluição em qualquer de suas formas, assim como preservar as florestas, a fauna
e a flora; e registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
Nesse sentido, assume especial importância a Lei Orgânica do
Município de Itatiaiuçu, assim como o “O Plano Diretor de Desenvolvimento do
Município de Itatiaiuçu”, este estabelecido pela Lei nº 1.009, de 30 de novembro
de 2006, especificamente em sua Subseção XI (Do Meio Ambiente), Artigo nº 34.
Ressalta-se neste artigo o disposto no Item XIX do parágrafo segundo, em que
está colocada a exigência para que as empresas mineradoras promovam a
recuperação das áreas degradadas, e é destacada a necessidade de fiscalização
da atividade.
Não há qualquer restrição municipal ao uso da área para as obras
propostas neste EIA/RIMA, haja vista a declaração favorável do poder público

38
______________________________________________________________________

municipal, parte da documentação integrante da formalização do presente


processo de licenciamento ambiental.

1.13 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO ECOLÓGICA


1.13.1 - ÁREAS PROTEGIDAS – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Áreas Protegidas são áreas de terra e/ou mar especialmente dedicadas
à proteção e manutenção da diversidade biológica, e de seus recursos naturais e
culturais associados, manejadas por meio de instrumentos legais ou outros meios
efetivos. As Unidades de Conservação (UCs), um tipo especial de Área Protegida,
são espaços territoriais com características naturais relevantes, legalmente
instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e de limites
definidos, sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias
adequadas de proteção. São também Áreas Protegidas as áreas de Reserva
Legal e Áreas de Preservação Permanente, conforme definido no Código
Florestal.

1.13.2 - ÁREAS PROTEGIDAS PRÓXIMAS À REGIÃO DO EMPREENDIMENTO


O empreendimento minerário está localizado no município Itatiaiuçu, no
estado de Minas Gerais. Neste município e em seu entorno existem áreas
protegidas integrantes do grupo de Unidades de Conservação de Uso Sustentável
e Áreas de Proteção Especial.
Quadro 13 - Áreas protegidas na região do empreendimento

Tipo Âmbito Nome Cidade Área (ha) Legislação


Lei nº 1036 de
APA Municipal Igarapé Igarapé 6.556,06
16/05/2003
Uso Sustentável
Conservação de
Unidade de

Lei nº 523 de
APA Municipal Rio Manso Rio Manso 7.331
15/12/1998
Belo Horizonte,
Decreto nº 35624
Brumadinho, Caeté,
de 08/06/1994 e
APA Estadual SUL RMBH Ibirité, Itabirito, Nova 163.251
Decreto nº 37812
Lima, Raposos, Rio
de 08/03/1996
Acima e Santa Bárbara.
Mateus Leme, Igarapé e Decreto nº 20792
Protegida

APE Estadual Serra Azul 26.058


Itaúna de 08/09/1980
Área

Bonfim, Brumadinho,
Decreto nº 27928
APE Estadual Rio Manso Crucilândia, Itatiaiuçu, 65.778
de 15/03/1988
Rio Manso

39
______________________________________________________________________

Localização aproximada da ArcelorMIttal


Figura 80 – Localização do Empreendimento frente às Áreas Protegidas.

Áreas de Proteção Ambiental (APA)


As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) integram o grupo de Unidades
de Conservação de Uso Sustentável. Seu estabelecimento tem por objetivo a
proteção da diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. São áreas geralmente
extensas, apresentando certo grau de ocupação humana, com importantes
características abióticas, bióticas, estéticas ou culturais e são constituídas por
terras públicas ou privadas. Em áreas de domínio público a realização de
pesquisa científica e visitação pública possuem condições estabelecidas pelo
órgão gestor da unidade, já em áreas de propriedade privada as condições para a
realização de pesquisa e visitação são estabelecidas pelo proprietário,
respeitando as exigências e restrições legais.
De acordo com a Lei 6.902 de 27/04/81 que dispõe sobre a criação de
Áreas de Proteção Ambiental, assim como de Estações Ecológicas, em cada
APA, dentro dos princípios constitucionais que regem o exercício do direito de
propriedade, o Poder Executivo estabelecerá normas limitando ou proibindo a
implantação e o funcionamento de indústria potencialmente poluidora que seja

40
______________________________________________________________________

capaz de afetar mananciais de água; a realização de obras de terraplenagem e a


abertura de canais quando importarem em sensível alteração das condições
ecológicas locais; a execução de atividades capazes de provocar acelerada
erosão das terras ou acentuado assoreamento das coleções hídricas, assim como
aquelas que ameacem extinguir na área as espécies raras da biota regional.

APA SUL RMBH


A APA Sul foi estabelecida pelo Decreto Estadual nº 35.624, de 8 de
junho de 1994, como resultado da negociação entre vários setores atuantes na
região através de debates e seminários ocorridos com o apoio do COPAM. Com o
Decreto, a área da unidade de conservação contemplou, em parte ou na
totalidade do território, os municípios de Belo Horizonte, Ibirité, Brumadinho, Nova
Lima, Caeté, Itabirito, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara. Em 2001, além dos
municípios já citados, foram incluídas à área de proteção ambiental as regiões
situadas nos municípios de Barão de Cocais, Catas Altas, Mário Campos e
Sarzedo, através da Lei Estadual nº 13.960. Nesta Unidade estão presentes as
bacias hidrográficas do Rio São Francisco e a do Rio Doce, importantes para o
abastecimento de água de Belo Horizonte e sua região metropolitana.
Esta área de proteção ambiental tem por objetivo a proteção e
conservação da biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários
ao abastecimento da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte e
áreas adjacentes.
Ressalta-se que dentre as referidas áreas protegidas a APA Sul é a
que se encontra a uma maior distância do local do empreendimento. Portanto, o
empreendimento não se encontra envolvido por esta unidade de conservação.

APA IGARAPÉ
A Área de Proteção Ambiental Igarapé, localizada no município de
Igarapé, foi criada através da Lei nº 1036 no ano de 2003, com o objetivo de
proteger e conservar os recursos naturais e ambientais da região, dos quais se
pode citar a proteção da paisagem e dos cursos d’água. Também visa incentivar o
uso racional dos recursos naturais, estimular o desenvolvimento regional e a
preservação da fauna e flora.

41
______________________________________________________________________

Cabe mencionar que o empreendimento não está envolvido por esta


unidade.

APA RIO MANSO


A Área de Proteção Ambiental Rio Manso foi criada em 1998, através
da Lei nº 523. Tem uma área total de 7.331 hectares e localiza-se no município de
Rio Manso. Constitui uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável que visa
conjugar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais.
O empreendimento também não está envolvido por esta unidade.

Área de Proteção Especial (APE)


Estas são áreas definidas e demarcadas pelo Governo do Estado de
Minas Gerais e têm por finalidade a proteção das áreas de captação de águas
destinadas ao abastecimento público. Sua criação está prevista na Lei Federal nº.
6.766 de 19/12/1979 que disciplina o Parcelamento do Solo. Porém a referida lei
não define os objetivos de manejo e as restrições de uso da área, desta forma
cabe aos Estados disciplinar a aprovação municipal de loteamentos nas áreas
consideradas de interesse especial.
Atualmente as Áreas de Proteção Especial foram enquadradas através
da Lei Estadual 18.024/2009, como Unidades de Conservação de Proteção
Integral, uma vez que a referida Lei promoveu uma alteração no Artigo 23 da Lei
Florestal 14.309/2002.
Texto da Lei 18.024/2009:
“O art. 23 da Lei nº 14.309, de 19 de junho de 2002, fica acrescido do
seguinte inciso VI, passando o seu inciso VI a vigorar como VII:

"Art. 23 .......................................................

VI - a área de proteção de mananciais, assim considerada a área de


recarga de aqüíferos ou área com mananciais estratégicos para a
garantia do abastecimento público de água de populações urbanas e
rurais, que pode estar inserida em propriedade particular, desde que seja
possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra
e dos recursos naturais do local pelo proprietário;" (nr)”

42
______________________________________________________________________

Sendo assim, o artigo 23 da Lei 14.309/2002 passa a ter a seguinte


redação:
“Art. 23 – São unidades de conservação de proteção integral:
I – o parque, assim considerada a área representativa de ecossistema de
grande valor ecológico e beleza cênica que contenha espécies de
plantas e animais e sítios com relevância científica, educacional,
recreativa, histórica, cultural, turística, paisagística e espiritual, em que
se possa conciliar, harmoniosamente, o uso científico, educativo e
recreativo com a preservação integral e perene do patrimônio natural;
II – a estação ecológica, assim considerada a área representativa de
ecossistema regional, cujo uso tenha como objetivos básicos a
preservação integral da biota e dos demais atributos naturais existentes
em seus limites, a realização de pesquisas científicas básicas e
aplicadas e a visitação pública limitada a atividades educativas;
III – o refúgio da vida silvestre, assim considerada a área sujeita a
intervenção ativa para fins de manejo, com o propósito de assegurar a
manutenção de hábitats e suprir as necessidades de determinadas
espécies da fauna residente ou migratória, e da flora, de importância
nacional, estadual ou regional, cuja dimensão depende das
necessidades das espécies a serem protegidas;
IV – o monumento natural, assim considerada a área ou o espécime que
apresentem uma ou mais características específicas, naturais ou
culturais, notáveis ou com valor único devido à sua raridade, que podem
estar inseridos em propriedade particular, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos
recursos naturais do local pelo proprietário;
V – a reserva biológica, assim considerada a área destinada à
preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em
seus limites, sem interferência humana direta ou modificações
ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus
ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para
recuperar e preservar o equilíbrio natural, a biodiversidade e os
processos ecológicos naturais;
VI - a área de proteção de mananciais, assim considerada a área de
recarga de aqüíferos ou área com mananciais estratégicos para a
garantia do abastecimento público de água de populações urbanas e
rurais, que pode estar inserida em propriedade particular, desde que seja
possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra
e dos recursos naturais do local pelo proprietário;
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 18024, de 9/1/2009.)
VII – outras categorias e áreas assim definidas em lei pelo poder público.
(Inciso renumerado pelo art. 4º da Lei nº 18024, de 9/1/2009)”.

43
______________________________________________________________________

APE RIO MANSO


A Área de Proteção Especial Rio Manso, criada através do Decreto nº
27.928 de 15 de março de 1988, está situada nos municípios de Rio Manso,
Crucilândia, Brumadinho, Bonfim e Itatiaiuçu. O decreto define estes terrenos que
integram a bacia hidrográfica do Rio Manso como área de proteção especial para
fins de proteção de mananciais.
A vegetação da área é típica de Cerrado, apresentando variações de
Mata de Galeria, Cerradão, Campo Sujo, Campo Limpo e Mata Estacional
Semidecidual (COPASA, 2007). Apresenta alguns elementos da fauna que
figuram a lista de espécies ameaçadas de extinção do Estado de Minas Gerais, e
as florestas e demais formas de vegetação natural da área são declaradas de
preservação permanente.
A barragem a ser lavrada situa-se no setor norte desta APE, na bacia
do córrego Mota, que deságua do Rio Veloso, um dos principais afluentes do Rio
Manso.

APE SERRA AZUL


A Área de Proteção Especial Serra Azul foi criada em 1980, através do
Decreto nº 20.792 que estabelece como área de proteção especial, para fins de
preservação de mananciais, os terrenos que integram a bacia hidrográfica do
Ribeirão Serra Azul. Também são declaradas de preservação permanente as
florestas e demais formas de vegetação natural inserida em seus limites.
Comporta uma vegetação típica do Cerrado, com variações da Mata de
Galeria, Campo Sujo, Campo Limpo e mata estacional semidecidual. Às áreas de
mata ciliar comportam um maior número de elementos da fauna por fornecer
maior disponibilidade de alimento e proteção (COPASA, 2007).
As utilidades objeto deste licenciamento ambiental situam-se, portanto,
somente na Área de Proteção Especial do Rio Manso (Decreto Estadual nº 27.928
de 15/03/1988). Esta Área de Proteção Especial (APE) está sob a gestão da
Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA.

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______________________________________________________________________

1.14 - EMPREENDIMENTO ASSOCIADO E/OU DECORRENTE


A ArcelorMittal constitui grupo empresarial essencialmente voltado para
a produção de aço em todo o mundo. As atividades de mineração, das quais a
mina objeto deste projeto é parte importante, objetivam prioritariamente o
fornecimento de minério de ferro a suas indústrias (mercado cativo). Não
obstante, fornecem também parte do minério para outras indústrias
consumidoras.
A barragem de rejeitos, que ora pretende-se retomar, constitui parte
integrante do empreendimento da ArcelorMittal Mineração Serra Azul, que inclui
as áreas de lavra, instalações de beneficiamento e de apoio, fundamentais para a
obtenção dos produtos do minério de ferro.
Mais especificamente com relação à barragem em tela, estarão
associadas às atividades de escavação, carga e transporte dos materiais da
barragem até a ITM, que serão realizadas por escavadeiras e caminhões
basculantes, ambas as máquinas, de médio porte.

1.15 - EMPREENDIMENTOS SIMILARES


Existem, na região do Quadrilátero Ferrífero, vários empreendimentos
de mineração para a lavra e o beneficiamento de minério de ferro, todos gerando
estéril e rejeitos a serem dispostos em pilhas e/ou barragens.
Nos últimos anos, graças ao aumento no valor unitário do minério de
ferro e evoluções tecnológicas na concentração dos minérios, tem sido cada vez
mais comum a execução de projetos de recuperação de finos antes rejeitados em
barragem, para novo aproveitamento. Ou seja, muito rejeito tem deixado de
constituir material inservível, passando a ser interessante de ser aproveitado
novamente, com resultados econômicos positivos.
Na região citam-se como empreendimentos similares a mineração da
Arcelor a Minerita - Minérios Itaúna Ltda, Mineração Usiminas S.A. - MUSA e
MMX - Mineração Ltda, todas com perspectivas de aproveitamento de finos de
barragens de rejeitos.

45
______________________________________________________________________

2 - DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
2.1 - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
A área desta mineração compreende um trecho da “Serra Azul”,
localmente denominado Córrego Fundo, Município de Itatiaiuçu, Estado de Minas
Gerais.
Localiza-se a nordeste da cidade de Itatiaiuçu, da qual sua parte
central dista, aproximadamente, 8 km em linha reta.
O acesso à mineração pode ser feito partindo-se de Belo Horizonte
pela rodovia BR-381 (Fernão Dias), em direção a São Paulo. Após um percurso
de aproximadamente 63 km, algo em torno de 3 km após a passagem pela ponte
sobre o Rio Veloso, toma-se uma estrada secundária, também pavimentada, de
uso das três minerações que trabalham neste trecho da serra (Minerita,
ArcelorMittal e USIMINAS).
Seguindo as placas indicativas, atinge-se as instalações da
ArcelorMittal Mineração Serra Azul após um percurso final de apenas 5 km.
A barragem a ser lavrada situa-se na porção centro-sul da Mina do
Córrego Fundo, como pode ser visualizado na Figura 21.

Tabela 27 - Distâncias médias da mina aos perímetros urbanos vizinhos.

Cidade Distância ao empreendimento


Itatiaiuçu 14 km
Igarapé 28 km
Itaúna 40 km
Divinópolis 80 km
Betim 45 km
Mário Campos 45 Km
Brumadinho 40 Km
Belo Horizonte 75 km

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______________________________________________________________________

Figura 81 - Localização e vias de acesso.

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______________________________________________________________________

Figura 82 - Planta de situação do empreendimento.

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______________________________________________________________________

2.2 – CARACTERIZAÇÃO LEGAL DA ÁREA


A Mina do Córrego Fundo opera com lavra nos seguintes processos de
direito minerário (Fig. 22):
Quadro 14 – Direitos minerários da Arcelormittal com Portaria de Lavra e Licença de Operação

Processo Área Processo


Portaria de lavra
DNPM (ha) COPAM
013845/1967 Nº 82.913 - DOU 21/12/78 170,01 366/1990/027/2012

830316/1979 Nº 51 - DOU 12/02/10 51,4 366/1990/027/2012

DOU: Diário Oficial da União.

Figura 83 - Direitos minerários da Arcelormittal Serra Azul.

Obs.: O processo DNPM 812593/1973 está ainda em vias de receber titulo de lavra, para a sua integração ao
projeto de lavra geral da empresa na região.

49
______________________________________________________________________

2.3 - EMPREENDIMENTO MINERÁRIO DA ARCELORMITTAL


MINERAÇÃO SERRA AZUL
O empreendimento da ArcelorMittal Mineração Serra Azul é
caracterizado por uma mina de minério de ferro, compreendendo as etapas de
lavra, beneficiamento e, evidentemente, comercialização dos produtos finais.
A lavra é conduzida a céu aberto, em bancadas regulares
descendentes. O desmonte do minério é feito com o emprego de explosivos ou
diretamente por caçambas de escavadeiras ou pás mecânicas.
Desmontado, o minério é carregado através de escavadeira ou pá
mecânica em caminhões basculantes, que por sua vez se encarregam do
transporte até a usina de beneficiamento.
Quando o material não apresenta condições de aproveitamento, é
denominado estéril, sendo transportado para pilha do gênero, com as operações
de carga e transporte semelhantes ao trabalho com o minério.
Trata-se de uma mineração de médio porte, cuja capacidade de
movimentação de materiais é da ordem de 1.000 t/h, entre estéril (28,5%) e
minério (71,5%). Na prática, com a recente montagem do processo de
concentração de finos, permitindo a recuperação de materiais antes estocados
em pilha ou barragem, a movimentação tem sido maior, daí a classificação da
mineração como sendo de médio porte.
No processo de beneficiamento antigo (britagem e peneiramento), o
minério era submetido ao processo de fragmentação e classificação
granulométrica, resultando nos produtos granulados comercializáveis, finos que
hoje abastecem a usina de concentração (antes eram estocados em pilha de
pseudo-sinter que foram recentemente reprocessadas), e superfinos, estes
últimos constituindo-se nos rejeitos que eram lançados na barragem.
Ultimamente, com a desativação da barragem, estes superfinos têm
sido reclassificados em hidrociclones e dispostos em pilha, como “rejeitos
drenados”.
O balanço de massa médio do processo atual, que inclui, além da
planta convencional, a usina de concentração (planta de sinter feed), é o seguinte
(fluxograma atual):

50
______________________________________________________________________

 ROM: 3,33 Mt/ano;


 Granulado: 0,27 Mt/ano;
 Sinter feed: 1,42 Mt/ano;
 Rejeito: 1,64 Mt/ano.

Figura 84 - Fluxograma de beneficiamento atual.

Adaptações estão sendo realizadas na usina para processar também


os finos da barragem. A partir de então, o novo balanço de massa será o seguinte
(novo fluxograma):

 ROM: 3,33 Mt/ano;


 Finos da barragem: 1,5 Mta
 Granulado: 0,27 Mt/ano;
 Sinter feed: 2,02 Mt/ano;
 Rejeito: 2,54 Mt/ano.

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______________________________________________________________________

Figura 85 - Fluxograma de beneficiamento com alimentação de finos da barragem.

2.4 - EMPREENDIMENTO OBJETO DESTE LICENCIAMENTO


2.4.1 - CARACTERÍSTICAS DA BARRAGEM
A antiga barragem de rejeitos, hoje desativada, a qual se pretende
lavrar, apresenta as seguintes características (fotos a seguir):
Tabela 28 - Características da barragem a ser lavrada.
FICHA TÉCNICA DA BARRAGEM DE REJEITOS
Altura máxima atual - aproximada (m) 85
Cota mínima de jusante (m) 930
Cota máxima de elevação (m) 1015
o
Ângulo de talude geral ( ) 19,06
Largura mínima das bermas (m) 2,3
Largura máxima das bermas (m) 11,3
Altura mínima dos taludes entre bermas (m) 3,4
Altura máxima dos taludes entre bermas (m) 10,1
o
Ângulos aproximados de taludes entre bermas ( ) 27,09
3
Capacidade volumétrica (m ) 5.300.000
Área ocupada (ha) 19
Base do vertedouro de emergência trapezoidal (m) 1,5
Altura dos muros laterais do sistema extravasor (m) 1,15
Inclinação média dos taludes do sistema extravasor 1V:1,5H

52
______________________________________________________________________

Figura 86 - Vista em planta da barragem de rejeitos desativada e que será objeto de lavra.

Vista panorâmica da barragem de rejeitos da Mina do Córrego Fundo antes de outubro de 2012,
quando foram interrompidos definitivamente os lançamentos de rejeitos.

53
______________________________________________________________________

Do outro lado do vale, a esquerda, no local assinalado, barragem de rejeitos desativada que se
pretende lavrar.

Vista da superfície da barragem, mostrando o estado de secura dos sedimentos, tendo


praticamente se transformado em uma pilha de rejeitos.

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______________________________________________________________________

Esta barragem foi construída pelo método de alteamento para


montante, onde os rejeitos lançados formavam a base para os alteamentos
sucessivos. A escolha deste método para esta barragem decorre da elevada
permeabilidade e parâmetros de resistência do maciço.
Com a sua desativação, desde novembro de 2012, o pacote da
barragem transformou-se, na prática, em uma pilha de rejeito, com boas
condições de retomada de seus materiais de maneira mecanizada (por
escavadeira).

2.4.2 - CARACTERÍSTICAS DA LAVRA DA BARRAGEM


A retomada dos materiais acumulados na barragem de rejeitos visando
o seu reprocessamento na planta de concentração de finos, operação que é o
objeto do presente licenciamento, será efetuada sob a forma de lavra a céu
aberto, em bancadas regulares descendentes, em fatias horizontais com altura de
2,5 a 5,0 metros, a serem desenvolvidas mecanicamente.
As escavações e o carregamento do material escavado serão
efetuados por meio de escavadeiras de médio porte, com o material sendo
colocado na caçamba de caminhões também de porte médio, para o transporte
até a planta de beneficiamento.
Considerando que o teor de umidade dos rejeitos acumulados ainda é
significativo, apesar da barragem em tela estar desativada (sem lançamento de
rejeitos) há mais de um ano, e que esta umidade tende a se tornar
progressivamente maior na medida em que os trabalhos forem se aprofundando,
para possibilitar o trabalho seguro e em condições operacionais, em terreno seco,
com capacidade de suporte às máquinas (escavadeira e caminhões), será
escavado na extremidade montante da bacia um canal de drenagem, que
possibilitará a percolação da água até esse dispositivo.
Esse canal periférico (ensecamento) será direcionado inicialmente para
uma pequena bacia de acumulação temporária/amortecimento e em seguida para
o vertedouro em torre, que escoará as águas drenadas para a drenagem natural a
jusante.

55
______________________________________________________________________

Uma estrada será aberta em terreno natural acompanhando a posição


do canal, a montante do mesmo, para permitir o trabalho da escavadeira na
abertura desse dreno e para o trânsito dos caminhões que retirarão o material
escavado. A cada nova fatia de 2,5 m a ser retomada (lavrada), uma nova estrada
periférica será aberta e, paralelamente, um novo canal será escavado.
Quando o teor de umidade tornar-se elevado, serão utilizadas draglines
ao invés de escavadeiras.
O dimensionamento do canal de ensecamento e demais elementos da
drenagem concebidos para permitir os trabalhos de lavra, assim como da estrada
necessária para a abertura deste canal nos diversos estágios da lavra, está sendo
apresentado no PCA em anexo.
O PCA conterá maiores detalhes dos procedimentos e métodos a
serem adotados para a lavra dos finos da barragem.

Figura 87 - Detalhe do canal de ensecamento da fatia a ser lavrada e a estrada correspondente,


aberta para permitir o trabalho da escavadeira na abertura do mencionado dispositivo de
drenagem. A cada nova fatia, novo canal e estrada serão abertos.

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______________________________________________________________________

Figura 88 - Seção esquemática ilustrando o método a ser empregado na lavra da barragem, iniciando-se com a escavação da vala de drenagem, junto da
encosta de montante, possibilitando a secagem da fatia a ser lavrada. Para viabilizar a abertura do canal, previamente, será aberta uma estrada paralela a
esta estrutura drenante.

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_________________________________________________________________________

2.5 - ESTRUTURA DE DESAGUAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE


REJEITOS FINOS
Atualmente, em função da desativação da barragem de rejeitos e da
demanda do empreendimento (Mina do Córrego Fundo) para a destinação final
dos rejeitos úmidos gerados rotineiramente no processo de beneficiamento, foi
licenciado um sistema inovador para a disposição final destes materiais.
Este sistema compreende uma etapa inicial de desaguamento do
rejeito através da utilização de ciclone, baia de secagem, transportando-se
finalmente o rejeito até a pilha de “rejeito drenado”, onde os materiais são
armazenados de maneira combinada, permitindo a continuidade de secagem dos
rejeitos e o trânsito de máquinas sobre a pilha.

2.5.1 - CICLONAGEM DO REJEITO


Primeiramente os rejeitos são alimentados em um ciclone, para
separação do material em duas granulometrias, de modo a melhorar as condições
geotécnicas do empilhamento.
A partir do ciclone, obtém-se em seu processo de centrifugação o
rejeito grosso, chamado de underflow, que é depositado instantaneamente junto
ao equipamento. Quanto ao rejeito fino, chamado de overflow, esse é bombeado
para as baias de secagem para sedimentação e secagem.

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_________________________________________________________________________

TUBULAÇÃO DE
ENTRADA DO
REJEITO TOTAL

SAÍDA DO
REJEITO
UNDERFLOW

SAÍDA DO
REJEITO
OVERFLOW

Figura 89 - Vista do ciclone para partição do rejeito em duas faixas granulométricas.

2.5.2 - LANÇAMENTO DO REJEITO OVERFLOW NAS BAIAS DE SECAGEM


O rejeito overflow é transferido, via tubulação, para as baias de
secagem situadas do outro lado da área de formação da pilha de rejeito.
Nestas baias os sólidos sedimentam / decantam, com a água
relativamente limpa sendo vertida para ser bombeada de volta para a ITM, para
reutilização no processo de tratamento (circuito fechado).
O rejeito overflow, com bom grau de desidratação, é então removido
destas baias, por escavadeira e colocado em caminhões basculantes, para o
transporte até os berços de disposição do empilhamento drenado.

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_________________________________________________________________________

Rejeito overflow sendo lançado em uma das baias de secagem.

Rejeito overflow desidratado, em condições ser removido para o empilhamento.

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_________________________________________________________________________

2.5.3 - LANÇAMENTO DO REJEITO OVERFLOW NOS BERÇOS DA PILHA


Conforme antes explicado, o rejeito overflow, com bom grau de
desidratação, é então removido destas baias, por escavadeira e colocado em
caminhões basculantes, para o transporte até os berços de disposição do
empilhamento drenado (foto a seguir).

Rejeito fino, oriundo das baias de secagem, sendo lançado nos berços preparados da pilha.

2.5.4 - FORMAÇÃO DOS BERÇOS


Os berços são formados através do próprio underflow do ciclone, ou
seja, pelo rejeito mais grosseiro. Utiliza-se também do rejeito do jig, este até
melhor, em virtude de ser um pouco mais grosseiro que o underflow. Neste caso,
este último material é empregado formando verdadeiras linhas de drenagem
transversamente a pilha, para melhorar o fluxo de águas do material depositado
no sentido do dique de jusante da pilha.

61
_________________________________________________________________________

2.6 - INFRA-ESTRUTURA DE PRODUÇÃO E APOIO

A ArcelorMittal Mineração Serra Azul S.A. possui uma área de apoio


onde estão implantadas estruturas para suporte à atividade minerária. A seguir
estão descritas as atividades e seus sistemas para controle ambiental.

2.6.1 - ÁREA DE ABASTECIMENTO (POSTO DE COMBUSTÍVEL)


Para o abastecimento de frota própria a mineração possui um posto de
combustível, equipado com dois tanques aéreos de 15 m 3 cada um, os quais são
protegidos por bacia de contenção e dispositivos de segurança. Esta obra está de
acordo com as normas vigentes, sendo que o efluente gerado é tratado em caixa
separadora (água-óleo).

POSTO DE COMBUSTÍVEL

2.6.2 - GALPÃO DE MANUTENÇÃO (OFICINA)


Para a manutenção dos veículos e máquinas, um galpão coberto abriga
a área da oficina, possuindo piso pavimentado com sistema de drenagem para
efluente líquido oleoso direcionado à caixa separadora de água e óleo.

62
_________________________________________________________________________

GALPÃO DA OFICINA COM PISO IMPERMEABILIZADO

2.6.3 - GALPÃO DO LAVADOR


Para a lavagem de veículos e máquinas um galpão coberto composto
por duas áreas confinadas está instalado. As áreas internas possuem piso
pavimentado e sistema coletor para o efluente líquido oleoso, lançando-o na caixa
separadora água-óleo onde o efluente líquido é tratado.

GALPÃO DO LAVADOR

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_________________________________________________________________________

2.6.4 - PÁTIO DA ÁREA DE APOIO E ESTACIONAMENTO


Em posição frontal às estruturas de apoio (posto de combustível, galpão
da oficina, galpão do lavador), dispõe-se de área composta por um pátio utilizado
pelos veículos como acesso às estruturas citadas e também como
estacionamento. Esta área é pavimentada com asfalto e possui direcionamento
de drenagem a uma caixa desarenadora, onde os sólidos carreados ficam retidos
e o efluente líquido é separado, parte segue à caixa separadora de água-óleo e
parte segue ao sistema de drenagem pluvial.

ÁREA DE PÁTIO E ESTACIONAMENTO.

CAIXA DESARENADORA DO PÁTIO.

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_________________________________________________________________________

2.6.5 - ESCRITÓRIOS
Na entrada da área de apoio estão localizadas as edificações onde
estão instalados os escritórios administrativos. As instalações sanitárias contidas
nestas edificações estão conectadas ao sistema fossa séptica / filtro anaeróbio
responsável pelo tratamento dos efluentes líquidos sanitários gerados.

EDIFICAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS

2.6.6 - REFEITÓRIO
A Mineração fornece alimentação aos seus funcionários, utilizando uma
cozinha e um refeitório que estão instalados em área isolada das demais
estruturas de apoio. Nesta edificação são gerados efluentes sanitários que são
direcionados ao sistema fossa-filtro. Também resíduos sólidos orgânicos são
gerados sendo acondicionados temporariamente e destinados corretamente.

2.6.7 - SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES


2.6.7.1 - Caixa separadora água-óleo
Para tratamento de efluentes líquidos oleosos encontra-se instalada
uma caixa separadora de água-óleo, onde os óleos ficam retidos e a água limpa,
dentro dos parâmetros exigidos pela norma, é infiltrada no solo. O efluente tratado
é monitorado mensalmente.

65
_________________________________________________________________________

CAIXA SEPARADORA ÁGUA-ÓLEO

2.6.7.2 - Sistema fossa séptica e filtro anaeróbio


Para o tratamento do efluente sanitário gerado pela empresa, sistemas
compostos por fossa séptica e filtro anaeróbio estão instalados, sendo o efluente
tratado infiltrado em solo. A eficiência deste sistema é analisada mensalmente.

SISTEMA FOSSA SÉPTICA E FILTRO ANAERÓBIO

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_________________________________________________________________________

3 - ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS E LOCACIONAIS


As alternativas, em termos de métodos possíveis, para a retomada da
massa de finos de uma barragem são basicamente a de remoção e carga em
caminhão através de escavadeira, o mesmo tipo de operação através de dragline
e, finalmente, o bombeamento da polpa para a ITM.
A primeira alternativa é a mais racional, de melhor controle sobre os
cortes, exigindo apenas que o material esteja suficiente seco para permitir o
trânsito das máquinas, escavadeira e caminhão. Pelas condições do depósito,
esta é a técnica prevista de ser empregada, pelo menos para a grande porção
mais superficial deste pacote de finos.
Na segunda situação, o emprego de dragline é indicado quando o
material está ainda bem úmido, exigindo o posicionamento da máquina de
escavação mais distante do alvo a ser escavado. Poderá ser empregado nos
horizontes mais baixos da barragem, quando o material poderá se apresentar
mais pastoso. Mas deverá ser evitado ao máximo devido ao menor controle sobre
os cortes de retomada de materiais.
A terceira opção, que é o emprego de bombas de sucção para dragar o
material, exige adicionar água nos finos, para a formação de polpa adequada ao
fluxo do material. Esta é uma opção até interessante, do ponto de vista
econômico, devido ao menor custo de transporte do material da barragem até a
ITM, além do ganho ambiental (menor geração de poeira) e de segurança (menor
risco de acidentes) ao evitar o trânsito de caminhões. Entretanto, esta alternativa
está sendo descartada devido ao consumo de água e, ainda, pelo menor controle
do que estará sendo enviado para o tratamento.
No que diz respeito à alternativa locacional, esta não existe, uma vez
que os finos objetivados de serem recuperados estão ali nesta antiga barragem.

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_________________________________________________________________________

4 - OBJETO DO LICENCIAMENTO
Conforme anteriormente apresentado, o objeto do presente
licenciamento será a retomada ou lavra de uma antiga barragem de rejeito, com
as características mostradas anteriormente.

UTM

Figura 90 - Barragem de rejeitos a ser lavrada em imagem de satélite, evidenciando o contexto


das futuras intervenções, com destaque para o trajeto entre este dispositivo e a UTM onde os
materiais recuperados serão reprocessados.

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_________________________________________________________________________

5 - ÁREAS DE INFLUÊNCIA
As áreas de influência representam os espaços a serem afetados pelos
impactos decorrentes das intervenções ambientais do empreendimento
pretendido, em todas as suas fases. De acordo com a Resolução CONAMA
01/1986, tais áreas deverão contemplar a bacia hidrográfica na qual a atividade
está localizada.
Por sua vez, o Termo de Referência da FEAM explicita que a Área de
Influência deverá conter as áreas de incidência dos impactos, abrangendo os
distintos contornos para as diversas variáveis enfocadas, sendo necessária a
justificativa da definição das áreas de influência e incidência dos impactos,
acompanhada de mapeamento, em escala adequada.
Considerando estas diretrizes, procurou-se definir as áreas de
influência de acordo com as bacias hidrográficas, especialmente com relação aos
meio físico e biótico. Para a variável socioeconômica foram considerados os
limites municipais, que melhor representam as identidades culturais e econômicas
da região.
As áreas de influência foram divididas em Área Diretamente Afetada
(ADA), Área de Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII).

5.1 - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - ADA


Consideram-se como Áreas Diretamente Afetadas (ADA) deste
empreendimento aqueles terrenos que serão efetivamente utilizados para a
retomada dos finos da barragem, ou seja, corresponderão às áreas da própria
barragem (maciço e bacia).
O uso e ocupação desta área é totalmente de área antropizada,
resultante de ocupação anterior pela estrutura, que mede 19 hectares.

5.2 - ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID


Para definição da Área de Influência Direta - AID consideraram-se
aqueles locais que sofrerão os efeitos diretos do empreendimento e aqueles que
receberão mais diretamente os efeitos de um possível acidente desta estrutura,
com base em parâmetros relativos aos meios físico, biótico e antrópico.

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_________________________________________________________________________

Meio Físico
Na definição da AID considerou-se o talvegue que desemboca no
Córrego Mota, vulnerável ao assoreamento provocado pelas atividades de
retomada da pilha e da modificação do regime de escoamento das águas
superficiais e subterrâneas (decorrentes principalmente da modificação na
topografia e na bacia de contenção de águas).
Meio Biótico
A movimentação de pessoas e máquinas terá como consequência o
afugentamento da fauna, levando-a se deslocar para outros locais, gerando um
aumento na competição por alimentos, por áreas de reprodução, refúgio, dentre
outros, o que ocasiona uma alteração ecológica.
Meio Socioeconômico
A Área de Influência Direta compreende toda a área do município de
Itatiaiuçu, onde o empreendimento será desenvolvido. A inclusão de toda a área
do município como área de influência direta é justificada pelo fato de que o
empreendimento tem potencial para gerar impactos socioeconômicos diretos
sobre esse município como um todo, incluindo sua sede urbana.
Dentre as comunidades existentes no município de Itatiaiuçu, aquela
que está sujeita aos impactos diretos com maior intensidade é a comunidade
Pinheiros, situada a jusante desta retomada de finos da barragem, no entorno
imediato do empreendimento.
Também são consideradas de maneira especial as propriedades
lindeiras ao empreendimento, que se apresentam com baixa densidade
ocupacional.

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LIMITES
DA ADA

LIMITES
DA AID

PINHEIROS

Figura 91 - Imagem de satélite da área da barragem cuja lavra/reprocessamento é objeto do


licenciamento, exibindo em destaque os limites da ADA (Área Diretamente Afetada) e da bacia do
Córrego Mota, que é a Área de Influência Direta do empreendimento - AID.

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_________________________________________________________________________

5.3 - ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - AII


No caso da Área de Influência Indireta - AII foram considerados
aqueles locais passíveis de serem impactados em decorrência e associados a um
impacto direto no empreendimento, sob a forma de interferência nas suas inter-
relações ecológicas, sociais e econômicas.

Meio Físico
A AII sobre Meio Físico foi delimitada em função dos impactos indiretos
do assoreamento e contaminação das águas, bem como em função das possíveis
modificações dos regimes de escoamento da bacia. Compreende a totalidade da
bacia hidrográfica do Córrego Mota.

Meio Biótico
Do ponto de vista biótico, considera-se Área de Influência Indireta (AII)
toda a bacia do Córrego Mota, que terá sua ictiofauna potencialmente afetada
pelas eventuais modificações nos níveis de qualidade das águas, incluindo-se
também as matas vizinhas que receberão a fauna afugentada em razão das
atividades relacionadas ao empreendimento.
Na bacia do Córrego Mota, a modificação nos níveis de qualidade da
água pode levar a uma redução da quantidade de alimentos disponíveis,
podendo, também, repercutir nos ciclos de vida dos peixes, sensíveis às
alterações ocorridas na água.
O deslocamento de animais para áreas florestadas existentes nas AII
em busca de abrigo e alimentos, ocasionados pela movimentação de homens e
máquinas na ADA, pode provocar o aumento na competição nesses locais de
refúgio e diminuir a capacidade regenerativa da flora local.

Meio Socioeconômico
No âmbito antrópico, a Área de Influência Indireta desse
empreendimento compreende o município de Itatiaiuçu, em primeiro plano, além
dos municípios de Itaúna, Sarzedo, Brumadinho, Igarapé, Betim e Belo Horizonte.
Estes municípios estão sujeitos a alguns impactos indiretos decorrentes do

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_________________________________________________________________________

empreendimento, principalmente o potencial de impactar positivamente a


economia destes municípios, gerando emprego e renda, além de aumentar a
movimentação de mercadorias e serviços.
No caso específico de Sarzedo e Brumadinho, a tendência é que os
produtos do empreendimento sejam transportados para o Terminal de Carga
Sarzedo - TCS e para o Terminal Serra Azul - TSA, situados, respectivamente,
nestes municípios.
Já o município de Itaúna, tradicionalmente, fornece mão de obra para
as empresas da região, em especial para a ArcelorMittal, o que deverá ser
mantido e reforçado com a atividade proposta no presente licenciamento.
A mesma situação ocorre com Igarapé, que também deverá ser
beneficiada com a manutenção nas demandas de mão de obra.
O município de Betim é normalmente utilizado para a moradia de
alguns funcionários do empreendimento, por contar com estrutura adequada e
situar-se nas margens da rodovia BR-381, de acesso à mina. Existe assim o
potencial do aumento de demanda por aquisição / aluguel de moradias.
O escritório central da ArcelorMittal situa-se na cidade de Belo
Horizonte, e terá sua demanda mantida com a obtenção da licença programada.
Da mesma forma, grande parte das empresas de consultoria e prestação de
serviços para mineração tem sua sede em Belo Horizonte, e serão favorecidas
pela manutenção das atividades.

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_________________________________________________________________________

6 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
6.1 - MEIO FÍSICO
6.1.1 - CLIMA
6.1.1.1 - Metodologia
Para um melhor entendimento da dinâmica atmosférica sobre uma
determinada área, inicia-se uma observação mais global desta circulação, na qual
a localidade de interesse esteja inserida. No caso presente, serão visualizadas as
características sinóticas e dinâmicas dominantes sobre o Brasil, com enfoque
principalmente para o Estado de Minas Gerais, a fim de entender melhor o tempo
e o clima onde se propõem a instalação do referido empreendimento.
No diagnóstico climático ora apresentado foi feita uma análise
detalhada dos principais parâmetros meteorológicos disponíveis, com destaque
para a variável direção e velocidade dos ventos. Outros parâmetros como
precipitação, temperatura, umidade relativa, déficit e superávit hídrico e dias de
chuva também serão considerados.
Para se obter os dados climatológicos de uma região, são analisados e
aferidos diariamente todos os parâmetros meteorológicos durante um período de
trinta anos. Essas aferições são registradas em banco de dados específico para
posterior tratamento. Os dados utilizados neste diagnóstico fazem parte das
Normais Climatológicas de Serra Azul (1961-1990) obtidas junto ao Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET). Após determinar quais as climatologias mais
apropriadas, as informações foram inseridas no documento final no formato de
gráficos e outros recursos visuais, propiciando o enriquecimento das análises.
Em relação às variáveis direção predominante e velocidade dos ventos,
além da informação climatológica optou-se pela utilização de um ano de
informações (2008) oriundas das estações automáticas INMET localizadas em
Florestal e Ibirité. Essa análise permitiu a confirmação do comportamento dos
ventos na região de interesse em relação à climatologia local. Apesar do
parâmetro “vento” possuir variações locais e ser influenciado por fatores
topográficos, as características geográficas e a distância permite tal análise e
comparação, sendo metodologicamente aplicável.

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_________________________________________________________________________

Utilizando os dados horários de 2008, foram elaborados gráficos


mensais com as direções predominantes dos ventos, além de uma média para os
períodos seco e chuvoso e gráfico anual. Da mesma forma, um gráfico com a
velocidade média dos ventos durante o período foi utilizado com o objetivo de
complementar a informação histórica sobre o comportamento dessa variável na
região.

6.1.1.2 - Caracterização Climática Regional


Conforme a classificação do IBGE, a área do empreendimento
apresenta o tipo climático Tropical Subquente Semi-úmido com 4 a 5 meses
secos.
A região de interesse está situada próximo à região Metropolitana de
Belo Horizonte onde os sistemas sinóticos que atuam no sul do país também
exercem sua influência, com algumas diferenças em termos de intensidade e
sazonalidade dos sistemas. Também as linhas de instabilidade pré-frontais,
geradas a partir da associação de fatores dinâmicos de grande escala e
características de mesoescala são responsáveis por intensa precipitação durante
o verão, segundo Cavalcanti et al. (1982).
Os sistemas frontais que atuam durante o ano todo sobre a região são
um dos maiores causadores de distúrbios meteorológicos na área. O
deslocamento desses sistemas está associado ao escoamento ondulatório de
grande escala.
Os sistemas frontais (SF) são originários das latitudes extra-tropicais e
possuem vital importância para a climatologia da região Sudeste e para a região
do município de Itatiaiuçu. No verão produzem instabilidade e forte nebulosidade
associada. Os sistemas frontais são acompanhados por anticiclones de origem
polar, que durante o inverno produzem condições de queda acentuada das
temperaturas. Sob sua influência registram-se as temperaturas mínimas absolutas
nesta época do ano.
Segundo Ayoade (1998), as baixas latitudes são dominadas por ventos
predominantes de leste, originários do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul
(ASAS) que compõem o sistema de circulação de larga escala. Sua forte

75
_________________________________________________________________________

influência é sentida durante todo o ano, impondo à região as características de


sua área de origem. Sob sua influência predominam condições de estabilidade
atmosférica e temperaturas elevadas, fatos relativizados pela interação com a
superfície subjacente.
A predominância da atuação do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul
(ASAS) durante o período que se estende de abril a setembro, de modo geral,
garante a estabilidade atmosférica, períodos longos de insolação e baixa
nebulosidade sobre toda a região em estudo.
O conhecimento das características estruturais da convecção tropical é
importante para a compreensão da organização individual das células convectivas
e sua interação com a circulação de larga escala. Vários tipos de sistemas foram
estudados na década de 70 e início dos anos 80, definindo-se diferentes tipos de
sistemas convectivos de mesoescala (SCM) tais como: linhas de instabilidade e
Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM)

Figura 92 - Sumarização da atuação dos sistemas frontais no qual são acompanhados por
anticiclones de origem polar em escala sinótica na região de Itatiaiuçu.

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_________________________________________________________________________

Figura 93 - A atuação da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em escala sinótica e em escala regional
para a região de Itatiaiuçu.

Dentre os sistemas de tempo que atuam na região Sudeste do País


durante o verão, inclui-se a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que
possui orientação NW-SE e funciona como uma espécie de corredor que conduz
a umidade oriunda da Amazônia para as regiões Centro-Oeste e Sudeste. Esse
sistema trás como consequência chuvas de intensidade variada, podendo
perdurar de 4 a 14 dias. Ancorada por sistemas frontais, esta configuração
sinótica é responsável por índices pluviométricos acima do normal até se dissipar.

Figura 94 - Representação da Zona de Convergência Do Atlântico Sul (ZCAS), que influencia o


tempo e o clima na região de Itatiaiuçu.

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_________________________________________________________________________

Outros fenômenos de frequência menos intensa e mais irregular atuam


na região Sudeste e provocam mudanças significativas nas condições
atmosféricas locais, com destaque para os anos de atuação do El Niño quando a
precipitação é reduzida e anos de atuação de La Nina, quando os índices
pluviométricos aumentam na região Sudeste do Brasil.

6.1.1.3 - Caracterização Climática Local


Análise pluviométrica
A precipitação é uma das variáveis meteorológicas mais importantes
para os estudos climáticos. Tal importância deve-se às conseqüências que elas
podem ocasionar quando ocorridas em excesso (precipitação intensa), para os
setores produtivos da sociedade tanto econômico e social (agricultura, transporte,
hidrologia, mineração, etc.), causando enchentes, assoreamentos dos rios,
quedas de barreiras, dentre outros.
Chuva intensa define-se como sendo aquela que registra um grande
volume de água precipitado num curto espaço de tempo. Estas chuvas intensas
ocorrem isoladamente ou associadas a outros sistemas meteorológicos. O total
pluviométrico ao longo do ano para a região de Itatiaiuçu é de 1.406,3 mm, que
por sua vez é marcado por uma grande variação interanual (um período seco e
chuvoso) com uma média mensal de 117,2 mm.
Os meses mais chuvosos estendem-se de novembro-março. Os meses
de abril e setembro são meses de transição entre um regime e outro e são
marcados pela estação seca na região. Contudo, devido à dinâmica atmosférica e
à ação de vários elementos interagindo e alterando esta dinâmica, tanto a estação
seca quanto a chuvosa pode sofrer variações intra e interanuais.
A distribuição de chuva entre os meses de dezembro a março
apresenta os meses de maior precipitação no período, um total de 963,9 mm. Por
outro lado, no trimestre junho-julho-agosto, devido à baixa atividade convectiva,
os valores não ultrapassam a 52,1 mm no total, pois a região fica sob a ação do
Anticiclone do Atlântico Sul, induzindo um período de seca bem característica.
Não é incomum o registro de ausência de precipitação no trimestre mais seco do
ano.

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_________________________________________________________________________

Figura 95 - Comportamento climatológico da precipitação (mm).

Pode-se observar que há uma tendência ao aumento de precipitação


elevada entre os meses de dezembro à março, onde a atividade convectiva é
mais intensa, sendo que, os meses de dezembro, fevereiro e março são os mais
propícios a este tipo de evento extremo (chuvas intensas em um período de 24
horas).

Figura 96 - Comportamento climatológico da precipitação (mm) máxima em 24 horas.

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_________________________________________________________________________

6.1.1.4 - Análise de Temperatura


Conforme a climatologia local as maiores temperaturas médias anuais
(TMED) foram registradas no trimestre de janeiro-fevereiro-março. Pode-se
observar que as médias ao longo do ano não ultrapassam a casa dos 24ºC com
verão e inverno bem caracterizados termicamente.
A variabilidade anual da temperatura local pode ser considerada
relativamente baixa conforme atestam os valores de amplitude térmica que variam
de 7,8ºC (TMED), 4,3ºC (TMAX) e 9,8ºC (TMIN). Este comportamento reflete a
tropicalidade do clima local, mesmo sendo verificada uma variação sazonal
significativa. Características geográficas como a topografia tem ligeira influência
nos índices de temperaturas mínimas no período do inverno, principalmente se
comparadas a outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte,
onde os valores são mais elevados.

Figura 97 - Comportamento climatológico das temperaturas médias máximas e mínimas

As maiores médias das máximas ao longo do ano (TMAX) são


registradas no trimestre de janeiro-fevereiro-março, com temperaturas de 29,1ºC,
29,5ºC e 29,2ºC, respectivamente. Tais características estão relacionadas à maior
quantidade de energia solar disponível no sistema terra-atmosfera, resultante da

80
_________________________________________________________________________

modificação do eixo de inclinação da terra neste período no hemisfério sul, onde


os raios solares ficam mais paralelos diminuindo o ângulo de incidência sobre a
superfície terrestre, e consequentemente maior quantidade de energia disponível.
As menores médias das mínimas ao longo do ano (TMIN) são registradas no
período de inverno, nos meses junho, julho e agosto, com temperaturas de 9ºC,
8,6ºC e 10,5ºC, respectivamente.

Figura 98 - Comportamento Climatológico das Temperaturas Mínimas Absolutas.

As temperaturas máximas absolutas ocorrem geralmente nos meses


de outubro a janeiro, com registros superiores a 37,0ºC. Estas temperaturas
acontecem principalmente na transição da primavera para o verão, período em a
umidade do ar ainda está relativamente baixa e os índices de nebulosidade não
são tão expressivos, além do que, a Alta Subtropical do Atlântico (ASA) está
atuando sobre a costa do continente sul americano e sobre o Estado de Minas
Gerais.

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_________________________________________________________________________

Figura 99 - comportamento climatológico das temperaturas máximas absolutas.

Caracterização da umidade relativa do ar


A umidade relativa do ar média na região apresenta seus menores
índices nos meses de agosto e setembro. No restante do ano a variação se
mantém entre 84% a 88%. Os índices relativamente constantes da umidade na
região sofrem influência das características físico-geográficas, principalmente
vegetação e topografia. Os meses mais úmidos são os de janeiro a maio.

Figura 100 - Comportamento climatológico da umidade relativa do ar média.

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_________________________________________________________________________

Caracterização do déficit e superávit hídrico

De novembro a abril o sistema terra-atmosfera trabalha com balanço


positivo, considerando a relação entre precipitação e evaporação ocorrida, que
pode chegar até 252 mm em dezembro e 113 mm em janeiro. Devido à baixa
significativa de precipitação, no período de abril ao início de novembro o sistema
trabalha com déficit hídrico. Apenas na segunda quinzena do mês de novembro é
que o sistema supera as perdas e trabalha com superávits em virtude do
coeficiente citado.
Pode-se constatar que na região de estudo há um período de
deficiência hídrica relativamente longo, durando cerca de seis a sete meses
sucessivos. Devido a grande variabilidade interanual da pluviosidade sugere-se
que o uso dos recursos hídricos seja feito de maneira criteriosa, principalmente
das águas superficiais, prevendo-se a flutuabilidade no ritmo das precipitações e
da disponibilidade hídrica local.

Figura 101 - Comportamento climatológico – coeficiente precipitação / evaporação

Caracterização do número de dias de chuva mensal


Os meses com maior número de dias de chuva estendem-se de
novembro a março. Os meses de abril e setembro são meses de transição entre
os regimes de chuva. A dinâmica da atmosfera e a variabilidade climática

83
_________________________________________________________________________

favorecem para a extensão destes períodos, quando comparados ano a ano.


Os meses de dezembro e janeiro apresentam destaque em relação ao
número de dias de chuvas, somando 35 (trinta e cinco) dias segundo a
climatologia local. Por outro lado, no trimestre junho-julho-agosto, devido à baixa
atividade convectiva, os dias de chuvas não ultrapassam 8 (oito) dias somado os
três meses. Salienta-se que nesta época a atenção com atividades de potencial
poluidor deve ser redobrada, em especial quanto à dispersão de material
particulado.

Figura 102 - Comportamento climatológico do número de dias de chuvas mensais

6.1.1.5 - Caracterização das direções predominantes e velocidades médias


dos ventos

Direção dos ventos


Segundo a climatologia oficial, no município de Itatiaiuçu os ventos têm
direção predominante de leste, com variações significativas de nordeste a sudeste
durante todos os meses do ano. Ayoade (1998) cita que as baixas latitudes são
dominadas por ventos predominantes de leste, sudeste e nordeste, originários do
Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Sua forte influência é sentida
durante todo o ano, impondo à região as características de sua área de origem.

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_________________________________________________________________________

Sob sua influência predominam condições de instabilidade atmosférica e


temperaturas elevadas, fatos relativizados pela interação com a superfície
subjacente.
Com o objetivo de comprovar efetivamente a direção predominante do
vento de leste, realizou-se um estudo e tratamento de dados referente a um ano
de informações aferidas nas estações automáticas INMET de Ibirité e Florestal.
Salienta-se que, devido às características geográficas e distâncias das áreas em
questão, as informações podem ser aplicadas, sendo metodologicamente corretas
segundo a OMM (Organização Mundial de Meteorologia).
Os dados da direção dos ventos foram separados de forma horária,
com a respectiva direção do vento naquela hora de medição. Foram ao todo
8.760 registros de dados horários. Também serão apresentados gráficos com a
média para os períodos seco e chuvoso, além de uma média de todo o período de
2008. A figura a seguir confirma a predominância do sentido preferencial para
Leste, com variações significativas de nordeste a sudeste.

Fonte: Estações automáticas INMET Ibirité e Florestal (MG)

Figura 103 - Direção predominante dos ventos na região de Itatiaiuçu (média anual 2008).

Em todos os meses do ano de 2008, ocorreu predominância de leste,


com variação significativa para sudeste e nordeste. Em abril e maio registram-se
variações para noroeste. A partir de junho até o final do ano, a predominância é

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_________________________________________________________________________

quase que totalmente de Leste, com pequenas variações para sudeste. A


porcentagem de ventos ocorridos de origem leste/nordeste/sudeste é de
aproximadamente 80 %. Recomenda-se observar esta importante informação
climática e meteorológica em relação às operações do empreendimento,
principalmente no fator dispersão de material particulado.
Avaliações mês a mês permitem concluir que não ocorre grande
variação da direção dos ventos, considerando os dois principais períodos
meteorológicos do ano: chuvoso (outubro a março) e seco (abril a setembro).
Permanece a condição de predominância de leste/nordeste/sudeste para todo o
período analisado.

Figura 104 - Velocidade média mensal dos ventos – variação por períodos: chuvoso (A) e seco

(B).

Velocidade dos Ventos


Em relação à velocidade dos ventos, a climatologia oficial para a região
demonstra uma variação anual entre 1,2 m/s e 2,3 m/s, sendo os meses de
agosto e setembro os que apresentam maior índice dessa variável. Observa-se
um padrão em relação à variação anual dos ventos, no entanto, pode-se detectar
uma ligeira alteração em relação aos períodos chuvoso e seco. Na figura a seguir
pode ser observada a climatologia da velocidade média dos ventos para a região
de interesse.

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_________________________________________________________________________

Figura 105 - Comportamento climatológico da velocidade média dos ventos

6.1.2 - HIDROGRAFIA
6.1.2.1 - Rede de Drenagem
O empreendimento em tela está inserido na bacia do córrego Mota
(Área de Influência Direta do empreendimento), afluente da margem esquerda do
Rio Veloso que deságua na barragem do Rio Manso, operada pela COPASA no
rio homônimo. Estas drenagens são pertencentes à bacia Estadual do Rio
Paraopeba, bacia federal do Rio São Francisco.
A bacia hidrográfica do Rio Veloso está localizada entre as
coordenadas 20º 07’ e 20º 16’ latitude sul e 44º 18’ e 44º 28’ longitude oeste,
abrangendo áreas principalmente no município de Itatiaiuçu e, secundariamente,
dos municípios de Brumadinho e Rio Manso. Está situado na região denominada
médio Paraopeba.
Localmente, a bacia do Rio Veloso (AII) pode ser dividida em seus
principais formadores: Ribeirão Itatiaia e os córregos Vermelho, Mota,
Samambaia, Estiva, Vieiras e Quéias.

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Até seu exutório na barragem do Rio Manso, a bacia do rio Veloso


ocupa uma área total de 180 km², dos quais 15 km² são ocupados pela bacia do
córrego Mota (8,33% do total).
As drenagens do rio Veloso apresentam, de maneira geral,
condicionamento estrutural proeminente, encaixando principalmente ao longo das
direções NW-SE e SW-NE, em sua porção norte, e S-N e W-E, em sua porção
sul.
Trata-se de uma região com densidade de drenagem considerável
(2,09 km/km² para o rio Veloso e 2,50 para o córrego Mota), o que indica boa
eficiência natural de sua bacia.
De acordo com a publicação Deflúvios Superficiais no Estado de
Minas Gerais - Hidrosistemas/Copasa, 1993, a região é caracterizada por
contar com áreas com rendimento superficial médio ou elevado em regime
torrencial (médias ou altas contribuições específicas e variações intra-anual
intensa com cheias e estiagens pronunciadas). Caracteriza-se pela tipologia
homogenia 221, com pluviosidade anual entre 1.000 mm e 1.500 mm,
predominância de relevo ondulado (declividades entre 8% e 20%) e
predominância de terrenos com baixa capacidade de infiltração. O rendimento
específico médio mensal é de 5,0 L/s/km² para contribuições unitárias mínimas
com 10 anos de recorrência.
A figura apresentada a seguir indica a posição do empreendimento
frente ao contexto regional de estudo. Verificar a posição do município de
Itatiaiuçu e das rodovias BR-381 e MG-431 no interior da bacia.

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Figura 106 - Rede de drenagem do Rio Veloso.

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Sub-bacia Ribeirão Serra Azul

Sub-bacia Rio Manso

Figura 107 - Bacia Hidrográfica do Rio Manso.


A seta vermelha indica a posição aproximada do empreendimento.
Fonte: CBH - Paraopeba

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_________________________________________________________________________

6.1.2.2 - Comitês de Bacia Hidrográfica


A Lei nº 9.433/1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos, conceitua Bacia Hidrográfica como uma unidade territorial para a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (art.1º, inc. V). Ressalva ainda
que integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos o
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os Conselhos de Recurso Hídricos do
Estado e do Distrito Federal, os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais e
municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos,
as Agências de Água e os comitês de Bacias Hidrográficas (art. 33).
Para efeitos da Lei da Política Estadual de Recursos Hídricos (nº
13.199/1999), os comitês de Bacia Hidrográfica têm os seguintes territórios de
atuação:
Art. 35 - Os Comitês de bacia hidrográfica terão como território de
atuação:
I- a área total da bacia hidrográfica;
II- a sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água municipal
da bacia ou de território desse tributário;
III- o grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único – Os comitês de bacia hidrográfica serão instituídos por
ato do Governador do Estado.

A Lei nº. 9.433/1997 relata em seu artigo 38 que os Comitês de Bacias


Hidrográficas têm, entre outras, as atribuições de promover o debate das
questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades
intervenientes; arbitrar, em primeira instância, os conflitos relacionados aos
recursos hídricos; aprovar e acompanhar a execução do Plano de Recursos
Hídricos da bacia; propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais as
acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para
efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos
hídricos, de acordo com os domínios destes; estabelecer os mecanismos de
cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; e
estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de
interesse comum ou coletivo.

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_________________________________________________________________________

No Estado de Minas Gerais a bacia do rio São Francisco se divide em


10 Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos (UPGRHs),
dotados de Comitês de Bacia, conforme segue:
Quadro 15 – Unidades de Planejamento da Bacia do Rio São Francisco
Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos (UPGRHs) da Bacia do rio São
Francisco em Minas Gerais
Subdivisões da Bacia do Rio São Comitê de Bacia Hidrográfica (Decreto
Estado
Francisco de criação)
CBH dos Afluentes do Alto São Francisco SF1 (Decreto nº. 43.711 de 08/01/2004) MG
CBH do Rio Pará SF2 (Decreto nº. 39.913 de 22/09/1998) MG
CBH do Rio Paraopeba SF3 (Decreto nº. 40. 398 de 28/05/1999) MG
CBH do Entorno da Represa de Três Marias SF4 (Decreto nº. 43.798 de 30/04/2004) MG
CBH do Rio das Velhas SF5 (Decreto nº. 39.692 de 29/06/1998) MG
CBH dos Rios Jequitaí e Pacuí SF6 (Decreto nº. 43.720 de 21/01/2004) MG
CBH da Sub-Bacia Mineira do Rio Paracatu SF7 (Decreto nº. 40.014 de 03/11/1998) MG
CBH do Rio Urucuia SF8 (Decreto nº. 44.201 de 29/12/2005) MG
CBH dos Afluentes Mineiros do Médio São
SF9 (Decreto nº. 44.956 de 19/11/2008) MG
Francisco
CBH dos Afluentes Mineiros do rio Verde
SF10 (Decreto nº. 44. 758 de 17/03/08) MG
Grande

Figura 108 - Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos da Bacia do São
Francisco.

92
_________________________________________________________________________

Tabela 29- UPGRH da Bacia do Rio São Francisco em Minas Gerais com a identificação da
posição do empreendimento.
Área de drenagem Nº de municípios
UPGRH da Bacia do Rio São Francisco
(Km²) com sede na Bacia
SF1 - Afluentes do Alto São Francisco 14.203 20
SF2 - Rio Pará 12.262 27
SF3 - Rio Paraopeba 12.091 35
SF4 - Entorno da Represa de Três Marias 18.714 15
SF5 - Rio das Velhas 28.091 44
SF6 - Rios Jequitaí e Pacuí 25.129 19
SF7 - Sub-Bacia Mineira do Rio Paracatu 41.512 12
SF8 - Rio Urucuia 25.135 08
SF9 - Afluentes Mineiros do Médio São Francisco 31.258 17
SF10 - Afluentes Mineiros do rio Verde Grande 27.043 24
TOTAL 235.438 221
Fonte: Relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de Minas Gerais em 2007.

O CBH-Paraopeba não tem personalidade jurídica própria e integra o


Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SEGRH MG. Desde
antes sua institucionalização, o Comitê tem no CIBAPAR - Consórcio
Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba a sua secretaria executiva
e seu escritório técnico. O CIBAPAR operacionaliza e gerencia as decisões do
Comitê.
O CIBAPAR foi instituído formalmente em 1994, sob a forma de
associação civil de direito privado sem fins lucrativos, com sede no município de
Betim. Atua em 48 municípios que integram a bacia do rio Paraopeba (13 com
sede urbana fora da bacia).
O Plano Diretor das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba
começou a ser elaborado em fevereiro de 2008, com orientação, supervisão e
acompanhamento do CBH Paraopeba, apoio do IGAM e da Holos Engenharia
Sanitária e Ambiental, empresa responsável por sua execução.
Os resultados parciais do Diagnóstico Rápido Participativo, que integra
a Matriz Estratégica Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, indicam,
entre outros resultados, os seguintes parâmetros pertinentes ao empreendimento:

93
_________________________________________________________________________

- Forças:
 Grande quantidade de água;
 Disponibilidade de água em quantidade e qualidade para o
estabelecimento de novas indústrias;
 Fiscalização excessiva dos órgãos ambientais.

- Fraquezas:
 Baixa qualidade ambiental para nutrientes, produtos químicos,
sedimentos e lixívia de resíduos sólidos urbanos;
 Falta de fiscalização para pequenos poluidores;
 Carreamento de sedimentos da extração de minério;
 Contaminação por óleos e graxas;
 Falta de conhecimento da bacia, especialmente de dados sobre os
rios, usos, usuários, lançamento de poluentes, outorgas e
licenciamentos;
 Desmatamento desordenado;
 Falta da vegetação ciliar;
 Falta de proteção às nascentes e áreas de recarga;
 Ocupação de áreas de preservação permanente.

- Oportunidades:
 Auto-conhecimento de usuários, poder público e sociedade para
gestão das águas;
 Plano Diretor das Águas do Paraopeba;

- Ameaças:
 Desmatamento de nascentes ao longo do rio;
 Mineração, indústrias e cidades poluindo o rio;
 Perspectivas de desenvolvimento do setor de mineração;
 Indefinição de regras e valores de cobrança da água;
 Mineração;
 Expansão da mineração;
 Incógnita das estratégias empresariais na mineração;
 Falta de educação ambiental na população em geral;
 Previsão de grande avanço da mineração;
 Falta de conhecimento ambiental na sociedade.
Verifica-se, portanto, que existe uma grande preocupação quanto à
atuação da mineração no rio Paraopeba, o que exige a condução de projetos com
todos os cuidados ambientais e de preservação da qualidade das águas.

94
_________________________________________________________________________

6.1.2.3 - Caracterização do Córrego Mota


A maior parte dos cursos fluviais do córrego Mota (AID) é, segundo a
classificação de Houton, de 1ª e 2ª ordem. Em sua foz com o rio Veloso, o
córrego Mota é classificado como de 4ª ordem, conforme apresentado na figura a
seguir.

Figura 109 - Classificação de Houton - Córrego Mota.

95
_________________________________________________________________________

Em relação ao padrão de drenagem, os cursos de água possuem


distribuição dendrítica com ramificações em várias direções.
Trata-se de canais com regimes hidráulicos torrenciais, condicionados
por uma declividade de cerca de 4%, com grandes variações locais, podendo
apresentar em alguns pontos regime torrente e em alguns locais
consideravelmente planos. As cotas superiores das grotas de drenagem estão
situadas normalmente acima da cota 1250 m e sua foz situa-se na cota 825 m. A
figura a seguir apresenta o mapa hipsométrico da bacia do Mota. A barragem que
se pretende lavrar está situada entre as cotas 930 m e 1.015 m, posicionada,
assim, em ponto de elevação intermediária na bacia.

Figura 110 - Mapa Hipsométrico da Bacia do Córrego Mota.

96
_________________________________________________________________________

A topografia na região apresenta grandes variações de inclinação,


partindo de 0 - 12º nas baixadas, atingindo declividades entre 50º e 85º em
algumas posições, especialmente em áreas ocupadas pela atividade mineral. Em
média a declividade dos terrenos é de 13,5º, apresentando-se como terreno
ondulado.

Figura 111 - Mapa de inclinações - Bacia do Córrego Mota (em graus).

Normalmente apresentam elevada carga de material aluvial, pouco


rolado, normalmente associado a materiais transportados das camadas
geológicas superiores (Supergrupo Minas), em grande parcela associado também
a atividade antrópica de mineração, especialmente a condução de lavra no
passado.

97
_________________________________________________________________________

Vista do córrego mota em posição intermediária da bacia. Verifica-se tratar de canal pouco
profundo, localmente encachoeirado, com a presença de fragmentos de material provenientes das
formações rochosas superiores, em parte resultado das atividades pretéritas de mineração na
região.

Detalhe do canal com pequena profundidade, bem encaixado e com fragmentos de rochas pouco
roladas em seu leito.

98
_________________________________________________________________________

Em função do assoreamento resultante das atividades pretéritas de


lavra, em 1992 foi iniciada na região a reconformação do córrego Mota, trabalho
realizado em parceria pelas empresas Minas Itatiaiuçu (antiga proprietária do
empreendimento da ArcelorMittal) e J. Mendes (antiga proprietária do
empreendimento da USIMINAS). Esta operação mostrou-se de bastante sucesso,
não sendo deste então verificados aportes significativos de sedimentos.
Em função dos trabalhos de recomposição, observa-se que a calha do
rio foi alterada, apresentando perfil trapezoidal e por vezes mais retilíneo do que a
condição natural.

Canal retificado pelos trabalhos de recomposição realizados pelas empresas Minas Itatiaiuçu e J.
Mendes. Verifica-se característica retilínea da drenagem.

O canal principal do córrego Mota é caracterizado por apresentar


comprimento total de 7,2 km, apresentando um índice de sinuosidade de 1,30,
caracterizando-se como canal sinuoso. O padrão de drenagem da bacia como um
todo mantém esta mesma característica sinuosa, apresentando, não raramente,
segmentos retilíneos.
A tabela apresentada a seguir mostra as principais características da
bacia do córrego Mota, Área de Influência Direta - AID do empreendimento:

99
_________________________________________________________________________

Tabela 30 - Características morfométricas da bacia do Córrego Mota.

Característica Valor
Área de Drenagem (km²) 15,10
Comprimento total dos cursos de drenagem (km) 37,8
Densidade de drenagem (km/km²) 2,50
Comprimento do Talvegue Principal (km) 7,2
Perímetro da Bacia (km) 17,5
Coeficiente de Compacidade (Kc) 1,26
Fator forma (Kf) 0,29
Desnível total do curso principal (m) 310
Declividade Simples (m/m) 0,043
Declividade Racional (m/m) 0,038
Índice de Sinuosidade 1,30

O coeficiente de compacidade é próximo à unidade, representando


assim bacia mais suscetível a enchentes acentuadas. Em contrapartida, o fator
forma é relativamente baixo, estando menos sujeita à enchentes que outras de
mesmo tamanho, porém com fator de forma maior.
Em termos de uso e ocupação do solo, a bacia do córrego Mota conta
com uma área total de aproximadamente 1.510 hectares, divididos nas seguintes
tipologias:
Tabela 31 - Uso e ocupação do solo na bacia do Córrego Mota.

Tipologia de Ocupação Área de Ocupação Percentual


Mineração 470 ha 31,1%
Agricultura 49 ha 3,2%
Pastagem 231 ha 15,3%
Urbana 15 ha 1,0%
Mata Estacional 585 ha 38,8 %
Campo 160 ha 10,6%
Total 1.510 ha 100,0%
Trata-se, portanto, de uma bacia já consideravelmente alterada pela
ocupação antrópica, especialmente áreas de mineração e de pastagem, sendo
pouco ocupada por atividades de agricultura e de utilização urbana.

100
_________________________________________________________________________

Conta ainda com importantes remanescentes de vegetação nativa,


distribuídos em áreas de campo e matas estacionais, ocupando 49,4% da área da
bacia.

Figura 112 - Imagem de satélite da Bacia do Córrego Mota.

101
_________________________________________________________________________

6.1.2.4 - Caracterização do Rio Veloso


Segundo a classificação de Houton o Rio Veloso é uma drenagem de
5ª ordem, contando principalmente com contribuições de 3ª e 4ª ordem (por
exemplo, o Córrego Mota). Apresenta as seguintes características médias:

Tabela 32 - Características morfométricas da bacia do Rio Veloso

Característica Valor
Área de Drenagem (km²) 179,97
Comprimento total dos cursos de drenagem (km) 376,932
Densidade de drenagem (km/km²) 2,09
Comprimento do Talvegue Principal (km) 22,708
Perímetro da Bacia (km) 63,027
Coeficiente de Compacidade (Kc) 1,32
Fator forma (Kf) 0,35
Desnível total do curso principal (m) 390
Declividade Simples (m/m) 0,017
Declividade Racional (m/m) 0,006
Índice de Sinuosidade 1,46

Observa-se que o Rio Veloso apresenta características muito similares


ao córrego Mota, apresentando densidade de drenagem um pouco inferior,
coeficiente de compacidade e fator forma muito próximos. Sua principal diferença
é a declividade média, muito inferior às declividades identificadas no córrego Mota
e, por consequência, apresentando canais mais largos com velocidades de fluxo
bem menores.
Em termos de uso e ocupação do solo, é também ocupado em grande
parte por áreas de extração mineral e pastagens, apresentando percentual de
vegetação natural inferior ao identificado para bacia do córrego Mota. Em seu
interior estão situadas as manchas de ocupação do município de Itatiaiuçu e seus
respectivos distritos. Todo o esgoto gerado nesta região é direcionado para as
drenagens do Rio Veloso, alterando significativamente os níveis de qualidade de
água destes cursos.

102
_________________________________________________________________________

Figura 113 - Imagem de satélite da Bacia do Rio Veloso, abrangendo a Bacia do


Córrego Mota.

6.1.2.5 - Vazão Mínimas (Q7,10)


Para estimativa da vazão de referência (Q7,10) nas seções fluviais do
córrego Mota e do rio Veloso foram utilizados os registros diários das estações
fluviométricas Fazenda Laranjeiras, São Brás do Suaçuí, Alberto Flores e Ponte
Nova do Paraopeba, localizadas na bacia do Paraopeba. O histórico dos dados foi

103
_________________________________________________________________________

obtido junto à Agência Nacional de Águas - ANA (http://hidroweb.ana.gov.br).


De posse dos registros diários das estações de referência, foi realizada
uma análise estatística para obtenção da vazão Q 7,10, que corresponde à vazão
mínima das médias anuais com 7 dias de duração e período de retorno de 10
anos.
Para cada estação os valores mínimos das médias anuais com
duração de 7 dias foram arranjados em ordem crescente, para elaboração de uma
análise de frequência amostral. As probabilidades amostrais foram calculadas
pela posição de plotagem de Weibull.

Tabela 33 - Análise estatística para obtenção a vazão Q7,10 no Córrego Mota e no Rio Veloso

Q7,10
Estação Fluviométrica Código ANA Área de Drenagem (km²)
(m³/s) (m³/h)
Fazenda Laranjeira 40.810.350 10,2 0,023 82,8
São Brás do Suaçuí 40.549.998 488 1,40 5.040
Alberto Flores 40.740.000 4.111 13,1 47.196
Ponte Nova do Paraopeba 40.800.001 5.679 18,4 66.060

1,0572
Vazão mínima Q7,10 Nascente da Pilha = 7,1474 (0,60) = 4,2 m³/h
1,0572
Vazão mínima Q7,10 córrego Mota = 7,1474 (15,1) = 126,1 m³/h
1,0572
Vazão mínima Q7,10 rio Veloso = 7,1474 (179,97) = 1.731,2 m³/h
Gráfico 1 - Probabilidades das vazões mínimas.

6.1.3 - GEOMORFOLOGIA
A área do empreendimento em questão está localizada no município de
Itatiaiuçu, mais propriamente na Serra Azul, que faz parte da Unidade
Geomorfológica do Quadrilátero Ferrífero.

104
_________________________________________________________________________

De acordo com Scliar (1992, p.36), o Quadrilátero Ferrífero de Minas


Gerais foi assim denominado por Gonzaga de Campos, devido à configuração
“planimétrica quadrangular” dos maiores depósitos de minério de Ferro presentes
no estado. Esta configuração espacial é destacada principalmente pelas principais
elevações que delimitam a região formada por serras alinhadas que representam
estruturas monoclinais, sinclinais e anticlinais associadas aos grandes depósitos
de ferros presentes na região.

Figura 114 - Imagem de satélite da área de abrangência do Quadrilátero Ferrífero. Principais


municípios e estruturas geomorfológicas.

Os principais limites desta Unidade Geomorfológica de grande


representatividade são: a norte, o alinhamento das Serras da Piedade, a do
Curral, a Três Irmãos e a Serra Azul; a sul, as serras de Ouro Branco e Itatiaia; a
oeste, a Serra da Moeda e, a leste, o conjunto formado pela Serra do Caraça e
pelo início da Serra do Espinhaço (DORR II, 1969).
Do ponto de vista geotectônico, o Quadrilátero Ferrífero está inserido
no limite meridional do Cráton do São Francisco, o qual corresponde a uma

105
_________________________________________________________________________

unidade tectônica de idade arqueana, que foi retrabalhada durante o Ciclo


Brasiliano (ALMEIDA, 1977). Consiste em uma das mais importantes províncias
minerais do Brasil, sendo a complexa geologia regional caracterizada,
principalmente, por quatro grandes unidades litoestratigráficas (ALKMIM &
MARSHAK, 1998): O Embasamento Cristalino, o Supergrupo Rio das Velhas, o
Supergrupo Minas e o Grupo Itacolomi.
O relevo do Quadrilátero Ferrífero apresenta-se como uma superfície
topograficamente elevada, em contraste com as terras baixas e as colinas dos
complexos metamórficos adjacentes, onde as altitudes, comumente, são
inferiores a 900 metros. Em suma, a região corresponde a uma superfície
planáltica, onde a morfologia varia de suaves colinas nas áreas associadas às
formações graníticas e gnáissicas, a trechos bastante acidentados, onde
predominam cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados, associados aos
afloramentos de quartzitos, itabiritos e da canga ferruginosa (HERZ, 1978).
As altitudes médias giram em torno de 1.000 metros, onde as cotas
mais elevadas estão situadas na Serra do Caraça, a leste, alcançando níveis
superiores a 2.000 metros, e as mais baixas a noroeste de Ouro Preto, nos
arredores do distrito de Amarantina, e no município de Sabará, onde as cotas
chegam a alcançar 600 metros. Em geral, as altitudes maiores aparecem nas
serras que demarcam os limites da região, sobretudo, nos maciços formados por
itabiritos e quartzitos do Supergrupo Minas e do Grupo Itacolomi; enquanto, as
áreas mais rebaixadas aparecem na porção central e no entorno do Quadrilátero
Ferrífero, comumente, associadas aos terrenos dos complexos metamórficos.
No Quadrilátero Ferrífero, o controle litológico sobre a morfologia é
marcante, sendo formados relevos do tipo sinclinais suspensos, anticlinais
esvaziados e de cristas do tipo hogback (SOUZA et al., 2005). Além do controle
litológico, as formas do relevo atual, também resultam da erosão diferencial
(SALGADO, 2006), que se manifesta pelos grandes arcabouços estruturais, como
sinclinais e anticlinais, alicerçados pelos quartzitos e itabiritos do Supergrupo
Minas e do Grupo Itacolomi, além das superfícies rebaixadas dos complexos
metamórficos (BARBOSA & RODRIGUES, 1967).

106
_________________________________________________________________________

Desta forma, o Quadrilátero Ferrífero aparece como um conjunto de


feições geomorfológicas resultantes de diferentes condições litoestruturais
(BARBOSA & RODRIGUES, 1967), sendo as diferenças de declividade das
vertentes e de altimetria relacionadas às variações litológicas (VARAJÃO, 1988).
Em alguns casos, as variações de litologia e um complexo histórico de
deformação do arcabouço geológico, são responsáveis pelo aparecimento de
desníveis superiores a 1.000 metros, como acontece no contato entre o maciço
quartzítico da Serra do Caraça e o Complexo Metamórfico Santa Rita Durão, nas
proximidades do município de Santa Bárbara.
Na Unidade Geomorfológica do Quadrilátero Ferrífero, a proposta de
correlação entre níveis de altimetria e superfícies de aplainamento no contexto
regional não é totalmente aceitável, pois os níveis altimétricos estão relacionados
à erosão diferencial em articulação com o controle litológico (VARAJÃO, 1991).
Nesse sentido, pode-se entender que o controle litoestrutural associado à erosão
diferencial são os mecanismos responsáveis pela evolução do relevo, pois não
são encontrados registros de grandes superfícies de aplainamento na região que
permitiriam explicar tal teoria (SALGADO, 2006).

6.1.3.1 - Geomorfologia Regional


A geomorfologia apresentada neste estudo da região onde está
inserida a ARCELORMITTAL Mineração Serra Azul, teve como principal
embasamento teórico, o Volume 6 - Geomorfologia, do Projeto APA Sul da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Apesar da área em questão não
estar inserida dentro dos limites da APA Sul da RMBH, esta faz parte também do
Quadrilátero Ferrífero podendo ser considerada uma extensão da Serra Três
Irmãos localizada no município de Brumadinho, área esta que foi mapeada
durante a realização do projeto supracitado. Com base nas referências
apresentadas neste projeto e na similaridade entre as áreas e adjacências, foi
realizado este estudo das principais formas do relevo existentes na Serra Azul,
município de Itatiaiuçu.
O estudo da Geomorfologia da APA Sul da RMBH levou em
consideração as principais características morfológicas e estruturais do relevo do

107
_________________________________________________________________________

Quadrilátero Ferrífero e dividiu a área em compartimentos ou Unidades


morfoestruturais. Foram definidas 10 unidades geomorfológicas ou
compartimentos morfoestruturais e 2 subunidades. Além dos fatores estruturais e
litológicos, a origem e a evolução do modelado do relevo também sofreram
influência de fatores bioclimáticos.
Neste projeto, as 10 unidades geomorfológicas foram delimitadas com
base na análise conjunta de imagens de satélite, fotografias aéreas, mapas
geológicos, revisão da bibliografia e levantamentos de campo. Estas unidades
foram denominadas de:
- CSC: Crista Monoclinal da Serra do Curral;

- DPA: Depressão Marginal do Rio Paraopeba;

- PSM: Platô da Sinclinal Moeda;

- DRV: Depressão Interplanáltica do Alto Rio das Velhas;

- VRV: Vale Anticlinal do Rio das Velhas;

- PEJ: Patamares Escalonados da Serra do Jaguará;

- DSG: Depressão Suspensa da Sinclinal Gandarela;

- VRC: Vale Anticlinal do Rio Conceição;

- MCA: Maciço do Caraça;

- DPI: Depressão Marginal do Rio Piracicaba.

As subunidades foram denominadas de DRC (Degrau do Ribeirão


Catarina), subordinada à Depressão Marginal do Rio Paraopeba e de SOF (Crista
Sinclinal da Serra do Ouro Fino), subordinada ao Vale Anticlinal do Rio
Conceição.
Todas estas unidades Geomorfológicas foram subdivididas em
sistemas de relevo devido à presença de variações morfológicas internas próprias
de cada uma. Desta forma, através de foto interpretação e controle de
levantamento de campo, foram identificados os seguintes conjuntos de formas de
relevo:

108
_________________________________________________________________________

- Relevos deposicionais: Planícies Aluviais (pa) e rampas de colúvio


(rc);

- Relevos de dissecação: Colinas (cl), Morros de topos arredondados


(mr), Morros alongados de topos arredondados (ma), morros de topos
aguçados (mg), Esporões (ep), Serras (se), e maciços montanhosos
(mt);

- Relevos de transição: Patamares (pt) e Escarpas (es);

- Relevos de aplainamento: Platôs (pl), Platôs lateríticos com canga


(plc), Platôs quartziticos (plq) e superfícies aplainadas (ap).

A área de estudo onde será implantada a pilha de estéril e rejeito está


localizada na Serra Azul, também conhecida como Serra de Igarapé, no município
de Itatiaiuçu. Regionalmente ocorrem duas das Unidades Geomorfológicas
supracitadas e diversas formas de relevo.
A unidade geomorfológica de maior expressão observada na região é a
Crista Monoclinal representada pela Serra Azul. Esta crista de Serra pode ser
comparada com a CSC (Crista Monoclinal da Serra do Curral) citada
anteriormente, por apresentar características muito semelhantes relacionadas ao
arcabouço geológico e estrutural a qual pertencem e também por representar uma
extensão da mesma. Assim como a Serra do Curral, a Serra Azul também é um
“hogback” extenso, que constitui o que sobrou de uma dobra sinclinal invertida
composta por rochas do Supergrupo Minas.
Esta unidade geomorfológica está situada na extremidade noroeste
(NW) do Quadrilátero Ferrífero e apresenta cristas dominantes onde a cota mais
elevada está representada pelo Pico da Pedra Grande com 1334 metros de
altitude. O extenso alinhamento serrano de cristas representado pelas Serras da
Piedade, do Taquaril, do Curral, Três Irmãos e da Serra Azul apresentam direção
principal de desenvolvimento aproximada em WSW-ENE e representam a aresta
setentrional do Quadrilátero Ferrífero. Este conjunto de Serras alinhadas perfaz
mais de 60 km de extensão e apresenta ao longo de seu desenvolvimento dois
importantes pontos que representam gargantas epigênicas, sendo uma

109
_________________________________________________________________________

relacionada ao rio Paraopeba, em Brumadinho e a outra relacionada ao rio das


Velhas, em Sabará.
A Serra Azul apresenta um marcante controle litoestrutural, no qual o
posicionamento estratigráfico das diferentes rochas exerce um fator
preponderante no modelado do relevo. Em sua configuração morfológica, pode-se
destacar a linha de cumeada, sustentada por Itabiritos da Formação Cauê e
Quartzitos da Formação Moeda que se encontram fracamente dissecados sob
forma de anfiteatros e outras formas de relevo. Essa crista apresenta vertentes
muito íngremes com declividades superiores a 50°, apresentando em
determinados pontos paredões subverticais com desníveis superiores a 150
metros.
A presença de uma carapaça de canga sobre a superfície cimeira da
Serra Azul, juntamente com suas formações detríticas correlatas colaborou para
que a parte residual da serra também não tenha sido removida. É uma superfície
constituída por Formações Ferríferas do Supergrupo Minas revestida por uma
couraça laterítica. Os platôs de canga existentes na Serra representam, portanto,
testemunhos esparsos de uma antiga superfície de erosão que remonta ao
intervalo Cretáceo Superior/Paleógeno (Barbosa, 1967).
Outra forma típica do relevo e que está associada a está unidade são
os Esporões, que ocorrem entre a Serra Azul e a Depressão Marginal do Rio
Paraopeba (DPA). Estes Esporões são feições transicionais que consistem em
morros alongados com topos aplainados ou suavemente arredondados e que se
projetam a partir das cristas da Serra, aparentando pedimentos rochosos
entalhados por redes de drenagens. Os Esporões observados na Serra Azul
apresentam formas mais suaves dos que os existentes na Serra do Curral,
assemelhando-se a colinas alongadas, com desníveis variando entre 30 e 50
metros e declividades em torno de 10°.
A outra Unidade Geomorfológica presente na região da Serra Azul, em
Itatiaiuçu, é a Depressão Marginal do Rio Paraopeba (DPA), que abrange uma
extensa área a oeste do Quadrilátero Ferrífero.
Esta Unidade apresenta relevo ondulado com altitudes máximas em
torno de 1000 metros. São áreas rebaixadas topograficamente em relação

110
_________________________________________________________________________

àquelas sustentadas pelos metassedimentos circundantes do Supergrupo Minas e


do Supergrupo Rio das Velhas. As formas de relevo predominantes são colinas
dissecadas e morros baixos de geometria convexa ou convexo-côncavas com
topos arredondados. Existe ainda expressiva sedimentação aluvial,
freqüentemente interdigitada com rampas de colúvio nas cabeceiras das
drenagens. Os desníveis variam de 60 a 120 metros, com declividades variando
entre 10° e 20°.
Os padrões de drenagens mais comumente encontrados são
dendríticos a sub-dendríticos, com uma média densidade de ocorrência. A Crista
Monoclinal da Serra Azul apresenta em determinados pontos do sopé da escarpa,
um relevo transicional de esporões exibindo uma morfologia de morros alinhados
e posicionados topograficamente, um pouco acima do nível das colinas da
Depressão Marginal do rio Paraopeba (DPA).
Essa Unidade Morfoestrutural é suportada por rochas granitóides do
Complexo Ortognáissico do Bonfim e a transição do relevo entre a escarpa da
Unidade do Sinclinal Moeda e as colinas representadas pelo embasamento se faz
através de um escarpamento abrupto. Em determinados pontos ocorre um relevo
dissecado sob a forma de morros e/ou espigões com cobertura coluvial contendo
fragmentos de itabirito sobre rochas granito-gnáissicas alteradas.

Figura 115 - Perfil topográfico e esboço geológico mostrando a Serra de Igarapé ou Serra Azul, a
depressão marginal do Rio Paraopeba e o Sinclinal Moeda.

111
_________________________________________________________________________

Esta Unidade também apresenta um nivelamento entre os topos das


colinas, com vales de fundo chato, além de terraços baixos e planos alveolares já
bem alargados em meio a bossas de granitos. Estes aspectos do relevo formam
um conjunto de paisagens que dão um aspecto de “mar de morros”.

6.1.3.2 - Geomorfologia Local


O foco principal deste estudo é o licenciamento ambiental da retomada
de uma barragem rejeito de 19 hectares, de propriedade da ArcelorMittal
Mineração Serra Azul. O empreendimento em questão abrange uma pequena
área no sopé sul da Serra Azul, na porção intermediária de sua extensão.
Em termos geomorfológicos, a mina em questão está inteiramente
localizada na Unidade morfoestrutural da Crista Monoclinal da Serra Azul. Devido
à quantidade de minerações atuando ao longo de décadas em quase toda a
extensão da Serra, as formas de relevo se encontram bastante alteradas em
vários pontos. Várias cristas e platôs lateríticos de canga foram substituídos por
bancadas das minas a céu aberto para a exploração do Minério de Ferro.

Vista parcial da serra azul com minerações explorando minério de ferro, ao longo de quase toda
sua extensão.

Nesta unidade morfoestrutural são facilmente identificadas unidades de


relevo deposicionais, de dissecação, de transição e de aplainamento. As unidades
de relevo de aplainamento são comuns ao longo da Serra e formam comumente
platôs lateríticos de canga. As unidades de relevo deposicionais presentes ao
longo da serra são as rampas de colúvio, muitas vezes compostas por material

112
_________________________________________________________________________

laterítico. As Unidades de relevo de transição estão representadas por patamares


e escarpas e por fim, as unidades de relevo de dissecação ocorrem na forma de
colinas, esporões, cristas e serras.
Localmente, nos arredores do empreendimento em questão, existem
extensões da Serra que formam pequenos patamares no relevo, denominados de
Esporões. Nestas Unidades de relevo de dissecação existem drenagens que
esculpiram o relevo ao longo dos anos.

Vista da área a jusante da barragem a ser retomada

A retomada de finos de barragem, alvo deste processo de


licenciamento ambiental será efetivada sobre um esporão da Serra Azul, em uma
área bastante alterada ao longo dos anos devido à presença da atividade
minerária. Anteriormente à presença das mineradoras que trabalham nesta área,
o relevo apresentava formas típicas de colinas alongadas com topo suavemente
ondulado (convexo) e sobre esta superfície se desenvolveram drenagens que
contribuíram para a dissecação das vertentes ao longo dos anos.
Esta área onde se pretende retomar os finos de barragem se encontra
na vertente sul do compartimento geomorfológico da CSC (Cristas Monoclinais da
Serra do Curral). Neste contexto a área consiste em porção escarpada modelada

113
_________________________________________________________________________

em um talvegue com flancos de inclinação variada, tendendo a suavização a


medida que se avança na direção da jusante. Este talvegue pertence a alta
vertente da Bacia do córrego Mota apresenta porção superior com alta inclinação,
superior a 45° e a medida que se avança na direção da jusante a inclinação reduz
acentuadamente para valores de 25°, onde possivelmente já encontra-se na
transição para as depressões marginais.

6.1.4 - GEOLOGIA
6.1.4.1 - Geologia Regional
A área em questão está inserida no Quadrilátero Ferrífero, mapeado
através do convênio entre o U.S. Geological Survey (EUA) e o DNPM entre os
anos de 1943 e 1963 sob a supervisão do geólogo J. V. N. DORR, dando origem
a diversas publicações, entre elas DORR (1965), DORR (1969), HERZ (1978);
das quais provêm os principais conceitos sobre a geologia da região.
Quanto ao seu posicionamento geotectônico, o Quadrilátero Ferrífero
situa-se no extremo sul do Cráton do São Francisco, segundo ALMEIDA et all
(1977). Quanto a sua caracterização tectônica corresponde a uma estrutura
orogênica cuja evolução se deu em ciclos distintos. No Ciclo Jequié (2,8 Ga)
desenvolveu-se a deformação das rochas arqueanas do Complexo Granito-
Gnáissico e Supergrupo Rio das Velhas. Após a Sedimentação do Supergrupo
Minas (2,0 Ga) desenvolveu-se o Evento Transamazônico responsável por
intensa deformação em todas as unidades do QF. O último grande evento
tectônico que afetou a região corresponde ao Ciclo Brasiliano (0,6 Ga). Este ciclo
afetou principalmente as rochas da porção leste do QF.
A estratigrafia então proposta é utilizada como referência na bibliografia
geológica da região, apesar de que, detalhamentos e reinterpretações foram
propostos, como em LADEIRA et all (1984), LADEIRA (1.980) e VILLAÇA (1981),
SCHORSCHER (1978, 1979), ROSIERE (1983), dentre outros.
Estratigraficamente, o Quadrilátero Ferrífero se constitui pelo
Supergrupo Rio das Velhas, atribuído ao Arqueano; pelo Supergrupo Minas,
atribuído ao Paleoproterozóico; pelo Grupo Itacolomi, provavelmente do
Mesoproterozóico, além de gnaisses graníticos e rochas intrusivas máficas e

114
_________________________________________________________________________

ultramáficas de idades diversas. Ocorrem ainda sedimentos continentais


terciários, encontrados em pequenas áreas; e coberturas ferruginosas (canga) do
Terciário/Quaternário.
A coluna estratigráfica proposta por DORR (1969), assim como as
modificações propostas por LADEIRA (1980), admite a presença de um Complexo
Granítico-Gnáissico sob o qual se assentam todas as demais unidades do
Quadrilátero Ferrífero sob a forma predominantemente discordante. O trabalho de
ALKIMIN & MARSHAK (1998) apresenta uma reorganização dos dados
estratigráficos de todo o contexto estratigráfico do Quadrilátero Ferrífero, onde o
Complexo Granito-Gnássico é representado por domos compostos de granitos,
gnaisses e outros derivados, abrangendo grandes áreas dentro do QF. Estes
domos são localmente denominados como Complexos de Belo Horizonte, Bação,
Bonfim, Caeté, Florestal e Mato Dentro, estando os mesmos intercalados pelas
sequências supracrustais.
Os variados ciclos deformacionais que ocorreram na região ao longo
de sua evolução foram os fatores responsáveis por esta configuração, que
resultou na estruturação das unidades supracrustais como alinhamentos serranos
contornando os diversos domos.

115
_________________________________________________________________________

Figura 116 - Esboço geológico do Quadrilátero Ferrífero (Rosière et al. 2005).

O Supergrupo Rio das Velhas é formado por rochas de composição


máfica, ultramáfica e ácidas, com intercalações de rochas metassedimentares.
Destacam-se neste contexto as formações ferríferas, às quais se associam
mineralizações auríferas.
Este supergrupo subdivide-se nos Grupos Nova Lima e Maquine. O
Grupo Nova Lima consiste principalmente por xistos verdes, metassedimentar e
metavulcânico, e filito, com intercalações de quartzito, grauvaca, dolomito, talco
xisto e formações ferríferas. O Grupo Maquine é representado por sequências de
quartzitos, metapelitos, e xistos, depositados em discordância angular sobre as
litologias do Grupo Nova Lima.

116
_________________________________________________________________________

O Supergrupo Minas ocorre de forma discordante sobre as unidades


mais antigas. É representado por uma sequência metassedimentar que abrange
rochas de origem clástica e química, depositadas em ambiente continental e
marinho. As rochas desta unidade são de fácil distinção no relevo por ocorrerem
essencialmente nas porções de maiores elevações no QF. Sua divisão
compreende, da base para o topo, os grupos Tamanduá, Caraça, Itabira,
Piracicaba, e Sabará.
A base do Supergrupo Minas é representada pelo Grupo Tamanduá
que apresenta associações de xistos, quartzitos, filitos e formações ferríferas. Em
seqüência ocorre o Grupo Caraça representado pelas Formações Moeda e
Batatal. A Formação Moeda é representada por sequências de quartzitos,
conglomerados e filitos. A Formação Batatal compreende sequências de filitos.
Estes grupos compreendem depósitos aluviais associados a depósitos marinhos
de água rasa.
O Grupo Itabira corresponde a uma unidade de origem química,
dividida nas Formações Cauê e Gandarela. A Formação Cauê é composta por
formações ferríferas bandadas, em leitos alternados de quartzo e de minerais de
ferro como hematita e magnetita, classificadas como do tipo Lago Superior. Em
direção ao topo da unidade ocorrem níveis gradados com dolomitos até
sequências carbonáticas dolomiticas no topo, correspondendo à Formação
Gandarela.
O Grupo Piracicaba está representado por quartzitos e filitos
intercalados em camadas espessas, gerados em ambiente deltáico a marinho
raso. Sua unidade de maior expressão é a Formação Cercadinho composta por
filitos, quartzitos e quartzitos ferruginosos. As demais unidades deste grupo são
as Formações Fecho do Funil (dolomitos e filitos intercalados), Taboões
(quartzitos) e Barreiro (filitos). O Grupo Sabará compreende uma sequência
metavulcanosedimentar representada por xistos, grauvacas, quartzitos,
formações ferríferas e conglomerados.
Nas porções leste e sul do QF em zonas dominadas por falhamentos
de empurrão ocorrem sedimentos clásticos grosseiros, incluindo arenitos e
conglomerados, que representam o Grupo Itacolomi. Sedimentos cenozóicos são

117
_________________________________________________________________________

comuns em todo o QF, ocorrendo em pequenas bacias tectonicamente


controladas. Estes sedimentos são representados por depósitos de argila,
chapadas com canga, depósitos pelíticos lacustrinos, coberturas detrito-lateríticas
e depósitos coluviais e aluviais diversos.

Figura 117 - Coluna Estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero (Segundo Alkmin &Marshak, 1998).

6.1.4.2 - Geologia Local


A área do empreendimento em tela situa-se na porção extremo oeste
da Serra do Curral, onde essa recebe a designação de Serra Azul, que em toda
sua extensão é sustentada por litologias do Supergrupo Minas, de idade
paleoproterozóica.
A geologia dessa porção do Quadrilátero Ferrífero está definida na
Metade Sul da Quadrícula de Serra Azul / Metade Norte da Quadrícula de

118
_________________________________________________________________________

Itatiaiuçu (USGS-DNPM).
O Supergrupo Minas está representado na serra e suas encostas pelos
seus Grupos Caraça, Itabira e Piracicaba, que se encontram estratigraficamente
invertidos, orientando-se a sequência metassedimentar em direção aproximada
ENE-WSW, com mergulhos variáveis de 20-45º para sudoeste.
O topo da serra é sustentado pelo pacote de formações ferríferas
itabiríticas pertencentes à Formação Itabirito Cauê, do Grupo Itabira, as quais se
integram por uma rocha caracterizada pela alternância de bandas hematíticas e
de sílica, que apresentam graus variáveis de intemperismo e, conseqüentemente
compacidade. Os itabiritos se encontram frequentemente enriquecidos pela ação
de processos supergênicos, que promoveram a lixiviação parcial da sílica e
resultaram na formação de minérios com teores econômicos.
Na encosta norte da serra, os itabiritos encontram-se sotopostos pelas
litologias da Formação Cercadinho, predominantemente filitos e quartzitos
ferruginosos, e estes por sua vez pelos filitos sericíticos ou dolomíticos da
Formação Fecho do Funil. A sequência finaliza com os quartzitos finos da
Formação Taboões, sendo todas as formações integrantes do Grupo Piracicaba.
Na encosta sul, as formações ferríferas estão sobrepostas por
quartzitos e filitos integrantes do Grupo Caraça Indiviso.
Nas encostas mais baixas ao sul, os terrenos são constituídos por
rochas xistosas, geralmente bastante intemperizadas, do Grupo Nova Lima, do
Supergrupo Rio das Velhas.
A obra objeto deste licenciamento ambiental ( lavra da barragem de
rejeitos) está posicionada sobre as litologias do grupo Caraça Indiviso, composta
por quartzitos e filitos intercalados, sucedendo camadas de xistos diversos
pertencentes ao Grupo Nova Lima, que ocorrem na porção sul da área da Mina
do Córrego Fundo. Estas unidades encontram-se recobertas exatamente pelos
materiais constituintes do barramento e dos finos dispostos na bacia da barragem.
Estes materiais apresentam boa capacidade de suporte e
permeabilidade normalmente elevada, haja vista que suportou bem toda a
formação da barragem. Tudo levar a crer que suportarão com folga os trabalhos
de retomada do pacote de sedimentos ali armazenados.

119
_________________________________________________________________________

6.1.5 - HIDROGEOLOGIA
De acordo com o trabalho efetuado por Carmo e Delgado (2008), o
sistema hidrogeológico da área da Mina do Córrego Fundo apresenta um
comportamento hidrodinâmico relativamente complexo, onde as unidades
aquíferas e aquífugas interagem diferencialmente com o sistema hidrogeológico
local.
O modelo hidrogeológico conceitual proposto para a área foi
desenvolvido a partir da integração de dados geológicos, geotectônicos,
climatológicos e hidrodinâmicos tomando como partida as águas de chuva que se
infiltram diretamente nas coberturas do pacote de rochas metamórficas. A recarga
ocorre predominantemente nas áreas topograficamente mais elevadas, na
cabeceira dos córregos. Essa morfologia é representada por superfícies
côncavas, de vertentes íngremes e vales encaixados e com média densidade de
drenagem superficial, o que é um indicativo da boa taxa de infiltração. Nos perfis
dos itabiritos, a densidade de ravinamento é elevada, indicando menor taxa de
infiltração, localmente controlada pela maior declividade do terreno.
Na área, os sistemas aqüíferos podem ser separados em dois grupos:
o aqüífero superior poroso e o aquífero inferior fraturado. O aqüífero fraturado
associado ao Grupo Caraça tem como característica a intercalação de lentes de
filitos, que se comportam como aquitardo.
O sistema aquífero superior é composto pelas litologias recentes como
as coberturas de solos coluvionares e residuais, aluviões e manto de
decomposição das rochas. Devido à sua expressão na área da mina, as pilhas de
minério e de rejeito também são consideradas neste sistema.
As coberturas mostram uma granulometria bem heterogênea e grande
variação no nível da superfície piezométrica ao longo do ano hidrológico, o que
caracteriza um aquífero livre com menor tempo de residência das águas. A
descarga neste sistema ocorre na alimentação do aquífero fissurado subjacente,
nos contatos impermeáveis e quebra acentuada de relevo, formando nascentes
de meia encosta.
Os aquíferos profundos são desenvolvidos ao longo das
descontinuidades estruturais associadas à evolução estrutural da crosta na borda

120
_________________________________________________________________________

sul do Quadrilátero Ferrífero. Desta forma, as direções de fluxo subterrâneo são


controladas pelas fraturas e falhas que condicionam as formas dos principais
acidentes topográficos e influenciam diretamente no desenvolvimento da rede
hidrográfica regional. Neste aspecto merecem destaque as descontinuidades de
direção NW, associadas às fraturas de tração, portanto mais abertas e que
condicionam o maior fluxo das águas subterrâneas.
A figura a seguir ilustra a dinâmica das águas subterrâneas na região
da Mina do Córrego Fundo.

Figura 118 - Modelo hidrogeológico conceitual da Serra Azul na região do empreendimento.

O local de retomada dos finos da barragem caracteriza-se como área


de descarga dos aquíferos de topo, contando certamente com zonas de surgência
de águas, que deverão ser objeto de drenagem interna e requerimento de
outorga.

6.1.6 - SOLOS
A Serra Azul ou do Itatiaiuçu está inserida no complexo do Quadrilátero
Ferrífero, que apresenta uma alternância de rochas metassedimentares, tais
como os filitos, itabiritos, quartzitos e dolomitos, das quais evoluíram diversos

121
_________________________________________________________________________

tipos de solos. Sobre estas rochas estão presentes solos pouco desenvolvidos
como os Cambissolos e Solos Litólicos de pouca espessura, que ocorrem nos
topos e muitas vezes nas encostas. No fundo dos vales, os solos mostram-se
mais espessos, formando-se por material desagregado oriundo das partes mais
elevadas, constituindo-se por solos do tipo Latossólico, B textural e Podzólico.
Na área diretamente afetada do empreendimento os solos foram
totalmente removidos para o assentamento da barragem.

6.2 - MEIO BIÓTICO


6.2.1 - CARACTERIZAÇÃO DA FLORA
A) ASPECTOS GERAIS
O empreendimento minerário da ARCELORMITTAL MINERAÇÃO
SERRA AZUL LTDA está inserido fitogeograficamente, de acordo com a
classificação de RIZZINI (1963), no Complexo Brasil Central, em áreas de
transição savana (cerrado) - floresta estacional. Estas formações estão
representadas na área pela Floresta Estacional Semidecidual (mata secundária),
localizada nos encaixes das drenagens naturais da paisagem ou próximas a
cursos d’água. A Savana (cerrado e mata de galeria) e suas gradações dominam
os topos de morro (campo limpo) ou a meia encosta (campo cerrado).
Os ecótonos apresentam uma mistura florística entre estes tipos de
vegetação, observando-se uma predominância alternada entre espécies da mata
e do cerrado.
Segundo o Sistema de Classificação Fitossociológico-Biológico
(VELOSO, 1991), predomina na região a formação da savana (cerrado) sendo
conceituada como uma vegetação xeromorfa, preferencialmente de clima
estacional (mais ou menos seis meses secos), podendo não obstante ser
encontrada em clima ombrófilo. Reveste solos lixiviados aluminizados,
apresentando sinúsias de hemicriptófitos, geófitos, caméfitos e fanérofitos, sendo
que devido a sua grande diversidade foi subdividida em quatro subgrupos: savana
florestada (Cerradão e mata de galeria), savana arborizada (campo cerrado),
savana parque (parque de cerrado) e savana gramíneo-lenhoso (campo limpo e
campo rupestre).

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_________________________________________________________________________

B) METODOLOGIA
O estudo das formações vegetacionais encontradas nos terrenos
inseridos no direito minerário foram desenvolvidos em duas etapas. Na primeira,
foram realizados os levantamentos em campo e na segunda, realizada em
escritório, os dados coletados foram confrontados com informações bibliográficas,
levantamentos florísticos já realizados na região e consultas a herbários oficiais.
Na etapa de campo todas as tipologias foram percorridas
primeiramente de carro até onde havia acesso e, a pé, foram percorridas trilhas
dentro das matas e por todas as áreas características do cerrado, principalmente
aquelas consideradas de refúgios vegetacionais (relíquias), identificando as
espécies de importância ecológica, aquelas capazes de colonizar ambientes
degradados e aquelas ameaçadas de extinção e/ou susceptíveis ao
desaparecimento na área. As espécies que não puderam ser identificadas no
local foram coletadas e herbarizadas para posterior identificação, quando foram
utilizadas chaves dicotômicas e consulta a herbários oficiais.
Na etapa de escritório foi utilizada a consulta à bibliografia
especializada, bem como aos mapas do IBGE e CETEC, na escala 1: 100.000; e
ainda a consulta aos trabalhos técnicos já realizados nas proximidades da área
foco deste estudo. Foram utilizadas de imagem de satélite IKONOS na construção
do mapa de uso e ocupação do solo.
Outra ferramenta de trabalho utilizada foi o acervo fotográfico
produzido durante todo o trabalho de campo.

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_________________________________________________________________________

C) CARACTERIZAÇÃO DA FLORA LOCAL - ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA


CAMPO RUPESTRE
Nas cumeadas da serra, sempre nas proximidades dos picos e
descendo as encostas rochosas abruptas, é encontrada a formação denominada
Campo Rupestre de Altitude. Conforme RIZZINI (1979) descreve: "estes campos
rochosos compreendidos entre os campos limpos podem ser ordenados em
campos ferruginosos de canga encouraçada ou de canga nodular. São
sobremodo peculiares pela estrutura e pela flora".

Vista geral de uma formação campestre (campo rupestre e campo limpo) encontradas na área de
influência indireta do empreendimento (topo da serra).

Na área de influência direta do empreendimento se formam as lajes


lateríticas, sempre agrupadas em comunidades diversificadas, ora medrando
diretamente sobre a canga, ora ocupando as fendas e frestas por entre os
matacos de rocha fraturada predominam comunidades Portulaca mucronata, de
Velloziaceae (Vellozia compacta) ao lado de agrupamentos de bromeliáceas
Oncidium montan, Pleurothallis teres e orquídea Bulbophyllum ypanemense.
Nos terrenos com afloramentos rochosos, são vistas herbáceas tais
como, Begonia lobata e Pteridophtae diversas, além das gramíneas Panicum
notatum, Echinolaema inflexa e o capim gordura (Meliinis minutiflora), crescem

124
_________________________________________________________________________

por entre as rochas, a arnica-do-campo (Lychnophora erycoides), gervão azul


(Stachytarpheta glabra), Sinningia magnifica, Cambessedesia hilariana,
Tibouchina multiflora, entre outras.

CAMPO LIMPO
De um modo geral, como expõe Lindman (ib.), Loefgren (ib.), Warming
(1982), Campo Limpo é considerado qualquer campo central ou austral destituído
de árvores (ou com arvoretas tão esparsas que pouco se fazem notar na
fisionomia). Seu substrato acha-se revestido de gramíneas, subarbustos e ervas.
O campo limpo era uma fisionomia comum nas áreas de concessão de
lavra objeto deste licenciamento, mas em função das intervenções minerárias
pretéritas, atualmente não são mais encontrados na área de influência direta,
estando portando seus remanescentes presentes neste bioma, mas somente na
área de influência indireta.
Nos trechos onde ocorre esta formação, na área de influência direta, a
vegetação é uniformidade quebrada por pequenos agrupamentos de arbustos e
de árvores, que aparecem distribuídas, aleatoriamente, por toda a área; em
síntese a vegetação local é xerófila porque nela ocorre uma tensão d’água com
redução das dimensões e das funções no período desfavorável.
Nesses campos altimontanos sobressai o estrato graminoso-herbáceo,
geralmente sobre solos pedregosos e cascalhentos do tipo Cambissolo. As
espécies mais frequentes são os capins finos dos gêneros Andropogon, Aristida,
Axonopus, o capim flexinha (Echinolaena inflexa) e algumas Cyperaceae. As
herbáceas distribuem-se pela área, como o carobinha (Jacaranda paucifoliata),
lixeirinha (Dillenia elíptica), bate-caixa (Palicourea rigida), flor-do-sol (Gomphrena
macrocephala), carqueja (Baccharis trimera), Eremanthus incanus., Kielmeyera
coreacea, o cajuzinho (Anacardium humile) e diversas outras.

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL


Esta formação florestal ocupa as encostas e encaixes da topografia
onde existe um maior acúmulo de umidade e sedimentos oriundos das cotas mais
altas proporcionando solos mais profundos e férteis. Apresentam-se na forma de
capões ou faixas estreitas de mata, sendo classificada como remanescentes da

125
_________________________________________________________________________

Floresta Estacional Semidecidual.


Localmente, essa formação florestal é encontrada nas cotas inferiores
a 900 metros. Aproximando-se desta, a vegetação assume um gradiente
transicional para as formações campestres do Cerrado.
A Floresta Estacional Semidecidual condiciona-se à dupla
estacionalidade climática. Uma tropical, com época de chuvas intensas no verão,
seguida por estiagens acentuadas. Segue-se um período de repouso induzido por
uma estação subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada
pelo frio de inverno, podendo atingir temperaturas médias inferiores a 15 ºC
(VELOSO, 1991).
Estas matas constituem-se de fanerófitos com gemas foliares
protegidas da seca por escamas, com folhas adultas escleróticas ou
membranáceas, onde a porcentagem de árvores caducifólias situa-se entre 20 a
50% do conjunto florestal durante o inverno mais desfavorável.
Segundo o critério de classificação por faixas altimétricas, utilizado
para fins de mapeamento de grandes áreas, a formação submontana situa-se na
faixa de 50 a 500 m. Já a formação montana está situada nas faixas altimétricas
acima deste nível, até 1500 m de altitude, na região sudeste.
No inventário qualitativo dessa formação florestal na área de influência
indireta foram identificadas espécies como:
Lixeira (Aloysia virgata), Camará (Gochnatia polymorfa), Folha miúda
(Pterocarpus violaceus), Pau d'óleo (Copaifera langsdorffii), Pindaíba (Styrax
ferrugineus)¸Jacarandá caviúna (Machaerium scleroxylon), Pitanga (Eugenia
uniflora), Gonçalo (Astronium fraxinifolium), Barbatimão (Stryphnodendron
adstringens), dentre outras espécies.

126
_________________________________________________________________________

Vista geral da tipologia florestal de mata estacional comum nos encaixes da topografia no sopé da
serra. Foto da encosta norte da serra azul

6.2.2 - CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA


6.2.2.1 - Síntese Metodológica
Foram adotados três procedimentos metodológicos distintos para a
verificação da biota autóctone da região do Município de Itatiaiuçu / MG, onde se
pretende o licenciamento ambiental para a implantação de nova pilha de estéril e
rejeito do empreendimento ArcelorMittal Mineração Serra Azul, que são descritos
a seguir:
1 - A pesquisa bibliográfica teve como base a consulta a documentos e mapas
oficiais, dos quais citam-se: cartas geográficas; imagens de satélite; mapas de
localização das unidades de conservação (SIAM -
http://www2.siam.mg.gov.br/webgis/zee/run.htm; Zoneamento Ecológico
Econômico do Estado de Minas Gerais - http://www.zee.mg.gov.br/zee_externo/;
IBAMA - http://www.ibama.gov.br/zoneamento-ambiental/ucs/); Mapa Biomas do
Brasil (IBGE, 2004); Mapa Vegetação do Brasil (IBGE, 2004); Lista de Espécies
Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais (Deliberação
Normativa COPAM nº 147, de 30 de abril de 2010); Livro Vermelho da Fauna

127
_________________________________________________________________________

Brasileira Ameaçada de Extinção (Biodiversitas, 2008); Biodiversidade em Minas


Gerais – um atlas para sua conservação (Biodiversitas, 2005); Mapa de situação
e localização (IGA); Lista de Aves do Brasil (8ª edição, Comitê Brasileiro de
Registros Ornitológicos, 2009); Wiki Aves (http://www.wikiaves.com.br); Lista de
Espécies de Répteis do Brasil (2010) e Lista das Espécies de Anfíbios do Brasil
(2010), elaboradas pela Sociedade Brasileira de Herpetologia
(www.sbherpetologia.org.br); ), Guia Ilustrado de Animais do Cerrado de Minas
Gerais (CEMIG, 2003) e Guia Ilustrado de Plantas do Cerrado de Minas Gerais
(CEMIG, 2001), dentre outras fontes.

02 - Como metodologia para a realização do diagnóstico da fauna, foi realizado o


caminhamento em área de influência direta e indireta e, tratando de distâncias
maiores, a área foi percorrida em veículo automotor de passeio, onde a fauna
silvestre foi listada pela sua ordem natural de ocorrência (Vide: Inventário da Biota
Autóctone – Detalhamento de Técnicas de Amostragem). Além dos dados obtidos
em campo, foram apreciadas as informações contidas em documentos como
dados primários e secundários desenvolvidos por diversas empresas, inventários,
diagnósticos e relatórios já aprovados e desenvolvidos no município.

03 - Entrevista Diretiva-Estimulada Participante: consistiu na formulação de


perguntas previamente elaboradas, dirigidas à funcionários do empreendimento,
com apresentação de diversos livros com fotografias e desenhos esquemáticos
de elementos da fauna silvestre, com o objetivo de retificar e/ou ratificar as
informações obtidas na pesquisa de campo, além da verificação e correção dos
nomes vernáculos utilizados na localidade, dos biontes da fauna indígena que lá
ocorrem.
Obviamente que o limitado estudo que ora é apresentado, é o
resultado de um termo expedito, em função de seu breve tempo de estudo, bem
como, de se tratar de informações puramente qualitativas, considerando-se
também a sazonalidade e o objetivo final do presente trabalho.

128
_________________________________________________________________________

6.2.2.2 - Técnicas de Amostragem


A) Amostragem Itinerante Casualizada
Esta técnica fundamenta-se em caminhamentos em campo
aleatoriamente ou em locais indicados por terceiros, havendo o estabelecimento
de ponto-quadrante, que é muito útil para a obtenção de informações para
animais sésseis, no entanto, há a necessidade de que as populações estudadas
possuam distribuição aleatória. Sendo assim, é um método menos acurado
quando as populações estudadas se encontram organizadas de forma uniforme
ou agregadas. Com a metodologia de ponto-quadrante foram estabelecidos
quatro pontos nas unidades pesquisadas, atuando como centro de um plano
cartesiano, de tal forma que se possam definir quatro quadrantes. Para tal, é
importante que a distância entre os pontos seja determinada de maneira a evitar
que um mesmo indivíduo seja amostrado em dois pontos distintos, para que se
tenha a oportunidade de registrar as maiores distâncias existentes na fitocenose.
Em cada quadrante é marcado e identificado o indivíduo mais próximo do ponto
central que atenda aos critérios de inclusão da amostragem e, em seguida, é
registrada a distância deste em relação ao ponto central do quadrante. O uso
desta técnica ocorreu nos seguintes locais:
01.A: imediações de estradas e acessos,
01.B: imediações de fragmento florestal montano (típica do Complexo Fisionômico
do Cerrado, ponto abaixo e lateral esquerda, visto de frente), e
01.C.: por toda a borda da barragem de rejeitos;

B) Amostragem Seletiva
Constituiu em deslocamentos no campo (caminhamentos), em áreas de
interesse biológico, os quais possam abrigar espécies e conter informações
pertinentes e/ou significativas para o presente estudo através de estabelecimento
de parcelas. A metodologia de parcelas geralmente se constitui em estabelecer
em campo ou laboratório pequenas unidades amostrais de tamanho conhecido
que podem possuir as mais variadas formas como retângulo, quadrados ou
círculos. A alocação das várias unidades permite a repetição da metodologia em
uma grande comunidade, possibilitando uma representação adequada da

129
_________________________________________________________________________

diversidade local. Trabalhos desenvolvidos a partir de parcelas são mais comuns


em levantamentos de comunidades vegetais, mas também podem ser utilizadas
para pesquisas que englobam a fauna, inventariando animais de lenta locomoção
e/ou sésseis ou, ainda, vestígios da presença de animais no ambiente (Brower &
Zar, 1984), como pegadas e fezes (Cullen Jr. et al., 2.004). O uso desta técnica
ocorreu nos seguintes locais:
02.A.: por toda a borda da barragem por ser a área diretamente afetada;
02.B.: ponto abaixo da barragem de rejeitos; e
02.C.: por sobre as áreas circunvizinhas.
Nestes ambientes, procurou-se por pontos privilegiados de forma que
se pudesse posicionar e aí, com auxílio de aparelho para aumento da percepção
auditiva, binóculo, câmera fotográfica (de película e digital), investigou-se a
ocorrência de espécies da biota silvestre, além da procura de abrigos e ninhos.

C) Transecto de Áreas Previamente Selecionadas


Constituiu, no deslocamento em campo (caminhamento e anotações),
em linha reta, com velocidade presumivelmente constante, sobre áreas
escolhidas na planta de situação/localização readequando o trajeto quando
necessário, em função das dificuldades impostas pelo ambiente, com a listagem
pura e simples dos elementos da biota autóctone. O uso de transectos é
extremamente útil em pesquisas que visem caracterizar áreas ecotonais ou
regiões onde haja gradientes de transição entre comunidades (Brower & Zar
1984). Ao percorrer o transecto, são registrados todos os indivíduos observados
na comunidade. Há, ainda, a possibilidade de definir intervalos regulares de
distância perpendiculares ao transecto, dentro dos quais todos os indivíduos
serão diagnosticados e a distância anotada. O registro da distância perpendicular
é utilizado para o cálculo da densidade, e para estimar a densidade é necessário
o conhecimento sobre a probabilidade de observar o objeto de estudo em campo,
partindo do pressuposto que todos os indivíduos que representem o foco da
pesquisa e que estejam sobre a área do transecto sejam registrados. A
probabilidade de observação do objeto de estudo também é chamada de função
de detecção, à medida que o espécime esteja mais distante da linha do transecto,

130
_________________________________________________________________________

torna-se mais difícil a sua observação, havendo uma queda gradativa da função
de detecção. Calculadas as funções de detecção e a área inventariada, então, é
possível estimar a densidade (Cullen Jr. & Rudran 2.004). Técnica utilizada nos
seguintes locais:
03.A: por vias de acessos da área a ser utilizada, em um percurso de
aproximadamente 3.000 metros, e
03.B: por sobre vegetação campestre (área a ser utilizada, campo graminoso, e
samambaial), em um percurso de aproximadamente 4.000 metros.

D) Zoofonia
Técnica de possível utilização em determinados casos onde a
vocalização é bastante distinta, sendo para este método utilizado gravadores. Em
determinados pontos, foram instalados mini computadores portáteis e portable
compact disc system (microsysten), com a reprodução de Cantos de Aves do
Brasil, e Guia Sonoro das Aves do Brasil (CDs 1 e 2, Jacques Vielliard,
UNICAMP, 1.995), dentre outros, visando à atração de aves silvestres. A voz atrai
uma ave que não se vê ou que não se consegue ver suficientemente bem, na
densa vegetação, no vôo, na hora do crepúsculo ou à noite. A pesquisa das vozes
tem a extraordinária vantagem de possibilitar um experimento real com a ave,
reproduzindo-se uma gravação em fita magnética ou compact disc na frente de
um pássaro pode-se verificar se este reconhece ou não a voz em questão como
sendo de sua espécie (standardized playback of sound recording – Lanyon,
1969). Pode ser provado desta maneira que a respectiva voz gravada num outro
local sob outras condições (que talvez sugerisse tratar-se de outra ave), pertence
à mesma espécie. As aves pouco ou nenhum interesse têm pelas vozes de outras
espécies; elas são psicologicamente isoladas. Apenas os gritos de alarme ou de
desespero, são inteligíveis num âmbito maior. Associa-se a isto, o fato que
muitas aves são territorialistas, não permitindo a presença de outros da mesma
espécie no mesmo habitat / nicho.

E) Armadilhas / Iscas
O uso de armadilhas fotográficas e o desenvolvimento de
levantamentos etnozoológicos são outras ferramentas que auxiliam o

131
_________________________________________________________________________

conhecimento da composição da fauna em uma comunidade (Tomas & Miranda


2004), revelando dados qualitativos, ou seja, presença/ausência de espécies. O
estabelecimento em campo de armadilhas aliadas a iscas também produz
resultados satisfatórios em trabalhos com artrópodes, répteis, aves e mamíferos.
No entanto, neste caso, deve-se atentar ao formato e tamanho da
armadilha além do tipo de recurso utilizado como atrativo, pois estes influenciam
de maneira variável na captura das diferentes espécies. Para isso foram utilizadas
diversas iscas com atrativos, tais como maça, mamão, banana, laranja e tomate,
pois frutas e frutos atraem aves e inúmeros invertebrados, especialmente
formigas, borboletas, besouros, moscas, mosquitos, etc. Além destes atrativos
foram colocados bebedouros de água com açúcar para atrair principalmente
espécies de beija-flores existentes. Ainda com objetivo de atrair as espécies
locais também foram utilizadas sementes (alpiste, girassol, quirera de milho,
dentre outras) para atrair outras espécies.

6.2.2.3 - Memento Técnico de Referência


A junção de técnicas e dados utilizados no presente estudo, visando
diagnosticar qualitativamente a fauna da área que será afetada pelo
empreendimento, propiciou uma melhor compreensão sobre a diversidade da
fauna nas áreas de influência direta e indireta da região.
O rol dos elementos da fauna silvestre autóctone constou da listagem
pura e simples de sua ordem natural de ocorrência, observando-se o sexo dos
indivíduos e, sempre que possível, o dimorfismo sexual e vocalização; e se estes
se apresentam individualmente, casais, bandos ou em grupos e ainda foram
listados alguns crípticos que imprimem sons onomatopaicos ou que “fazem
música instrumental” (observação de vocalizações: whispen-song, subsong e, call
notes). Os registros basearam-se em registro fotográfico, observação direta
(visualização), identificação de cantos e chamados (zoofonia) e identificação de
sinais, tais como, carapaças, carcaças, cascos, chifres, dejetos (ou guano),
escamas, exúvias, incunábulos, pegadas, pêlos, penas, rastros, sangue,
sementes e frutas (bicadas e / ou mordidas, etc.), unhas, et caetera.

132
_________________________________________________________________________

As anotações de campo foram organizadas e tratadas a partir da


bibliografia especializada para a determinação taxonômica da fauna indígena e
reescrita, para a elaboração do presente trabalho. A determinação taxonômica
adotada para a entomofauna segue a nomenclatura proposta por Monte (1932) e
Carreira (1956, dentre outros), da anurofauna de Feio (1998), da herpetofauna de
Bücherl (1980), da avifauna segue a nomenclatura científica adotada por Meyer-
De-Schauensee (1982) e, os seus correspondentes vernáculos, de H. Sick (1985-
96), para a mastofauna segue Silva (1984, e outros). Utilizaram-se para a
nomenclatura vernacular, com exceção da avifauna, as denominações mais
comumente empregadas localmente no Estado de Minas Gerais.
A disposição e organização das listagens em que estão relacionados à
biota animal seguem e, quando possível, a escala evolutiva.

6.2.2.4 - Considerações gerais sobre a biota animal autóctone e ambientes


preferenciais dos locais estudados
A diversidade biológica dos elementos da biota silvestre animal
autóctone, entre uma e outra fisionomia vegetal da área estudada, dado o estado
de interferência antrópica resultante da implantação e operação da barragem de
rejeitos por várias décadas, é pouco significativa, conforme descrição
apresentada a seguir:

6.2.2.4.1 - O Ambiente
Para melhor delimitar o objeto do presente estudo, os ambientes nos
quais se deu a pesquisa de campo foi particularizado, apesar de tais subdivisões
estarem inseridas no mesmo domínio biogeográfico.
Isso se faz necessário, pois a ocorrência da diversidade biológica da
fauna estabelece-se em função destes ambientes, mais precisamente da
associação destes com a flora local, presença ou ausência de coleções de águas
e os nichos e sinúsias os mais diversos que foram verificados, em função destas
inter-relações. As áreas estudadas, no âmbito do empreendimento, foram:
A) Área a ser utilizada para retomada do rejeito;
B) Áreas de entorno.

133
_________________________________________________________________________

Ressalta-se que a subdivisão da área em domínios A e B é apenas


para efeito de análise, embora haja interferências mútuas na distribuição da fauna
uma vez que, mesmo sendo áreas próximas, apresentam diferentes alterações
antrópicas inerentes à atividade da mineração.

A) Área a ser utilizada para retomada da barragem de rejeito: trata-se de área


de antiga grota, ocupada com os sedimentos da barragem, formando, no seu
topo, uma grande área plana.
Neste ambiente, ocorrem alguns euribiontes da fauna indígena,
especialmente daqueles em trânsito, destacando-se da avifauna as espécies
Caracara planctus (caracará), Columbina talpacoti (rolinha-caldo-de-feijão),
Sporophilla nigricollis e Sporophilla caerulescens (papa-capim e coleiro,
respectivamente), Zonotrichia capensis (tico-tico), Saltator similis (trinca-ferro),
dentre outros poucos. Da mastofauna ocorre, segundo informações, Coendou
prehensilis (ouriço-cacheiro). Da Classe Insecta, onde em locais mais abrigados,
destacam-se os Lepidoptera e Himenoptera diversos. Dos Sauria, destacam-se
pela frequência e constância, Ameiva ameiva (calango verde, com adaptações
cromáticas) e Cnemidophorus sp. (calanguinho).

Local, a jusante da barragem, onde foram encontrados três exemplares de caudisona durissa
(cascavel).

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_________________________________________________________________________

No primeiro dia das pesquisas de campo, nas bordas do talude da atual


barragem, trabalhadores que promoviam a poda da vegetação protetora (capins
diversos) com roçadeira manual, verificaram a ocorrência de três exemplares de
Caudisona durissa (cascavel).
Do fundo do vale, avançando sobre a encosta, ocorre um emaranhado
de Cyathea sp. e Dicksonia sp. (samambaiaçus), e neste ambiente cita-se a
ocorrência de exemplares de Bothrops sp. (jararaca e jararacussu).
Esta área comporta em seus limites nascentes do córrego do Mota
(disponibilidade hídrica), habitats variados e proporciona, em determinados
porções do ambiente, proteção à fauna local.

Nascente localizada na grota lateral leste da barragem.

No interior na mata observa-se que o ruído dos veículos e máquinas


torna-se menos perceptivo, o que permite concluir que o barulho do tráfego dos
veículos contribui pouco com o afugentamento da fauna neste local, apenas,

135
_________________________________________________________________________

certamente, faz com que seus elementos procurem por habitats em porções mais
internas da área, ou seja, faz com que a fauna evite transitar e, principalmente,
habitar nas áreas da borda da referida mata.

Interior da área situada na lateral leste da barragem a ser retomada

Outro importante aspecto observado foi a existência de conectividade


desta área a outros fragmentos de mata vizinhos, o que promove o deslocamento
da fauna para estes locais, favorecendo-a na busca por alimentos e em sua
dispersão. Enfatiza-se que a conectividade apresenta a importante característica
ecológica de facilitar os fluxos biológicos.

B) Áreas de entorno da barragem: grande parte desta área é ocupada com


gramíneas plantadas para proteção do aterro da barragem de rejeitos. Somente
euribiontes em trânsito podem ser observados nestes ambientes. Em pontos mais
afastados, em relevo forte ondulado, com solos relativamente rasos em alguns
pontos e, em outros em solo cascalhento, encontram-se remanescentes /
fragmentos florestais montanos, com representantes arbóreos característicos,
típicos, e ubíquos tanto do Complexo Fisionômico do Cerrado, quanto do Domínio
Tropical Atlântico (área de tensão ecológica). Vale ressaltar que este ambiente
não será afetado com a implantação do empreendimento.

136
_________________________________________________________________________

Parte da borda do talude da barragem coberta com gramíneas, em solo pobre. Em sua maior
parte o substrato é o oriundo da movimentação de terra para construção do talude.

Remanescente florestal montano, situado na lateral da barragem, com elementos arbóreos tanto
do complexo fisionômico do cerrado e domínio tropical atlântico.

137
_________________________________________________________________________

6.2.2.5 - Inventário da Biota Autóctone


Com o presente estudo da fauna local buscou-se inventariar as
espécies ocorrentes na área abrangida pelo empreendimento listando-as nos
respectivos quadros, após as considerações sobre cada grupo. O inventário aqui
apresentado baseia-se em pesquisa bibliográfica, sendo a estes incluídos os
registros coletados em campo (observação direta) e observações indiretas.

A) Estudo dos Artrópodes


Metodologia
Para o levantamento das espécies de artrópodes que ocorrem na
região do empreendimento, foram feitas buscas ativas destes animais em campo
em área de influência direta e indireta. Foram realizadas observações sob
troncos, pedras, fazendo-se também o uso de iscas, como frutas frescas e
apodrecidas, para atrair estes animais, possibilitando assim sua observação e
identificação. Na elaboração da lista de espécies de artrópodes encontrados na
área de influência do empreendimento, foram utilizados, além dos dados
coletados nos estudos de campo, dados bibliográficos averiguados através da
pesquisa realizada.

Resultados e discussão
Os insetos são importantes pelo seu papel no funcionamento dos
ecossistemas naturais, atuando como predadores, parasitas, fitófagos,
saprófagos, decompositores da serrapilheira, polinizadores, servindo como
alimento para a fauna, entre outros. Como, em geral, os artrópodes respondem
rapidamente às mudanças ambientais e apresentam alta diversidade, são
considerados um grupo importante nos estudos sobre biodiversidade.
O levantamento efetuou-se por meio de registros oportunistas e
ordenados, oriundos de procuras ativas na área de estudo. Com a utilização das
técnicas de amostragem utilizadas no levantamento, foi possível a observação e
identificação de artrópodes que abrigam o local do empreendimento, que assim
foram classificados segundo a sua ordem, família e espécie.

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_________________________________________________________________________

Foram coletadas e reunidas informações sobre 38 espécies de


artrópodes.
Reino ANIMALIA – Filo ARTHROPODA

Classe ARACHNIDA
Aranhas, Escorpiões, Carrapatos.
ORDEM / FAMILIA / ESPÉCIE

Ordem SCORPIONIDA
Escorpiões.
Família BUTHIIDAE
OD ED OI BE
► NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR OU VERNÁCULO ◄ ▼ ▲
Tityus serrulatus Escorpião-amarelo ◄ ▲

Ordem ARANEAE
(ARANEIDA)
Aranhas, Aranhões e Aranhiços. Carbonífero a Recente.
Família SICORIIDAE
► Loxosceles sp. Aranha-marrom ◄ ▲
Família THERAPHOSIDAE
► Grammostola sp. Aranha-caranguejeira ◄ ▲
► Phoneutria nigriventer Aranha-armadeira ◄ ▲

Superclasse ACARI
Ordem IXODIDA
Carrapatos.
Família IXODIDAE
► Amblyomma sp. Micuim ◄ ▲

139
_________________________________________________________________________

Classe INSECTA
Insetos

Ordem ORTHOPTERA
Esperanças, Gafanhotos, Grilos e afins.
Superfamília GRYLLOIDEA
► Sp. 1 – a determinar Grilo-marrom-pequeno ◄ ▲
► Sp. 2 – a determinar Grilo-verde-pequeno ◄ ▲
► Eneoptera surinamensis Grilo ◄ ▲
► Gryllus assimilis Grilo-caseiro ◄ ▲

Ordem ODONATA
Libélulas.
► Sp.1 – a determinar Libélula-amarela ▲
► Sp.2 – a determinar Libélula-azul ▲
► Sp.3 – a determinar Libélula-cinza ▲
► Sp.4 – a determinar Libélula-transparente ▲
► Sp.5 – a determinar Libélula-verde ▲
► Sp.6 – a determinar Libélula-vermelha ▲

Ordem ISOPTERA
Aleluias, Cupins, Siriri, Termitas e afins.
Família TERMITIDAE
► Cornitermes sp. Cupim-de-monte ◄ ▲

Ordem HEMIPTERA
Baratas d’água, Barbeiros, Percevejos e afins.
Família COREIDAE
► Phthia sp. Percevejo-do-tomateiro ▲

140
_________________________________________________________________________

► Diactor sp. Percevejo-do-maracujá ▲


Família SCUTELLERIDAE
► Pachycaris torridus Percevejo-de-goiaba ▲

Ordem HOMOPTERA
Cigarras, Cochonilhas, Jaquitiranaboia, Pulgões e afins.
Superfamília CICADOIDEA
Família CICACIDAE
► Fidicina pullata Cigarra-cinza ◄ ▲

Ordem LEPIDOPTERA
Borboletas e Mariposas.
Família ITHOMIIDAE
► Mechanitis polymnia José-maria ▲
► Mechanitis lysimnia José-maria ▲
Família MORPHIDAE
► Morpho a. achillaena Capitão-do-mato ▲
Família DANAIDAE
► Anosia sp. Borboleta-laranjada ▲
Família PIERIDAE
► Phoebis sennae Borboleta-gema ▲
Família NYMPHALIDAE
► Heliconius e. phyllis José-maria ▲

Ordem COLEOPTERA
Besouros, Serra-paus, Joaninhas, Gorgulhos, etc.
Família PASSALIDAE
► Passalus sp. Besouro-de-tronco-podre ▲
Família SCARABACIDAE
► Dichotomius sp. Rola-bosta ▲

Ordem DIPTERA
Moscas, Mosquitos, Pernilongos e afins.
Família SIMULLIDAE

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_________________________________________________________________________

► Sp. 1. – a determinar Borrachudo ◄ ▲


Família CALLIPHORIDAE
► Cochliomyia sp. Mosca-varejeira-verde ▲
Família MUSCIDAE
► Musca domestica Mosquito ◄ ▲

Ordem HYMENOPTERA
Abelhas, Formigas e Vespas.
Família FORMICIDAE
► Acromymex sp. Quem-quem ◄ ▲
► Atta sp. Sauva ◄ ▲
► Solenopsis saevissima Lava-pés ◄ ▲
Superfamília APOIDEA
Família APIDAE
Subfamília APINAE
► Apis sp. Abelha-europa-hibrida ◄ ▲
Subfamília MELIPONINAE
► Trigona apinipes Irapuá ◄ ▲
Superfamília VESPOIDEA
Família VESPIDAE
► Polybia sp. Marimbondo-marrom ◄ ▲
► Polybia sp. Marimbondo-preto ◄ ▲
Símbolos LEGENDA Consultar e / ou Onde Encontrar Referência
OD ► Observação Direta no Campo Memento Técnico de Referência
ED ◄ Informações Colhidas Entrevistas Diretivas-Participantes
OI ▼ Observações Indiretas Memento Técnico de Referência
BE ▲ Bibliografia Especializada Síntese Metodológica e Bibliografia
- O quadro dos invertebrados não apresenta nenhuma espécie incluída na Lista da Fauna Ameaçada de
Extinção de Minas Gerais, 2008 –
Obs.: As imagens utilizadas são apenas ilustrativas.

B) Estudo dos Répteis e Anfíbios


Metodologia
O levantamento das espécies de anfíbios e répteis que ocorrem na
região se fez através de deslocamento em campo nas trilhas existentes e nos
remanescentes florestais existentes, em habitats e nichos mais úmidos. Foram
realizadas buscas nos possíveis habitats destes animais, como sob troncos,
pedras, arbustos, assim como em tocas, buracos, fendas de rochas e árvores.

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_________________________________________________________________________

Resultados e discussão
Durante os levantamentos realizados na área de influência do
empreendimento foram poucos os registros de anfíbios (sapos, rãs e pererecas).
Neste caso, algumas considerações são pertinentes: o estudo da ecologia de
anfíbios requer a realização de excursões frequentes, por períodos prolongados,
preferivelmente com a utilização de dispositivos de captura, como abrigos
artificiais e armadilhas de intercepção e queda, para a obtenção de dados mais
precisos.
Os anfíbios são animais que exigem uma grande especificidade de
ambientes para sua sobrevivência. Um fator que dificulta a observação direta dos
anfíbios em campo é a infinidade de elementos crípticos que a Classe Amphibia
abrange. Foram coletadas e reunidas informações sobre 3 espécies de anfíbios.
Reino ANIMALIA - Filo CHORDATA

Classe AMPHIBIA
Pererecas, Rãs, Salamandras e Sapos.
ORDEM / FAMILIA / ESPÉCIE

Ordem ANURA
Sapos e Rãs.
Família BUFONIDAE
Sapos.
OD ED OI BE
► NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR OU VERNÁCULO ◄ ▼ ▲
► Rhinella marina Sapo-cururu ▲
► Rhinella schneideri Sapo-boi ▲
Família HYLIDAE
Pererecas.
► Hypsiboas faber Ferreiro ◄ ▲
Símbolos LEGENDA Consultar e / ou Onde Encontrar Referência
OD ► Observação Direta no Campo Memento Técnico de Referência
ED ◄ Informações Colhidas Entrevistas Diretivas-Participantes
OI ▼ Observações Indiretas Memento Técnico de Referência
BE ▲ Bibliografia Especializada Síntese Metodológica e Bibliografia
- O quadro da anurofauna não apresenta nenhuma espécie incluída na Lista da Fauna Ameaçada de
Extinção de Minas Gerais, 2008 -
Obs.: As imagens utilizadas são apenas ilustrativas.

143
_________________________________________________________________________

Já os répteis não exigem um ambiente tão específico para a sua


sobrevivência, quando comparados aos anfíbios. Durante a pesquisa de campo
poucos indivíduos da Classe Reptilia foram observados, sendo coletadas e
reunidas informações sobre 8 espécies.
Reino ANIMALIA - Filo CHORDATA

Classe REPTILIA
Répteis.
ORDEM/FAMILIA/ESPÉCIE

Ordem SQUAMATA
Cobras e Lagartos.
Subordem SAURIA
Lagartos
Família GEKKONIDAE
OD ED OI BE
► NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR OU VERNÁCULO ◄ ▼ ▲
► Hemidactylus mabouia Lagartixa ◄ ▲
Família TEIIDAE
► Ameiva ameiva Calango-verde ◄ ▲
► Cnemidophorus sp. Calanguinho ◄ ▲
► Tupinambis teguixin Teiu ◄ ▲
Subordem OPHIDIA
Serpentes.
Família VIPERIDAE
► Caudisona durissa Cascavel ◄ ▲
Bothrops sp. Jararaca / Jararacussu ◄ ▲
Família COLUBRIDAE
► Chironius carinatus Cobra-cipó ◄ ▲
Família DIPSADIDAE
► Philodryas olfersii Cobra-verde ◄ ▲
Símbolos LEGENDA Consultar e/ou Onde Encontrar Referência
OD ► Observação Direta no Campo Memento Técnico de Referência
ED ◄ Informações Colhidas Entrevistas Diretivas-Participantes
OI ▼ Observações Indiretas Memento Técnico de Referência
BE ▲ Bibliografia Especializada Síntese Metodológica e Bibliografia
- O quadro da herpetofauna não apresenta nenhuma espécie incluída na Lista da Fauna Ameaçada de
Extinção de Minas Gerais / 2008 –
Obs.: As imagens utilizadas são apenas ilustrativas.

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_________________________________________________________________________

C) Estudo das Aves


Metodologia
A listagem geral das aves é composta pelas observações em campo
somadas a levantamento bibliográfico complementar. No trabalho de campo
foram utilizadas técnicas de observação em pontos onde se pudesse investigar a
ocorrência destes animais com o uso de câmera fotográfica, binóculo, senso
auditivo para identificação da vocalização, reprodução do canto das aves
(zoofonia) e instalação de iscas (frutas, água, sementes). Buscas por abrigos e
ninhos destes animais também foram efetuadas. O conhecimento sobre a
reprodução das aves (tipo de ninhos e ovos, aparência e comportamento de
filhotes, etc) contribui significativamente para os trabalhos de campo e na
identificação das aves.
Resultados e discussão
As aves são animais que reagem rapidamente a alterações do meio
sendo, deste modo, consideradas excelentes indicadoras das condições
ambientais. A partir dos resultados obtidos, pôde-se concluir que a área de
influência do futuro empreendimento tem uma relativa diversidade de aves,
apesar dos impactos gerados por atividades antrópicas.
Com o trabalho realizado, foi possível a identificação de 45 espécies de
aves.
Reino ANIMALIA - Filo CHORDATA

Classe Aves
Aves
ORDEM/FAMILIA/ESPÉCIE

Ordem TINAMIFORMES
Codorna, Inhambú, Macuco e Perdizes.
OD ED OI BE
► NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR OU VERNÁCULO ◄ ▼ ▲
Família TINAMIDAE

145
_________________________________________________________________________

Nothura maculosa Codorna ◄ ▲

Ordem CATHARTIFORMES
Urubus.
Família CATHARTIDAE
► Coragypes atratus Urubu ▲

Ordem FALCONIFORMES
Falcões e Gaviões.
Família FALCONIDAE
► Milvago chimachima Pinhé ◄ ▲
► Caracara plancus Caracará ◄ ▲
Falco sparverius Quiri-quiri ◄ ▲

Ordem GRUIFORMES
Carquejas, Frangos d’água, Saracuras e Seriemas.
Família CARIAMIDAE
► Cariama cristata Seriema ◄ ▲

Ordem CHARADRIIFORMES
Família CHARADRIIDAE
► Vanellus chilensis Quero-quero ◄ ▲

Ordem COLUMBIFORMES
Juritis, Pombas, Rolinhas e Afins.
Família COLUMBIDAE
► Patagioenas speciosa Trocal ◄ ▲
► Columbina talpacoti Rolinha-caldo-de-feijão ◄ ▲
► Leptotila verreauxi Juriti ◄ ▲
► Columbina squammata Fogo-pagou ◄ ▲

146
_________________________________________________________________________

Ordem PSITTACIFORMES
Araras, Papagaios, Maritacas e Periquitos.
Família PSITTACIDAE
► Aratinga leucophthalma Maracanã ◄ ▲

Ordem CUCULIFORMES
Alma-de-gato, Anus e afins.
Família CUCULIDAE
► Piaya cayana Alma-de-gato ◄ ▲
► Crotophaga ani Anu-preto ◄ ▲
► Guira guira Anu-branco ◄ ▲

Ordem STRIGIFORMES
Caburé e Corujas.
Família STRIGIDAE
► Otus choliba Corujinha-do-mato ◄ ▲
► Athene cunicularia Coruja-buraqueira ◄ ▲

Ordem APODIFORMES
Andorinhões e Beija-flores.
FamíliaTROCHILIDAE
► Amazilia lactea Beija-flor-de-peito-azul ▲
► Chlorostilbon lucidus Besourinho-de-bico-vermelho ▲
► Eupetonema macroura Beija-flor-tesoura ▲
► Phaethornis pretrei Rabo-branco-de-sobre-amarelo ▲

Ordem GALBULIFORMES
João-bobo
Família BUCCONIDAE

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_________________________________________________________________________

► Nystalus chacuru João-bobo ◄ ▲

Ordem PICIFORMES
Pica-paus, Tucanos e afins.
Família PICIDAE
► Colaptes campestris Pica-pau-do-campo ◄ ▲
► Picumnus cirratus Pica-pau-anão-barrado ◄ ▲

Ordem PASSERIFORMES
João-de-barro, Bem-te-vis, sabiás, andorinhas, e outros.
Família FURNARIIDAE
► Furnarius rufus João-de-barro ◄ ▲
► Synallaxis spixi João-teneném ◄ ▲
Família TYRANNIDAE
► Knipolegus lophotes Maria-preta-de-penacho ◄ ▲
► Tyrannus savana Tesourinha ◄ ▲
► Pitangus sulphuratus Bem-te-vi ◄ ▲
► Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno ◄ ▲
► Tyrannus melancholicus Suiriri ◄ ▲
Família HIRUNDINIDAE
► Notiochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-casa ◄ ▲
► Progne tapera Andorinha-do-campo ◄ ▲
► Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande ◄ ▲
Família MIMIDAE
► Mimus saturninus Sabia-do-campo ◄ ▲
Família TURDIDAE
► Turdus leucomelas Sabiá-barranqueiro ◄ ▲
► Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira ◄ ▲
Família COEREBIDAE
► Coereba flaveola Cambacica ◄ ▲
Família ICTERIDAE
► Gnorimopsar chopi Graúna ◄ ▲
Família THRAUPIDAE
► Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento ◄ ▲
► Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro ◄ ▲
Família EMBERIZIDAE
► Sporophila caerulescens Coleiro ◄ ▲
► Sporophila nigricollis Papa-capim ◄ ▲
► Volatinia jacarina Tiziu ◄ ▲
► Zonotrichia capensis Tico-tico ◄ ▲

148
_________________________________________________________________________

Símbolos LEGENDA Consultar e/ou Onde Encontrar Referência


OD ► Observação Direta no Campo Memento Técnico de Referência
ED ◄ Informações Colhidas Entrevistas Diretivas-Participantes
OI ▼ Observações Indiretas Memento Técnico de Referência
BE ▲ Informações Obtidas de Bibliografia Síntese Metodológica e Bibliografia
- O quadro da ornitofauna não apresenta nenhuma espécie incluída na Lista Fauna Ameaçada de
Extinção de Minas Gerais / 2008 -
Obs.: As imagens utilizadas são apenas ilustrativas.

D) Estudo dos Mamíferos


Metodologia
Para a avaliação diagnóstica da mastofauna da área de influência
direta do empreendimento foi realizada pesquisa bibliográfica, assim como
deslocamento na área em busca do registro de vestígios (pegadas, pêlos,
carcaças, abrigos, etc.) que confirmem a ocorrência destes animais no ambiente
estudado.

Resultados e discussão
De modo geral, os mamíferos silvestres dificilmente são vistos na
natureza, o que se deve, principalmente, ao fato destes animais terem hábitos
discretos, largamente crepusculares, noturnos e com identificação, às vezes,
dificultada pela brevidade da visualização.
Ressalta-se que com o trabalho foi possível a identificação de 9
espécies deste grupo.
Reino ANIMALIA - Filo CHORDATA

Classe MAMMALIA
Mamíferos.
ORDEM / FAMILIA / ESPÉCIE

Ordem DIDELPHIMORPHIA
Gambás.
OD ED OI BE
► NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR OU VERNÁCULO ◄ ▼ ▲

149
_________________________________________________________________________

Família DIDELPHIDAE
Didelphis sp. Gambá ◄ ▼ ▲

Ordem XENARTHRA
Tamanduás, Preguiças e Tatus.
Família DASYPODIDAE
Cabassous sp. Tatu ◄ ▼ ▲

Ordem CHIROPTERA
Morcegos
Família PHYLLOSTOMIDAE
Glossophaga sp. Morcego-beija-flor ◄ ▲
Família MOLOSSIDAE
Tadarida brasiliensis Morceguinho-das-casas ◄ ▲

Ordem PRIMATES
Macacos
Família CEBIDAE
► Callithrix penicillata Mico-estrela ◄ ▲

Ordem LAGOMORPHA
Lebres e Coelhos.
Família LEPORIDAE
Sylvilagus brasiliensis Tapiti ◄ ▲

Ordem RODENTIA
Roedores.
Família ERETHIZONTIDAE
Coendou prehensilis. Ouriço-cacheiro ◄ ▼ ▲

150
_________________________________________________________________________

Família CAVIIDAE
Cavia aparea Preá ◄ ▼ ▲
Família CRICETIDAE
► Oryzomys sp. Camundongo-do-mato ◄ ▼ ▲
Símbolos LEGENDA Consultar e/ou Onde Encontrar Referência
OD ► Observação Direta no Campo Memento Técnico de Referência
ED ◄ Informações Colhidas Entrevistas Diretivas-Participantes
OI ▼ Observações Indiretas Memento Técnico de Referência
BE ▲ Bibliografia Especializada Síntese Metodológica e Bibliografia
- O quadro da mastofauna apresenta três espécie incluídas na Lista da Fauna Ameaçada de Extinção
de Minas Gerais / 2008 e no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Biodiversitas,
2008).
Obs.: As imagens utilizadas são apenas ilustrativas.

6.3 - MEIO ANTRÓPICO


6.3.1 - CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE ITATIAIUÇU
6.3.1.1 - Metodologia
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho constou da
análise de dados primários e secundários.
Os dados primários foram obtidos através de visitas a campo e de
entrevistas à população das áreas de influência do empreendimento, com o
principal intuito de atualizar os dados secundários coletados. No município de
Itatiaiuçu foram entrevistados os profissionais das Secretarias de Meio Ambiente,
Obras, Educação e Saúde.
Os dados secundários foram obtidos em órgãos oficiais, tais como:
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; Secretaria de
Estatística e Informações / Secretaria de Planejamento do Estado de Minas
Gerais; Prefeitura Municipal; Câmara Municipal; SEF-MG (Secretaria de Estado
de Fazenda de Minas Gerais); Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais,
INDI (Instituto de Desenvolvimento Integrado); Fundação João Pinheiro; CEMIG;
SEE (Secretaria de Estado de Educação); EMATER-MG; SEBRAE-MG e IGA
(Instituto de Geociências Aplicadas).
Todas as informações obtidas foram selecionadas, em função do
objetivo desse trabalho, condensadas e analisadas. Esse diagnóstico serviu de
base para o levantamento dos impactos ambientais e conseqüente proposição de
medidas mitigadoras e/ou de compensação.
151
_________________________________________________________________________

6.3.1.2 - Histórico da Região


No ano de 1704 aconteceu a fundação do arraial de Itatiaiuçu pelo
bandeirante Mateus Leme. Segundo Francisco de Assis Carvalho Franco, o
bandeirante Mateus Leme, paulista, andou nas Minas Gerais nos primeiros anos
do século XVIII.

Figura 119 - Manifestação popular. Praça Antônio Quirino da silva.

Em 1750 a mineração atingia o auge e o movimento de escravos e


faiscadores lançados às águas do rio Veloso era de impressionar. Esse ouro era
armazenado na casa da reserva, seguindo posteriormente para Sabará. A referida
casa ainda existe e é atualmente de propriedade de Antônio Quirino da Silva.
O município de Itatiaiuçu é contemporâneo das eras heróicas do
descobrimento do ouro em Minas Gerais e a serra do Itatiaia era a referência
geográfica para os sertanistas que vinham de São Paulo em busca das Minas
Gerais. Porém, após a descoberta de áreas mais ricas com ouro de melhor quilate
em regiões como o Tripuí em Ouro Preto, o ribeirão do Carmo em Mariana e
Sabarabuçu em Sabará, o ouro explorado até então na serra da Itatiaia foi posto
em segundo plano.

152
_________________________________________________________________________

Figura 120 - Manifestação popular na Igreja Matriz de São Sebastião antes da construção da
torre.

No ano de 1748, o capitão Francisco de Araújo, representante da


câmara de Vila Rica (Ouro Preto) doou as terras para o patrimônio da capela do
povoado que havia nascido aos pés da serra de Itatiaiuçu em consequência da
exploração de ouro. A matriz de São Sebastião é uma obra simples e pequena,
mas planejada em estilo colonial. Foi construída na segunda metade do século
XVIII, toda em pedra originalmente, com paredes de um metro de espessura. Em
seu interior eram enterrados os mortos ilustres e no adro cercado por um muro de
pedra seca, os escravos e pessoas mais humildes. Em determinada época o
cemitério no adro da Matriz foi extinto e construído em outro local na parte mais
alta do arraial.

6.3.1.3 - Caracterização e Localização


Localizado na região central de Minas Gerais, o município de Itatiaiuçu
ocupa uma área de 295,6 km2 e faz parte da mesorregião metropolitana de Belo
Horizonte e da microrregião de Itaguara (Município Limítrofe). Sua sede possui
como coordenadas geográficas centrais a latitude sul de 20o 11’ 49” e a longitude
oeste de 44o 25’ 15”. A fotografia aérea apresentada a seguir representa boa
parte do distrito sede.

153
_________________________________________________________________________

Figura 121 - Foto aérea que abrange boa parte da área da sede urbana de Itatiaiuçu.

O município está disposto geograficamente na porção centro


meridional do estado, estando inserido na parte da microrregião do Espinhaço
Meridional, nas encostas da Serra Azul, área esta constituída por municípios da
Zona Metalúrgica e dos Campos das Vertentes.
Itatiaiuçu está localizado a uma distância de 84 km da capital do
estado, Belo Horizonte. Segundo o DER-MG (Departamento de Estradas e
Rodagem de Minas Gerais), as principais rodovias que servem de acesso ao
município são a BR-381 e a MG-431. Na tabela abaixo são apresentadas as
distâncias para as capitais dos estados da região sudeste e do distrito federal.
Tabela 34 – Distâncias entre Itatiaiuçu e capitais brasileiras

Distância do município para algumas


das principais capitais brasileiras
Capitais Distância (Km)
Belo Horizonte 84
Rio de Janeiro 495
São Paulo 520
Brasília 790
Vitória 600

DISTÂNCIAS RODOVIÁRIAS
Fonte: DER-MG

154
_________________________________________________________________________

Figura 122 - Localização do município de Itatiaiuçu no estado e em relação aos municípios


limítrofes.
Ao todo são 7 municípios limítrofes ao de Itatiaiuçu: Brumadinho,
Carmo do Cajuru, Igarapé, Itaguara, Itaúna, Mateus Leme e Rio Manso. Os
municípios de Brumadinho e Igarapé fazem limite a nordeste com o município de
Itatiaiuçu, os de Mateus Leme e Itaúna margeiam as porções norte e noroeste,
Carmo do Cajuru a oeste, o de Itaguara a sudoeste/sul e o de Rio Manso faz
limite em sua porção sudeste/leste.
O município de Itatiaiuçu é dividido em Sede Municipal, distrito de
Pinheiros, distrito de Santa Terezinha e dez povoados (Ponta da Serra,
Samambaia, Curtume, Chaves, Rio São João, Medeiros, Pedras, Morro do Pião,
Vieiras e Córrego do Paiol) (artigo 24 da Lei Municipal 1.009). As divisas dos

155
_________________________________________________________________________

distritos são definidas a partir dos perímetros urbanos dos povoados (parágrafo
único, artigo 24 da Lei 1.009).
Após análise de dados fornecidos pelo Instituto de Geociências
Aplicadas (IGA), verifica-se que o relevo do município é caracterizado como
ondulado (80%), montanhoso (15%) e plano (5%). A maior altitude (1.434 m) está
representada pelo Pico do Itatiaiuçu e a menor altitude (993 m) está situada na
represa do Benfica. No ponto central da cidade a altitude atinge 880 metros.
As principais redes hidrográficas que drenam o município de Itatiaiuçu
são o Rio Veloso, o Rio São João e o Ribeirão Itatiaia que pertencem todos à
Bacia hidrográfica do Rio Paraopeba, afluente direto do Rio São Francisco.
A temperatura média anual é de 20,5ºC, tendo média máxima anual de
27,8ºC e mínima de 14,2ºC. O índice médio pluviométrico anual equivale a 1.480
mm.

6.3.1.4 - Dinâmica Populacional


O município de Itatiaiuçu, de acordo com o último censo populacional
realizado em 2007 apresentou uma população residente de 8.953 pessoas. A
maioria destas pessoas está concentrada na área urbana, como mostra a
dinâmica populacional ao longo das últimas décadas.
De acordo com os dados dos Censos (IBGE), esta população passou a
ser predominantemente urbana a partir de 1991, onde teve início um crescimento
constante da população urbana. A população rural do município manteve-se ao
longo das últimas décadas praticamente estável com acréscimos e decréscimos
pequenos e sem relevância.

Tabela 35 - População Residente 1970 – 2007


População População População
Ano
Rural Urbana Total
1970 3.787 1.543 5.330
1980 3.349 2.077 5.426
1991 3.735 3.631 7.366
2000 3.490 5.018 8.517
2006 9.368
2007 8.953
Fonte: IBGE, 2008.

156
_________________________________________________________________________

A dinâmica demográfica do município reflete o desenvolvimento


econômico e social observado. Em 1970, Itatiaiuçu ainda não apresentava um
grau de urbanização elevado, sendo a população rural consideravelmente
superior, em torno de 71,05%, em virtude da falta de industrialização existente na
região, e devido à agricultura e à pecuária permaneceram como fonte de renda
neste período.
Com uma evolução gradativa, a partir de 1991 a população urbana já
superava a rural o que pode estar associado a um crescimento do setor industrial.
A instalação de novas empresas exploradoras das jazidas de minério de ferro
presentes no município bem como responsáveis pelo beneficiamento deste
minério provavelmente atrairam novos moradores para a região. Este crescimento
da população urbana refletiu um aumento no grau de urbanização do município.
A população rural ao longo das últimas décadas, não apresentou
variações significativas, tendo se mantida com uma média de 3.590 habitantes.
Este fato contraria a tendência nacional de exôdo rural que representa a migração
da população rural para as áreas urbanas. Isto pode estar relacionado a
importância das culturas e das criações desenvolvidas no município que pelo fato
de pertencer à regiao metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) possui um
importante mercado para a venda de seus produtos.
As taxas de crescimento da população do município ao longo das
últimas décadas apresentaram dados interessantes. Durante o intervalo entre os
anos de 1970 e 1980 o crescimento da população se apresentou muito baixo com
uma taxa de apenas 0,2%. Entre os anos de 1980 e 1991 o município apresentou
sua maior taxa de crescimento medida (IBGE) até hoje, com 2,8% e
posteriormente houve um decréscimo entre os anos de 1991 a 2000 alterando a
taxa para 1,6%.

Tabela 36 - Taxa de Crescimento Populacional.


Taxa de Crescimento %
Municipios e Região 1970/1980 1980/1991 1991/2000
Região Metropolitana de
4,7 2,5 2,4
Belo Horizonte
Belo Horizonte 3,7 1,2 1,1
Itatiaiuçu 0,2 2,8 1,6
Fonte: Perfil Demográfico do Estado de Minas Gerais, 2000. Fundação João Pinheiro - Centro de
Estatística E Informações.

157
_________________________________________________________________________

Esta importante mudança na taxa de crescimento da população entre


os anos de 1980 e 1991 está relacionada principalmente ao crescimento da
população urbana e certamente tem influência da expansão do setor da
mineração e da estrutura produtiva do município. É uma tendência que
provavelmente se confirma até os dias de hoje devido principalmente à constante
expansão das minerações presentes no município.
Com a análise das taxas de crescimento populacional do município de
Itatiaiuçu, comparadas com a da capital do estado de Minas Gerais e da região
metropolitana de Belo Horizonte podemos fazer algumas analogias. Durante os
anos de 1970 e 1980 esta se apresentou muito inferior à taxa da capital, bem
como a da região Metropolitana (RMBH), onde provavelmente o município ainda
mantinha-se de certa forma isolado dos principais eixos de crescimento do
estado. Entre 1980 e 1991 o município apresentou uma taxa de crescimento
populacional maior que o dobro da medida na capital e também maior que a
medida na região metropolitana (RMBH), o que coincide com as expansões das
atividades de mineração na região. Já entre os anos de 1991 e 2000 o município
apresentou um decréscimo em sua taxa de crescimento, mas manteve uma
paridade em relação aos índices de crescimento da capital e da região
metropolitana (RMBH).

Tabela 37 - Densidade Demográfica de Itatiaiuçu e Minas Gerais


Densidade
População
Unidade Territorial Área (Km²) Demográfica
(Habitantes)
(Habitantes/Km²)

Município de Itatiaiuçu 295,062 8.953 30,34

Estado de Minas Gerais 586.528,293 19.273.506 32,86

Brasil 8.514.876,599 183.987.291 21,60


Fonte: Perfil Demográfico do Estado de Minas Gerais, 2000. Fundação João Pinheiro -
Centro de Estatística e Informações.

De acordo com dados obtidos pelo IBGE no Censo Demográfico de


2007, o município de Itatiaiuçu apresentou uma densidade demográfica de 30,34
habitantes por Km², o que se mostrou compatível com a densidade demográfica
do estado de Minas Gerais medido em 32,86 habitantes por Km².

158
_________________________________________________________________________

A média de moradores por domicílio no município de Itatiaiuçu foi


medida, em 1991, em 4,11, e novamente medida no ano de 2000, quando
apresentou um decréscimo com um novo índice de 3,72 moradores.
Esta diminuição de habitantes por domicílio também foi observado no
estado de Minas Gerais, na região sudeste, bem como no território nacional.
Medida pelo IBGE através do Censo Demográfico, no ano de 2000 a quantidade
de moradores por domicílio no município de Itatiaiuçu (3,72) era praticamente
igual a observada no estado de Minas Gerais (3,70) e no Brasil (3,73) e não muito
distante da observada na região sudeste do país (3,52).

Tabela 38 - Média de Moradores por Domicílio.


Unidade Territorial Ano 1991 Ano 2000

Brasil 4,19 3,73


Região Sudeste 3,93 3,52
MG 4,22 3,70
Itatiaiuçu 4,11 3,72
Fonte: IBGE, Censo Demográfico - SIDRA.

De acordo com os dados repassados pela secretaria de saúde do


município, relacionados a quantidade de pessoas nascidas e número de óbitos no
intervalo referente aos últimos três anos (2006, 2007 e 2008), foi possível
observar um acréscimo em ambas as variáveis. É um aumento considerado
pouco significativo e que provavelmente está simplesmente relacionado ao
aumento da população.
As taxas de natalidade e de mortalidade ao longo dos últimos três
anos, também não sofreram mudanças significativas e apresentaram uma média
de 12,43 nascimentos e 5,92 mortes por mil habitantes respectivamente.

Tabela 39 - Taxas de Natalidade e Mortalidade em Itatiaiuçu.


Número
População Nascidos Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade
Ano de
Total vivos (por mil Habitantes) (por mil Habitantes)
Óbitos
2006 9.238 113 12,23 48 5,20
2007 8.953 114 12,73 56 6,25
2008 9.498 117 12,32 60 6,32
Fonte: Dados: Secretaria Municipal de Saúde - Itatiaiuçu

159
_________________________________________________________________________

Desde a década de 70 vem ocorrendo uma nítida diminuição na taxa


de natalidade no Brasil. Medida no ano de 1999, esta taxa apresentou 21,2
nascimentos por mil habitantes. Este índice vem se distanciando dos medidos em
países subdesenvolvidos e se aproximando de índices medidos em países
considerados de primeiro mundo.
A taxa de natalidade média dos últimos três anos (2006 - 2008) do
município de Itatiaiuçu apresentou um total de 12,43 nascimentos por mil
habitantes e se encontra bem próxima de alguns países desenvolvidos.
Já a taxa de mortalidade total no Brasil apresentou um grande declínio
de 1950 a 1970, e desde então vem caindo em pequenas proporções, atingindo
no ano de 1999 um índice de 6,9 mortos por mil habitantes.
A taxa de mortalidade média dos últimos três anos (2006 - 2008) do
município de Itatiaiuçu apresentou um total de 5,92 mortes por mil habitantes e se
encontra abaixo de índices medidos em alguns países desenvolvidos.

6.3.1.5 - Uso do Solo


A análise do uso do solo na região objetiva mostrar, em primeiro lugar,
a infraestrutura viária disponível e, a seguir, discutir as questões referentes ao uso
do solo rural e urbano, condicionados não só pelos recursos naturais existentes,
como também pela estrutura de propriedade da terra.

6.3.1.5.1 - Infraestrutura Viária


A exploração dos recursos naturais de uma região é altamente
influenciada por sua localização em relação aos principais pólos de
desenvolvimento do estado ou país, determinando, muitas vezes, as facilidades
de transporte para escoamento da produção e mesmo a viabilidade econômica de
certas atividades produtivas.
Em termos de infraestrutura viária verifica-se que a área em estudo tem
posição privilegiada em relação a um dos principais centros urbanos do país, a
cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Tem posição
também privilegiada em relação à principal capital do país (São Paulo) por se
posicionar às margens da rodovia federal Fernão Dias (BR 381) que interliga

160
_________________________________________________________________________

estas duas capitais.


Outra importante via de acesso liga o município de Itatiaiuçu ao
município de Itaúna e consequentemente ao município de Divinópolis. Esta
comunicação rodoviária é feita pela rodovia estadual MG - 431, que corta a sede
urbana do município estudado. Esta via foi historicamente muito importante para o
desenvolvimento do empreendimento, interligando a mina ao principal pólo
guseiro de Minas Gerais.
Em levantamento feito junto às rodoviárias, verificou-se que a região
apresenta vários horários de ônibus para a capital do Estado (Belo Horizonte),
que funciona como pólo rodoviário para seus moradores que ali fazem transbordo
e se dirigem a outros locais do país.

6.3.1.5.2 - Uso Rural


As principais informações utilizadas na análise do uso rural do solo
foram coletadas pelo Censo Agropecuário e se referem à estrutura fundiária, à
condição do produtor, propriedade e utilização das terras. A estrutura fundiária
prevalecente em uma região é altamente influenciada pela propriedade das terras
e a condição dos produtores que nelas trabalham.
Segundo dados fornecidos pelo IBGE, o município de Itatiaiuçu possuía
em 1996, um total de 294 estabelecimentos rurais cadastrados. Destes, a grande
maioria representada por 261 estabelecimentos (88,77%), se enquadra na
categoria das pequenas propriedades com até 100 hectares. Das consideradas
médias propriedades rurais com extensão de terra entre 100 e 500 hectares
existiam cadastradas em 1996 apenas 31 estabelecimentos o que corresponde a
10,54% do total. E por fim, das propriedades consideradas como de grande porte,
com mais de 500 hectares de extensão, no ano de 1996 existiam apenas duas
cadastradas correspondendo a apenas 0,68% do total.
No município de Itatiaiuçu tem-se um grande número de
estabelecimentos agropecuários pequenos ocupando uma proporção significativa
da área total. Grande parte destes estabelecimentos rurais está voltada para o
desenvolvimento da horticultura ou transformou-se em sítios de lazer, em geral
com proprietários residentes nas áreas urbanas do município de Itatiaiuçu e de

161
_________________________________________________________________________

outros municípios da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Esta


relação incomum à maioria dos municípios brasileiros é possível devido à
necessidade de abastecimento da capital do estado e de outros municípios que
compõem a RMBH em relação a alimentos e também em lazer.
Quadro 16 - Caracterização fundiária do município de Itatiaiuçu - 1996

N° de
Grupos de Área Total Condição Legal das Terras
Propriedades

Terras próprias 247


Terras arrendadas 17
Total
Terras em parceria 11
Terras ocupadas 19
Terras próprias 5
Terras arrendadas 1
Menos de 1 ha
Terras em parceria -
Terras ocupadas -
Terras próprias 6
Terras arrendadas 1
1 a menos de 2 ha
Terras em parceria 4
Terras ocupadas 2
Terras próprias 28
Terras arrendadas 8
2 a menos de 5 ha
Terras em parceria 5
Terras ocupadas 7
Terras próprias 28
Terras arrendadas 2
5 a menos de 10 ha
Terras em parceria 2
Terras ocupadas 4
Terras próprias 52
Terras arrendadas 1
10 a menos de 20 ha
Terras em parceria -
Terras ocupadas 2
Terras próprias 66
Terras arrendadas -
20 a menos de 50 ha
Terras em parceria -
Terras ocupadas 3
Terras próprias 30
Terras arrendadas 3
50 a menos de 100 ha
Terras em parceria -
Terras ocupadas 1
100 a menos de 200 ha Terras próprias 24

162
_________________________________________________________________________

N° de
Grupos de Área Total Condição Legal das Terras
Propriedades
Terras arrendadas 1
Terras em parceria -
Terras ocupadas -
Terras próprias 6
Terras arrendadas -
200 a menos de 500 ha
Terras em parceria -
Terras ocupadas -
Terras próprias 2
Terras arrendadas -
500 a menos de 1.000 ha
Terras em parceria -
Terras ocupadas -

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário - SIDRA.-Tabela 306

Muitos destes estabelecimentos considerados como pequenas


propriedades são, usualmente, resultado da fragmentação por herança de
estabelecimentos maiores. Seus moradores, freqüentemente, trabalham em
outras atividades ou em outros estabelecimentos rurais para complementar a
renda familiar e utilizam o terreno para atividades de subsistência.
Os 294 estabelecimentos rurais cadastrados no município ocupam uma
área total de 11.708,755 hectares. A grande maioria está representada por terras
próprias, com um total de 247 estabelecimentos rurais ocupando uma área de
11.157,105 hectares. O número de estabelecimentos próprios corresponde a
84,01% do total e a área ocupada por este tipo de propriedade corresponde a
95,29% da área total dos estabelecimentos rurais cadastrados no município.

Tabela 40 - Estrutura Fundiária Relacionada à Condição do Produtor e da Área das


Propriedades.
Condição do
N° Propriedades Porcentagem Área (ha) Porcentagem
produtor
Total 294 100% 11.708,755 100,00%
Proprietário 247 84,01% 11.157,105 95,29%
Arrendatário 17 5,78% 280,850 2,40%
Parceiro 11 3,75% 28,200 0,24%
Ocupante 19 6,46% 242,600 2,07%
Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 1996 – SIDRA – Tabelas 312 e 314.

163
_________________________________________________________________________

As terras arrendadas correspondem a apenas 17 estabelecimentos


(5,78%) com uma área de 280,850 hectares, o que representa 2,40% da área
total dos estabelecimentos rurais cadastrados. As terras gerenciadas em parceria
correspondem a 11 estabelecimentos rurais (3,75%) e representam apenas
0,24% da área total dos estabelecimentos cadastrados (28,200 hectares). Por
último, as terras ocupadas correspondem a 19 estabelecimentos rurais (6,46%) e
representam 2,07% (242,600 hectares) da área total ocupada pelos
estabelecimentos rurais cadastrados.

6.3.1.5.3 - Uso Urbano


Para análise do uso urbano foi considerado somente a sede municipal,
por ser polarizadora de população, não sendo, portanto, detalhado neste estudo,
os demais distritos e núcleos urbanos da região.
A sede urbana do município de Itatiaiuçu apresenta em determinados
locais como, por exemplo, às margens do ribeirão Itatiaia, ruas com traçados
irregulares e rampas com inclinações acentuadas, fruto de uma ocupação
espontânea ao longo dos anos. O desenvolvimento urbano associado ao início da
formação do município se adaptou à topografia e às necessidades da época,
implicando em um povoamento preferencialmente nas margens dos cursos
d’água.
Após o desenvolvimento e industrialização do município foram surgindo
os bairros e as ruas planejadas. Nos dias de hoje, a sede urbana de Itatiaiuçu
apresenta bairros planejados com ruas paralelas, construídos em áreas de relevo
suave. Existem também bairros populares novos, como por exemplo, o bairro São
Francisco que apresenta conjuntos de casas populares, com ruas planejadas
construídas em áreas de relevo suave.
Os municípios possuem disposições legais de zoneamento do solo
urbano. Os municípios, também possuem a Lei Orgânica, que dá as diretrizes
gerais. Constatou-se que as diretrizes contam com capítulo relacionado com o
meio ambiente que é apresentado a seguir.

164
_________________________________________________________________________

Lei Orgânica - Município de Itatiaiuçu


Capítulo IV - Do Meio Ambiente
“Art. 186. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público Municipal e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as gerações presentes e futuras.
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público
Municipal, entre outras atribuições:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II – preservar as florestas, a fauna e a flora, inclusive controlando a extração,
captura, produção, comercialização, transporte e consumo de seus
espécimes e subprodutos, vedadas as práticas que colocam em risco sua
função ecológica, provoquem extinção de espécie ou submetam os animais
a crueldade;
III – estimular e promover o reflorestamento com espécies nativas,
objetivando principalmente a proteção de encostas e dos recursos hídricos;
IV – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de recursos hídricos e
minerais;
V – implantar e manter hortos florestais para a produção de espécies
adaptadas a arborização de logradouros públicos e a recomposição da flora
nativa;
VI – definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de
lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção;
VII – exigir, na forma da lei, para a instalação de obras ou atividades
potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
VIII – fiscalizar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco a vida, para a qualidade de
vida e para o meio ambiente;

165
_________________________________________________________________________

IX – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do Meio Ambiente.
§2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma de lei.
§3º O ato lesivo ao meio ambiente sujeitará o infrator, pessoa jurídica, a
interdição temporária ou definitiva de suas atividades, sem prejuízo das
demais sanções administrativas e penais, além da obrigação de sanar o
dano causado.
Art. 188. É vedado ao Poder Público contratar e conceder privilégios a quem
estiver em situação de irregularidade face às normas de proteção ambiental.
Art. 189. Cabe ao Poder Público:
I – implantar medidas corretivas e preventivas para recuperação dos
recursos hídricos;
II – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
III – implantar e manter áreas verdes de preservação permanente;
IV – definir o uso e a ocupação do solo, do subsolo e das águas, através de
planejamento tecnicamente recomendável e menos prejudicial ao meio
ambiente;
V – fiscalizar a emissão de poluentes por veículos automotores e estimular a
implantação de medidas e o uso de tecnologias adequadas que venham
minimizar seus efeitos lesivos ao meio ambiente;
VI – garantir o amplo acesso dos interessados às informações sobre as
fontes e causas produtoras da degradação ambiental;
VII – exigir a construção por parte daqueles que exploram recursos minerais
no município, de barragens e outros meios de proteção às encostas, aos
rios, aos córregos, suas nascentes e margens;
VIII – proibir o lançamento de resíduos de minérios e de outros materiais,
assim como de qualquer produto ou substância em locais que venham
assorear ou poluir os cursos d’água, suas margens e nascentes;
IX – promover medidas administrativas e judiciais contra os causadores da

166
_________________________________________________________________________

poluição ou degradação ambiental;


X – executar o serviço de limpeza urbana, coleta e destinação final do lixo,
em condições de segurança para a população.
Art. 190. O município deverá articular-se com os órgãos federais e estaduais
e ainda, quando for o caso, com outros municípios para a solução de
problemas comuns relativos à proteção ambiental.”

6.3.1.6 - Aspectos Econômicos


A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde está inserido
o município de Itatiaiuçu é a terceira maior aglomeração urbana do Brasil, com
uma população estimada de 5.397.438 habitantes em 2008 segundo Censo IBGE.
É também o centro político, financeiro, comercial, educacional e cultural de Minas
Gerais, representando em torno de 40% da economia e 25% da população do
estado.
Gráfico 2 - Produto Interno Bruto (PIB) Per Capta do Município e das Principais Unidades
Territoriais Associadas, 2006.

25.000,000
Minas Gerais
19.214,120
20.000,000
Região Metropolitana de
14.906,900 Belo Horizonte
15.000,000
12.735,010 Itaguara
11.027,750
10.000,000
7.539,440 Itauna

5.000,000 Itatiaiuçu

0,000
PIB per capta

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), C.E.I. 2006

Segundo a Fundação João Pinheiro (FJP-CEI), a região metropolitana


de Belo Horizonte (RMBH) em 2006 apresentou um PIB de R$ 74.163.708.032,00
representando assim o 1° lugar de Minas Gerais, dos quais aproximadamente
45% pertenciam à cidade de Belo Horizonte. O município de Itatiaiuçu obteve
também em 2006, um PIB total de R$ 179.997.868,00 reais o que conferiu a 21ª
posição no ranking da RMBH. Da mesma forma, O município atingiu a 5ª

167
_________________________________________________________________________

colocação em relação ao PIB per capta da região com R$ 19.214,12 reais.


Itatiaiuçu está localizado na microrregião do município de Itaguara. O
seu PIB per capta, além de ser o quinto mais alto da RMBH, é também mais alto
que o medido no estado de Minas Gerais, nos municípios vizinhos de Itaguara e
Itaúna, bem como da própria Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isso
provavelmente está associado aos altos impostos pagos pelas indústrias de
mineração e metalurgia instaladas no município e da pequena população se
comparada principalmente ao município de Itaúna.
Já o PIB total bruto medido no município de Itatiaiuçu no ano de 2006
(R$ 179.997.868,00 reais) foi mais que o dobro do adquirido em Itaguara (R$
88.724.115,00 reais) durante o mesmo ano. Em relação ao município vizinho de
Itaúna, com um PIB total medido também em 2006 igual a R$ 1.077.356.011,00
reais, o PIB total de Itatiaiuçu medido se apresentou quase 5 vezes menor.
Os dados secundários obtidos na Fundação João Pinheiro (F.J.P.), no
Centro de Estatística e Informações (C.E.I.), indicam que no intervalo entre 2002
e 2006 houve um crescimento constante do Produto Interno Bruto total do
município de Itatiaiuçu.

Tabela 41 - Distribuição do PIB Per Capta e Concentração Bruta. Unidades Territoriais – 2006.

PIB per capta PIB Total


Unidade Territorial
(R$) (R$ 1000)

Minas Gerais 11.027,750 214.813.511,000


Região Metropolitana
14.906,900 74.163.708,032
de Belo Horizonte
Itaguara 7.539,440 88.724,115
Itaúna 12.735,010 1.077.356,011
Itatiaiuçu 19.214,120 179.997,868
Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), C.E.I. 2006.

Em relação aos setores de atividade econômica no município, no ano


de 2006, o maior responsável pelo PIB foi o setor Industrial com 61,62% do total o
que corresponde a R$104.923.000,00 reais. Isso se deve principalmente às
grandes minerações de Ferro instaladas na serra Azul e de Indústrias
Siderúrgicas instaladas próximas à sede Urbana da cidade. De 2002 a 2006 o

168
_________________________________________________________________________

setor apresentou crescimento constante e podemos destacar o intervalo entre os


anos de 2003 e 2004 onde o PIB praticamente dobrou. Este fato provavelmente
está associado a um aquecimento do mercado da mineração de ferro para
atender demandas internas e principalmente internacionais como de países como
a China e a Índia.
Gráfico 3 - Distribuição do PIB por Setor de Atividade Econômica. Itatiaiuçu, 2006.

6%
33%

61%

Agropecuário Indústria Serviços

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), C.E.I. 2006.

O setor de serviços de Itatiaiuçu é o segundo mais importante e


correspondeu a 32,67% do total produzido em 2006, com R$ 55.625.000,00
reais. Durante o intervalo de tempo supracitado obteve um crescimento constante
sem grandes diferenças o que provavelmente está associado ao
acompanhamento do crescimento do setor industrial e consequentemente da
população.
Tabela 42 - Distribuição do PIB por Setor de Atividade Econômica. Itatiaiuçu, 2002-2006.
Agropecuário Indústria Serviços Total (R$
Ano
(R$ 1000) (R$ 1000) (R$ 1000) 1000)
2002 9.093 23.829 23.092 56.014

2003 10.704 44.156 28.192 83.052

2004 10.727 84.306 36.519 131.552

2005 11.318 86.006 42.648 139.972

2006 9.740 104.923 55.625 170.288


Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), CEI 2006.

Já o setor Agropecuário se apresentou estável durante este mesmo


intervalo de tempo, com um crescimento constante apesar de pequeno entre os
anos de 2002 e 2005 e uma leve queda em 2006. Este setor de atividade

169
_________________________________________________________________________

econômica no ano de 2006 correspondeu a apenas 66% do PIB bruto com um


total de R$ 9.740.000,00 reais.
A participação do setor agropecuário, ainda que de menor porte na
composição do PIB, indica, entretanto, que o setor se apresenta estável, podendo
se destacar as produções de horticulturas que abastecem o mercado interno e
também o mercado de consumo de alimentos da RMBH. Os aspectos de
produção do setor agropecuário serão apresentados no próximo item desse
estudo.
A Tabela a seguir apresenta os dados da arrecadação municipal, no
período 2002 a 2006, em relação ao ICMS, a outros tipos de receitas e ao Total.
Tabela 43 - Arrecadação Municipal de Impostos. Itatiaiuçu, 2002-2008.

Outros
Ano ICMS Total
impostos

2002 1.577.863,00 438.664,00 2.016.527,00


2003 5.770.206,00 419.117,00 6.189.323,00
2004 12.687.864,00 955.652,00 13.643.516,00
2005 19.390.998,00 1.084.195,00 20.475.193,00
2006 28.428.261,00 1.236.281,00 29.664.542,00
2007 27.680.834,97 1.973.637,10 29.654.472,07
2008 44.164.159,46 1.881.781,14 46.045.940,60
Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda - SEF/MG

Outra forma de correlacionar a renda com o nível de vida da população


via oferta de serviços públicos municipais é através das receitas municipais
disponíveis. Desde 2002 até os dias de hoje de acordo com dados coletados na
Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/MG) as arrecadações de impostos pelo
município de Itatiaiuçu vem crescendo. A taxa de crescimento do ICMS entre os
anos de 2002 a 2008 apresentou um alto grau de desenvolvimento, passando de
R$ 1.577.863,00 para R$ 44.164.159,46, o que representa um aumento de
2798,98%. Os intervalos mais significativos foram entre os anos de 2003 para
2004 onde a arrecadação do ICMS foi maior que o dobro do anteriormente
medido e posteriormente entre o ano de 2007 e 2008 onde a mesma arrecadação
obteve um aumento de 159,54%.
A principal fonte de arrecadação de impostos do município de Itatiaiuçu
pelo menos ao longo dos últimos 7 anos (2002 a 2008) está relacionada ao ICMS

170
_________________________________________________________________________

com uma arrecadação em 2008 de R$ 44.164.159,46, o que corresponde a


95,91% do total adquirido pela prefeitura. Esta arrecadação desproporcional do
ICMS em relação aos outros tipos de impostos está associada ao grande
crescimento do setor Industrial e de serviços ocorrido na última década.
Como efeito de comparação às arrecadações de dois municípios
vizinhos, o valor total de impostos arrecadados por Itatiaiuçu em 2008 é bem
inferior ao de Itaúna, com uma diferença de R$ 24.633.875,15 e bem superior ao
arrecadado em Itaguara com uma diferença de R$ 38.844.141,21 reais.
Nitidamente, Itatiaiuçu, dentre estes três municípios, é o mais dependente da
arrecadação do ICMS com uma representação de 95,91% do total arrecadado
enquanto Itaúna e Itagura apresentam respectivamente 75,80% e 67,75% do total
de impostos arrecadados no ano de 2008.
Tabela 44 - Arrecadação Municipal de Impostos dos Municípios de Itatiaiuçu, Itaúna e Itaguara -
2008.
Outros
Municípios ICMS % % Total %
Impostos
Itatiaiuçu 44.164.159,46 95,91% 1.881.781,14 4,09% 46.045.940,60 100%
Itaúna 68.798.034,61 75,80% 21.961.773,93 24,20% 90.759.808,54 100%
Itaguara 5.320.018,25 67,75% 2.532.003,62 32,25% 7.852.021,87 100%
Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda - SEF/MG

Arrecadação da CFEM
Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a
Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) é devida aos Estados,
ao Distrito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da administração da União,
como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus
respectivos territórios.
A Compensação Financeira é devida por quem exerce atividade de
mineração em decorrência da exploração ou extração de recursos minerais e
cabe 65% de sua arrecadação ao município, 23% ao Estado e 12% para a União.
Os recursos originados da CFEM não podem ser aplicados em
pagamento de dívida ou no quadro permanente de pessoal da União, dos
Estados, Distrito Federal e dos Municípios. As receitas deverão ser aplicadas em
projetos, que direta ou indiretamente revertam em prol da comunidade local, na

171
_________________________________________________________________________

forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e


educação.
Para se ter uma noção de sua importância, através de informações
colhidas no site do DNPM na internet, no ano de 2008 no Estado de Minas Gerais
foi arrecadado um valor total de R$ 96.417.056,56, sendo que neste mesmo
período, coube ao município de Itatiaiuçu, a importância arrecadada de R$
3.613.147,15.

6.3.1.7 - Estrutura Produtiva


A economia do município de Itatiaiuçu foi responsável pela ocupação
de 3.395 pessoas no ano de 2000 (IBGE). O setor de serviços concentrava na
época o maior número de indivíduos (1.275), seguido do industrial com 986
pessoas, o agropecuário, de extração vegetal e de pesca com 878 pessoas e
finalmente do setor de comércio de mercadorias com 256 pessoas.
Gráfico 4 - Distribuição de Pessoas por Setor de Atividade Econômica. Itatiaiuçu, 2000.

26%
Agropecuário, extração
vegetal e pesca
37%
Industrial

Comércio de
Mercadorias
Serviços

8% 29%

Fonte: IBGE, Censo comercial, 2000.

O Censo 2005 do IBGE identificou no município empresas de


mineração; siderurgia; agricultura; pecuária; silvicultura; pesca; exploração
florestal; extrativistas; transformação; distribuição de eletricidade; gás e água;
construção; comércio; reparação de veículos automotores; objetos pessoais e
domésticos; alojamento; alimentação; transporte; armazenagem; comunicações;
intermediação financeira; atividades imobiliárias; educação e saúde.

172
_________________________________________________________________________

Tabela 45 - Principais Rebanhos Criados.


Setores de Atividade Econômica Nº. de Pessoas

Agropecuário, extração vegetal e pesca 878


Industrial 986
Comércio de Mercadorias 256
Serviços 1.275
TOTAL 3.395
Fonte: Instituto de Geografia e Estatística - IBGE, 2000.

O Setor Industrial do município está representado principalmente pelas


minerações de ferro instaladas na Serra Azul e por siderurgias que diretamente e
indiretamente alavancam o setor de serviços e comércio de mercadorias. A
agricultura, o comércio e os serviços constituem os setores de apoio para as
atividades básicas regionais, com sua dinâmica fortemente dependente do
desenvolvimento dessas atividades.
Tabela 46 - Número de Empresas, Pessoal Ocupado e Salários, 2007.

Pessoal Pessoal
Número de Salário médio
Ano ocupado ocupado
Unidades Mensal
Total Assalariado
2,7 salários
2007 197 1.984 1.777
mínimos
Fonte: IBGE 2007, Cidades - Sinopse.

De acordo com dados fornecidos pelo IBGE, em 2007 existiam


cadastradas 197 empresas, com um total de 1.984 pessoas registradas. Destas,
1.777 eram assalariadas e as outras configuravam sócios e/ou parceiros.

6.3.1.7.1 - Setor Primário


O setor Primário, representado pela agropecuária, a extração vegetal e
a pesca é o de menor relevância no município de Itatiaiuçu, contando com o
menor número de empregados e também com a menor contribuição para o PIB
total bruto.

173
_________________________________________________________________________

Tabela 47 - Distribuição da produção agropecuária


N° de
Utilização das terras Porcentagem
Estabelecimentos

Lavouras permanentes 181 40,40%

Lavouras temporárias 267 59,60%


Fonte: IBGE, Censo Agropecuário. SIDRA, Tabela 309.

Os produtos gerados pela extração vegetal e pela silvicultura também


têm seu lugar na economia do município. Segundo estudo direcionado para a
Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, realizado em 2006 pelo IBGE, as
atividades produziram respectivamente 1.060 m 3 de madeiras e lenhas, com valor
de 53 mil reais e 2.810 m3 de lenhas com valor de 141 mil reais.
O número total de lavouras cadastradas no Censo do IBGE de 1996
era de 448 unidades. As lavouras permanentes do município somam 181
unidades o que corresponde a 40,40% do total e o número de lavouras
temporárias soma 267 unidades o que corresponde à grande maioria com 59,60%
do total cadastrado.
O rendimento médio dos principais produtos agrícolas é destacado pela
produção de tomate com 55 mil kg/ha, seguido da cana-de-açúcar com 40 mil
kg/ha, a de batata doce com 20 mil kg/ha, a de banana com 17 mil kg/ha, a de
limão com 15 mil kg/ha e a de mandioca com 12 mil kg/ha. Além dessas culturas,
no ano de 2007 ainda foram produzidos milho, feijão em grão e café.
Tabela 48 - Principais Produtos Cultivados, 2007.
Produto Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (Kg/ha)
Banana 30 510 17.000,00
Batata-Doce 15 300 20.000,00
Cana-de-açúcar 40 1.600 40.000,00
Café (Beneficiado) 15 14 933,33
Feijão (em grão) 33 34 1.030,30
Limão 8 120 15.000,00
Mandioca 6 72 12.000,00
Milho (em grão) 150 750 5.000,00
Tomate 25 1.375 55.000,00
Fonte: INDI, Censo Agropecuário 2007 - IBGE.

174
_________________________________________________________________________

Esses produtos qualificam a característica edafoclimática da região


para a produção da lavoura permanente, temporária e de silvicultura, o que dá
suporte para o crescimento dos outros setores de atividade econômica.
Tabela 49 - Principais Rebanhos Criados.

Tipo de Rebanho N° de Cabeças

Asininos 40
Bovinos 7.758
Bubalinos 35
Caprinos 140
Equinos 550
Galinaceos 31.852
Muares 85
Ovinos 110
Suinos 2.615
Fonte: INDI, Censo Agropecuário 2007, IBGE.

As atividades de agropecuária realizadas no município, segundo dados


do IBGE no ano de 2007, estão relacionadas em sua maioria pela criação de
bovinos e galináceos, com 7.758 e 31.852 cabeças, respectivamente. A criação
de suínos também recebe destaque com suas 2.615 cabeças. Além dessas, em
Itatiaiuçu ainda são criados asininos com 40 cabeças cadastradas, bubalinos com
35 cabeças cadastradas, caprinos com 140 cabeças cadastradas, equinos com
550, muares com 85 e ovinos com 110.
Na pecuária, destacam-se a criação de bovinos com o maior número
de estabelecimentos, representados por 213. Em seguida vem a criação de
suínos com 62 estabelecimentos, a de aves com 42, a de ovinos com 6, caprinos
com 2 e bubalinos com apenas 1. Ainda existem cadastrados estabelecimentos
que criam equinos, coelhos, muares, asininos e abelhas.
Em relação à produção animal, existem 125 estabelecimentos que
produzem leite de vaca e outros direcionados para a produção de leite de búfala e
de cabra. No ano de 2007 segundo dados do IBGE, o município produziu 4.958
mil litros de leite e 78.000 dúzias de ovos além de 170 quilos de lã e 8.200 quilos
de mel de abelha.

175
_________________________________________________________________________

Tabela 50 - Produção Agropecuária, 2007.

Tipo de produção animal Produção

Leite de vaca 4.958 mil litros


Lã 170 Kilos
Ovos de galinha 78.000 dúzias
Mel de Abelha 8.200 Kilos
Fonte: IBGE 2007, Cidades - Sinopse

6.3.1.7.2 - Indústria extrativa mineral / Siderurgia


Segundo dados fornecidos pelo DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral), o município possui grandes reservas de minerais metálicos. O
principal bem mineral presente nas jazidas da região, mais especificamente na
Serra Azul é o minério de Ferro e associado a estas jazidas existem atualmente
empresas de grande e médio porte trabalhando com sua extração. Existem
também segundo o mesmo órgão supracitado, jazidas de manganês e de grafita
no município.
As atividades relacionadas com a extração de minério de Ferro das
jazidas presentes na Serra Azul são de grande importância para o município.
Estas são responsáveis atualmente por grande parte da oferta de empregos
diretos e indiretos do município. Os empregos diretos gerados por esta atividade
estão relacionados à pesquisa mineral, a extração das rochas e ao
beneficiamento primário que o minério extraído recebe. Os empregos indiretos
estão relacionados a todo suporte envolvido no funcionamento das minas que
estão ligados desde a manutenção das máquinas e veículos pesados utilizados
neste seguimento, bem como o suporte de elementos básicos como alimentação
e transporte para os funcionários. Estes empregos indiretos fazem parte do setor
terciário da econômia do município e estão relacionados a atividades de comércio
de mercadorias e prestação de serviços.

176
_________________________________________________________________________

BANCADAS DA MINA A CÉU ABERTO DA


ARCELORMITTAL. MINERAÇÃO SERRA AZUL S/A.

Outro importante segmento da economia está relacionado às


atividades de Siderurgia e fundição que além de gerar empregos diretos, assim
como a mineração, também é responsável pela criação de inúmeros postos de
trabalho indiretos e pelo aquecimento do setor Terciário da economia. De acordo
com dados fornecidos pela prefeitura de Itatiaiuçu existem atualmente (2009)
cinco empresas neste seguimento, sendo que uma das mais tradicionais é a
Siderurgia São Sebastião de Itatiaiuçu S/A.

SIDERURGIA SÃO SEBASTIÃO DE ITATIAIUÇU S/A. ÀS


MARGENS DA RODOVIA QUE LIGA O MUNICÍPIO A
ITAÚNA.

177
_________________________________________________________________________

A cidade também possui indústrias de Fabricação de Produtos


Químicos, de reaproveitamento de Sucata, de Biodiesel e de Beneficiamento de
Resíduos Siderúrgicos.

Quadro 17 - Principais Indústrias. Itatiaiuçu, 2009.


Atividade Nome das empresas
ArcelorMittal - Mineração Serra Azul S/A
Usiminas - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A
MBL - Materiais Básicos Ltda.
Minerações Minerita - Minério Itaúna Ltda
CMC - Companhia Mineira de Concentração de Minérios
Ltda
Ferrous Resources do Brasil S.A. (Santanense)
Fabricação de produtos
Explosivos Magnum Ltda.
químicos
Siderurgia São Sebastião de Itatiaiuçu S/A
IMA - Indústria Metalúrgica Amaral Ltda
Siderurgia e Fundição Itahata Corpos Moedores Ltda
Sinterita - Sintetização de Minério de Ferro Ltda
Italuminos - Indústria e Comércio de Alumínios Ltda
Sucata Sufer Comércio e Indústria Ltda
Biodiesel Biominas Indústria de Derivados Oleaginosos Ltda
Beneficiadora de Resíduos
Tecnotrans Beneficiadora de Resíduos Siderúrgicos Ltda
Siderúrgicos
Fonte: INDI, Cadastro de Empresas do IBGE - CEMPRE

6.3.1.7.3 - Setor Terciário


O setor terciário da região, como já mencionado, tem papel de grande
relevância na economia da região, servindo principalmente ao atendimento das
indústrias locais. Este setor dá grande suporte ao desenvolvimento das atividades
industriais através da contratação de serviços de empreitada, da manutenção de
máquinas e veículos e do fornecimento de estruturas básicas que vão desde a
alimentação até mesmo o fornecimento de serviços básicos como farmácia,
bancos, hospedagem entre muitos outros.
Segundo dados da EMATER, os principais estabelecimentos
comerciais operantes no município estão ligados ao atendimento às demandas
básicas da população, especialmente gêneros alimentícios, podendo-se afirmar
que o comércio local atende, de modo geral, a todas elas. Vale ressaltar, ainda,
que o número significativo de Oficinas Mecânicas e de Lojas de Autopeças está

178
_________________________________________________________________________

associado ao atendimento à frota de caminhões que circula no município,


prestando serviços às indústrias em geral, especialmente as de extração de
minério.
Quadro 18 - Principais Empresas Prestadoras de Serviço Ligadas à Mineração e a Siderurgia.

Setor de Atividade Empresas

Prestadores de Tecfer Serra Azul Ltda


Serviços Apoio ao setor Usifast Logística Industrial S/A
Industrial Orica Serviços de Mineração Ltda

Fonte: INDI, Cadastro de Empresas do IBGE - CEMPRE

6.3.1.8 - Infraestrutura Básica e de Serviços


O nível de vida da população, aqui abordado, tem relação direta com
as infraestruturas básicas e os serviços disponíveis no município. Estas variáveis
se referem neste caso à disponibilidade de recursos de energia, água e esgoto,
coleta de lixo e a oferta de bens e serviços sociais básicos, como educação,
saúde, segurança pública e lazer.

6.3.1.8.1- Energia Elétrica


A concessionária Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG)
informa que o maior consumo de energia elétrica de Itatiaiuçu refere-se ao setor
industrial e que o maior número de consumidores refere-se ao residencial (2.438
consumidores), seguido do rural e comercial.
São 26.256.220 Kwh de consumo total de energia elétrica distribuídas
ao consumo industrial (18.977.398 Kwh), residencial (2.859.515 Kwh), rural
(2.293.041 Kwh) e comercial (835.894 Kwh), conforme dados de 2004 da FJP.
De acordo com o Relatório de Consulta da FJP, dos 2.229 domicílios
com iluminação elétrica, 1.320 são domicílios urbanos e 909 são rurais.

179
_________________________________________________________________________

CASAS POPULARES DO BAIRRO SÃO FRANCISCO -


ITATIAIUÇU COM AQUECIMENTO DE ÁGUA POR
ENERGIA SOLAR. PROGRAMA CEMIG.

Em novembro de 2007, a CEMIG instalou na cidade 77 sistemas de


aquecimento solar por meio do projeto Aquecimento de Água com Energia Solar
em Conjuntos Habitacionais, visando favorecer os locais de baixo IDH e evitar
sobrecarga do sistema elétrico local.

6.3.1.8.2 - Abastecimento de Água


A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) é
responsável pelo tratamento e abastecimento da água no município (INDI, 2008)
oferecendo o serviço a 99,3 % da população, segundo dados de 2004 da
Fundação João Pinheiro.
De acordo com o Relatório de Consulta da FJP, dos 1.335 domicílios
urbanos, 1.306 são ligados à rede geral de água; 1.276 são ligados à rede geral
com canalização interna; 17 contêm poços ou nascentes; 9 têm canalização
interna de poço ou nascente; um possui canalização na propriedade de poço ou
nascente e 12 apresentam outra forma de abastecimento de água.
O abastecimento de água para os 949 domicílios rurais distribui-se
pelos 94 domicílios ligados à rede geral de água; 90 ligados à rede geral com
canalização interna; 840 com poço ou nascente; 744 com canalização interna de
poço ou nascente; 39 com canalização na propriedade de poço ou nascente, com
15 domicílios apresentando outra forma de abastecimento de água.

180
_________________________________________________________________________

6.3.1.8.3 - Esgoto
A Prefeitura Municipal de Itatiaiuçu é responsável pela coleta e
tratamento do esgoto no município (INDI, 2008) e nos últimos anos foi
responsável pela construção em vários pontos da cidade de cerca de 10 mil
metros de rede de esgoto.
A política de saneamento sanitário procura viabilizar a implantação de
estações de tratamento de esgoto, dando prioridade ao Rio Veloso e ao Córrego
Capão Comprido (Inciso III, Artigo 40 da Lei 1.009).
A Prefeitura incentiva o uso de tanques sépticos para tratamento de
rejeitos domésticos e o uso de poços de monitoramento para o controle de
contaminação do lençol freático nas áreas desprovidas de redes sanitárias em
que são utilizadas fossas sépticas.

6.3.1.8.4 - Lixo
O estudo de 2004 do DataGerais (Fundação João Pinheiro) assinala
que 87,03% das pessoas vivem em domicílios urbanos com coleta de lixo.
A Prefeitura Municipal de Itatiaiuçu afirmou em janeiro de 2008, ter
eliminado o lixão e transformado a área em aterro sanitário de acordo com as
normas do licenciamento ambiental. Todo lixo coletado no município é destinado
para o aterro sanitário controlado.
Os catadores que frequentavam o antigo lixão foram selecionados para
o serviço de limpeza urbana e de serviços gerais para a Prefeitura. Desta forma, a
coleta de lixo foi ampliada para melhorar as condições sanitárias do município.

6.3.1.8.5 - Educação
O ensino educacional, segundo IBGE, é oferecido por 8 escolas, sendo
uma escola estadual, seis municipais e uma escola privada.
Destas uma escola estadual oferece ensino fundamental e médio; seis
escolas municipais oferecem ensino fundamental e pré-escolar e uma escola
privada oferece ensino fundamental e pré-escolar. Registra-se também, o ensino
profissionalizante de Magistério de 1º grau.

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_________________________________________________________________________

ESCOLA ESTADUAL MANOEL DIAS CORREA.

A política de educação municipal busca viabilizar o acesso de adultos e


jovens (acima dos 14 anos) à educação, priorizando cursos que atendam o
mercado local, isso justifica a tentativa de promoção de ações que aproximem as
empresas das instituições de ensino visando o aproveitamento profissional do
aluno (Incisos XIII e XIV, Artigo 56 da Lei nº 1.009).
O Censo 2000 com divisão territorial 2001 do IBGE aponta que 2.468
habitantes são frequentes à creche ou escola e 668 habitantes não têm instrução
ou têm menos de um ano de estudo. A tabela seguinte demonstra o número de
habitantes em relação aos anos de estudo:
Tabela 51 - Números de Habitantes por Anos de Estudo.

Número de
Relação anos de estudo
habitantes
Sem instrução ou menos de um
668
ano
01 a 03 anos de estudo 2.252
04 a 07 anos de estudo 2.638
06 a 10 anos de estudo 664
11 a 14 anos de estudo 501
15 anos ou mais de estudo 80
Fonte: IBGE, 2000.

A análise concluída em 2000 pela Fundação João Pinheiro e pela


Prodemge, apresentada no DataGerais, descreve o índice de 53,097% referente à
taxa bruta de frequência à escola e o índice de 77,226% quanto à taxa de

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_________________________________________________________________________

alfabetização.
O levantamento de 2004 no DataGerais descreve que 17,373% dos
alunos do ensino fundamental são orientados com laboratório de informática e
internet e os alunos do ensino médio não recebem essa orientação.
O Censo Ensino 2007 do IBGE registrou que no primeiro semestre
desse ano houve 1.859 matrículas para o ensino fundamental, sendo 598
matrículas na escola pública estadual, 1.217 na escola pública municipal e 44 na
escola privada.
Foram 416 matrículas para o ensino médio, 254 para o ensino pré-
escolar, 112 para o ensino fundamental. Esses dados e os dados da relação anos
de estudo (Censo 2000) não identificam que há um impulso educacional quanto
ao desenvolvimento social do município, mas a existência das escolas é indicativa
de qualidade de vida.
Entre outras diretrizes da política educacional estão: o incentivo a
participação da comunidade na gestão educacional democratizando o ensino
público; impulso na qualidade do ensino criando permanência dos alunos no
sistema escolar; valorização dos profissionais de educação e atualizá-los no
trabalho para alcançar qualidade do ensino; criação de creches para crianças (0 a
3 anos) e elevação da qualidade de nutrição e saúde; desenvolvimento do
programa de educação ambiental; viabilização de quadras esportivas das escolas
públicas pela comunidade (incisos VI a VIII, XV a XVII, artigo 56 da Lei 1.009).

6.3.1.8.6 - Saúde
O sistema de saúde do município de Itatiaiuçu conta ao todo com uma
policlínica localizada na região central da sede urbana e outros 5 postos de saúde
distribuídos nos dois distritos e em algum dos povoados.

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_________________________________________________________________________

ENTRADA PRINCIPAL DA POLICLÍNICA DE ITATIAIUÇU. PRONTO SOCORRO DA POLICLÍNICA DE ITATIAIUÇU.


ATENDIMENTOS E CONSULTAS.

A policlínica de Itatiaiuçu está localizada à rua Bonfim, número 175,


Centro, e possui 832,48 m2 de área construída. O atendimento funciona 24 horas
com médicos plantonistas e enfermeiros que atuam no atendimento de urgência e
encaminhamentos. As especialidades disponíveis nos atendimentos são de
ortopedia, cardiologia, pediatria, ginecologia e pequenas cirurgias e estão
disponíveis à comunidade 20 horas semanais. Os exames disponíveis e
realizados são laboratoriais, ECG, Glicemia e Ultrasom. Existe entrada secundária
que funciona como pronto socorro a pessoas acidentadas ou adoentadas em
estado grave.
O Posto de Saúde Ponta da Serra de Itatiaiuçu está localizado às
margens da rodovia MG 431, no povoado de Ponta da Serra, zona rural e possui
uma área própria com 131,77 m². O atendimento médico é feito através de
consultas e está disponível à comunidade uma vez por semana. Uma vez por
semana também são realizados atendimentos dentários.
O Posto de Saúde Pedras de Itatiaiuçu está localizado no Povoado de
Pedras, zona rural e possui uma área própria com 149,65 m², porém considerada
inadequada ao atendimento. As consultas estão disponíveis à comunidade uma
vez por semana. Uma vez por semana também são realizados atendimentos
dentários.
O Posto de Saúde Familiar de Santa Teresinha de Itatiaiuçu está
localizado na Rua São José, no distrito de Santa Teresinha e possui uma área
própria com 128 m² que precisa de reformas. Nele os atendimentos médicos são

184
_________________________________________________________________________

feitos através de consultas durante todos os dias da semana. O atendimento


dentário também é oferecido à comunidade todos os dias da semana.
O Posto de Saúde Familiar Pinheiros de Itatiaiuçu está localizado na
rua Hum, no distrito de Pinheiros e possui uma área cedida pela Associação
comunitária com 62 m2. Nele os atendimentos médicos são feitos através de
consultas durante todos os dias da semana. O atendimento dentário é oferecido à
comunidade duas vezes por semana.

POSTO DE SAÚDE DO DISTRITO DE PINHEIROS.


LOCALIZADO NO CENTRO COMUNITÁRIO DO
DISTRITO.

O Posto de Saúde Familiar Urbano de Itatiaiuçu está localizado na Rua


Otávio Antunes Moreira, n° 55, no centro da sede urbana do município e possui
uma área própria com 135 m² considerada inadequada. Existe uma construção
nova em andamento que terá 489 m². Nele os atendimentos médicos são feitos
através de consultas durante todos os dias da semana. Além disso, este posto
oferece atendimento de fisioterapia e psicologia durante 20 horas semanais.
Na Escola Estadual Manoel Dias Correia e na Escola Municipal do
Bairro Robert Kennedy ainda são oferecidos atendimentos dentários durante 20
horas semanais.
A estrutura principal da policlínica de Itatiaiuçu conta com um total de
20 médicos e 5 ambulâncias além de diversos aparelhos utilizados nos exames.
Estes com suas respectivas especificações estão listados no Quadro 9, a seguir.
O município ainda conta com 6 cadeiras odontológicas completas, uma
Farmácia com cesta de medicamentos básicos, uma Van para hemodiálise, um

185
_________________________________________________________________________

microônibus que atende a TFD em Belo Horizonte, dois Fiat Uno que servem os
Postos de Saúde Familiar (PSF), um Fiat Uno (Administração) e um veículo
locado que atende o PSF.

Quadro 19 - Estrutura Principal do Setor de Saúde de Itatiaiuçu, 2009.

Nº. de médicos: Nº. de ambulâncias: Equipamentos:


04 ambulâncias de pequeno
11 médicos plantonistas. De análise clínica Laboratorial
porte.
03 médicos do PSF. 01 ambulância de grande porte. Ultra-som
01 Médico cardiologista. - Desfibrilador
01 médico ortopedista. - Aparelho de ECG
01 médico cirurgião. - Pressão Arterial
02 médicos ginecologistas. - Nebulizadores
01 médico pediatra. - Aparelho de Glicemia
- - Sugador de secreções
- - Instrumentos para pequenas cirurgias
- - Cauterização
Fonte: Secretaria de Saúde do município de Itatiaiuçu, 2009.

Além disso, existem ainda três cirurgiões dentistas que trabalham 40


horas semanais, quatro cirurgiões dentistas (20 horas semanais), um psicólogo,
um fisioterapeuta, um farmacêutico, um bioquímico, um assistente social, dez
auxiliares e técnicos de Enfermagem, seis auxiliares de consultórios dentários,
dois auxiliares de Fisioterapia e vinte agentes comunitários de saúde.

6.3.1.8.7 - Segurança Pública


Através da análise do Indicador de Segurança Pública elaborada pela
Polícia Militar dos Municípios, verifica-se que o índice de criminalidade de
Itatiaiuçu é baixo e, conforme avaliação da população e da própria polícia, a
região não é considerada violenta.
O desemprego e o subemprego contribuem para a queda na qualidade
de vida da população do município. É importante lembrar que a correlação entre a
queda na qualidade de vida e o aumento da criminalidade é um fator comprovado
a nível nacional, mas não pode ser demonstrada no município por falta de
informações disponíveis.

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DELEGACIA DA POLÍCIA MILITAR.

6.3.1.8.8 - Lazer, Turismo e Cultura


O lazer em Itatiaiuçu é oferecido principalmente por pousadas e hotéis
fazenda que disponibilizam a paisagem rural local para a recreação. Os atrativos
naturais são muitos e apresentam um bom potencial para o aproveitamento
turístico. Atualmente existem diversas trilhas nas matas que levam à nascentes
onde a mata nativa ainda está preservada e podem ser aproveitadas através do
turismo ecológico. Neste mesmo seguimento podemos citar o Pico da Pedra
Grande na Serra Azul onde além de uma vista fantástica da região existe uma
caverna e as cachoeiras da região. As mais conhecidas e visitadas do município
são a cachoeira dos Chaves, a do Rebojo e a das Piabas. O cristo Redentor da
cidade também proporciona ao Itatiaiuense e aos visitantes uma bela vista da
região e da cidade além de conter um forte contexto religioso.

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_________________________________________________________________________

PICO DA PEDRA GRANDE. PONTO MAIS ALTO CACHOEIRA DOS CHAVES. RIO SÃO JOÃO.
DA SERRA AZUL.

A cidade proporciona diversas manifestações e festas populares com


motivos religiosos, culturais e simplesmente festivos. Algumas das principais são
apresentadas a seguir.
- Folia de Reis que tem início em 15 de dezembro e término em 01 de
janeiro.
- Festa do padroeiro, São Sebastião, com barraquinhas e leilões de
prendas no dia 20 de janeiro.
- Festas Juninas em comemoração aos dias de Santo Antônio, São
João e São Pedro, comemoradas nos dias 13, 24 e 29 de junho, respectivamente.
Além destas manifestações religiosas existe como destaque o
aniversário da cidade e a Festa do Minério que ocorre no mês de Fevereiro e atrai
muitas pessoas da cidade e de toda região. Esta festa é comemorada em pelo
menos três dias e conta com atrações e shows de cantores de reconhecimento
nacional.

6.3.1.8.9 - Instituição Financeira


O município recebe os serviços da instituição financeira do Banco Itaú
S.A. e conta apenas com uma agência localizada na praça principal da cidade
onde está localizada a Igreja matriz de São Sebastião.

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_________________________________________________________________________

6.3.1.8.10 - Comunicação
Como meio de comunicação, o município dispõe do serviço da
concessionária de telefonia fixa OI. Não há jornais impressos, segundo dados de
2006, apresentados pelo INDI.
Segundo a Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica do
Ministério das Comunicações, Itatiaiuçu possui desde 2003, o Decreto Legislativo
790 que autoriza a Associação Cultural Comunitária a executar o serviço de
radiodifusão comunitária (emissora de rádio).

6.3.1.9 - Principais diretrizes do Plano Diretor


O Plano Diretor do município de Itatiaiuçu é o instrumento utilizado
para a política de desenvolvimento sustentável regida pela Lei Municipal 1.009
(30 de novembro de 2006) nos termos do Artigo nº 118 da Lei Orgânica Municipal,
para ordenar a expansão urbana assim como o desenvolvimento e crescimento
social, econômico e ambiental do município.
Por meio da ordenação, objetiva-se melhorar a qualidade de vida da
população, garantindo o bem estar dos munícipes e o direito à cidade sustentável,
aliando o desenvolvimento econômico de Itatiaiuçu à inclusão social de seus
habitantes e à utilização ambiental equilibrada (Inciso VI, Artigo 2º, Capítulo I,
Título I da Lei 1.009).
Com base no Plano Diretor do município serão apresentadas a seguir
algumas das principais diretrizes a serem adotadas visando uma melhoria na
qualidade de vida da população. Estas estão divididas em Diretrizes Gerais do
Meio Ambiente, Diretrizes relacionadas às infraestruturas das áreas urbanas e por
fim, Diretrizes para a geração de empregos e para o desenvolvimento da
Mineração.

Diretrizes Gerais do Meio Ambiente


A Lei de Uso e Ocupação do solo identifica áreas de preservação e de
recuperação de ecossistemas para garantir espaço para a manutenção da
diversidade das espécies e propiciar refúgio à fauna; proteger nascentes e
cabeceiras dos cursos d’água; manter equilíbrio do sistema de drenagem natural

189
_________________________________________________________________________

e evitar riscos geológicos (inciso I, artigo 10, capítulo III, título II da Lei 1.009).
O meio ambiente é conceituado no Plano Diretor como o conjunto de
condições naturais, artificiais e influências culturais que propiciem o
desenvolvimento do equilíbrio de vida em todas as suas formas (artigo 34 da Lei
1.009).
Entre as diretrizes relativas ao subsolo estão a execução de obras no
subsolo (mediante licença prévia e autorização para instalação de equipamentos
urbanos e exploração de atividades comerciais) e a promoção de ações que
visem preservar e descontaminar os lençóis freáticos (incisos IV, VI, artigo 53 da
Lei 1.009).
Para assegurar o equilíbrio da vida, o município deve proteger,
preservar, conservar e recuperar o meio ambiente. Para isso, são indispensáveis
as seguintes diretrizes, entre outras (artigo 34 da Lei 1.009):
 Utilizar adequadamente os recursos naturais (inciso I);
 Mapear os recursos hídricos, mananciais, vertentes, espaços verdes e áreas
de preservação permanente (inciso II);
 Preservar a diversidade biológica e promover estudos da flora e fauna (inciso
I);
 Delimitar espaços para criação de área de proteção ambiental, parque e
praças (inciso III);
 Arborizar os logradouros públicos e áreas carentes (inciso IV);
 Preservar lagos, represas, lagoas em áreas particulares ou públicas,
recompondo a flora (inciso VI);
 Controlar descapeamento e movimento do solo, evitando assoreamento de
represas, córregos, barragens e lagoas (inciso X);
 Garantir maiores índices de permeabilidade do solo na zona urbana (inciso
VIII);
 Criar programa de educação ambiental em parceria com empresas e
entidades na área de ensino e setor rural (inciso XIII);
 Articular com os municípios vizinhos para criar programas de proteção,
preservação, conservação e recuperação ambiental, principalmente quanto às
sub-bacias hidrográficas (inciso XVII);

190
_________________________________________________________________________

 Promover campanhas educativas e políticas públicas para reduzir, reutilizar e


reciclar resíduos sólidos (inciso XXII);
 Instalar coleta seletiva e usina de reciclagem de resíduos sólidos e entulhos
(inciso XXIII);
 Estabelecer critérios para instalação e controle das atividades com risco de
segurança ou que sejam emissoras de poluentes e vibrações (inciso XVI);
 Efetivar controle da poluição sonora, visual, atmosférica, hídrica e do solo,
com padrões fixados e programas de monitoramento (inciso XVIII).

Diretrizes relacionadas às Infra-estruturas das áreas urbanas


Como estratégia das políticas públicas para o desenvolvimento urbano
objetiva-se a promoção do aumento da área verde e de lazer; da preservação da
paisagem urbana, patrimônio arquitetônico, artístico, histórico e cultural, em
especial no entorno da Praça Antônio Quirino da Silva, a Serra/Pico de Itatiaiuçu e
a cabeceira do Rio São João (cachoeira dos Chaves) (incisos XI, XV, XVI, artigo
15, capítulo II, título III da Lei 1.009).
A política municipal garante saúde à população por meio de ações
preventivas que visem a melhoria das condições ambientais, como o controle dos
recursos hídricos, da qualidade da água consumida, da poluição atmosférica e da
sonora (inciso VIII, artigo 55 da Lei 1.009).
De acordo com o Plano Diretor o sistema de drenagem urbana deve
ser estudado implicando na execução de canalização para proteger fundos de
vale; evitar aumento de áreas impermeabilizadas; conservar os recursos
ambientais. Sua implantação deve ser efetuada nas áreas carentes, porém a área
central da Sede Municipal deve ser priorizada. A implantação do esgotamento
pluvial deve ser efetuada nos fundos de vales urbanos e nas vias que apresentam
enchentes ou voçoroca (incisos I, III, IV, V, artigo 43, subseção XII, seção II,
capítulo III da Lei 1.009).
Para o esgotamento sanitário, a Prefeitura visa incentivar o uso de
tanques sépticos para tratamento de rejeitos domésticos e uso de poços de
monitoramento para o controle de contaminação do lençol freático nas áreas
desprovidas de redes sanitárias em que são utilizadas fossas sépticas e cisternas

191
_________________________________________________________________________

para captação de água (inciso IV, artigo 40, subseção XII, seção II, capítulo III da
Lei 1.009).
A Lei do Uso e Ocupação do Solo caracteriza a deficiência da infra-
estrutura de esgotamento sanitário pela falta de interceptor e de estação de
tratamento de efluentes (parágrafo 2º, inciso III, artigo 10, capítulo III, título II da
Lei 1.009). Por esse motivo, a política de saneamento sanitário procura viabilizar
a implantação de estações de tratamento de esgoto, dando prioridade ao rio
Veloso e ao Córrego Capão Cumprido (inciso III, artigo 40, subseção XII, seção II,
capítulo III da Lei 1.009).
Para efetuação da limpeza urbana é imposta a criação de condições
urbanísticas para a implantação do sistema de coleta, tratamento e destinação
seletiva dos resíduos sólidos, a partir de plano de gerenciamento, instalado e
implementado na Usina de Reciclagem de Lixo e de Entulhos, em Itatiaiuçu
(inciso III, artigo 42, subseção XII, seção II, capítulo III da Lei 1.009).
A criação de associações e cooperativas para execução dos serviços
de limpeza, coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos
recicláveis é essencial para efetivação da limpeza urbana (inciso IV, artigo 42,
subseção XII, seção II, capítulo III da Lei 1.009).
Entre as diretrizes para a limpeza urbana, destaca-se o incentivo de
estudos e pesquisas para buscar alternativas tecnológicas e metodológicas para
coleta, transporte e deposição final dos resíduos sólidos e prolongar a vida útil
dos aterros. Tem-se ainda, o incentivo para o controle de contaminação do lençol
freático nas áreas de aterro de resíduos industriais e sanitários (incisos V, VIII,
artigo 42, subseção XII, seção II, capítulo III da Lei 1.009).

Diretrizes para a geração de empregos e para o desenvolvimento da


Mineração
O Plano Diretor também visa assegurar o desenvolvimento econômico
da cidade, mediante a criação e manutenção de empregos e acréscimo da renda
por meio de incentivos de atividades que o promovam (inciso IV, artigo 2º da Lei
1.009).

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_________________________________________________________________________

Entre as atividades econômicas a serem incentivadas está a


mineração, uma vez que haja o controle dos impactos sobre o meio ambiente e o
programa de fiscalização (inciso XVIII, artigo 16 da Lei 1.009).
A execução de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da
mineração, do comércio e do setor de prestação de serviços é uma das
estratégias ao desenvolvimento urbano. Entre as metas está o incentivo e
orientação às empresas mineradoras no controle das obras de decantações e dos
impactos ambientais em razão dos resultados das atividades extrativistas; a
criação de condições para instalação de indústrias leves e integradas com o setor
industrial dos municípios vizinhos e a expansão do sistema viário e sua integração
com o da região metropolitana e proximidades (Incisos II, III, V, XXII, artigo 15 da
Lei 1.009).
Quanto à geração de empregos, a política de educação atua para
viabilizar o acesso de adultos e jovens (acima dos 14 anos) à educação,
priorizando cursos que atendam o mercado local, como a mineração. A ação
propõe acelerar o desenvolvimento social, o que justifica a promoção de ações
que aproximem as empresas das instituições de ensino visando o aproveitamento
profissional dos alunos (Incisos XIII e XIV, Artigo 56 da Lei 1.009).
O desempenho social do empreendimento minerário requer da ação
municipal e da população parceria que alcance a melhoria da estrutura urbana e
reestruturação ambiental. A precaução ao dano ambiental impõe à empresa
mineradora, executar as diretrizes municipais, a fim de defender seus interesses
sociais e econômicos e efetivando o desenvolvimento e crescimento urbano.
Para eliminar ou diminuir impactos negativos gerados pelo
empreendimento minerário, o município deve solicitar alterações e
complementações para melhoria da infraestrutura urbana, entre elas, manutenção
de áreas verdes; ampliação do sistema viário e demanda de empregos (incisos III,
VI, IX, artigo 96 da Lei 1.009).
O empreendimento minerário pode contribuir com as seguintes ações,
indicadas pelas diretrizes do Plano Diretor:

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_________________________________________________________________________

 Efetuar projetos para revitalização dos povoados em processo de estagnação


econômica ou com infraestrutura e recursos subutilizados (inciso II, artigo 16
da Lei 1.009);
 Estabelecer critérios para instalação e controle das atividades com risco de
segurança ou que sejam emissoras de poluentes e vibrações (inciso XVI,
artigo 34 da Lei 1.009);
 Controlar a poluição sonora, visual, atmosférica, hídrica e do solo, com
padrões fixados e programas de monitoramento (Inciso XVIII, artigo 34 da Lei
1.009);
 Utilizar adequadamente os recursos naturais (inciso I, artigo 34 da Lei 1.009);
 Mapear os recursos hídricos, mananciais, vertentes, espaços verdes e áreas
de preservação permanente (inciso II, artigo 34 da Lei 1.009);
 Controlar o decapeamento e movimento do solo, evitando assoreamento de
represas, córregos, barragens e lagoas (inciso X, artigo 34 da Lei 1.009);
 Preservar lagos, represas, lagoas em áreas particulares ou públicas,
recompondo a flora (inciso VI, artigo 34 da Lei 1.009);
 Delimitar espaços para a criação de área de proteção ambiental (inciso III,
artigo 34 da Lei 1.009);
 Criar programa de educação ambiental em parceria com empresas e
entidades na área de ensino e setor rural (inciso XIII, artigo 34 da Lei 1.009);
 Articular com os municípios vizinhos para criar programas de proteção,
preservação, conservação e recuperação ambiental, principalmente quanto às
sub-bacias hidrográficas (inciso XVII, artigo 34 da Lei 1.009);
 Promover campanhas educativas e políticas públicas para reduzir, reutilizar e
reciclar resíduos sólidos (inciso XXII, artigo 34 da Lei 1.009);
 Instalar coleta seletiva e usina de reciclagem de resíduos sólidos e entulhos
(inciso XXIII, artigo 34 da Lei 1.009);
 Promover desenvolvimento de artes, artesanato, feiras, congressos (incisos
IX, XI, artigo 52 da Lei 1.009);
 Incentivar a Feira de Artesanato e de Produtos Rurais (inciso XII, artigo 52 da
Lei 1.009);
 Incentivo ao desenvolvimento sustentável do turismo rural e ecológico (inciso

194
_________________________________________________________________________

V, artigo 16 da Lei 1.009);


 Estimular a exploração turística, festividades tradicionais e manifestações da
cultura local (incisos XII e XIII, artigo 15 da Lei 1.009);
 Apoiar associações e cooperativas com estudos e gerenciamento para
execução dos serviços de limpeza, coleta, processamento e comercialização
de resíduos sólidos recicláveis (inciso V, artigo 42 da Lei 1.009);
 Apoiar a educação e a saúde em escolas, creches ou casa de idosos (incisos
VI, artigo 56 da Lei 1.009).

Entre outras diretrizes para o desenvolvimento ambiental, serão


definidas e disciplinadas, através de legislação específica, as obras e atividades
potencialmente causadoras de degradação ambiental, para as quais deverão ser
apresentados estudos prévios de impacto urbanístico e ambiental, dando-se a
devida publicidade e exigir das empresas mineradoras a recuperação das áreas
degradadas e proceder à fiscalização desta atividade (incisos XI e XIX, artigo 34,
subseção XI, capítulo III, título III da Lei 1.009).
O Plano Diretor da Prefeitura Municipal de Itatiaiuçu favorece a
operação do empreendimento minerário, uma vez que a gestão dessa atividade
contribua para o desenvolvimento ambiental, social e econômico da cidade.

195
_________________________________________________________________________

7 - DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS


7.1 - INTRODUÇÃO
Para a avaliação dos impactos ambientais que resultarão da retomada
dos finos da barragem da ARCELORMITTAL MINERAÇÃO SERRA AZUL, por
meio de sua lavra, foram consideradas as possíveis interrelações e correlações
entre os meios físico, biótico e antrópico nas áreas diretamente afetadas (ADAs),
e sob a influência direta ou indireta das obras a serem realizadas, nas suas fases
de implantação, operação e desativação.
Os impactos ambientais podem ser definidos como “qualquer alteração
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, que afetem a
saúde, segurança e bem estar da população, as atividades sociais e econômicas,
as condições estéticas, sanitárias e a qualidade dos recursos ambientais”.
Esta avaliação de impactos ambientais é resultante de uma sequência
de análises que permite selecionar as informações relevantes para o
empreendimento e das características ambientais da área onde o mesmo será
implantado. São aproximações sucessivas que se realizam através do
Diagnóstico  Prognóstico  Avaliação de Impacto Ambiental.
Na fase de Prognóstico procurou-se estabelecer premissas e/ou
cenários, de maneira qualitativa, cuja ocorrência seja provável.
Já na fase de Avaliação do Impacto Ambiental procurou-se determinar
a importância ou valoração dos impactos, as condições do parâmetro ambiental a
ser atingido em relação ao seu estado atual, às dimensões a serem
comprometidas, o tipo de impacto e seus respectivos desdobramentos em
impactos indiretos.

7.2 - PROGNÓSTICO
São apresentadas, a seguir, as premissas que orientaram a análise
frente aos dois cenários básicos: “com o empreendimento” e “sem a retomada dos
finos da barragem”.
O estabelecimento de cenários, visando prognosticar as relações entre
a atividade minerária e os aspectos ambientais, estão condicionados às seguintes
premissas:

196
_________________________________________________________________________

 Aumento progressivo da aplicação dos instrumentos da Política


Nacional de Meio Ambiente e o consequente aumento da sua
eficiência;
 Manutenção do Sistema Serra Azul como fundamental para a
continuidade do abastecimento de água da região metropolitana de
Belo Horizonte, reforçando a necessidade de proteção do complexo
envolvendo barragem, bacia hidrográfica e manancial hidrogeológico.
 Necessidade de preservação/conservação dos remanescentes
florestais da região, como estratégia de proteção da fauna e flora e de
mananciais, com a valorização das Unidades de Conservação já
implantadas no município em tela.

O grau de incertezas de que se revestem os cenários reflete,


principalmente, as seguintes variáveis:
 Modelo de gestão das Unidades de Conservação;
 Incertezas do setor mineral, devido às oscilações no mercado
nacional e internacional, agravadas pela crise financeira mundial;
 Ação de monopólios de empresas extrativistas e exportadoras do
minério de ferro da região central de Minas Gerais, interferindo na livre
concorrência do mercado interno e na permanência, no mercado, de
empresas pertencentes a grupos diferentes;
 Modificação das leis ambientais aplicáveis.

Ressalta-se que a empresa pertence a um grupo empresarial


internacional, com capacidade de fechamento de contratos de longo prazo e
manutenção de preços competitivos, o que sem dúvida atenua as incertezas
anteriormente levantadas. Mais ainda, o grupo empresarial é grande consumidor
do próprio minério (mercado cativo).
A seguir são apresentadas as tabelas com os prognósticos tanto para a
retomada dos finos da barragem, bem como para a hipótese de não efetivação
desta obra.

197
_________________________________________________________________________

PROGNÓSTICO COM A RETOMADA DOS FINOS DA BARRAGEM

V
A Aproveitamento de um material antes descartado.
C
O N
T Aumento na recuperação do minério já extraído da mina no passado.
M
A
G Liberação de espaços já antropizados para outras utilizações.
O
E
Maior rendimento econômico para o empreendimento.
E N
M S Maior geração de empregos, serviços e tributos para o poder público.
P
R D
E E Aumento no trânsito interno de caminhões.
E S
N V
D Perda da vegetação plantada (taludes da barragem vegetados).
A
I N
M T Afugentamento da fauna.
E A
N G Aumento do nível de ruídos / poeiras.
T E
O N
Aumento na geração de esgotos sanitários.
S

198
_________________________________________________________________________

PROGNÓSTICO SEM A RETOMADA DOS FINOS DA BARRAGEM


V
A Manutenção da flora e fauna existentes na área plantada dos taludes.
S N
E T
M A
G
O E Inexistência dos impactos negativos gerados durante a retomada da
N barragem e os respectivos efeitos da movimentação de máquinas.
E S
M
P
Dificuldades operacionais ao empreendimento pela pouca
R D
disponibilidade de espaços para implantação de dispositivos
E E imprescindíveis ao processo minerário.
E S
N V
D A
I N Comprometimento do equilíbrio econômico da atividade, em vista da
M T dificuldade de manutenção dos atuais níveis de produção.
E A
N G
E Obrigatoriedade do encerramento das atividades quando as atuais
T
estruturas de disposição final de rejeitos atingirem a sua capacidade
O N máxima, até que sejam disponibilizadas novas alternativas de
S disposição, o que poderá demandar cerca de 2 a 3 anos.

7.3 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL


Na identificação, avaliação e interpretação dos impactos ambientais
decorrentes do empreendimento focalizado, serão considerados vários aspectos
pertinentes, destacando-se:
 Determinação dos impactos, ponderando se são positivos ou
negativos;
 O seu meio de incidência, discernindo se afetam os meios físico,
biótico e antrópico, bem como os respectivos efeitos encadeados;
 Determinação da frequência dos eventos, se estes são eventuais (de
ocorrência esporádica), se são frequentes ou se são contínuos;
 Abrangência dos efeitos (ADA, AID, AII);
 Duração dos efeitos (implantação / operação / desativação);

199
_________________________________________________________________________

Procurando apresentar essas informações de um modo mais claro, foi


elaborada uma matriz de análise dos impactos, a Matriz de Leopold, na qual
diversos parâmetros são correlacionados.

7.3.1 - MATRIZ DE LEOPOLD


Nessa matriz, utilizam-se os parâmetros magnitude, que se refere ao
grau de alteração provocado pela ação sobre o fator ambiental, e importância,
que atribui um peso relativo ao fator ambiental afetado. Para cada par ação-
impacto, atribui-se um valor de um (1) a dez (10) tanto para a magnitude quanto
para a importância, procurando-se definir o significado desses parâmetros no
contexto ambiental.
Para os valores até três (3), considerou-se o impacto como sendo de
pequena magnitude/importância; para valores entre quatro (4) e seis (6) como
sendo de média magnitude/importância; enquanto que para valores iguais ou
maiores do que sete (7) o impacto é considerado como de grande
magnitude/importância.
O sinal negativo (-) ou positivo (+) identifica o caráter ou a qualidade
do impacto. Deste modo, se o impacto apresentar um sinal negativo significa que
o impacto é nocivo ao meio ambiente, portanto, não desejável. Já os impactos
que apresentam um sinal positivo são os desejáveis, que justificarão a
implantação do empreendimento, trazendo benefícios para a sociedade como um
todo.

7.3.2 - MATRIZ DE ANÁLISE DOS IMPACTOS


Os impactos são determinados pelo resultado da multiplicação dos
pesos atribuídos aos parâmetros Magnitude (M), Frequência (F), Abrangência (A),
Duração (D) e Importância (I), conforme segue:

200
_________________________________________________________________________

Quadro 20 - Parâmetros utilizados na classificação dos impactos ambientais.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

ADA - Efeito Efeito restrito


Eventual Efeito de
restrito a área a fase de
1 Baixa 1 De ocorrência 1 1 1 pequena
de ampliação implantação
esporádica importância
da lavra da lavra
Frequente
Eventos que AID - Efeito se Efeito restrito
Efeito de
ocorrem com estende pelas a fase de
2 Média 2 2 2 2 média
frequência, em áreas de operação da
Importância
intervalos fixos entorno lavra
ou não
Efeito
Constante AII - Efeito permanece
Efeito de
Manifestação atinge área após o fim da
3 Alta 3 3 3 3 grande
contínua do maior de vida útil da
importância
efeito extensão lavra
(irreversível)

Para classificação dos impactos considerou-se a seguinte faixa de valores:

Tabela 52 - Faixa de valores para classificação dos impactos.

Faixa de valores Classificação


1-4 Muito baixo
5-8 Baixo
9 - 27 Médio
28 - 81 Alto
82 - 162 Muito Alto
163 - 243 Extremo

Assim como na matriz anteriormente citada, na matriz de análise dos


impactos o sinal negativo (-) ou positivo (+) define o caráter ou a qualidade do
impacto. Assim, um impacto com sinal negativo representa um impacto nocivo ao
meio ambiente, não desejável, para o qual deverão ser adotadas medidas
mitigadoras. Por outro lado, os impactos positivos são aqueles desejáveis, que
justificarão a implantação do empreendimento, trazendo benefícios para a
sociedade como um todo.
Foi inserida também nesta matriz de impactos uma coluna com as
medidas mitigadoras necessárias no caso de impactos adversos, que serão
melhor detalhados no capítulo a seguir. E no caso de impactos positivos, esta
coluna foi utilizada para o detalhamento das ações a serem tomadas a fim de que
este impacto alcance os resultados esperados, ou mesmo que estes efeitos
positivos sejam potencializados.

201
_________________________________________________________________________

A utilização destas matrizes justifica-se pela necessidade de se buscar


uma relação quantitativa entre as ações do empreendimento e seus respectivos
impactos. Mesmo considerando-se a subjetividade na distribuição dos valores
expressos, considera-se que elas retratam de forma coerente a inter-relação entre
os parâmetros analisados, servindo como uma forma objetiva de visualização e
análise dos mesmos.
É importante ressaltar que não há sentido na realização do somatório
dos impactos por não terem sido estabelecidos os pesos para cada impacto e
pela possibilidade de correlação entre os mesmos.

7.4 - CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS


AMBIENTAIS
Serão identificados, descritos e avaliados a seguir os principais
impactos ambientais, negativos e positivos, decorrentes da retomada dos finos da
antiga barragem da ARCELORMITTAL, na Mina do Córrego Fundo, em suas
fases de implantação, operação e desativação:

7.4.1 - IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO


7.4.1.1 - Alteração da área como resultado da remoção da vegetação e do
solo
Com a retomada dos finos da barragem, mecanicamente com a
utilização de escavadeiras, sob a forma de bancadas sucessivas descendentes,
aos poucos os taludes com vegetação plantada serão também removidos.
A fina camada de terra ali colocada e a vegetação de gramíneas
plantada serão, consequentemente, removidas. Este ambiente, formado no
decorrer de vários anos, acaba por representar uma área de dispersão de certos
animais, habitantes das matas do entorno da barragem.
A supressão deste ambiente, mesmo que de maneira paulatina, aliado
ao ruído das máquinas, implicará na perda de espaços para os animais.
Observa-se, entretanto, que isto ocorrerá principalmente com espécies
que apresentam maior mobilidade, enquanto aquelas que não têm a mesma
capacidade poderão ser eliminadas acidentalmente durante o processo de

202
_________________________________________________________________________

limpeza/supressão.
Ressalta-se que o processo de redução dos habitats pode implicar na
limitação da circulação de elementos da fauna pelo local, tornando-os mais
vulneráveis, uma vez que a intervenção provocará uma redução na conectividade
entre as áreas de mata da região.
Trata-se de um impacto negativo, de pequena magnitude, que se
manifestará de forma constante, ao longo de toda a implantação e operação da
lavra da barragem, cessando com o término das obras e a reabilitação da área,
com incidência local e áreas de entorno, e avaliado como de média importância,
por interferir em uma área que está totalmente alterada de suas condições
naturais, com pouquíssima presença de flora e fauna.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende a fase de
1 Baixa 3 2 2 2 média
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

7.4.1.2 - Afugentamento da Fauna


O incômodo gerado pelo ruído e poeiras oriundos da movimentação de
máquinas, pessoas e veículos na fase de implantação e operação deste
empreendimento, ocasionará o afugentamento da fauna. Isto levará a um
pequeno aumento na densidade populacional em áreas de entorno, alterando a
competição intra-específica já existente nestas áreas.
Algumas espécies, devido a sua menor mobilidade, apresentam
dificuldade em se deslocar para outras áreas. Por terem uma menor capacidade
de deslocamento, estes animais poderão ser soterrados ou esmagados
acidentalmente por máquinas. Sendo assim, algumas espécies serão
severamente impactadas por não possuírem mecanismos ágeis de deslocamento,
dispersão e mobilidade que os permitam abandonar a área impactada.
Este impacto também ocasiona um conflito sobre a flora, pois os
animais que auxiliam a polinização e dispersão de seus frutos e sementes
(dispersão zoocórica) abandonam a área, dificultando ou eliminando a

203
_________________________________________________________________________

propagação da vegetação por este mecanismo.


Desta forma, o impacto relativo ao afugentamento da fauna pode ser
classificado como adverso, de pequena magnitude, por incidir em local de baixa
presença dos elementos da fauna, constante ao longo de toda a implantação e
operação do empreendimento (lavra de rejeitos), cessando com o fim das
operações, com incidência direta no meio biótico do entorno do empreendimento,
e de média importância por pressionar as áreas de mata vizinhas a receber estes
animais, que buscarão por abrigos e alimentos nestes ambientes, aspecto
atenuado pelo fato da fauna local já estar adaptada ao cenário minerário.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende a fase de
1 Baixa 3 2 2 2 média
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

7.4.1.3 - Aumento da Atividade Predatória


Na retomada da barragem, durante as operações de retirada do solo,
remoção da vegetação e lavra dos rejeitos, com a decorrente movimentação de
veículos e de pessoas pela área, haverá uma propensão ao aumento da caça e
mortalidade de alguns animais, seja para alimentação ou por crueldade.
As serpentes, por exemplo, devido à resistência do homem em
conviver com estes animais, normalmente são mortas pelos trabalhadores, assim
como fazem com algumas espécies da ordem Carnívora, que acabam sendo
perseguidas e executadas. Os ninhos, por estarem mais visíveis e
consequentemente mais vulneráveis ao homem e a outros predadores, também
se tornam alvo da atividade predatória (alimentação e caça).
A necessidade de deslocamento de elementos da fauna pela área com
o intuito de obterem novos habitats faz com que haja o aumento da atividade
predatória, uma vez que se tornam mais frágeis diante da falta de refúgio (locais
de abrigo) pelo percurso.
Este impacto ocorrerá principalmente na fase de operação, sendo
considerado um impacto adverso, com incidência direta no meio biótico, com

204
_________________________________________________________________________

pequena magnitude, devido a pouca valência ambiental da área a ser trabalhada.


É um impacto reversível caso haja a conscientização dos trabalhadores sobre a
importância da preservação da fauna. Portanto, recomenda-se a implantação de
projetos de educação ambiental aos trabalhadores e o afugentamento
coordenado da fauna, para que esta se desloque para áreas vizinhas que lhes
ofereçam recursos para a sua sobrevivência e procriação. Atribui-se uma grande
importância a este impacto por se tratar de um reflexo do baixo grau de
conscientização das pessoas sobre o respeito que deve ser dado a fauna.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante ADA- Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação restrito à área a fase de
1 Baixa 3 1 2 3 grande
contínua do de ampliação operação da
importância
efeito da lavra lavra

7.4.2 - IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO


7.4.2.1 - Alterações sobre a Topografia
Esta barragem, devido ao seu relativamente grande volume,
aproximadamente 5.300.000 m3, formada em bancadas regulares, hoje faz parte
da topografia da região. Ao remover estes materiais, aos poucos a topografia será
alterada neste local.
Estas intervenções, além de provocarem alterações de caráter
paisagístico, implicarão em movimentação de terra (cortes), as quais são
potencialmente geradoras de processos erosivos, pois interferem na circulação
das águas superficiais, podendo causar o arraste de partículas sólidas para as
drenagens próximas e ocasionar assoreamento e perda de qualidade das
coleções hídricas a jusante do empreendimento. Assevera-se que este impacto
será mais intenso durante as operações de retomada da barragem, minimizando-
se progressivamente com a implantação de dispositivos de controle das águas.
Desta forma o impacto relacionado à mudança da topografia pode ser
considerado como adverso, direto, de média magnitude, em face do volume
alterado, de abrangência restrita ao local da barragem, de duração permanente,
ressaltando a possibilidade de que o local seja novamente ocupado com um

205
_________________________________________________________________________

maciço de material estéril, e de média importância, por interferir em um contexto


já fortemente alterado em seus atributos naturais.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Efeito
Constante AID - Efeito
permanece Efeito de
Manifestação restrito a área
2 Média 3 1 3 após o fim da 2 média
contínua do de lavra da
vida útil da importância
efeito barragem
lavra

7.4.2.4 - Alteração da Paisagem


As alterações paisagísticas provocadas pela retomada da barragem
serão consideráveis, posto que irão afetar uma superfície aproximada de 19
hectares, incidindo em área que se encontra harmonizada, com taludes definidos
e vegetados, porém inserida no contexto da mina, em área já alterada de suas
características originais.
Consideram-se, portanto, as alterações paisagísticas decorrentes
destas obras como adversas, de média magnitude, com base em sua inserção na
área da mina, irreversíveis e de pequena importância, considerando-se que o
local da intervenção não será visualizado a partir de qualquer área habitada
situada no entorno.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição
Efeito
Constante AID - Efeito
permanece Efeito de
Manifestação se estende
2 Média 3 2 3 após o fim da 1 pequena
contínua do pelas áreas de
vida útil da importância
efeito entorno
lavra

7.4.2.3 - Alterações da Topografia e Dinâmica das Águas Superficiais


Um efeito importante decorrente das alterações topográficas é o de
causar interferências na dinâmica das águas superficiais, modificando o seu
curso, concentrando-as em determinados trechos, e aumentando-lhes a força
erosiva e capacidade de transportar sedimentos. Desta forma, intervenções desta
natureza são potencialmente capazes de disparar a ocorrência de processos

206
_________________________________________________________________________

erosivos, e o consequente assoreamento das coleções hídricas à jusante.


Portanto, considera-se este impacto como direto, em face da
possibilidade da existência de nascentes do Córrego Mota associadas ao sítio de
retomada da barragem, adverso, de média magnitude, por afetar um sítio
geográfico de moderadas dimensões, constante ao longo das operações, mas de
grande importância, pelo risco de contribuir para assoreamento das drenagens
das bacias a jusante do empreendimento.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante Efeito restrito


AII - Efeito Efeito de
Manifestação à fase de
2 Média 3 3 atinge área de 2 3 grande
contínua do operação da
maior extensão importância
efeito lavra

7.4.2.4 - Alteração da Qualidade de Águas


Durante a implantação e operação da retomada da barragem, serão
aumentados os riscos de que possa ocorrer a alteração da qualidade das águas
superficiais a jusante do local a ser trabalhado.
Concorrerão para a perda de qualidade das águas superficiais os
sedimentos erodidos nas áreas expostas, de forma crítica durante as operações
de retomada dos finos da barragem.
A necessidade de secar o pacote de finos armazenados na barragem,
onde incidirão os trabalhos de retomada mais imediata, será mantida uma vala de
drenagem do lado de dentro da bacia, para onde serão direcionadas as águas
drenadas dos próprios sedimentos e as águas pluviais. A presença e a
movimentação de máquinas na bacia poderão fornecer sedimentos e óleos e
graxas para as águas desta vala, cujo líquido será controladamente descartado
para o meio externo através de vertedouro.
Deste modo, considera-se a possibilidade de alteração da qualidade das
águas em decorrência da retomada dos finos da barragem como um impacto
direto, adverso, reversível com o término das obras e, principalmente, com a
adoção de um eficiente controle da drenagem, podendo atribuir-lhe média
magnitude, em face de amplitude da área a ser trabalhada, e grande importância,

207
_________________________________________________________________________

tendo em vista a necessidade de preservar a qualidade das coleções hídricas


locais.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Efeito
Constante AID - Efeito
permanece Efeito de
Manifestação se estende
2 Média 3 2 3 após o fim da 3 grande
contínua do pelas áreas de
vida útil da importância
efeito entorno
lavra

7.4.2.5 - Aumento no Trânsito Interno


Haverá um certo aumento no trânsito interno de caminhões para o
abastecimento da ITM no trajeto a partir da barragem a ser lavrada. Na verdade,
considerando a totalidade do empreendimento, este aumento não será tão grande
em virtude de que, de fato, haverá a substituição no transporte que ocorria a partir
da pilha de sínter e que passará ocorrer a partir da barragem. O incremento será
devido a maior distância da barragem a ITM em relação à distância média entre a
pilha de sinter e a ITM.
Não há previsão de aumento significativo no trânsito externo
decorrente deste aproveitamento dos finos de barragem. Isto porque haverá,
conforme antes explicado, uma simples substituição de fontes de abastecimento
da usina de tratamento do minério. Os finos da barragem substituirão os materiais
da antiga pilha de pseudo sinter, em fase final de exaustão, na alimentação de
uma das linhas de concentração da planta de tratamento.
Será, portanto, um problema mais interno do empreendimento,
relacionado mais a segurança no trânsito da mina.
Em termos ambientais, os impactos negativos estarão relacionados a
geração de poeira, ruídos e efluentes de óleos e graxas, todos tratados em temas
específicos, mais a frente.
Conclui-se, portanto, que o aumento no trânsito interno implicará em
impacto negativo de pequena magnitude, constante ao longo das operações, com
efeitos que se estendem além do local da barragem, e de média importância, por
se tratar de um efeito que atinge o ambiente intra-mina, onde as possibilidades de
controle ambiental são propícias e dentro da rotina do empreendimento.

208
_________________________________________________________________________

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende à fase de
1 Baixa 3 2 2 2 média
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

7.4.2.6 - Alteração da Qualidade do Ar


A remoção e o transporte de material fino e seco acumulado na
barragem formam um cenário com grande potencial para a geração de poeiras,
notadamente na estação seca (maio a setembro).
Por tratar-se de material fino, a movimentação de materiais
particulados suspensos poderá alcançar ambientes externos da mina por
relativamente grandes distâncias. Respirar um ar impregnado de partículas
sólidas, mesmo que de materiais inorgânicos, causa malefícios ao sistema
respiratório tanto dos animais quanto do ser humano, irritando suas vias
respiratórias, provocando desconforto e doenças.
Em suma, consideram-se as alterações da qualidade do ar em razão
da formação da retomada de finos da barragem como um impacto direto, adverso,
reversível com o fim das operações, de grande magnitude, pela movimentação
intensa que haverá pelo fluxo de caminhões entre barragem e ITM, caso não
sejam tomadas medidas mitigadoras adequadas, atribuindo-lhe grande
importância, por ser a qualidade do ar um elemento essencial para a vida.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende à fase de
3 Alta 3 2 2 3 grande
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

7.4.2.7 - Geração de Ruídos e Vibrações


A retomada dos finos da barragem, em suas fases de implantação e,
sobretudo, de operação, certamente representará um aumento no nível de ruídos
no ambiente da mina. Este aumento de ruído será proveniente da movimentação

209
_________________________________________________________________________

de máquinas nos serviços de escavação, carga e transporte do material da


barragem até a UTM, para o seu reprocessamento.
O atenuante é o fato de tratar-se de um ambiente já bem ruidoso com
as demais operações normais da mina, ou seja, os ruídos destas novas
operações serão apenas somados aos existentes, e ainda o fato do
empreendimento não se situar nas proximidades das populações ou aglomerados
urbanos ou rurais.
Os ruídos, a exemplo da poeira, são nocivos à saúde, afetando o
sistema auditivo humano, e por que não dizer, dos animais, representando ainda
forte fator de afugentamento da fauna vizinha ao empreendimento.
Com respeito às vibrações, os eventuais incrementos serão bastante
reduzidos e decorrentes das movimentações de máquinas pesadas. Este
incremento pode ser considerado insignificante, ao se levar em conta a grande
distância entre os pontos de geração e as edificações de terceiros no entorno da
mina.
Em suma considera-se a geração de ruídos em decorrência da
retomada de finos como um impacto direto, adverso, reversível, de média
magnitude, considerando a frota de equipamentos que irá trabalhar na tarefa de
escavar, carregar e transportar o material fino da barragem, constante ao longo
de toda a fase de operação, e de média importância, em face da contextualização
dos pontos de geração no ambiente minerário, não contribuindo significativamente
para a elevação dos índices já existentes a ponto de afetar as vizinhanças.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende à fase de
2 Média 3 2 2 2 média
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

7.4.2.8 - Geração de Resíduos Sólidos


Durante a fase de operação desta retomada de finos da barragem, em
que serão empregados máquinas, equipamentos e pessoal, certamente serão
gerados resíduos sólidos relacionados às operações de manutenção, como

210
_________________________________________________________________________

sucatas, filtros usados, além daqueles usuais, tais como embalagens plásticas ou
metálicas de óleos lubrificantes, além de papel, papelão e outros.
Como os serviços de manutenção serão efetuados na oficina central da
mina, com capacidade para absorver esta demanda adicional, este tipo de
impacto praticamente não existirá especificamente para esta obra. O impacto será
apenas ligeiramente aumentado junto da oficina mecânica existente.
Este impacto é considerado como um direto, adverso, reversível e de
pequena magnitude e importância.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende à fase de
1 Baixa 3 2 2 1 pequena
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

7.4.2.9 - Riscos Geotécnicos


Durante a fase de operação da barragem de rejeitos, a preocupação
com a estabilidade geomecânica da estrutura é, via de regra, uma das questões
mais importantes relacionadas à gestão do sistema implantado, sobretudo,
quando se consideram as características construtivas e do alteamento utilizado ao
longo de sua vida útil, que tem implicações diretas sobre a sua segurança.
No presente caso, após a construção do maciço inicial (dique de
partida) no ano de 1986, com os sistemas de filtros associados, a barragem, com
crista na cota 940, passou a receber os rejeitos úmidos lançados em sua bacia de
acumulação. Quando a bacia esgotava sua capacidade de conter rejeitos,
promovia-se o alteamento do maciço, nesse caso adotando-se o alteamento para
montante, utilizando-se o próprio rejeito (alteamentos de 5 a 7 m). Assim, a
barragem foi sendo progressivamente alteada para montante até outubro de
2012, quando cessaram os lançamentos, caracterizando o fim de sua vida útil
com a crista atual na cota de 1015 m.
Com a perspectiva da retomada e reprocessamento dos rejeitos, a
necessidade de acompanhamento geotécnico se mantém e deve ser adotado o
mesmo rigor utilizado na fase de operação, a despeito do fato de que a estrutura
está progressivamente perdendo a água acumulada (adensamento), aumentando
211
_________________________________________________________________________

consequentemente os seus coeficientes de segurança em condições de


carregamento por tensões efetivas (de longo prazo). Esta condição se tornará
mais favorável à estabilidade na medida em que as camadas de rejeitos forem
sendo progressivamente lavradas.
Feitas esta considerações, conclui-se que o impacto ambiental relativo
aos riscos geotécnicos decorrentes da lavra da barragem é direto, adverso,
constante ao longo da fase de operação (lavra de rejeitos) reversível com o
término ou suspensão das operações, de média magnitude, com base nas
atenuantes ressaltadas anteriormente, mas de grande importância por envolver
uma questão de suma gravidade que é a segurança e o potencial de dano que
representa uma indesejada ruptura.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante Efeito restrito


AII - Efeito Efeito de
Manifestação à fase de
2 Média 3 3 atinge área de 2 3 grande
contínua do operação da
maior extensão importância
efeito lavra

7.4.3 - IMPACTOS SOBRE O MEIO ANTRÓPICO


7.4.3.1 - Manutenção do Nível de Empregos
A obra em questão pode ser considerada como necessária para a
garantia de continuidade das operações da mineração, no médio prazo. Isto
porque, no caso de não se contar com esta opção de liberação da área da
barragem por meio do reprocessamento de seus materiais, as pilhas de rejeito
licenciadas irão atingir suas capacidades máximas, e a empresa ficará sem
alternativas para armazenar os novos volumes a serem gerados. Se isto
acontecer, a empresa poderá ser obrigada a paralisar suas atividades até que
seja viabilizado novo dispositivo para armazenamento em outro local.
Portanto, a opção de retomada dos finos da barragem e a
disponibilização de seus espaços para a formação de uma nova pilha de estéril/
rejeito, implicará em garantia de continuidade das atividades produtivas da
mineração, representando, consequentemente, a perspectiva de manutenção do
nível de emprego para os trabalhadores.

212
_________________________________________________________________________

Está se falando em manutenção dos níveis de emprego porque os


novos postos de trabalho a serem gerados com esta nova atividade serão em
números modestos, se comparados com todo o quadro de pessoal do
empreendimento, já que será utilizada, em parte, a mão de obra e os
equipamentos já alocados nas outras atividades produtivas da mina.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Efeito
Constante AID - Efeito
permanece Efeito de
Manifestação se estende
2 Média 3 2 3 após o fim da 3 grande
contínua do pelas áreas de
vida útil da importância
efeito entorno
lavra

7.4.3.2 - Incremento no setor de serviços


A implantação desta nova iniciativa envolve, além da contratação de
alguns novos trabalhadores para execução das obras, a contratação de diversos
serviços técnicos de apoio ao processo, tais como mão de obra especializada em
geotécnica, hidrogeologia, engenharia de um modo geral.
Essas obras acabam por demandar serviços de empresas
especializadas, seja para o controle técnico dos serviços como atividades
auxiliares na operação, que normalmente demandam apoio nas comunidades
vizinhas.
Os serviços prestados acabam por gerar mais tributos para o poder
público municipal, representado pelo ISQS - Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza.
Os técnicos e trabalhadores terceirizados contratados acabam por
incrementar o comércio de alimentação e de hospedagem da região.
Assim, o incremento de serviços constitui um impacto positivo, de
pequena magnitude, de manifestação contínua, com abrangência na AII,
principalmente nos aglomerados humanos vizinhos, com tendência de se manter
durante toda a operação de retomada da barragem, atribuindo-lhe, entretanto,
uma grande importância, por repercutir positivamente nos índices
socioeconômicos do município onde o empreendimento está instalado.

213
_________________________________________________________________________

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante Efeito restrito


AII - Efeito Efeito de
Manifestação à fase de
1 Baixa 3 3 atinge área de 2 3 grande
contínua do operação da
maior extensão importância
efeito lavra

7.4.3.3 - Alterações e Perdas de Qualidade Ambiental


Naturalmente, os impactos negativos verificados nos meios físico e
biótico atingirão, direta ou indiretamente, o meio antrópico.
No caso presente, deve-se considerar que o ambiente a ser trabalhado
é parte integrante do ambiente da mina, portanto, inserido em meio cujo contexto
é de fortes alterações dos atributos naturais, ressaltando-se que para a
consecução do empreendimento (lavra da barragem) não haverá nenhuma
supressão de vegetação nativa. Os impactos ambientais relacionados às
atividades de operação, tais como ruídos, vibrações e poeiras provocam
alterações temporárias na qualidade ambiental, que retornam à condição inicial
com o término da atividade.
Dessa forma, as alterações e a perda de qualidade ambiental
decorrentes da lavra da barragem correspondem a um impacto negativo, de
média magnitude, considerando-se o conjunto das alterações e perdas, de efeito
constante ao longo da atividade, alguns efeitos se estendendo além das áreas de
operação, porém de média importância, por não afetar ambientes preservados.
Parte das alterações será mitigada pela recuperação da área, ao final
da obra, com o reaproveitamento dos espaços, muito provavelmente, por uma
pilha de estéril/rejeito.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AID - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação se estende à fase de
2 Média 3 2 2 2 média
contínua do pelas áreas de operação da
importância
efeito entorno lavra

214
_________________________________________________________________________

7.4.3.4 - Manutenção / incremento na Arrecadação Pública


Outro importante efeito benéfico identificado na presente análise será a
manutenção e até mesmo um aumento da arrecadação pública em decorrência
da atividade proposta, objeto do licenciamento.
Manutenção porque, como comentado anteriormente, a remoção da
barragem implicará na disponibilidade de mais espaços para o acondicionamento
de estéril e rejeito no futuro, conferindo assim maior vida ao empreendimento
mineiro como um todo.
Mas haverá também, é claro, aumento na arrecadação ao aproveitar
um material que antes foi descartado.
A arrecadação pública decorrente do empreendimento em pauta
advém das seguintes fontes:
 CFEM - Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais;
 Geração de ICMS - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços;
 Aumento do PIB da região, com implicações no Valor Adicionado Fiscal;
 Geração de PIS e COFINS;
 Pagamento de Imposto de Renda;
 Pagamento de ISS das empresas prestadoras de serviços;
 Aumento da massa salarial, direta, indireta e decorrente;
 Aumento no volume de vendas da empresa.

A geração de CFEM - Compensação Financeira pela Exploração de


Recursos Minerais é uma componente importante na arrecadação pública no
município de Itatiaiuçu. O CFEM é calculado sobre o valor do faturamento líquido,
obtido por ocasião da venda do produto mineral. Entende-se por faturamento
líquido o valor da venda do produto mineral, deduzindo-se os tributos que incidem
na comercialização, como também as despesas com transporte externo e com
seguro. A alíquota aplicada sobre o faturamento líquido, no caso do minério de
ferro, é de 2%. Este montante é distribuído da seguinte maneira: 12% para a
União, 23% para o Estado e 65% para o município produtor.
Outra importante receita será o pagamento de ISS para os serviços
executados no município.
Em suma, a retomada dos finos de barragem, objeto do presente
licenciamento, do ponto de vista da manutenção e/ou manutenção da
arrecadação pública, se trata de um impacto positivo, de grande magnitude, pelos

215
_________________________________________________________________________

volumes consideráveis a serem processados/comercializado, de manifestação


contínua durante a vida útil do empreendimento (lavra dos finos da
barragem/tratamento/comercialização de produtos), com abrangência
principalmente do município de Itatiaiuçu (AID), mas não somente, podendo ser
considerado de grande importância pelo fato de contribuir significativamente para
a arrecadação municipal e consequente equilíbrio socioeconômico da população
local.

Magnitude (M) Frequência (F) Abrangência (A) Duração (D) Importância (I)

Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição Peso Descrição

Constante AII - Efeito Efeito restrito


Efeito de
Manifestação atinge maior à fase de
3 Alta 3 3 2 3 grande
contínua do área de operação da
importância
efeito extensão lavra

216
_________________________________________________________________________

8 - MEDIDAS MITIGADORAS, POTENCIALIZADORAS E


COMPENSATÓRIAS
Neste item serão apresentados os programas e ações de minimização,
eliminação ou reabilitação dos impactos ambientais negativos prognosticados e
maximização dos impactos positivos, durante os processos de implantação,
operação e desativação do empreendimento. Como já mencionado, o
empreendimento trata-se da retomada de finos de uma barragem.
As ações de controle ambiental serão apresentadas em dois níveis,
quais sejam:
 Medidas mitigadoras, que correspondem às ações que visam reduzir
ou eliminar os impactos ambientais negativos. Quando as medidas adotadas têm
por objetivo aumentar ou favorecer os impactos positivos, são denominadas
medidas potencializadoras;
 Medidas de compensação, que são ações adotadas no sentido de
compensar impactos que não podem ser eliminados ou reduzidos.
Ressalta-se que no Estudo de Impacto Ambiental - EIA, estas medidas
são tratadas de maneira simplificada. Os projetos correspondentes serão
detalhados no Plano de Controle Ambiental - PCA, que é parte integrante do
presente processo de licenciamento ambiental, remetido para LP mais LI.

8.1 - MEDIDAS MITIGADORAS E POTENCIALIZADORAS


Para mitigar os impactos causados pela retomada dos finos de
barragem serão adotadas as seguintes medidas e procedimentos:

8.1.1 - ARMAZENAMENTO DO SOLO / APROVEITAMENTO DA BIOMASSA


Para que não sejam perdidas as camadas superiores de solo,
justamente aquelas mais ricas em matéria orgânica adicionados nos taludes
durante a formação da barragem, na retomada (lavra) dos bancos com estes
taludes acabados os trabalhos deverão ser conduzidos de maneira criteriosa.
Neste sentido, a camada superior da face do talude deverá ser cuidadosamente
removida, através de escavadeira, para o armazenamento em separado.

217
_________________________________________________________________________

Estas porções de solo selecionadas deverão ser acumuladas


temporariamente em pilhas de pequena altura, de modo que possam ser
reutilizadas, o mais rapidamente possível, na recomposição de outras áreas
degradadas (utilização da biomassa colonizadora).

8.1.2 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO À FAUNA


O ambiente em foco apresenta fragmentos naturais, principalmente nos
terrenos marginais à barragem, que se encontram já em um contexto minerário,
portanto, inseridos em área com certo grau de alteração. Porém, a possibilidade
de serem atingidos indivíduos da fauna indígena estará presente, uma vez que a
operação de máquinas, equipamentos, transporte de materiais e pessoas
aumentará o risco de atropelamentos de elementos da fauna em trânsito, devido
ao aumento do tráfego local. Durante as operações, a fauna local estará em
situação mais vulnerável à predação, diante da possibilidade de ocorrer à
eliminação de seus abrigos, ninhos e de locais utilizados para a captura de seus
alimentos.
Assim, para minimizar o risco sobre a fauna no ambiente da barragem,
a limpeza das áreas a serem utilizadas, onde houver algum abrigo em nicho de
vegetação, deverá ser realizada de modo a que favoreça o deslocamento dos
animais existentes nos locais das obras, ou seja, é necessário que a velocidade
de limpeza seja limitada para estimular a fuga espontânea da fauna.
Para minimizar o risco a fauna, prevê-se que antes da limpeza deverão
ser realizadas campanhas de campo, com o propósito de promover o
afugentamento estimulado da fauna para os ambientes vizinhos.

8.1.3 - CONTROLE AMBIENTAL DO CANTEIRO DE OBRAS


Em princípio, não está identificada a necessidade de construção de
canteiro de obras para dar suporte a estes serviços, devido aos seguintes
aspectos:
- Área a ser trabalhada plenamente integrada e próxima das principais
estruturas de apoio àlavra, notadamente da ITM, para onde os finos serão
direcionados, e das edificações de apoio (oficinas, refeitório e banheiros), que

218
_________________________________________________________________________

poderão perfeitamente atender a demanda dos serviços objetos deste novo


licenciamento;
- O mais certo é que as operações de retomada dos finos da barragem
sejam efetivadas pela própria ArcelorMittal, constituindo por assim dizer, uma
expansão dos trabalhos de lavra.
Mas sempre existe a possibilidade de contratação de serviços de
empresas especializadas, seja para auxiliar na operação ou para a execução de
trabalhos especiais, como drenagens do pacote de materiais envolvidos na
retomada.
Caso seja necessário construir um canteiro de apoio a eventuais
serviços especiais contratados para esta retomada de finos, visando minimizar os
impactos causados no local da implantação do canteiro de obras e na bacia de
drenagem a jusante, serão adotadas diversas medidas, incluindo:
 Promover mínimas interferências de movimentação de terra
(terraplenagem) no local, para evitar a ocorrência de processos erosivos;
 Implantar um eficiente sistema de drenagem das águas pluviais,
para minimizar a ocorrência de processos erosivos e o aporte de sedimentos para
as coleções hídricas locais;
 Utilizar banheiros químicos para atender ao pessoal de empreiteiros,
durante as eventuais obras contratadas;
 Implantar sistema de coleta seletiva de lixo, encaminhando o que for
reciclável às indústrias do gênero e destinar o restante ao aterro controlado do
município;
 Difundir programa de educação ambiental junto aos funcionários da
empresa que irão desenvolver as obras;
 Realizar manutenção e abastecimento dos equipamentos somente
junto às áreas de apoio do empreendimento, em locais adequados, protegidos por
sistema separador de óleos e águas.
 Sinalizar as vias de acesso nas imediações do canteiro de obras,
para minimizar o risco de acidentes, envolvendo máquinas e veículos;
 Após o término das obras contratadas, cada empresa responsável
deverá promover a recuperação das áreas degradadas, reconformando e

219
_________________________________________________________________________

vegetando os taludes e superfícies disponíveis, demolindo as eventuais


construções edificadas e reintegrando os terrenos à sua melhor finalidade.

8.1.4 - EXECUÇÃO CRITERIOSA DA LAVRA DO PACOTE DE FINOS


Uma medida fundamental para o êxito no controle ambiental durante a
fase de retomada dos finos da barragem é que esta etapa seja desenvolvida sob
rígido controle da engenharia, com rigorosas medições topográficas, cuidando
para que as movimentações não excedam os limites estritamente aceitáveis e
seguros, resultando na geometria desejada com um mínimo impacto.
Com este espírito, os cortes deverão ser feitos em bancos regulares,
de cima para baixo, camada por camada, mantendo a pequena inclinação no
sentido da parte de montante da bacia, para a drenagem das águas superficiais
para a vala aberta naquela faixa de contorno dos sedimentos.
As operações sendo efetivadas dentro dos parâmetros planejados
sempre constituem fator de minimização de impactos ambientais negativos
decorrentes. Isto porque os impactos são reduzidos na sua origem.

8.1.5 - MANUTENÇÃO UMA BOA QUALIDADE NA ESTRADA BARRAGEM / ITM


Uma ação minimizadora de impacto ambiental e, principalmente, de
segurança no trânsito, será a construção e a manutenção da estrada de ligação
das frentes de lavra da barragem a usina de concentração dentro de parâmetros
técnicos recomendáveis.
Basicamente a estrada deverá ter largura suficiente para a passagem
de dois caminhões com folga (nos dois sentidos), inclinação máxima de rampa de
10%, cobertura apropriada de piso e sistema superficial de drenagem.

8.1.6 - IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE DRENAGEM


O sistema de drenagem das águas envolvidas com esta obra de
retomada de finos da barragem precisará ser eficiente, pois, em caso contrário,
comprometerá até a efetiva execução dos trabalhos. Isto porque, sem secar o
pacote de finos a ser lavrado de imediato, pela escavadeira, simplesmente a
máquina não conseguirá acessar as frentes de trabalho.

220
_________________________________________________________________________

Deve-se atentar para que logo na fase inicial de retomada dos finos
seja exercido um controle de drenagem específico para evitar fugas indesejáveis
relacionadas às primeiras movimentações de terra, evitando a possibilidade de
ocorrência de contaminações episódicas dos cursos hídricos mais próximos, pelo
carreamento de sólidos.
Conforme antes descrito, o dispositivo básico de drenagem será a
abertura de uma vala do lado de dentro da bacia de finos, criando um vazio para
onde serão drenadas as águas do próprio pacote sobrejacente e encaminhadas
as águas pluviais incidentes na superfície da bacia da barragem.
A vala será afundada a cada nova fatia a ser lavrada, de modo a deixar
sempre o desnível projetado.
O vertedouro da barragem, sob a forma de canal superficial construído
na ombreira esquerda da estrutura, será rebaixado a cada posição da vala, de
modo a permitir o transbordo das águas de maneira eficiente, ou seja, em fluxos
moderados e praticamente isentos de sólidos em suspensão.

8.1.7 - PROGRAMA DE CONTROLE DE EFLUENTES


A execução das obras propostas ensejará a geração de efluentes
sanitários e oleosos, decorrentes, respectivamente, do emprego de mão de obra e
de máquinas. A adoção do programa de controle de efluentes procura minimizar
os impactos relativos à alteração da qualidade das águas e dos solos.
No trabalho de empreiteiras, em eventuais serviços auxiliares da obra,
o controle de esgotos sanitários será feito com a utilização de banheiros químicos,
contratados de empresas especializadas, que administram a limpeza periódica e
destinação adequada dos efluentes.
Quanto ao pessoal próprio da ARCELORMITTAL, como a obra é
próxima de sua estrutura central de apoio local, estes utilizarão dos sanitários
existentes. Os efluentes serão destinados ao tratamento em sistemas fossa
séptica / filtro anaeróbio / sumidouros também em funcionamento nesta unidade
mineradora.
As máquinas utilizadas na obra, de terceiros ou próprias, serão
abastecidas e receberão serviços de manutenção no ambiente da ampla oficina

221
_________________________________________________________________________

existente nas dependências desta mineração.


Esta oficina possui piso impermeabilizado e sistema de drenagem com
direcionamento dos efluentes para uma ampla caixa separadora de água óleo -
CSAO.
Na CSAO o óleo ficará retido para ser reutilizado (rerefino) e a água
será integrada ao sistema de drenagem superficial.
As oficinas e áreas de abastecimento, em plena operação, foram
projetadas e construídas de acordo com as normas reguladoras vigentes,
atendendo plenamente as demandas ambientais.

8.1.8 - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


A empresa deverá aperfeiçoar o seu programa de gerenciamento de
resíduos sólidos, já existente, de forma bem abrangente, tendo como foco a
identificação de todos os pontos de geração, o entendimento dos processos
geradores para atuar na minimização, a quantificação e, sobretudo, o controle
sobre a destinação final destes resíduos.
São os objetivos centrais deste programa:
 Redução ao mínimo o volume de resíduos gerados;
 Aumento da eficiência da recuperação, do reuso e da
reciclagem de resíduos e;
 Destinação adequada dos resíduos gerados.

8.1.9 - CONTROLE DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS


Para que seja garantida a manutenção da qualidade do ar na área de
influência desta atividade de retomada de finos da barragem, deverão ser
atingidas as seguintes metas:
 Forragem das superfícies dos finos objetos de movimentação de
máquinas em futuro próximo, com material laterítico, de boa compactação,
fartamente disponível na mina, para melhoria das pistas de rolamento e menor
geração de poeira;
 Aspersão de água nas vias de acesso e praças de movimentação de
máquinas, com a utilização de caminhão pipa;

222
_________________________________________________________________________

 Minimização de poeiras oriundas dos taludes das áreas


terraplanadas e desnudadas com o rebaixamento do pacote de sedimentos. Este
objetivo será atingido com o plantio de gramíneas nas áreas assim que estiverem
disponíveis para tal;
 Minimização de emissões de fumaça de motores a diesel. Realizado
pelo programa de manutenção veicular.

8.1.10 - PROGRAMA DE MANUTENÇÃO VEICULAR


A ARCELORMITTAL dispõe de um programa de manutenção de sua
frota, envolvendo as máquinas pesadas e os veículos utilitários de apoio, que
consiste na realização de inspeções rotineiras, nas quais são verificados, além de
todos os itens que tem implicações no desempenho e segurança, aqueles que
repercutem em parâmetros de qualidade ambiental, como o nível de emissão de
poluentes atmosféricos, o nível de emissão de ruídos e a geração de efluentes
oleosos ou contaminação direta por vazamentos.
No caso de contratar empreiteiras, esse programa deverá ser extensivo
a estas empresas. No caso específico das obras de retomada dos finos de
barragem, haverá um controle específico sobre os equipamentos alocados para
estes serviços.
Serão realizadas assim paradas rotineiras nos veículos, programadas
de forma a não prejudicar o cronograma das obras e os processos de operação.
A adoção deste programa deverá ser suficiente para mitigar os efeitos
impostos pela movimentação de máquinas e equipamentos durante a implantação
e operação do empreendimento, especificamente alteração do nível de pressão
sonora e qualidade do ar.

8.1.11 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


A empresa conta com um amplo programa de segurança que envolve
todos os setores operacionais do empreendimento, focalizados na mina, na
unidade de tratamento de minérios, em todos os acessos internos, nas áreas de
apoio, nos sistemas de controle de drenagem, dentre outros.

223
_________________________________________________________________________

Este programa envolve a adoção de procedimentos seguros adotados


na rotina operacional da empresa em todas as etapas do processo produtivo,
integrando, além dos funcionários da empresa, fornecedores e visitantes.
Todos estes procedimentos estão integrados no Plano de
Gerenciamento de Riscos - PGR, que constitui uma obrigação legal da empresa.

8.1.12 - PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA - PRAD


Após o término da retomada de barragem, deverão ser imediatamente
executadas as obras de recuperação das áreas diretamente afetadas, com a
conclusão das obras de drenagem, acertos finais das superfícies topográficas e
revegetação das áreas disponíveis.
Na prática, os serviços de recuperação serão efetivados no decorrer do
rebaixamento do pacote de sedimentos, com o plantio das encostas
disponibilizadas, com gramíneas, para facilitar o uso futuro da área.

8.1.13 - PROGRAMA DE ABSORÇÃO E CAPACITAÇÃO DE MÃO DE OBRA LOCAL


De maneira a privilegiar a contratação de funcionários das áreas de
influência direta (município de Itatiaiuçu), a empresa deverá manter o programa
formal de absorção e capacitação desta mão de obra.
Esse programa é de grande relevância uma vez que o contexto
socioeconômico de Itatiaiuçu é, em grande parte, caracterizado ainda pelo setor
agropecuário. Portanto, apesar de já existir mão de obra qualificada para atender
as demandas do trabalho com mineração (em grande parte em razão da
existência de minerações de minério de ferro vizinhas), boa parte da população
ainda não possui as qualificações demandadas por um empreendimento industrial
nos padrões da ARCELORMITTAL.
Na verdade a empresa já privilegia a contratação de profissionais das
localidades mais próximas, mas é de fundamental importância que mantenha um
programa formal, com avaliações periódicas, para verificação de seu sucesso.
Através deste programa espera-se que ocorra um aumento gradativo do
número de empregados da região, especialmente de Itatiaiuçu.

224
_________________________________________________________________________

8.1.14 - PROGRAMA DE GESTÃO DE APOIO À INFRAESTRUTURA MUNICIPAL


O empreendimento ARCELORMITTAL tem gerado um significativo
acréscimo de movimentação nos municípios de sua área de influência,
especialmente o município de Itatiaiuçu, determinando um aumento na demanda
por serviços públicos, tais como: serviços de saúde, educação, saneamento,
segurança, iluminação pública, energia elétrica e urbanização.
O projeto da ARCELORMITTAL, ao mesmo tempo em que determina
pressões por serviços públicos, também vem incrementando significativamente a
arrecadação pública, possibilitando que estes tenham melhores condições para
atender às demandas de suas populações.
Este é um fato que corrobora com a necessidade de se estabelecer um
estreito relacionamento do empreendedor com os gestores públicos municipais e
estaduais, de modo a colaborar para que os recursos que estes passarão a deter
beneficiem eficazmente à população em geral.
Portanto, a ARCELORMITTAL manterá uma interlocução permanente
com o setor público municipal e estadual, mediante as seguintes ações:
 Divulgar para o município os resultados obtidos no programa de
monitoramento socioambiental;
 Apoio aos programas municipais e estaduais, com ampla
divulgação junto a seus funcionários.
Neste contexto, merece mencionar a iniciativa da empresa em liderar e
executar, quase que por sua inteira conta, as obras de pavimentação da estrada
municipal de ligação da rodovia BR-381 com a mina. A obra foi executada
seguindo as mais modernas técnicas de engenharia, com todos os dispositivos de
segurança e de proteção ambiental, com a contratação de empresas
especializadas, tanto para elaboração dos projetos como para a execução das
obras. A nova via serve a esta mina, outras unidades mineradoras vizinhas e ao
público em geral, constituindo, portanto, uma melhoria na infraestrutura do
município sede (Itatiaiuçu).

225
_________________________________________________________________________

Estrada ligando a mina a Rodovia BR-381, pavimentada há poucos


anos atrás, por iniciativa da ArcelorMittal.

8.1.15 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADO PARA O RELACIONAMENTO


COM AS COMUNIDADES

As ampliações e modernizações do empreendimento acabam por


ensejar a contratação de um grande contingente de pessoas, entre empregos
diretos (hoje cerca de 300 funcionários), indiretos e decorrentes, grande parte
advinda de outras regiões.
No sentido de mitigar os impactos que esse processo acaba trazendo,
a ARCELORMITTAL deverá estabelecer medidas internas a serem aplicadas
junto aos seus funcionários e contratados, visando conscientizá-los das
peculiaridades das comunidades do entorno.
Estas medidas terão também caráter mitigador dos impactos sobre o
meio biótico, conscientizando os trabalhadores sobre a importância da
manutenção da flora e fauna local, para que possam desenvolver seus trabalhos
de forma consciente e responsável.
A ARCELORMITTAL já desenvolve um programa de educação
ambiental, recentemente elaborado, a propósito dos seus últimos licenciamentos
ambientais, com escopo e públicos alvos bastante abrangentes.
Assim, deverão ser concebidos pequenos ajustes de modo que os
seus efeitos também incidam sobre os operários que irão trabalhar nas obras de

226
_________________________________________________________________________

retomada dos finos da barragem, envolvendo também o setor formal de ensino do


município de Itatiaiuçu.
As linhas de ação do Programa de Educação Ambiental - PEA,
elaborado sob a coordenação técnica da empresa SOCIOAMBIENTAL, são
dirigidos para os seguintes públicos alvo:
1 - Empregados diretos;
2 - Terceirizados;
3 - Público externo - área de influência direta - representantes da sociedade civil
4 - Setor formal de ensino na área de influência direta.
4a - Professores das escolas públicas das comunidades de Varginha e Alto
da Boa Vista (Município de Mateus Leme);
4b - Alunos das escolas públicas da área de entorno do empreendimento;
4c - Funcionários das escolas;

A adoção do PEA tem como resultados esperados as seguintes metas:


 Proporcionar o processo de educação ambiental, para o público interno
e externo, fundamentado nos três momentos básicos de transformação:
a sensibilização, a conscientização e a mobilização.
 Contribuir para a formação e trabalho contínuo de Reeditores /
Multiplicadores entre os colaboradores e a comunidade do entorno.
 Instrumentalizar os professores das comunidades do entorno do
empreendimento para que eles trabalhem a temática ambiental de forma
transdisciplinar com seus alunos.
 Atuação da empresa no seu compromisso de responsabilidade social,
agindo de forma pró-ativa e visando melhorar a qualidade de vida dos
colaboradores e das comunidades do entorno.

8.2 – PROGRAMAS DE MONITORAMENTO


Neste item é descrito o plano de monitoramento para acompanhamento
das ações de minimização dos impactos e dos indicadores ambientais definidos.

227
_________________________________________________________________________

8.2.1 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO HÍDRICO


Para possibilitar o acompanhamento da qualidade das águas
superficiais na área de influência direta e indireta desta atividade de retomada de
finos da barragem, será dada continuidade ao programa de monitoramento hídrico
já praticado no empreendimento como um todo e que atenderá plenamente aos
propósitos desta nova obra, onde são monitorados os seguintes parâmetros:
Tabela 53 – Parâmetros de qualidade de águas naturais.

LIMITES MÁXIMOS PERMITIDOS


PARÂMETRO UNIDADES CLASSE 2
(DN CONJUNTA COPAM/CERH Nº 1, DE
05/05/2008)
pH - 6,0 a 9,0
Cor mgPt/L 75
Turbidez UNT 100
Condutividade elétrica a 25º C µS/cm -
DBO(5) mg/L O2 5
Oxigênio Dissolvido mg/L O2  5,0
Sólidos em suspensão mg/L 100
Sólidos totais mg/L -
Sólidos dissolvidos totais mg/L 500
Óleos e graxas mg/L Virtualmente ausentes
Ferro solúvel mg/L de Fe 0,3
Manganês total mg/L de Mn 0,1
Coliformes totais NMP/100 mL -
Coliformes termotolerantes NMP/100 mL 1.000
Estreptococos fecais NMP/100 mL -

À rede de pontos monitorados rotineiramente nesta mineração, que


bem representam as linhas de fluxo de água sob a influência do empreendimento
como um todo, será acrescentado um novo ponto, exatamente no vertedouro de
fuga das águas acumuladas na vala de controle.
Assim, sua posição permitirá o controle ambiental durante as
operações, aferindo a qualidade das águas efluentes dos sistemas de drenagem
interna e superficial.

228
_________________________________________________________________________

8.2.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE EFLUENTES


O monitoramento dos efluentes líquidos a serem gerados no
empreendimento como um todo tem como objetivo a manutenção da qualidade
das águas que ocorrem nas suas áreas de influência, verificando-se a eficiência
dos sistemas de controle.
Os efluentes líquidos sanitários gerados nos diversos banheiros
existentes na mina e os efluentes oleosos gerados, sobretudo, na área de
manutenção continuarão a ser monitorados, mantendo-se a frequência mensal.
Os pontos de amostragens para os efluentes gerados serão os
seguintes:
 Caixa de visita de entrada e saída dos sistemas de tratamento de
efluentes sanitários (ETE)
Parâmetros a serem monitorados:
- DBO (5 dias)
- DQO
 Caixa de visita de saída dos sistemas de tratamento de efluentes
oleosos (caixas separadoras de água e óleo).
Parâmetros a serem monitorados:
- Óleos e graxas
- Fenóis totais

8.2.3 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR


O programa de monitoramento da qualidade do ar operado no
empreendimento deverá atender a este novo alvo de retomada dos finos de
barragem, com a instalação de um ponto mais próximo desta área de intervenção.
Este programa tem como referência os seguintes objetivos:
- Avaliar as interferências da movimentação de equipamentos e
máquinas durante a implantação e operação desta retomada de finos em suas
áreas de entorno;
- Avaliar os dados meteorológicos na região, e sua interferência nos
padrões de qualidade do ar;
- Comparar os resultados obtidos com os padrões vigentes na
legislação brasileira;
- Adoção de medidas de mitigação ou de correção, caso sejam
necessárias.

229
_________________________________________________________________________

8.2.4 - MONITORAMENTO GEOTÉCNICO DA RETOMADA DE FINOS DA BARRAGEM


A barragem, cujos sedimentos serão retomados, será monitorada em
termos geotécnicos através de inspeções visuais e da continuidade da leitura e
avaliações sistemáticas dos instrumentos existentes para verificação do nível
piezométrico, tais como piezômetros ou medidores de nível d’água. Estes
instrumentos encontram-se instalados nos taludes externos do maciço da
barragem, objeto principal de monitoramento, por constituir elemento de
contenção da estrutura.
Os taludes internos de trabalho, o talude do substrato lavrado e do
canal de drenagem para ensecamento também serão constantemente
observados, para verificação de suas condições de segurança aos trabalhos ali
exercidos.
O monitoramento visual será realizado por funcionário da empresa
devidamente treinado para a atividade, verificando a ocorrência de trincas ou
outros indícios de movimentação, das condições de funcionamento do sistema de
drenagem superficial, as condições de saída de água do vertedouro da vala de
acumulação e a ocorrência de surgências anômalas.

8.3 - MEDIDAS COMPENSATÓRIAS


De acordo com a Lei do SNUC (Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de
2000, em seu Capítulo VIII, Artigo 31, Parágrafo Único), e em consonância com o
estabelecido na Lei Estadual nº 14.309 de 19/06/2002, em Capítulo 4, Artigo 36, o
licenciamento de empreendimentos minerários causadores de significativos
impactos ambientais, incluindo a supressão de vegetação nativa, fica
condicionado à adoção de medida compensatória que inclua a criação,
implantação ou manutenção de unidades de conservação de proteção integral.
Neste sentido, e com base na Deliberação Normativa COPAM nº 94 de
12 de abril de 2006, a empresa deverá apresentar proposta de medida de
compensação ambiental com base no investimento necessário para a
implantação do empreendimento e aplicar o que determina a Lei do SNUC,
calculando-se o valor a ser destinado para a manutenção de unidade de
conservação a ser definida pelo Instituto Estadual de Florestas - IEF.

230
_________________________________________________________________________

O valor da compensação será definido de acordo com o estabelecido


pelo Decreto Estadual nº 45.175, de 17 de setembro de 2009, com os seguintes
valores aproximados:
Estes valores serão evidentemente reavaliados e apresentados à
apreciação do Núcleo de Compensação Ambiental – NCA do IEF, após a
obtenção da Licença de Instalação - LI.
Serão definidas também as seguintes compensações: Florestal (Lei
14.309/2002), por intervenção em A.P.P. (Área de Preservação Permanente)
(Resolução Conama 396/2006) e por estar inserido no Bioma da Mata Atlântica
(Lei 11.428/2006).

231
_________________________________________________________________________

9 - AVALIAÇÃO DO RISCO DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTES


AMBIENTAIS
A seguir são apresentados e avaliados os principais riscos de
acidentes ambientais verificados para esta retomada de finos de barragem.
Quadro 21 - Riscos de acidentes ambientais no empreendimento.

Acidente Probabilidade Medidas Preventivas


Severidade
Incêndio da vegetação de Provável e -Construção e manutenção de aceiros em áreas
entorno severo de vegetação
- Proibição para fumar próximo a áreas de
vegetação
- Educação Ambiental
- Implementação de procedimentos de vigilância
e controle das áreas
- Equipe de prevenção e combate a incêndios
Derramamento de óleos e Frequente e de - Treinamento de motoristas e operadores;
graxas pequena - Vistoria periódica das embalagens, cargas e
severidade áreas de armazenamento;
- Programas de manutenção preventiva de
equipamentos e veículos;
- Recolhimento imediato do óleo porventura
derramado
Escorregamento de taludes Improvável e - Realização de vistorias geotécnicas periódicas;
severo - Funcionamento adequado do sistema de
drenagem;
- Seguir as recomendações geotécnicas do
projeto.
Erosão das drenagens de Provável e de - Dimensionamento adequado das estruturas de
água pluvial pequena drenagem;
severidade - Construção de estruturas de retenção de
sólidos;
- Fiscalização e manutenção periódicas das
estruturas de drenagem
Acidentes com veículos no Provável e - Adoção de todas as medidas para segurança
transporte dos finos severo do trabalhador;
- Sinalização das vias de acesso;
- Fiscalização das condições de transporte,
especialmente velocidade dos veículos;
- Manutenção das estradas e acessos em boas
condições de rodagem.
Erosão no vertedouro da vala Improvável e - Manutenção do vertedouro nos níveis
de acumulação de água severo programados;
- Reforço na base do vertedouro;
- Monitoramento da quantidade e qualidade da
água vertente.

232
_________________________________________________________________________

10 - DESCOMISSIONAMENTO
A empresa já conta com um plano de descomissionamento que
contempla a solução de desativação criteriosa de toda a Mina do Córrego Fundo,
envolvendo áreas de lavra, planta de beneficiamento, pilhas de estéril, barragem
de rejeitos, instalações de apoio, bem como todas as suas áreas impactadas.
Vale ressaltar que a empresa programa atualizar este plano de
descomissionamento a cada quatro (4) anos, devido à dinâmica própria da
atividade minerária, notadamente de minério de ferro. Esta frequência foi
programada em virtude do tempo de validade de sua licença de operação, que
tem de ser submetida ao processo de revalidação a cada quatro (4) anos.
Entende-se que estes momentos serão propícios para reavaliação do programa
de descomissionamento da mina.

Uso futuro da área


No caso específico desta obra, prevê-se que os espaços atualmente
ocupados pela barragem de rejeitos serão utilizados para a formação de uma
nova pilha de estéril/rejeito. Portanto, como a previsão para a remoção completa
da barragem é para ocorrer em seis (6) anos, daqui a aproximadamente quatro
(4) anos deverá ser efetivado o licenciamento ambiental da nova utilidade a
ocupar o local disponibilizado.
Evidentemente, o descomissionamento desta área deverá aguardar o
momento apropriado de sua utilização futura. Mas isto, obviamente, ocorrerá
antes da exaustão das reservas de minério de ferro da mina, quando o
descomissionamento geral do empreendimento será efetivado.
Entretanto, conforme antes explicado, no decorrer da retomada destes
finos, a medida do rebaixamento do pacote de sedimentos e a consequente
liberação de áreas, estas serão recuperadas de imediato, através do trabalho de
estabilização e o plantio de gramíneas. Tudo isto para que a área fique protegida
até a sua outra utilização futura.

233
_________________________________________________________________________

11 - CONCLUSÃO
Conforme pôde ser verificado na avaliação de impactos, o
empreendimento tem pequeno potencial de modificação do meio, em termos
negativos, embora os impactos positivos, decorrentes do aproveitamento de
grande massa de material que antes foi descartada, sejam muito interessantes.
Mesmo no caso dos impactos ambientais negativos, estes são
decorrentes principalmente das operações das máquinas, podendo ser
perfeitamente controlados e minimizados.
A iniciativa em si, após o término da obra, representa um apelo
fortemente positivo em termos ambientais. Trata-se simplesmente da eliminação
de uma barragem com grande massa de rejeitos finos acumulados por décadas,
com água incorporada, representando sempre um risco de rompimento, o qual
traria consequências ambientais altamente negativas sobre a drenagem, flora e
fauna da bacia de jusante.
A superfície deixada com esta barragem, após o fim de sua operação,
coberta por finos de minério, não suporta uma vegetação de maior porte,
deixando sempre um vazio na vegetação deste local.
A substituição futura desta barragem por uma pilha de estéril/rejeito
implica em ganhos nos aspectos de segurança e de recuperação do meio
ambiente, devido aos seguintes aspectos:
- A pilha é sempre mais segura (estável) que a barragem, por sua
geometria e quantidade reduzida de água;
- A pilha permite uma melhor drenagem do substrato do terreno
ocupado;
- Os taludes e, principalmente, superfícies das bermas e patamar final
da pilha comportam uma maior camada de solo e, consequentemente, melhores
condições de vegetação, incluindo espécies arbóreas, podendo até mesmo
chegar próximo à vegetação do entorno, para maior integração paisagística
futura.

234
_________________________________________________________________________

Considerando-se que:
 Os impactos ambientais associados ao empreendimento são
plenamente mitigáveis pela adoção de medidas simples, que em
grande parte já constam do dia a dia do empreendimento;
 A área a ser trabalhada encontra-se totalmente antropizada pela
formação da barragem;
 A eliminação de uma estrutura com grande potencial de riscos
ambientais futuros;
 A grande relevância dos impactos positivos, associados a
garantia de continuidade operacional do empreendimento,
contribuindo para o desenvolvimento do município de Itatiaiuçu;
 Trata-se de um empreendimento fundamental para a
continuidade dos trabalhos de lavra/beneficiamento do minério
desta mina, que, tem pouca disponibilidade de espaços para
dispor seus estéreis e rejeitos.

A equipe responsável pela elaboração do EIA/RIMA conclui, salvo


melhor juízo, que o empreendimento é plenamente viável do ponto de vista
ambiental.

Belo Horizonte, 10 janeiro de 2014.

___________________________________
Geomil – Serviços de Mineração Ltda

235
_________________________________________________________________________

12 - BIBLIOGRAFIA

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238
46º 45º 44º
N
B rasília
19º 19º
20º
20º
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
1
2
12
3
5
4
11
MESORREGIÕES
1 - NORTE DE MINAS 7 ZONA DA MATA
21º 21º
1 6
2 2- JEQUITINHONHA 8 OESTE DE MINAS
8
3 3 - VALE DO MUCURI 9 SUDOESTE DE MINAS
7
4 4 - VALE DO RIO DOCE 10 CAMPO DAS VERTENTES 10
9
5 5 - CENTRAL MINEIRA 11 TRIÂNGULO MINEIRO
12 NOROESTE DE MINAS
6 6 - METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
RODOVIAS AERÓDOMOS
494 FEDERAL HOMOLOGADO PELO DAC
Titular: Projeto:
260 ESTADUAL SÍMBOLOS DE CIDADES ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
EM DUPLICAÇÃO Acima de 100.000 habitantes RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
PAVIMENTADA Até 100.000 habitantes
Título:
ESTRADA MUNICIPAL Distrito
FERROVIA Povoado
MAPA DE LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
33
DISTÂNCIA EM Km
0 15.000 30.000 45.000 60.000(m) Substância: Local: MINA DO CÓRREGO FUNDO
MINÉRIO DE FERRO Município / UF:
ITATIAIUÇU / MG
46º 45º 44º Escala: RT:
Fonte: Mapa Rodoviário do Estado de Minas Gerais - Esc. 1:1.500.000 - DER/2010 1: 1:500.000 Márcio Célio Rodrigues da Silva
Géologo - CREA/MG 43.136/D
560000 562000 564000 566000

7778000

7778000
7776000

7776000
830316/1979
7774000

7774000
13845/1967

BARRAGEM DE REJEITOS
OBJETO DE LAVRA
7772000

7772000
7770000

7770000

560000 562000 564000 566000


FONTE: FOLHA IGARAPÉ SF.23-X-A-II-1 IBGE/1985 DATUM HORIZONTAL: CÓRREGO ALEGRE - EQUIDISTÂNCIA DAS CURVAS DE NÍVEL: 20 METROS

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA


Titular: PROJETO:

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

µ
PLANTA DE SITUAÇÃO
TÍTULO:

SUBSTÂNCIA: LOCAL: MINA DO CÓRREGO FUNDO


MINÉRIO DE FERRO MUNICÍPIO/UF: ITATIAIUÇU / MG
ESCALA: RT:

1:50.000 Márcio Célio Rodrigues da Silva


Géologo - CREA/MG 43.136/D
562800 563000 563200 563400 563600 563800

7773800

7773800
7773600

7773600
µ
BARRAGEM DE REJEITOS
OBJETO DE LAVRA
7773400

7773400
0 50 100 200 300
Metros

Projeção: Universal Transversa de Mercator -UTM, Fuso:23K,


Datum: South American Datum 1969 -SAD69,
Meridiano Central 45º W.Gr.
7773200

7773200
7773000

7773000
7772800

7772800
Titular: PROJETO:
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
7772600

7772600 TÍTULO:
BARRAGEM DE REJEITOS EM IMAGEM DE SATÉLITE
SUBSTÂNCIA: LOCAL: MINA DO CÓRREGO FUNDO
MINÉRIO DE FERRO MUNICÍPIO/UF: ITATIAIUÇU / MG
ESCALA: RT:

562800 563000 563200 563400 563600 563800 1:5.000 Márcio Célio Rodrigues da Silva
Géologo - CREA/MG 43.136/D
557000 560000 563000 566000 569000 572000

830316/1979

MINERITA
COMISA
MMX

µ
7774000

7774000
13845/1967
ARCELLORMITAL

BARRAGEM DE REJEITOS
USIMINAS OBJETO DE LAVRA

Legenda
LIMITE DA BACIA DO CÓRREGO MOTA
LIMITE BACIA RIO VELOSO

SEDE MUNICIPAL
USIMINAS !
.
7771000

7771000
" DISTRITO
BR 381

Processos DNPM

830316/1979
7768000

7768000
SOUSA
"

81
ITATIAIUÇU

3
BR
!
. 13845/1967
7765000

7765000
SANTA TERESINHA DE MINAS
"
7762000

7762000
0 500 1.000 2.000 3.000 4.000

Metros

Projeção: Universal Transversa de Mercator -UTM, Fuso:23K,


Datum: South American Datum 1969 -SAD69,
Meridiano Central 45º W.Gr.

TITULAR: PROJETO:
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
RIO MANSO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
7759000

7759000
TÍTULO:
!
. BACIA DO RIO VELOSO EM IMAGEM DE SATÉLITE
SUBSTÂNCIA: LOCAL: MINA DO CÓRREGO FUNDO
MINÉRIO DE FERRO MUNICÍPIO/UF: ITATIAIUÇU / MG
ESCALA: RT:

557000 560000 563000 566000 569000 572000 1:50.000 Márcio Célio Rodrigues da Silva
Géologo - CREA/MG 43.136/D
560500 561000 561500 562000 562500 563000 563500 564000 564500 565000

7775000

7775000
830316/1979
7774500

7774500
7774000

7774000
13845/1967
7773500

7773500
BARRAGEM DE REJEITOS
Legenda
OBJETO DE LAVRA
DRENAGENS MOTA

BACIA MOTA
7773000

7773000
Processos DNPM

830316/1979
7772500

7772500
13845/1967
7772000

7772000
7771500

7771500
7771000

7771000
0 250 500 1.000 1.500 2.000
Metros

Projeção: Universal Transversa de Mercator -UTM, Fuso:23K,


Datum: South American Datum 1969 -SAD69,
Meridiano Central 45º W.Gr.
7770500

7770500
TITULAR: PROJETO:
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
TÍTULO:
7770000

7770000
BACIA DO CÓRREGO MOTA EM IMAGEM DE SATÉLITE
SUBSTÂNCIA: LOCAL: MINA DO CÓRREGO FUNDO
MINÉRIO DE FERRO MUNICÍPIO/UF: ITATIAIUÇU / MG
ESCALA: RT:

560500 561000 561500 562000 562500 563000 563500 564000 564500 565000 1:15.000 Márcio Célio Rodrigues da Silva
Géologo - CREA/MG 43.136/D
562000 562500 563000 563500 564000 564500 565000

P P CU CU P
PS
P

µ
CE

CE
FESD
P
PS

SF CE P
7775000

7775000
FESD

PS FESD
CE

MN

CE

CE
7774500

7774500
CR Legenda
Processos DNPM da ArcelorMittal Mineração Serra Azul S.A.
CE
Uso e Ocupação e Tipologias Vegetais
FESD - Floresta Estacional Semidecidual
MN - Áreas de Extração Mineral
SF - Sítios e Fazendas
7774000

7774000
P - Pasto

CE PS - Pasto Sujo
MN CACE
CE - Cerrado
CR - Campo Rupestre
CE
CE
CE MN
Processos DNPM
FESD
CACE
7773500

7773500
830.316/1979

13.845/1967
MN

PS
7773000

7773000
P CE
FESD
BARRAGEM DE REJEITOS
OBJETO DE LAVRA
CE
CE
FESD

CE 0 100 200 400 600 800


MN P
P CE
Metros
7772500

7772500
P FESD Projeção: Universal Transversa de Mercator -UTM, Fuso:23K,
Datum: South American Datum 1969 -SAD69,
Meridiano Central 45º W.Gr.
PS
P
PS

TITULAR: PROJETO:
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
P
7772000

7772000
CE RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
CE TÍTULO:
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
FESD
CE PS SUBSTÂNCIA: LOCAL: MINA DO CÓRREGO FUNDO
P P
FESD
MINÉRIO DE FERRO MUNICÍPIO/UF: ITATIAIUÇU / MG
P P ESCALA: RT:

562000 562500 563000 563500 564000 564500 565000 1:10.000 Pablo Luiz Braga
Eng. Florestal CREA MG 79.320/D
MATRIZ DAS AÇÕES X IMPACTOS AMBIENTAIS
(SEGUNDO MODELO DE LEOPOLD, 1971)

ARCELORMITTAL SERRA AZUL S.A

AÇÕES Preparação da área para início Comercialização ou


das obras de reprocessamento Manutenção e lavagen de
Lavra da Barragem Transporte de material Operação da ITM Utilização da Mão de Obra transferência do minério de Fechamento
veículos e equipamentos
IMPACTOS PRINCIPAIS ferro
Impactos sobre o Meio Biótico
-3 +3
Alteração da área como resultado da remoção da
vegetação e do solo -6 +6
-1 -1 -2 +3
-1
Afugentamento da Fauna
-6 -6 -6 -6 +6
-2 -3 +3
-3
Aumento da Atividade Predatória
-8 -8 -8 +9

Impactos sobre o Meio Físico


-4 -5 +5
Alterações sobre a Topografia
-6 +6
-5
-4 +6
Alteração da Paisagem
-3 +3
-6 +3
Alterações da Topografia e Dinâmica das Águas
Superficiais -8 +8
-6 -5 -5 -4 -5 +6
Alteração da Qualidade de Águas
-8 -8 -8 -7 -8 +9
-1 -1 -1 -1 +3
Aumento no Trânsito Interno
-5 -6 -6 -5 +6
-7 -8 -8 -7 +9
Alteração da Qualidade do Ar
-8 -8 -8 -8 +9
-4 -5 -4 -4 +6
Geração de Ruídos e Vibrações
-5 -6 -6 -6 +6
-1 -1 -2 -2 +3
Geração de Resíduos Sólidos
-3 -3 -3 -3 +3
-4 -6 +6
Risco Geotécnico
-8 -8 +9

Impactos sobre o Meio Antrópico


+4 +4 +4 +4 +4 -4
Manutenção do Nível de Empregos
+7 +7 +7 +7 +7 -7
+2 +2 +2 +3 -2
Incremento no setor de serviços
+7 +7 +7 +7 -8
-4 +6
-5
Alterações e Perdas de Qualidade Ambiental
-6 -6 +6
+8 +9 +8 +8
-9
+9 +9 +9 +9
Manutenção / incremento na Arrecadação Pública -9

Magnitude / Importância (+) Impacto positivo (-) Impacto negativo

REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS DA BARRAGEM DE REJEITOS DE MINÉRIO DE FERRO


PROCESSO COPAM 062/1994 - DNPM nº 13.845/1967 -* CÓRREGO FUNDO - MUNICÍPIO DE ITATIAIUÇU- MG
MATRIZ DE ANÁLISE DE IMPACTOS VERSUS MEDIDAS MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS E POTENCIALIZADORAS
ARCELORMITTAL SERRA AZUL S.A

AÇÕES EFEITOS ENCADEADOS VALORAÇÃO DOS EFEITOS


EFEITO RESULTADO IMAPCTO MITIGAÇÃO / COMPENSAÇÃO OU POTENCIALIZAÇÃO
MEIO BIÓTICO MEIO FÍSICO MEIO ANTRÓPICO M F A D I
Manutenção do Nível de Empregos; Incremento no
Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local; Programa de
setor de serviços; Manutenção / incremento na Positivo 2 2 3 2 3 72 Alto
Gestão de Apoio à Infraestrutura Municipal
Arrecadação Pública
Armazenamento do solo / Aproveitamento da biomassa; Medidas de Proteção
PREPARAÇÃO DA ÁREA PARA INÍCIO DAS
à Fauna; Controle Ambiental do Canteiro de obras ; Execução Criteriosa da
Alterações sobre a Topografia; Alteração da Paisagem;
OBRAS DE REPROCESSAMENTO EFEITOS lavra do pacote de finos; Manutenção uma Boa Qualidade na Estrada
Alterações da Topografia e Dinâmica das Águas
ENCADEADOS Alteração da área como resultado da remoção da Barragem / ITM; Implantação de Sistema de Drenagem; Programa de controle
Superficiais; Alteração da Qualidade de Águas; Aumento
vegetação e do solo; Afugentamento da Fauna; Alterações e Perdas de Qualidade Ambiental Negativo 3 2 2 2 3 72 Alto de efluentes; Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Controle das
no Trânsito Interno; Alteração da Qualidade do Ar;
Aumento da Atividade Predatória emissões atmosféricas Programa de Prevenção de Acidentes; Programa de
Geração de Ruídos e Vibrações; Geração de Resíduos
Educação Ambiental voltado para o Relacionamento com as Comunidades ;
Sólidos; Risco Geotécnico.
Programa de Monitoramento Hídrico; Programa de Monitoramento
Geotécnico.

Manutenção do Nível de Empregos; Suprimento da


Positivo 2 3 3 2 3 108 Muito Alto Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local
ITM; Liberação de espaço para novas utilidades

Medidas de Proteção à Fauna; Controle Ambiental do Canteiro de obras ;


Execução Criteriosa da lavra do pacote de finos; Manutenção uma Boa
LAVRA DA BARRAGEM
Qualidade na Estrada Barragem / ITM; Programa de Manutenção Veicular;
Alteração da Qualidade de Águas; Aumento no Trânsito
Implantação de Sistema de Drenagem; Programa de controle de efluentes;
Afugentamento da Fauna; Aumento da Atividade Interno; Alteração da Qualidade do Ar; Geração de Ruídos
Negativo 2 3 2 2 3 72 Alto Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Controle das emissões
Predatória. e Vibrações; Geração de Resíduos Sólidos; Risco
atmosféricas; Programa de Prevenção de Acidentes; Programa de
Geotécnico.
Educação Ambiental voltado para o Relacionamento com as Comunidades,
Programa de Monitoramento Hídrico; Programa de Monitoramento
Geotécnico .
Manutenção do Nível de Empregos; Incremento no Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local; Programa de
Positivo 1 3 3 2 3 54 Alto
setor de serviços. Gestão de Apoio à Infraestrutura Municipal
MANUTENÇÃO E LAVAGEM DE VEÍCULOS E
EQUIPAMENTOS Programa de Manutenção Veicular; Programa de Manutenção Veicular;
Alteração da Qualidade de Águas; Geração de Resíduos
Negativo 2 3 2 2 3 72 Alto Implantação de Sistema de Drenagem; Programa de controle de efluentes;
Sólidos;
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Manutenção do Nível de Empregos; Incremento no Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local; Programa de
Positivo 2 3 3 2 3 108 Muito Alto
setor de serviços. Gestão de Apoio à Infraestrutura Municipal

TRANSPORTE DE MATERIAL
Medidas de Proteção à Fauna; Controle Ambiental do Canteiro de obras ;
Aumento no Trânsito Interno; Alteração da Qualidade do Manutenção uma Boa Qualidade na Estrada Barragem / ITM; Programa de
Afugentamento da Fauna Negativo 2 3 3 2 3 108 Mutio Alto
Ar; Geração de Ruídos e Vibrações. Manutenção Veicular; Controle das emissões atmosféricas; Programa de
Prevenção de Acidentes.

Manutenção do Nível de Empregos; Incremento no Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local; Programa de
Positivo 3 3 2 2 3 108 Muito Alto
setor de serviços; Aproveitamento mineral. Gestão de Apoio à Infraestrutura Municipal
Programa de Monitoramento Hídrico; Programa de Monitoramento/Controle
OPERAÇÃO DA ITM Alterações sobre a Topografia ; Alteração da Qualidade de de Efluentes; Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar; Medidas de
Afugentamento da Fauna; Aumento da Atividade Águas; Aumento no Trânsito Interno; Alteração da Proteção à Fauna; Implantação de Sistema de Drenagem; Programa de
Alterações e Perdas de Qualidade Ambiental Negativo 2 3 2 2 3 72 Alto
Predatória; Qualidade do Ar; Geração de Ruídos e Vibrações; Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Controle das emissões atmosféricas;
Geração de Resíduos Sólidos. Programa de Prevenção de Acidentes; Programa de Educação Ambiental
voltado para o Relacionamento com as Comunidades .
Manutenção do Nível de Empregos; Incremento no
Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local; Programa de
setor de serviços; Manutenção / incremento na Positivo 3 3 3 2 3 162 Muito Alto
Gestão de Apoio à Infraestrutura Municipal
UTILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA Arrecadação Pública.
Programa de Monitoramento Hídrico; Programa de Monitoramento/Controle
Alteração da Qualidade de Águas Negativo 2 3 2 2 3 72 Alto
de Efluentes.
Manutenção do Nível de Empregos / incremento na Programa de Absorção e Capacitação de Mão de Obra Local; Programa de
Positivo 3 3 3 2 3 162 Muito Alto
Arrecadação Pública Gestão de Apoio à Infraestrutura Municipal
COMERCIALIZAÇÃO OU TRANSFERÊNCIA DO
MINÉRIO DE FERRO
Negativo 0

Cessam ou amenizam-se as alterações sobre a topografia,


Cessam ou amenizam-se os efeitos relacionados à
paisagem, dinâmica das aguas superficiais, qualidade de Cessam ou amenizam-se os efeitos relacionados à perdas de Programa de Recuperação de Área Degradada - PRAD; Medidas
remoção da vegetação e do solo, ao afugentamento da Positivo 2 3 2 2 3 72 Alto
águas, trânsito interno, qualidade do ar, geração de qualidade ambiental compensatórias
PLANO DE FECHAMENTO fauna e ao aumento da Atividade Predatória
ruídos e vibrações e geração de resíduos solidos
Redução do Nível de Empregos; Diminuição na Arrecadação
Negativo 2 3 3 3 3 162 Muito Alto
Pública.

Obs.: Potencialização significa estimular / potencializar o impacto positivo


MAGNITUDE (M) FREQUÊNCIA (F) ABRANGÊNCIA (A) DURAÇÃO (D) IMPORTÂNCIA (I)
1 - Baixa 1 - Eventual 1 - ADA 1 - Implantação 1 - Pequena
2 - Média 2 - Frequente 2 - AID 2 - Operação 2- Média
3 - Alta 3 - Constante 3 - AII 3 - Desativação 3 - Grande

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