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A arte moderna nasceu dessas várias tendências e Os modernistas que concretizaram a Semana de
se espalhou pelo mundo inteiro com a influência Arte Moderna em 1922
das vanguardas europeias: Futurismo,
Expressionismo, Dadaísmo e Cubismo.
O Modernismo no Brasil
No começo do século XX, as correntes artísticas
desenvolvidas na Europa (Dadaísmo, Surrealismo,
Expressionismo, Futurismo) constituíram a arte
moderna europeia. Os artistas brasileiros, em suas
viagens ao exterior, voltavam sob estas novas
influências que, aliadas ao desejo de mudança,
permitiram o início do Modernismo no Brasil.
A primeira fase do Modernismo no Brasil, também chamada de "fase heroica", foi marcada pelo combate à
tradição. Foi um período de grande produção de arte moderna, de materiais que divulgavam esta arte e de
poesias. Em meio a essa "grande produção", quatro correntes de pensamento ganharam força e foram
ganhando teor ideológico ao longo da década de 20. São elas: Pau Brasil, Verde Amarelismo, Escola da
Anta e Antropofagia.
Pau Brasil: Fundado por Oswald de Andrade, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado cultural
brasileiro, que copiava os modelos europeus, propondo um olhar para o Brasil com o olhar do brasileiro,
apesar das influências europeias.
Verde Amarelismo: Formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano
Ricardo em 1926, surgiu em resposta ao movimento Pau Brasil. O Verde Amarelismo tinha como proposta a
defesa de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos nacionais sem qualquer influência
europeia. Esta corrente deu origem à Escola da Anta.
Escola da Anta: Em 1927, o Movimento Verde-Amarelo transformou-se na Escola da Anta ou Grupo Anta
que, partindo para a idolatria do tupi, defendia o patriotismo em excesso e apresentava inclinações nazistas.
Elege a anta como símbolo nacional.
Antropofagia: Fundada por Oswald de Andrade em parceria com Tarsila do Amaral e Raul Bopp, este
manifesto surgiu em 1928 como uma nova resposta às duas correntes (Verde Amarelismo e Escola da Anta),
pregando a aceitação da cultura estrangeira, mas sem copiar e imitar. Esta cultura deveria ser absorvida pela
brasileira, que colocaria na arte a representação da realidade do Brasil e do elemento popular, valorizando
as riquezas nacionais.
Características
Utilização do verso livre
Linguagem coloquial
Linguagem condensada
Ausência de pontuação
Valorização do cotidiano
Utilização de paródias
Utilização do humor (poema-piada)
Criação de neologismos
Aproximação da linguagem da prosa
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação brasileira
Dizem todos os dias
Me dá um cigarro
(Oswald de Andrade)
Principais autores cáqui (1926); Clã do jabuti (1927); Remate dos
males (1930); Lira paulistana (1946).
modernistas da
primeira fase
Mário de Andrade
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, cidade
onde estudou e se formou no Conservatório
Musical, tornando-se mais tarde professor de
História da Música.
Foi um dos líderes da Semana de Arte Moderna e Capa obra Paulicéia desvairada
ativo divulgador das ideias modernistas durante
toda a década de 1920. Ficção: Amar, verbo intransitivo (1917);
Macunaíma (1928); Os contos de Belazarte
Participou da célebre viagem de alguns escritores (1934); Contos novos (1946).
e artistas do Modernismo pelo grande sertão
brasileiro, que culminou com a subida pelo rio
Amazonas, até suas nascentes.
As meninas da gare*
Eram três ou quatro moças bem moças e bem
gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
*estação de trem
Folha de rosto da obra Marco Zero, A revolução O trecho/texto de Pero Vaz de Caminha parodiado
melancólica é:
“Ali andavam entre eles três ou quatro moças,
Poesia: Pau-Brasil (1925); Primeiro caderno do bem moças bem gentis,
aluno de poesia Oswald de Andrade (1927); com cabelos mui pretos e compridos pelas
Poesias reunidas (1945). espáduas, e suas vergonhas tão altas,
tão saradinhas e tão limpas de cabeleiras que, de
as muito bem olharmos,
não tínhamos nenhuma vergonha.”
Prosa
Os romances Memórias sentimentais de João
Miramar (1924) e Serafim Ponte Grande (1930)
admiram pelo trabalho com a linguagem
(simultaneidade, quase ausência de pontuação,
Registro fotográfico da obra/peça teatral O rei da neologismos, condensação, palavras em liberdade)
vela e pela montagem, apresentando capítulos
extremamente curtos, que se aproximam da
Vale a pena saber mais: poesia.
Principais obras
Os sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Publicação A cinza das horas
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.