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CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA

José Cosme Drumond

A construção de um projeto de pesquisa demanda uma série de discussões para


que a pesquisa seja viabilizada, no seu processo de planejamento, desenvolvimento
e relatório. Esses três passos da pesquisa, embora tenham procedimentos próprios,
devem estar integrados e articulados em torno de alguns princípios, que garantam a
sua coerência, ou seja, devem

a. manter e ampliar um referencial teórico para sustentar seus


procedimentos, análises e interpretações, na abordagem do problema
escolhido;
b. utilizar-se de procedimentos que sustentem a coerência entre o
problema proposto e a sua análise, isto é, as interpretações e
conclusões;
c. escolher o modelo, ou delineamento ou design da pesquisa que
garanta a integração das três etapas e promova a coerência entre o
referencial teórico e os procedimentos adotados.

O pesquisador, assim, ficará seguro sobre o desenvolvimento de todo o processo da


pesquisa e, certamente, será capaz de cumprir o cronograma de trabalho proposto.

Planejamento de pesquisa: pensando os passos da investigação

Há várias abordagens sobre o planejamento de uma pesquisa, dependendo,


sobretudo, de que tipo de delineamento será adotado. A realização de uma
pesquisa, em qualquer modelo, demanda um planejamento rigoroso para que seja
possível realizar todo o processo investigativo, com todos os procedimentos dentro
de um cronograma razoável. O planejamento é uma previsão formal das fases em
que será desenvolvida a pesquisa e deve conter: Preparação da pesquisa; Plano
das Fases de Desenvolvimento da Pesquisa; Plano de Execução da Pesquisa;
Estrutura de Relatório da Pesquisa. É preciso registrar que há diferenças entre um
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tipo de pesquisa e outro, dependendo do tipo de estudo e do campo científico em


que será desenvolvida. Além disso, em alguns casos, os pesquisadores formalizam,
apenas, o PROJETO DE PESQUISA.

I- Preparação da pesquisa:

a) Toma-se a decisão sobre realizar a pesquisa, e sobre o objeto a ser investigado,


com base nos conhecimentos anteriores já acumulados pelo pesquisador e dos
seus interesses sobre o tema.

b) Define-se o objetivo da pesquisa, para que seja possível vislumbrar o quê e para
quê se quer pesquisar. Segundo Lakatos & Marconi (2001, p.156),

“Toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber


o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. Deve
partir, afirma Ander-Egg (1978, p.62), ‘de um objetivo limitado
e claramente definido, sejam estudos formulativos, descritivos
ou de verificação’.”

c) Elabora-se um esquema prévio da pesquisa, com uma ordem lógica da


investigação a realizar. Esse esquema pode ser modificado, sempre que haja
necessidade, para permitir a viabilização do trabalho.

d) Escolhe-se a equipe de trabalho, quando a pesquisa for realizada em grupo.

e) Levantam-se os recursos e um cronograma prévio para a execução da


investigação.

II- Fases da pesquisa:

A- Escolha do tema, ou seja, há a definição do assunto que o pesquisador irá


estudar e investigar. Alguns pesquisadores trabalham, por longos anos, com o
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mesmo tema, estudando e investigando questões ligadas a esse tema, como


tentativa de revisar as descobertas e investigações já realizadas. Por isso, escolher
um tema pressupõe buscar assunto dentro de área de interesse do pesquisador,
respeitando suas inclinações intelectuais e suas tendências teóricas. Além disso, é
preciso que seja encontrado, no âmbito do tema, um objeto que mereça ser
investigado cientificamente, ou seja, que tenha relevância e possa ser delimitado em
função da pesquisa;

B- Levantamento de dados, possível de ser realizado de três formas, articuladas


ou não:

1. Pesquisa bibliográfica, para que sejam ampliados os dados conhecidos pelo


pesquisador em torno do tema. Pressupõe uma busca e um estudo dos trabalhos
publicados sobre o assunto, para que o planejamento possa ser avaliado em sua
pertinência. Esse procedimento, além disso, orienta as questões da investigação.

2. Pesquisa documental, quando for o caso, para que, pela leitura e análise e
documentos, seja ampliada a compreensão sobre o tema. Esses documentos
constituem o que se chama de fontes primárias (dados históricos, estatísticos,
arquivos, diários, autobiografia, correspondências, etc) ou de fontes
secundárias (imprensa e obras literárias).

3. Contatos diretos com lugares, pessoas e materiais relacionados ao tema e que


possam fornecer informações que ampliem a compreensão do tema da pesquisa.

C- Formulação do problema, etapa fundamental para o planejamento de uma


pesquisa. O pesquisador define um problema, a partir do tema da pesquisa,
utilizando-se de uma interrogação sobre o mesmo. O conhecimento do tema
permite que o problema seja especificado e que seja possível

1- formular hipóteses sobre o mesmo;


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2- identificar variáveis que intervêm nos estudos e suas possíveis relações;

3- estabelecer sua relevância, a importância dos objetivos de seu estudo e as


possíveis conseqüências das conclusões;

4- analisá-lo sob o ponto de vista de sua valoração, isto é, de sua viabilidade


científica, de sua exeqüibilidade, além de verificar se atende a interesses gerais ou
particulares.

Os problemas podem tomar várias formas e é possível estabelecer uma certa


tipologia para os mesmos (Lakatos & Marconi, 2001, p 160):

a) Problemas Acadêmicos, para produzir estudos descritivos, explicativos,


dentre outros;
b) Problemas de Informação, que pressupõem coleta de dados a respeito de
estruturas e comportamentos observáveis, dentro de uma área de fenômenos;
c) Problemas de Ação, aos quais sejam aplicados determinados conhecimentos;
d) Investigação Pura e Aplicada, que se refere ao conhecimento científico ou a
sua aplicabilidade.

D- Definição dos termos, procedimento necessário para torná-los claros, objetivos


e compreensivos aos que se relacionem com a investigação a ser feita. A definição
de termos permite a eliminação de possíveis ambigüidades conceituais e a
composição de conceitos inéditos que se queira utilizar. Essa definição pode ser,
apenas, uma tradução de significados de termos pouco conhecidos, ou pode
funcionar como elucidação e ilustração de sentidos, com a utilização de exemplos.

E- Formulação de hipóteses, momento de supor soluções possíveis para o


problema. Uma hipótese é uma asserção que responde categoricamente ao
problema, como uma possível pré-solução, que será, posteriormente, afirmada,
refutada ou negada na pesquisa. Para formular hipóteses, é necessário
embasamento teórico suficiente para buscar respostas ao problema levantado.
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Alguns autores (Lakatos & Marconi, 2001; Alves-Mazzotti, 1999) acham dispensável
a formulação de hipóteses em pesquisas de caráter exploratório e descritivo. Essa
etapa, entretanto, é importante para que a pesquisa apresente resultados úteis.

F- Indicação de variáveis dependentes e independentes que podem interferir no


objeto, é etapa importante, para que sejam controladas no desenvolvimento da
pesquisa. O termo ‘variável independente’ é aplicado, quase sempre, na pesquisa
experimental, para referir-se àqueles elementos que não são manipulados, e, nesse
sentido, são "independentes" dos padrões de reação inicial, intenções e
características dos sujeitos da pesquisa (unidades experimentais). Por outro lado,
espera-se que outras variáveis sejam "dependentes" – então, o termo ‘variável
dependente’ – da manipulação ou das condições experimentais. Nas pesquisas
qualitativas aplicadas nas Ciências Sociais, não é usual a indicação de variáveis.

G- Delimitação da pesquisa é o momento de estabelecer os limites da


investigação, com relação ao assunto. Essa etapa inclui: a seleção dos tópicos a
serem trabalhados; a indicação da extensão da investigação, com relação ao campo
do fenômeno; a determinação, também, dos limites dos meios para a realização da
pesquisa, sendo fundamental que haja clareza quanto aos recursos disponíveis e
que podem restringir o campo de ação do pesquisador; o estabelecimento do limite
do tempo aplicado para a realização do trabalho e sua conjugação com o
cronograma. A delimitação da pesquisa pode não ser necessária, dependendo do
nível de aprofundamento, da natureza do objeto e da extensão do campo de
investigação.

H- Amostragem, momento em que se apresenta a parcela da população


selecionada para a pesquisa. A amostra varia em tamanho, de acordo com o objeto,
o problema e o tipo de delineamento da pesquisa. O critério básico para a indicação
da amostra, entretanto, é que seja representativa da população (universo) e que
viabilize a generalização das conclusões. É relevante lembrar que as pesquisas
quantitativas são realizadas com amostras maiores, uma vez que as análises de
resultados estão vinculadas às incidências de ocorrência do fenômeno, enquanto
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que as pesquisas qualitativas buscam a descrição ou explicação objeto de estudo,


de forma a elucidá-lo, em profundidade.

I- Seleção dos métodos e técnicas . Essa seleção ou escolha do instrumental


metodológico está

diretamente relacionada com o problema a ser estudado: a escolha


dependerá dos vários fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a
natureza dos fenômenos o objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a
equipe humana e ouros elementos que possam surgir no campo da
investigação.(Lakatos & Marconi, 2001, p.163)

A escolha de métodos e técnicas de pesquisa deve levar em consideração a


necessidade de responder, adequadamente, às demandas da investigação a ser
empreendida. O pesquisador não deve aprisionar seu objeto a um único
procedimento, se o mesmo demandar outros.

J- Testagem de instrumentos, momento necessário para que o pesquisador avalie


a validade dos instrumentos, bem como a adequação desses instrumentos para
buscar as respostas para a investigação. O pré-teste ou teste preliminar é feito em
uma pequena parcela da população ou da amostra.

III- Execução da pesquisa

O planejamento da pesquisa deve incluir a indicação de procedimentos práticos para


a realização da pesquisa, que tem as seguintes fases: coleta de dados; tratamento
ou elaboração dos dados; análise e interpretação dos dados; conclusões.

A- Coleta de dados é a etapa de aplicação dos instrumentos construídos e das


técnicas escolhidas, visando buscar as informações necessárias para realização da
pesquisa. É a fase em que o pesquisador deverá estar preparado para o uso e a
aplicação dos procedimentos elaborados e testados, para que não ocorram
problemas com os dados coletados. Outra questão a ser lembrada é que o plano de
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coleta de dados deve conter, além de um cronograma de execução bem preciso,


também o detalhamento de atividades, para orientar, adequadamente, as ações a
serem empreendidas de forma rigorosa.

Para realizar o trabalho, o pesquisador escolhe os métodos adequados,


considerando o delineamento proposto. O método é o conjunto de atividades
sistemáticas utilizadas para alcançar os objetivos, sendo também previstos os
passos práticos da pesquisa. A metodologia é que viabiliza o caminho para que o
conhecimento se torne científico.

Para a coleta de dados, utilizam-se as técnicas de pesquisa, que são, na prática, os


procedimentos para operacionalizar os métodos. A variação metodológica tem
caráter histórico e está vinculada às correntes de pensamento. Com isso, são
encontradas várias classificações, na literatura, sobre metodologia. Os instrumentos
de coleta devem variar de acordo com o delineamento da pesquisa. Outro ponto
importante a ser considerado é que a coleta de dados realiza-se, sempre, através da
conjugação de dois ou mais procedimentos técnicos. Será adotado, no texto, um
ponto de vista a partir da posição de que a coleta de dados é feita por métodos
observacionais que são, segundo Coutinho & Cunha (2004, p. 91),

... todos aqueles cujo processo se desenvolve num conjunto de estratégias de


observação que vai desde a simples visualização de um objeto, de um evento
ou de um fenômeno até o planejamento altamente sistematizado e controlado
de um experimento de laboratório.

A observação pode ser não controlada, em que não há planejamento prévio e


detalhado dos procedimentos, o que, raramente acontece em trabalhos científicos. A
atividade científica pressupõe a observação sistemática, em que os pesquisadores
planejam cuidadosamente a coleta de dados. Para alguns autores, toda atividade
de pesquisa é, em si, uma atividade de observação sistemática de um fenômeno.
Será utilizada, neste texto, a classificação feita por Coutinho & Cunha (2004):
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1- Métodos de observação de documentos, que correspondem à pesquisa


documental. Para a análise de documentos, podem ser utilizadas tanto a análise
de discurso, quanto a análise de conteúdo, que oferecem possibilidades
importantes para os estudos qualitativos;

2- Métodos de observação participante, em que o observador pode ser participante


ativo de um grupo, por exemplo, enquanto outro participante-observador fica fora
do mesmo grupo, fazendo os registros. A participação passiva é feita por
observador no desenrolar do próprio evento, sem que dele participe ativamente e
implica apresentar anotações com o maior rigor de objetividade possível. A
pesquisa participante e a pesquisa-ação adotam esse tipo de observação no seu
desenvolvimento, mas pressupõem a inserção ativa nos grupos, não como
técnica, mas como ação de engajamento político.

3- Métodos de observação-interrogação, em que são formuladas perguntas que


devem ser respondidas oralmente e, em alguns casos, por escrito, ou em
situações experimentais. “As técnicas de interrogação incluem as entrevistas, os
questionários e os testes psicológicos, sociológicos ou pedagógicos de
verificação da aprendizagem, além das técnicas experimentais de observação”
(Coutinho e Cunha, 2004, p. 106). É preciso ressaltar que, nas Ciências Sociais,
há um uso acentuado da técnica de entrevistas individuais ou grupais, para
sustentar as investigações qualitativas. O questionário é uma técnica utilizada
para coleta de dados com amostras de número grande de indivíduos e é
caracterizado pela indução da resposta, pois oferece alternativas fechadas de
opções de respostas aos inquiridos.

B- Análise e interpretação dos dados

A descrição, análise e interpretação dos dados coletados é tarefa importante na


pesquisa, pois, a partir delas, o pesquisador chega às explicações do problema que
se colocou. Assim como na coleta, a descrição, a análise e a interpretação
pressupõem o uso de técnicas vinculadas ao delineamento e a escolha do foco
qualitativo ou quantitativo. Assim, se a pesquisa é, tendencialmente, quantitativa,
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serão utilizadas técnicas de tratamento e de representação estatísticos dos dados,


para sustentar as interpretações e análises. Se a pesquisa é qualitativa, serão
utilizadas, basicamente, a análise de discurso e a análise de conteúdo, além da
descrição etnográfica, utilizada em estudos das Ciências Sociais, como a
Antropologia e a Sociologia. Para alguns pesquisadores, é necessário que esse
momento tenha uma seqüência lógica, que se inicia com a descrição dos dados,
organizados e estruturados de forma a permitir o seu tratamento posterior, em que
são feitas as análises e interpretações. Para outros pesquisadores, entretanto, não
há separação entre essas atividades, pois é possível realizá-las de forma
concomitante.

C -Conclusões

A última fase do planejamento são as conclusões, que contêm o fechamento da


pesquisa: o pesquisador responde, claramente, à pergunta formulada, atinge os
objetivos propostos para a pesquisa e, também, faz suas considerações sobre o
objeto e o tema, informando as contribuições que a pesquisa produziu.

IV- Relatório da pesquisa

O relatório da pesquisa é a formalização escrita, com a exposição geral da pesquisa,


desde seu planejamento, até as considerações finais e conclusões. Sua finalidade é
informar e comunicar os resultados ao leitor interessado, e deve ser elaborado em
linguagem clara, objetiva em texto conciso, com construção coerente. As
informações devem ter o detalhamento do processo e dos resultados, tornando
claras as contribuições do trabalho sobre o tema estudado. O relatório deve conter,
pelo menos:

1- Apresentação da pesquisa, descrevendo o objeto e o problema e sua


importância. Devem ser explicitados, ainda, os objetivos do estudo.
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2- Descrição do processo da pesquisa, com o plano de estudo, as metodologias


utilizadas, a descrição da amostra, a coleta e a análise de dados;

3- Resultados e discussão;

4- Conclusão

Elaboração de projeto de pesquisa

O projeto de pesquisa é a formalização da programação da pesquisa, para torná-la


prática. Para muitos autores, é o próprio planejamento da investigação. O projeto,
portanto, pode ser parte – ou o próprio planejamento – de uma dada pesquisa,
dependendo de exigências institucionais e de sua destinação. Da mesma forma,
pode ser pré-requisito para monografias, dissertações e teses acadêmicas. A
formatação e a terminologia utilizada para a elaboração de projetos de pesquisa
pode variar de acordo com a instituição a que se destina.

Os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa são:

a) Elementos pré-textuais:

- Folha de rosto, na qual devem constar os elementos de identificação do projeto.


Tais elementos variam, de acordo com normas institucionais, mas devem estar
presentes, no mínimo, os seguintes: nome do pesquisador, título, instituição,
local, ano.
No caso de projeto de monografia, dissertação e tese devem constar, também, o
orientador e o programa.

- Sumário, com indicação das partes de que se compõe o trabalho.


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b) Elementos textuais:

- Introdução

Nesta parte, o pesquisador descreve e contextualiza o objeto do estudo,


buscando torná-lo claro e compreensível, demonstrando a sua relevância e sua
propriedade para a investigação. A questão do objeto de pesquisa é sumamente
importante e deve ser bem entendido, no momento da elaboração do projeto.
Coutinho & Cunha (2004) buscam em Ferrater-Mora (1958), no Dicionário de
Filosofia, o conceito de ‘objeto’:

Objeto é tudo que pode ser apontado pelo pensar descritivo e


intelectual (...); objeto é tudo que pode ser sujeito de um juízo, sem
importar para o caso que o objeto seja real ou ideal, possível ou
impossível, existente ou imaginário. (Apud Coutinho & Cunha, 2004,
p.49)

Assim, o objeto pode ser construído pelo pesquisador, a partir de seu mundo
vivencial, a partir da sua percepção e do seu interesse e do julgamento que faz
de sua importância, dentro dos critérios de sua experiência.

Algumas instituições e autores da área de metodologia da pesquisa utilizam a


denominação de apresentação, em lugar de introdução, podendo variar,
inclusive, o seu teor.

- Formulação do problema

Definido o objeto da pesquisa, deve-se apontar o problema da pesquisa. O


problema é um fato ou fenômeno, que ainda não possui explicação, na área
cientifica do pesquisador. Isso significa que o problema deve ser colocado de
acordo com a delimitação teórico-conceitual, podendo um mesmo problema ser
tratado por vários campos científicos de maneira distinta, dependendo do foco de
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análise. Assim, um problema pode existir para várias ciências ao mesmo tempo,
como pode estar no campo de uma única área científica.

Formular o problema como uma ou mais perguntas pode facilitar a identificação


do que se quer estudar. A redação clara e objetiva facilita o entendimento das
questões de estudo, além de permitir que se analise a sua viabilidade cientifica.
Da mesma forma como é fundamental a identificação do pesquisador com o
objeto de estudo, também é necessário que o problema de pesquisa esteja
dentro do campo de compreensão teórica do investigador.

- Justificativa

O autor do projeto de pesquisa deve construir a justificativa para o problema,


considerando a sua pertinência e relevância – pertinência com relação ao seu
valor científico no campo de sua atuação e relevância para a ciência e a
sociedade, das contribuições teóricas e práticas do estudo. O pesquisador deve
apontar, pelo menos, uma resposta ou hipótese provável para o problema, para
orientar seu caminho metodológico e de que forma podem ser operacionalizadas
suas possíveis variáveis. A pergunta a ser respondida, na justificativa, é por quê?
Ou seja, quais razões ou motivos levaram o pesquisador ao estudo pretendido.

- Objetivos

Os objetivos devem ser redigidos de forma clara, sucinta e compreensível,


utilizando-se de verbos no infinitivo, respondendo a pergunta para quê, com que
finalidade deve-se realizar o estudo. Deve-se inserir o objetivo em apenas um
parágrafo, com concisão e linguagem simples. É possível formular um objetivo
geral e desdobrá-lo em objetivos específicos. Algumas instituições e autores da
área de metodologia da pesquisa utilizam-se das denominações finalidade ou
metas em lugar de objetivos. A pergunta que orienta a elaboração do(s)
objetivo(s) é para quê?
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- Referencial Teórico

A pergunta a ser respondida nesse item é a partir de que base teórica o estudo
vai ser realizado e com as quais o pesquisador vai sustentar suas
argumentações. Cabe ao pesquisador buscar, na área em que seu objeto se
inscreve, as bases teóricas que sirvam de referencial para seu objeto de estudo.
Muitos estudos tomam como referência um marco teórico, ou teoria de base, ou
as categorias de uma corrente científica, ou são sustentados por posições de um
autor referencial, ou, ainda, se inscrevem em um paradigma determinado. Em
qualquer dessas opções, o pesquisador deve deixar evidenciada sua opção ,de
forma clara, explicitando as bases teóricas de sustentação do seu estudo. Há
estudos que visam, também, contrapor-se a uma dada teoria, o que implica que o
pesquisador torne isso claro e indique os pontos de divergência. O referencial
teórico serve, também, para elucidar as hipóteses, sustentando e explicitando
seus argumentos.

- Metodologia

Como o pesquisador pretende responder às questões colocadas no seu


problema é o que a metodologia pode viabilizar. A referência para estabelecer
as técnicas, como já foi dito nas análises sobre o planejamento de pesquisa,
neste texto, é o delineamento da pesquisa, que inclui, pelo menos, duas etapas
articuladas e, em alguns aspectos, concomitantes: pesquisa bibliográfica e
pesquisa de campo, em que são utilizadas as técnicas de observação já
descritas.

A metodologia implica definir:

• Métodos e técnicas, procedimentos e instrumentos de coleta de dados,


devendo ser definido quem, onde, quando e como será feita a coleta de
dados. Aqui, as técnicas e seus instrumentos de observação devem ser
indicados;
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• Caracterização da população e da amostra;


• Análise dos resultados, ou seja, como o investigador pretende tratar,
interpretar e analisar os dados coletados, durante a pesquisa.

- Cronograma

A elaboração de cronograma permitirá visualizar o desenvolvimento da


investigação no tempo de previsão para sua realização. O cronograma deve
indicar o período de realização de cada etapa da pesquisa, buscando fornecer
orientação para a duração de atividades e estabelecendo metas flexíveis para os
trabalhos. A elaboração do cronograma deve considerar a questão da
disponibilidade financeira e material, além do tempo de dedicação possível do
próprio pesquisador.

- Referências Bibliográficas

Apresentação do material bibliográfico utilizado para a elaboração do projeto,


com a utilização de normas de referência da ABNT.

Considerações Finais

A elaboração de planejamentos de pesquisa e de projetos de pesquisa implica, em


primeiro lugar, que o pesquisador busque as orientações específicas da instituição
para a qual ele os destinará. Embora as diferenças de formatação não sejam muito
grandes, as instituições de fomento da pesquisa e os programas de pós-graduação,
via de regra, estabelecem formato próprio que deve ser respeitado pelos
interessados em encaminhar projetos. Essa observação é pertinente para os
relatórios de pesquisa que, na maioria dos casos, têm a formatação semelhante à
dos projetos. Esses relatórios devem conter elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais.
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Elementos pré-textuais
Obrigatórios Opcionais
Capa Lombada
Folha de rosto Dedicatória
Folha de aprovação (para trabalhos acadêmicos) Agradecimentos
Sumário Epígrafe
Listas de ilustrações, quadros, tabelas e siglas Biografia

Elementos textuais
Introdução
Referencial Teórico
Material e Métodos
Resultados e Discussão
Conclusão

Elementos pós-textuais
Referências Bibliográficas
Anexos ou Apêndices
Glossário

O desenvolvimento de pesquisa implica a tarefa de elaborar planejamentos, projetos


e relatórios, como ficou evidenciado, mas é componente integrante da atividade do
docente da Educação Superior, tanto como atividade em si, como na orientação de
alunos. Toda a atividade pressupõe conhecimentos especializados e engajamento e
gosto, sem o que não se faz pesquisa. Ressalte-se, ainda, que a pesquisa é o
caminho para a produção do conhecimento científico, ao mesmo tempo objeto e
instrumento de trabalho do professor que atua na Educação Superior.
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Referências Bibliográficas

ALVES-MAZZOTTI, Alda J. & GEWANDSZNAJDER, Fernando. O Método nas


Ciências naturais e Sociais - Pesquisa Quantitativa e Qualitativa. 2ª ed. São Paulo:
Pioneira, 1999.

COUTINHO, Maria Tereza da Cunha & CUNHA, Suzana E. da. Os caminhos da


pesquisa em Ciências Humanas. Belo Horizonte: Editora PUCMINAS, 2004.

LAKATOS. Eva M. & MARCONI, Marina de A. Fundamentos de Metodologia


Científica. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2001.

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