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Índice

1. Introdução..............................................................................................................................3

1.1. Objectivos......................................................................................................................3

1.1.1. Objectivo geral.....................................................................................................3

1.1.2. Objectivos específicos.........................................................................................3

1.2. Metodologia...................................................................................................................3

2. Parentesco, família, e casamento em Moçambique..............................................................4

2.1. Lobolo em Moçambique: “Um velho idioma para novas convivências conjugais”......4

2.1.1. Lobolo no sul de Moçambique (breve revisão teórica)..............................................4

2.2. Origem e evolução histórica do conceito família..........................................................6

2.2.1. Origem do conceito familia.................................................................................6

2.2.2. Evolução histórica do conceito família................................................................6

2.2.2.1. A Família no Direito Romano.................................................................7

2.2.2.2. A Família no Direito Canônico...............................................................8

2.2.2.3. A visão do direito de família no Código Civil de 2002....................................9

2.3. Família como fenómeno cultural.................................................................................10

3. Conclusão............................................................................................................................11

4. Referências bibliográficas...................................................................................................12
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1. Introdução

O parentesco, a família e o casamento são temas clássicos na literatura antropológica. Sobre o


casamento tradicional (lobolo), e conferência ao contexto moçambicano, Junod (1996),
Jeferys (1962), Cipire (1996), entre outros, desenvolveram estudos empíricos e reflexões que
são hoje referências importantes na antropologia moçambicana. Poderíamos enumerar vários
escritores, romancistas e até poetas que nos últimos 30 anos escreveram de modo explícito
nalgumas vezes e de modo implícito noutras, sobre o lobolo (chamado casamento tradicional)
em Moçambique. Este foi sendo apresentado na literatura ora como prática retrógrada a
eliminar (durante o período colonial e logo após a independência o lobolo foi proibido), ora
como prática e expressão cultural imaculada, parada no tempo e resistente a qualquer
alteração, ora como instrumento de subjugação da mulher dentro do lar (Agadjanian, 1999;
Osório e Arthur, 2000), e ainda como cerimónia com função integradora da sociedade. Neste
trabalho iremos nos focalizar mais no lobolo em Moçambique: “Um velho idioma para novas
convivências conjugais”, origem e evolução histórica do conceito família e por fim falaremos
da família como fenómeno cultural.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral:
 Debruçar sobre parentesco, família, e casamento em Moçambique.

1.1.2. Objectivos específicos:


 Descrever o lobolo em Moçambique: “Um velho idioma para novas
convivências conjugais”;
 Explicar origem e evolução histórica do conceito família;
 Conhecer a família como fenómeno cultural

1.2. Metodologia

Para a realização do trabalho recorremos a diversas fontes com a finalidade de reunir uma
informação satisfatória e de fácil compressão através de consulta de obras, revisões
bibliográficas e pesquisas que efectuamos na biblioteca electrónica, que versam sobre o tema
em destaque nas quais vem mencionadas no fim do trabalho.
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2. Parentesco, família, e casamento em Moçambique


2.1. Lobolo em Moçambique: “Um velho idioma para novas convivências
conjugais”

O lobolo em Moçambique é uma prática que visa o reconhecimento matrimonial, isto é,


garante a reprodução, estabilidade, compromisso, e estabelece os direitos e deveres entre um
homem e uma mulher perante a comunidade. Ao conotarmos o lobolo como uma simples
transacção de compra e venda tiramos todo o simbolismo e importância que o ritual de facto
tem.

Segundo esta tradição, a família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o seu
casamento e a ida para outra casa. A tradição do lobolo tem sido tema de muitas controvérsias
em Moçambique. Mesmo depois da independência, que tentou desvalorizar os antigos
costumes, o lobolo vingou e muitos jovens começam também a valorizar esta cerimónia. Para
muitas mulheres moçambicanas, a cerimónia do lobolo é muito mais importante do que o
casamento.

Estamos a olhar como o Europeu que aqui chegou olhou, sem ter sensibilidade para perceber
as estruturas e crenças das sociedades da época. Tal como entendemos, praticamos e
perdoamos o casamento religioso cristão, com todas as suas limitações, devemos também
fazer o mesmo exercício ao olharmos para o lobolo. É nosso dever descolonizar estas ideias
ultrapassadas dos nossos próprios hábitos e costumes e encontrar formas de adaptar os rituais
à nossa actualidade.

2.1.1. Lobolo no sul de Moçambique (breve revisão teórica)

Ao longo do tempo, o lobolo em Moçambique foi sendo apresentado na literatura ora como
prática retrógrada a eliminar, ora como prática e expressão cultural imaculada, parada no
tempo e resistente a qualquer alteração, ora como instrumento de subjugação da mulher
dentro do lar (Agadjanian, 1999; Osório e Arthur, 2000), e ainda como cerimónia com função
integradora da sociedade. Alguns autores (ex: Cipire, 1996) consideram que no sistema
patrilinear o lobolo é encarado como uma troca de serviços entre duas famílias pertencentes a
clãs diferentes.

De acordo com Cipire (1996: 58), está na origem do lobolo o valor que em África é dado à
mulher. Antigamente o pagamento ao responsável pela jovem (o pai, o tio, o irmão) era uma
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forma de agradecer a família da esposa a honra dada ao rapaz e, além de ser uma forma de
informar aos espíritos dos antepassados que a jovem ia sair da casa paterna.

Rita-Ferreira (1967/68) afirma que no sul do Save o casamento era uma questão privada entre
dois grupos, concluída sem intervenção das autoridades políticas ou religiosas. O seu fim era
a produção de novos indivíduos que, no futuro, assegurassem a sobrevivência do grupo como
um corpo organizado. As negociações eram levadas a efeito entre as famílias interessadas e o
consentimento dos noivos era pressuposto.

Considerava-se, por conseguinte, como uma troca de serviços entre duas famílias pertencentes
a clãs diferentes: uma delas cedia à outra a capacidade procriadora de um dos seus membros
e, para ser compensada pela perda, recebia determinados bens (lobolo) que normalmente eram
destinados à aquisição duma noiva para um dos irmãos da recém-casada (p.291-292).

Segundo Rita-Ferreira (1967/68: 292) as funções do lobolo eram múltiplas:

 Em primeiro lugar representava uma compensação (no sentido lato) e não um “dote”
nem um “preço de compra”, como de forma errada alguns o têm considerado;
 Em segundo lugar legalizava a transferência da capacidade reprodutora da mulher para
o grupo familiar do marido, de que passava a fazer parte;
 Em terceiro lugar dava carácter legal e estabilidade à união matrimonial;
 Em quarto lugar tornava o marido e respectiva família responsáveis pela manutenção e
bem-estar da mulher lobolada (esposa);
 Em quinto lugar legitimava os filhos gerados, que se consideravam sempre como
pertencentes à família que havia pago o lobolo;
 Em sexto lugar constituía um meio de aquisição de outra unidade reprodutora para o
grupo enfraquecido.

Considera-se também que o lobolo serve de mecanismo protector da mulher e dos seus filhos
em caso de uma fatalidade que a deixe sem recursos. A mulher lobolada e com filhos, em caso
da morte do marido, passa a ser um encargo da povoação onde vive, isto é, sente-se protegida
e para ela a situação do lobolo é um amparo nas contingências da vida (Casqueiro citado por
Cipire, 1996: 60).

Rita-Ferreira (1967/68) faz referência a três outros detalhes que, segundo ele, revelavam o
carácter do lobolo:
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a) a orientação que pendia sobre o grupo familiar da mulher de apresentar uma substituta
no caso de comprovada esterilidade da lobolada;
b) a obrigação dos irmãos mais velhos ajudar os mais novos na obtenção do lobolo;
c) a continuação da viúva no grupo familiar do marido (p.292).

Deste modo, ao casar-se, a mulher tornava-se mais do que esposa de determinado indivíduo.
Tornava-se membro da família do marido.

Rita-Ferreira (op. cit.: 293) faz notar também que o lobolo sofreu algumas modificações. As
regras da economia monetária degradaram as relações entre os indivíduos e entre os grupos
familiares. Onde outrora se processava uma repartição que o autor considera coerente de
mulheres e de alianças, passaram a surgir competições e ganâncias onde só entra o factor
material. Este autor notou já na altura em que fez o inquérito (publicado em 1967/68), que a
procriação, que permitia ao homem realizar-se orgulhosamente como genitor, continuava a ser
a finalidade principal do casamento, e que a criança mantinha-se no âmago da sociedade.

Afirmava-se já uma crescente espontaneidade na selecção sexual, sendo frouxamente


respeitada a autoridade e a opinião dos parentes. Este incremento das tendências
individualistas, acelerado pelo facto de os jovens dependerem pouco do auxílio dos parentes
para conseguir a importância necessária ao lobolo, não deixava, por vezes, de dar origem a
conflitos.

O lobolo deixou de ser considerado como meio de aquisição de uma mulher para o irmão da
noiva e, por pressão da economia monetária, passou a ser pago predominantemente em
dinheiro, que é dispendido do mesmo modo que o obtido com os salários ou a venda de
produtos agrícolas. Ao lobolo passou a ser dada uma utilização meramente especulativa,
ansiando os pais, por pura avidez de lucro, exigir importâncias cada vez maiores.

Hoje, para além de continuar a ser exigido não só pelos pais devido aos lucros que auferem
mas também pelas mulheres que o julgam como factor de protecção e como uma afirmação do
seu valor pessoal, o lobolo é também desejado pela maioria dos homens que o consideram
como prova indiscutível dos seus direitos sobre as mulheres e sobre os filhos gerados.

2.2. Origem e evolução histórica do conceito família


2.2.1. Origem do conceito familia
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A expressão família, etimologicamente, deriva do latim família ae, designando o conjunto de


escravos e servidores que viviam sob a jurisdição do pater famílias. Com sua ampliação
tornou-se sinónimo de Gens que seria o conjunto de agnados (os submetidos ao poder em
decorrência do casamento) e os cognados (parentes pelo lado materno).

A entidade familiar de início é constituída pela figura do marido e da mulher. Depois se


amplia com o surgimento da prole. Sob outros prismas, a família cresce ainda mais: ao se
casarem, os filhos não rompem o vínculo familiar com seus pais e estes continuam fazendo
parte da família, os irmãos também continuam, e, por seu turno, casam-se e trazem os seus
filhos para o seio familiar.

A família é uma sociedade natural formada por indivíduos, unidos por laço de sangue ou de
afinidade. Os laços de sangue resultam da descendência. A afinidade se dá com a entrada dos
cônjuges e seus parentes que se agregam à entidade familiar pelo casamento.

Para Camilo Colani o Direito de Família seria o ramo do Direito Civil, cujas normas,
princípios e costumes regulam as relações jurídicas do Casamento, da União estável, do
Concubinato e do Parentesco, previstos pelo Código Civil de 2002.

2.2.2. Evolução histórica do conceito família

Não há na história dos povos antigos e na Antiguidade Oriental como na Antiguidade Clássica
o surgimento de uma sociedade organizada sem que se vislumbre uma base ou seus
fundamentos na família ou organização familiar.

2.2.2.1. A Família no Direito Romano

Foi a Antiga Roma que sistematizou normas severas que fizeram da família uma sociedade
patriarcal. A família romana era organizada preponderantemente, no poder e na posição do
pai, chefe da comunidade. O pátrio poder tinha carácter unitário exercido pelo pai. Este era
uma pessoa sui júris, ou seja, chefiava todo o resto da família que vivia sobre seu comando, os
demais membros eram alini júris.

Pelo relato de ArnoldoWald:

“A família era, simultaneamente, uma unidade económica, religiosa, política e


jurisdicional. Inicialmente, havia um património só que pertencia à família, embora
administrado pelo pater. Numa fase mais evoluída do direito romano, surgiam
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patrimónios individuais, como os pecúlios, administrados por pessoas que estavam sob
a autoridade do pater”.

Na sociedade Romana, elitista e machista os poderes patriarcais eram numerosos. Como


mostram os princípios que vigiam à época:

 Jus vita ac necis (o direito da vida e da morte);


 Jus exponendi (direito de abandono);
 Jus naxal dandi (direito de dar prejuízo).

Com a morte do “pater famílias” não era a matriarca que assumia a família como também as
filhas não assumiam o pátrio poder que era vedado a mulher. O poder era transferido ao
primogénito e/ou a outros homens pertencentes ao grupo familiar. No casamento Romano
existiam duas possibilidades para a mulher: ou continuava se submetendo aos poderes da
autoridade paterna (casamento sem manus), ou ela entrava na família marital e devia a partir
deste momento obediência ao seu marido (casamento com manus).

Duas espécies de parentesco existiam no Direito Romano: a agnação consistia na reunião de


pessoas que estavam sob o poder de um mesmo pater, englobava os filhos biológicos e os
filhos adoptivos, por exemplo. A cognação era o parentesco advindo pelo sangue. Assim, a
mulher que houvesse se casado com manus era cognada com seu irmão em relação ao seu
vínculo consanguíneo, mas não era agnada, pois cada qual devia obediência a um pater
diferente, ou seja, a mulher ao seu marido e o irmão ao seu pai.

Com a evolução da família romana a mulher passa a ter mais autonomia perante a sociedade e
o parentesco agnatício vai sendo substituído pelo cognatício. Na época do Império Romano
passam os cognados a terem direitos sucessórios e alimentares, além da possibilidade de um
magistrado poder solucionar conflitos advindos de abusos do pater. Nesta fase, a mulher
romana já goza de alguma completa autonomia além de corresponder ao início do feminismo.
A figura do adultério e a do divórcio se multiplica pela sociedade romana e com isso a
dissolução da família romana.

No Digesto, esclarece Marciano:

“Carcopino, no seu estudo sobre a vida quotidiana dos romanos, assinala que, à
medida que o pai deixava de ser a autoridade severa e arbitrária dos primeiros tempos
para reconhecer a autonomia e a independência dos filhos, multiplicava-se em Roma a
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figura leviana do filius mimado e egoísta, gastando num dia fortunas acumuladas pelo
trabalho de gerações, caracterizando assim uma sociedade que adquiriu o hábito do
luxo e perdeu a sobriedade. Após o austero e rígido pater, veio à época da soberania
incontestável das novas gerações”.

A doutrina jurídica reconhece que o direito romano forneceu ao Direito brasileiro elementos
básicos da estruturação da família como unidade jurídica, económica e religiosa, fundada na
autoridade de um chefe, tendo essa estrutura perdurada até os tempos actuais.

2.2.2.2. A Família no Direito Canónico:

A partir do século V, com o decorrente desaparecimento de uma ordem estável que se


manteve durante séculos, houve um deslocamento do poder de Roma para as mãos do chefe
da Igreja Católica Romana que desenvolveu o Direito Canónico estruturado num conjunto
normativo dualista (laico e religioso) que irá se manter até o século XX.

Como consequência, na Idade Média, o Direito, confundido com a justiça, era ditado pela
Religião, que possuindo autoridade e poder, se dizia intérprete de Deus na terra. Os canonistas
eram totalmente contrários à dissolução do casamento por entenderem que não podiam os
homens dissolver a união realizada por Deus e, portanto um sacramento.

Para Arnoldo Wald:

“Havia uma divergência básica entre a concepção católica do casamento e a concepção


medieval. Enquanto para a Igreja em princípio, o matrimónio depende do simples
consenso das partes, a sociedade medieval reconhecia no matrimónio um ato de
repercussão económica e política para o qual devia ser exigido não apenas o consenso
dos nubentes, mas também o assentimento das famílias a que pertenciam”.

O direito canónico fomentou as causas que ensejavam impedimentos para o casamento,


incluindo as causas baseadas na incapacidade de um dos nubentes como eram: a idade,
casamento anterior, infertilidade, diferença de religião; as causas relacionadas com a falta de
consentimento, ou decorrente de uma relação anterior (parentesco, afinidade).

A evolução do Direito canónico ocorreu com a elaboração das teorias das nulidades e de
como ocorreria a separação de corpos e de patrimónios perante o ordenamento jurídico. Não
se pode negar, entretanto, a influência dos conceitos básicos elaborados pelo Direito
Canónico, que ainda hoje são encontrados no Direito Brasileiro.
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2.2.2.3. A visão do direito de família no Código Civil de 2002.

Entre os Códigos Civis de 1916 e 2002, além da natural evolução dos costumes que
determinaram o fim da indissolubilidade do casamento e a extensão do poder familiar à
mulher, existe um marco histórico temporal que é a carta Magna de 1988 quando se estuda o
Direito de Família no Brasil.

O legislador constituinte visivelmente pretendeu contornar as distinções, preconceitos e


desigualdades existentes no Direito familiar brasileiro, assim como, consolidar as conquistas
de forma que introduziu o conceito de união estável, reduziu de cinco para dois anos o tempo
exigido para o divórcio directo e impediu qualquer discriminação a respeito da origem dos
filhos entre outros temas reservados à legislação ordinária agora, tratados pela Constituição
Federal.

Tal impacto se fez sentir no Código Civil de 2002 no que pese, ter-se originado de um
projecto de 1975. Ainda assim, reflecte, o tratado de direito privado de 2002 as modificações
ocorridas na 2ª metade do século XX e os anseios da sociedade contemporânea.

A família regulada pelo Código Civil de 2002 passa a representar limitada forma de
convivência, reconhece-se a existência das famílias monoparentais, identificadas
constitucionalmente, o que reflecte efectiva conquista nos rumos do reconhecimento de novos
núcleos de relações de afecto e protecção, gerando, inclusive, direitos patrimoniais.

2.3. Família como fenómeno cultural

Primeiramente, cumpre ressaltar que família é palavra que não oferece um conceito fechado –
nem para a antropologia, nem para o direito –, mas que pode ser estudada como uma noção
processual, dinâmica, visto que é uma instituição cultural e, por isso, modifica-se geográfica e
historicamente.

Nesse sentido, Durham destaca que o estudo dessa instituição requer cuidado especial com a
tendência do senso comum de “naturalizar” o conceito de família, noção essa que é
eminentemente cultural:

“No caso da família, entretanto, a tendência à “naturalização” é extremamente


reforçada pelo fato de se tratar de uma instituição que diz respeito, privilegiadamente,
à regulamentação social de actividades de base nitidamente biológica: o sexo e a
reprodução”.(...)
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O problema inicial do estudo de família é dissolver essa aparência de naturalidade para


percebê-la como criação humana mutável. (DURHAM, 1983, p. 15)

3. Conclusão

Com o trabalho realizado concluímos que o lobolo pode ser fácil e aceitavelmente modificado
nas suas características, em resposta à multiplicidade de motivações, dificuldades e condições
externas que o envolvam, em cada caso e situação histórica. Como afirma Sahlins (1990:189),
se sempre há um passado no presente, um sistema a priori de interpretação, há também uma
vida que se deseja a si mesma. Outro aspecto que é a instituição plástica e mutável a que se
chama lobolo junta em si a legitimação conjugal, o controle e regulação da descendência, a
dignificação das partes envolvidas e a domesticação do aleatório através da acção dos
antepassados. Tem o espaço e a capacidade de se assumir, através das representações que lhe
estão associadas, como instrumento para a superação de problemas inovadores. Isto nos fez
perceber também que o lobolo não encontra no seu contexto sociocultural qualquer outro rival
à altura. Chegado a este ponto, torna-se necessário averiguar, apresentar e discutir alguns
pontos relevantes que podem contribuir para a maior aproximação entre teoria e a prática.
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4. Referências bibliográficas
 AGADJANIAN, Victor. As Igrejas ziones no espaço sociocultural de Moçambique
urbano (anos 1980 e 1990). In: Lusotopie 1999,pp. 415-423

 CIPIRE, Felizardo. (1996). Educação tradicional em Moçambique. 2ª edição.


Maputo: Publicações Emedil. Dicionário de Ciências Sociais. (1986). Rio de
Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas. 1422ps.

 JEFFERYS, M. D, W. (1962). O lobolo é o preço da criança. Separata do Boletim


da Sociedade de Estudos de Moçambique. L. Marques, ano XXI (132) Jul-Set.

 JUNOD, Henri (1996), Usos e Costumes dos Bantu, Maputo, Arquivo Histórico de
Moçambique, Tomo I.

 RITA-FERREIRA, A. (1967-68), Os africanos de Lourenço Marques, Lourenço


Marques, IICM, Memórias do Instituto de Investigação científica de Moçambique,
Série C, 9: 95-491.

 WALD, Arnoldo. O novo direito de família. 15. ed. rev. atual. e ampl. Pelo autor,
de acordo com a jurisprudência e com o novo Código Civil. (Lei n. 10.406,de 10-
1-2002), com a colaboração da Prof. Priscila M. P. Corrêa da Fonseca. – São
Paulo: Saraiva, 2004.

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