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Por Salvador Jeremias, UEM, Abril, 2020
2. A Justiça de Platão
Platão entendia por justiça: “ cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para a
qual a sua natureza é mais adequada” (PLATÃO, 2012: 433a). Dito de outra forma, a justiça
em Platão consiste numa manutenção de privilégio e rígida divisão de classes. Na República,
Platão usou justiça com sinónimo de aquilo que é do interesse do Estado melhor. E o
interesse do Estado melhor é deter qualquer mudança. A justiça é o tópico central da
República. Haverá justiça “ quando cada classe na cidade, se preocupa só com seus próprios
afazeres, a classe que detenha o dinheiro, por um lado, assim como os auxiliares e os
guardiões, por outro, então isto será justiça. Em suma, a cidade é justa quando cada uma de
suas três classes cuida de suas próprias tarefas.
Platão com esta sua teoria, identifica a justiça com o princípio do predomínio de classe e do
privilégio. Neste sentido, o princípio de cada classe dever ater-se a suas tarefas próprias
significa simplesmente que o Estado é justo quando o governante governa, o trabalhador
trabalha e o escravo se deixa escravizar. Platão considera justo o privilégio de classe, ao
passo que costumeiramente se considera justiça a ausência de semelhantes privilégios. Como
se pode depreender, em Platão, a divisão desigual de privilégios é condição suficiente para
firmar de um Estado justo. Tais privilégios são definidos pela natureza ou pelas forças
cósmicas. Esta ideia de justiça, cria desigualdades sociais e políticas
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Por Salvador Jeremias, UEM, Abril, 2020
Em Platão, quem deve governar é o melhor, o mais sábio, o governante nato, aquele que
conhece a arte de governar (que possui a ciência da vigilância).