Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
4 – SEÇÃO TRANSVERSAL
4.1.2 - ACOSTAMENTOS
São faixas laterais, do lado externo das pistas, destinadas a paradas de emergência dos
veículos. A inclinação transversal deve variar de 3 a 5% dependendo do tipo de
revestimento do acostamento. Trechos em tangente: inclinação deve ser sempre maior que
a da pista contígua. Trechos em curva superelevada: o acostamento do lado interno da
curva pode manter a inclinação normal e do lado externo da curva deve ser inclinado para
fora com inclinação mínima de 2%.
Quando a diferença algébrica de inclinação entre acostamento e pista ultrapassar 7%, isto
é, quando a superelevação da pista for maior que 5% o acostamento externo deve ser
inclinado no mesmo sentido da pista. Trechos de pista superelevada: inclinação transversal
de acostamento e pista com sentidos opostos é recomendado o arredondamento do bordo
do acostamento de forma a evitar a configuração de um vértice acentuado.
32
No entanto, quando os taludes de corte e aterro são altos, o uso de taludes suaves acarreta
aumento significativo do movimento de terra e conseqüente aumento no custo de
construção da estrada. Nesses casos, é necessária uma análise especifica para a escolha de
uma inclinação adequada. No caso de taludes de corte, a inclinação deve ser definida em
função das características do solo a ser escavado; no caso de aterros, em função do
material e do grau de compactação adotado. Em ambos os casos, deve ser garantida a
estabilidade da estrada sem criar custos desnecessários (PIMENTA e OLIVEIRA, 2001).
33
4.1.4 - PLATAFORMA
Denomina-se plataforma o espaço compreendido entre os pontos iniciais dos taludes, isto é,
a base do talude no caso de corte e o topo do talude no caso de aterro. A plataforma
contém pistas, acostamentos, espaços para drenagem e separador central no caso de pistas
duplas.
4.1.6 - GUIAS
As guias são usadas para auxiliar a drenagem, delinear e proteger as bordas do pavimento,
melhorando a estética da estrada e reduzindo os custos de manutenção. São recomendadas
para rodovias em áreas urbanas, onde a execução de valetas laterais é inviável. Nas áreas
rurais, não é aconselhável o uso de guias. Dependendo do tipo e da posição, podem afetar a
segurança e prejudicar o uso da estrada, pois, muitas vezes, dificultam o escoamento da
água superficial. Em estradas com guias, as curvas verticais convexas deverão ter no
máximo 5.000 m de raio para garantir o adequado escoamento de água nas proximidades
do vértice da curva (PIMENTA e OLIVEIRA, 2001).
LARGURA TIPO
até 3 m em nível, pavimentado ou gramado com meio-fio elevado e defensa
de 3 a 5 m abaulado ou com depressão, pavimentado ou gramado
de 5 a 20 m com depressão, inclinação transversal 4-1, gramado, drenagem central
34
Figura 4.2: Rodovia de pista única – seção tipo (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
Figura 4.3: Rodovia de pista dupla – seção tipo (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
Os acostamentos devem, sempre que possível, ter inclinação transversal major que a da
pista, de forma a colaborar com a saída das águas pluviais (Figura 4.4). Acostamentos
pavimentados devem ter inclinação (e) entre 2 e 5% e os não-pavimentados, entre 4 e 6%
(Figura 4.5).
Figura 4.4: Inclinação transversal dos acostamentos (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
O acostamento externo normalmente deverá ter inclinação oposta a da pista, não inferior
aos valores mínimos estabelecidos, criando um adequado escoamento das águas pluviais,
evitando que a água que cai sobre o acostamento corra sobre a pista. Nesse caso, o
36
Figura 4.5: Seção inclinada – pista simples – e ≤ 4% (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
Figura 4.6: Seção inclinada – pista simples – e ≤ 6% (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
Figura 4.7: Seção tipo – pista dupla (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
Outra alternativa é o uso de pistas com declividade única (Figura 4.8). Como nas pistas com
sentido único de tráfego, os veículos mudam constantemente de faixa, essa alternativa
elimina a mudança de inclinação transversal na passagem de uma faixa para outra.
37
Figura 4.8: Seções normais – pista dupla (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA, 2001)
Pistas com mais de duas faixas de tráfego com inclinação para o mesmo lado devem ter,
nos trechos em tangente, inclinação de 2% nas duas primeiras faixas (no sentido do
escoamento de água) e um acréscimo de 0,5% a 1% para cada conjunto de duas faixas, de
forma a facilitar o escoamento das águas pluviais (Figura 4.9). Nos trechos em curva, além
desse acréscimo, poderá ser aumentada a inclinação das faixas da esquerda, considerando
que, normalmente, são ocupadas pelos veículos mais rápidos.
Figura 4.9: Seção inclinada – pista de múltiplas faixas (Fonte: PIMENTA e OLIVEIRA,
2001)
Nas estradas com pista dupla também são necessárias faixas de segurança junto as faixas
de tráfego mais a esquerda (no sentido do tráfego). Pistas com mais de duas faixas podem
ter acostamentos no lugar das faixas de segurança. Esses acostamentos destinam-se ao
uso dos veículos que trafegam pela faixa da esquerda. A Tabela 4.3 propõe valores para a
largura desses acostamentos (PIMENTA e OLIVEIRA, 2001).