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Sumário
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................................... 16
15
COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................................................................... 17
APOIO E PATROCÍNIO ............................................................................................................................................... 18
PROGRAMAÇAO ........................................................................................................................................................ 19
RESUMO DAS CONFERÊNCIAS E PALESTRAS ..................................................................................................... 23
INTERNATIONAL PERSPECTIVES ON OCCUPATIONAL THERAPY IN PALLIATIVE CARE ................................ 23
Eva, Gail E. .................................................................................................................................................................. 23
Mesa 1: ........................................................................................................................................................................ 23
A ESPECIALIDADE PROFISSIONAL DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS EM “CONTEXTOS HOSPITALARES”
E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ................................................................................................................................. 23
De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado .......................................................................................................... 23
DIFERENTES PRÁTICAS HOSPITALARES DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA REALIDADE BRASILEIRA, DE
NORTE A SUL ............................................................................................................................................................. 24
Pinheiro, Clori Araujo ............................................................................................................................................... 24
EIXO 1: TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES.................................................................. 25
RODA DE CONVERSA: TERAPIA OCUPACIONAL NA CLINICA MÉDICA E CIRURGICA ..................................... 25
Aguiar, Preslavia Colares ........................................................................................................................................ 25
Bigatão, Marcela dos Reis ....................................................................................................................................... 25
Assis, Janaina Teresinha da Silva Junqueira .......................................................................................................... 26
MESA 2:....................................................................................................................................................................... 26
TERAPIA OCUPACIONAL EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA E BRINQUEDOTECA ................................................ 26
Kudo, Aide Mitie ....................................................................................................................................................... 26
TERAPIA OCUPACIONAL EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL ................................................ 27
Dittz, Erika da Silva .................................................................................................................................................. 27
DESAFIOS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO AO PACIENTE CRÍTICO - UTI ........................ 27
Santos, Claudia Aline Valente ................................................................................................................................. 27
MESA 3:....................................................................................................................................................................... 28
TERAPIA OCUPACIONAL EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA EM CONTEXTOS HOSPITALARES................... 28
Couto, Tatiana Vieira ............................................................................................................................................... 28
TERAPIA OCUPACIONAL EM TRAUMATO-ORTOPEDIA E ONCO-ORTOPEDIA EM CONTEXTOS
HOSPITALARES ......................................................................................................................................................... 28
Prieto, Gisele Brides ................................................................................................................................................ 28
TERAPIA OCUPACIONAL E PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES .................. 28
Queiroz, Leidiane ..................................................................................................................................................... 28
EIXO 2: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS ........................................................................... 30
RODA DE CONVERSA: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS E NÃO-
ONCOLÓGICOS .......................................................................................................................................................... 30
Lourenço, Maria Lúcia Pedroso Cesari .................................................................................................................... 30
Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi................................................................................................................ 30
Medicina (Ribeirão Preto) 2014; 47 (Supl. 4) I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos
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Silva, Mariana Oliveira Leite; Sgavioli, Ana Júlia Ribeiro; Bianchin, Maysa Alahmar ............................................ 103
105. HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES CRONICAMENTE ADOECIDOS: DESAFIOS DA
PRÁTICA ................................................................................................................................................................... 104
Simonato, Mariana Pereira; Moura, Nayara Lobato da Silva; Mitre, Rosa Maria de Araujo; Maia, Fernanda do
Nascimento, Lima, Valéria Borges Ribeiro ............................................................................................................ 104
106. ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA PORFIRIA AGUDA INTERMITENTE ................................ 104
Soares, Fernanda Brioschi; Carvalho, Michelle; Ballarin, Maria Luisa Gazabim Simões....................................... 104
107. CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DE
ONCOPEDIATRIA NO ESTADO DE SÃO PAULO ................................................................................................... 105
Soares, Fernanda Brioschi; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian................................................................ 105
108. EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO DE TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO ÀS CRIANÇAS COM ANOMALIAS
CRANIOFACIAIS HOSPITALIZADAS E SEUS FAMILIARES ................................................................................. 106
Sousa, Lyana Carvalho; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes .............................................................. 106
109. GRUPO DE EXPRESSÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES COM FISSURA LABIOPALATINA: VISÃO
DOS FAMILIARES .................................................................................................................................................... 106
Sousa, Lyana Carvalho; Nascimento, Naiara Martins; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes; Motti, Telma
Flores Genaro, Buffa, Maria José Monteiro Benjamin ........................................................................................... 106
110. IMPLANTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA:
AMPLIANDO O CAMPO DE ATUAÇÃO ................................................................................................................... 107
Souza, Fernanda Degani Alves; Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria; Franco, Mariana de Paiva ........ 107
111. MANUAL PARA PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS RENAIS CRÔNICAS: RECURSO
TERAPÊUTICO OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO ................................................... 108
Souza, Fernanda Degani Alves; Szmyheil, Paula Patini; Okuma, Silvia Mayumi; Passos, Paula Bullara ............. 108
112. REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NO CONTEXTO HOSPITALAR: O DESAFIO DO
TERAPEUTA OCUPACIONAL .................................................................................................................................. 108
Teixeira, Maria Luiza Vautier; Santos, Brenda Pina; Motizuki, Camila Sayuri; Lima, Lisandra Emy Taketa dos
Santos; Pereira, Rita Aparecida Bernardi .............................................................................................................. 108
113. A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL DIRECIONADA AO CUIDADOR DE IDOSOS NO CONTEXTO
HOSPITALAR ............................................................................................................................................................ 109
Teixeira, Maria Luiza Vautier; Santos, Brenda Pina; Motizuki, Camila Sayuri; Lima, Lisandra Emy Taketa dos
Santos; Veiga, Bruna ............................................................................................................................................. 109
114. PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES NOS ANAIS
DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE 2011 E 2013 ............................................................................................ 109
Ulrich, Natália Moreno; Crippa, Joyce Nunes; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale
Torkomian .............................................................................................................................................................. 109
115. O ENSINO DE CUIDADOS PALIATIVOS EM TERAPIA OCUPACIONAL: UMA ANÁLISE
DOCUMENTAL .......................................................................................................................................................... 110
Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Carreiro, Adrielle Souza; Abreu, Carolina Becker Bueno .............................. 110
116. A VIVÊNCIA DE ATIVIDADES SIGNIFICATIVAS EM ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS ........ 110
Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Luniere, Juliana; Castro, Rafaela da Silva ..................................................... 110
117. A IMAGEM CORPORAL E A INFLUÊNCIA NA SEXUALIDADE DE MULHERES MASTECTOMIZADAS 111
Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Pereira, Vanessa Peregrino........................................................................... 111
Medicina (Ribeirão Preto) 2014; 47 (Supl. 4) I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos
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APRESENTAÇÃO
Este congresso começou a ser idealizado em 2009 por um grupo de terapeutas ocupacionais que se uniu
em Fortaleza, durante o XI Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, para compartilhar conhecimentos técnico-
científicos e práticas em “Contextos Hospitalares”. A concretização do trabalho coletivo caminhou com fundação, em
09 de agosto de 2012, da “Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados
Paliativos – ATOHosP”, primeira sociedade científica de especialidade da Terapia Ocupacional no Brasil.
Em junho de 2013, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO reconheceu e
disciplinou a especialidade profissional dos terapeutas ocupacionais em “Contextos Hospitalares” e em 2014 foi
aprovado o convênio com o COFFITO para sermos a associação científica responsável pela outorga do título de
especialista em nossa área.
Chegamos, finalmente, a 2014, com a realização do “I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos
Hospitalares e Cuidados Paliativos” da ATOHosP.
A Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos –
ATOHosP tem trabalhado incansavelmente junto a sua Diretoria e associados, para fazer desse Congresso um
marco em nossa história. Seguimos rumo ao crescimento técnico-científico da nossa profissão, principalmente
através da união de todos os colegas que atuam e pesquisam no campo da especialidade dos terapeutas
ocupacionais em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.
Neste Congresso, esperamos reunir profissionais, pesquisadores, docentes e estudantes de graduação e de
pós-graduação para aprimorar nosso conhecimento técnico e científico, buscando soluções e evidências para o
fundamento e desenvolvimento das melhores práticas profissionais.
O evento contará com 3 Eixos, que delinearão nossos trabalhos:
. Eixo I – Contextos Hospitalares.
. Eixo II – Cuidados Paliativos.
. Eixo III – Ensino e Pesquisa em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.
Teremos a participação de 30 palestrantes convidados, profissionais de referência dentro de suas áreas de
atuações; e um palestrante internacional com amplo conhecimento e publicação sobre a Terapia Ocupacional em
Cuidados Paliativos no cenário mundial, representando assim, o que temos de melhor na área de Terapia
Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. Além disso, teremos a apresentação de 15 trabalhos
de Comunicação Oral e 119 Pôsteres Dialogados, contemplando o ensino, a pesquisa e as práticas profissionais no
Brasil.
Os esforços da Comissão Organizadora para realizar um evento de qualidade não teriam se concretizado se
não tivéssemos recebido os apoios de: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP, Instituto de Estudos
Avançados / Polo de Ribeirão Preto -IEARP, Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, A
Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FAEPA), Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, Universidade
Federal de São Carlos, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e Conselho Regional de Fisioterapia
e Terapia Ocupacional – região 3. Obrigada!
Por fim, agradecemos a todos vocês por participarem do “I Congresso de Terapia Ocupacional em
Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos – ATOHosP”, pois estamos escrevendo, juntos, mais uma importante
página da história da Terapia Ocupacional no Brasil.
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COMISSÃO ORGANIZADORA
PRESIDENTE DO CONGRESSO:
Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - FMRP/USP
COMISSÃO ORGANIZADORA:
Ana Carolina Chagas Pereira - Grad. T.O. FMRP/USP
Bianca Brunelli Wolf - Aprimoranda HC FMRP/USP
Claudinéa Dizeró Arantes - HCFMRP/USP
Cristiane Aparecida Gomes - Pós-grad. EERP/USP
Gabriela Rezende - Pós-grad. EERP/USP
Juliana Silva Vinture - HCFMRP/USP
Ludmila Gonçalves Perruci - Grad. T.O. FMRP/USP
Maida Ostapechen - Grad. T.O. FMRP/USP
Marília Chellegatti - Grad. T.O. FMRP/USP
Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - FMRP/USP
Milena Sanches Guadanhim - Pesq. FMRP/USP
Natália Cintra Faria - Pesq. FMRP/USP
Natasha Pompeu de Oliveira - Aprimoranda HC FMRP/USP
Renata Carvalho Cardoso - Pós-grad. EERP/USP
Samira Mercaldi Rafani - HCFMRP/USP
Talita Peripato - Grad. T.O. FMRP/USP
Thais Balastreire Forghieri - Grad. T.O. FMRP/USP
Thais Fernanda Oliveira -Grad.T.O. FMRP/USP
COMISSÃO CIENTÍFICA:
Claudia Aline Valente dos Santos - Docente UFSCar
Heloisa Cristina Figueiredo Frizzo - Docente UFTM
Leticia M Vendrusculo Fangel - Docente UnB
Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - Docente FMRP-USP
Regina Helena. V. T. Joaquim - Docente UFSCar
Rosibeth Del Carmen Muñoz Palm - Docente UFPR
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APOIO E PATROCÍNIO
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PROGRAMAÇAO
MESA 2
Moderador: Walkyria A. Santos (GRAACC-UNIFESP - SP)
12:00 ALMOÇO
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COMUNICAÇÕES ORAIS
14:00 -15:30
Moderador: Rita Aparecida Bernardi Pereira (UFPR - PR)
MESA 3
Moderador: Clori Araújo Pinheiro (RS)
12:00 ALMOÇO
COMUNICAÇÕES ORAIS
14:00 -15:30
Moderador: Fernanda Capella (HC Barretos - SP)
15:30 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES
MESA 7
Moderador: Maria de Fátima M.L. Depieri (H.B.Brasília - DF)
16:00 - 17:30
Terapia Ocupacional e Cuidados Paliativos em Walkyria de Almeida Santos (GRAACC
Oncopediatria UNIFESP - SP)
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MESA 4
Moderador: Vera Lucy Duarte Costa (UNIFRA - RS)
12:00 ALMOÇO
COMUNICAÇÕES ORAIS
14:00 -15:30
Moderador: Amara Lúcia Holanda Tavares Battistel (UFSM - RS)
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MESA 9
Moderador: Mônica Estuque Garcia Queiroz (I.I. E.Ribas)
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
11:30 - 12:15 The need for Research and evidence in occupational therapy in hospital contexts and palliative
care - Gail Eva - UCL Institute of Neurology, London / UK
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Conferência de abertura
Palliative care is a relatively recently established specialist area in health and social care. Its origins can be
traced back to the development of the hospice movement in the United Kingdom in the 1960s by Dr Cicely Saunders,
whose foundational belief was that life was worth living regardless of how long or short the timescale. As she famously
said, “You matter because you are you. You matter to the last moment of your life, and we will do all we can, not only
to help you to die peacefully, but also to live until you die.” Over the past 40 years, occupational therapists have been
fundamental to achieving the palliative care vision that people are enabled to live until they die. However, it is in the
past decade or so that we have seen occupational therapy in palliative care really beginning to flourish, with many
examples of innovative practice being shared at conferences, and through social media networks around the world. In
this talk I will use case examples from five continents (Europe, Australia, Asia, Africa and South America) to illustrate
the different contexts in which occupational therapy contributes to the care of people reaching the end of their lives.
Through a structured process of assessment, activity analysis and goal-setting, occupational therapists are able to
help patients and their families to maintain a sense of purpose and satisfaction in everyday living while at the same
time acknowledging the practical and existential consequences of a deteriorating condition.
Mesa 1:
A profissão Terapia Ocupacional constitui-se formalmente como tal na América do Norte, na segunda
década do séc.XX, tendo os hospitais civis ou militares como campo fundamental de práticas. No Brasil, de forma
semelhante ao ocorrido em outros países, os hospitais foram também os primeiros contextos de práticas profissionais
dos terapeutas ocupacionais, sejam os hospitais psiquiátricos ou hospitais gerais, neste caso, inicialmente mais com
perfil voltado às práticas de reabilitação, atualmente voltada a quaisquer populações em contextos hospitalares. A
visibilidade e percepção sobre a importância da Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares vêm se ampliando
cada vez mais, principalmente a partir da constatação de que:
1. Sua fundamentação técnico-científica está referendada pela produção científica nacional e internacional de
Terapia Ocupacional, publicada em periódicos científicos, livros, teses, dentre outros;
2. É crescente o mercado de trabalho para os profissionais em instituições hospitalares, sejam secundários ou
terciários, hospitais gerais ou especializados, como também em serviços a elas integrados;
3. Há um crescimento das pesquisas e publicações científicas de terapeutas ocupacionais, que abrangem todos os
ciclos de vida e linhas de cuidados, abordam diferentes áreas, habilidades e contextos de desempenho e papeís
ocupacionais, ligados a condições clínicas ou cirúrgicas de média ou elevada complexidade, com novas demandas e
maior reconhecimento institucional baseados na organização da especialidade profissional;
4. Ocorre um crescimento de atividades de ensino de graduação em Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares
e suas áreas de atuação, dentre elas a de Cuidados Paliativo, com a ampliação do oferecimento de disciplinas
teóricas e de formação prática profissionalizante com diferentes populações;
6. O crescimento de atividades de ensino e pesquisa de pós-graduação (lato ou stricto sensu), como também de
grupos de pesquisa e eventos científicos com essa especificidade de temas relativos ao campo;
6. Há um crescimento de publlicações de portarias, resoluções e outros tipos de documentos oficiais que
regulamentam as práticas neste campo e areas de atuação.
Dois marcos importantes foram a criação do Grupo Nacional de Terapia Ocupacional em Contextos
Hospitalares (GNTOCH), em 2009, e a fundação da “Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos
Hospitalares e Cuidados Paliativos – ATOHosP”, em 09 de agosto de 2012. Esta é a primeira Sociedade Científica
de especialidade dos terapeutas ocupacionais no Brasil, especificamente relacionada à especialidade de “Contextos
hospitalares” e Cuidados Paliativos. Desde 2009, foram publicadas várias resoluções que regulamentam a prática
profissional e a especialidade dos terapeutas ocupacionais em Contextos Hospitalares, como: a Resolução COFFITO
Nº 371 – 06/11/2009, que incluiu a especialidade de Contextos hospitalares; a Resolução COFFITO Nº 378 –
11/06/2010, que dispôs sobre as normas e procedimentos para o registro de títulos de especialidade profissional; a
Resolução COFFITO Nº 405 a 408 – 03/08/2011, que disciplinou a prova de títulos dos terapeutas ocupacionais, mas
que ainda excluía a especialidade de Contextos Hospitalares; a Resolução COFFITO No. 418, que definiu novos
Parâmetros Assistenciais da Terapia Ocupacional (Anexo I – Contextos Hospitalares); a revisão da Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO); a Resolução Nº.429 de julho/2013, reconheceu e disciplinou a especialidade
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Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares, definindo áreas de atuação e suas competências; o Acórdão Nº
316, de dez/2013, que aprovou o convênio entre COFFITO e ATOHosP, para fins de concessão de título de
especialista. A ATOHosP tem por finalidade: promover o desenvolvimento técnico-científico do terapeuta ocupacional
que atua em contextos hospitalares e em serviços ou programas de cuidados paliativos, fundamentando e
desenvolvendo seu campo de conhecimentos dentro de suas áreas específicas de atuação. Em relação à
divulgação dos trabalhos assistenciais e de pesquisa dos terapeutas ocupacionais, a partir de agosto de 2013
iniciaram-se as Videoconferências Temáticas (mensais) do SIG (Special Interest Group/ Grupo de Interesse
Especial): “Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos”, através da Rede RUTE (Rede
Universitária de Telemedicina). Trata-se de um espaço da rede virtual de Telessaúde que trata da promoção de
ações conjuntas entre instituições de ensino de Terapia Ocupacional e instituições hospitalares nacionais e
internacionais para promover o campo de conhecimentos e atuação dentro da especialidade dos terapeutas
ocupacionais em “Contextos Hospitalares” e “Cuidados Paliativos”. Nesse sentido contribui para a promoção da
atualização, aprofundamento e difusão de conhecimentos técnico-científicos e práticas profissionais referentes à
especialidade de Terapia Ocupacional em “Contextos Hospitalares” e respectivas áreas de atuação, além de
congregar terapeutas ocupacionais e estudantes de Terapia Ocupacional, bem como a associação científica e
entidades ou organizações de quaisquer naturezas, para discussões de temas pertinentes à especialidade. Todas
essas ações e conquistas devem gerar mudanças: na forma como a sociedade e outras categorias profissionais
entendem a Terapia Ocupacional; nas concepções que os próprios terapeutas ocupacionais têm sobre seus
diferentes campos de conhecimentos e de atuação e sobre a especialidade de “Contextos Hospitalares”; no mercado
de trabalho e na formação profissional, tanto na graduação como na pós-graduação.O desenvolvimento de práticas
inovadoras em contextos hospitalares e a difusão de conhecimentos demonstram que, apesar de ocorrerem em
instituições reconhecidamente medicalizadas, nem por isso as práticas dos terapeutas ocupacionais limitam-se a
projetos terapêuticos baseados em modelos biomédicos tradicionais. Portanto, não há mais como, nem porque
questionar a relevância e se há ou não especificidades nos conhecimentos e práticas em Contextos Hospitalares,
mas , sem dúvida, muito ainda há por fazer e caminhos a percorrer.
No País somos hoje 15.545 terapeutas ocupacionais. Destes, em torno de 40% atuam na área de Contextos
Hospitalares e Cuidados Paliativos. Profissão nascida, registrada e reconhecida há 43 anos (13/10/1969) pelo
COFFITO, seu marco referencial é a Constituição Federal de 1988, destacando o artigo 196 “Saúde como Direito de
Todos e Dever do Estado”. No mesmo ano houve a criação do SUS, com regulamentação efetivada em Setembro de
1990, através da Lei Orgânica 8080 e Lei 8142 de 28/12/1990. , Como profissão envolvida com Politicas Publicas, a
Terapia Ocupacional tem um projeto de atuação e contribuições importantes para o SUS, SUAS, JUSTIÇA,
CULTURA, EDUCAÇÃO. Somente no SUS temos 50 portarias vigentes com dotação orçamentaria (algumas delas
ainda desconhecidas) como a que se refere à atuação em Saúde Mental, NASF, entre outras. Os usuários dos
diversos services, com diferentes graus de complexidade, dependem da nossa mobilização para trazer o
conhecimento, a informação e a assistência necessaries. Estudos apontam que 80% dos profissionais em formação
estão empregados no primeiro ano de formados, comprovando a eficiência deste profissional. Na rede publica há
atualmente uma carência de 53.000 terapeutas Ocupacionais para atender somente a legislação vigente. Em 2008,
pensando na qualificação, surgem as especialidades, desafiando novos campos de ação nas diferentes praticas e
necessidades da rede de assistência. Pensando no Espaço Ocupacional, nosso objeto de estudo, estamos aqui hoje
para pensar e discorrer sobre os papeis ocupacionais vividos por este sujeitos durante seu período de recolhimento,
Ocupação Humana, sempre com o foco no Contexto Hospitalar e Cuidados Paliativos.
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A nova perspectiva de assistência da Terapia Ocupacional no contexto hospitalar, que se volta para a
importância de sua atuação como promotora da saúde e da qualidade da vida ocupacional, mesmo durante o período
de internação hospitalar, é bastante recente. Essa tendência norteia-se pelo princípio da necessidade da
manutenção não só da capacidade funcional do paciente, mas, principalmente, de um nível mais elevado de
qualidade de vida, que implica maior autoestima e melhores estados de humor e de motivação para recuperação da
saúde o mais rapidamente possível. A Terapia Ocupacional vem caracterizando suas ações em contextos
hospitalares no âmbito das intervenções voltadas às consequências, no dia a dia, da enfermidade e da própria
internação hospitalar, bem como das diversas alterações e rupturas que acometem os seres humanos. Tendo como
objetivo primordial a promoção da qualidade de vida do indivíduo hospitalizado e considerando sua globalidade e
integridade, atua com vistas ao melhor dimensionamento de soluções para suas condições de permanência no
ambiente hospitalar, suas relações com a equipe profissional que o atende, as necessidades de sua família e/ou
acompanhante além de promoção da saúde e de seu desenvolvimento global. Especificamente, no âmbito do
atendimento das clinicas médicas e cirúrgicas em instituições hospitalares de alta ou média complexidade, tem como
objetivos terapêuticos: Diminuir o stress e ansiedade pela hospitalização; Favorecer, desenvolver ou manter
habilidades e desempenhos ocupacionais; Melhorar a qualidade de vida ocupacional; Reestruturação do cotidiano
através de adaptações e tecnologias assistivas; Minimizar a instalação de sequelas e deformidades; Estabelecer
relação de suporte e orientação à família/ acompanhante. A implementação das novas propostas de atuação do
terapeuta ocupacional em serviços de saúde tem levado à revisão das representações socialmente construídas de
seu papel profissional, com maior integração e reconhecimento de seu trabalho pela equipe de saúde. Por outro lado,
isso tem exigido o aprofundamento de suas fundamentações teórico-metodológicas e conhecimento com relação aos
seus procedimentos técnicos e recursos terapêuticos, especialmente voltados para o trabalho nesse tipo de
instituição, construído a partir de diferentes concepções de sujeito e de processo saúde/doença. Atualmente, os
programas hospitalares de Terapia Ocupacional vêm sendo progressivamente ampliados, tanto em função da difusão
de novas perspectivas teórico-metodológicas e de tecnologias em reabilitação, como das novas necessidades e
demandas, seja do meio social, seja dos serviços de assistência a saúde, num processo que vem provocando uma
reconfiguração do mercado de trabalho para os terapeutas ocupacionais no país. Portanto, é necessário avançar na
construção do corpo de conhecimento da Terapia Ocupacional, baseado nas diversas áreas das ciências, ao mesmo
tempo em que se compreendam e fundamentam as práticas contemporâneas existentes na realidade do mercado de
trabalho da profissão. Obviamente, essa conquista social traz implicações na organização das políticas sociais e de
saúde, exigindo qualificação profissional especializada. Dessa forma, o aperfeiçoamento na formação de
profissionais terapeutas ocupacionais faz-se imprescindível para o aprofundamento e compreensão das múltiplas
dimensões do ser humano adoecido, fornecendo subsídios para uma atuação junto a essa clientela, muitas vezes
desassistida, de forma integrada e interdisciplinar.
O objetivo desse trabalho é relatar através da experiência profissional a atuação da Terapia Ocupacional na
enfermaria de cirurgia de cabeça e pescoço e na neurocirurgia. Na enfermaria da Cabeça e Pescoço do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (HC-FMRP) a maioria dos casos atendidos são
oncológicos, atingindo principalmente a faringe, laringe, língua, tireóide e parótida, na maioria são homens,
tabagistas e etilistas. Na neurocirurgia (HC-FMRP) a população atendida se submeteu a cirurgia decorrente de um
tumor com alto grau de malignidade, na maioria são homens. Em decorrência das grandes cirurgias e os efeitos
ocasionados por elas, os sujeitos apresentam dificuldades nas áreas de desempenho, nas atividades de vida diárias,
no trabalho e no lazer, necessitam de acompanhamento/ cuidados pré e pós-cirúrgicos. Cada uma dessas
populações tem suas especificidades. Tanto o adoecimento quanto o próprio tratamento geram rupturas e
importantes transformações na vida ocupacional dos pacientes e de seus familiares, o que exige reorganizações do
cotidiano e dos papéis ocupacionais desses sujeitos. A intervenção terapêutico-ocupacional, auxiliando a pessoa a
adaptar-se às suas novas condições de vida impostas pelo adoecimento e tratamentos, mantendo o melhor nível de
função possível e qualidade de vida. Além disto, mesmo em face a uma doença crônica e perspectiva de finitude da
vida, o indivíduo deve ser estimulado a manter uma vida ativa e produtiva e plena de significados.
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MESA 2:
A Terapia Ocupacional em contexto hospitalar pediátrico atua na promoção da saúde, buscando alternativas
para potencializar a qualidade de vida do paciente através da ressignificação do seu cotidiano, o qual foi interrompido
em função do adoecimento e da internação. O terapeuta ocupacional possibilita a escolha de atividades de interesse
ao paciente, levando-se em consideração sua história de vida, seus valores culturais e sociais, suas preferências e
potencialidades. Para tanto é fundamental avaliar as necessidades do paciente detectando o impacto do
adoecimento e hospitalização no seu cotidiano e no desenvolvimento neuro-psico-motor para assim executar
programa terapêutico ocupacional visando: Auxiliar a criança na compreensão do processo de adoecimento,
internação e tratamento; ressignificar o cotidiano durante e após a hospitalização; manter os desempenhos
ocupacionais e autonomia do paciente; auxiliar na aderência ao tratamento e no empoderamento; prevenir ou
minimizar o atraso no DNPM; elaborar estratégias para melhoria da qualidade de vida; manter e/ou proporcionar a
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independência nas Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) e AIVDs (Atividades Instrumentais de Vida Diária);
prescrever e confeccionar de dispositivos de Tecnologia Assistiva (órteses, Cadeira de Rodas adaptada, entre
outros); verificar necessidades de adaptação e eliminação de barreiras arquitetônicas nos ambientes onde o paciente
desempenha suas atividades cotidianas; realizar orientação e encaminhamento para redes de suporte.
O avanço técnico e científico da Medicina tem contribuído para o aumento da sobrevivência de pessoas com
os mais variados quadros de saúde, sejam estes oriundos de condições crônicas de saúde ou de eventos agudos e
graves. O hospital se configura como lócus essencial na prática de cuidados de saúde em condições críticas e
ameaçadoras de vida, onde as Unidades de Terapia Intensiva - UTIs têm se tornado importante espaço para
viabilização dos procedimentos e técnicas necessárias para a sobrevivência. Segundo a Resolução número 7 (RDC
7-2010) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2010) que estabelece os requisitos mínimos para
funcionamento das UTI há a necessidade da presença do Terapeuta Ocupacional entre os membros da equipe.
Todavia, não é estipulada a carga horária e o tipo de inserção deste profissional na equipe de trabalho. Também não
estão descritas as ações específicas a serem desenvolvidas pelo terapeuta ocupacional. Essa situação pode se
configurar enquanto desafio por um lado, mas por outro como uma possibilidade de ampliação das ações e
configuração de um campo de atuação no qual o terapeuta ocupacional possa demonstrar possibilidades amplas de
prestação de cuidados em saúde. A RDC 7-2010 previa que a adequação aos requisitos fosse feita até fevereiro de
2013, entretanto sabe-se que são poucas as unidades hospitalares que se adequaram à resolução, bem como, que
ainda temos uma carência de atuações clínicas e publicações de terapeutas ocupacionais, no contexto brasileiro
junto às populações atendidas em contexto de UTI. De acordo com a RDC 7-2010, ao descrever as ações a serem
desenvolvidas pela equipe multiprofissional em UTI, destacam-se as quais o terapeuta ocupacional apresenta
conhecimentos, recursos e habilidades para contribuir de modo efetivo ao trabalho: ações humanizadoras de saúde;
ações de ambiência acolhedora e mediação da participação da família na atenção ao paciente. Porém, sabemos que
o profissional é capaz de desenvolver inúmeras outras ações que contribuem para minimizar o impacto da internação
em UTI e ampliar os aspectos de vida saudáveis de pacientes e familiares. A resolução está em consonância ao que
é recomendado pela Política Nacional de Humanização em Saúde, que afirma que o aprimoramento das relações se
dá por meio de uma Clínica Ampliada na qual estão priorizados: a escuta ativa dos sujeitos, o vínculo, os afetos e o
acolhimento das necessidades. Os terapeutas ocupacionais apresentam condições plenas para contribuir com estas
ações em saúde humanizadas ao compor equipes multidisciplinares e necessitam se apropriar cada vez mais desses
espaços de inserção profissional. Dessa forma, a palestra tem como objetivo descrever a atuação do terapeuta
ocupacional realizada na Unidade de Terapia Intensiva e apontar os desafios pertinentes à inserção profissional no
contexto brasileiro, bem como, as estratégias encontradas na busca de superá-las. Identificamos, a partir do relato
de práticas, que os desafios encontrados para a inserção profissional do terapeuta ocupacional em UTI Adulto são
referentes à diversas esferas, as quais, identifico como sendo:
a) Institucional: se relaciona ao desconhecimento, por parte da gestão da instituição hospitalar e dos membros da
equipe multiprofissional das UTI, sobre as possibilidades de atuação e papel do terapeuta ocupacional neste
contexto;
b) Categoria Profissional: relacionada às lacunas no processo formativo do terapeuta ocupacional que não o
instrumentaliza para identificar de modo claro e objetivo os conhecimentos que possui para proceder dentro das UTI,
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especificamente, bem como, falta de fiscalização, por parte dos Conselhos Profissionais, do cumprimento da RCD 7-
2010, pelas instituições hospitalares;
c) Pessoal: relacionada aos fatores de personalidade e afinidade dos terapeutas ocupacionais para trabalharem no
Contexto Hospitalar e UTI, especialmente ligado à capacidade de lidar com situações críticas e limítrofes de vida e
aproximação com morte e luto.
Espera-se que a palestra possibilite a abertura de um diálogo e reflexão sobre as vicissitudes do trabalho
em UTI por parte dos terapeutas ocupacionais que tem se interessado por desenvolver ações de cuidado em saúde
neste contexto.
MESA 3:
Nas últimas décadas, o Brasil passou por um declínio de fecundidade acelerado e que combinado com a
queda dos índices de mortalidade proporcionou o aumento na longevidade da população. Atualmente pessoas acima
de 65 anos representam 7,4% da população total brasileira. Com o crescimento da população idosa, aumentam-se
os casos de doenças crônico-degenerativas, visto que são predominantes nesta fase da vida. A hospitalização
representa um grande risco para a população idosa, uma vez que estes são mais suscetíveis a complicações
causadas pelo período prolongado no leito, contribuindo assim para a diminuição da capacidade funcional e
consequentemente para mudanças na qualidade de vida. Nesse contexto a capacidade funcional surge como o
paradigma de saúde do idoso, que compreende o grau de preservação do indivíduo em realizar as ABVD e AIVD,
sendo, portanto, um indicador de saúde para esta população. Objetivos: Descrever a atuação do Terapeuta
Ocupacional, junto a idosos hospitalizados, abordando aspectos sensoriais, cognitivos, psicomotores e funcionais,
visando maximizar a independência para a realização de atividades.Discutir protocolos de avaliações comumente
usados por terapeutas ocupacionais em Geriatria e Gerontologia.
Durante a internação hospitalar as pessoas apresentam múltiplas demandas clinicas e psicossociais, como
a perda da capacidade funcional e suas consequências no desempenho ocupacional que têm impactos diferenciados
no seu cotidiano. A clientela traumato-ortopédica apresenta necessidades físicas importantes e suas expectativas
estão relacionadas a ganhos funcionais. Porém, quando são pacientes que estão “fora de possibilidades curativas”,
há outros aspectos a serem considerados, como a insegurança e o medo do desconhecido – especialmente a morte.
Assim, até quando investir na promoção da capacidade funcional, na diminuição de incapacidades, na recuperação
das funções específicas (físicas, cognitivas, etc), que vão sendo perdidas devido à evolução da doença? Com
pacientes onco-ortopédicos, há a necessidade de propor uma abordagem integral e multiprofissional na perspectiva
dos Cuidados Paliativos, distinta da perspectiva reabilitadora tradicional. OBJETIVO: Discutir a atuação da Terapia
Ocupacional Hospitalar na definição de demandas prioritárias e no manejo terapêutico da clientela de traumato-
ortopedia e onco-ortopédica. MÉTODO trata-se de um trabalho de análise reflexiva sobre os princípios e práticas da
área de “Terapia Ocupacional Hospitalar” junto a pacientes traumato-ortopédicos e da onco-ortopedia internados.
RESULTADOS: Os melhores resultados terapêuticos, na perspectiva da integralidade do cuidado, decorrem do
trabalho na perspectiva da promoção de qualidade de vida e de confortos físico, psicossocial e espiritual. Com o uso
de recursos múltiplos, como de tecnologia assistiva e atividades expressivas, a Terapia Ocupacional contribui para o
controle de dor e sintomas, manutenção da vida ativa e dos papeis ocupacionais, com autonomia pelo tempo que for
possível, enfrentamento da possibilidade da morte e acolhimento aos familiares e cuidadores no luto. CONCLUSÃO:
Na perspectiva da integralidade do cuidado, é possível promover autonomia e independência, bem-estar e qualidade
de vida, através da abordagem de resignificação da vida no ambiente hospitalar. A atuação do terapeuta ocupacional
tem contribuído para melhora na qualidade de vida, retorno as suas atividades cotidianas, retomada dos papeis
sociais, enfrentamento do processo de adoecimento/hospitalização na perspectiva do cuidado integral e integrado a
clientela e família.
O contexto hospitalar disponibiliza cuidados aos usuários em condições agudas e crônicas observando o
potencial de estabilização e complicações, compreendendo além do diagnóstico, tratamento e reabilitação, ações de
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prevenção e promoção de saúde (PNHOSP, 2013). A Carta de Ottawa de 1986, primeiro documento internacional
com foco na promoção de saúde, argumentou que a comunidade deve atuar na melhoria de sua qualidade de vida e
saúde, buscando o completo bem-estar físico, mental e social. Alinhado com a proposta internacional, o Brasil institui
a Política Nacional de Promoção de Saúde - PNPS e destaca os sujeitos como seres que amam, sofrem, adoecem,
buscam suas curas, necessitam de cuidados, lutam por seus direitos e desejos (PNPS, 2002). Entender os sujeitos e
permitir a subjetividade é promover Saúde Mental, incluindo nesse contexto o social, o cultural, o econômico e o
político, compreendendo a saúde humana como complexa e mutável. No entanto, a visão de promoção de saúde se
encaixou perfeitamente na Política Nacional Atenção Básica (2012) e pouco se faz ou se produz sobre a promoção
de saúde em contextos hospitalares, especialmente promoção de Saúde Mental. É preciso levar em consideração
que hospital historicamente se configurou como espaço para intervenção nos agravos à saúde e o terapeuta
ocupacional organizou suas práticas em torno dos processos de Reabilitação. Surge então a curiosidade de entender
melhor quais as contribuições do terapeuta ocupacional na promoção de Saúde Mental em contextos hospitalares.
Com base nisto, foi realizada uma revisão bibliográfica na Biblioteca Virtual em Saúde – BVS com os descritores
Promoção de Saúde, Saúde Mental, Hospital, Terapia Ocupacional, além de busca em livros e outras publicações na
área da Terapia Ocupacional e promoção de saúde. A busca evidenciou a ausência de trabalhos específicos sobre o
assunto, tendência observada também em publicação de outras áreas do conhecimento. Contudo, os estudos
existentes apontam que a promoção de saúde em contextos hospitalares visa manter ou melhorar o bem-estar
mental, entendendo a real necessidade do indivíduo desde a recepção até o acompanhamento extra-hospitalar e
deve ser abordada sob a ótica de quem cuida (profissional de saúde) e de quem é cuidado (usuário). Envolve fatores
intrínsecos e extrínsecos, percebendo que saúde física e saúde mental são indissociáveis. Desse modo, cuidados
devem abranger trabalhadores, gestores, usuários, cuidadores e familiares por meio de tecnologias leves. Sobre as
condições de Saúde Mental do sujeito na condição de paciente e os seus familiares é sabido que ambos vivenciam
relações terapêuticas permeadas por dores, sofrimentos, ansiedade, impotência e perdas inerentes ao processo do
adoecimento (Botega, 2012). Por sua vez, o cuidador é desafiado a romper cotidianamente com o instituído e manter
concomitantemente a sua saúde e capacidade de cuidar. Apesar dessas condições, os profissionais de saúde podem
e devem lançar mão de ferramentas e estratégias de cuidado como as disponibilizadas pela Política Nacional de
Humanização (2003) que discorre sobre o acolhimento, a visita aberta, a clínica ampliada, a escuta qualificada, o
vínculo, o empoderamento, a educação em saúde, a ambiência, o apoio social, entre outros, como meios de
promoção de saúde. O terapeuta ocupacional, assim como demais profissionais de saúde, deve apropriar-se mão da
PNH, da PNPS e de suas especificidades para melhor atender a pessoa em condição de internação hospitalar. O
terapeuta ocupacional utiliza a ocupação humana e as atividades para proporcionar autonomia e o desenvolvimento
de habilidades, atuando em consonância com as práticas de cuidados voltadas para a promoção de Saúde Mental
por compreender que o adoecimento trás consigo um rompimento da rotina, das relações sociais e produtivas do
usuário. Esta relação necessita ser mais bem esclarecida através do desenvolvimento de pesquisas que enfatizem a
atuação do terapeuta ocupacional junto às estratégias de promoção de saúde. Outros estudos necessitam ser
realizados para fomentar que o hospital também pode ser espaço de promoção de Saúde Mental e que esta prática
pode ser instituída e viável.
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Os Cuidados Paliativos fazem parte de uma das temáticas na área da saúde mais discutidas e em
desenvolvimento no Brasil. Dentro da Terapia Ocupacional não é diferente, uma vez que podemos verificar o
crescimento de publicações na área. Objetivos: Apresentar ao publico o tema cuidados paliativos e suas
especificações e diferenciações com relação ao trabalho voltado para os cuidados oncológicos e os não
oncológicos. Método: Roda de conversa com uma moderadora, duas palestrantes especialistas na área e o publico.
Resultados: Uma vez apresentados os conceitos, práticas e especificidades dos Cuidados Paliativos Oncológicos e
Não Oncológicos, suscitar ao publico discussão e reflexão sobre a atuação e consciência do papel do Terapeuta
Ocupacional nesta especialidade. Resultando na formação do profissional crítico e participativo. Considerações
Finais: Esta roda de conversa promoverá aos interessados elucidações atuais da prática pautadas em considerações
cientificas favorecendo dessa forma o crescimento profissional.
Os Cuidados Paliativos têm como objetivos primordiais o controle de sintomas, a obtenção de conforto e o
alivio dos sofrimentos para o paciente e seus cuidadores, através de uma abordagem integral e integrada que
compreende a dimensão física, psicossocial e espiritual em uma abordagem multiprofissional e interdisciplinar, que
possibilita a elaboração de um plano de cuidados resultante da combinação de diferentes conhecimentos,
habilidades e técnicas específicas.a cada área profissional. Diante disso, a Terapia Ocupacional tem papel
fundamental, uma vez que atua em conjunto com o paciente e sua rede de apoio psicossocial e familiar na
perspectiva de manutenção de sua vida ativa e funcional em um contexto repleto de significados e que dá sentido a
sua individualidade e autonomia, apesar das limitações e perdas decorrentes do processo de adoecimento e/ou
terminalidade. O terapeuta ocupacional possibilita ao paciente a vivência de atividades terapêuticas significativas
direcionadas para a problemática enfrentada a partir de uma gama de recursos que vai da abordagem funcional a
adaptação do ambiente, acompanhando o paciente no processo de tomada de decisões e estabelecimento de metas
de vida. A partir da identificação dos problemas e desconfortos são propostas condutas terapêuticas que visam o
desempenho funcional e ocupacional e, consequentemente, a manutenção do status de ser ativo e participativo,
sendo as abordagens mais, comumente, usadas o treino e a orientação das AVDs; atividades físicas, massagem e
exercícios para alívio e controle da queixa dolorosa; orientação para a realização e simplificação das tarefas
cotidianas, a fim de garantir a proteção articular e conservação da energia; proposição de atividades físicas (de
acordo com o grau de fadiga, dispnéia e movimentação presente) a fim de preservar a mobilidade e garantir certo
grau de independência; treino dos cuidadores; indicação e confecção de adaptações que facilitem o desempenho
ocupacional e o posicionamento; realização de atividades que resgatem a biografia do paciente e sua individualidade
colaborando em seu processo de elaboração e aceitação da situação vívida. As metas estabelecidas no processo
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MESA 6:
A terminalidade da vida humana e a assistência ao paciente com doença que ameaça a vida envolvem
questões éticas que devem ser enfrentadas por profissionais de saúde e outros envolvidos no cuidado. Conhecer os
problemas éticos vivenciados na prática dos cuidados paliativos e discuti-los à luz de um referencial bioético favorece
a deliberação para tomada de decisão e contribui à adequada assistência.Nesta palestra pretende-se apresentar
dados de literatura e de pesquisa de campo acerca de Bioética e Cuidados Paliativos favorecendo, dessa forma, a
discussão de questões éticas vivenciadas na prática clínica na área. Será apresentada reflexão embasada na
literatura que propõe os Cuidados Paliativos como proposta ética frente às demandas de assistência a pessoas com
doenças graves, avançadas, ou em situação de terminalidade. A partir de perspectiva histórica, serão abordados
pontos em comum entre o movimento hospice moderno e a Bioética. Serão apresentados os princípios éticos
citados na literatura que embasam os Cuidados Paliativos. Levando em consideração a literatura e os resultados da
minha pesquisa de doutorado, serão discutidas algumas questões éticas identificadas por profissionais que atuam na
área, seguindo os quatro tópicos de análise Bioética do referencial da Casuística. Concretamente, serão abordados
os seguintes temas: 1. Indicações terapêuticas: erros na compreensão sobre Cuidados Paliativos, que levam a falhas
em encaminhamentos, pouca eficácia de interconsultas e desprestígio à equipe; divergências entre a conduta
acordada entre equipe e paciente/família e a seguida no pronto socorro; futilidade terapêutica; encenação de
reanimação do paciente; autoquestionamento sobre efetividade de intervenções cuja utilidade é provada em outros
contextos de assistência; uso de determinados medicamentos, ventilação não invasiva e alimentação/hidratação
artificial. 2. Preferências do paciente: Respeito à autonomia do paciente; veracidade e direito à informação;
habilidades de comunicação; cerco do silêncio; participação no processo de deliberação; documentação das
preferências do paciente; escolha do local de tratamento e morte. 3. Qualidade de vida: componentes da qualidade
de vida; divergências entre avaliações feitas pelo paciente ou por outra pessoa; proporcionalidade terapêutica;
qualidade de morte. 4. Aspectos contextuais: disponibilidade de recursos para assistência e cuidados; conflitos de
interesses de familiares; trabalho em equipe; ensino clínico. Assim, destacam-se algumas necessidades, como: de
formação de recursos humanos para atuação em Cuidados Paliativos incluindo conteúdos relacionados à ética e
Bioética para fazer frente às demandas do cotidiano da assistência; de que profissionais de saúde desenvolvam
habilidades de comunicação; de integração de rede de assistência.
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Na antiguidade, os cuidados aos enfermos baseavam-se no princípio da harmonia entre corpo e alma e
numa interpretação mágico-religiosa das doenças, entendendo-as como decorrentes da invasão do corpo humano
por um elemento natural ou espírito sobrenatural. Com o surgimento da escola médica de Hipócrates (séc. V a.C) a
medicina passou a se apoiar sobre as observações e fatos, mas sem ignorar o aspecto espiritual de seus pacientes.
O homem deveria ser visto como um todo, cada parte do corpo possuindo um dinamismo próprio que se relaciona de
forma a manter a unidade. Hipócrates via uma inter-relação entre corpo e alma, com grande importância para a
saúde - ‘mente sã em corpo são’ e Aristóteles (384-322 a.C.) propôs também a ncessidade de estudar e
compreender o espírito (do latin spiritus) A alma fez parte das discussões médicas até o século XVI, mas com o
conceito de separação em que o corpo era o perecível instrumento da alma imortal. A partir da cisão declarada no
século XVII entre alma e corpo, a medicina foi desenvolvendo métodos para investigações do corpo (do latim corpus:
parte essencial) e houve o distanciamento da psicologia em relação ao estudo daquilo considerado como “não-
palpável”, sendo que a alma ficou a cargo exclusivo dos filósofos e religiosos. As primeiras discussões sobre religião
no âmbito da psicologia foram trazidas por Freud, que a considerou como remédio ilusório contra o desamparo.
Posteriormente, Jung definiria o espírito como princípio orientador da vida psíquica que regula pensamentos,
permitindo insights significativos e uma sensação de bem-estar, pois entendia que a espiritualidade está relacionada
a uma ação interna, a um contato do indivíduo com sentimentos e pensamentos superiores, podendo ter por
consequência o fortalecimento e amadurecimento da sua personalidade. A religiosidade envolve um sistema de culto
e doutrina que é compartilhado por um grupo, e tem características comportamentais, sociais, doutrinárias e valorais
específicas. A espiritualidade é um fenômeno metafísico exclusivo dos seres humanos e, por natureza, é de difícil
definição; em hebraico, latim e muitas línguas asiáticas a palavra espírito significa respiração ou ar em movimento. A
filosofia grega, bem como a tradição hindu e budista, vê o espírito como a essência do indivíduo que reside em seu
corpo. Espiritualidade é aquilo que dá sentido à vida, é um conceito mais amplo que religião, que pode ser entendida
como uma expressão da espiritualidade; é um sentimento pessoal, que estimula um interesse por si e pelos outros,
um sentido de significado da vida capaz de fazer suportar sentimentos estressantes e debilitantes como culpa, raiva
e ansiedade. Está relacionada com o transcendente, com questões sobre o significado e propósito da vida.
A crença em aspectos espiritualistas pode mobilizar energias e iniciativas positivas para melhorar a qualidade de vida
de um indivíduo. O sofrimento espiritual pode ser o problema que mais demanda suporte, que surge da perda de
significado, de sentido da vida, de esperança, podendo ser tão perturbador quanto o sofrimento físico e, por vezes,
menos suportável. O sofrimento espiritual não identificado frequentemente é o culpado por um plano terapêutico mal-
sucedido. Há autores que consideram a espiritualidade como uma resistência interna que permite à pessoa enfrentar
os desafios e adversidades que podem surgir, por exemplo, em condições de adoecimento e hospitalização. Assim, a
espiritualidade pode surgir como um dos aspectos da demanda hospitalar em Terapia Ocupacional e, principalmente,
na assistência em Cuidados Paliativos. Neste caso o tema da espiritualidade adquire grande relevância, sendo
frequente a discussão sobre a denominada dor simbólica da morte, que consiste na dor psíquica e na dor espiritual,
dois dos componentes do conceito de dor total proposto por Cicely Saunders. O conceito de dor psíquica pode ser
considerado como o medo do sofrimento e o humor depressivo representado por tristezas, angústias e culpas frente
às perdas e o conceito de dor espiritual como medo da morte e do pós–morte, ideias e concepções em relação à
espiritualidade, sentido da vida e da morte e culpas perante Deus. Vários estudos sobre o tema da espiritualidade
têm sido feitos na área das ciências da saúde, mas apenas trabalhos internacionais específicos da Terapia
Ocupacional foram encontrados até o momento. Pesquisas têm demonstrado que os terapeutas ainda se sentem
desconfortáveis com esse conceito. Entretanto, estudos sobre espiritualidade e religiosidade são especialmente
relevantes num país como o Brasil, que tem na religiosidade uma característica marcante e onde se manifesta uma
grande diversidade de crenças religiosas e espirituais. Embora o Modelo Canadense de Desempenho Ocupacional e
o Modelo da Ocupação Humana considerem a espiritualidade como uma dimensão da vida ocupacional que deve ser
comtemplada na prática do terapeuta ocupacional, a grande maioria dos modelos teórico-metodológicos de atuação
em terapia ocupacional refere-se apenas à mente e ao corpo, ignorando as referências mente-corpo-espírito que
caracterizaram filosofias de cura desde o tempo de Hipócrates. O conceito de “tratamento holístico” é fundamental da
Terapia Ocupacional, porém, deixa de ser praticado à medida que a dimensão espiritual é desconsiderada, tanto na
formação profissional como na intervenção terapêutica. Estudantes e profissionais de Terapia Ocupacional estão
familiarizados com os componentes da performance afetiva, física e cognitiva do cliente e regularmente os
consideram em avaliações e tratamentos. Entretanto, o componente espiritual ainda é o mais desafiador para os
terapeutas ocupacionais incorporarem a sua prática. É necessário reconhecer a espiritualidade como uma importante
dimensão da vida diária, que pode ter um impacto significativo na saúde e ocupação das pessoas. O terapeuta
ocupacional deve ajudar o cliente a encontrar a sua resistência ou capacidadade de enfrentamento num caminho
significativo a ele, conferir sentido à vida. Para isso, é necessário incluir o conceito de espiritualidade e a pertinência
do tema na formação e na prática profissional dos terapeutas ocupacionais.
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MESA 7:
Esta apresentação visa levar o público a refletir sobre conceitos atuais dos Cuidados Paliativos em
Oncologia Pediátrica, e principalmente sobre as possíveis práticas de terapeutas ocupacionais em contextos
hospitalares, atuando nesta direção. Para tanto, traremos uma revisão dos fundamentos do trabalho realizado em
Cuidados Paliativos pela terapia ocupacional em pediatria geral, quando diante do desafio de estabelecer este tipo
de cuidado a pacientes gravemente adoecidos, bem como uma breve revisão bibliográfica que respalde estes
fundamentos. Como parte importante desta exposição, compartilhar experiências de trabalhos realizados na área
Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica, onde haja a participação direta da terapia ocupacional. Concluindo,
faremos a exposição de um caso clínico de terapia ocupacional em oncologia pediátrica, em contexto hospitalar
atendido em Cuidados Paliativos.
A atenção domiciliar a pacientes em cuidados paliativos acontece como uma extensão do cuidado
humanizado oferecido pelo hospital e se justifica pela impossibilidade dessas pessoas se locomoverem até o
hospital, e também este é um espaço que garante proteção psicossocial e condições especiais para a unidade de
cuidado (família – paciente). A atenção domiciliar tem com papel importante a promoção do autocuidado e
treinamento do paciente e cuidador frente as suas novas necessidade, a fim de possibilitar uma adaptação às novas
experiências. Por meio da atenção domiciliar consegue-se executar a prevenção precoce de complicações e
favorece a manutenção e retomada de vinculo familiar e de sua rotina domiciliar. A atenção domiciliar oferecida por
hospital integra, com a nova regulamentação da Atenção Domiciliar, o programa Melhor em Casa do Ministério da
Saúde com suas delimitações de complexidade, visando à redução de custos por meio da substituição ou abreviação
da internação hospitalar. Para o melhor cuidado do paciente é de extrema importância a construção de uma rede de
cuidado para a assistência efetiva do paciente em cuidados paliativos e em atenção domiciliar. Além disso, é
primordial uma atenção multiprofissional, pois, assim, se torna possível um cuidado integral e de qualidade ao
paciente e sua família. Dentro da equipe multiprofissional de atenção domiciliar oferecida por hospital a pacientes em
cuidados paliativos, o papel da terapia ocupacional na promoção e manutenção da independência e autonomia do
paciente, respeitando suas limitações, bem como seus costumes, crenças e contextos. Para isso o terapeuta
ocupacional utiliza de diversos recursos e estratégias, tais como o treino de AVD em sua própria casa, o uso de
tecnologia assistiva e, principalmente de atividades significativas visando as potencialidades do paciente. Outro papel
do terapeuta ocupacional nesta modalidade de atenção à saúde é atenção ao cuidador, buscando capacitá-lo no
auxilio ao paciente, mas orientando a necessidade da autonomia do paciente o quanto possível, bem como respeitar
as limitações do mesmo.
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Falar sobre ensino nos tempos atuais é remeter a ações que permitam a apropriação de competências pelos
estudantes (aprendizes) capazes de pensar e agir criticamente sobre o mundo em que vivem. O curso de graduação
de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos tem nestes últimos anos baseado seu ensino
teórico-prático nas metodologias ativas, na aprendizagem baseada na resolução de problemas e nas estratégias
interdisciplinares. Dessa forma a inserção dos alunos no campo de contexto hospitalar se dá de maneira gradual e
na compreensão que o indivíduo deve ser visto num deslocamento da patologia para o ser integral. Na especificidade
da Terapia Ocupacional isso ocorre na compreensão do desempenho-ocupacional ao longo das diferentes etapas e
processos do curso de vida. Busca-se cuidar dos indivíduos no ambiente hospitalar enfatizando a ampliação dos
aspectos de vida saudáveis por meio de atividades durante a internação, bem como, a aproximação do cotidiano
vivido antes desta e após a alta hospitalar. Desde que o cenário hospitalar se abriu para o curso de terapia
ocupacional da UFSCar, os espaços de ensino-aprendizagem foram se ampliando num caminho também percorrido
pelo profissional. A atuação do terapeuta iniciou-se na equipe de profissionais da internação domiciliar hospitalar e
em projetos que priorizavam a “humanização” da assistência e ambiência, provavelmente numa compreensão das
origens e nas ações mais comumente conhecidas da prática profissional. Assim era conferido ao TO o
acompanhamento e cuidado em domicílio a usuários que ainda necessitavam de atenção, no pós-alta; a organização
de comemorações festivas como natal, dia das crianças, festas de aniversário; a sensibilização e mediação da
equipe quanto a diferentes formas de comunicação na equipe e entre equipe e usuários; a manutenção de espaço
lúdico as crianças, entre outros. Ao longo dos últimos cinco anos, o profissional e os alunos foram ocupando outros
espaços, como as enfermarias de clínica médica masculina e feminina, a pediatria e o pronto atendimento. Nesses
desenvolvendo também outras ações, na perspectiva que os processos assistenciais devem estar em consonância
com a formação dos alunos pautada na clínica ampliada, na integralidade do cuidado e na singularidade dos
usuários. Os alunos se inserem nesse cenário para a prática supervisionada, em pequenos grupos, ao longo do
terceiro ano nas enfermarias adulto ou pediátrica. No quarto e quinto ano os alunos se inserem nas enfermarias e no
pronto atendimento. O desafio que se apresenta aos alunos é a compreensão da demanda do campo de atuação
profissional, onde a “cura” do usuário não está no seu protagonismo. Nesse sentido os alunos têm que olhar o
indivíduo e não sua disfunção física, seu transtorno mental, sua exclusão social, mas olhar um cotidiano modificado
por um tempo e espaço permeado por diferentes rotinas, atividades, relações interpessoais, ações e sentimentos.
Estando o usuário numa condição aguda da doença ou na agudização da doença crônica o que pode lhe trazer a
consciência da possibilidade da perda e da morte. Além disso, num ambiente de procedimentos, grande parte
tecnológico, no qual nem sempre é compreensível, tanto para o usuário como para a equipe o uso de atividades da
vida humana. Ainda, nesse campo, fortemente as ações são dirigidas não só ao usuário, como no caso de bebês e
crianças, as suas mães e familiares, no caso de adultos e idosos a seus cuidadores e familiares, exigindo do
profissional uma diversidade de ações e o real compartilhamento com a equipe multiprofissional. Dessa forma, nesse
campo o ensino-aprendizagem que se tem estabelecido parece superar a racionalidade médico-centrada e o cuidado
fragmentado do indivíduo, em que os alunos de terapia ocupacional tem se confrontado com uma formação que se
assemelha a que Merhy e Franco, chamam de “trabalho vivo em ato”, isto é, o trabalho humano no exato momento
em que é executado e que determina a produção de cuidado em saúde. E a efetivação da tecnologia leve do
“trabalho vivo em ato”, na saúde, para os autores, expressa-se como processo de produção de relações
intercessoras, em uma de suas dimensões chaves, o seu encontro com o usuário-final. Nesse sentido o foco do
ensino para os alunos da UFSCar no campo hospitalar é o estabelecimento de relações que possam dar um novo
sentido para o tempo e espaço da hospitalização, num entorno de dúvidas e sofrimentos, mas que pode ainda ser de
recomeços e descobertas.
A Terapia Ocupacional se originou dentro de instituições hospitalares, mas ainda hoje a realidade da
Urgência e Emergência (RUE) ainda é pequena na formação profissional e na ocupação de postos de trabalho. O
tempo de identificação do problema, registro, tomada de decisão e ação são variáveis determinantes da atuação
profissional e, portanto, o conhecimento sólido baseado em evidências determina o reconhecimento da prática
profissional. O objetivo desse trabalho é apresentar o percurso e a construção do ensino e da prática da Terapia
Ocupacional ao longo de seis anos num hospital especializado Tipo II, RUE portas abertas. Metodologia: Seleção e
definição de perfis de risco com maior incidência de internação, composição de equipes multidisciplinares,
organização de fluxos e criação de procedimentos operacionais padrão (POP) da Terapia ocupacional para os
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cenários de atuação. A partir do modelo biopsicossocial de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS)
promulgado através da publicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
foram confeccionadas matrizes de abrangência e de profundidade para os sinais, sintomas e, principalmente, para a
mobilização precoce através da participação dos usuários em Atividades de Vida Diária (AVD) e capacitação dos
cuidadores. Os procedimentos e fluxos foram rediscutidos a partir da prática e finalizados com a institucionalização
dos POP. Resultados: O reconhecimento da atuação da Terapia Ocupacional nessa realidade foi se ampliando com:
expansão dos perfis assistidos (de 2 para 8); inserção em 4 Linhas de Cuidado e em 6 Unidades de Cuidado;
atuação em diferentes cenários hospitalares atingindo todo o hospital; contratação de profissionais (de 1 professora
em 2008 para 3 e mais 4 Terapeutas Ocupacionais em 2014); ampliação do número de programas de residência
multiprofissional (1 em 2010 e 3 em 2014) e de residentes (6 em prática simultânea anualmente); ampliação do
número de atendimentos (menos de 1.000 em 2008 e 9.995 em 2013); registro de todas as atividades
eletronicamente na instituição. Discussão e conclusão: O processo de construção mesclou literatura atualizada,
firmeza de propósitos, mudança do raciocínio profissional e atendimento às necessidades do serviço. A ausência de
conteúdos curriculares suficientes e a mudança de raciocínio clínico na formação profissional do Terapeuta
Ocupacional continuam sendo um grande desafio que sobrecarrega a prática. O reconhecimento da profissão e a
crescente ampliação do quadro de pessoal e dos cenários de atuação compensam todos os esforços.
Tedesco, Solange
Na literatura da Terapia Ocupacional em Saúde tem sido abordadas questões tanto sobre a construção do
campo de conhecimento (Araújo Lima e Ghirardi, 2008; Araújo Lima, 1999, 2003, 2004, 2006) como a efetividade de
suas intervenções em serviços de saúde do tipo hospitalar. Neste panorama, encontram-se questões que reafirmam
o conhecimento empírico: a constatação da dificuldade de descrição, sistematização e, conseqüente, estudo e
pesquisa sobre os procedimentos especializados em terapia ocupacional. Apesar desta dificuldade, é comum em
descrições de serviços, a afirmativa sobre o atendimento em terapia ocupacional trazer benefícios para o paciente
internado no hospital geral por produzir desde uma melhor ambientação e transformação do tempo de internação até
as intervenções especializadas na restauração e recuperação físicas, emocionais e sociais (Uchôa-Figueiredo;
Negrini, 2009). Uma das questões impostas ao processo de formação de um profissional é a relação estabelecida
entre o conhecimento teórico e a aplicação destes conhecimentos na pratica clínica ampliada e na integralidade dos
cuidados. Apesar da necessidade vivenciada na prática de uma integração interprofissional em cenários hospitalares,
ainda são insuficientes na literatura especializada, estudos que investiguem o trabalho multiprofissional, no que se
refere às percepções das práticas especializadas. Canônico e Bretãs (2008) discutem a formação de estudantes da
área da saúde para o trabalho no sistema único de saúde, pautada apenas em políticas pedagógicas tradicionais
deve ser repensado. Apontam para a importância da experiência e vivência integrada nos processos de aprendizado
como potencial humano tão imprescindíveis quanto o conhecimento teórico-prático. Isto implica em uma determinada
prática e inspira o exercício de novas formas de se colocar frente à complexidade de cuidados e a integralidade das
ações da terapia ocupacional. O sujeito alvo é um sujeito em relação. Discutir a formação interprofissional e as
funções especializadas neste contexto passam a exigir uma sistematização.
MESA 4:
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Este trabalho tem como objetivo objetiva descrever e analisar as diversas modalidades de formação
profissional do Terapeuta Ocupacional em Contexto Hospitalar e Cuidados Paliativos em Programas de Pós-
Graduação lato sensu (residência multiprofissional, aprimoramento e especialização) e stricto sensu (mestrado e
doutorado). Nesse contexto busca-se identificar competências, metodologias utilizadas, estratégias e demandas da
formação do terapeuta ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos em programas de pós-
graduação, a partir da legislação vigente e da regulamentação da especialidade. A inserção de terapeuta
ocupacionais em programas de pós-graduação lato sensu tem como finalidade formar um profissional crítico-reflexivo
e ético, orientada para o desenvolvimento de uma prática profissional de excelência na atenção hospitalar
fundamentado no referencial teórico-metodológico da profissão, produção de práticas inovadoras, produção de
conhecimentos em serviço, orientadas pelas diretrizes das políticas sociais, do Sistema Único de Saúde e da própria
especialidade. Especificamente a inserção de profissionais terapeutas ocupacionais em Programas Stricto Sensu
objetiva a produção de conhecimentos e investigação no âmbito profissional e acadêmico voltado para atividades de
ensino e pesquisa. Essas diversas modalidades vêm se mostrando uma estratégia importante para a formação e
qualificação do profissional em Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos no cenário
brasileiro.
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graduação stricto sensu - mestrado ou doutorado (período de 2000 a 2014), 57 pesquisas de pós-graduação lato
sensu (período de 2003 a 2013), 38 livros ou capítulos de livros (período de 2003 a 2013) e 122 artigos publicados
em periódicos científicos (período de 1998 a 2012). Dentre esse material selecionado, identificamos uma prevalência
de estudos e publicações referentes às populações infantil / Pediatria e oncológica. Além disso, os dados apontam
também um evidente crescimento do número de pesquisas de pós-graduação stricto (mestrado e doutorado) e lato
sensu (cursos de especialização, aprimoramentos profissionais, residências multiprofissionais, etc) O aumento
quantitativo e melhora da qualidade das pesquisas e publicações científicas possibilitarão a implantação da Terapia
Ocupacional Baseada em Evidência na área da saúde, o que possibilitará a melhoria da qualidade da assistência
prestada ao cliente e familiares. Logo, é fundamental saber como adquirir, interpretar e integrar as evidências
oriundas de pesquisas com os dados do cliente e as observações clínicas. Esperamos que essas reflexões sobre
desafios, estratégias e possibilidades fortaleçam tanto a produção e as publicações científicas como as práticas
assistencias dos terapeutas ocupacionais em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.
MESA 8:
O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil demonstra sua lógica assistencial, de organização territorial,
financiamento e monitoramento a partir da Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990 e do decreto que a regulamenta, o
de nº 7.508, de 28 de junho de 2011, este último também conhecido como Lei Orgânica da Saúde. Estas e suas leis
derivadas que detalham a assistência à saúde em seu amplo escopo, desde a infraestrutura até protocolos clínicos,
deixam expressos os princípios do SUS de universalidade, integralidade, equidade, descentralização e participação
social. Uma vez inseridos na saúde pública, os Serviços de Terapia Ocupacional em contextos hospitalares precisam
planejar e gerenciar sua prática tendo como pilar não somente a prática clínica baseada nas melhores evidências
científicas disponíveis, como também fundamentos gerenciais que favoreçam o pleno desenvolvimento dos princípios
do SUS e de seus derivados práticos para auxiliar a instituição e o gestor local de saúde prestar contas a todas as
instâncias cabíveis sobre a aplicação dos recursos disponibilizados e os resultados assistenciais palpáveis e
consistentes na população-alvo. Exemplificando esta postura, o gestor do serviço, bem como os demais terapeutas
devem estar cientes e sujeitos às normas da vigilância sanitária, às metas quantitativas e qualitativas do gestor local
e ao seu papel no alcance destas metas. Desta forma, os Serviços de Terapia Ocupacional podem estar mais
alinhados com toda a política de saúde que lhe diz respeito e conseguir mais recursos e mais visibilidade para
realizar sua missão, bem como poder contribuir de forma diferenciada para o alcance da meta do gestor local. Diante
da baixa remuneração da tabela de procedimentos dos SUS, cabe aos Serviços de Terapia Ocupacional se
envolverem de alguma forma com as questões de faturamento do serviço que prestam e estudar forma de obter
melhor remuneração. Finalmente, nossos Serviços precisam, cada vez mais, comprovar a eficiência de sua
intervenção, buscando contribuir para a redução do tempo de permanência na internação, para o aumento da
sobrevida humana com qualidade. Sem perder o seu foco e sabendo comprovar de forma objetiva seus resultados, a
Terapia Ocupacional fortalecerá cada vez mais seu papel nos contextos hospitalares.
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A Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH) é uma iniciativa inovadora no SUS. Criada em
2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde. Uma tarefa desafiadora, sem
dúvida, uma vez que na perspectiva da humanização, isso, corresponde à produção de novas atitudes por parte de
trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão e das
praticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho. A PNH define a humanização como um
modo de fazer inclusão, como uma prática social ampliadora dos vínculos de solidariedade e co-responsabilidade,
uma prática que se estende seguindo o Método da Tríplice Inclusão. Assim, a feitura da humanização se realiza pela
inclusão nos espaços de gestão, do cuidado e da formação de sujeitos e coletivos, bem como, dos analisadores (as
perturbações) que estas inclusões produzem. Para humanizar as práticas de gestão e de cuidado, bem como as
práticas pedagógicas, a PNH propõe que se incluam os diferentes sujeitos que participam desde suas singularidades
no planejamento, implementação e avaliação dos processos de produção de saúde e de formação do trabalhador de
saúde. No campo das relações humanas que caracterizam qualquer atendimento à saúde, é essencial agregar à
eficiência técnica e científica uma atitude ética que considere e respeite a singularidade das necessidades do usuário
e do profissional, que acolha o desconhecido e o imprevisível, que aceite os limites de cada situação. A participação
social do usuário, dentre outros, demanda a revisão das práticas cotidianas, com ênfase na criação de espaços de
trabalho menos alienantes que valorizem a dignidade do trabalhador e do usuário. Nessa aproximação, se faz
primordial, inicialmente, a análise do conhecimento já produzido acerca dessa temática. Seus objetivos: difundir,
conceber e implantar uma nova cultura de humanização no atendimento à saúde da rede hospitalar; melhorar a
qualidade e eficácia da atenção dispensada aos usuários; capacitar profissionais dos hospitais para um novo
conceito de assistência à saúde: valor à vida humana e à cidadania; fortalecer e articular todas as iniciativas de
humanização já existentes na rede hospitalar pública; estimular a realização de parcerias e intercâmbio de
conhecimentos e experiências nesta área; desenvolver indicadores de resultados e sistemas de incentivos ao
tratamento humanizado e modernizar as relações de trabalho no âmbito dos hospitais públicos, tornando as
instituições mais harmônicas e solidárias. A proposta da Política Nacional de Humanização (PNH) coincide com os
próprios princípios do SUS, enfatizando a necessidade de assegurar atenção integral à população e estratégias de
ampliar a condição de direitos e de cidadania das pessoas. Avançando na perspectiva da transdisciplinaridade,
propõe uma atuação que leve à ampliação da garantia de direitos e o aprimoramento da vida em sociedade. O
propósito ou meta de humanizar, em todos os sentidos apontados, mais objetivamente no caso da saúde, implica
aceitar e reconhecer que nessa área e nas suas práticas, em especial, subsistem sérios problemas e carências de
muitas das condições exigidas pela definição da concepção, organização e implementação do cuidado da saúde da
humanidade, tanto por parte dos organismos e práticas estatais, como da sociedade civil. A humanização do
ambiente hospitalar e da assistência à saúde não se concretiza se estiver centrada unicamente em fatores
motivacionais externos ou somente no usuário. O hospital humanizado é aquele que contempla, em sua estrutura
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física, tecnológica, humana e administrativa a valoração e o respeito à dignidade da pessoa humana, seja ela
paciente, familiar ou o próprio profissional que nele trabalha, garantindo condições para um atendimento de
qualidade. Se houvesse a possibilidade de resumir a missão de humanização num sentido amplo, além da melhora
do tratamento intersubjetivo, dir-se-ia que se trata de incentivar, por todos os meios possíveis, a união e colaboração
interdisciplinar de todos os envolvidos, dos gestores, dos técnicos e dos funcionários, assim como a organização
para a participação ativa e militante dos usuários nos processos de prevenção, cura e reabilitação.
MESA 9:
O hospital, enquanto local destinado a hospedar e cuidar de pessoas doentes, sempre foi um campo de
prática clinica para a Terapia Ocupacional, desde o surgimento da profissão no inicio do século XX. Estando inserido
em uma rede de assistência à saúde, o hospital é um espaço que trata pessoas que permanecem internadas com o
objetivo de diminuir ou extinguir sua doença e para tanto, necessitam estar acamadas ou em repouso, afastadas da
maioria das pessoas de sua rede social e das atividades cotidianas, por vezes impossibilitadas de manter seu auto
cuidado, seu trabalho ou estudo, necessitando cuidar amplamente da sua saúde. É neste contexto que se inserem as
ações do terapeuta ocupacional, tendo em vista que a população das pessoas doentes internadas no hospital, são
sujeitos necessitados de ajuda para adaptação, organização, autonomia e independência na rotina particular que o
hospital, enquanto ambiente e a hospitalização enquanto cuidado, impõem. A terapia ocupacional no contexto do
hospital deve possibilitar um espaço de busca pela saúde, pela ampliação das capacidades que o paciente nos
apresenta, tendo em vista seus fatores clínicos, ambientais e temporais (fase de desenvolvimento que se encontra).
A relação clinica com o sujeito alvo se inicia na relação terapeuta ocupacional – paciente –atividades em um espaço
que estimula o fazer particularizado, estendendo-se para as relações com a equipe assistencial, para outras relações
e, quando possível, para o processo de inserção na sua rede de apoio cotidiana.
Quanto mais a tecnologia avança e abre novas possibilidades, mais ela deve ser considerada como um
componente intrínseco de uma rede de cuidados à saúde da população, especialmente àquelas atendidas em
Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. Entretanto, devem-se criar mecanismos que torne a tecnologia
acessível, mas também garantir processos eficazes que façam com que o usuário tenha acesso a solução assistiva
mais adequada à sua necessidade, prevenindo o abandono do produto assistivo, complicações funcionais
associadas ao uso de um produto inadequado, e decorrentes prejuízos sociais e econômicos associados. Ou seja, é
fundamental garantir o acesso a tecnologia assistiva (TA) para aqueles que dela necessitam para melhorar, ou tornar
possível, a independência na vida diária e participação na sociedade em igualdade com os outros cidadãos de forma
efetiva e segura. No entanto, inúmeros estudos têm mostrado que existe um nível elevado de abandono do
dispositivo, mesmo com o que parece ser um dispositivo bem adaptado. Há uma falta de procedimentos baseados
em evidências na questão específica do fornecimento de tecnologia assistiva no Brasil.
O envolvimento em ocupações, como o trabalho, o lazer, atividades da vida diária (AVD’S) e as referentes à
participação em comunidade, estão relacionadas à condição de saúde cognitiva, física, psicossocial e contextual do
indivíduo. O luto é a reação natural a uma perda significativa, vivida em várias fases da vida. Geralmente, o luto
causa desconforto e altera funções, pois pode proporcionar momentos de agitação, ansiedade, isolamento, presença
de humor depressivo, baixa auto-estima, capacidade diminuída de pensar e concentrar-se, de desinteresse e
afastamento das atividades relacionadas ao trabalho, ao lazer e às atividades da vida diária (AVD’s), considerando
que algumas pessoas podem envolver-se ainda mais em suas ocupações diárias. O enlutado pode desligar-se de
suas ocupações, inclusive daquelas relacionadas aos cuidados destinados à manutenção de sua vida - cuidados
pessoais. O objetivo é compartilhar possibilidades de fundamentação e intervenção terapêutica ocupacional nas
condições de luto. Apresentar uma assistência voltada para as condições de luto nos processos de morte, morrer e
quando da morte de pessoas queridas. Fundada em uma compreensão biopsicossocial, considera-se as ocupações
cotidianas significativas quando da perda de entes queridos, revelando situações em que a ocupação pode ser um
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meio pelo qual as pessoas compartilham relações, afetos, experiências - enfim, vivem e que quando essas ações
não podem ser mais experienciadas pela falta de alguém querido que se foi ou por alguma perda, algo muda.
Ancorando-se nos fundamentos dos processos de perda, luto e da ocupação humana, apresentam-se experiências e
casos que revelam essas demandas ocupacionais nos casos de enlutamento e apresenta-se uma assistência
terapêutica ocupacional voltada para a compreensão e intervenção nas situações vividas no luto, em que as
ocupações cotidianas significativas podem ser o meio ou a finalidade pelo qual às pessoas estabelecem relações,
investem parte do seu tempo, trocam afetos – ocupam-se e que, o pesar também pode ser expresso nas atividades
ocupacionais nos processos de morte e morrer ou quando da perda de uma pessoa significativa com quem se
compartilhava essas as ocupações. Nestas condições, verifica-se que se pode experienciar um período de
retraimento e afastamento das relações sociais e das ocupações habituais, indicando que as perdas interferem
significativamente no cotidiano das suas ocupações, incluindo uma diminuição no engajamento no trabalho, nos
cuidados pessoais e as atividades da vida diária (AVD’S), sugerindo a ocorrência do luto ocupacional pela perda das
ocupações desenvolvidas com e para o ente querido falecido, podendo haver uma alteração na forma, função e
significado ocupacional em que padrões habituais de ocupações são rompidos, remetendo a difícil tarefa de
renunciar, excluir e incluir novas ocupações. As pesquisas e a experiência em contextos hospitalares têm revelado a
necessidade de uma assistência sensível à compreensão das singularidades vividas no luto, que compreenda que,
nestas situações, a pessoa pode experimentar uma variedade de reações que, conforme a ocorrência e a severidade
das manifestações podem repercutir na qualidade e nos modos de viver. Também visa compartilhar e discutir uma
assistência que visa abordar as competências e funções ocupacionais, desempenhadas em conjunto e/ou para o
ente querido que faleceu e outros aspectos da existência, ressaltando a importância da intervenção ocupacional
nestas situações, promovendo assim, a expressão dos sentimentos, a aceitação da perda, a avaliação do vínculo
com o falecido (a), a elaboração do luto e a participação ocupacional.
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
THE NEED FOR RESEARCH AND EVIDENCE IN OCCUPATIONAL THERAPY IN HOSPITAL CONTEXTS AND
PALLIATIVE CARE
Eva, Gail
Research and service evaluation are vitally important in occupational therapy in palliative care. We work in
contexts where time and resources are limited and we need to ensure that that we are delivering services that meet
the needs of patients and their families, and that are effective – both clinically and from a cost perspective. A recent
survey carried out by the Occupational Therapy Taskforce of the European Association for Palliative Care (EAPC)
showed that whereas occupational therapists are frequently involved in activities and interventions with patients and
their families, they are much less often involved in research. Internationally, there are relatively few occupational
therapists undertaking significant research in palliative care which can then be shared with colleagues and with the
wider multidisciplinary team in academic journals and at conferences. This places us at a disadvantage in developing
and improving clinical practice and influencing policy. As occupational therapists in palliative care, we face three key
challenges in carrying out research and service evaluation. Firstly, our capacity and leadership: we need to build
expertise in research methods and develop strong collaborations nationally and internationally. Secondly, our patient
population: we are working with a vulnerable group of patients. We need methods that are patient-centred and
ethically sound. Thirdly, measuring our outcomes: with patients who are deteriorating, traditional rehabilitation
measures of function are not generally relevant. We need effective and appropriate ways to capture the changes that
result from our interventions. In this talk, I will address these three key areas, drawing on examples of successful
projects to make recommendations about ways in which we can begin to build a strong evidence base for
occupational therapy in palliative care.
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TRABALHOS
Introdução: A criança hospitalizada passa por experiências invasivas, acarretando reações de medo e
ansiedade. Assim, quando é submetida à internação, pode sofrer alterações emocionais. A atuação da Terapia
Ocupacional é importante, pois acolhe e desenvolve diversos métodos e técnicas no ambiente hospitalar para
estimular as crianças, criando um ambiente menos isolador e angustiante, por meio de recursos lúdicos e atividades.
Dentre os diversos tipos de intervenções, surge a proposta do brinquedo terapêutico instrucional (BTI), indicado para
preparar e informar à criança a respeito do procedimento a que deverá submeter-se, facilitando sua compreensão a
respeito deste e amenizando suas expectativas e incertezas relacionadas à internação hospitalar. Objetivo: Elaborar
a partir das principais demandas relacionadas aos procedimentos invasivos realizados junto aos pacientes da
enfermaria pediátrica, um recurso lúdico para informar sobre procedimentos de tratamento e cuidado. Método: A
experiência ocorreu numa Enfermaria Pediátrica de Hospital Escola municipal. Foram participantes profissionais da
equipe que atuam na enfermaria e uma criança. Para sua realização utilizou-se: Roteiro de Observação Institucional;
Roteiro de Entrevista e o Livro Ilustrado - "No Hospital com Marcelinho", desenvolvidos pelas alunas. Resultados:
Das observações e diálogos com a equipe, identificou-se algumas necessidades, entre elas, a falta de um recurso
lúdico para explicar às crianças o procedimento técnico a ser realizado. Dentre os procedimentos, destacaram-se os
que envolviam o uso de agulha. Assim as alunas construíram um livro que informa a criança sobre o processo
invasivo que irá receber, no caso retratado, a injeção. O livro como um recurso lúdico, poderá ser utilizado por
qualquer profissional da equipe para interagir com a criança e acalmá-la sobre o procedimento. Houve a vivência de
uso do livro com uma criança que já estava internada e puncionada, mas que tentava retirar seu acesso o tempo
todo. Essa mostrou-se interessada durante a leitura, pedindo para rever o livro sozinha e quando questionada se
havia gostado, respondeu que sim. A equipe relatou que não a via mais tentando retirar o acesso. Considerações
finais: Reconhece-se a limitação da experiência e a necessidade de continuar o uso do livrinho, mas pode-se inferir
que a leitura do livro foi benéfica para a criança em questão. Tornando o seu processo de internação menos
traumático e contribuindo para a humanização da assistência. Uma solicitação feita pela equipe de enfermagem foi
que as alunas pudessem explicar como usar o livro, o que foi visto como algo positivo, por se tratar do
reconhecimento do recurso lúdico por profissionais de saúde do local.
Descritores: assistência hospitalar; criança hospitalizada; terapia ocupacional
Introdução: Crianças hospitalizadas tornam-se incluídas em um universo bastante diferente de seu cotidiano
normal e se encontram envolvidas por situações desconhecidas, sob as quais não tem domínio. Ainda neste
processo vivenciam dores físicas e emocionais e privações em suas atividades rotineiras, como as atividades de auto
uidado e de vida diária, de brincar e lazer, e ainda interfere com seus papéis e participação social. Com o propósito
de se minimizar os impactos da hospitalização, diminuir o estresse e melhorar o bem estar, o humor, a aceitação ou
o entendimento e compreensão da rotina existente no serviço hospitalar o terapeuta ocupacional do hospital onde se
deu a pesquisa criou a uma sessão de cinema hospitalar, para minimizar os sofrimentos trazidos pela hospitalização
e promover melhora no bem estar das crianças. Objetivo: Investigar os efeitos da sessão de cinema no cotidiano
hospitalar de crianças internadas na enfermaria pediátrica de um hospital de clínicas. Método: Esta pesquisa
descritiva foi realizada com dez crianças de oito a doze anos internadas em uma enfermaria pediátrica. Os dados
foram coletados pré e pós sessão de cinema através de entrevista semi-estruturada, analisados por frequência
absoluta de aparição de respostas, pela análise de conteúdo e por análise de diário de campo. Resultados: Todas
elas relataram gostar de assistir a filmes. A maioria relatou sentir menos dor após assistir a sessão de cinema.
Verificou se mudanças no comportamento, como de retraídos, pouco falantes e receptivos para relaxado, tranqüilo,
descontraído e mais interativo; de agitado e disperso para silencioso e atento; apático para sorridente e interativo; de
agitado, estressado e muito falante para concentrado e organizado. Discussão: A hospitalização da criança significa
interferências em seu desenvolvimento, acometimentos físicos, psíquicos e emocionais, afastamento de pessoas
queridas, modificações em seu cotidiano, agressão ao seu mundo lúdico e mágico e, por isso, requer do profissional
que a assiste, a compreensão do mundo infantil. A relação dos contextos com a atividade de sessão de cinema pode
ser notada como algo que determinou o querer ou não querer da criança. O impacto da hospitalização nas atividades
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infantis e nas rotinas das crianças pode ser percebido, já que antes de se iniciar a sessão de cinema, estavam, em
sua maioria, no leito, sem brincar ou realizar qualquer tipo de atividade. Através da análise da sessão de cinema foi
perceptível, principalmente pela leitura dos diários de campo de cada criança, o impacto que tal atividade causou no
comportamento delas. Na intervenção terapêutica ocupacional onde se insere a atividade como recurso, é possível
provocar mudanças na forma de se compreender a hospitalização, na maneira de se vivenciar a rotina hospitalar e
de compreender e adequar-se a ela. Conclusão: Verificaram-se algumas mudanças no comportamento das crianças
antes e depois de assistir ao filme. Em sua maioria, apresentaram-se mais calmas, participativas e com melhor bem
estar. Portanto, a inserção de uma atividade significativa e prazerosa em um ambiente hospitalar pode diminuir o
desconforto e o impacto da hospitalização no comportamento de crianças internadas.
Descritores: Terapia Ocupacional, Criança, Hospitalização, Recursos Audiovisuais
Introdução: A prematuridade é um fator de risco biológico para o desenvolvimento infantil. Bebês pré-termo
geralmente permanecem em cuidados intensivos por longos períodos o que pode lhes trazer consequências
desenvolvimentais pouco congruentes com sua maturidade neurológica. Com o intuito de se melhorar a qualidade de
vida destes bebês e de seus pais e fornecer-lhes uma atenção humanizada avanços na assistência hospitalar têm
ocorrido crescentemente. Objetivo: Realizar o mapeamento dos sinais neurocomportamentais apresentados por
bebês pré-termo a partir da óptica materna. Método: Foi realizada uma pesquisa descritiva exploratória utilizando-se
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a abordagem qualitativa-quantitativa em uma enfermaria pediátrica de um hospital de clínicas com vinte mães de
bebês pré-termo. Foi utilizado um checklist de parte da Avaliação do Comportamento do Bebê Pré-termo (ACBP). Os
dados foram plotados em dois quadros, um representando os comportamentos de retraimento e outro os de
aproximação apresentados pelos bebês. Para analisar qualitativamente a percepção das mães, foram acrescidas
questões referentes ao conhecimento delas sobre estes sinais neurocomportamentais. Resultado: Dentre os
dezessete sinais de aproximação do checklist, observou-se que nove foram assinalados por mais de 70% das mães,
sendo que quatro deles foram assinalados por mais de 90% delas; e dos dezesseis sinais de retraimento, seis foram
assinalados por mais 70% das mães, e destes sinais dois foram assinalados por mais de 90% das mães. Através da
análise dos sinais notou-se que as mães conseguiram reconhecer mais os de aproximação do que os de retraimento.
Em relação à percepção das mães referentes ao assunto, todas disseram observar muito os seus bebês e relataram
sobre a importância do vínculo mãe-filho. O tempo de permanência da mãe com seu bebê influenciou no
reconhecimento dos sinais apresentados por ele e no processo de vinculação. Discussão: O vínculo entre mãe e filho
desenvolve-se constantemente e tem papel de trazer proteção e sobrevivência ao bebê e promover comunicação
entre ambos. Sabe-se que os pais que convivem com seus bebês internados sentem-se realizados por auxiliar na
recuperação do filho. A permanência materna durante a hospitalização torna-se algo fundamental para uma
assistencial humanizada e para o processo de vinculação afetiva entre mãe e bebê prematuro. É imprescindível que
a mãe do bebê pré-termo compreenda as capacidades e as fraquezas de seu filho, auxiliando assim a intervir no
momento de organização dos sistemas fisiológicos. Quando a mãe e o bebê se interagem, inicia-se uma série de
eventos sensoriais, hormonais, fisiológicos, imunológicos e comportamentais, que contribuem positivamente para o
vínculo e que vão de acordo com a abordagem síncrono-ativa. Conclusão: O fato das mães dos bebês pré-termo
internados terem desenvolvido uma vinculação afetiva com eles no período de hospitalização auxiliou tanto no
processo observacional, quanto no fortalecimento crescente do vínculo mãe-bebê, ajudando também na criação de
estratégias para lidar com a hospitalização. Pode-se dizer que nada melhor do que a figura materna para reconhecer
esses sinais, auxiliando assim para possíveis intervenções da equipe de saúde com o seu filho, contribuindo ainda
para efetivação de uma assistência mais humanizada.
Descritores: Bebês pré-termo, Sinais neurocomportamentais, Assistência humanizada, Mães.
O câncer de mama é o que mais atinge as mulheres no mundo todo. Seu tratamento implica em várias
fases, desde a descoberta, a adaptação e aceitação da enfermidade, até a cirurgia e o tratamento pós-operatório,
que levam a prejuízos na qualidade de vida. Para o acompanhamento nas diversas fases, faz-se necessária a
presença de um terapeuta ocupacional na equipe multidisciplinar. Já que a terapia ocupacional (T.O.) visa a
intervenção nos aspectos biopsicossociais envolvidos no estado de saúde da mulher. Estes aspectos são propostos
na Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde – CIF, da OMS, em seus componentes
Funções e Estruturas Corporais, Atividade e Participação e Fatores Ambientais que em seus mais de mil domínios
definem as características a serem avaliadas. Embora, a CIF não se constitua em um instrumento, serve como base
de dados para construção de medidas que possibilitam a avaliação e intervenção. Trazendo mais sistematização e
confiabilidade para a prática da T.O. em mastectomia. Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo propor um
protocolo de avaliação biopsicossocial para mulheres mastectomizadas. Para tanto, foi realizada uma busca
bibliográfica, para selecionar as intervenções (construtos) que servirão de base para a construção do protocolo.
Serão utilizadas as linking rules para seleção dos domínios. Em busca textual internacional sobre as intervenções da
terapia ocupacional em mastectomia, foram encontrados 22 artigos, dos quais, após leitura dos resumos, foram
selecionados, 8. Os artigos apresentaram intervenções bastante diversas como: avaliação e prática de
transferências; orientação de decúbito; técnicas de relaxamento; gestão de fadigas; prescrição de órteses e
adaptações; atividades lúdicas, expressivas, de autocuidado e físicas; sensibilização corporal; prevenção e
estabilização de rigidez músculo articular; drenagem linfática; atividades em grupo; grupos de apoio e programas
educacionais; atividades de aceitação e percepção corporal, orientação nas AVD’s e AIVD’s e também a utilização
de sessões por telefone com as mulheres com câncer de mama residentes na zona rural. Com base nestas
intervenções encontradas na revisão da literatura, serão utilizadas as linking rules, metodologia proposta para o
mapeamento de domínios da CIF na construção do protocolo que contemple todos os componentes da CIF para
caracterização do estado de saúde de mulheres mastectomizadas. Espera-se que o protocolo contribua para
sistematizar a avaliação dos diversos aspectos que envolvem o estado de saúde da população descrita, e por
consequência, fornecer parâmetros para a prática e documentação das intervenções da terapia ocupacional em
mastectomia. Valorizando esta atuação e facilitando o raciocínio clínico para tomadas de decisões de quais
intervenções realizar em cada caso. Os dados obtidos com o protocolo estarão em códigos propostos pela CIF e
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poderão servir, também, como base para comparação intra e inter sujeitos, inclusive internacionalmente, pois os
códigos da classificação são universais.
Descritores: Câncer de mama, terapia ocupacional, avaliação, CIF
bibliográficas encontradas. Resultados: associando o descritor Epidermolysis Bullosa a Occupational Therapy foi
encontrado um artigo; associando o descritor Epidermolysis Bullosa a Assistive Technology não foi encontrado
nenhum artigo; associando o descritor Epidermolysis Bullosa a Rehabilitation foram encontrados duzentos e um
artigos, sendo que estes foram separados em dezessete unidades temáticas. Discussão: a partir da divisão em
unidades temáticas foi possível observar que a maioria dos artigos encontrados trata de questões relacionadas aos
aspectos clínicos da patologia. Assim, foi possível selecionar para a validade do estudo apenas nove artigos, sendo
que estes relacionam-se a aspectos cotidianos (qualidade de vida, mobilidade, atividades de lazer e atividades de
vida diária) e aspectos da reabilitação (reabilitação pós-operatória de mãos). Nota-se ainda que não foram
encontradas produções de terapeutas ocupacionais, sendo que o único artigo encontrado ao relacionar o descritor
Occupational Therapy não trata de intervenções específicas da profissão. Conclusão: foi possível concluir a partir
desta revisão bibliográfica que a grande maioria dos artigos visa instrumentalizar os profissionais que atuam com
essa patologia acerca dos cuidados clínicos/patológicos. Existem poucos artigos que abordam questões cotidianas
de pacientes com EB, demonstrando assim, a necessidade de mais estudos e publicações científicas que
considerem estes aspectos.
Descritores: terapia ocupacional, epidermólise bolhosa, reabilitação, assistência hospitalar
Introdução: A hospitalização envolve diversos tipos de sofrimento, relacionados ao “estar doente”, tanto
pelos aspectos clínicos e sintomas, como pela condição de “paciente” que espera e recebe cuidados. Envolve, ainda,
ruptura do cotidiano, dificuldades nas relações interpessoais e situações estressantes da rotina hospitalar. A Terapia
ocupacional entende o sujeito como um ser ativo, desejante e participante em seu processo de vida. Neste sentido,
visa à criação de espaços saudáveis para ofertar uma atenção para além de um corpo adoecido, valorizando sua
singularidade. OBJETIVO: Refletir sobre assistência prestada pela Terapia Ocupacional à pacientes portadores de
HIV/SIDA, internados num hospital geral, público, universitário, localizado no interior do Estado de São Paulo.
CASUÍSTICA E MÉTODO: Os encaminhamentos de pacientes para o Serviço de Interconsulta Hospitalar de Terapia
Ocupacional podem ser feitos pelas equipes de enfermarias/ Unidades da instituição que não contam com terapeutas
ocupacionais de ligação. O Hospital conta com uma Unidade especializada no atendimento de pacientes com
doenças infecto-contagiosas, atendendo principalmente portadores do vírus HIV. Portanto, o maior número de
pacientes encaminhados, considerando este público específico, para o Serviço de Interconsulta Hospitalar de
Terapia Ocupacional, é advindo desta Unidade. RESULTADOS: Se a partir da hospitalização esse sujeito passa a
ser considerado um sujeito de atenção num espaço de cuidados, a clínica da Terapia Ocupacional apresenta
possibilidades para que ele se torne um sujeito de intenções, com possibilidades de re-significar aspectos relevantes
deste processo: Autocuidado; Relações interpessoais e os estigmas ainda enfrentados pelos portadores de
HIV/AIDS, assim como, Adesão ao tratamento de um diagnóstico que, muitas vezes, ainda não lhe é possível aceitar.
DISCUSSÃO: A Terapia Ocupacional Hospitalar intervêm, principalmente, nas perdas que a hospitalização causa ao
paciente, além daquelas que se antecedem à mesma; no caso dos pacientes portadores de SIDA, muitas dessas
perdas são vivenciadas logo na descoberta do diagnóstico. O recebimento do resultado de um diagnóstico positivo
para o HIV desperta nos indivíduos uma variedade de sentimentos. As emoções apresentadas a partir da devolução
de um resultado positivo para o HIV estão relacionadas com sentimentos experimentados em situações limite
impostas pela vida, embora a intensidade possa ser maior devido às interpretações subjetivas do sujeito acerca do
conceito compartilhado socialmente sobre a AIDS. Desse modo, é a partir das vivências proporcionadas pelo
atendimento terapêutico ocupacional que o indivíduo passa a ter um espaço para vivenciar perdas - sejam elas
oriundas da perda do que ele conceitua como estar saudável, como também, as perdas impostas pelo período de
internação, no qual permanece afastado de seu meio social, vivenciando o cotidiano hospitalar. O atendimento passa
também a ser um espaço para identificar, construir e refletir sobre estratégias de enfrentamento frente a este
sofrimento. CONCLUSÃO: A intervenção terapêutico ocupacional, junto a portadores de SIDA hospitalizados,
contribui em seu amplo sentido, considerando não somente a patologia, mas também as consequências do
adoecimento e da hospitalização no cotidiano e na sua vida ocupacional.
Descritores: Terapia Ocupacional; Assistência Integral à Saúde; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e
Hospitalização
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Introdução: Triagem de Terapia Ocupacional é um instrumento para obter e interpretar dados necessários
para determinar se o paciente necessita ou não de intervenção terapêutica ocupacional. Devem-se estabelecer
critérios de elegibilidade para nortear essa decisão. A clareza desses critérios auxiliará o terapeuta na tomada de
conduta adequada. Objetivo: apresentar a prevalência dos critérios de elegibilidade da Triagem de Terapia
Ocupacional em Contexto Hospitalar Pediátrico. Casuística e método: Levantamento e análise das Triagens de
Terapia Ocupacional em um hospital público, pediátrico e de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a
uma instituição de ensino. Foram analisadas 257 avaliações realizadas no período entre 2011 e 2012, na enfermaria
de especialidades pediátricas. Os critérios de elegibilidade foram classificados em: diagnóstico recente, alterações
significativas no curso da doença, alterações de humor, alterações no desempenho ocupacional, hipótese de não
aderência ao tratamento, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, encaminhamentos, “outros” e não elegível.
Resultados: das 257 triagens, 51 pacientes foram considerados não elegíveis (19,84%), 204 pacientes elegíveis
(79,37%) e 02 não constavam os critérios (0,77%). Quanto aos critérios de elegibilidade, foram contabilizados 362
critérios, sendo que vários pacientes apresentaram mais de um critério: 56 pacientes (15,46%) com atraso do
desenvolvimento neuropsicomotor; 46 pacientes (12,70%) com necessidade de encaminhamentos; 42 pacientes
(11,60%) com alterações no desempenho ocupacional; 40 pacientes (11,04%) com diagnóstico recente; 25 pacientes
(6,90%) com alterações significativas no curso da doença; 21 pacientes (5,80%) com alterações de humor; 7
pacientes (1,93%) com hipótese de não aderência ao tratamento; e 72 pacientes (19,88%) no critério “outros”. No
critério “outros” observou-se: 22 pacientes (30,55%) com necessidade de orientações diversas; 20 pacientes
(27,70%) necessidade de orientação quanto ao posicionamento no leito; 13 pacientes (18,05%) intervenção nos
aspectos sensório/ motor/ cognitivo; 12 pacientes (16,66%) avaliação do conhecimento ou aprofundamento sobre o
diagnóstico; 5 pacientes (6,94%) abordagem dos aspectos referentes à internação (1ª internação, período
prolongado, promover atividades de interesse, ampliação do repertório ocupacional ou lúdico); 5 pacientes (6,94%)
necessidade de Tecnologia Assistiva; 1 paciente (1,38%) intervenção no manejo e controle de dor e 1 paciente
(1,38%) intervenção nas ABVDs. Discussão: Devido ao fato do critério “outros” ter sido a maior demanda para os
atendimentos, observa-se que ainda é necessário chegar a um consenso dos critérios para caracterizar a
elegibilidade para a intervenção terapêutica ocupacional. Atualmente os critérios estão sendo revistos pelo Serviço
de Terapia Ocupacional para caracterizar melhor as ações dos profissionais. Vários dos critérios anteriormente
classificados em “outros” ganharão um status específico. Conclusões: Com os atuais dados é possível demonstrar a
importância da atuação do terapeuta ocupacional na enfermaria pediátrica, tendo em vista que um número
expressivo de pacientes apresentou demanda para a intervenção específica desse profissional. Porém, por se tratar
de um instrumento criado com base em evidências e experiência clínica dos profissionais do Serviço, a Triagem
precisa ser padronizada para se tornar um eficaz na caracterização de demandas clínicas de Terapia Ocupacional
em Contexto Hospitalar Pediátrico.
Descritores: Avaliação, Criança Hospitalizada, Terapia Ocupacional, Triagem de pacientes
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de tabuleiro, onde o início descreve o adoecimento e internação hospitalar. Cada paciente/jogador deve percorrer a
trilha com “casas” que sugerem as vivências deste período, como procedimentos e exames, até chegar ao final na
“casa” de alta hospitalar. “Desenrolando a história” é um jogo de cartas, subdivididas em locais, sujeitos, objetos,
ações e qualidades, também baseadas em situações e personagens relacionados à internação, rotina, dinâmica e
ambiente hospitalar; o objetivo é a elaboração de uma história coletiva na qual cada participante colabora com um
trecho a partir do conteúdo de sua carta e de suas próprias vivências neste contexto. Discussão: Ambos os jogos
possibilitaram aos estagiários trazerem as práticas vivenciadas no contato com os pacientes na enfermaria,
concretizando situações reais de rotinas e procedimentos hospitalares. Transformar essas situações em atividades
lúdicas possibilitou criar um recurso terapêutico para a intervenção do terapeuta ocupacional. Conclusões: O projeto
auxiliou os estagiários refletirem sobre diferentes formas de abordar a questão do adoecimento e hospitalização do
paciente pediátrico, evidenciando a importância de estratégias que vão além da atenção centrada em procedimentos
e aplicação de saberes técnicos normatizados, promovendo acolhimento, escuta e criação de vínculos.
Descritores: Criança Hospitalizada, Terapia Ocupacional, Estágio Clínico, jogos e brinquedos
Desde o surgimento da Terapia Ocupacional como profissão da área da saúde, percebe-se um caminho
diferente das demais, na maneira de comprovar a eficácia de seus diversos procedimentos terapêuticos. As
intervenções da maioria dos profissionais da saúde são, atualmente, baseadas em pesquisas quantitativas, que
comprovem sua eficácia. Porém, na produção científica histórica da Terapia Ocupacional percebe-se a criação de um
caminho no qual intensifica-se a valorização do compromisso social do terapeuta com seus pacientes, apresentados
através de relatos com enfoques qualitativos. Os objetivos deste trabalho são problematizar e potencializar a
valorização das pesquisas qualitativas para a prática clínica da Terapia Ocupacional. Ele foi elaborado considerando
as práticas clínicas, as revisões bibliográficas e a própria elaboração de pesquisas qualitativas e quantitativas dos
autores no campo da Terapia Ocupacional. Percebeu-se a importância da cientificidade das pesquisas quantitativas,
mais precisamente a da Prática Baseada em Evidências. Porém, identifica-se também que outros tipos de
metodologias, como os relatos de caso, são essenciais e enriquecedores para a prática clínica e o aprendizado em
Terapia Ocupacional, por sua especificidade. Desde o surgimento da profissão, iniciou-se também um enfrentamento
em defesa de sua prática, que não fosse embasada especificamente nas teorias da biologia, fisiologia, química.
Nessa época, a profissão enfrentava momentos em que necessitou avaliar o problema das ciências e assim, analisar
a questão das diferenças encontradas em sua prática, percebendo que generalizar as atuações através da alocação
de pacientes em grupos para a realização de pesquisas também poderia colocá-lo na mesma condição para o
tratamento e isso nem sempre qualifica a prática clínica. A Terapia Ocupacional entende os pacientes como sujeitos
singulares e inseridos em um cotidiano produzido por eles e seus fazeres. Neste sentido os relatos de caso acabam
sendo importantes, pois viabilizam a troca de experiências, de conhecimento a respeito de técnicas e de como os
procedimentos profissionais podem ser viabilizados em contextos específicos, mas considerando o paciente e sua
singularidade. Isso enriquece a formação dos acadêmicos e ajuda os profissionais a pensarem suas práticas na
produção de um raciocínio clínico e não só de uma repetição de abordagem já testada. Entretanto, seguir padrões
científicos internacionalmente aceitos, se faz necessário para viabilizar a adoção de práticas fundamentadas em
achados sólidos e consistentes, também para a profissão. Porém, se o terapeuta ocupacional continuar
compreendendo o paciente e seu cotidiano como único, deverá seguir relatando suas experiências clínicas, para que
mantenham a essência da profissão, não generalizando suas ações através de dados de pesquisas que consideram
apenas o resultado em sua repetição, mas sim sujeitos protagonistas de uma vida singular. Frente a isso, é possível
perceber a importância de que os profissionais de Terapia Ocupacional invistam em pesquisas quantitativas para
compreender e divulgar seus procedimentos como ações sustentadas pela cientificidade exigida na ética com o
paciente e com seus pares. Porém, também é necessário que siga apresentando relatos de experiências, discutidos
teoricamente, para que não se perca o que a Terapia Ocupacional tem de diferencial: um sujeito que se constitui a
partir de seu fazer único.
Descritores: Terapia Ocupacional; Pesquisa Qualitativa; Prática Clínica Baseada em Evidências.
O nascimento prematuro no Brasil está associado a taxas de morbidade e mortalidade no início da vida e
risco ao desenvolvimento até a idade escolar. Na tentativa de combater estes dados, criaram-se serviços como o
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Seguimento de Prematuros Egressos de Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). A partir de experiências
neste serviço, a Terapia Ocupacional desenvolveu uma pesquisa intitulada “O impacto da informação da idade
corrigida sobre o desenvolvimento do bebê prematuro e sobre o cotidiano dos pais”, apresentada a seguir. O objetivo
da pesquisa é o de produzir evidências científicas que situem a importância da informação e orientação sobre a
idade corrigida na vida do bebê e de seus pais. A metodologia utilizada é a quali-quantitativa. A parte qualitativa
refere-se a entrevistas semi-estruturadas com os pais, entendendo o impacto da prematuridade e das informações da
idade corrigida na vida dos pais e na relação com o bebê. A parte quantitativa consiste em um ensaio clínico
randomizado; Tem o objetivo de comparar e avaliar o desenvolvimento dos bebês de pais que recebem a informação
e a orientação, a dos bebês de pais que não recebem. A pesquisa teve início em 2013 com previsão de
encerramento em março de 2015. Possui aprovação CAAE nº 19334013.0.0000.5346. No ano de 2014 esta pesquisa
foi contemplada através do edital 009 /2014 – PRPGP/UFSM, Programa Especial de Incentivo à Pesquisa para o
Servidor Mestre (PEIPSM). Os resultados qualitativos já podem ser previamente discutidos. A primeira constatação
refere-se aos retornos posturais/gestuais apresentados pelos pais com seus filhos, quando se falava da importância
do toque afetuoso e do olhar: os pais, na sua maioria, acolhiam ainda mais seus bebês no colo ou olhavam para eles
imediatamente após a fala das terapeutas. Também foi possível identificar que tanto os pais que conheciam os
objetivos de corrigir a idade de vida do bebê antes da pesquisa, como os que os desconheciam, referiram maior
segurança nos cuidados com seus bebês. Também foi identificado um descompasso no discurso dos pais que
relatam que a prematuridade não faz diferença, porém afirmam que seu bebê necessita de maiores cuidados devido
as suas fragilidades e tamanho, confirmando o que se tem encontrado na literatura: as mães associam o prematuro a
uma criança frágil devido ao seu tamanho e não a sua cronologia. Ou seja, o real do corpo é um registro mais eficaz
que a informação da correção da idade. Os resultados destacados não são definitivos, pois a amostra ainda não foi
alcançada. Porém, uma das hipóteses até o momento não se confirma. Supunha-se que a informação sobre a idade
corrigida provocaria alterações no cotidiano familiar e isso não tem se confirmado. Acredita-se que a identificação do
que é mais importante a ser transmitido aos pais quanto a idade corrigida e a prematuridade do filho, contribuirá para
qualificar ainda mais o diálogo entre setores da saúde e familiares de filhos prematuros.
Descritores: Nascimento Prematuro; Cotidiano; Ensaio Clínico; Distribuição Aleatória; Terapia Ocupacional.
Introdução: A osteopetrose maligna é uma doença hereditária rara caracterizada pela deficiência na
reabsorção óssea. Com o estreitamento do canal medular, ocorre hematopoiese extramedular, macrocefalia,
protusão da fronte, hipertelorismo, exoftalmia, aumento da pressão intracraniana, retardo na erupção dentária, atraso
no crescimento e no desenvolvimento neuropsicomotor e a obliteração dos forames dos nervos cranianos que pode
levar a cegueira, surdez e paralisias faciais. Sendo a única alternativa curativa o transplante de células-tronco
hematopoéticas (TCTH) que deve ser realizado nos primeiros anos de vida. Neste contexto temos o terapeuta
ocupacional inserido na equipe do centro de TCTH. Objetivo: descrever possibilidades de atuação do terapeuta
ocupacional junto a pacientes pediátricos com Osteopetrose em um Centro de TCHT. Casuística e Método: Foi
realizada revisão de literatura nas bases de dados Lilacs e Medline, via portal Biblioteca Virtual da Saúde, utilizando
os descritores “terapia ocupacional e ostepetrose” e os mesmos descritores na língua inglesa. Precedido da
aplicação da avaliação específica do serviço visando à identificação de demandas para atendimento de terapia
ocupacional. Resultado: Na busca em bases de dados não foram encontradas publicações específicas de Terapia
Ocupacional. Na avaliação de Terapia Ocupacional específica do serviço, as demandas encontradas foram:
estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor através de orientações aos cuidadores que pudessem ser
realizadas no ambiente hospitalar durante as atividades cotidianas do bebê e a disponibilização de um manual
desenvolvido pelo Serviço; a estimulação sensorial através de estímulos sonoros utilizando recursos como DVD’s
musicais apropriados para a idade, e estímulos táteis com materiais de diferentes texturas; e o acolhimento aos
cuidadores. Discussão: Tendo em vista que o transplante para pacientes com osteopetrose deve ser realizado nos
primeiros anos de vida, as alterações decorrentes da patologia e tratamento se concentram no atraso significativo do
desenvolvimento neuropsicomotor geralmente acrescida com a deficiência visual. Para a realização do transplante os
pacientes necessitam permanecer em um isolamento protetor por aproximadamente um mês e só poderão ter
contato com materiais novos, e passiveis de serem desinfectados. Inúmeros são os recursos do terapeuta
ocupacional na estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança, porém esses recursos acabam
sendo limitados na criança com osteopetrose no contexto do TCTH devido às reações adversas próprias do
tratamento e das restrições de materiais que podem ser utilizados neste ambiente. Conclusões: Não se espera com
este trabalho esgotar as possibilidades de intervenções do terapeuta ocupacional com estes pacientes, apenas
iniciar esta discussão apresentando algumas possibilidades encontradas. A experiência permite ampliar as reflexões
acerca das intervenções da Terapia Ocupacional realizada neste espaço que impõe restrições, mas que também traz
inúmeras possibilidades de atuação com os pacientes com osteopetrose e seus acompanhantes buscando
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alternativas para potencializar a qualidade de vida dos pacientes através da ressignificação do seu cotidiano,
interrompido em função do adoecimento e da internação.
Descritores: Osteopetrose; Terapia Ocupacional; Transplante de Células-Tronco Hematopóeticas,
Introdução: Os avanços tecnológicos alcançados principalmente a partir da segunda metade do século XX,
associado ao desenvolvimento da terapêutica, fez com que muitas doenças mortais se transformassem em crônicas,
levando à longevidade de seus portadores. No entanto, apesar do conhecimento acumulado, a morte continua sendo
uma certeza e ameaça o ideal de cura e preservação da vida para quais os profissionais da saúde são treinados. O
processo de morrer traz à tona a questão sobre qual aspecto da vida do paciente deve ser priorizado: a qualidade ou
a quantidade de vida? No âmbito hospitalar intervenções desenvolvem-se embasadas em dois paradigmas. O
paradigma da cura consiste no investimento na vida a qualquer preço, na qual a medicina de alta tecnologia se torna
presente e as práticas mais humanistas ficam em segundo plano; enquanto que o paradigma do cuidar consiste na
aceitação da morte como parte da condição humana, levando-se em conta a pessoa doente e não somente a
doença; priorizando-se a multidimensionalidade do cuidado e a dor total do paciente. Nas duas abordagens existe a
presença de um sofrimento familiar manifestado por diferentes formas, o qual em geral, se intensifica nas fases de
terminalidade. É importante expressar que a morte historicamente sofre várias representações, sendo atualmente
compreendida como um tema interditado, fator que dificulta o surgimento de espaços de expressão e
compartilhamento próprios à fase final de vida. Esta dificuldade se reflete claramente na oferta assistencial pós-óbito.
Não são comumente encontradas práticas voltadas ao período de enlutamento dos familiares, percebendo-se o
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desligamento do vinculo profissional e institucional posterior ao momento da perda. Visando uma assistência
humanizada e qualificada, baseada em vivências profissionais, dentro do campo de intervenção da Terapia
Ocupacional, o luto pode ser compreendido como uma manifestação não apenas biopsicossocial, mas também
ocupacional, quando observados dados que revelam a ocorrência de manifestações de pesar intimamente ligados à
inserção, participação, adequação e satisfação da pessoa em suas atividades cotidianas. Considerando estes
fatores, mensalmente o setor de terapia ocupacional em conjunto com a psicologia desenvolve um grupo assistencial
voltado à familiares de pacientes que vieram a óbito na instituição. O trabalho consiste na oferta de um espaço de
escuta propiciando trocas de vivências diante da perda, acolhimento, estratégias para reorganização da rotina e
enfrentamento, assim como auxilia na prevenção do luto patológico. É notória a importância do terapeuta
ocupacional na assistência a esta população, visto que durante o luto as pessoas experienciam um período de
retraimento e afastamento das relações sociais e das atividades habituais, indicando que a perda interfere
significativamente no cotidiano de suas ocupações, incluindo falta de prazer em desempenhar o trabalho, em ter
cuidados pessoais e nas AVDs; se constituindo para tanto, em um campo de atuação importante de ser refletido para
a viabilização e construção de novos espaços na assistência hospitalar.
Descritores: luto, terapia ocupacional, família
A falta de adesão ao tratamento é um problema de saúde pública, visto impactar em graves complicações
como hospitalizações, absenteísmo do trabalho, elevados custos com internações de longa permanência, invalidez,
aposentadoria precoce entre outros. Fatores sociais, cognitivos, econômicos e culturais influenciam na adesão ao
tratamento. Em específico, a adesão medicamentosa pode-se apresentar por vezes como frágil considerando
interrupções dos medicamentos pelos usuários vinculados a fatores como uso prolongado, efeitos colaterais,
desaparecimento dos sintomas, desconhecimento sobre suas funções e alto custo. O uso de medicamentos se torna
ainda mais complicado quando envolve pacientes analfabetos, com limitações cognitivas e/ou com baixo suporte
sócio familiar. Neste contexto, a utilização de medidas para viabilizar o uso correto de medicamentos em domicilio
tem se apresentado como relevante demanda na assistência de um hospital de nível secundário, de média
complexidade do interior de São Paulo. De forma integrada, médicos, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos
clínicos têm desenvolvido esforços coordenados com o objetivo de favorecer a adesão farmacoterapêutica de forma
segura e efetiva. O objetivo deste relato de experiência consiste na apresentação de recursos utilizados no âmbito
hospitalar de modo a favorecer o treinamento acerca do uso medicamentoso. Assistencialmente, assim que
constatado que sintomatologias ou reinternações estão correlacionadas com dificuldades no gerenciamento de
medicações de uso contínuo, é solicitado pedido de interconsulta à farmácia e terapia ocupacional. No processo
avaliativo, aspectos como escolaridade, nível de compreensão, rotina medicamentosa e existência de figuras de
apoio aos cuidados são analisados. Posteriormente, de forma integrada são desenvolvidas ações de orientações
sobre uso e armazenamento dos medicamentos, buscando por meio de simulações verbais e práticas identificar
dificuldades e saná-las anteriormente a alta. Recursos alternativos como elaboração de tabelas ilustrativas com
figuras que sinalizam período do dia e representações de quantidades prescritas são uma das abordagens
realizadas. Nos casos de maior dificuldade, envolvendo analfabetismo e limitações cognitivas busca-se o
envolvimento de figuras de apoio pertencente a rede sócio familiar do paciente concomitante a mecanismos que
possam lhe promover o máximo de autonomia na administração de seus medicamentos. Nesta vertente, pode-se
citar a elaboração de uma adaptação, a qual consiste em uma estrutura em tecido com bolsos de cores diversificadas
(cada bolso é destinado a um medicamento), estando indicado em cada bolso o nome, quantidade e período do dia
por representações. Nesta abordagem torna-se necessário não apenas o treinamento durante a hospitalização, mas
a integralidade com a rede básica. É feito contato com o posto de saúde onde o paciente retira os medicamentos
para solicitação do armazenamento dos medicamentos na adaptação confeccionada, conforme o que foi treinado na
instituição. Na alta, complementarmente, é realizado um relatório informativo pelos setores acerca das dificuldades
avaliadas e finalidade do recurso elaborado. Em nossas práticas tem-se percebido que a realização de orientações e
treinamentos associados a recursos que simplificam a administração de medicamentos, tem maior efetividade
quando realizados multiprofissionalmente e tem atingido resultados significativos, visto estimular e adaptar recursos
que permitam envolver o paciente em uma postura mais ativa em seu auto cuidado.
Descritores: tratamento medicamentoso, comunicação interdisciplinar, autocuidado
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Os Cuidados Paliativos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, consiste em uma abordagem
voltada a prevenção e alívio do sofrimento, com objetivo de promover qualidade de vida aos pacientes e familiares
que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida. Nesta filosofia de cuidado são considerados os
aspectos físicos, psicossociais e espirituais do paciente, estando entre os princípios assistenciais a extensão do
cuidado com a família inclusive na fase de luto, a compreensão de suas crenças e religião, a integralidade na
assistência e o controle da dor e de sintomatologias. Nesta vertente, este trabalho visa apresentar uma das práticas
realizadas em um hospital do interior de São Paulo, de nível secundário e de média complexidade, onde foi
estruturado um serviço ambulatorial integrado em Cuidados Paliativos. Considerando as demandas multiprofissionais
do paciente e as dificuldades por vezes de deslocamentos para inúmeras consultas, abrangendo o olhar também
para a necessidade de suporte voltado a reestruturação e sofrimento familiar, os atendimentos são realizados com o
paciente acompanhado de seus familiares ou cuidador, tendo duração aproximada de uma hora. O atendimento é
realizado por um grupo de profissionais composto por médico, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudióloga,
psicóloga, fisioterapeuta e assistente social. A abordagem é conduzida pelo médico e a medida que são expressadas
dificuldades de ordem emocional, funcional, nutricional e social vão sendo realizadas orientações e intervenções
pelas demais especialidades. No período de dezembro de 2011 à agosto de 2014 foram efetivados 341
atendimentos, constituindo-se a caracterização da população em 47,21% do gênero masculino e 52,79% feminino;
média de idade de 75,5anos, sendo a assistência paliativa desenvolvida com 13,8% dos pacientes com diagnósticos
oncológicos e 86,2% não oncológicos. O trabalho desempenhado envolve a interlocução com o serviço de
atendimento domiciliar dos municípios e encaminhamentos à rede de saúde. Das especialidades que compõem o
ambulatório, quando observado necessidade de acompanhamentos terapêuticos mais específicos são realizados
encaminhamentos para assistência individual na instituição ou na rede sócio assistencial a que o paciente pertence.
A alta deste serviço é efetivada quando o paciente apresenta demandas direcionadas ao inferior de 3 especialidades,
passando então esta assistência a ser de modo interdisciplinar; ou quando observados boa estruturação dos
cuidados e controle de sintomas, sendo para tanto mantido seguimento para manutenção apenas com a clínica
médica. Nesta prática ambulatorial as dificuldades vivenciadas consistem na alta taxa de absenteísmo e na
estruturação da equipe nos aspectos referentes a manutenção de participação de todas as especialidades e da
rotatividade profissional. Contudo, pode-se apontar que o assistencialismo envolvendo os aspectos singulares,
subjetivos e clínicos do paciente vem sendo uma prática construída multiprofissionalmente, propiciando
compartilhamento de saberes e permitindo qualificação da assistência no âmbito do SUS de modo mais humanizado.
Descritores: cuidados paliativos, ambulatório, equipe de assistência ao paciente
Introdução: o câncer de mama é caracterizado como uma doença heterogenia, por apresentar
comportamentos distintos, manifestações clínicas variadas e, com isso, diferentes respostas terapêuticas (INCA,
2011). A relevância de se pesquisar sobre este tema está na relação da mama para a mulher, que historicamente é
associada à feminilidade e a identidade feminina (VIEIRA; LOPES. SHIMO, 2007). Analisar a imagem corporal vai
além da observação do corpo refletido ou observado pelo outro, engloba a compreensão deste, de suas histórias e
significados, sendo assim, traz um significado importante para a vivência do tratamento, já que a reconstrução da
identidade feminina acontecerá em relação ao seu próprio corpo e no significado de ser mulher. As mudanças na
imagem corporal vivenciadas pela mulher sejam estas positivas ou negativas, reflete em sua vida, em suas relações
pessoais e principalmente “ao se sentir mulher”. Objetivo: descrever e analisar a repercussão do câncer de mama
para a imagem corporal da mulher. Metodologia: trata-se de um estudo qualitativo, descritivo-exploratório, de análise
temática. A pesquisa foi realizada na central de quimioterapia e ambulatório de um hospital público do município de
Uberaba- MG, no período de junho a julho de 2013. A amostra se deu por conveniência e foi composta por sete
mulheres, separadas pelo estágio do tratamento e pós-tratamento. Resultados e discussão: todas as mulheres
tiveram filhos, e destas, três relataram que os amamentaram, o que é considerado um fator de proteção contra o
câncer de mama (GRANDIM et al; 2011). A cirurgia prevalente foi a retirada parcial da mama, em quatro mulheres.
Após análise do material coletado, três eixos categóricos surgiram. O primeiro refere-se ao processo de mudança
vivenciado pelas mulheres em relação a pensamentos, questionamentos, à beleza e ao convívio com sua imagem
corporal e efeitos do tratamento. Observou-se que no início do tratamento, as mulheres encontraram dificuldade ao
verem-se retratadas no espelho e como solução o evitaram. Em seu decorrer o desconforto foi amenizado, gerando a
criação de estratégias para superar o momento vivido, criando satisfação com sua imagem. O segundo diz respeito a
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olhares externos, sendo que a situação mais perturbadora citada foi a queda de cabelo, em detrimento da retirada ou
alteração da mama, pois tornou a doença notória para a sociedade e despertou olhares externos. A terceira refere-
se às estratégias de enfrentamento encontradas para lidar com as mudanças advindas da doença e do tratamento: o
uso de acessórios; o apoio social na vivência do tratamento; a fé como força impulsionadora, e também o sentimento
de otimismo e pensamento positivo em relação ao momento vivenciado, superando suas próprias limitações.
Considerações Finais: O estudo encontrou limitações acerca de referenciais teóricos que vinculem a Terapia
Ocupacional ao câncer de mama e à imagem corporal, assim como referenciais que relatem sentimentos e vivências
positivas do câncer de mama. Enfatiza-se, a imprescindibilidade de ampliar as discussões acerca do que é
experienciado, para que ao passar pelo tratamento, possam sentir o que uma doença ligada a um símbolo do
feminino traz, buscando formas de superá-la.
Descritores: Imagem corporal; Neoplasia de mama; feminilidade; Terapia Ocupacional
Introdução: A dor pélvica crônica se caracteriza como uma condição de difícil compreensão, cuja etiologia
não é clara e é uma condição clínica frequente nas mulheres, afetando diretamente sua vida conjugal, social e
profissional, o que a torna um sério problema de saúde pública. A terapia ocupacional preocupa-se principalmente
com fatores psicossociais e ambientais que contribuem para a dor, para o impacto da dor na vida cotidiana do sujeito
e no seu desempenho ocupacional de autocuidado, lazer e trabalho, Seus procedimentos incluem a avaliação dessa
multiplicidade de fatores físicos, psicossociais e ambientais agravados pela dor, nos diversos contextos de
desempenho do indivíduo. Objetivo: O estudo tem como objetivo revisar intervenções da terapia ocupacional em
pacientes com dor crônica para uma possível aplicação dessas intervenções à população de mulheres com dor
pélvica crônica. Métodos: foram elegíveis todos os estudos que falam sobre a terapia ocupacional e dor crônica não
oncológica, que apresentaram a intervenção do terapeuta ocupacional em pacientes independente do sexo e classe
da população estudada, os artigos deveriam estar na língua inglesa. A busca foi feita nos bancos de dados PUBMED
e SCOPUS, com o cruzamento de dois descritores: “occupational therapy” e “chronic pain”. O período da busca
realizada foi nos últimos 20 anos (1994 – 2014). A avaliação da qualidade dos estudos foi realizada pela escala de
Jadad et al., (1996) que pontua os estudos com notas entre 0 a 5. Foram encontrados 387 artigos, com o
refinamento passou para 88 artigos selecionados e após a leitura na íntegra dos mesmos, foram elegíveis apenas 4
artigos. Resultados e Discussão: Os 4 artigos foram descritos em uma tabela intitulada “Intervenção da terapia
ocupacional em pacientes com dor crônica”, e distribuídos como artigos A, B, C e D, os mesmos apresentam
diversas técnicas específica utilizadas: “exercícios ativos”, “exercícios passivos”, “exercícios de resistência”, “pacing”
e “enfrentamento”. A escala de Jadad apresentou pontuação 5 em apenas dois artigos, pontuação 3 em um artigo e
1 em um artigo. Conclusão: Foram identificadas cinco técnicas como possíveis intervenções no manejo da dor
crônica, além disso, nossa revisão mostra que as informações disponíveis em bases de dados internacionais sobre
as intervenções da terapia ocupacional em sujeitos com dor crônica ainda são escassas e com um grau muito
heterogêneo de qualidade. Considerando a plausibilidade da intervenção e seus efeitos sobre a dor e a própria vida
do sujeito, julgamos necessário o delineamento sistematizado de mais estudos sobre o tema com urgência. De
qualquer modo, acreditamos ser perfeitamente factível que essas intervenções sejam propostas a mulheres com dor
pélvica crônica, uma vez que todas podem ser aplicadas nesse tipo de paciente.
Descritores: “occupational therapy”, “chronic pain”
demandas e necessidades de cuidado apresentadas pelos sujeitos, em uma atenção usuário-centrada. As atividades
desenvolvidas visam lidar com o impacto da situação de hospitalização e de adoecimento vivenciado pelos bebês,
crianças, adolescentes e seus cuidadores familiares ou substitutos. Busca-se promover o acolhimento, a apropriação
do processo saúde-doença-cuidado, a apropriação material, subjetiva e afetiva do espaço hospitalar, o
desenvolvimento do protagonismo no processo do cuidado de si e do outro, e a articulação da rede de serviços e de
suporte social pós-alta. As atividades são desenvolvidas em três eixos de cuidado com especificidades próprias:
Ninar: atenção focalizada aos bebês e aos cuidadores, visando a ampliação de repertórios de cuidado e o
favorecimento do desenvolvimento global; Aquarela: atenção focalizada a crianças e adolescentes de dois a catorze
anos cujas demandas de saúde são marcadas pela intensidade, cronicidade ou gravidade dos acontecimentos que
sofrem, ou das respostas pessoais e familiares dadas a esse processo; Teias: propiciar convivência e cotidianidade
diferenciada no espaço hospitalar, ludicidade infanto-juvenil, e rede de sustentabilidade relacional durante a
internação. Discussão: A complexidade do cuidado em uma enfermaria pediátrica e em uma unidade de neonatologia
em um hospital de média complexidade requer por parte do terapeuta ocupacional uma leitura crítica e reflexiva
permanente acerca do cenário apresentado e das relações envolvidas. Portanto, ações procedimento-centradas e
protocolos de atendimento padronizados são inadequados, pois insuficientes para responder a demandas e a
necessidades singulares apresentadas pelos sujeitos em um contexto constante de vulnerabilidade e fragilidade da
atenção intersetorial em rede e das redes sociais de suporte. Conclusão: A atenção produzida em contextos de
significativa vulnerabilização, demanda por parte do terapeuta ocupacional uma postura inventiva para a criação
artesanal de projetos singulares de atenção.
Descritores: assistência hospitalar; cuidado; atitudes e práticas em saúde
O acidente vascular encefálico (AVE) pode cursar com comprometimentos diversos e gerar incapacidades
variadas na realização das atividades de vida diária (AVD). Após quadro agudo, é preciso mensurar o desempenho
nas AVD`s por observação, para mensuração objetiva das mesmas. Assim, os pacientes internados na Unidade de
Acidente Vascular Encefálico (AVE) do Hospital Risoleta Neves são avaliados na admissão com o protocolo para
quantificação da assistência requerida do desempenho motor e cognitivo de atividades diárias através da Medida de
Independência Funcional (MIF). Nos meses de Janeiro a Maio, foram avaliados 138 pacientes dos quais, 5%
necessitavam de assistência total nas AVD´s, 41,3% dos pacientes apresentava dependência modificada com
necessidade de assistência em até 50% das tarefas, 18,8% necessitavam de assistência em até 25% das tarefas e
apenas 32,6% estavam independentes para as mesmas. Durante a internação, foram realizados os treinamentos
funcionais nas AVD´s com 65,2% dos pacientes nas tarefas da MIF que obtiveram as menores notas. Os treinos
acontecem no leito, no banheiro e no espaço físico da enfermaria. Durante os treinos são verificadas necessidades
de adaptação de tarefa ou do ambiente, o uso das barras ou dispositivos de auxílio, a segurança e velocidade de
desempenho. O treino no ambiente hospitalar conta com facilitadores e barreiras. A presença de barras no banheiro,
corredores e escadas, presença do profissional durante a execução das atividades, como no banho, por exemplo,
garante a segurança do paciente e prevenção de quedas. Já para treinos de continência e transferência que
requerem participação e adesão da equipe de assistência direta ao paciente, pouco se tem adesão visto que o
número de técnicos de enfermagem é restrito e fazer pelo paciente é mais rápido e ágil do que solicitar sua
participação para otimizar sua autonomia. No caso da continência é frequente a opção pelo uso permanente de
fraldas. Assim, o impacto da nova condição de saúde após o AVE é sempre avaliada e o seu treinamento proposto
de acordo com seu impacto, porém há barreiras e facilitadores no contexto hospitalar que permitiram maior
participação e autonomia do paciente e outras que a melhor opção é a educação do familiar e cuidador para
treinamento quando possível neste contexto.
Descritores: Acidente Vascular Cerebral, Atividades de vida diária
Para fazer inferências sobre a população atendida é preciso conhecer a mesma e a melhor forma de fazê-lo
é identificando suas características que influencie na intervenção. Foi realizado levantamento dos prontuários de
pacientes atendidos na unidade de acidente vascular encefálico (AVE) atendidos pelas profissionais, acadêmicos e
residentes entre os meses de Janeiro de Maio de 2014. Foi atendido um total de 197 pacientes, a média de idade era
de 63,15 anos, a média de escolaridade de 4,2 anos e a maior parte, 53,6% estavam aposentados e 18% era
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pensionista, dona de casa ou desempregado. 12% apresentavam atividade produtiva autônoma e 14%
apresentavam vínculo formal de trabalho. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi a comorbidade mais presente
com 71% e a diabetes mielitus (DM) 28,9%. O tabagismo foi bastante presente na amostra, 17,7% e o relato de ser
etilista aconteceu espontaneamente em 9,6%. Comorbidades de origem cardíaca como insuficiência cardíaca,
chagas, infarto agudo do miocárdio foram encontradas em 17% dos pacientes e outras comorbidades como
insuficiência renal, DPOC e doenças neurodegenerativas somam 13%. Foi o primeiro episódio de AVE para 74% dos
pacientes, 19,2 % tiveram o segundo evento e apenas 6,5% apresentaram 03 ou mais episódios. Por se tratar de
uma Unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE) em hospital público de referência da região norte e
metropolitana de Belo Horizonte, a população comumente atendida é composta de idosos com baixo nível de
escolaridade. As comorbidades são bastante comuns e em geral são múltiplas em um mesmo paciente, assim é
comum encontrarmos um idoso que apresenta HAS e DM. Muito comum acontecer dos pacientes terem estes
diagnósticos realizados no momento da internação. É um campo importante de intervenção para os Acadêmicos de
Terapia Ocupacional (TO) bem como a Residência do idoso visto que os mesmos apresentam características
bastante próprias desta faixa etária, como a presença das comorbidades, o que permite aprofundamento teórico e
prático para os mesmos. Pela grande rotatividade dos pacientes, é uma experiência significativa aos TOs que
precisam iniciar processo de reabilitação, orientar quanto à continuidade do cuidado na rede e iniciar intervenção
educativa dos pacientes e familiares, bem como destacar importância dos cuidados específicos de cada caso. Por se
tratar de uma unidade específica de AVE em que a população é constituída basicamente por idosos com baixa
escolaridade e com presença de muitas comorbidades, a mesma permite aprofundar o conhecimento e contribui para
a formação dos residentes e acadêmicos que se interessam por esta faixa etária de pacientes visto que as variáveis
são bastante complexas e muitas delas interferem diretamente na conduta a ser adotada no raciocínio clínico e para
alta hospitalar no qual o encaminhamento para rede se faz fundamental.
Descritores: Terapia ocupacional, Acidente Vascular Cerebral
As Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINs) caracterizam-se pela assistência prestada a recém-
nascidos em risco iminente de vida com objetivo de melhorar seu estado de saúde mediante a utilização de
procedimentos muitas vezes complexos e invasivos (1). As mães dos bebês internados formam um binômio mãe-
bebê e geralmente permanecem grande parte de seu dia no ambiente hospitalar, sofrendo quebra de sua rotina
anterior e afastamento da vida familiar (1). Ademais, a internação do recém-nascido na UTI Neonatal pode levar a
dificuldades de estabelecimento de vínculo entre mãe e neonato devido aos procedimentos realizados e as regras
institucionais (2). Advém daí a importância de cuidar desta população de mães a partir de uma assistência integral
que perpasse o mero cuidado clínico, atuando no processo de formação da afetividade entre mãe-bebê e
sentimentos e comportamentos adaptativos referentes ao enfrentamento deste processo. Para tanto, utilizou-se
nesse ambiente a metodologia de Grupo de Atividades com propósito terapêutico específico (3). Dentre os objetivos
assistenciais trabalhados no grupo de Mães da UTIN, destacam-se: Favorecer a troca de experiências e de
informações entre as mães; Facilitar a adaptação ao contexto hospitalar e o enfrentamento das situações de ruptura
do cotidiano devido a hospitalização; Contribuir para a humanização da relações interpessoais. O atendimento em
grupo é realizado com mães da UTIN do Hospital de Clínicas da UFPR, considerando as acompanhantes de todos
os níveis de atenção ao recém-nascido: Unidade de alto risco, de Risco Intermediário e a Unidade de Cuidado
Intermediário Canguru. Este grupo caracteriza-se como permanente, aberto e homogêneo (3), acontecendo
semanalmente, com duração de uma hora e contando com a participação voluntária das mães que encontram-se na
unidade. As mães são convidadas a participar do grupo durante atendimentos individuais e antes de cada encontro
do grupo. O processo de grupo acontece subdividido em três etapas. Na etapa 1 é realizado o acolhimento e a
apresentação das participantes – mães, terapeuta e co-terapeuta – ambientando as participantes e proporcionando o
princípio da vinculação ao grupo. A etapa 2 caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma atividade proposta às mães.
As atividades variam entre os encontros, podendo caracterizar atividades expressivas, manuais e dinâmicas de
grupo. Ao final, a etapa 3 caracteriza-se pela reflexão e troca de experiência entre as participantes em relação a
atividade desenvolvida da etapa 2. O grupo de mães da UTIN constitui-se como um espaço de troca de experiências
e expressão de sentimentos frente ao processo de hospitalização. Essa metodologia contribui para a adaptação à
rotina hospitalar e o aumento da presença e participação da mãe na unidade. Observa-se que o grupo proporciona a
formação de vínculo entre as mães e o estabelecimento de uma nova rede de apoio intra-hospitalar. Além disso, o
envolvimento social entre as mães facilita a vinculação ao grupo. Destaca-se que algumas mães apresentam
resistência a adesão no grupo, justificando que priorizam os cuidados dirigidos à seus bebês. Percebe-se, portanto,
que parte da população alvo da nossa intervenção não se reconhece como sujeito foco de acolhimento e cuidados
por parte da equipe de saúde. Questão que deve ser debatida entre profissionais da unidade, devido a importância
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de todos os membros da equipe valorizarem a participação das mães em todas as etapas de cuidado empregados
aos bebês.
Descritores: Terapia Ocupacional; Relações Mãe-Filho; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal
O câncer infantil corresponde a um grupo de doenças que tem em comum a proliferação descontrolada de
células anormais que podem ocorrer em qualquer tecido. Durante as últimas décadas houve um avanço significativo
no desenvolvimento do tratamento do câncer infantil, tendo-se estimada uma chance de 70% de cura das crianças
acometidas, se diagnosticadas e tratadas precocemente, podendo ter uma boa qualidade de vida após o tratamento
adequado. Com isso, são de suma importância, para o controle dessa situação e obtenção de melhores resultados,
ações de saúde específicas, como organização da rede de atenção e desenvolvimento das estratégias de
diagnóstico e tratamento (INCA, 2010). O câncer demanda um tratamento longo e doloroso, e apesar dos avanços
da medicina, o tratamento e o acompanhamento são desgastantes e cansativos. O objetivo deste trabalho é
descrever e discutir a atuação da Terapia Ocupacional na assistência aos pacientes de um serviço de Oncologia
Pediátrica em seu seguimento ambulatorial, por meio de um relato de experiência acerca das ações desenvolvidas.
Estas ações incluem grupos semanais realizados na sala de espera/brinquedoteca de um serviço ambulatorial de
Oncologia Pediátrica, além do acompanhamento durante as consultas médicas e seguimento durante os períodos de
internação, com atendimentos individuais e familiares tanto no leito quanto na brinquedoteca, visto que a
hospitalização causa limitações como afastamento de sua rotina e dos familiares, medos quanto a procedimentos
invasivos, fazendo-se necessária a atuação do terapeuta ocupacional. Os grupos são terapêuticos e abertos, visando
a socialização, troca de experiências, amenização dos impactos emocionais da doença através do brincar e diálogo,
incluindo escuta, acolhimento e orientação, levando em consideração que a família da criança também necessita ser
acolhida e receber um atendimento humanizado. Através dos grupos é possível perceber a melhora nos
relacionamentos interpessoais, a troca de experiências, bem como a propiciação de momentos agradáveis e
saudáveis. Além disso, é oferecida maior segurança e permite-se a criação de vínculo com toda uma equipe, já que
os pacientes passam pelas consultas acompanhados por uma equipe multiprofissional, a qual conta com a
participação de Médicos, Assistente Social, Psicólogos, Dentista e Terapeutas Ocupacionais. Durante o tratamento, a
criança vivencia momentos que interferem em sua rotina familiar, seu desenvolvimento e principalmente em seus
papéis ocupacionais. Portanto, é de fundamental importância a atuação terapêutica ocupacional, no contexto desta
equipe, e dos demais profissionais, em um seguimento em todas as fases do tratamento – ambulatório e internação –
, sendo visíveis os benefícios trazidos e a necessidade de ofertar atendimentos cada vez mais humanizados.
Descritores: Terapia Ocupacional; Oncologia; Pediatria
Introdução: Segundo a International Association for Hospice & Palliative Care, há apenas 97 instituições,
hospices e organizações de Cuidados Paliativos na América Latina. Apesar da demanda crescente nos serviços de
saúde de pacientes com doenças crônico-degenerativas potencialmente fatais, há poucos serviços de Cuidados
Paliativos no Brasil. Objetivo: Analisar o processo de implantação de um serviço de Cuidados Paliativos, apresentar o
perfil dos pacientes atendidos e as possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos em
contexto hospitalar. Material e métodos: Estudo analítico-descritivo sobre um serviço multiprofissional de Cuidados
Paliativos, de um hospital público, universitário, de grande porte e elevada complexidade, localizado no interior do
Estado de São Paulo. Para a configuração do perfil dos pacientes atendidos, foi analisado o banco de dados do
serviço, relativos ao período de agosto de 2010 (quando o serviço foi implantado) a maio de 2014. A população total
atendida (N=1231 pacientes) foi divida em três grupos / períodos: P1- de 31/08/10 a 29/11/11 (n1= 357); P2-
30/11/11 a 27/02/13 (n2= 431) e P3- 28/02/13 a 27/05/14 (n3= 443). Resultados: Houve predomínio da população na
faixa etária dos 60-70 anos, com idade média foi de 62,83 anos, predomínio da população masculina (58%) e de
baixa escolaridade (12% são analfabetos, 42% possuem o fundamental incompleto). A média mensal de pacientes
atendidos passou de 23,80/mês (P1) para 28,73/mês (P2) e 29,53/mês (P3). Quanto às modalidades de
acompanhamento, no primeiro período predominou a atenção ambulatorial (54,3%, 35,8% hospitalar e 7,8%
domiciliar) enquanto que nos períodos 2 e 3 houve um maior equilíbrio entre as modalidades hospitalar e
ambulatorial (30,4% P1 e 31,6% P2) e em menor proporção o atendimento domiciliar e grupos de apoio. Em relação
ao motivo do encaminhamento, houve aumento da demanda oncológica (de 81% P1 para 90% em P3) e redução do
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encaminhamento por HIV/AIDS (de 4% em P1 para 0,2% em P3), enquanto novas clínicas passaram a solicitar
atendimento por Pedido de Interconsulta (PI), como em casos de Insuficiência cardíaca e Alzheimer. Dentre os casos
oncológicos atendidos, o câncer de cabeça e pescoço foi o mais frequente, embora com demanda descrescente
(25% P1 e 13% P3), seguido pelo câncer de intestino (8,3%), pulmão (7,9%), mama (7,7%), estômago (7%), fígado
(6%), e próstata (4,5%), que tiveram demanda crescente de ao longo do tempo. Uma terapeuta ocupacional foi
contratada juntamente com a implantação do serviço e está inserida em todas as modalidades de atendimento
oferecidas pelo serviço. Conclusão: Identificou-se demanda significativa e crescente de pacientes idosos com
quadros oncológicos em Cuidados Paliativos e expansão da abrangência do serviço para outras clínicas do hospital.
O serviço conta com uma equipe multiprofissional, na qual a Terapia Ocupacional insere-se nas diferentes
modalidades assistenciais, mas precisa reafirmar constantemente seu papel e lugar, na promoção de bem-estar e
qualidade de vida. Contudo, serviços isolados não podem resolver o atendimento à população, o que aponta a
necessidade de implantação de novos serviços de Cuidados Paliativos, inclusive extra-hospitalares (Atenção Básica),
bem como o estabelecimento de Políticas Públicas de saúde voltadas para esta população.
Descritores: Terapia Ocupacional, Cuidados Paliativos
26. CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: UMA REVISÃO DOS ARTIGOS PUBLICADOS NO BRASIL
Cavalcante, Aline da Cruz; Maués, Nayara Caroline Silva; Castro, Gisely Gabrielli Avelar
Universidade do Estado do Pará
Os cuidados paliativos (CP) é uma forma de cuidar que propõem a melhora da qualidade do viver do
paciente e de seus familiares, busca ações terapêuticas com a prioridade do alívio de sintomas estabelecendo-se
uma rede de suporte de acolhimento e proteção. O câncer é caracterizado pelo crescimento anormal de células e
tecidos, tem etiologia ainda desconhecida, é relacionado a intensa dor, sofrimento, mutilações físicas e psíquicas.
Neste sentido, realizar um levantamento de publicações científicas nacional acerca dos Cuidados Paliativos
Oncológicos(CPO) se faz necessário para conhecer o cenário de pesquisas neste contexto, chamando atenção para
a terapia ocupacional. O objetivo desta pesquisa foi identificar e avaliar a produção nacional de artigos em CPO, com
interesse em identificar as possibilidades da terapia ocupacional nesse contexto. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica realizada a partir do levantamento Dos artigos dispostos no Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual da
Saúde (BVS), nos últimos 12 anos (2002 a 2013). Para pesquisar os resumos em português na base de dados, foi
utilizada a expressão “cuidados paliativos oncológicos”. Os achados apontaram 46 artigos, dos quais 15 (48,38%)
foram descartados por estarem repetidos, assim totalizando uma amostra de 31 artigos, que correspondeu a 67,39%
do total, os quais foram utilizados nesta pesquisa. Quanto aos anos de publicação, os anos de 2007 e 2012 foram os
anos que mais obtiveram pesquisa neste campo, sendo 8(17,39%) em cada um, o ano de 2008 foi o que esteve com
menor número de publicações em CPO, em número de 3(6,52%), e vale ressaltar que nos anos de 2003, 2004 e
2005 não houve nenhuma pesquisa. A área de conhecimento “enfermagem” se apresentou como maior produtora de
publicações neste campo (13=41,93%), seguida de medicina (5=16,12%), psicologia (2=6,45%), fisioterapia
(2=6,45%), nutrição (4=12,90%) e farmácia (1=3,22%). Em relação ao Enfoque Teórico, verificou-se que a
dominância é da Abordagem Centrada na Pessoa(ACP) sendo 16(51,61%) das publicações encontradas. A
instituição que se destacou no desenvolvimento de pesquisas sobre CPO foi a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul com 3 artigos (9,67%), em seguida a Universidade Federal do Paraná e Universidade Federal do Rio de
Janeiro ambas com 2(6,45%). As regiões do país com maior número de Instituições que desenvolveram estudos no
contexto dos CPO foram as regiões Sudeste e Sul, ambas com 13 artigos (41,93%), uma vez que nessas regiões são
encontradas os maiores serviços e associações de CP. Na região Nordeste 1(3,22%) artigo, na região Centro-oeste
4(12,90%) artigos, e nenhum realizado na região Norte. Considera-se que esse levantamento de dados, bem como
todos os demais realizados são fundamentais para instigar o interesse de pesquisadores e instituições para
realização de pesquisas no contexto de CPO e na área da terapia ocupacional, visto ser um campo do conhecimento
que pode contribuir significativamente no tratamento em CPO, portanto, faz-se necessário mais publicações de
terapia ocupacional em CP, principalmente em oncologia, pois como ficou explícito neste levantamentos nos últimos
anos, não houve publicação na área.
Descritores: Cuidados Paliativos; Oncologia, Terapia Ocupacional
A hospitalização muitas vezes acarreta conflitos, angustias e ansiedade que afetam a rotina do indivíduo
como um todo devido as diferentes experiências vividas dentro deste contexto. Tornar o hospital um ambiente
humanizado é fundamental para minimizar os efeitos adversos da hospitalização. Humanizar está relacionado a
valorização do ser humano, sua história, características, singularidades, significa muito mais do que tornar humano,
representa uma ação solidária que promove o cuidar. O ato de humanizar pode ser compreendido através de uma
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ótica de resgate do respeito à vida humana nos diversos contextos. Nesse sentido, a leitura aparece como recurso
humanizador no ambiente hospitalar, pois oferece além do prazer do texto, por apropriação e projeção, a
possibilidade de descobrir segurança material e emocional, além de uma catarse dos conflitos e agressividade, um
sentimento de pertencimento, amor, engajamento na ação, valores individuais, superação das dificuldades. A leitura
pode ser acrescida de outras formas de se apresentar, ou seja, é possível recorrer a vídeos, gravações, filmes,
teatros possibilitando colocar o paciente em contato com as emoções que a história pode proporcionar. Dentro deste
cenário, ressalta-se a contribuição da Terapia Ocupacional com o trabalho direcionado para o desenvolvimento de
intervenções promotoras de desempenho funcional/ocupacional e qualidade de vida durante a hospitalização, como
o enfrentamento de dificuldades emocionais, físicas e/ou intelectuais. Sendo assim, tem-se como objetivo favorecer
aspectos biopsicossociais emergentes ao adoecimento e ao processo de hospitalização amenizando os impactos do
ambiente hospitalar, resgatando os valores através de histórias; atribuir ressignificado ao período de hospitalização;
promover melhoria na qualidade de vida do paciente, bem como estimular seu desenvolvimento integral, contribuindo
para expansão de seus conhecimentos, estimulando a capacidade criadora e expressividade. Para esta realização
um grupo de voluntários acadêmicos de terapia ocupacional realizam ações de humanização nas enfermarias de um
hospital de referência no Pará. As ações ocorrem às sextas-feiras, no horário de 14h às 18h, com leituras de livros,
teatros, vídeos, filmes, dentre outros, utilizando como recursos materiais livros, jornais, revistas, cola, tesoura, papel
A4, lápis de cor, canetas hidrocores, aparelho de DVD, televisão, roupas para peças teatrais, som, CD’s. O público
alvo são todas as pessoas que estão internadas nas enfermarias escolhidas, desde crianças a idosos de ambos os
sexos. Ao final, realiza-se um feedback acerca da atividade realizada, e de como a mesma foi significativa para os
pacientes participantes. Durante as ações observa-se grande aceitação e envolvimento por parte dos participantes,
aumento da autoestima e bem estar principalmente nos dias de ação, favorece de forma significativa a reflexão
acerca do processo de internação e adoecimento, e a interação entre pacientes, acompanhantes e profissionais, bem
como resgate de valores culturais e pessoais. Portanto pode-se considerar que a leitura permite recriar, vivenciar,
(re)descobrir, experimentar o universo de emoções e imaginações, além de propiciar um momento para
compartilhamento de histórias. É preciso “(re)humanizar” e reestruturar o cotidiano de trabalho dentro do hospital
assim como os cuidados prestados pelos profissionais, criando novos espaços de convivência e novas atividades em
espaços diferenciados, dentro da mesma estrutura institucional.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Leitura
Introdução: Os indivíduos que seguem internados na enfermaria de Neurologia Clínica que necessitam de
acompanhamento de Terapia Ocupacional, pois frequentemente apresentam decorrente dos diversos tipos de
acometimentos à saúde, alterações significativas em seu desempenho ocupacional. Geralmente são pacientes
admitidos para diagnóstico de uma lesão ou doença neurológica, que necessitam de uma intervenção pontual ou até
mesmo de seguimento de reabilitação. Objetivo: Descrever o planejamento e implantação de serviço de Terapia
Ocupacional na Enfermaria de Neurologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP). Casuística e método: A implantação do serviço nesta enfermaria faz parte de
um projeto maior, a implantação de um Serviço de Terapia Ocupacional no Instituto Central do Hospital das Clínicas -
FMUSP. Para esta enfermaria foi contratada uma Terapeuta Ocupacional que permanece por 10 horas semanais
(divididas em três dias na semana). A atuação da Terapia Ocupacional dentro desta enfermaria tem como enfoque:
avaliação e confecção de órteses de membro superior; prescrição, adaptação e dispensação de cadeira de rodas,
prescrição de cadeira de banho; estímulo e orientação da execução das atividades de vida diária e indicação de
utensílios adaptados, adequação ambiental para alta; orientações de estímulo cognitivo para favorecer a execução
das atividades diárias. Resultado: A Terapeuta Ocupacional foi apresentada aos chefes dos serviços contemplados
para que pudessem iniciar a sua atuação. Para que fossem reconhecidas as ações e possíveis intervenções do
terapeuta ocupacional, foram adotadas as seguintes estratégias: estabelecidos e divulgados critérios de indicação
para encaminhamento de pacientes. Foi elaborado um fluxo para atendimento e discutido com os demais membros
da equipe multidisciplinar, a partir deste fluxo iniciaram os atendimentos. Atualmente a Terapeuta Ocupacional é
reconhecida como membro da equipe, participa das reuniões multidisciplinares, além de atuar no acompanhamento
da internação, alta hospitalar e seguimento ambulatorial. Discussão: A atuação do terapeuta ocupacional nesta
enfermaria esta baseada intervenções pontuais para a melhora do quadro clínico, considerando as questões
funcionais, físicas e cognitivas, orientações para o paciente e seu familiar com o planejamento para a alta hospitalar
e retorno para casa. Conclusões: O projeto e implantação do serviço de Terapia Ocupacional em hospital de alta
complexidade demonstraram, em curto período de tempo, um reconhecimento da equipe multidisciplinar, nas
diversas clínicas e a atuação da terapêutica ocupacional com os diversos enfoques com o objetivo da melhora
funcional dos pacientes.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital; Projetos
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Os cursos de Fonoaudiologia e Terapia ocupacional de uma universidade federal do Rio Grande do Sul
criaram um programa de extensão que oferece atendimento clínico em intervenção precoce, desde o ano de 2011.
Neste período as docentes dos cursos organizaram uma equipe composta também por fisioterapeutas e psicólogos e
que acolhe alunos da graduação e pós-graduação. Este programa definiu estratégias como o terapeuta único
sustentada por equipe interdisciplinar. Entre os protocolos utilizados para avaliação, destacam-se os Indicadores de
Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs). Este trabalho tem o objetivo de apresentar os IRDIs como instrumento
para avaliação de risco a atraso no desenvolvimento e atraso psíquico. Trata-se de um estudo conceitual com
revisão bibliográfica de artigos que anunciam a utilização e eficácia do uso dos IRDIs. Após formação e treinamento
para uso em núcleos de saúde da cidade, também seu uso constante nos ambulatórios de referência da universidade
e em pesquisas, os IRDIS estão sendo utilizados com eficácia para o diagnóstico e encaminhamentos precoces.
Partindo desses indicadores, a criança é acompanhada ou submetida a tratamento, minimizando a instalação de
seqüelas relativas à patologia. Os IRDIs foram elaborados em uma pesquisa brasileira, durante os anos de 2004 a
2008. Os pesquisadores elencaram dezoito IRDIs para avaliar bebês e diagnosticar a existência ou não de risco ao
desenvolvimento e risco psíquico nos primeiros 18 meses de vida. Partindo de quatro eixos, elaborados a partir de
referenciais psicanalíticos, a pesquisa identificou dezoito itens eficazes para indicação de risco, que são:
estabelecimento de demanda da criança, com indicadores 1 e 3 entre 0 a 4 meses; 6,7 e 8 entre 4 a 8 meses;
9,10,13 e 14 entre 8 a 12 meses; 15 e 16 entre 12 a 18 meses; suposição de sujeito, com indicadores 1,2, e 5 entre
0 a 4 meses; 9 e 11 entre 8 a 12 meses; alternância entre presença-ausência pela mãe, nos indicadores 4 e 5 entre 0
a 4 meses; 8 entre 4 a 8 meses; 11entre 8 a 12 meses; presença de função paterna, nos indicadores; 12 entre 8 a 12
meses; 15,16,17 e 18 entre 12 a 18 meses.A ausência de mais de um indicador coloca o avaliador em alerta para
encaminhar o bebê para acompanhamento. Os IRIDs são um instrumento eficaz na detecção de bebês que
enfrentam problemas para desenvolverem-se, contribuindo para uma intervenção anterior à instalação de patologias,
podendo ser instituído como instrumento na rotina de agentes de saúde.
Descritores: Indicadores; Desenvolvimento Infantil; Risco Psíquico
cognitivas, orientações para o paciente e seu cuidador / familiar / responsável e o direcionamento para o seguimento
de sua reabilitação. Neste âmbito, o Terapeuta Ocupacional é o profissional que contribui significativamente para que
sejam feitas as adaptações necessárias e aproveitadas as capacidades do paciente para que sua reabilitação, em
contexto hospitalar, tenha menor impacto funcional possível, preservando sua autonomia e independência.
Conclusões: O projeto e implantação do serviço de Terapia Ocupacional em hospital de alta complexidade
demonstraram, em curto período de tempo, um reconhecimento da equipe multidisciplinar, nas diversas clínicas e a
atuação da terapêutica ocupacional com os diversos enfoques com o objetivo da melhora funcional dos pacientes.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital; Projetos
Introdução: A constituição e legitimação das práticas dos terapeutas ocupacionais em contextos hospitalares
é um processo histórico em contínua construção. Somando-se a essa situação, atualmente se verifica a tentativa de
cuidar do indivíduo de forma integral o que implica a constituição de ações de cuidado interdisciplinares. Objetivo:
Este trabalho objetiva descrever e refletir sobre a experiência de estágio de graduação em terapia ocupacional, na
área de contexto hospitalar, baseado em ações de cuidado integral e ampliado. Método: O estágio foi vivenciado por
três acadêmicas do penúltimo ano do curso, durante o período de quatro meses e com carga horária distribuída ao
longo da semana. Os casos atendidos e as experiências vivenciadas foram registrados, lidos e relidos, buscando-se
identificar as ações nas quais o cuidado integral e ampliado eram mais evidentes e os processos e procedimentos
que estavam envolvidos. Resultados: Nota-se a importância de um trabalho interdisciplinar neste tipo de serviço para
que o atendimento e o cuidado ao indivíduo seja feito de maneira integral. Esse trabalho é realizado por meio de
sessões clínicas, nas quais são discutidos os casos com todos os profissionais da equipe presentes na reunião e são
tomadas decisões quanto às posturas e procedimentos técnicos a serem adotados por cada membro da equipe.
Além disso, são realizados diversos encaminhamentos para os serviços da cidade. Os mesmos são realizados pela
equipe matricial após as reflexões sobre o caso. Cabe ressaltar também os atendimentos individuais e em grupos
realizados pelas alunas conjuntamente com outros membros da equipe objetivando ampliar o cuidado do indivíduo
em questão. Conclusão: Com essa experiência, as alunas compreenderam a importância da realização de um
trabalho em equipe, contando com profissionais de diversas áreas para que o cuidado fosse realizado de maneira
integral. Assim, destaca-se que cada profissional tem seu papel perante o paciente, mas todos devem comunicar-se
para que a pessoa possa ser vista como um indivíduo na sua totalidade.
Descritores: Pesquisa; Hospital; Terapia Ocupacional
A Terapia Ocupacional (TO) é uma profissão da área da saúde centrada no cliente, preocupada com a
promoção da saúde e bem-estar através da ocupação. O principal objetivo é capacitar as pessoas a participar nas
atividades do dia-dia. Os Terapeutas Ocupacionais alcançam o resultado trabalhando com pessoas e comunidades
de forma a melhorar a sua capacidade de exercer ocupações desejáveis, necessárias e expectáveis, ou modificando
a ocupação ou meio ambiente para melhor apoiar o seu envolvimento ocupacional (World Federation off
Occupational Therapists, 2012). Em um hospital de referência em doenças infectocontagiosas estas atuam nas
enfermarias e UTIs (pediátrica e adulto), brinquedoteca, parque infantil e jardins, através de diferentes modelos,
métodos e técnicas, utilizando atividades que fazem parte do cotidiano humano (expressivas, lúdicas, intelectuais,
artesanais, autocuidado e psicossociais) como seu recurso/instrumento de intervenção. Os atendimentos são
realizados de forma individual, grupal, ou de forma interdisciplinar (pedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia,
psicologia). As doenças infectocontagiosas (HIV/SIDA, meningite, coqueluche, H1N1, pneumonia, tuberculose,
leishmaniose, dengue, varicela, acidente ofídico, aracnídeo e escorpiônico, pênfigo, hanseníase, dentre outras),
somadas à situação de hospitalização, podem resultar em déficits em várias áreas e componentes do desempenho
ocupacional, justificando assim a importância do Terapeuta Ocupacional neste contexto hospitalar. De forma geral,
os usuários atendidos pelo serviço de Terapia Ocupacional apresentam necessidade de diminuição do impacto da
hospitalização, de estimulação quanto os aspectos percepto-cognitivos, no desenvolvimento neuropsicomotor, na
melhora do desempenho funcional de membros superiores (MMSS), na promoção de independência nas atividades
de vida diária (AVD´s) - alimentação, higiene pessoal, autocuidado, locomoção, brincar/lazer, promoção de interação
social, além de, apoio ao cuidador/familiar quanto ao processo de saúde/doença, hospitalização e suas alterações na
rotina diária. A atuação destas no Contexto Hospitalar objetiva: Treino e Orientação para Independência nas AVD ś ;
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34. “CUIDANDO DE QUEM CUIDA”: ARTERAPIA COMO PROPOSTA DE CUIDADO AOS PROFISSIONAIS DA
SAÚDE NO HOSPITAL
Cunha, José Henrique da Silva; Pereira, Diane Coelho; Zanni, Karina Piccin; Monteiro, Claudia Franco
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil, Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Instituto de Ciências da Saúde, Departamento de Terapia Ocupacional
INTRODUÇÃO: o trabalho deveria ser fonte de prazer, já que, através dele, o homem se constitui sujeito e
reconhece sua importância para a sobrevivência de outros seres humanos. Entretanto, profissionais de saúde estão
propensos ao adoecimento em função de vários fatores relacionados ao trabalho, especialmente às demandas
trazidas quando se assume a responsabilidade de cuidar de alguém. Destaca-se a demanda por aumento de
produção; a eleição de prioridades pautadas unicamente em dados epidemiológicos; o grande número de famílias
acompanhadas por uma única equipe; a divisão do trabalho e as relações de poder entre profissionais. Mediante a
esta problemática a arteterapia assume grande importância por se caracterizar por um processo não verbal, por meio
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das artes plásticas e da dramatização que acolhe o ser humano com toda sua complexidade e dinamicidade e
procura aceitar os diversos aspectos dos profissionais, como os afetivos, culturais, cognitivos, motores, sociais entre
outros, tão importantes para a saúde mental. Mediante a demanda física e mental exigida pelo trabalho desenvolvido
pelos Residentes Multiprofissionais no de uma instituição hospitalar da região do Triângulo Mineiro criou-se o projeto
“Cuidado de quem cuida” com o intuito de proporcionar humanização e acolhimento para os profissionais que atuam
no contexto hospitalar, para que estes possam estar bem para prestar atendimento humanizado e acolher seus
pacientes. OBJETIVOS: descrever as ações do projeto “Cuidando de quem Cuida” que visa promover interação,
bem-estar e acolhimento entre os residentes da RIMS; melhorar a qualidade de vida e as interrelações sociais e
multiprofissionais entre os residentes e outros profissionais do serviço de saúde e trabalhar os sentimentos por meio
de atividades expressivas. MÉTODO: os encontros ocorrem uma vez por mês na casa da Residência
Multiprofissional, com duração de duas horas a cada encontro e são coordenados por uma docente de terapia
ocupacional. Conta com a participação de quinze residentes das áreas de concentração saúde da criança e do
adolescente, saúde do adulto e do idoso. São propostas atividades recreativas, dinâmicas de grupo e artes
expressivas dentro da metodologia psicodinâmica e arteterapêutica. Os recursos utilizados são desenhos, pintura,
escultura e fotografia. RESULTADOS: através das atividades de criação e expressão a arteterapia vem
proporcionando interação, bem-estar e acolhimento entre os residentes e ao mesmo tempo favorecem a habilidade
de regulação emocional dos mesmos para lidar com os desafios que encontram em seu trabalho cotidiano.
CONCLUSÃO: este projeto demonstra que a arteterapia promove a estimulação da expressão e do desenvolvimento
da criatividade, acolhendo o ser humano em toda sua complexidade e subjetividade, buscando a manutenção da
saúde mental. Tais aspectos favorecem a humanização e acolhimento entre os profissionais proporcionando melhor
desempenho nos atendimentos e nas múltiplas demandas que o campo hospitalar exige.
Descritores: Terapia pela Arte; Saúde do Trabalhador; Pessoal da Saúde
INTRODUÇÃO: Visto a recém aprovação de novas especialidades da terapia ocupacional e dos novos
parâmetros assistenciais para a área fez-se necessário conhecer como as universidades ofereciam o ensino dessas
especialidades, uma vez que as Diretrizes Curriculares Nacionais que norteiam os cursos de graduação em Terapia
Ocupacional do país datam do ano de 2002, anteriormente a discussão das especialidades profissionais. Este fato
pode influenciar na formação do terapeuta ocupacional generalista, preconizado nas próprias Diretrizes Curriculares.
A especialidade Contextos Hospitalares foi definida no ano de 2013 após grande discussão entre profissionais de
todo o país. O hospital é um espaço peculiar e o sujeito internado sofre em todos os aspectos com essa internação.
O sujeito, ao buscar o atendimento hospitalar, leva não só seu corpo para ser tratado, como vai por inteiro e, por
extensão, isto atinge sua família, que participa de seu adoecer, de suas internações e de seu restabelecimento. A
situação também envolve a equipe que o atende, que, ao atuar no seu restabelecimento, absorve as dificuldades do
paciente. Nesse sentido, a hospitalização do paciente é um momento crítico e extremo, que envolve uma
constelação de acontecimentos envolvendo a pessoa que adoece, seus familiares e equipe, além do contexto
institucional, sendo o terapeuta ocupacional um dos profissionais habilitados para minimizar tal sofrimento.
OBJETIVO: o estudo pretende identificar as instituições que oferecem o curso de terapia ocupacional (ano de início
do curso, carga horária total, tipo de instituição, local do país), investigando no Projeto Pedagógico do Curso e
organização curricular e identificando seu ementário, as disciplinas teóricas e práticas específicas ou afins da terapia
ocupacional que contribuem para a formação profissional para atuação hospitalar. METODOLOGIA: Trata-se de um
estudo documental, do tipo exploratório, com delineamento transversal e abordagem quali-quantitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÂO: Foram encontradas 71 instituições de ensino superior que oferecem o curso de
graduação em terapia ocupacional. Destes cursos, 51 estão ativos e 33 apresentavam nos sítios eletrônicos das
universidades os documentos necessários para a realização do estudo. Das 33 universidades, somente 14
universidades oferecem disciplinas referentes aos Contextos Hospitalares, sendo que 2 destas são disciplinas afins.
Das 12 universidades restantes, apenas 5 apresentavam ementário que foram analisados através de análise de
conteúdo. Em relação às atividades práticas no hospital, das 33 universidades apenas 12 as oferecem.
CONCLUSÃO: o estudo atingiu os objetivos, mesmo estando limitado pela dificuldade de acesso aos documentos
necessários e que a são poucas as universidades que oferecem disciplinas específicas e práticas dentro do hospital.
Tal fato anuncia a necessidade de discussão sobre o tema estudado, visto que a formação do terapeuta ocupacional
deve estar vinculada a necessidade da sociedade e que, numa formação generalista, deve-se conhecer de todas as
especialidades da profissão.
Descritores: Terapia Ocupacional, Contextos Hospitalares, Ensino
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sujeito. Assim, foi possível trazer para dentro do hospital o contexto que lhe era familiar, trabalhar sua rotina, suas
crenças e cultura, diminuindo a fragmentação do indivíduo e o esquecimento do que lhe compunha como sujeito de
ação. Essas vivências possibilitaram abordar outros aspectos que também influenciavam na qualidade de vida do
paciente que passava por longo período de hospitalização. Na segunda internação, ocasionada pela Doença do
Enxerto Contra o Hospedeiro de intestino, o paciente encontrava-se em um novo processo, caracterizado pela
ressignificação de experiências vividas com o tratamento e afastamento do seu lar. Relatava como demanda a
imersão em uma nova cultura, saberes e tecnologias evidenciando volição para novas habilidades. Visando fomentar
estas iniciativas utilizou-se como recurso dispositivos eletrônicos. Os atendimentos eram pautados na apresentação
dos dispositivos ao paciente, no treino da utilização dos mesmos e na realização de pesquisas buscando sua
independência e autonomia para estas atividades. Neste processo, o paciente retirou o foco da doença e
ressignificou seu período de reinternação que se estendeu por cerca de sessenta dias. Percebe-se que a TO pôde,
através desta intervenção, ressiginificar a vivência do TCTH que na maioria das vezes é focada nos sintomas e
doença, transcendendo o ambiente hospitalar e apresentando, na medida da volição do paciente, novas
possibilidades e a reconstrução do cotidiano..
Descritores: Terapia Ocupacional; Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas; Hospitalização.
Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as
mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Apesar de ser considerado um câncer de bom
prognóstico quando diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade no Brasil por câncer da mama
são elevadas, já que a doença continua sendo diagnosticada na população, em geral, em estadios avançados - em
Cuidados Paliativos. Objetivo: analisar a demanda de pacientes com câncer ginecológico, em particular daqueles
com câncer de mama, atendida por um Grupo de Cuidados Paliativos de um Hospital Universitário de nível terciário
localizado no interior do Estado de São Paulo e sintetizar as principais contribuições da Terapia Ocupacional.
Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do hospital. Foi
realizada uma revisão dos dados sociodemográficos e clínicos de mulheres com câncer ginecológico, atendidas por
um serviço hospitalar de Cuidados Paliativos, no período de agosto de 2010 a dezembro de 2012 e uma revisão dos
registros de atendimentos da Terapia Ocupacional. Casuística: 49 mulheres com câncer ginecológico. Resultados: A
amostra inicial foi composta por 49 mulheres, com diagnóstico de câncer ginecológico, com idade compreendida
entre 34 e 90 anos, provenientes de diferentes Divisões Regionais de Saúde do interior do Estado de São Paulo.
Neste grupo foram identificadas 27 mulheres com câncer de mama, dentre as quais 23 pacientes haviam sido
atendidas pela terapeuta ocupacional do grupo de CP. Discussão: A análise dos atendimentos indicou as seguintes
categorias de procedimentos realizados: acolhimento, suporte familiar, conservação de energia, atividades
significativas, enfrentamento do processo de adoecimento e/ou internação, cuidados gerais – orientação e adaptação
de Atividades de vida diária e Atividades instrumentais de vida diária, treino de mudança de decúbito e
posicionamento, estímulo à autonomia e automassagem. Mediante a visualização das intervenções realizadas
percebe-se a abrangência no cuidado envolvendo paciente e família. A “abordagem biopsicossocial” em Terapia
Ocupacional - centrada no homem como um ser multidimensional - o corpo, a mente e o emocional, de um sujeito
inserido em seu ambiente e comunidade - ajuda o paciente no processo de adaptação à vida, mantendo o melhor
nível de função possível através do oferecimento de apoios diversos, para que ele tenha acesso a uma vida
produtiva e plena de significados. Conclusões: Através deste trabalho foi possível apresentar algumas práticas
desenvolvidas pela Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos, percebendo-se contribuições correlacionadas a
manutenção da autonomia, prevenção de incapacidades, minimização de déficits, melhora no desempenho
ocupacional e da capacidade funcional, influenciando na qualidade de vida, possibilitando que o sujeito viva mais
ativamente quanto possível até a morte.
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compreender as necessidades do filho no ambiente hospitalar. As oficinas produtivas têm como objetivo envolver
essas mães em atividades grupais onde as mesmas poderão desenvolver aptidões, trocar experiências, identificar-se
e expor sentimentos, enquanto o terapeuta ocupacional realiza o acolhimento, estabelece uma escuta e intervém
junto ao grupo. Objetivo: Relatar a experiência da realização de uma oficina produtiva com mães de crianças
submetidas à internação hospitalar. Casuística e Método: Trata-se de um relato de experiência fruto da prática da
disciplina de Terapia Ocupacional no Contexto Hospitalar I, com mães acompanhantes de crianças internadas na ala
pediátrica, em um Hospital Público do município de Fortaleza. A oficina produtiva foi desenvolvida objetivando a
confecção de um ‘‘puxa saco’’, onde participaram um grupo de oito mães que se encontravam acompanhando seus
filhos no referido hospital, três acadêmicas do 5° semestre e uma professora supervisora do curso de Terapia
Ocupacional, no mês de abril de 2014. Os materiais utilizados foram: tecido algodão cru, tinta para tecido, cola para
tecido, pincel, molde vazado, elástico e tesoura. A atividade foi planejada após conhecer o perfil do grupo, bem
como, utilizou-se de autores como De Carlo (2004), Cavalcanti;Galvão (2007), Hagedorn(2007), Kebbe,Santos &
Cocenas (2010) como referenciais teóricos. Resultados e Discussões: O terapeuta ocupacional tem sua importância
no ambiente hospitalar por ser um profissional que oferece suporte, à família e acompanhante de pacientes, por meio
do acolhimento e escuta de forma humanizada, mediante atividades como meio de comunicação e intervenção
terapêutica ocupacional. Durante a realização da oficina produtiva, foram desencadeadas relação de ensino e
cooperação, relações interpessoais, socialização e uma significação no fazer, permitindo assim um momento de
prazer e motivação às participantes. Um dos princípios que direcionam a prática terapêutica ocupacional com grupos
de atividades é que o fazer junto tem efeito terapêutico. Na Terapia Ocupacional as oficinas produtivas são marcadas
pelo envolvimento de clientes na realização de uma ou mais atividades produtivas relacionadas ao fazer. Conclusão:
A experiência relatada neste trabalho teve sua relevância para as acadêmicas tendo em visto os conhecimentos
teóricos e permitiu na prática, a percepção de que a oficina produtiva para as participantes promoveu a autonomia,
em um momento de construção e lazer no ambiente hospitalar, possibilitando a interação e identificação entre as
pessoas que enfrentam situações parecidas ou semelhantes.
Descritores: Terapia Ocupacional, Hospitalização, Relações Interpessoais
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consolidação cada vez maior do campo de atuação em unidades de terapia intensiva, contudo a inserção do
terapeuta ocupacional nessas unidades ainda é um desafio a ser superado.
Descritores: Terapia Ocupacional; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica; Oncologia; Criança hospitalizada.
Introdução: Manuais de orientações são instrumentos que podem auxiliar a equipe multiprofissional nas
orientações a pacientes, familiares e cuidadores no processo de tratamento. Dispor de material educativo e instrutivo
facilita e uniformiza os esclarecimentos voltados para o cuidado em saúde. Por outro lado, é também uma forma de
ajudar o indivíduo a entender melhor o processo de saúde-doença. Em pediatria, tais orientações a familiares e
cuidadores de crianças e adolescentes hospitalizados com doenças crônicas são fundamentais, pois a participação
da família nos cuidados dos pacientes acarreta em melhor entendimento e segurança aos cuidadores, podendo
assim reproduzi-los e garanti-los de forma mais efetiva após a alta hospitalar. Objetivo: descrever o processo de
avaliação do conteúdo de dois manuais de orientações, utilizados como recursos terapêuticos ocupacionais em
contexto hospitalar pediátrico, sendo eles: Manual 1 – “Manual de Estimulação do Desenvolvimento Neuropsicomotor
no ambiente hospitalar” e Manual 2 – “Manual de Orientações sobre Posicionamento no Leito”.Casuística e Método:a
avaliação foi desenvolvida e aplicada no período de junho a dezembro de 2013 pelo Serviço de Terapia Ocupacional
de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino.
Foram elaborados dois questionários semi estruturados para avaliar a clareza e a eficácia das orientações referente
a cada manual, a partir da opinião do paciente e/ou cuidador. As questões referiam-se a forma de apresentação, ao
conteúdo escrito e ilustrativo do manual, para verificar a compreensão e entendimento das orientações. A aplicação
de tais questionários foi realizada após a entrega do manual com as devidas orientações de leitura. Resultados:
foram aplicados oito questionários para o Manual 1 e nove questionários para o Manual 2. Os resultados foram
tabulados em duas categorias: conteúdo e apresentação do material. Na categoria conteúdo, 100% dos participantes
de ambos manuais referiram esclarecimento de dúvidas diante o tema apresentado. Na categoria apresentação,
todos os participantes apontam que a forma como foram ilustrados e organizados auxiliaram na compreensão das
orientações. É importante ressaltar que 50% dos cuidadores participantes que receberam o Manual 1 não haviam
sido orientados anteriormente a respeito do assunto; em contraposição, 80% dos cuidadores que receberam o
Manual 2 já haviam sido orientados anteriormente. Apesar disso, 100% apontam o esclarecimento de suas dúvidas,
e recomendariam para outros cuidadores com a mesma necessidade de orientações. Discussão: Manuais educativos
são instrumentos eficazes para realizar orientações e pode ser um recurso utilizado pelo terapeuta ocupacional na
sua intervenção. Através deles, familiares e pacientes podem consultar seu conteúdo sempre que necessário,
apropriando-se de forma mais efetiva das orientações dadas. Estes dois materiais mostraram-se importantes para a
orientação dos cuidadores, pois foram esclarecedores e de fácil compreensão. Conclusões: Realizar avaliação do
manual a partir da opinião do usuário, analisar os dados obtidos efetuando possíveis alterações é fundamental para
melhoria das informações prestadas, garantindo e aderência à continuidade do tratamento.
Descritores: Educação em Saúde; Hospitalização; Terapia Ocupacional
e equipe, profissionais, e nas diferentes ambiências que compõem o cotidiano do serviço, a saber: quarto,
brinquedoteca, e áreas de convivência. Por meio da práxis e criação de vínculos, os estudantes exercitaram facetas
do cuidado, acolhendo demandas, necessidades e sofrimentos dos usuários, sustentando as relações e os desejos,
e produzindo projetos terapêuticos e de vida, o que permitiu o desenvolvimento de uma sabedoria prática que
acontece em resposta aos encontros-acontecimento entre estudantes-supervisor-usuários. A supervisão garantiu um
suporte reflexivo a essa vivência, exercitando a crítica das cenas vividas e das estratégias utilizadas, formulando
questionamentos e refletindo sobre potencialidades e limites da produção de cuidado em um cenário marcado pela
perspectiva biomédica. Pela práxis crítica, buscaram-se alternativas práticas para situações vistas como produtoras
de violência ou fragilidade para os usuários. Pela desconstrução crítica dos problemas e o diálogo interdisciplinar, o
ensino buscou romper dicotomias tradicionais na atenção hospitalar, a saber: reabilitação física-saúde mental, corpo-
funcionalidade, afetação-neutralidade. Conclusões Percebe-se que, a partir de uma educação teórico-prática
orientada para a práxis e para a ética do cuidado, de uma perspectiva crítica em terapia ocupacional, é possível
oferecer uma formação profissional em atenção hospitalar voltada para a produção de um cuidado integral e
humanizado.
Descritores: Assistência integral à saúde; Terapia ocupacional; Cuidado da criança; Processo saúde-doença
O câncer infanto-juvenil, no Brasil, foi inserido como prioridade na agenda pública de saúde. Nas últimas
quatro décadas, o progresso no tratamento foi extremamente significativo sendo um dos procedimentos, o tratamento
por meio do Transplante de Medula Óssea, ação de alta complexidade, marcada por uma série de restrições aos
pacientes. O adoecimento e a hospitalização da criança podem promover alterações nas atividades de vida diária,
brincar, lazer, atividades escolares e participação social que irão interferir no desenvolvimento. A terapia ocupacional
pode proporcionar uma vivência no hospital mais acessível quanto às possibilidades de participação, favorecendo o
desenvolvimento por meio de atividades. O objetivo do estudo é descrever um caso de prática bem sucedida em
terapia ocupacional, a partir do relato do profissional sobre suas experiências e reflexão sobre suas ações,
particularmente aquelas responsáveis pela promoção de participação e autonomia nas atividades de crianças em
idade escolar que vivenciaram o processo de transplante de medula óssea. Trata-se de uma pesquisa descritiva,
com abordagem qualitativa. O estudo foi aprovado e conduzido sob as diretrizes do Comitê de Ética em pesquisa
com seres humanos. O participante tem formação em terapia ocupacional, experiência no referido contexto e,
compõe a equipe de um hospital oncológico de uma cidade de médio porte do interior do Estado de São Paulo. O
principal instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturado. Visando adequação do roteiro
de entrevista, este foi submetido a um estudo piloto, a fim de executar possíveis ajustes necessários. Após a coleta,
a entrevista foi transcrita na íntegra e analisada na perspectiva da Análise de Conteúdo. Os dados foram divididos
em 6 categorias e subcategorias. Os resultados demonstram: (1) que em relação aos contextos escolar, familiar e
social, estes foram afetados negativamente pela hospitalização; (2) em relação aos fatores essenciais para alcançar
práticas bem sucedidas foi possível perceber que o vínculo entre paciente e terapeuta, e as atividades desenvolvidas
foram relacionadas à prática bem sucedida; (3) que o terapeuta ocupacional como facilitador, promove intercâmbio
com outros profissionais, familiares e amigos ações necessárias à criança; (4) quanto à definição de prática bem
sucedida, esta foi compreendida como aquela onde os objetivos propostos pelo paciente são alcançados e, em
conjunto, entre paciente e terapeuta; (5) as atividades relatadas visam à promoção da autonomia, autoestima,
aproximação familiar e com amigos, e na retomada de atividades escolares, e relacionada diretamente à promoção
do desenvolvimento; (6) finalmente observa-se que em relação aos pressupostos teóricos são identificados como
aqueles que se aproximam da formação na graduação, e próximo ao que é desenvolvido na instituição que se está
inserida. Diante do relato de caso fica evidente que a prática bem sucedida em terapia ocupacional com crianças que
vivenciaram transplante de medula óssea pressupõe investimentos em determinados aspectos do processo
terapêutico, especialmente a vinculação terapeuta-paciente, a ação de traçar e atingir objetivos, conjuntamente, e a
própria atividade como promotora do desenvolvimento.
Descritores: Atividades humanas; Terapia Ocupacional; Transplante de Medula Óssea; Crianças
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O processo de hospitalização causa diferentes modificações na vida da criança, afastando-a de sua rotina,
da sua família, dos seus amigos e confrontando-a com a dor e a limitação, despertando sentimentos de culpa e
medo. É importante para que a criança consiga elaborar essa experiência, que na maioria das vezes é desagradável
ou traumática, que ela disponha de instrumentos de seu domínio, como o brincar, área de desempenho inseparável
do processo de desenvolvimento e construção dos papéis sociais da criança. Nessa perspectiva o lúdico surge como
um recurso terapêutico, auxiliando a criança a lidar com diversas situações. Através do brincar, a criança pode
expressar sentimentos e se desenvolver dentro do contexto hospitalar, já que este não possui estímulos próprios de
um ambiente naturalmente infantil. O objetivo desse trabalho é mostrar a importância do brincar, através do olhar da
Terapia Ocupacional inserida em um projeto de extensão universitária de atenção à saúde da criança em hospitais
de Maceió. O projeto é interdisciplinar, de extensão Universitária formado por estudantes de graduação de diferentes
universidades e cursos, dentre eles a terapia ocupacional. Inspirado nas idéias dos palhaços-doutores de São Paulo
visa amenizar o sofrimento das crianças internadas utilizando uma variedade de atividades lúdicas. Busca assim,
mudar a visão da hospitalização e resgatar o ser criança, minimizando os traumas ocasionados pela internação.
Estes palhaços-doutores contribuem também para positivar a imagem que a criança tem do hospital, tanto do espaço
físico como de quem o compõe, modificando o cotidiano da internação mesmo após a sua saída da ala pediátrica
além de transformar a visão de muitos profissionais que enxergam a criança como adulto em miniatura, sem ter a
noção clara de que a doença é um ataque a criança, a sua infância e a sua integralidade. A inserção dos alunos de
terapia ocupacional nas atividades desenvolvidas pelo projeto além de possibilitar a minimização dos desconfortos
ocasionados pelos processos invasivos e da própria internação, busca usar o brincar como recurso terapêutico,
reaproximando as atividades rotineiras interrompidas pelo processo de hospitalização, promovendo a continuidade
do desenvolvimento, ofertando brincadeiras e atividades livres e, ajudando também no processo de socialização e
interação entre as crianças de uma mesma enfermaria e até por vezes, de enfermarias diferentes. A inserção da
Terapia Ocupacional neste projeto é de extrema importância, já que o brincar é uma importante área de desempenho
ocupacional da criança e é inerente ao homem e como tal, deve ser entendido, respeitado e incentivado mesmo no
contexto hospitalar. Para a criança hospitalizada este tipo de intervenção possibilita trazer o que lhe é familiar, o
universo lúdico típico da infância, permitindo que a criança construa algo positivo e continue a se desenvolver no
momento da hospitalização.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Promoção da Saúde; Jogos e Brinquedos
45. ERGONOMIA HOSPITALAR COM FOCO NO PACIENTE E A TERAPIA OCUPACIONAL: UMA REVISÃO
NARRATIVA
Jacob, Luana Ramalho; Maia, Fernanda do Nascimento
Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz
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estendendo-se por todos os aspectos da atividade humana, na qual considerações de ordem física, cognitiva, social,
organizacional, ambiental e de outros aspectos relevantes, devem ser levadas em conta, fica clara a importância da
aplicação da mesma voltada à todos os sujeitos. No caso do paciente, que devido à hospitalização e à sua condição
de saúde, fica restrito na realização de suas atividades do modo convencional, acreditamos que a abordagem
ergonômica pode ser o diferencial para auxiliá-lo na realização de suas atividades.
Descritores: Ergonomia; Terapia Ocupacional; Hospital; Paciente
Introdução: A gravidez é um momento único e especial para a mulher, que vivencia inúmeras mudanças
físicas, fisiológicas e emocionais. Apesar deste processo transcorrer sem intercorrências para a maior parte das
mulheres, há uma pequena parcela de gestantes que apresentam risco de evolução desfavorável tanto para o feto
quanto para a mãe, devido a alguma doença prévia ou condição clínica. Nestes casos, a gestação é considerada de
alto risco, em alguns casos a mulher necessitará ser internada para monitoramento e cuidados mais específicos
oriundos de uma equipe multiprofissional (BRASIL, 2010, p.7-9). Objetivo: Descrever a atuação do terapeuta
ocupacional na assistência à gestante de alto risco internada como forma de humanização do cuidado, engajamento
em atividades significativas e resgate à rotina anterior à hospitalização. Casuística: A qualidade da assistência
hospitalar, em especial a assistência à mulher no ciclo gestacional, tem sido alvo de inúmeras críticas que propõem
mudanças no modelo de atenção, com o objetivo de focar, cada vez mais, as demandas e necessidades específicas
da paciente (DITTZ, 2006 , p.38). Atualmente, o Ministério da Saúde incentiva a promoção da maternidade segura e
a humanização da atenção prestada a essa parcela de gestantes que encontram-se num processo de ruptura do
cotidiano anterior e preocupação com a gestação atual (BRASIL, 2010, p.7-13). A partir disso, percebe-se a
importância de uma atenção holística e individualizada. Método: Estudo do caso de uma gestante de alto risco
internada no Alojamento Conjunto do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Discussão: Paciente
L., 22 anos, casada, recepcionista e maitre, foi internada devido a ruptura prematura de membrana. Paciente natural
de uma tribo indígena de Goiás, poliglota, estudante de administração. Apresentou demandas relacionadas ao
engajamento em atividades de lazer, estudo e laborais como forma de preservação de sua identidade e adaptação à
rotina institucional, além de dificuldades de comunicação com a equipe. Foram realizados com a paciente:
Exploração e engajamento em atividades de lazer e atividades de estudo; Reflexões sobre planejamento familiar;
Orientação em relação a comunicação intrapessoal com a equipe de Saúde do Alojamento Conjunto; Simulação da
apresentação de seu trabalho de conclusão e curso e preparação para a alta. Resultado: Observou-se que a
participação em atividades significativas favoreceu o aumento da regulação emocional, fortalecimento da
identidade e consequente adaptação à rotina hospitalar. Após receber alta hospitalar, a paciente declarou que sentia-
se mais preparada para retornar às suas atividades do cotidiano. Conclusão: Durante a internação, o afastamento
dos papéis ocupacionais anteriormente exercidos, como a participação no cotidiano familiar e o engajamento em
atividades de trabalho e lazer agravaram o processo de perda de identidade e a manifestação de sentimentos
negativos desta paciente. Percebeu-se, portanto, a necessidade de ações que auxiliassem essa gestante na
adaptação ao novo cotidiano vivenciado (MARTINS, 201_, p.2). A partir dos resultados positivos obtidos, a Terapia
Ocupacional, destacou-se, como promotora de qualidade de vida ocupacional de L. durante o período de internação.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Gestantes; Assistência Perinatal
A atenção humanizada perinatal vem ganhando espaço no cenário de assistência à saúde no Brasil após a
incorporação de ações voltadas a implantação e implementação do Método Canguru. Nos últimos anos foram
publicadas Portarias Ministeriais que apoiam estratégias para a atenção humanizada nesse contexto (BRASIL, 2007;
2012). A preconização da atenção aos familiares, considerando o casal grávido, a gestante, a mãe e o pai do recém-
nascido de alto risco como participante ativo do processo é ressaltada como uma dessas medidas (BRASIL, 2007).
Dentre os objetivos assistenciais, destacam-se: Contribuir para a realização da atenção humanizada no cuidado da
mulher e do recém-nascido; Estimular a participação da mãe em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); e
Facilitar a adaptação e o enfrentamento pela mãe das situações vivenciadas nesse contexto. Esse trabalho
compreende o relato de experiência do acompanhamento do profissional de Terapia Ocupacional Residente do
Programa de Saúde da Mulher, à paciente em cuidado perinatal durante a gestação de alto risco, seguido da atenção
materno-infantil em unidade neonatal. A intervenção em Terapia Ocupacional inicia-se no Alojamento Conjunto,
unidade onde a gestante de alto risco permanece por período prolongado, devido a mau prognóstico fetal. Dentre as
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condutas realizadas pelo terapeuta ocupacional nesse ambiente destacam-se: Realização da visita à UTIN, em
cumprimento a estratégia da primeira etapa do Método Canguru, para a gestante se ambientar e sanar dúvidas sobre
o funcionamento da unidade contando com a participação de um profissional da Enfermagem; Confecção de carta ao
filho de nove anos afastado do contato com a mãe, devido à hospitalização e ao contexto familiar; Participação em
ação de humanização organizada por residentes de Terapia Ocupacional nomeada “Dia da Beleza”; e Construção de
lista de atividades de interesse, segundo as áreas de ocupação, para aumentar o repertório de atividades que podem
ser realizadas pela gestante no ambiente hospitalar. Após a interrupção da gestação e imediata admissão do RN em
UTIN, foi dada continuidade ao cuidado materno-infatil, através de atendimento à mãe de forma individual e em
grupo de mães na unidade neonatal. Destaca-se, nesse momento, a realização da atividade de confecção do “Álbum
do bebê”, visando facilitar a vivência atual/futura do processo de luto da mãe e da família, devido ao mau prognóstico
do RN. Em atendimento em grupo, coordenado por residentes de Terapia Ocupacional, foram realizadas atividades
expressivas e dinâmicas grupais como estratégia para facilitar o desenvolvimento do vínculo mãe-bebê, a troca de
experiência entre mães e o enfrentamento das situações vivenciadas no contexto da unidade. Observou-se que a
atenção centrada nas necessidades da mãe em ambiente neonatal contribui para a vinculação materno-infantil e
capacidade de maternagem, fator essencial para a participação da mãe e para o desenvolvimento psicossocial do
bebê. Esse cuidado também busca amenizar o sofrimento mental ocasionado pelo medo, ansiedade e estresse
decorrentes da hospitalização do filho recém-nascido. Por fim, ressalta-se a necessidade da atenção
multiprofissional, na qual todos os profissionais estejam envolvidos com o cuidado humanizado a mãe e ao recém-
nascido em unidade neonatal.
Descritores: Terapia Ocupacional; Assistência Perinatal; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Introdução: A evolução na organização e planejamento da gestão dos serviços de saúde tem acarretado
atuação administrativa mais efetiva dos profissionais que atuam na área hospitalar. O terapeuta ocupacional,
tradicionalmente voltado para funções exclusivamente assistências, deve estar em consonância com essa nova
realidade. A escolha e elaboração de indicadores assistenciais de terapia ocupacional podem contribuir para
organização do serviço, servindo como instrumento para tomada de decisões estratégicas dentro dos processos
assistenciais e administrativos. A disseminação e sistematização da análise desses indicadores entre os membros da
equipe que compõe o serviço de Terapia Ocupacional auxiliam na efetivação e fidedignidade desses indicadores.
Objetivo: Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar os principais indicadores de processos assistências
do Serviço de Terapia Ocupacional fundamentais no planejamento e gestão do serviço. Casuística e método: Os
dados coletados se referem aos atendimentos de Terapia Ocupacional realizados no 1º semestre de 2014, em uma
enfermaria de um hospital público pediátrico, de alta complexidade, da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição
de ensino. Para a criação dos indicadores assistenciais, foi realizada a padronização dos processos assistenciais da
intervenção terapêutica ocupacional, dividindo-os por procedimentos; a padronização dos itens que compõe a
estatística de atendimento; e a coleta de dados estatísticos na instituição para compor o denominador do indicador.
Resultados: No 1º semestre de 2014 foram atendidos 207 pacientes e realizados 537 atendimentos em uma
população de 330 pacientes. A partir desses dados, elaborou-se 02 indicadores principais do processo assistencial:
nível de cobertura (porcentagem de pacientes atendidos na enfermaria/mês) e elegibilidade para intervenção
terapêutica ocupacional (porcentagem de pacientes com demanda para atendimento). Outros 05 indicadores foram
criados, divididos por tipo e procedimentos: intervenção individual, grupal, tecnologia assistiva, orientação ao
cuidador e encaminhamento. A média mensal de cada indicador no 1º semestre de 2014 foi de: 62,73% para o nível
de cobertura; 83,6% com elegibilidade; 52,67% atendimentos individuais; 8,19% atendimentos grupais; 13,90% com
necessidade de TA; 12,57% de orientação ao cuidador e 0,95% para encaminhamentos. Discussão: No indicador
nível de cobertura, a porcentagem obtida é em função da não cobertura do serviço de TO aos finais de semana, o
que faz com que alguns pacientes não sejam avaliados pelo terapeuta ocupacional. A análise dos resultados do
indicador de elegibilidade, por tipo e procedimentos, é importante para nortear o planejamento e gestão do serviço de
Terapia Ocupacional quanto à necessidade de recurso humanos, materiais e de infraestrutura, pois demonstra o
número real da demanda para atendimento de Terapia Ocupacional e os tipos e quantidades de procedimentos
realizados. Conclusões: Elaborar e analisar os indicares dos processos assistenciais é uma ferramenta de gestão
para o planejamento do serviço de Terapia Ocupacional, capaz de auxiliar na melhoria da qualidade da assistência
terapêutica ocupacional.
Descritores: Administração Hospitalar; Indicadores; Planejamento em Saúde; Terapia Ocupacional
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Introdução: O Transplante de Medula Óssea é um tratamento que vem sendo utilizado em casos de
doenças hematopoiéticas, oncológicas, hereditárias e imunológicas, podendo ser autólogo, alogênico ou singênico,
apresentando três fases, o pré-TMO, TMO e pós-TMO e suas complicações podem ser crônicas ou agudas. Durante
esse período de tratamento a terapia ocupacional pode ajudar o paciente a enfrentar esse momento. Objetivo:
Caracterizar o trabalho desenvolvido no grupo de terapia ocupacional e compreender seu impacto nos pacientes
submetidos ao transplante de medula óssea. Método: Pesquisa qualitativa, descritiva e de corte transversal. Foram
realizadas entrevistas, com oito participantes no início da participação nos grupos de terapia ocupacional e na
perspectiva de alta médica, além da observação direta de 18 sessões do grupo. Resultado: Verifica-se que os grupos
são abertos e diversas atividades, em geral artesanais, são oferecidas aos participantes, sendo eles quem as
escolhem. Foi possível elencar também: as mudanças que os participantes encontraram em suas vidas a partir da
necessidade do TMO, como a quebra do planejamento de vida, pensamento na morte, incapacidade de realizar
algumas atividades; o que o fazer atividades pôde lhes proporcionar: não pensar na tristeza, realização por ter uma
nova experiência, distração, sentimento de utilidade; e a importância que o grupo teve no momento em que estavam
em tratamento: ter uma ocupação para não pensar apenas no tratamento, interagir com outras pessoas, relaxar, ter
paciência; e a respeito das redes de suporte: família, amigos e hospital. Por meio dos grupos, foi possível mudar o
foco da doença ou do tratamento para a atividade; conhecer e experimentar novas atividades nunca realizadas
antes; interagir entre si e com as terapeutas ocupacionais, podendo compartilhar sentimentos e pensamentos,
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receber apoio, brincar, conhecer melhor uns aos outros e transformar preconceitos antes existentes. Discussão: A
dinâmica de funcionamento do grupo favorece benefícios aos participantes: mudar o foco da doença ou do
tratamento para a atividade; conhecer e experimentar novas atividades nunca realizadas antes; interagir entre si e
com as terapeutas ocupacionais. Além disso, a forma como as terapeutas ocupacionais acolhem e a relação que
estabelecem com cada participante interfere diretamente no significado que as atividades realizadas, e o grupo em
si, têm para cada um. Conclusões: Os grupos de terapia ocupacional realizados com pacientes submetidos ao TMO
são efetivos, uma vez que podem ser trabalhadas questões relacionadas ao tratamento da doença, sua volta à rotina
com ou sem adaptações, as novas relações sociais, entre outras questões, num cuidado integral ao sujeito.
Descritores: Transplante de medula óssea; Terapia Ocupacional; Grupo de atividades.
Introdução: O brincar é a principal atividade infantil que promove desenvolvimento de habilidades motoras,
sensoriais, cognitivas, emocionais, sociais e culturais. Processos como adoecer e hospitalização influenciam e
interferem na capacidade de brincar e se sentir criança. Quando a criança é hospitalizada, muitas vezes se torna
privada de brincar, o que trará conseqüências e impactos em seu desenvolvimento global. Objetivos: Levantar o
histórico de atividades lúdicas por meio da visão de mães de crianças hospitalizadas e verificar como o processo de
internação influencia no desenvolvimento do brincar. Método: Pesquisa descritiva realizada com seis mães
acompanhantes de crianças de 0 a 12 anos hospitalizadas por mais de sete dias em uma enfermaria pediátrica. Os
dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada utilizando se o Histórico Lúdico de Takata (1974),
analisados através da freqüência absoluta de aparição e por análise de conteúdo. Foram organizados por tabulação
e categorizados em: brincar na fase desenvolvimental anterior; na fase desenvolvimental atual e no hospital.
Resultados: Pela primeira categoria verificou-se que todas as crianças brincavam de acordo com a faixa etária
esperada e com irmãos, amigos, ou sozinhos. Na categoria dois, brincaram de forma tranqüila e harmoniosa com
outras crianças ou de forma agressiva e agitada. Na terceira, quanto ao brincar no hospital, as mães relataram
mudanças significativas, pois brincavam de forma mais agressiva e impaciente ou se tornaram muito quietos e
retraídos diferentemente do perfil da criança anterior a hospitalização. Discussão: O brincar não pode ser isolado do
contexto onde a criança está, recebe influências do meio físico, social e cultural, depende da presença ou ausência
de outras pessoas e da disponibilidade de brinquedos e objetos. Na maioria das vezes as mães são as
acompanhantes das crianças durante a hospitalização e se sentem responsáveis por acolher, suportar e estimular
seu filho hospitalizado. Devido ao processo de hospitalização, elas manifestam sentimentos de angústia e culpa por
acreditarem não estar cumprindo fielmente seu papel de mãe e por vivenciarem uma ruptura na rotina familiar, onde
estavam acostumados a ver o filho saudável brincando livremente. Apesar disso, verificou-se que o brincar teve
importância não só para as crianças, mas também para as mães, pois proporcionou ambos a reorganização interna e
descanso. Nos momentos em que brincavam com seus filhos, podiam deslocar o foco de pensamento e atenção
para algo além da doença e da hospitalização. Sentiam-se confortadas por verem suas crianças doentes
participando de uma brincadeira e assim esquecendo por algum tempo os efeitos negativos gerados pela
hospitalização. Conclusão: De acordo com as respostas maternas quanto ao brincar das crianças, foi possível
verificar diferenças entre o brincar atual e o brincar no hospital. Percebeu-se mudanças quanto à maneira como as
crianças brincam, sendo que fora do hospital algumas eram calmas e tranqüilas, e dentro do hospital encontravam-se
agressivas e impacientes. De acordo com as faixas etárias apresentadas, as crianças brincavam de forma agitada,
porém, no hospital estavam mais quietas e retraídas.
Descritores: Hospitalização, mães, percepção, criança, atividade
hospitalização provoca uma alteração dos estímulos e experiências que normalmente seriam vivenciados pela
criança em seus primeiros anos de vida. Um dos principais estímulos normalmente vivenciado pelas crianças fora do
ambiente hospitalar e primordial para o padrão experiência/aprendizado é o brincar. Tanto o processo de
adoecimento como a própria experiência vivida dentro do hospital, podem modificar o desenvolvimento e a qualidade
de vida da criança, ao alterar suas relações com o meio. Desta forma, a presença de objetos que colaborem com a
configuração de um ambiente lúdico no cotidiano de crianças hospitalizadas torna-se fundamental para o
estabelecimento de um espaço de exploração e crescimento. Com base nessa realidade o presente estudo teve
como objeto o “Brinquedo Permanente” como estímulo constante ao desenvolvimento global de crianças internadas
em uma Unidade Intermediária de média e alta complexidade. Entendendo por “brinquedo permanente” o objeto
constante, destinado a permanecer junto à criança. Essa pesquisa objetivou investigar o brinquedo permanente
como estímulo constante ao desenvolvimento global de crianças internadas em uma Unidade Intermediária de um
hospital de média e alta complexidade, a partir da visão dos profissionais de saúde que atuam na unidade. O método
se caracterizou por uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, composto pelas seguintes fases:
observação participante da rotina de crianças internadas na Unidade Intermediária de um Instituto Nacional de Saúde
da cidade do Rio de Janeiro, com idade cronológica de 0 a 2 anos; entrevistas semi-estruturadas com profissionais
de saúde, de diversas categorias, que atendiam aos pacientes da unidade. Os achados corroboraram a importância
do brinquedo permanente como recurso primordial ao desenvolvimento global durante a hospitalização infantil, na
visão dos profissionais entrevistados. É importante destacar que neste contexto o brinquedo permanente pode ser
considerado como um recurso de tecnologia assistiva a ser explorado pelos terapeutas ocupacionais e seu uso
contribui para uma possível resignificação do modelo tradicional de intervenção e cuidado de crianças hospitalizadas.
Descritores: Jogos e brinquedos; Desenvolvimento infantil; Criança Hospitalizada; Terapia Ocupacional
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Introdução: O processo de hospitalização gera no sujeito inúmeras mudanças e rupturas de suas relações e
em seu cotidiano. O sofrimento vivenciado neste contexto é amplo: a solidão, medo e dependência dos outros se
fazem presentes. A Terapia Ocupacional no contexto hospitalar tem por objetivo minimizar os impactos gerados pela
hospitalização e processo de adoecimento, favorecendo a melhora do paciente no enfrentamento das condições
inerentes a sua internação, proporcionando espaços de vida saudável e ativa, diante um cotidiano tão limitado pela
doença. Para o processo terapêutico-ocupacional, todavia, o profissional necessita utilizar de procedimentos de
avaliação que permitem avaliar a necessidade de acompanhamento e intervir sobre a saúde do indivíduo, no entanto,
carecemos de protocolos e instrumentos que contribuam para a avaliação inicial dos pacientes adultos e idosos
hospitalizados. Objetivos: O trabalho objetiva apresentar uma proposta de instrumento de avaliação inicial para
triagem de pacientes adultos e idosos para acompanhamento terapêutico ocupacional durante o período de
hospitalização. Métodos: A partir de reflexões sobre a prática profissional no hospital e consulta às expertises na
área, a estudante de terapia ocupacional, supervisionada pelas docentes, elaborou roteiro de entrevista
semiestruturado e anexou instrumentos de avaliação do nível de independência, do estado mental, da dor, que
compuseram um protocolo de avaliação inicial. A etapa seguinte compreendeu a aplicação do protocolo em um
sujeito hospitalizado. Resultados e Discussão: O protocolo pode ser respondido pelo paciente ou acompanhante,
devendo identificar o informante. São obtidos dados referentes à identificação do paciente, sociodemográficos e
clínicos, tempo de internação, orientação espaço-temporal, quem o acompanha durante a internação, conhecimento
do motivo da internação, resumo do primeiro encontro com a terapeuta, perfil ocupacional do paciente, sua rotina, os
procedimentos e condutas do terapeuta ocupacional, o encaminhamento para serviços internos e externos do
hospital, outros instrumentos a serem aplicados e condutas na alta. Na aplicação do protocolo a uma paciente
hospitalizada, o mesmo mostrou-se útil e prático, contribuindo para o raciocínio clínico e condutas com a mesma.
Conclusão: Compreende-se a limitação do estudo e entende-se a necessidade de continuação do mesmo com
maiores critérios e ampliação da amostra, para que a sua viabilidade e qualidades psicométricas e clínicas sejam de
fato confirmadas. Pois, iniciativas que busquem sistematizar a avaliação de pacientes adultos e idosos no contexto
hospitalar pode contribuir para a consolidação das práticas dos terapeutas ocupacionais que necessitam diariamente,
na atuação profissional, demonstrar aos diversos profissionais da equipe de cuidados hospitalar os objetivos de suas
ações.
Descritores: Avaliação; Hospital; Terapia Ocupacional
INTRODUÇÃO: O câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos, altamente letal, com sobrevida
em média de cinco anos. Diante disso, pensar na morte gera sentimentos de ameaça e ansiedade. Os cuidados
paliativos, como filosofia de cuidado, tem como elementos fundamentais, o controle da dor e outros sintomas, o
cuidado com as dimensões psicossociais e espirituais de pacientes fora de possibilidade de cura e seus familiares. A
espiritualidade constitui-se em uma estratégia importante diante de situações consideradas difíceis, como no caso do
câncer, que produz um forte impacto na vida do sujeito, cujo tratamento é permeado por eventos estressores. A
utilização de estratégias de enfrentamento espiritual e religioso está associada a um comportamento mais ativo,
planejado, com reinterpretação positiva,suporte social e emocional por parte dos pacientes. Um meio de abordar a
espiritualidade é através da arte, que auxilia os indivíduos a lidar melhor com seus conteúdos internos, estabelecer
seu equilíbrio emocional, encontrar sua própria linguagem expressiva. OBJETIVO: Relatar uma experiência de
intervenção através da arte, com foco na espiritualidade, buscando um sentido para a vida e para a morte.
METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, realizado em uma Enfermaria de Cuidados Paliativos, de um
Hospital localizado na cidade de Recife – PE. Foi atendido um paciente de 62 anos, com diagnóstico de câncer de
pulmão com metástase linfonodal e doença pulmonar obstrutiva crônica, dependente de oxigênio em cuidados
paliativos, apresentando reinternação devido quadro de dispnéia e episódios de delirium. O mesmo era
acompanhado pela equipe multiprofissional do setor, sendo que poucas vezes aceitava intervenção. Levando em
consideração seu antecedente ocupacional, era artesão, foi proposta uma atividade com argila. A intervenção foi um
atendimento único, em conjunto pela terapia ocupacional, psicologia e fisioterapia, no qual o paciente esteve livre
para construir o que desejasse. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Durante a intervenção o paciente criou diversas
esculturas, refletindo sobre sua atitudes passadas e valores vivenciados, relacionando-os ao processo de criação, ao
relatar que tudo pode ser modificado. No decorrer da atividade o paciente relatou experiências de sua vida e pode
refletir sobre o seu contexto atual de sofrimento. Compreendeu que apesar de suas limitações, ainda teria novas
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possibilidades a escolher, o que permitiu encontrar um sentido para sua vida, transcendendo ao seu sofrimento e
lidando de uma melhor forma com sua finitude. Os resultados dessa intervenção vão de encontro com estudos da
literatura que apontam o encontro de um sentido na morte como facilitadora da aceitação do processo de finitude.
CONCLUSÃO:O relato de experiência apresentado demonstra a importância de considerar a percepção do paciente
sobre sua vida e como isto interfere no seu modo de ser. Diante da proximidade da morte, o paciente pode
compreender que novas atitudes podem ser tomadas em situação de sofrimento, ressignificando sua situação de
vida através de uma expressão artística, onde ele pode manifestar sua espiritualidade e encontrar um sentido para
sua morte.
Descritores: Cuidados paliativos; Espiritualidade; Arte
INTRODUÇÃO: Com o adoecimento, toda a família passa por momentos de sofrimentos e situações de
mudanças, demandas físicas e emocionais para os cuidados, alterações na rotina cotidiana, transformação de papéis
e responsabilidades, adiamento de projetos, preocupações financeiras, entre tantos outros aspectos. A sobrecarga
do cuidador é definida como o conjunto de problemas físicos, psicológicos, emocionais, sociais e financeiros
experimentados por aqueles que cuidam de pacientes com algum tipo de comprometimento. A utilização de grupos
terapêuticos junto aos cuida dores apresentam-se como possíveis estratégias ações de cunho psico- educacional,
psicossocial e/ou psicoterapêutico e objetivam a compreensão e a aceitação do diagnóstico, a criação de estratégias
de enfrentamento e o conhecimento sobre recursos possíveis para o manejo e possibilidade de expressar
preocupações e emoções. Nesta perspectiva, os Cuidados Paliativos tem como um dos seus princípios
fundamentais, a assistência aos familiares dos pacientes, sendo esta parte fundamental para um cuidado integral e
humanizado. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo relatar uma experiência de intervenção junto a um
grupo com cuidadores de pacientes em Cuidados Paliativos. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência,
realizado em uma Enfermaria de Cuidados Paliativos de um Hospital localizado na cidade do Recife – PE. Foram
realizados doze grupos, durante três meses, uma vez por semana, sendo estes mediados por três terapeutas
ocupacionais, sendo duas residentes, e uma psicóloga, residente. Os participantes foram os cuidadores dos
pacientes internados na referida Enfermaria. Utilizado como recursos terapêuticos: dinâmicas, atividades que
favorecessem a discussão e reflexão de temas como cuidado e morte, relaxamentos e alongamentos, além de
momentos de escuta e orientações sobre a dinâmica da enfermaria. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os cuidadores
manifestavam verbalmente e emocionalmente as questões vivenciadas por eles no período de acompanhamento ao
seu ente na enfermaria; referem-se ao grupo como um momento de cuidar de si, relatando sentimentos de
tranquilidade e conforto no período de internação. Os resultados encontrados corroboram com estudo que apontam
os grupos psico-educacionais, psicossociais e psicoterapêuticos como abordagens não- farmacológicas capazes de
diminuir a sobrecarga do cuidador, à medida que eles tem a oportunidade de aumentar seus conhecimentos sobre a
doença, trabalhar seus sentimentos a respeito do diagnóstico do paciente e finitude, e trocar experiências.
CONCLUSÃO: A experiência com esse Grupo de Cuidadores, nesse contexto hospitalar, demonstra a relevância de
um momento exclusivo para atendê-los, visto que, geralmente, esses cuidadores apresentam-se com alto grau de
estresse físico, mental e emocional. Desse modo, o cuidado aos cuidadores possibilita-os estarem mais fortalecidos
para enfrentarem o processo de hospitalização, e consequentemente interfere de forma positiva na qualidade do
cuidado prestado aos pacientes
Descritores: Cuidados paliativos; Cuidadores; Terapia de grupo
57. O RUIDO NO CTI NEONATAL: UMA VIVÊNCIA DE SUAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS PARA O RECÉM-
NASCIDO
Machado, Letícia Guimarães; Leandro, Handula Janine Simões; Coelho, Renato Ramos
Fundação de Assistência Médica e de Urgência de Contagem, Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira
Introdução: O ruído é um som indesejável e incômodo cuja presença pode acarretar doenças e dificuldade
de comunicação. No entanto, não existe ambiente sem ruído. Assim, recomenda-se uma carga de ruído contínuo
(RC) compatível com a natureza do local, no caso de um Centro de Terapia Intensiva Neonatal (CTIn) esta é
estabelecida em 55 dB. No entanto, a dinâmica do serviço no CTIn, associado à presença de equipamentos com
seus respectivos alarmes, além do próprio profissional de saúde em um espaço exíguo pode gerar uma grande
quantidade de RC, repercutindo na evolução clínica do recém-nascido (RN) interno. Objetivo: Medir os níveis de RC
e estabelecer possíveis consequências entre seu excesso e a evolução clínica do RN internado em um CTIn.
Casuística e método: Durante 5 dias consecutivos, em seis horários diferentes, foi utilizado um decibelímetro
(Instrutemp, Brasil) para medir o RC durante 15 minutos dentro do CTIn. Resultado: O RC médio no CTIn durante as
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medições foi de 65,74 ± 0,37 dB. Discussão: Os resultados indicaram um RC médio acima dos 55 dB toleráveis. Isto
pode levar o organismo do RN a hipóxia, liberação de hormônio adrenocorticotrófico e adrenalina na corrente
sanguínea aumentando a frequência cardíaca e causando vasoconstrição sistêmica, dilatação pupilar, elevação da
pressão arterial e intracraniana, aumento do consumo de oxigênio e do gasto calórico. Em conjunto isto pode
retardar o ganho de peso e aumentar o tempo de internação. O estado de sono e vigília do RN também é
prejudicado, alterando o seu comportamento, tornando-o irritadiço e choroso, comprometendo seu desenvolvimento
e interação com os pais. Se este RC mantém-se cronicamente elevado, o RN pode apresentar alteração em seu tono
vagal e na ativação do eixo hipotálamo‑hipófise‑adrenal, elevando o nível basal de cortisol. Este aumento está
associado à perda neuronal no hipocampo e em alterações cognitivas, com repercussão na fala, linguagem e até em
futuros distúrbios de aprendizagem. Conclusão: Tendo em vista a grande possibilidade de consequências à saúde
do RN, a Terapia Ocupacional (TO) pode contribuir neste ambiente, promovendo a prevenção de agravos a saúde do
RN por meio de intervenções que favoreçam o desenvolvimento neuropsicomotor. Além disso, a TO também pode
intervir junto a equipe de saúde para a redução dos ruídos, através de atividades de educação continuada. Por fim,
este trabalho ateve-se a medição e descrição de eventuais consequências do RC à saúde do RN, novos estudos são
necessários para quantificar esta consequência, de forma a embasar ainda mais a atuação da TO para a solução
deste problema.
Descritores: Ruído; CTI neonatal; Recém-nascido; Terapia Ocupacional
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60. LUTO ANTECIPATÓRIO NO CUIDADOR FAMILIAR DE IDOSOS COM DEMÊNCIA: NOVAS PERSPECTIVAS
DE OLHARES PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Mattos, Emanuela Bezerra Torres; Silva, Márcia Laface; Medeiros, Erica Teixeira
Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP, Curso de Psicologia/UNIFESP
Introdução: O diagnóstico de uma doença crônica pode ser uma tarefa difícil de ser enfrentada para quem
convive com ela e seus familiares, visto que está comumente associada ao contexto sociocultural que estimula
crenças que reificam a vida e negam a doença e a morte. A demência tem atingido cada vez mais idosos, com o
aumento da expectativa de vida, causando prejuízos cognitivos, comportamentais e nas atividades cotidianas,
tornando o paciente dependente de cuidado, realizado geralmente por familiares. Desde o diagnóstico, o cuidador
familiar de idoso com demência vivencia impasses diante das significativas perdas que ocorrem com a progressão da
doença de seu ente querido, em relação ao passado, presente e futuro. Dessa forma, o processo de luto
antecipatório tem sido pesquisado no intuito de colaborar com o direcionamento de ações voltadas ao bem-estar do
cuidador a partir do apoio e suporte dos profissionais que compõem as equipes multidisciplinares nas quais a Terapia
Ocupacional tem desempenhado importante papel. Objetivo: Identificar e apresentar a produção científica
relacionada com a temática nos últimos seis anos. Casuística e Método: Foi realizada uma revisão sistemática da
literatura sobre o luto antecipatório nos cuidadores familiares de idosos com demência nas bases de dados
eletrônicas da PUBMED e PSYCINFO com os seguintes descritores "caregiver", "dementia" e "grief". Resultados:
Foram localizados 63 resultados incluindo teses, dissertações e artigos que abordavam a temática. Desses, foram
localizados apenas 23 artigos que centraram no luto antecipatório em cuidadores familiares de pacientes com
demência, sendo a grande parte realizados nos Estados Unidos. Dentre os principais objetos de estudo foram
localizados os conceitos de luto e seu papel no cuidado, o impacto do luto antecipatório no familiar cuidador,
questões precipitantes do luto antecipatório, a experiência do luto em cônjuges e filhos de pacientes com demência,
intervenções no luto de cuidadores familiares de pacientes com demência e instrumentos de avaliação do luto.
Discussão: O luto antecipatório em cuidadores de idosos com demência vêm ganhando espaço para discussão fora
do país, sendo fundamental a pesquisa sobre a forma como esses trabalhos estão se desenvolvendo para a
discussão e aplicação em nossa prática profissional. Conclusão: Faz-se necessário tornar pública a discussão do luto
antecipatório junto aos profissionais de saúde que lidam com cuidadores de idosos com demência no intuito de
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oferecermos serviços de suporte adequado a partir do despertar do olhar dos profissionais para essa nova temática
que muda a abordagem do acompanhamento pelos profissionais envolvidos.
Descritores: Cuidador; Demência; Luto
e Discussão: Do total de 50 questionários aplicados, observou-se que, 100% das mães acreditavam que os grupos
de atividades foram importantes para amenizar a ansiedade e estresse durante o período em que estavam
hospitalizados junto aos seus bebês. Diversos outros fatores foram explicitados, bem como a importância para mudar
o foco do sofrimento constante pela incerteza da data exata da alta hospitalar do seu bebê, o despertar da
necessidade do autocuidado materno, entre outros. Conclusão: Acredita-se que tais atividades possam facilitar o
ajuste emocional materno, bem como minimizar o estresse vivido pela família diante do longo período em contexto
hospitalar, estranho e adverso à condição natural do nascimento, haja visto a divergência existente entre o bebê real
e o bebê imaginado, vivenciado psiquicamente pelas mães.
Descritores: Hospitalização, Recém-nascido, Vínculo, Humanização da Assistência Hospitalar, Terapia Ocupacional.
Introdução: Este estudo integra a teoria e prática, propondo uma reflexão sobre a atuação do terapeuta
ocupacional no âmbito hospitalar. Relata a intervenção do serviço de terapia ocupacional, através de oficinas
terapêuticas na unidade de psiquiatria da instituição hospitalar, que abrange pacientes com transtornos mentais e
dependentes químicos. São atividades diárias que acontecem em grupo, sendo que todos os pacientes
hospitalizados são convidados a participar. Inicialmente, é realizado um acolhimento com os pacientes através da
roda de conversa, tendo como objetivo abordar temas do cotidiano, como questionamentos em relação ao
tratamento, ao seu estado de humor e atualidades nacionais. As intervenções tem como objetivo identificar e validar
as potencialidades e interesses dos pacientes, analisando o sistema do seu cotidiano, fortificando os vínculos, e
assim possibilitar o resgate de identidade e a reabilitação psicossocial. As oficinas são desenvolvidas através de um
planejamento estratégico que contém uma rotina semanal. Nesse espaço são confeccionados tapetes e feito
atividades expressivas tais como poesias, pinturas, modelagem e jogos. Este momento propicia a socialização entre
os participantes, reforçando a autonomia e independência, a exteriorização de pensamentos e sentimentos e
desenvolvendo um melhor vínculo entre equipe e paciente, diminuindo a longa permanência hospitalar e uma maior
adesão ao tratamento. Esse espaço visa ainda possibilitar uma valorização da fala através de debates e da reflexão
sobre o cotidiano, oportunizando ao paciente uma restauração do seu contrato como cidadão e produtor de sentido
para sua própria vida. As pessoas com transtornos mentais ou dependentes químicas são, geralmente, excluídas
socialmente, com isso, a prática dessas oficinas possibilita ao sujeito hospitalizado uma nova visão de si, fazendo
com que se sinta seguro para a construção de espaços para a participação na vida social. Observou-se, que a
expectativa negativa existente nos pacientes e familiares em relação ao setor foi modificada após o grupo, sendo que
a percepção deixou de ser referente a um local ocioso, tornando um ambiente acolhedor, com ocupação e rotinas
condizentes a um local humanizado. Conclui-se então que a profissão do terapeuta ocupacional está diretamente
relacionada a uma luta pela reintegração dos pacientes, atendendo aos interesses sociais, políticos e da saúde
pública, fazendo quebra de paradigmas sobre inclusão social e auxiliando na complexidade da condição
socioeconômica e cultural, em luta pela humanização.
Descritores: Psiquiatria; Terapia Ocupacional; Oficina Terapêutica
média de idade de 46,6 anos e ensino fundamental incompleto. Em relação à ocupação, 92,5% do grupo de estudo
estavam inativos, enquanto no grupo controle apenas 12,5%. Com a utilização do protocolo “Lista de Identificação de
Papéis Ocupacionais” identificou-se a média da distribuição dos papéis ao longo da vida; os dois grupos
apresentaram queda no presente GE (4,4) e GC (5,4) em relação ao passado GE (7,1) e GC (7,7) e aumento da
expectativa para o futuro GE (7,7) e GC (8,5). Através da análise comparativa entre os grupos, constatou-se que
houve diferença estatisticamente significativa nos papéis ocupacionais de trabalhador no tempo presente (p-
valor=0,0000), de cuidador nos tempos passado (p-valor=0,0289) e futuro (p-valor=0,0255), membro de família no
passado (p-valor=0,0015) e o papel passatempo/amador no tempo futuro (p-valor=0,0289). O estudo mostrou que
houve uma perda de papéis ocupacionais, em especial o de trabalhador, porém papéis como membro de família e
religioso aumentaram. Conclusão: O tratamento hemodialítico é complexo e afeta a vida ocupacional dos pacientes
renais crônicos, a maioria deles com perdas no desempenho dos seus papéis ocupacionais. Cabe ao terapeuta
ocupacional avaliar e intervir com recursos específicos, considerando como um dos seus objetivos prioritários a
promoção ou restauração do desempenho ocupacional.
Descritores: Insuficiência renal crônica; Diálise Renal; Terapia Ocupacional
Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome clínica causada pela perda progressiva e
irreversível das funções renais. O tratamento mais utilizado é a hemodiálise, que promove a filtração extracorpórea
do sangue através de uma máquina. O indivíduo com IRC sofre alterações que modificam os seus hábitos de vida,
levando-o ao isolamento social, a falta de perspectivas, redução da autoestima, estados depressivos e de ansiedade.
Diante disso, a Terapia Ocupacional (TO) contribui para a recuperação da capacidade de participação e engajamento
em ocupações significativas, consequentemente promovendo a melhora da qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar
a eficácia da atividade como recurso terapêutico na qualidade de vida do sujeito com insuficiência renal crônica que
faz tratamento hemodialítico em um hospital público universitário, de alta complexidade, localizado no interior do
estado de São Paulo. Casuística e Método: Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo e qualitativo, baseado
na aplicação do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, validado no Brasil; e um instrumento semiestruturado
sobre a importância do atendimento de Terapia Ocupacional formulado pelas pesquisadoras. O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital com parecer nº 334.310/2013. A casuística do estudo foi
composta por 60 sujeitos, sendo 30 do grupo de estudo (recebiam atendimento de Terapia Ocupacional durante a
sessão de hemodiálise) e 30 do grupo controle (não recebiam atendimento de Terapia Ocupacional durante a sessão
de hemodiálise). A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro a julho/2014. A análise dos dados foi
realizada através de média, mediana, desvio padrão e porcentagem. Resultados/Discussão: Os grupos de estudo e
controle foram compostos predominantemente por sujeitos do gênero feminino (54%), casados (54%), com média de
idade de 49,48, ensino fundamental incompleto (40%), católicos (60%) e em relação à atividade laboral a maioria
estava inativo, ou seja, aposentados, afastados, desempregados ou do lar (87%). Com o questionário de Qualidade
de Vida SF-36 observou-se que os domínios mais prejudicados nos grupos foram: limitações por aspectos físicos
com média de 32,5 e limitações por aspectos emocionais 39,44; a pontuação máxima e mínima dos dois domínios foi
100 e 0 respectivamente. Já o domínio menos prejudicado foi o de saúde mental com média de 66,13, tendo máxima
de 100 e mínima 4. Quando os sujeitos do grupo de estudo foram questionados sobre a importância do atendimento
de Terapia Ocupacional durante a sessão de hemodiálise 96,6% (N=29) afirmaram ser importante; já o grupo
controle foi perguntado se sentiam falta de desenvolver alguma atividade durante a sessão de hemodiálise, 46,6%
(N=14) estes afirmaram não ter interesse de realizar nada durante a sessão. Durante os atendimentos de TO, os
sujeitos sentiam-se mais relaxados e abertos para receber esclarecimentos e orientações; conseguindo expor suas
dúvidas, medos e angústias. Conclusão: Portanto concluiu-se que as atividades terapêuticas, lúdicas e/ou didáticas
proporcionam a manutenção da saúde emocional dos sujeitos envolvidos, podendo interferir positivamente na QV
dos sujeitos com insuficiência renal crônica em hemodiálise.
Descritores: Insuficiência renal crônica; Diálise Renal; Terapia Ocupacional
Atualmente, observa-se uma mudança no perfil epidemiológico da população infantil no Brasil e no mundo,
com maior sobrevivência de crianças com condições crônicas e necessidades especiais de saúde que exigem
cuidados especiais permanentes. Dentre estas condições de saúde, destacam-se as crianças estomizadas,
pertencentes ao grupo de crianças dependentes de tecnologia (CDT). Esta nova realidade traz desafios ao sistema
de saúde e às famílias, que vêem seu cotidiano modificado em função de novos cuidados complexos e contínuos. O
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objetivo deste trabalho é compreender o impacto da estomia no cotidiano da família da criança dependente de
tecnologia. Utilizou-se como metodologia a abordagem qualitativa, tendo como cenário de estudo um grupo de
familiares de crianças estomizadas. Os participantes da pesquisa foram famílias de crianças dependentes de
tecnologia que possuem filho(a) portador de algum tipo de estomia. Utilizou-se um diário de campo como instrumento
de coleta de dados no grupo, com os dados analisados pela técnica de análise de conteúdo na modalidade temática.
Quando uma criança com doença crônica apresenta a necessidade de submissão a uma estomia, seja para viabilizar
o funcionamento de um órgão ou função comprometida, ou para melhorar sua qualidade de vida, toda família é, em
maior ou menor grau, afetada por este evento. As mudanças no cotidiano se apresentam de forma multidimensional.
O impacto da dependência de tecnologia se dá em diversas dimensões: ocupacional, emocional e social. As
ocupações que os cuidadores antes exerciam se modificam em função das novas necessidades da criança, e a
própria criança tem seus ocupações alteradas: a depender do local da estomia, modifica-se a forma de tomar banho,
a alimentação, as funções de eliminação, a escolarização e também o brincar. No aspecto emocional, muitas famílias
se tornam fragilizadas e vulneráveis a alterações emocionais, tais como ansiedade, depressão, culpa, raiva, dentre
outros sentimentos. Identifica-se que as responsabilidades e desafios para cuidar da CDT acarretam sobrecarga
física e emocional principalmente para a mãe. Na dimensão social, identificou-se que cuidar de uma CDT pode
causar isolamento social para a família. As atividades sociais costumam ser drasticamente reduzidas em virtude das
impossibilidades impostas pelo cuidado, levando a família a um maior isolamento. A complexidade do estado de
saúde associado à dependência tecnológica é um desafio para o sistema de saúde e para a os profissionais da área
hospitalar. Torna-se necessário ter um olhar para o cotidiano da criança e de sua família e incluí-las no processo
terapêutico. O estudo aponta a relevância do desenvolvimento de um cuidado centrado nas famílias aplicáveis ao
cotidiano hospitalar.
Descritores: Atividades Cotidianas; Criança; Estomia; Família; Terapia Ocupacional.
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Introdução: Compreendendo a internação hospitalar como uma experiência bastante desagradável por
quem a vivencia, e a necessidade de práticas lúdicas para tornar o atendimento nos hospitais mais humanizado, o
Projeto de Extensão Sorriso de Plantão, de uma Universidade Federal com a abordagem da palhaçoterapia, dedica-
se para a promoção do bem estar físico e emocional dos pacientes internados, visando uma possível recuperação
em período mais curto, buscando humanizar a prática médica hospitalar, na tentativa de modificar a rotina de um
ambiente frio e estressante, através da arte do palhaço, abrangendo uma gama de situações lúdicas tais como:
jogos, desenhos, fantoches, contagem de histórias, músicas, entre outros. Objetivo: Relatar de experiência com
idosos hospitalizados e a utilização da música e palhaçoterapia, em um Projeto de Extensão, vivenciada por
Terapeutas Ocupacionais, enquanto integrantes do projeto, realizado em um hospital público, no Estado de Alagoas.
Método: A Estimulação Cognitiva é essencial no cuidado da Terapia Ocupacional ao paciente idoso, e considerando
a capacidade de adaptação e a plasticidade cerebral, visa estimular o que estiver conservado, compensar o que foi
perdido e desenvolver potenciais remanescentes. As atividades propostas ocorrem de maneira lúdica, favorecendo
os atos da vida cotidiana, utilizando cores, dias da semana, mês e ano, hora, sabores e outros recursos essenciais
como a música e a dança. O Projeto de extensão é composto por profissionais e universitários que visitam os
hospitais públicos do Estado de Alagoas, aos sábados, no período da tarde, voluntariamente. A experiência ocorreu
a partir das visitas semanais, na enfermaria adulta. Nestas visitas, a música e a brincadeira foram os recursos
centrais, oportunizando a participação e interação com o público abordado, sendo também trabalhados alguns
objetivos da Terapia Ocupacional. Resultados: Sob o ponto de vista da terapia ocupacional as atividades com as
músicas no ambiente hospitalar geraram ações de promoção de saúde, aumento do bem-estar dos idosos
hospitalizados, contribuindo para uma qualidade de vida durante todo este processo. Existiu também a oportunidade
de promover a socialização entre os idosos que estavam na mesma enfermaria, à criação de vínculos, e o estimulo
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de memória retrógrada, ao relembrarem as músicas de sua época. Assim, a música demonstrou ser capaz de
proporcionar uma reativação da memória dos pacientes idosos, no momento em que os mesmos reconstruíram e
reviveram passagens significativas de sua mocidade, percebendo o seu potencial intacto, permitindo o seu
autoconhecimento de ser ativo, melhorando a autoestima e enriquecendo subjetividades, para o enfrentamento da
sua rotina hospitalar. Conclusão: Diante desta experiência, foi possível observar grande satisfação dos sujeitos
envolvidos hospitalizados, percebendo a importância da música e da palhaçoterapia como instrumentos importantes
para a abordagem terapêutica ocupacional no ambiente hospitalar, atuante no amplo processo de humanização da
saúde.
Introdução: A doença renal crônica é uma lesão do órgão com perda progressiva e irreversível da função
dos rins. O paciente com Insuficiência Renal Crônica (IRC) em programa de hemodiálise é conduzido a conviver
diariamente com uma doença incurável que o obriga a uma forma de tratamento dolorosa, de longa duração e que
provoca alterações na interação social e desequilíbrios psicológicos, tanto do paciente como também de sua família,
repercutindo em sua qualidade de vida. Nos grupos de terapia ocupacional, cabe ao terapeuta analisar o complexo
processo que se cria, considerando a dinâmica que se instala no processo de interação entre os integrantes do grupo
e a realização de uma atividade. Objetivo: Relatar a experiência assistencial sobre a atuação da Terapia Ocupacional
com grupos de pacientes com IRC em tratamento no setor de Hemodiálise. Metodologia: Foram realizados três
grupos semanais por uma residente de Terapia Ocupacional, no período de seis meses, com duração aproximada de
uma hora cada grupo, durante o procedimento da hemodiálise. Cada grupo era composto por quatro participantes
diagnosticados com IRC, com um total de 12 participantes. As atividades propostas no grupo eram decorrentes do
interesse de seus participantes, sendo opcional a participação dos mesmos, tendo como principais objetivos
estimular as áreas de desempenho ocupacional do lazer e participação social através dos componentes de
desempenho psicossociais como autoestima, iniciativa, habilidades interpessoais, motivação, autonomia e auto-
expressão. Foram realizadas orientações a respeito do diagnóstico e tratamento, organização da rotina ocupacional,
atividades artesanais e expressivas, além de grupos de informações/orientações com a participação de outros
profissionais sobre temáticas referentes ao tratamento (acompanhamento nutricional, transplante renal, diálise
peritoneal, cuidados com a fístula). O registro do trabalho foi feito no caderno de campo e os dados foram
categorizados a partir da análise de conteúdo. Resultados: Ampliação do vínculo entre paciente - equipe
multiprofissional, maior conscientização do quadro clínico, reflexão e expressão acerca do tratamento na
hemodiálise, melhora no desempenho da rotina ocupacional, compartilhamento de experiências e ressignificação do
espaço pelos participantes. Discussão e considerações finais: A atuação da terapia ocupacional trouxe benefícios
consideráveis ao processo de hospitalização, contribuindo para maior autonomia e qualidade de vida dos pacientes,
maior troca de conhecimento e informações entre os pacientes e profissionais, ampliação da integração da equipe no
setor e ressignificação do processo de tratamento dos pacientes naquele setor. O trabalho da Terapia Ocupacional
no setor da Hemodiálise se mostrou fundamental para o enfrentamento do paciente com IRC ao longo do processo
de tratamento.
Descritores: hemodiálise; grupo; terapia ocupacional
Introdução: A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) é uma das áreas da Tecnologia Assistiva e a sua
introdução, no contexto hospitalar, vem contribuindo de forma decisiva para o cuidado e a integração dos pacientes
com dificuldades de fala ou escrita. No entanto, para que a utilização dos recursos de CAA seja efetiva nesse
contexto são imprescindíveis ações para a prevenção e controle das infecções hospitalares (IH). Objetivo: Descrever
as estratégias necessárias para utilização dos recursos de CAA no contexto hospitalar. Métodos: Trata-se de um
relato de experiência a partir das vivências de terapeutas ocupacionais para a realização do projeto “Implementação
da Comunicação Alternativa para os pacientes com dificuldades de fala em um hospital universitário”. Para execução
deste projeto, procedimentos preliminares foram adotados, dentre eles a parceria com a equipe da Comissão de
Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), que resultou em orientações e treinamento para a higienização adequada
das mãos e a utilização de proteção individual; na criação de um protocolo contendo informações sobre a forma mais
adequada para o transporte dos recursos, como protegê-los e a realização da sua limpeza e desinfecção após o uso.
Os recursos utilizados para a implementação da CAA foram: pranchas de comunicação impressas, tablets,
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comunicadores e computadores. Resultados: Os principais cuidados adotados foram: plastificação das pranchas
impressas; o envolvimento com plástico filme dos computadores, tablets, comunicadores, caneta para tablet, mouse
e acionador; a proteção com sacos plásticos dos materiais de apoio para as atividades, como mesa e plano
inclinado; o transporte por meio de um carrinho plástico; a estratégia de se evitar uso de materiais de difícil limpeza,
como os que apresentavam superfície irregular e pequenos orifícios; e a preparação anterior dos recursos utilizados
na intervenção. Ademais, após o uso dos materiais, orientou-se que os mesmos fossem colocados em saco plástico
e encaminhados para limpeza e desinfecção no expurgo. Essa ação era iniciada com a lavagem das mãos com água
e sabonete líquido, utilização de luvas de procedimento e a limpeza da bancada, seguida da retirada do plástico filme
dos recursos e a desinfecção por meio da fricção de todas as partes que compunham os recursos, com álcool 70%,
por três vezes. Discussão: As ações voltadas para o controle de IH devem contemplar todos os sujeitos envolvidos
no contexto hospitalar, uma vez que oferecerem risco significativo à saúde dos pacientes hospitalizados e dos
profissionais. As CCIH são os órgãos responsáveis pela criação, implantação, normatização e supervisão das
medidas de prevenção e controle das IH que devem ser seguidas e compostas por diferentes profissionais de saúde,
como médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Conclusão: Os dados mostraram a complexidade do uso de recursos de
CAA no ambiente hospitalar, e a necessidade de treinamento dos profissionais envolvidos em ações dentro deste
ambiente pela equipe do CCIH. E, ainda, que independente do objetivo do trabalho a ser realizado pelo terapeuta
ocupacional é necessário uma escolha cuidadosa dos recursos que serão utilizados.
Descritores: equipamentos de autoajuda; serviço hospitalar de terapia ocupacional e serviços de controle de infecção
hospitalar
Introdução: Este trabalho mostra a importância do atendimento do terapeuta ocupacional junto a uma
criança, acometida por sequela de varicela, cujas lesões culminaram em abscesso e lesão necrótica com perda de
substancia, risco de amputação de membro, e consequente comprometimento em seu quadro motor, referenciando
abordagens utilizadas no contexto hospitalar pelo profissional. Objetivo: Enfatizar a atuação do terapeuta ocupacional
no processo de reabilitação da criança no contexto hospitalar, mostrando a recuperação em conformidade com a
fase do desenvolvimento neuropsicomotor vivenciada pela criança. Casuística e Métodos: Inicialmente na fase
séptica o direcionamento do atendimento do terapeuta ocupacional foi voltado para a mãe, através de orientações
sobre os cuidados e atividades diárias no leito (banho, alimentação, posicionamento correto, o brincar, etc), bem
como o acolhimento diante da ruptura de seu cotidiano a uma nova realidade de hospitalização. Na fase seguinte de
recuperação pelo tratamento médico, foi observada a regressão de seu desenvolvimento neuropsicomotor, sendo
iniciado todo o processo de estimulação e reabilitação da criança para o resgate de sua autonomia. Resultado: Um
processo de resgate da autonomia através da ação do terapeuta ocupacional levando a reabilitação da criança
durante a estadia hospitalar. Discussão e conclusão: Superar a ambiência hostil hospitalar para a criança longe de
seu lar, em que o profissional aproxima-se quase sempre para procedimentos agressivos de realização de exames e
coletas ou administração de medicamentos é um processo de fundamental importância, pois não basta a atuação
médica medicamentosa e sim a ação multiprofissional, onde a terapia ocupacional tem sua devida atuação e neste
caso especifico levou a uma notória evolução positiva no quadro neuropsicomotor da criança ao atender desde o
início da hospitalização resgatando paulatinamente sua autonomia através de vivencias sensório motoras, permitindo
a execução do sentar, ficar de pé e posteriormente deambular com independência, bem como o brincar e as
atividades próprias da idade em diferentes fases do processo de hospitalização. A ação do terapeuta ocupacional
junto a genitora também foi de fundamental importância, pois forneceu ferramentas para a atuação da mãe com o
filho neste processo de hospitalização. Assim podemos concluir que o papel do terapeuta ocupacional no contexto
hospitalar foi de grande importância em todo esse processo desde o início do tratamento até a recuperação da
criança, onde após três meses de atendimento já executa suas atividades com independência e confiança, porém
ainda em uso do aparelho de tecnologia assistiva (órtese de posicionamento para o pé), com o seguimento
ambulatorial.
Descritores: Autonomia; hospitalização; terapeuta ocupacional
Introdução: O Centro de Terapia Intensiva (CTI) é uma unidade hospitalar que atende indivíduos graves ou
de risco, potencialmente recuperáveis e que exigem uma assistência de saúde contínua, através da atuação de uma
equipe de saúde multiprofissional, recursos especializados e equipamentos fundamentais. Neste contexto o
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terapeuta ocupacional é um profissional da saúde com recursos humanos especializado, capaz de facilitar o
desempenho das atividades essenciais da vida dos indivíduos. Já que muitas vezes os sujeitos internado em uma
CTI necessitam de cuidados dirigidos não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também para as questões
psicossociais, ambientais e familiares. Objetivos: Expor um relato de experiência sobre as ações da Terapia
Ocupacional em um trimestre do ano de 2014, no Centro de Terapia Intensiva adulto de um hospital público, terciário
e universitário localizado no interior do estado de São Paulo. Casuística e Método: Os pacientes eram identificados e
observados a partir das visitas clínicas e selecionados em nível de prioridade, a fim de prevenir disfunções e ou
agravos físicos-psico-afetivo-sociais, promover o desempenho ocupacional e qualidade de vida. Com as demandas
levantadas na avaliação terapêutica ocupacional destacaram-se intervenções de estimulação sensório-motora e
cognitiva, resgate de atividades significativas e de ocupações e facilitação na adaptação ao ambiente hospitalar
(posicionamento adequado; elaboração de estratégias para habilidades social de comunicação, tecnologia assistiva,
jogos; atividades manuais, música, leitura, alimentação, banho, orientação e acolhimento), além de atendimento aos
familiares com orientações, escuta ativa e complemento das avaliações terapêuticas ocupacionais do paciente. Os
atendimentos com duração de no mínimo 50 minutos, eram realizados as quartas feiras em período matutino e ou
vespertino e as sextas feiras no período matutino, por uma aprimoranda do serviço de terapia ocupacional hospitalar,
sob a preceptoria da terapeuta ocupacional do serviço, sendo que as segundas feiras no período matutino eram
realizadas as visitas clínicas com discussão de caso. Resultados: Durante o período de três meses foram realizados
em torno de 50 intervenções a pacientes e seus familiares. A grande maioria com adultos jovens e de meia idade,
mulheres, com familiares presentes e quadro clínico com diagnóstico e prognóstico variável. Com as intervenções
observa-se a possibilidade de manter, reabilitar e ou ampliar as habilidades de desempenho nas atividades
essenciais do paciente e das relações interpessoais (paciente – visitante e paciente – equipe). Discussão: Uma
hospitalização principalmente em um CTI traz para o sujeito modificações e rupturas no estilo de vida e em seu
cotidiano. As habilidades estão associadas e sofrem influência das condições e trajetórias dos sujeitos e de suas
famílias, das intenções e propósitos socializadores do contexto em que o individuo vive, elas fazem circular histórias,
memórias, significações, afetos e a ação. O sujeito, condutor central do processo, dá vida e tonalidade próprias à
habilidade, tendo a terapia ocupacional como facilitador. Conclusão: As intervenções do terapeuta ocupacional em
CTI são essenciais, visto que é fundamental favorecer a restauração do desempenho ocupacional do indivíduo, por
isso, faz necessário refletir às infinitas possibilidades de atuação deste profissional neste cenário e com esta
população.
Descritores: Terapia Ocupacional, Centro de Terapia Intensiva adulto, Estudos de intervenção
74. “HOJE VAI TER GRUPO?” AS TERÇAS AS QUINTAS-FEIRAS EM UMA CENTRAL DE QUIMIOTERAPIA
Oliveira, Natasha Pompeu; Wolf, Bianca Brunelli; Victal, Francine de Castro Alves
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Introdução: Adoecer, ter um câncer e tratá-lo, frequentemente, gera aos que adoecem dramáticas
modificações no estilo de vida e em seu cotidiano. Sendo a Terapia Ocupacional umas das profissões que auxilia na
adaptação, reconstrução e ressignificação deste cotidiano interrompido e a quimioterapia é um dos tratamentos mais
indicados no segmento oncológico faz se necessário refletir as infinitas possibilidades de atuação deste profissional
neste cenário e com esta população. Entende-se o grupo como uma modalidade de atendimento deste profissional
peculiar e de grande valia para unidades como Centros de Quimioterapia. Objetivos: Apresentar um relato de
experiência de uma das ações da Terapia Ocupacional em um trimestre do ano de 2014, na Central de
Quimioterapia de um hospital público, terciário e universitário localizado no interior do estado de São Paulo.
Casuística e Método: Os grupos eram destinados a pacientes e acompanhantes que estavam nesta Central de
Tratamento Quimioterápico sendo a participação voluntária. Além do acolhimento e da humanização hospitalar os
grupos propunham um espaço de saúde através de atividades de lazer e tinham como objetivo propor uma reflexão
acerca da reestruturação da rotina frente ao adoecimento, estímulo e manutenção de habilidades e o fortalecimento
de uma rede de suporte social interna, entre os membros que o compunham. Tinham duração de uma hora e trinta
minutos e foram realizados às terças feiras e às quintas no período matutino e vespertino, respectivamente com
coordenação rodiziada entre duas aprimorandas e uma estagiária, ambas do serviço de Terapia Ocupacional
Hospitalar, sob a preceptoria da terapeuta ocupacional do serviço de Oncologia Clínica. As atividades de lazer
proporcionadas foram adaptações de adivinhação (perfil, o que é o que é charada) stop, qual é a música, bingo,
contação de história, forca, amigo oculto, perguntando, homenagens à mãe e ambiente junino. Resultados: Durante
o período de três meses foram realizados 16 grupos, em que participaram 56 homens, 104 mulheres e 123
acompanhantes, com um total de 287 participantes. Durante as intervenções observa-se que foi possível a
construção de um cenário de saúde dentro de um espaço que cuida da saúde, a possibilidade de manter e ou
recuperar as habilidades de desempenho, as quais angariam condições para melhorias em áreas ocupacionais bem
como o reflexo destas nestes cotidianos e possibilitou aprimoramento nas relações interpessoais (paciente –
paciente, paciente – acompanhantes e paciente – equipe). Discussão: A atividade grupal proporciona aprendizagem,
é a possibilidade de uma nova elaboração de conhecimento, de integração e de questionamentos acerca de si e dos
outros. Tateando vários caminhos de mobilização, o grupo pode funcionar como uma caixa de ressonância,
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ampliando as possibilidades de intervenção e tornando-se para seus integrantes um ambiente confiável e facilitador
da exploração, assumindo uma função de empoderamento. Conclusão: O “hoje vai ter grupo?” fala comum entre os
pacientes, acompanhantes e membros da equipe nos faz refletir para além da expectativa de dias diferentes na
Oncologia, eles representam condições para a aquisição de conceitos, habilidades e estratégias, por isso, estes se
tornam pertinentes em uma Central de Quimioterapia.
Descritores: Terapia Ocupacional; Neoplasias; Antineoplásicos, Estudos de intervenção
Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença caracterizada pelo aumento da glicose no sangue,
chamada de hiperglicemia que se resulta de defeitos de secreção e/ou ação da insulina. Está associada à crescente
mortalidade e o alto risco de desenvolvimento de complicações vasculares. Estima-se que, em 2025, a incidência de
diabéticos alcançará 5,4% da população mundial. A DM pode resultar em diversas morbidades, como cegueira,
insuficiência renal e amputações de membros ocasionando uma diminuição da qualidade de vida. Para tratar estas
morbidades alguns indivíduos precisam de hospitalização, sendo esta caracterizada como um confinamento que gera
um momento grande de desamparo do indivíduo e de seus familiares submetendo à rotina do hospital. A visão dos
pacientes sobre o hospital, sendo um cotidiano marcado pela espera, da hora de tomar remédio, do retorno médico,
do banho, da hora de tomar água, não existindo assim, um sujeito que vive esse tempo, mas um tempo que anuncia
atividades de sobrevivência e cuidados clínicos incorporados ao seu dia-a-dia. Objetivo: Descrever uma possibilidade
de intervenção de terapia ocupacional junto ao paciente com DM em internação hospitalar. Metodologia: Trata-se de
um relato assistencial de uma paciente hospitalizada em instituição hospitalar, devido a complicações da diabetes
mellitus tipo 1. Foram realizadas 6 sessões durante o período de internação da paciente em um hospital universitário.
Resultados e Discussão: Com a utilização da avaliação padrão de T.O estabelecida pelo hospital universitário, foi
possível observar as demandas do cliente e assim fazer uma intervenção adequada. Cliente com a ruptura das suas
atividades diárias, ocasionada por pé diabético em estágio gravíssimo no qual seria necessário amputação.
Encontrava-se hospitalizada para o procedimento cirúrgico e com isso as estagiárias realizaram atividades
significativas com a paciente. De acordo com seu desejo, realizamos pintura em panos de prato com moldes de EVA,
a atividade foi um facilitador para que ela falasse um pouco mais de si, como a dificuldade de autocuidado, as
questões financeiras e o abandono do marido nesse momento intra-hospitalar. Com o passar dos atendimentos a
paciente foi se sentindo mais acolhida, resgatou seu interesse em se cuidar, a compreender melhor algumas
limitações que teria devido a nova condição e a planejar o futuro após a alta hospitalar. Conclusão: Desta forma,
identifica-se a importância da escuta qualificada e a realização de atividades que sejam significativas para o mesmo.
Atendendo assim o objetivo da terapia ocupacional que é o de promoção da saúde, qualidade de vida e bem estar do
individuo hospitalizado, levando sempre em consideração a individualidade de cada um.
Descritores: Hospitalização, Terapia Ocupacional e Diabetes Mellitus
indicado para facilitar a comunicação no ambiente hospitalar (55%) e, também pelos terapeutas ocupacionais (50%),
com associação entre as escolhas (p<0,006) e nível de concordância moderada (k=0,47). Quanto à quantidade de
símbolos, as pranchas com 12 opções obtiveram percentual semelhante entre pacientes (38%) e os terapeutas
(35%), porém sem associação (p<0,299) e com concordância baixa (k=0,17). Os fatores motivacionais que
predominaram para os pacientes foram a produção do som (62%) e a facilidade de acionamento (58%), e para os
terapeutas, a produção do som (100%) e a compreensão do recurso pelo paciente (74%). Houve a necessidade de
indicação de recursos de apoio, com destaque para mesa de apoio (65%). Discussão: O estudo apontou para a
necessidade da consideração de diferentes fatores na escolha do recurso de CAA que estão relacionadas às
possiblidades e limitações do usuário, do recurso e do contexto. O papel do terapeuta ocupacional é o de mediar o
desejo do paciente com esses fatores. Conclusão: Os dados mostraram que os recursos de CAA que produzem som,
em especial os tablets, e apresentam 12 ou mais símbolos foram considerados os mais adequados para facilitar a
comunicação dos pacientes hospitalizados.
Descritores: equipamentos de autoajuda; serviço hospitalar de terapia ocupacional e comunicação não verbal
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) e o stress gerado pela hemodiálise acarretam sofrimentos de
ordem emocional e psíquica que podem se manifestar sob a forma de depressão, angústia e uma espécie de
aniquilamento. Além disso, pacientes renais podem desencadear sentimentos como medo, insegurança, ansiedade,
depressão, baixa auto-estima e sensação de inutilidade. O estado emocional destes pacientes afeta diretamente o
resultado da diálise e sua sobrevivência, além de influenciar na qualidade de vida. Objetivo. Avaliar os aspectos
emocionais do portador de DRC em hemodiálise, em dois centros de tratamento do município de São Luís-MA.
Casuística e Método. Estudo transversal realizado no período de janeiro a julho de 2009 com pessoas na faixa etária
de 20 a 59 anos, em hemodiálise por mais de três meses, em dois centros no Maranhão que correspondem a 85%
da população total de dialisados no município. Utilizou-se como instrumento o Kidney Disease and Quality-of-Life
Short-Form (KDQOL-SFTM1.3), específico para a avaliação da qualidade de vida de pacientes em diálise e possui 80
itens distribuídos em 12 escalas. A avaliação dos aspectos emocionais foi realizada a partir da escala ‘função
emocional’. Para análise descritiva as variáveis qualitativas foram apresentadas por meio de freqüência e
porcentagens e as quantitativas por média e desvio padrão. A escala ‘função emocional’ foi apresentada por
mediana, por não apresentar distribuição normal. Valor de mediana igual ou abaixo de 50 foi considerando como pior
nível de qualidade de vida e, acima deste valor, como melhor nível. Resultados. Predominaram pacientes do sexo
masculino, na faixa etária de 40-59 anos, procedentes do interior do estado, com até 8 anos de estudo, pertencentes
às classes econômicas mais baixas. Hipertensão e Diabetes foram as principais doenças de base sendo Hipertensão
também a comorbidade mais frequente (86,2%). A função emocional apresentou mediana de 66,4. Discussão. As
características socioeconômicas e demográficas dos sujeitos deste estudo revelam achado congruente ao do atual
perfil da população brasileira. A escala função emocional apresentou escore referente à melhor nível de qualidade de
vida refletindo baixo comprometimento dos aspectos emocionais, provavelmente devido à condição crônica da
doença e do tratamento gerarem maiores possibilidades dos pacientes investigados desenvolverem uma condição de
conformismo e aceitação do seu estado de saúde, refletindo em avaliações “pseudo” positivas da função emocional.
A rede de apoio que o paciente possui refletido no nível de suporte profissional, social e familiar também podem estar
influenciando os achados encontrados pois, auxiliam na prevenção e minimização das repercussões negativas no
decorrer do tratamento e podem ser utilizados pelo doente renal como forma de defesa emocional. Conclusão.
Apesar da gravidade da DRC e da complexidade do tratamento, os pacientes mantiveram um equilíbrio frente à nova
realidade. O apoio da equipe multiprofissional pode auxiliar no desenvolvimento das diferentes estratégias de
enfrentamento de modo que os cuidados em saúde renal devem incluir a avaliação dos aspectos emocionais dos
pacientes.
Descritores: Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal; Qualidade de Vida.
Ocupacional junto à criança hospitalizada de modo a identificar prejuízos ao desenvolvimento da criança advindos da
hospitalização e as formas de intervenção utilizadas pela Terapia Ocupacional. Casuística e Método: Pesquisa
bibliográfica considerando publicações na área da saúde dos últimos 10 anos, em Inglês e Português, nas bases de
dados SciELO, Medline, LILACS e CAPES. Utilizou-se como descritores os termos “Terapia Ocupacional”, “ Criança
Hospitalizada”, “Desenvolvimento Infantil”, “Occupational Therapy”, “Hospitalized Children” e “Child Development”
bem como as combinações entre estes termos. A análise dos dados foi realizada através da comparação e confronto
dos achados dos estudos. Resultados: O primeiro levantamento nas bases resultou em 347 artigos científicos sobre
o objeto de estudo. Após seleção a partir dos critérios de inclusão, permaneceram oito artigos. Entre os prejuízos
para o desenvolvimento da criança hospitalizada estão o afastamento da escola, redução do convívio social, perda
da autonomia e independência, sofrimento, sentimentos de medo e ansiedade, rotina hospitalar severamente
estabelecida e carência de estímulos. A ferramenta de intervenção da Terapia Ocupacional mais utilizada junto à
criança hospitalizada, segundo os achados deste estudo, foi o brincar. Além dos brinquedos, foram utilizados os
recursos música, leitura, adequação do ambiente e preparação para cirurgias. Discussão: As publicações
selecionadas retratam que o processo de hospitalização rompe com as estruturas cotidianas da criança, afetando
seu desenvolvimento físico, mental e social além de prejudicar a conquista de sua individualidade e levar a criança a
abdicar do seu papel ocupacional. Compromete ainda seu desenvolvimento intelectual e emocional bem como os
aspectos sensoriais, neuromusculares, percepto-cognitivos, psicossociais e lúdicos. Também ficou evidenciado que o
Terapeuta Ocupacional dentro da equipe multidisciplinar, tem o objetivo de intervir neste contexto para minimizar os
danos que a hospitalização pode causar ao desenvolvimento da criança, destacando como principal estratégia
terapêutica o brincar, que deve ser estimulado e adequado às restrições do ambiente hospitalar. Conclusão: Não
houve divergência quanto aos prejuízos gerados pela hospitalização para o desenvolvimento da criança e as
publicações retrataram de forma semelhante, as formas de intervenção e os recursos e técnicas utilizados pela
Terapia Ocupacional durante atuação junto à criança hospitalizada. Apesar da relevância do tema, há carência de
produções científicas relacionados ao assunto, tornando fundamental estimular a produção de pesquisas nessa área
de modo a valorizar a importância da atuação do terapeuta ocupacional no contexto hospitalar pediátrico e a
disseminar as técnicas utilizadas para melhoria da assistência à criança hospitalizada.
Descritores: Terapia Ocupacional; Criança Hospitalizada; Desenvolvimento Infantil.
Introdução: A Doença Renal Crônica é um problema de saúde pública e tem efeito devastador na vida dos
pacientes que necessitam ser submetidos a uma das modalidades de tratamento de substituição renal. Estes
envolvem muitas limitações e prejudicam a participação do indivíduo em várias atividades cotidianas. Deste modo,
torna-se crescente a preocupação com a qualidade de vida destes pacientes. O acompanhamento terapêutico
ocupacional objetiva impulsionar o paciente a comportamentos mais construtivos frente à doença de modo a
melhorar suas funções afetivas, ocupacionais e sociais, influenciando positivamente sua condição biopsicossocial.
Objetivo: Revisar de forma sistemática estudos sobre terapia ocupacional no contexto da nefrologia. Casuística e
método: Revisão sistemática da literatura realizada a partir dos principais periódicos nacionais no campo da Terapia
Ocupacional: Revista de Terapia Ocupacional da USP, Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, Revista do
Centro de Estudos de Terapia Ocupacional (CETO), Revista Baiana de Terapia Ocupacional e Cadernos de Terapia
Ocupacional do Grupo de Estudos Profundos de Terapia Ocupacional (GESTO). Foram utilizados como descritores e
termos livres: terapia ocupacional, nefrologia, hemodiálise, doença renal crônica e transplante renal bem como seus
cruzamentos. Os estudos foram selecionados através do título e da leitura dos resumos. Resultados: Encontrados 11
artigos publicados nos últimos 15 anos, o mais antigo de 2001: oito da Revista de TO da USP, três dos Cadernos de
TO da UFSCar. Nenhuma publicação foi encontrada nas Revista Baiana de TO, Caderno de TO GESTO e Revista do
CETO. A partir dos critérios de inclusão foram selecionados 6 artigos, sendo um relato de experiência, uma pesquisa
quali-quantitativa, duas pesquisas quantitativas (exploratória e estudo piloto/transversal/amostra por
conveniência/sem grupo controle) e dois resumos de tese de doutorado. As pesquisas foram realizadas em Clínicas
de Doenças Renais (3), sendo 1 exclusiva do SUS, e em Ambulatório de Hospital Universitário (1). Cinco dos estudos
abordaram aspectos relacionados especificamente à hemodiálise. Os resultados de todas as pesquisas selecionadas
referem que as abordagens da Terapia Ocupacional melhoram a qualidade de vida dos pacientes em hemodiálise
com significância no desempenho ocupacional e propõem uma estruturação desta abordagem no contexto da
Nefrologia. Discussão: O terapeuta ocupacional é o profissional qualificado para trabalhar o desempenho
ocupacional do paciente renal crônico, porém são raras as referências deste profissional atuando em equipes
multiprofissionais na área de Nefrologia, provavelmente devido ao pequeno número de profissionais inseridos nessa
área e ao fato desta ter se dado de forma relativamente recente. O enfoque na hemodiálise na maioria das pesquisas
se deve ao maior comprometimento da qualidade vida e funcionalidade dos pacientes submetidos ao tratamento,
fundamentando maior atuação profissional do Terapeuta Ocupacional. Conclusão: É importante a descrição dos
processos de intervenção desenvolvida pelos terapeutas ocupacionais inseridos no contexto da Nefrologia,
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contribuindo com a maior divulgação desta atuação profissional. Também, torna-se necessário o desenvolvimento de
pesquisas em maior número e nível de aprofundamento voltadas para a mensuração do impacto desta abordagem
junto a pacientes renais crônicos para ampliar o reconhecimento da atuação e validar a inserção formal do terapeuta
ocupacional na equipe de atendimento em Nefrologia.
Descritores: terapia ocupacional; diálise renal; nefrologia; transplante de rim
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública que gera sérias repercussões
na vida do paciente, especialmente entre aqueles submetidos a tratamento dialítico. A hemodiálise alivia os sintomas
e preserva a vida do paciente com DRC, mas não possui caráter curativo. Além disso, é responsável por um
cotidiano monótono e restrito, favorecendo ao sedentarismo e à deficiência funcional, o que acarreta perda da
autonomia e independência e, consequentemente, limitações nas atividades cotidianas. Objetivo: Determinar nível
funcional nas atividades de vida diária (AVD’s) de pacientes em hemodiálise no Hospital. Casuística e Método:
Estudo transversal a partir dos prontuários de 74 pacientes, com idade acima de 20 anos, em hemodiálise num
Hospital Universitário. Utilizou-se a Medida de Independência Funcional (MIF) para avaliação funcional que, para
classificação considerou neste estudo: independência completa escores equivalentes a sete (atividade realizada com
segurança e em tempo normal); independência modificada, a seis (ajuda técnica); dependência modificada, um a
cinco (agrupou supervisão ou preparação; assistência total, assistência de 75%, 50%, 25% e menos de 25% para
realização da atividade). Variáveis categóricas foram apresentadas por meio de frequências e porcentagens e as
quantitativas por meio de média e desvio padrão. Resultados: Predominaram pacientes do sexo masculino, casados,
procedentes do interior do Maranhão e que frequentaram a escola por menos de quatro anos (46,6%). Hipertensão
foi a principal patologia de base. Os resultados apontam para um nível de independência funcional completa em
grande parte dos pacientes em hemodiálise. A classificação do domínio total identificou 85,14% dos pacientes com
nível de independência completa; do domínio motor, 5,40% dos pacientes apresentaram comprometimento; e do
domínio cognitivo 1,35%. Grande prejuízo foi encontrado nos itens ‘realização de marcha’ (12,16%) e ‘resolução de
problemas’ (14,86%). Discussão: Pesquisas revelam presença de limitações da capacidade física de pacientes em
hemodiálise como andar, realizar esforço físico, carregar peso, subir escadas, entre outros. Neste estudo, tais
limitações podem ser verificadas no comprometimento do domínio motor total que, apesar de não apresentar grande
alteração revelou nível de dependência modificada para a ‘realização da marcha’ (12,2%) e para ‘subir escadas’
(8,1%). Pacientes em hemodiálise, clinicamente estáveis, também apresentam lentidão cognitiva e aumentado risco
para déficit cognitivo podendo influenciar, além do desempenho das AVD’s na adesão ao tratamento, no que tange
ao seguimento da prescrição medicamentosa e compreensão das orientações da equipe de saúde. Neste estudo,
18,9% dos pacientes apresentaram necessidade de ajuda técnica (nível de independência modificada) em relação à
memória e 14,9% de supervisão, assistência leve ou total quanto ao item ‘resolução de problemas’ (nível de
dependência modificada), sendo este apontado como um dos mais comprometidos nesta área. Conclusão: A
hemodiálise e as características da população estudada parecem não estar influenciando o nível funcional destes,
provavelmente devido aos avanços tecnológicos em relação às terapias substitutivas e ao acompanhamento
multiprofissional recebido no Hospital Universitário em que está inserido o profissional de Terapia Ocupacional.
Descritores: Doença renal; Diálise renal; Atividades Cotidianas
Introdução: O terapeuta ocupacional (TO) utiliza os equipamentos de Tecnologia Assistiva (TA) para
aumentar, manter ou melhorar o desempenho funcional dos pacientes. Na avaliação funcional, o TO pode identificar
a necessidade do uso destes equipamentos. Há diversas tecnologias disponíveis no mercado, mas com custo
elevado. No Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Atenção Hospitalar de Saúde do Adulto e do
Idoso do HC-UFPR os residentes atuam em unidades clínicas e cirúrgicas, atendendo pessoas com diversas
demandas e no processo de intervenção, uma das barreiras é a escassez de recursos materiais. Objetivo:
Apresentar a parceria estabelecida entre os Residentes de Terapia Ocupacional e o Serviço de Manutenção
Hospitalar. Casuística: O Comitê de Ajudas Técnicas descreve a TA como um conjunto de recursos, produtos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a ampliação de uma habilidade funcional ou
possibilitar a realização da função desejada que está impedida por circunstâncias diversas. As atividades em que
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uma pessoa se envolve são carregadas de significados e propósitos. Quando ela não é capaz de desenvolver tais
atividades satisfatoriamente, a TA é um importante recurso utilizado pelo TO. Método: Relato de experiência.
Resultados: A dificuldade para aquisição de materiais para confecção de TA neste hospital requer o desenvolvimento
de estratégias para sanar esta demanda. Os profissionais encontraram no Serviço de Manutenção Hospitalar uma
possibilidade de solução e, desde 2013, estabelecem uma parceria entre os serviços. Busca-se auxílio para
confecção de órteses de posicionamento, adaptações para vestuário, alcançadores, pranchas de comunicação
alternativa, engrossadores, dentre outros. Os produtos são confeccionados com: PVC, MDF, fórmica e arame.
Discussão: Esta parceria tem possibilitado: a ampliação dos recursos oferecidos pelos residentes, a caracterização
do trabalho da Terapia Ocupacional nesse hospital e o aprofundamento de conhecimentos teóricos e práticos sobre
TA. E, para os pacientes: retomar a autonomia e independência nas atividades cotidianas; estimular habilidades
físicas, cognitivas e de regulação emocional, aumentar a autoestima e segurança durante a realização das
atividades. Os produtos confeccionados respeitam a individualidade do paciente permitindo iníciar o tratamento ainda
na fase aguda da doença. Assim, supre em parte a demanda de encaminhamentos para outros níveis de atenção,
visto que, neste município, há escassez de TO’s em outros níveis de atenção à saúde. O acompanhamento destes
pacientes, e da utilização dos equipamentos de TA prescritos, pode ser feito pelos residentes no Ambulatório de
Terapia Ocupacional. Conclusão: Ao longo dos anos, a dificuldade de acesso aos recursos materiais tem se
mostrado como uma barreira para a intervenção do TO neste contexto, e as parcerias estabelecidas entre os
serviços mostram-se como uma alternativa eficaz e resolutiva. Além disso, possibilita o aprimoramento do raciocínio
clínico, a visibilidade da atuação do TO no contexto hospitalar, a possibilidade ao paciente de receber um dispositivo
de TA para facilitar sua rotina diária no hospital e após a alta, e a integração entre os serviços do hospital.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital Geral; Tecnologia Assistiva
82. “NA TORCIDA PELO BRASIL!” – UMA AÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA
Pereira, Rita Aparecida Bernardi; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos;
Lazoski, Valeska Cardeal Santana
Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná
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cuidado baseado na visão holística e humanizada do paciente, considerando que este lida diariamente com
limitações e alterações que repercutem no seu cotidiano. Sendo assim, a Terapia Ocupacional atua na
ressignificação de seu cotidiano, sendo o facilitador no envolvimento de suas ocupações e no retorno da execução
de atividades significativas para o indivíduo, restaurando competências e habilidades, bem como intervém na
redução de quadro álgico e edemas, prevenção de contraturas e deformidades. Conclusão: Nota-se que a Terapia
Ocupacional no ambiente hospitalar configura-se por uma atuação ampla, voltada para a integralidade do sujeito,
como um ser biopsicosocial, sendo que a partir deste olhar, suas intervenções possuem diversas configurações,
visando primordialmente nas atuações apresentadas, a independência e a autonomia deste sujeito e sua qualidade
de vida.
Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Trauma
Introdução: Este trabalho mostra a trajetória da Terapia Ocupacional no hospital de referência em trauma no
estado do Rio Grande do Norte, tendo sido iniciada em 2009 após contratação de uma profissional através de
concurso público do estado, dando início assim a história e prática da terapia ocupacional neste hospital. Objetivo:
Caracterizar o serviço de terapia ocupacional no hospital de referência em trauma no estado do Rio Grande do Norte,
delineando práticas e caminhos na construção de sua história. Casuística e Método: Início da atuação da primeira
terapeuta ocupacional foi no centro de tratamento de queimados, surgindo assim, uma grande responsabilidade e
missão principalmente em mostrar a atuação de uma categoria profissional até então desconhecida pelo corpo
clínico da instituição em tela. De um campo desconhecido surge nas práticas diárias resultados positivos com ganhos
na autonomia e independência dos pacientes ao promover treino de Atividade da vida diária – AVD e utilização da
tecnologia assistiva. Resultado: Divulgação da Terapia Ocupacional através das práticas e trabalhos científicos nas
atividades promovidas pelo hospital, socializando as ações da categoria profissional recém chegada, levando a
tomada de consciência da importância deste profissional no contexto hospitalar, surgindo o reconhecimento através
da solicitação do serviço em outros setores do hospital. Após alguns meses a segunda terapeuta ocupacional chega
ao serviço, sendo sua atuação no SAD-serviço de Atenção Domiciliar, enfermarias e UTI ampliando e aumentando as
solicitações para a categoria profissional. Como resultado dos avanços houve enriquecimento como equipe
ampliando as práticas e atuações em outros setores como brinquedoteca e UTI pediátrica, através da chegada de
novos profissionais autorizados pela gestão. Discussão e Conclusão: Na busca e persistência para o reconhecimento
da profissão, os desafios foram ultrapassados ao surgir os primeiros frutos do trabalho, quebrando paradigmas em
uma instituição com o modelo hospitalocêntrico, com o reconhecimento mostrado através da autonomia adquirida da
gerencia dentro da categoria profissional no setor de reabilitação. Quebrar barreiras onde o desconhecido permeava
cotidianamente foi um desafio para as profissionais, porém a cada conquista de espaços e ampliação dos olhares
tornou-se possível construir caminhos. Assim podemos concluir que o papel do terapeuta ocupacional em contextos
hospitalares é bastante diversificado sendo necessário fortalecimento da categoria com ações em equipe, com apoio
da gestão, reconhecimento e valorização das outras categorias profissionais, com atuações interdisciplinares,
conscientes de que só assim acreditando no nosso trabalho e nos fortalecendo como categoria conseguiremos
instituir nossos serviços no atendimento ao paciente hospitalizado.
Descritores: Terapia Ocupacional, Contextos Hospitalares e equipe
excluídos os pacientes com alterações cognitivas moderadas e com ausência de acompanhante. Resultados: foram
realizados 60 atendimentos nesses cinco meses. Após análise estatística dos dados, constatamos que 84% dos
pacientes eram homens, com idade média de 44 anos. As causas mais comuns das lesões foram os acidentes de
motocicleta (37,5%), seguidos das quedas de própria altura (21%) e em menor número, quedas de skate (8%) e
acidentes com equipamentos de trabalho (8%). Com relação aos quadros, mais de 55% sofreram fraturas de MMSS,
sendo a maioria fraturas de punho e mão. Ainda, 25% sofreram luxações, sendo quase todas luxações de ombro. O
paciente necessitou em média de 2 visitas do terapeuta ocupacional. As principais condutas realizadas foram:
movimentação ativa de articulações não-envolvidas (50%), elucidação do quadro e provável diagnóstico (37,5%) e
intervenções para tratamento de edema (37,5%). Intervir precocemente permitiu otimizar os encaminhamentos para o
setor ambulatorial de terapia ocupacional em cerca de 75% dos pacientes. Discussão: observa-se que a população
atendida segue a tendência nacional, com predominância de traumas devidos a acidentes automobilísticos. Os
homens adultos são prioritariamente afetados em uma idade economicamente ativa, implicando em afastamentos no
trabalho e gastos previdenciários importantes. A intervenção precoce no leito minimiza as sequelas da internação e é
de grande importância, uma vez que as principais condutas foram movimentação ativa, posicionamento e elucidação
do quadro clínico, consideradas de baixo custo. Desse modo, a recuperação do paciente é mais rápida, além do
encaminhamento ao ambulatório mais breve. Conclusões: conclui-se que a presença do terapeuta ocupacional em
enfermaria para atendimentos ortopédicos de MMSS é de extrema importância, pois as orientações e condutas
realizadas empoderam o paciente com relação ao seu quadro clínico e sua reabilitação e previnem seqüelas geradas
essencialmente pelo temor do movimento e pela existência de edema. Ressalta-se que é necessária uma pequena
carga horária, o que possibilita a esse profissional a inserção em outros setores do contexto hospitalar.
Descritores: Terapia Ocupacional; Reabilitação; Membros superiores
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A proposta para esse projeto vem a partir da parceria das acadêmicas do Curso de Terapia Ocupacional
com o Serviço de Voluntariado do Hospital de Clínicas da UFPR, como proposta à criação de espaço para uma
brinquedoteca na unidade de cirurgia pediátrica, estando de acordo com a Lei Federal no. 11.104/05 que obriga
todos os hospitais que atendem crianças a terem Brinquedotecas. “Podemos hoje afirmar que fica difícil imaginar um
hospital sem este tipo de área, que oferece o resgate da cidadania, do direito das crianças e dos familiares de serem
atendidos de forma digna, de amenizarem seu sofrimento e sentirem-se acolhidos pela comunidade, facilitando sua
adesão ao tratamento e melhorando sua complacência aos procedimentos dolorosos a que são submetidos. A
presença de uma Brinquedoteca Hospitalar adequadamente montada, muda a ‘cara’ do hospital”. (PETRILLI, 2007,
p. 115). Cunha (2007) define brinquedoteca como “um espaço essencial ao desenvolvimento e à saúde da criança”.
Brincar gera satisfação emocional e autoconfiança, portanto, deve ser encarado como uma atividade terapêutica por
excelência. Um espaço diferente, mágico, que faça voar a imaginação ajuda a criança a compreender e aceitar sua
condição, deixando-a mais segura. À medida que expressa seus sentimentos, alivia suas tensões e sua ansiedade.”
Objetivos: estudar e estruturar o modelo de brinquedoteca, fundamentar os conceitos de organização, formular uma
cartilha de orientação à pais e cuidadores e implantar o projeto no primeiro semestre de 2015. Metodologia: A partir
de revisão bibliográfica e por meio da parceria universitária e disseminação da importância do espaço para o
desenvolvimento e recuperação infantil, estabelecer parcerias para estruturação e implantação do projeto,
favorecendo as demandas do público alvo no seu contexto. Reflexão: A oportunidade proporciona integração
teórico/prática que beneficia a interação ensino/serviço e a produção de conhecimento na fundamentação acadêmica
permeados pela vivência do contexto hospitalar integrada ao desenvolvimento da criança internada promovendo o
desempenho de seus papéis ocupacionais e fortalecendo vínculos familiares durante o processo de internamento,
assim como possibilitar uma melhor abordagem da realidade e circunstâncias em que a criança se encontra
preparando-a para melhor aderência ao seu tratamento.
Descritores: Brinquedoteca; Terapia Ocupacional; Contexto hospitalar
Introdução: O processo da morte afeta as pessoas e seus familiares em âmbito pessoal, social e emocional,
causando impacto nos profissionais da saúde, uma vez que estes acompanham esse processo. Porém, morte não é
somente biológico, mas um processo construído socialmente, que não se distingue das outras dimensões do
universo das relações sociais. Assim, a morte está presente no cotidiano de todos e independente de suas causas,
seu grande palco continua sendo os hospitais e instituições de saúde. É fundamental uma assistência tanto técnica,
quanto emocional-afetiva para a pessoa que está na fase de cuidados paliativos e sua família. Acadêmicos de alguns
cursos da área da saúde não são preparados para proporcionar compreensão, proteção, segurança, conforto e um
ambiente saudável para que o ser humano encontre o caminho de acordo com suas necessidades. O futuro
profissional da saúde enfrenta problemas e sofrimentos cotidianos diante da morte e do morrer, tanto de seus
pacientes quanto no entendimento da sua própria finitude. O conteúdo morte é escasso nas grades curriculares dos
cursos da saúde, que são os formadores desses profissionais. A dificuldade em lidar com a morte, por parte dos
profissionais da saúde, é uma consequência do afastamento das grandes tradições que preparavam as pessoas para
o momento final, ajudando a todos a decifrar o sentido de sua existência; Objetivo: Assim, este trabalho tem por
objetivo identificar como a questão da morte e morrer têm sido abordados nas grades curriculares dos cursos de
formação dos profissionais da área da saúde: terapia ocupacional, fisioterapia, medicina e enfermagem; Método: O
projeto foi submetido ao comitê de ética com o número CEP-2014-1103. A pesquisa foi realizada em 6 universidades
públicas do Estado de São Paulo e ao todo foram encontrados 19 cursos distribuídos nessas 6 universidades. A
coleta de dados ocorreu por meio de busca de disciplinas que abordassem o tema nas grades curriculares dos
cursos disponíveis nos portais das universidades e pela aplicação de questionário aos coordenadores dos
respectivos cursos. Dos dados coletados, foram encontradas três disciplinas que tratam do tema, sendo essas “A
Experiência da Pessoa e da Família no Processo de Morrer” e “O médico e o morrer”, em cursos de enfermagem e
medicina, respectivamente, de uma universidade e, “Orientação Familiar” em cursos de Terapia Ocupacional e
Fisioterapia de outra universidade; Discussão: Os profissionais de saúde encontram-se entre as populações mais
sujeitas a agravos psíquicos e somáticos, devido à natureza de sua rotina ocupacional, a qual se dá em ambientes
insalubres e perigosos, com rotinas repetitivas e uma aproximação com a dor e a morte maior que o resto da
população; Conclusão: Os profissionais na área da saúde tendem a lidar com a doença e a morte do ponto de vista
estritamente técnico, assim, além de evitar o contato com a morte do outro, o profissional evita o contato com as suas
próprias emoções em relação à morte e o morrer. É difícil em nosso tempo entender a morte como um fenômeno
natural, pois a tendência é atribuí-la, sempre, a fatores externos.
Descritores: Educação Superior; Morte; Ocupações em Saúde; Pessoal de Saúde.
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é hierarquizado em três níveis de atenção. Pautado na
referência e na contra-referência, busca garantir o acesso a todos os níveis de assistência. No entanto, observa-se
que a integração entre os níveis ainda é ineficaz sendo necessária intermediação entre a alta hospitalar e o retorno
ao domicílio (contra-referência). Neste contexto, em um Hospital Escola de Curitiba, foi desenvolvido o “Projeto de
Integração no Hospital”, que propõe visita domiciliar pela equipe que acompanhou o paciente na internação, visando
a integralidade e a contra-referência. Objetivo: Relatar a experiência de residentes de Terapia Ocupacional, no
referido projeto. Casuística: A Lei 8080/1990, que regulamenta o SUS, traz entre seus princípios a universalidade,
que garante o acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, e a integralidade (ações de
promoção da saúde, prevenção de doenças, assistência e reabilitação de forma articulada entre os vários níveis de
assistência). No entanto, O SUS encontra-se em um grau de organização ainda incipiente, ainda sem garantir a
continuidade da assistência. Método: Relato de experiência. Resultado: São objetivos do projeto: favorecer a prática
da contra-referência e desospitalização; promover a integração dos residentes multiprofissionais com a equipe da
atenção primária (AP); aprofundar o aprendizado sobre o SUS. Os pacientes que durante o internamento se
encaixarem nos critérios estabelecidos são selecionados para receberem visita domiciliar. Juntamente com a equipe
multiprofissional, as Residentes de Terapia Ocupacional realizam ações de contra-referência, tendo a possibilidade
de conhecer a realidade do sujeito em seu contexto e de articular ações com a AP. Há a possibilidade de repasse à
equipe da AP das orientações fornecidas na alta, inclusive a respeito de tecnologias assistivas prescritas, bem como
sanar dúvidas dos familiares sobre as orientações. Esta experiência tem refletido diretamente na formação
profissional, pois leva o profissional a direcionar seu olhar para o sujeito como ser integral, inserido na comunidade,
com sua história, contexto socio-cultural e familiar. Discussão: A realização de ações de contra-referência no
contexto hospitalar ainda é escassa e há a dificuldade, entre os profissionais, em compreender a relação entre os
níveis de assistência e a integralidade. No município em questão, o terapeuta ocupacional ainda não está inserido na
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AP, o que dificulta a continuidade do acompanhamento terapêutico ocupacional após a alta. No entanto, o projeto
tem possibilitado encaminhamentos efetivos do sujeito para os equipamentos do território. Conclusão: A contra-
referência auxilia na redução dos custos da assistência, da superlotação dos hospitais e do número de reinternações
pelo melhor acompanhamento das equipes da AP. O ideal seria que este acompanhamento atingisse todos os
pacientes após a alta hospitalar. Além disso, o prejuízo causado pela ausência do terapeuta ocupacional na AP deve
ser ressaltado, visto que na impossibilidade da visita pós-alta, este seria o profissional responsável na rede pela
continuidade das ações iniciadas no contexto hospitalar.
Descritores: Hospital; Integralidade em Saúde; Terapia Ocupacional
Introdução: a emergência psiquiátrica pode ser entendida como um momento em que os sintomas
psiquiátricos tornam-se mais graves e causam uma desorganização no equilíbrio humano, prejudicando o sujeito em
sofrimento psíquico na sua rotina diária. No contexto da emergência psiquiátrica, a Terapia Ocupacional (T.O)
intervém com o objetivo de auxiliar no alívio da sintomatologia psiquiátrica empregando atividades, como recurso,
favorecendo a construção de vínculos e possibilitando o estímulo da independência e (re) adaptação para o
autocuidado, atividades produtivas e relações interpessoais. Objetivo: apresentar contribuições da T.O na assistência
a pacientes internados na emergência psiquiátrica de um Hospital Geral. Casuística: a T.O. no Brasil teve seu início
na área psiquiátrica, em 1946 no Rio de Janeiro no Centro Psiquiátrico Nacional sob direção da Dra. Nise M. da
Silveira. Sua finalidade era de favorecer o cliente com transtorno mental instituindo uma ocupação de livre acesso.
Método: relato de experiência baseado na prática em estágio de intercâmbio no setor de Emergência Psiquiátrica de
um Hospital Geral de Belém, durante exercício da Residência Multiprofissional em Curitiba. Resultado/Discussão: as
ações terapêuticas ocupacionais levaram em consideração a estruturação da rotina do serviço como instrumento
organizador para os pacientes assistidos. Foi elaborada uma rotina com atividades diversificadas em horários pré-
definidos, a exemplo do horário para a higiene pessoal, o banho, alimentação, banho de sol na área externa e grupos
terapêuticos multiprofissionais, tendo o T.O, contribuído para a compreensão da rotina enquanto recurso terapêutico.
Para além dessa conduta, a intervenção também ocorreu no âmbito de atendimentos em grupo e individuais, com
proposta de atividades expressivas e de lazer. A intervenção contou com uma coleta de informações do paciente, por
meio da anamnese ocupacional com dados da situação psicossocial, aspectos saudáveis, áreas de desempenho
preservadas, livres de conflito e habilidades remanescentes. Posteriormente, avaliou-se as informações coletadas e
delineou-se os objetivos da conduta, favorecendo prioridades para a ação. Após a anamnese ocupacional, permitia-
se a livre escolha da atividade pelo paciente, diante de algumas opções, como método de avaliação e estímulo à
autonomia no processo do fazer. Quando havia dificuldades, o T.O intervia sugerindo possibilidades e delineando
caminhos em conjunto. Essa atitude muitas das vezes contribuiu para a formação do vínculo terapêutico e,
consequentemente, em uma maior interação dos pacientes com a atividade. As atividades expressivas realizadas
desenvolveram uma função facilitadora para o sujeito em sofrimento psíquico, auxiliando na expressão das vivências
não verbalizadas. Já as atividades mais estruturadas, como atividades manuais, auxiliaram na organização psíquica
e no estímulo das funções cognitivas, como orientação em tempo e espaço, coordenação motora, atenção,
concentração e criatividade. Ambos os tipos de atividades permitiram o treino das habilidades psicossociais, como os
interesses, valores, papel social e relações interpessoais. Conclusão: a T.O, enquanto profissão que utiliza a
atividade humana como recurso terapêutico, não se resume às atividades citadas, a exemplo das autoexpressivas.
Porém, no contexto da emergência psiquiátrica, esta proposta mostrou-se sendo a mais eficaz por mobilizar
sensibilidade e criatividade, que são particulares em cada sujeito, estabelecendo um canal de comunicação com o
paciente em crise.
Descritores: Estresse Psicológico; Terapia Ocupacional; Atividades Cotidianas
Introdução: Os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) são mecanismos de gestão de qualidade que
objetivam padronizar atividades e rotinas, garantir eficiência e evitar falhas de processos. A Clínica de Terapia
Ocupacional, em implantação em um hospital de alta complexidade, elaborou os Procedimentos Operacionais
Padrão necessários para assegurar a qualidade dos processos realizados. Um destes processos é a Adequação
Postural, que inclui avaliação e dispensação de OPM - órteses, próteses e materiais especiais - aos pacientes
atendidos. Objetivo: Descrever o POP de Adequação Postural, elaborado pela Clínica de Terapia Ocupacional de um
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hospital de alta complexidade. Método: Serão relacionados os itens necessários para elaboração do POP de
adequação postural, de acordo com o esperado pelo Setor da Qualidade de um hospital de alta complexidade. Será
realizada a descrição do procedimento, como consta no POP original. Resultado: Para elaboração do POP de
adequação postural foi necessário descrever os seguintes itens: objetivo; campo de aplicação; indicação; contra-
indicação; definições; material; descrição do procedimento; pontos críticos/riscos; referência; histórico de
revisões/aprovações. Descrição do Procedimento:
- Após realização de avaliação inicial de Terapia Ocupacional (em UTI, enfermaria ou ambulatório), havendo
necessidade de adequar posicionamento sentado do paciente atendido, a terapeuta aplica a avaliação de adequação
postural, fazendo a prescrição de cadeira de rodas, cadeira de banho e/ou adaptação para cadeira de rodas.
- A terapeuta insere os itens prescritos em planilha de compra e dispensação de OPM. Cada paciente é
pontuado de acordo com critérios definidos para priorização de recebimento, e aguarda em lista de espera.
- Mensalmente, é elaborada uma planilha de cotação para compra direta de cadeiras de rodas, cadeiras de
banho e adaptações para cadeiras de rodas.
- O processo de compra e dispensação possui as seguintes etapas: envio mensal de solicitação de compra,
aprovação e efetuação da compra, recebimento dos produtos, adaptação das cadeiras de rodas, dispensação ao
paciente em atendimento ambulatorial, faturamento através da Tabela de Procedimentos, OPM e Medicamentos do
SUS.
- A dispensação é feita pela terapeuta ocupacional responsável pelo atendimento do paciente.
- Após efetuação da compra, a adaptação de cadeira de rodas possui as seguintes etapas:
* O paciente realiza de 2 a 3 provas na cadeira em adaptação, de acordo com o formulário de prescrição
de adaptação para cadeira de rodas.
* A oficina ortopédica contratada é responsável pela confecção da adaptação e transporte das cadeiras.
* O processo é realizado entre 3 a 5 semanas.
Discussão: Atualmente, a Tabela de Procedimentos, OPM e Medicamentos do SUS possibilita a
dispensação de cadeiras de rodas, cadeiras de banho e itens de adaptação de cadeiras de rodas. A padronização da
rotina do procedimento de Adequação Postural favorece otimização do processo de dispensação destas OPM´s.
Conclusão: A descrição do POP de Adequação Postural possibilita a compreensão de como este processo é
realizado pela Clínica de Terapia Ocupacional e pode auxiliar outras instituições a desenvolverem processos
semelhantes em ambiente hospitalar.
Descritores: Terapia Ocupacional; Gestão de Qualidade; Sistema Único de Saúde
Introdução: Linha do Cuidado é entendida como uma forma de produção sistêmica de saúde, sendo um
processo dinâmico e que envolve redes micro e macro institucionais, voltada para atender as necessidades do
usuário. Seu inicio ocorre com a entrada do usuário em qualquer serviço da rede e que vai percorrendo um itinerário
em segmentos que fazem parte desse sistema ou que de alguma forma participam e contribuem para o cuidado, por
exemplo, as entidades comunitárias e de assistência social. No contexto hospitalar, a produção dessa linha é
constituída pela somatória de cuidados parciais que são realizadas pelos diversos profissionais, como também na
extensão dessa linha para fora dele. A Terapia Ocupacional compõe esse núcleo de profissionais que auxilia na
produção da linha do cuidado dentro do hospital, desenvolvendo um cuidado ampliado que envolve ações dentro do
circuito do hospital junto à equipe, como também o mapeamento da extensão desse cuidado, através da localização
das estações que podem ser articuladas na rede do município. Objetivos: Este trabalho tem como objetivo ilustrar a
elaboração de uma linha de produção de cuidado a partir de uma experiência com uma usuária idosa internada em
um hospital escola paulista, no ano de 2014. Métodos: A construção da linha foi parte das atividades práticas de uma
estudante de terapia ocupacional, supervisionada por docentes do curso e equipe multiprofissional. A usuária era
idosa e acamada, apresentava histórico de três internações em menos de seis meses. Foi constatada a necessidade
de se pensar da linha do cuidado, para além dos circuitos internos hospitalares, sua extensão para outros
equipamentos da rede, com o intuito de atender suas diversas demandas de saúde identificadas pela equipe. A
terapia Ocupacional junto a Assistente social do serviço mapearam alguns serviços/equipamentos tomando como
referência o Ares que a paciente pertencia, além de propor uma visita pós-alta para melhor compreensão de suas
necessidades e da família. Resultados e Discussão: O programa de atendimento domiciliar, o serviço de remoção, a
orientação sobre a Farmácia Popular e o acompanhamento da Unidade Básica de Saúde são exemplos desse
mapeamento, uma vez que a paciente parecia não se encontrar assistida por estes, o que poderia motivar as
internações frequentes. Espera-se que com a efetivação dessas ações ocorra à promoção de saúde e a melhor
qualidade de vida para a usuária através da sua vinculação nesses serviços emaior fortalecimento da linha de
cuidado. Conclusão: A produção da linha do cuidado é responsabilidade de todos os profissionais, e mesmo que seja
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rompida em algum momento, sua reconstituição é necessária para não haver apenas um cuidado fragmentado que
não atenda as demandas dos usuários e não incentive sua autonomia e desejo efetivo em participar do seu processo
de cuidado.
Descritores: Linha de Cuidado; Hospital; Terapia Ocupacional
Introdução: O Hospital vive uma inversão de valores, onde observamos a valorização de procedimentos com
equipamentos de alto custo financeiro e, em contrapartida, o processo de cuidar e as relações humanas são
desvalorizados. Essa lógica precisa ser rompida: necessitamos na mesma intensidade de equipamentos tecnológicos
e profissionais de saúde sensíveis e competentes para a prestação do cuidado. O Ministério da Saúde, por meio da
Política Nacional de Humanização enfatiza que os equipamentos de Saúde que compõem o SUS devem priorizar a
realização de atividades de Promoção de Saúde e Humanização dos Espaços e Sujeitos. Estas ações devem ser
viabilizadas com a prática de uma Clínica Ampliada, onde a Escuta Ativa, a criação de vínculos e Afetos, bem como,
formas de Acolhimento possam ser a base de toda a atenção prestada aos usuários. A Universidade, em
consonância com a Política Nacional de Humanização, tem papel crucial na formação de profissionais que primem o
cuidado Integral, a compreensão da vivência do adoecimento e acolhimento das necessidades dos sujeitos.
Objetivos: Assim, este projeto tem como objetivo contribuir para a formação do aluno em sua dimensão humana,
tornando-o sensível, acolhedor e empático para com as histórias de vida e o sofrimento humano, em especial, de
adultos e idosos hospitalizados. Método: A atividade de extensão envolve 15 estudantes de terapia ocupacional, que
realizam uma ação de humanização do contexto hospitalar junto a pacientes adultos e idosos, e seus
acompanhantes, por meio de visitas semanais ao hospital escola, no período noturno, com duração de 2 horas. São
realizados escutas ativas e jogos que favoreçam a expressão de sentimentos e necessidades dos pacientes.
Resultados e Discussão: Iniciada em abril deste ano, a atividade compreendeu a capacitação dos estudantes com
vivências e discussões sobre a temática; após se iniciaram as visitas. Os estudantes relatam sentimentos e
aprendizados no contato com o outro de modo positivo, rompendo com o medo inicial que os paralisavam e
dificultava a escuta ativa, produzem narrativas e levantam temas para estudo em grupo, durante a supervisão. Para
os pacientes-acompanhantes observa-se resposta positiva: relatam sentirem-se acolhidos, enfatizando o período
noturno, em que ocorre o esvaziamento do ambiente e redução da equipe, além de serem encaminhados para
avaliação da terapeuta ocupacional do serviço, se necessário. A equipe de enfermagem tem manifestado satisfação
por terem parceria para a realização do cuidado, com possibilidade de partilhar experiências diferentes. Conclusão:
Recomenda-se que a atenção da terapia ocupacional no período noturno possa ser oferecida em diferentes locais,
pois observasse que os sujeitos hospitalizados carecem de serem atendidos em suas necessidades durante os
diferentes momentos do dia. A experiência tem possibilitado a criação de espaços de diálogo e reflexão sobre o
cuidar em estágios iniciais da formação do terapeuta ocupacional.
Descritores: Idosos; Hospital; Terapia Ocupacional
As percepções acerca das vivências de morte vêm sofrendo alterações importantes. Perpassa a experiência
tranquila da idade média, chegando às aflições e angustias geradas pela tentativa constante de evitá-la da sociedade
atual. Mesmo com o movimento dos cuidados paliativos que propõe humanizar o morrer, a instituição hospitalar
continua caracterizada por um ambiente despersonalizante. Um contexto de dor, sofrimento e perdas. Atuando nas
consequências geradas por este processo e pelo ambiente em que ele é vivido, a Terapia Ocupacional (TO) volta
suas intervenções para o dimensionamento de soluções dos problemas relacionados à permanência do sujeito no
hospital, às relações com os profissionais, e às necessidades das famílias. Este relato de experiência tem como
objetivo descrever a atuação do TO na busca de melhorar a qualidade do processo de morte vivenciado por um
paciente com neoplasia hematológica em uma unidade de quimioterapia de alto risco. Do interior do Paraná,
hospitalizado devido à recidiva da doença, com dezessete anos de idade e acompanhado pelos pais, apresentava-se
independente e autônomo em seu desempenho ocupacional. Apesar do sofrimento gerado pelo impacto do
diagnóstico, e reviver a quebra do seu cotidiano, das atividades significativas e projetos de vida, evidenciava
resiliência. O acompanhamento da TO foi realizado diariamente, com a prática centrada no cliente, e teve como
metas manter o foco de atenção em condições de qualidade de vida, resgatar os potenciais saudáveis e
capacidades, assim como fortalecer as relações sociais e familiares. Após o investimento em protocolos de re-
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indução, para os quais o paciente não apresentou resposta favorável, e sem performance para outras alternativas
terapêuticas, iniciaram-se cuidados de suporte, incluindo a alta hospitalar. Com fortes dores em seios da face e
queixa de dispneia foi readmitido na unidade identificado com infecção fúngica. Diante deste quadro, evoluiu para um
estado de dor total, vivenciado por cerca de um mês. Neste período, foram iniciados os esforços na busca do
controle impecável dos sintomas de natureza física, psicológica, social e espiritual. O controle da dor era realizado
por equipe especializada, que facilitava o manejo do paciente que já se encontrava restrito ao leito. As intervenções
da TO voltaram-se ao auxílio da equipe no encontro de medidas de conforto para o banho, vestir-se e despir-se e
alimentação. Devido à intensidade das dores em nível toráxico foi utilizado dispositivo de comunicação alternativa
buscando facilitar a comunicação entre equipe-paciente e paciente-familiares. Outra intervenção foi voltada à
manutenção de atividades significativas, sendo proporcionada música ambiente e o atendimento da musicoterapia,
sempre ligadas às suas crenças religiosas. Oportunizaram-se espaços de convivência, onde a TO mediava a
interação do paciente com seus familiares, passando-lhes as mensagens que não conseguiam ser expressas
naquele momento. Realizou-se o acompanhamento, apoio e escuta aos familiares que mostravam-se fragilizados,
auxiliando-os no processo de despedida e na expressão dos sentimentos. Desta forma, buscou-se, mesmo dentro do
ambiente hospitalar, oferecer conforto e qualidade de morte sem afastar as pessoas significativas e sem desvalorizar
situações ou falas que faziam parte do seu contexto de vida e de morte. Abrindo espaços para as discussões
relacionados à dor, limitações e morte, e fomentando que os dias remanescentes até o falecimento, para paciente e
familiares, fossem compostos de experiências significativas.
Descritores: Terapia Ocupacional; Morte; Hospitalização
Segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), a humanização é um conceito que valoriza os direitos
do sujeito implicados no processo de saúde. Para tanto, faz-se necessária a construção da autonomia e do
protagonismo desse sujeito, a corresponsabilidade entre usuários e profissionais, e o fortalecimento do trabalho em
equipe com a melhoria das condições de atendimento. O Programa Nacional de Humanização da Assistência
Hospitalar (PNHAH) propõe um conjunto de ações integradas que objetivam aprimorar as relações entre profissionais
da saúde, entre os usuários e entre profissionais e usuários. O objetivo desse relato de experiência é apresentar as
práticas interprofissionais desenvolvidas, no primeiro semestre de 2014, por residentes de Terapia Ocupacional e
Psicologia no Ambulatório de Quimioterapia de um Hospital Universitário, segundo princípios da PNH e do PNHAH.
São desenvolvidas duas práticas interprofissionais pelas residentes. A primeira refere-se ao grupo realizado com os
pacientes que estão recebendo a quimioterapia na sala de medicações. Este grupo é aberto, com dois encontros
semanais e duração média de uma hora. Tem como prática iniciar com uma dinâmica de apresentação, seguida de
uma atividade, que fomente discussões reflexivas acerca da temática. O fechamento inclui relaxamento,
levantamento das impressões e de sugestões temáticas por parte dos pacientes. A segunda prática refere-se ao
“Aquário das Reflexões”. Este surgiu de um projeto desenvolvido com o intuito de proporcionar interação e troca de
experiências entre todos os sujeitos envolvidos no funcionamento do Ambulatório de Quimioterapia. Para tanto,
foram coletadas frases motivacionais por pacientes, familiares e profissionais do local. Estas foram utilizadas no
grupo que é realizado a fim de averiguar se cumpriam o objetivo inicial. Após isto, foram dispostas no aquário, que foi
colocado na recepção com um cartaz explicativo, e disponível para todos os sujeitos que circulam pelo local. O
grupo, por ser realizado de forma interprofissional, proporcionou maior interação entre as residentes, sendo
necessário abranger os objetivos de ambas as profissões durante a sua realização. Também se apresentou
relevante para os pacientes, pois se tornou um espaço de interação social e vínculo entre eles e os profissionais. A
metodologia utilizada proporcionou a humanização, através da valorização das relações sociais entre os envolvidos e
minimização do sofrimento ao se oportunizar um espaço de conversa. Quando o aquário foi utilizado no grupo, foi
possível perceber que este atingiu os objetivos propostos, visto que houve interação entre os participantes, trocas de
experiências, além de permitir a reflexão de todos a partir da leitura das frases. Com a disponibilização deste na
recepção, a troca de experiências e interação entre os sujeitos continua ocorrendo, pois aqueles que frequentam o
Ambulatório pegam as frases e as levam embora e depositam novas. Percebe-se, então, a autonomia e
protagonismo dos sujeitos, assim como a corresponsabilidade. Concluímos que foi possível alcançar os objetivos
propostos de desenvolver práticas segundo os princípios da PNH e do PNHAH. Houve fortalecimento de trabalho
em equipe e aprimoramento das relações entre profissionais. Além disso, a autonomia, corresponsabilidade e
protagonismo foram alcançados por todos os envolvidos, tanto profissionais quanto usuários.
Descritores: umanização da assistência; Serviço Hospitalar de Terapia Ocupacional; Ambulatório Hospitalar; Serviço
Hospitalar de Oncologia; Prática Profissional
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Introdução: A internação de longa duração vivenciada por pessoas adultas jovens pode causar importantes
rupturas em seu cotidiano devido ao afastamento da rotina domiciliar, do trabalho e dos familiares. Por meio de uso
de recursos diversos, a terapia ocupacional busca promover dentro da rotina intra-hospitalar, um cotidiano que
favoreça o restabelecimento da saúde com atividades significativas de forma a tornar o período de internação menos
estressante e solitário. Dentre os recursos disponíveis destaca-se o desenho, pela facilidade de uso de materiais e
por promover a livre-expressão, a demonstração de habilidades e a comunicação de desejos e expectativas.
Objetivo: Descrever e analisar a atenção oferecida pela terapia ocupacional a uma pessoa adulta jovem com
diagnóstico de endocardite, internada em enfermaria de clínica médica utilizando-se do desenho como recurso
terapêutico. Casuística e método: Estudo de caso retrospectivo baseado em análise documental de prontuário da
terapia ocupacional de paciente de 27 anos, com diagnóstico de endocardite aguda atendida na enfermaria de clínica
médica entre junho e julho de 2014. Para o atendimento utilizou-se papel sulfite, lápis grafite, lápis de cor e canetas
hidrográficas para a confecção dos desenhos. Resultados: Foram realizados 14 atendimentos durante a internação
de 35 dias. Durante a anamnese e investigação de histórico ocupacional, a paciente apontou desejo de voltar a
desenhar. A disponibilização de materiais e sugestões quanto aos locais mais favoráveis para livre realização da
atividade, contribuíram com o processo de redescoberta de suas habilidades para o desenho e para o desejo de
compartilhamento de sua produção. Interessando-se cada dia mais em aprender e desenvolver a técnica, criou
planos de transformação de seu cotidiano após alta hospitalar que incluíram ingresso em escola de desenho e curso
de informática para divulgação de seus trabalhos nas redes sociais. Discussão: O desenho potencializou o
aprofundamento do vínculo com a terapeuta, o que por sua vez constituiu fator motivacional para envolvimento
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crescente dessa prática durante a internação. O vinculo terapêutico possibilitou identificar outros aspectos da vida
que também precisavam de atenção e cuidado como o desejo de ampliação da vida ocupacional, limitada até então
ao cuidado com os filhos, e de retomada do autocuidado. Também facilitou contato com os profissionais e pessoas
internadas e o resgate de sua auto-estima. Conclusão: A realização da atividade foi elemento fundamental no
estabelecimento da relação terapêutica. A atuação da terapia ocupacional mostrou-se importante no
acompanhamento da paciente hospitalizada devido ao acolhimento e compreensão dos processos de rupturas
existentes nesse momento e ao resgate de uma atividade significativa para a pessoa, tornando o processo de
internação um momento possível de reavaliação do cotidiano, validação e redescoberta de habilidades até então
pouco valorizadas pela paciente.
Descritores: terapia ocupacional; atividades cotidianas; desenho; hospitalização
O Este relato baseia-se na assistência da Terapia Ocupacional em uma enfermaria pediátrica de um hospital
público na cidade do Rio de Janeiro. Experiência trilhada a partir da demanda materna, seus desejos e suas
intenções. Jovem mãe, casada, filha planejada e desejada, entra em trabalho de parto e apesar da indicação de
cesária pelo médico assistente foi negligenciada e forçada a um parto normal onde ocorreu prolapso do cordão
umbilical. Nasce uma criança com morte aparente e começa todo o percurso desta mãe ao lado da sua filha
encefalopata crônica, dependente de tecnologia, internada desde o nascimento. Ambiente hostil, rotina alterada
cercada de intercorrências e atropelos, vigilância extrema, maus tratos institucionais, saúde frágil são vivências
diárias experimentadas pela mãe presente e incansável durante uma internação prolongada. Através da abordagem
direta a esta mãe tive como objetivo de transformar seu desejo velado em comemorar o aniversário da filha,
propondo a reflexão, percepção e elaboração dos sentimentos para a partir das experiências vividas. Planejar,
selecionar, definir e confeccionar os itens necessários para a concretização da festa foi um processo bem
interessante. Elaboramos algo que fosse viável dentro de uma unidade hospitalar respeitando as particularidades e
exigências da CCIH envolvendo a organização da rotina, envolvimento familiar e social, relações com a equipe. Todo
o processo desde a abordagem, o planejamento e confecção das peças envolveu a análise das atividades e foi
mediado pela Terapeuta Ocupacional fazendo com que a mãe se apropriasse do seu desejo como legítimo
transformando o que era idealizado em algo palpável, favorecendo o empoderamento da mãe frente a equipe,
reforçando seu protagonismo frente a situação da filha e transformando paradigmas. Tudo que foi vivido desde o pos
parto com suas passagens pela UTI, idas e voltas da enfermaria a UTI, ausência do pai da criança por medo de
encarar a filha, capítulo a parte desta história, novamente veio a tona e pode ser repensado e reconstruído nos
encontros que se sucederam. Rica vivência para mãe e terapeuta. O pai pode fazer-se presente logo após a festa de
um ano fazendo visitas esporádicas a filha e colocando-a no colo.No tempo dele, à sua maneira. Nosso projeto hoje
se baseia na aceitação e reorganização da nova rotina e possíveis adaptações para a tão sonhada ida para casa
com seu bebê hoje com 1 ano e 5 meses! Quarto, enxoval e fru-frus para uma nova vida. Ainda aguardamos a
judicialização de internação domiciliar (home care) e estamos juntas para ver o que nos espera nesse novo caminho.
Descritores: hospitalização; terapia ocupacional; hipóxia encefálica; humanização da assistência; poder familiar.
onco hematologia, estratégia de saúde da família, crônico degenerativo e materno infantil. Na área materno infantil,
atua na obstetrícia, pediatria, unidade de tratamento intensivo neonatal e pediátrico. Nestas unidades não havia o
profissional, até a entrada da residência. Atualmente a Terapia Ocupacional é solicitada pela equipe do hospital, dos
ambulatórios, assim compondo as discussões de casos avaliações, diagnósticos, tratamentos e ações quanto à
humanização da assistência, discutidos pela unidade hospitalar. Este trabalho provocou necessidade da contratação
de profissionais fixos nas unidades através do concurso público. A residência multiprofissional na formação
complementar do terapeuta ocupacional atua diretamente promovendo mudanças significativas na prática
assistencial em saúde, assim fortalecendo a atuação multiprofissional, contudo facilitando as trocas de saberes entre
os profissionais envolvidos. A partir da vivência prática da linha materno infantil, visualiza-se uma intervenção
significativa, onde atua diretamente com a equipe e paciente, fazendo parte da construção de um modelo de saúde
com atenção integral e humanizada. Percebe-se que a hospitalização gera alterações significativas no paciente, pois
leva a mudanças repentinas, propiciando assim um ambiente estranho, podendo ser desencadeador de sintomas
adjacentes ao processo da hospitalização. A intervenção humanizada possibilita uma abordagem mais acolhedora,
resolutiva e humana. Conclui-se que a residência multiprofissional é um espaço de formação integradora de ações
de gestão e atenção. Neste sentido viabiliza a reestruturação do sistema de saúde, proporcionando ao campo da
terapia ocupacional a possibilidade de construir seu espaço dentro do contexto hospitalar. Propiciando aos
profissionais que dela integram a valorização do seu trabalho nos diversos campos de atuação.
Descritores: Residência multiprofissional, Terapia ocupacional, Sistema único de saúde
A hospitalização de um filho na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal) é uma condição que
pode gerar danos emocionais para toda a família, especialmente para os pais . Mesmo cientes da possibilidade do
nascimento de uma criança necessitando de cuidados intensivos, os pais permanecem com esperança de um
nascimento saudável e da permanência do bebê junto à mãe até o momento da alta hospitalar. A UTI Neonatal é um
espaço reservado no hospital para tratamento de recém-nascidos prematuros e de bebês que apresentam algum tipo
de problema ao nascer (por exemplo, seu tamanho e maturidade), bem como pelos problemas que podem vir a
apresentar, recebendo assistência 24 horas . Para tanto, orientar aos pais, cujos filhos estejam internados na UTI
Neonatal quanto aos cuidados gerais do ambiente, minimização de estresses e angústias, propor momentos de bem-
estar, esclarecimentos de dúvidas e compartilhamento de experiências, são ações importantes de uma equipe
multiprofissional que atue neste local . Este trabalho tem por objetivo descrever a contribuição da Terapia
Ocupacional na assistência oferecida aos pais de bebês internados na UTI Neonatal, por meio de um relato de
experiência que discorrerá acerca das ações desenvolvidas em um grupo de orientação aos pais, coordenado por
uma equipe multiprofissional, da qual a Terapia Ocupacional é parte integrante. O grupo é realizado semanalmente,
na sala de espera da UTI Neonatal, coordenado por uma equipe composta por profissionais de Enfermagem,
Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia e Fonoaudiologia, além dos profissionais médicos, com uma média de
6 a 8 participantes. A cada semana, uma temática referente a uma área profissional é abordada através de uma roda
de conversa, com auxílio de recursos visuais, exemplificação com bonecos, realização de dinâmicas, entre outros.
Em relação às contribuições específicas da Terapia Ocupacional, uma vez ao mês estes profissionais se
responsabilizam pela temática abordada no grupo e apresentam aos cuidadores a respeito da intervenção da Terapia
Ocupacional no ambiente da UTI Neonatal. Os pais são orientados acerca dos estados comportamentais do bebê,
segundo Brazelton – sono profundo, sono leve, sonolência, alerta, desperto e choro intenso – e sobre quando se
inicia a estimulação precoce . Também são orientados sobre a importância de identificar e respeitar os estados
apresentados pelo bebê, além de protegê-lo de estímulos excessivos e inadequados, muitas vezes presentes no
ambiente da UTI. Como resultados, verifica-se que os cuidadores apresentam uma compreensão maior sobre a
atuação de cada profissional, incluindo o terapeuta ocupacional, na assistência a seus filhos, além de o grupo
constituir-se em um momento oportuno para tirarem suas dúvidas com os profissionais, permitindo maior
empoderamento e participação dos mesmos no tratamento de seus filhos. Com o decorrer dos grupos, é observada
melhora no convívio dos pais, tanto entre si, como em relação aos profissionais responsáveis pelo tratamento de
seus filhos. Dessa forma, a equipe multiprofissional, incluindo a Terapia Ocupacional, vem conseguindo oferecer
adequada assistência aos pais dos bebês da UTI Neonatal e contribuir com o serviço através de ações mais
integradas.
Descritores: terapia ocupacional; prática de grupo; uti neonatal
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A hospitalização é considerada uma experiência potencialmente traumática para a criança e sua família,
pois a criança vivencia um sofrimento físico, pelos procedimentos muitas vezes dolorosos; a limitação de sua
atividade, constituindo-se em uma mudança radical de sua rotina; sua maturação psicoafetiva pode ser prejudicada,
percebida por distúrbios de comportamento e manifestações de desadaptação; e seu desenvolvimento
neuropsicomotor pode ser comprometido, já que as limitações impostas pela doença, a restrição do espaço físico e a
inadequação de estímulos acabam levando à diminuição da experimentação e exploração. Neste sentido, o
terapeuta ocupacional procura favorecer a saúde global da criança hospitalizada. O objetivo deste trabalho é
descrever e discutir as possibilidades de atuação do terapeuta ocupacional na assistência à criança hospitalizada,
por meio de um relato de experiência que discorrerá acerca das ações oferecidas pelo serviço de Terapia
Ocupacional inserido em um hospital pediátrico. Trata-se de um hospital de grande porte, contando com 205 leitos,
distribuídos em enfermarias, UTI Pediátrica, UTI Neonatal, UTI Cardiopediátrica, Emergência Pediátrica, Centro
Cirúrgico, Alojamento Conjunto, Ginecologia e Obstetrícia e Centro Obstétrico. O serviço de Terapia Ocupacional
atua diretamente nas enfermarias, brinquedotecas e nas UTIs. Nas enfermarias, internam pacientes das clínicas de
Neurologia, Neurocirurgia, Cirurgia Pediátrica, Oncologia, Cardiologia, Pediatria Geral, entre outras. São realizados
atendimentos em leito, visando a estimulação sensório-motora, além do uso da atividade enquanto recurso
terapêutico, com o intuito de promover momentos de bem estar e minimizar os impactos negativos da hospitalização.
A Terapia Ocupacional também coordena as ações da brinquedoteca, a fim de estimular a ocupação do brincar e
favorecer a socialização. Já nos ambientes da UTI Pediátrica e Cardiopediátrica, o trabalho é desenvolvido com
pacientes que apresentem adequado nível de consciência e estabilidade de quadro clínico, visando a oferta de
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estímulos sensoriais, motores e cognitivos, bem como a redução dos efeitos estressores do próprio ambiente da UTI.
Na UTI Neonatal, o cuidado é centrado na criança e na família, com enfoque na estimulação precoce de bebês
estáveis, além de orientações ofertadas em grupo de cuidadores, desenvolvido por uma equipe multiprofissional, na
qual a Terapia Ocupacional está inserida. Os instrumentos para avaliação utilizados são entrevistas semi-
estruturadas, realizadas com as crianças e família, contendo informações sobre o desenvolvimento motor, cognitivo,
social e afetivo. Como resultados, percebe-se a melhora geral nas condições de saúde e psicossociais dos pacientes
e o serviço vem sendo reconhecido enquanto parte importante da assistência, uma vez que os atendimentos vêm
sendo solicitados em maior número. Assim, a atuação do terapeuta ocupacional no contexto da hospitalização de
crianças e adolescentes favorece o processo terapêutico, contribuindo com intervenções que previnam atrasos no
desenvolvimento e deformidades, promova o lazer, o brincar, suporte psicossocial, entre outros, sendo possível
reafirmar a importância do terapeuta ocupacional como parte da equipe de assistência em um hospital pediátrico e
seu reconhecimento crescente.
Descritores: terapia ocupacional; pediatria; hospitalização
A Porfiria Aguda Intermitente (PAI) caracteriza-se como uma doença rara, de caráter hereditário e
autossômico dominante, relacionada a um distúrbio na via hepática, causada pela redução dos níveis da enzima
porfobilinogêniodesaminase (PBG-D) que acarreta um acúmulo de precursores metabólicos (porfirinas) nocivos ao
organismo. A expressão clínica desta anormalidade genética articula-se tanto a fatoresexógenos - ambientais e/ou
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metabólicos - medicação, alimentação e substâncias químicas, como fatores endógenos - hormônios. Com maior
frequência as crises ocorrem após a puberdade e em pessoas do sexo feminino, sendo aos principais sintomas: dor
e distensão abdominal, neuropatia periférica, o acometimento do sistema nervoso central, náuseas e vômitos,
constipação ou diarreia, taquicardia, sudorese, tremores, febre, distúrbios hidroeletrolíticos e psiquiátricos. O
diagnóstico baseia-se na excreção urinária elevada dos precursores da porfirina - ácido delta-aminolevulínico (ALA) e
porfobilinogênio (PBG), entretanto, ressalta-se a necessidade de um diagnóstico diferencial em relação a distúrbios
neurológicos, psiquiátricos e gastroenterológicos nas crises em que os demais exames estejam normais.
Considerando a diversidade de sintomas e as especificidades da doença, este trabalho tem por objetivo descrever a
experiência da atuação da terapia ocupacional com um paciente diagnosticado com PAI. Trata-se de um relato de
experiência, baseado nas intervenções terapêuticas ocupacionais realizadas junto a paciente internado na Unidade
de Terapia Intensiva Adulto (UTI- A) de um Hospital Escola do município de Campinas, São Paulo. As observações
clínicas e os registros em prontuário das intervenções subsidiaram as discussões e a elaboração deste relato de
experiência. Paciente do sexo masculino, 29 anos, negro, deu entrada no Pronto Socorro do referido Hospital Escola,
apresentando dor abdominal difusa há oito dias e história pregressa de vômito, delírium e alucinação visual. Após ter
sido submetido à laparotomia exploradora foi transferido à enfermaria. No decorrer de 13 dias de hospitalização,
paciente piorou, culminando com a necessidade de intubação orotraqueal e transferência para a UTI-A. No âmbito da
terapia ocupacional as condutas iniciais dirigiram-se ao acolhimento e a orientação a seus familiares, especialmente
quanto ao funcionamento da UTI, ao quadro clínico do paciente, os equipamentos de monitorização. Paralelamente,
buscou-se promover a melhoria da comunicação entre paciente – familiar-equipe multiprofissional, através do uso de
prancha de comunicação suplementar e alternativa. Posteriormente, as intervenções objetivaram o ganho de
autonomia e independência do paciente, a diminuição da intensidade da dor, por meio de técnicas de enfaixamento e
adaptações com cunhas/coxins; a humanização do ambiente, a partir da introdução de atividades do seu cotidiano,
buscando minimizar os impactos da internação, bem como apoio social e emocional para enfrentamento de situações
decorrentes das perdas funcionais e dos temores frente à possibilidade da morte. Constatou-se que o oferecimento
de um cuidado digno, baseada em abordagem holística e centrada no paciente foi essencial para a melhoria de sua
qualidade de vida. Por fim, destaca-se importância desta experiência e da construção de conhecimentos sobre esta
problemática, já que não há outros estudos de terapeutas ocupacionais brasileiros que abordem a problemática de
pacientes diagnosticados com PAI.
Descritores: Terapia Ocupacional; Unidades de Terapia Intensiva; Porfirias.
A hospitalização de uma criança representa um corte repentino em sua vida, já que esta é afastada do seu
cotidiano, da família e de seus amigos. Neste contexto, o paciente passa por tratamentos dolorosos e invasivos,
podendo desencadear estresse, medo, insegurança e traumas. A literatura indica a necessidade de uma equipe
interdisciplinar neste contexto complexo da oncologia pediátrica. Dentre os profissionais, está o Terapeuta
Ocupacional, que tem como escopo de atuação auxiliar o paciente e a família no enfrentamento e compreensão da
doença; na prevenção, manutenção e reabilitação dos componentes de desempenho ocupacional; na manifestação
da alegria, energia e vitalidade; na melhora da qualidade de vida e do bem-estar, além do (re)descobrimento de
capacidades e habilidades. O objetivo deste estudo foi caracterizar as práticas dos Terapeutas Ocupacionais no
contexto de oncologia pediátrica, conhecer os fundamentos teóricos e as abordagens utilizadas pelos mesmos em
suas práticas, explicitar o trabalho em equipe multiprofissional e verificar a instalação de brinquedoteca nas unidades
de saúde em regime de internação. Trata-se de um estudo descritivo exploratório, de caráter quantitativo e qualitativo
com Terapeutas Ocupacionais que desempenham seu trabalho em Centros de referência às crianças em tratamento
oncológico do Estado de São Paulo. Para realizar o estudo, numa primeira etapa, foram identificados locais de
tratamento oncológico pediátrico, por meio de listagem disponibilizada pela Associação Brasileira de Linfomas e
Leucemia-ABRALE, pelo Instituto Nacional do Câncer-INCA e locais indicados por estes. Após a identificação de 25
profissionais, estes foram convidados a responder, via online, um questionário semiestruturado. Como resultado,
pôde-se traçar um perfil de 11 profissionais, respondentes do questionário: sexo feminino; população jovem com
faixa etária dos 25 aos 35 anos de idade; conclusão da graduação de Terapia Ocupacional com maior incidência na
década de 2000(72,7 %), e com a utilização diversificada de referenciais teóricos como o Método de Terapia
Ocupacional Dinâmica (45,45%), Terapia Ocupacional no Contexto Hospitalar (9,09%), Teoria do Desenvolvimento
Infantil (9,09%) e Integração Sensorial (9,09%). Com relação à clientela atendida: a faixa etária é de um ano aos 18
anos de idade; com maior incidência de diagnóstico de leucemia, linfoma e tumor do sistema nervoso central.
Verifica-se também que os Terapeutas Ocupacionais preconizam o trabalho multiprofissional, sendo o psicólogo o
profissional mais citado (20,7%); utilizam das brinquedotecas como local de intervenção (73%), e objetivam em suas
intervenções a reconstrução do cotidiano e a humanização do cuidado. Conclui-se que a atuação dos Terapeutas
Ocupacionais no contexto de Oncopediatria, ao compararmos esses resultados àqueles disponíveis na literatura,
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responde aos preceitos atuais das políticas de saúde, no cuidado integral e ampliado ao sujeito que inclui as diversas
dimensões da experiência humana, tais como: subjetiva, social, cultural, econômica e política, introduzindo nos
serviços de saúde os diferentes saberes e olhares produzidos no campo do conhecimento.
Descritores: Criança; Neoplasias; Oncologia; Terapia Ocupacional
109. GRUPO DE EXPRESSÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES COM FISSURA LABIOPALATINA: VISÃO DOS
FAMILIARES
Sousa, Lyana Carvalho; Nascimento, Naiara Martins; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes; Motti, Telma
Flores Genaro, Buffa, Maria José Monteiro Benjamin
Hospital de Base de Bauru, Universidade Sagrado Coração (USC), Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais –
HRAC/USP
respeito dos benefícios das atividades expressivas em um grupo chamado TO na Arte, sendo seus integrantes
adolescentes e jovens adultos com fissura labiopalatina (FLP), em períodos pré e pós-operatório, na faixa etária de
13 a 30 anos, em período de tratamento no HRAC/USP. Foram entrevistados 17 familiares dos participantes do
grupo com FLP, entre o grupo havia mães e outros membros da família. A maioria dos entrevistados perceberam que
as atividades expressivas em grupo trouxeram melhoras relacionadas a seus participantes, nos aspectos sociais,
como o aumento das relações sociais e participação na escola, trabalho, igreja e com o grupo, troca de experiência,
melhora relacionamento e união com família, nos aspectos emocionais, relacionados à diminuição do
desapontamento, da ansiedade, nervosismo, e dos episódios depressivos e aumento da confiança e segurança,
maior desinibição, nos aspectos físicos, no aprendizado, como melhora nas atividades acadêmicas da escola e
desenvolvimento da leitura e mudanças de atitudes em relação aos seus problemas. Pode-se concluir com os relatos
dos familiares que esse grupo trouxe muitos benefícios aos participantes, preparando seus filhos para a vida, ficando
esses mais seguros e confiantes. Também percebeu-se a importância dos familiares nessa pesquisa, pois são
pessoas que estão diretamente envolvidas com o sofrimento, a dor e várias situações desconhecidas que interferem
na vida de seus filhos; sendo assim os dados trazidos por eles os mais próximos possíveis da realidade dos
integrantes do grupo de como eram e de como ficaram após passarem por este, sendo essas informações de
extrema importância para a (re) significação e melhorias na assistência prestada junto a essa clientela.
Descritores: Fissura labiopalatina; Atividades expressivas; Adolescentes; Familiares
Introdução: A assistência a crianças e adolescentes hospitalizados com doenças crônicas requer uma
abordagem que ultrapassa o cuidado biológico. É necessário um olhar individualizado, integral e humanizado
mediante a complexidade e gravidade de tais patologias. Para que se garanta tal paradigma, torna-se essencial a
atuação de uma equipe multiprofissional coesa e articulada, incluindo o terapeuta ocupacional. Em contexto
hospitalar pediátrico, este profissional atua na promoção da saúde, buscando alternativas para potencializar a
qualidade de vida do paciente através da ressignificação do seu cotidiano durante a hospitalização, interrompido em
função do adoecimento e da internação. Implantar a assistência terapêutica ocupacional neste contexto requer
estudo detalhado para justificar a inserção do profissional nessa área de atuação. Objetivo: descrever o processo de
implantação da assistência de Terapia Ocupacional em uma enfermaria pediátrica. Casuística e Método: o processo
de implantação ocorreu na enfermaria de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São
Paulo, ligado a uma instituição de ensino. No segundo semestre de 2013, foi realizado levantamento dos pacientes
internados, para analisar o perfil da população atendida na enfermaria e verificar a necessidade de intervenção de
Terapia Ocupacional. Foram efetuadas consultas ao sistema eletrônico de mapa de leitos e aplicados formulários de
avaliações de terapia ocupacional. Resultados: foram avaliados 37 pacientes, sendo 57% do sexo feminino e 43% do
sexo masculino. A maior prevalência de idade foi de zero a 2 anos (41%) seguidos por 27% na faixa etária pré-
escolar de 3 a 6 anos. Verificou-se que 48% havia recebido o diagnóstico há menos de um mês, revelando uma
parcela significativa de diagnósticos recentes. Quanto ao histórico de internações, 35% já haviam sido internados em
uma frequência de uma a cinco vezes, o que já é esperado por se tratar de pacientes portadores de doenças
crônicas. Em contrapartida, 22% nunca haviam sido internados anteriormente, sendo que 03 deles permaneciam
internados desde o nascimento. Dos 37 pacientes avaliados, 54% apresentaram demandas para atendimento
terapêutico ocupacional. Os critérios de elegibilidade prevalentes foram: encaminhamentos (22%) para confecção de
dispositivos de Tecnologia Assistiva e redes de suporte; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (18%);
diagnóstico recente (15%) e hipótese de não aderência ao tratamento (12%). O critério “outros” também apresentou
alto índice de prevalência na amostra (21%) e se referiram a: desconhecimento sobre a patologia;
adaptação/colaboração do paciente quanto ao uso de um dispositivo de Tecnologia Assistiva; orientações gerais
sobre estimulação do DNPM no ambiente hospitalar enquanto medida preventiva; investigação diagnóstica;
repertório ocupacional empobrecido e orientações sobre adequado posicionamento no leito. Discussão: diante da
análise dos dados quantitativos apresentados, constatou-se a necessidade da assistênica terapêutica ocupacional na
enfermaria pesquisada. O processo de levantamento do perfil da população e demandas para o atendimento de
Terapia Ocupacional foi essencial para efetivação da implantação. Conclusões: Para implantar a assistência de
Terapia Ocupacional em qualquer unidade, é essencial elaborar um estudo detalhado para justificar a inserção do
profissional. Determinar claramente os critérios para fundamentar a atuação do terapeuta ocupacional constitui um
aspecto fundamental na apropriação do campo de atuação.
Descritores: Doença Crônica; Hospitalização; Integralidade em Saúde; Pediatria; Terapia Ocupacional
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Introdução: As doenças renais crônicas podem causar um significativo impacto no cotidiano de crianças e
adolescentes, uma vez em que estes se deparam com inúmeras privações e falta de autonomia em seu dia-a-dia, as
quais vão desde restrições alimentares e hídricas, esquemas medicamentosos rigorosos até tratamentos complexos
e invasivos (como hemodiálise ou transplante renal, por exemplo). Diante da complexidade e gravidade destas
patologias crônicas, torna-se essencial garantir a aceitação e aderência ao tratamento como um todo, a fim de se
evitar complicações, como falhas no tratamento e necessidade de reinternações constantes. Acredita-se que auxiliar
o paciente a compreender seu diagnóstico e todo seu processo de adoecimento é muitas vezes o ponto de partida
para sua conscientização e consequente aceitação, adaptação e colaboração com seu próprio tratamento. Nesse
sentido, o terapeuta ocupacional pode, por meio de recursos didáticos e atividades dirigidas coerentes à faixa etária,
facilitar esse processo de empoderamento do paciente diante do seu diagnóstico e consequentes cuidados
necessários. Objetivo: descrever o processo de construção de um manual educativo e lúdico, destinado a crianças e
adolescentes com doenças renais crônicas. Casuística e Método: este manual foi desenvolvido pelo Serviço de
Terapia Ocupacional de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma
instituição de ensino. Foram realizadas entrevistas semi estruturadas com os profissionais da unidade de Terapia
Renal Substitutiva e levantamento dos principais cuidados e restrições envolvidos no processo de tratamento.
Resultados: elaboração do manual para pacientes renais crônicos, cujo conteúdo envolve desde a anatomia e
funcionamento do sistema urinário, principais sintomas de insuficiência renal, até tipos de tratamento, cuidados com
catéteres e fístulas, e restrições alimentares. O manual é interativo e didático, contendo desenhos e atividades
gráficas e lúdicas, relacionadas ao processo de adoecimento e tratamento. Discussão: os manuais educativos são
considerados instrumentos eficazes para facilitar o entendimento do processo de saúde-doença e favorecer maior
responsabilização do cuidado pelo próprio paciente e por todos os sujeitos envolvidos. Conclusões: este manual
poderá auxiliar o paciente renal crônico na aprendizagem e compreensão do seu processo de adoecimento,
facilitando o enfrentamento, aceitação e adaptação às restrições em seu cotidiano e consequentemente na aderência
ao tratamento.
Descritores: Hospitalização; Insuficiência Renal Crônica; Pediatria; Terapia Ocupacional
Introdução: O terapeuta ocupacional compreende o paciente como um sujeito que antes decidia seu próprio
destino e a partir da internação tem sua vida controlada pela rotina do hospital. As preocupações financeiras e da
família passam a ser administradas de outro modo. Ocorrem momentos de estresse, falta de privacidade, frustação,
preocupações com sua nova condição de saúde e um futuro muitas vezes incerto. Deste modo, esse profissional
utiliza as atividades, para estruturar o cotidiano do paciente, bem como proporcionar saúde, participação social e
qualidade de vida. Entretanto, uma pesquisa em um hospital brasileiro sobre o delineamento da profissão no
contexto hospitalar constatou que a atividade terapêutica é um procedimento pouco realizado pelos terapeutas
ocupacionais. Esse fato pode ser explicado devido às dificuldades de utilizar atividades terapêuticas no contexto
hospitalar. Objetivo: Relatar a dificuldade enfrentada pelos Residentes de Terapia Ocupacional de um hospital geral
de Curitiba em relação ao uso de atividades. Casuística: O terapeuta ocupacional possui conhecimento sobre
atividades, bem como sua utilização como recurso terapêutico. Assim a mesma pode ser utilizada como objetivo de
uma intervenção, ou como um meio para aperfeiçoar/alcançar habilidades motoras, cognitivas e sociais, bem como
papéis ocupacionais. Método: Relato de experiência. Resultado: Os residentes de Terapia Ocupacional atuam em
um hospital de Curitiba desde 2010 e têm enfrentado dificuldades em relação ao uso de atividades terapêuticas no
contexto hospitalar. Dentre elas destacam-se: grande limitação de recursos financeiros, que dificulta a aquisição de
materiais para as atividades, bem como compra de matéria prima para a confecção de órteses e adaptações; período
de internamento, que geralmente é breve, limitando o tempo para avaliar, planejar e realizar a intervenção; a
dificuldade da equipe multiprofissional para distinguir atividade terapêutica de “ocupar o tempo”; a restrição de
materiais que podem ser utilizados com pacientes em isolamento. Discussão: A utilização de atividades é dificultada
pela burocracia para a compra de materiais em instituições públicas, bem como o limitado recurso financeiro
direcionado à saúde que geralmente supre somente as prioridades essenciais para a assistência clínica. Este fato
em princípio poderia restringir a atuação do terapeuta ocupacional; entretanto os residentes têm realizado ações para
superar as limitações, ao: utilizar materiais doados por terceiros ou adquiridos com recursos financeiros próprios para
criar atividades; substituir os equipamentos que normalmente seriam utilizados por outros similares de menor custo,
que possam ser confeccionados pelas residentes ou pela equipe de manutenção do hospital; interagir e/ ou realizar
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atendimentos em conjunto com a equipe multidisciplinar, a fim de difundir a atuação, objetivos e conquistas do
tratamento da Terapia Ocupacional; utilizar da criatividade para produzir diversas atividades com o mesmo tipo de
material. Conclusões: A utilização de atividades pelo terapeuta ocupacional no contexto hospitalar enfrenta diversas
barreiras, sendo que algumas dessas são passíveis de solução. Embora ainda seja necessário proporcionar recursos
humanos e materiais para que a atividade seja utilizada plenamente como recurso terapêutico ocupacional.
Descritores: Terapia Ocupacional; atividades cotidianas; hospital
Introdução: Pesquisas constatam que uma parcela dos idosos necessita de auxílio para realização de suas
atividades de vida diária. Esse auxílio, por sua vez, vem de familiares, geralmente filhos e cônjuges, que acabam
assumindo o papel de cuidador. Por algum agravo clínico, o início das tarefas como cuidador se dá dentro do
ambiente hospitalar e de forma inesperada, fazendo com que seja necessário um suporte para a execução desse
papel de forma satisfatória. Objetivo: Relatar as intervenções realizadas por residentes de Terapia Ocupacional de
um hospital universitário de Curitiba, junto aos cuidadores de pacientes idosos. Casuística: A Lei N° 10.741, de 2003
estabelece o Estatuto do Idoso e, em seu Artigo 16, garante ao idoso o direito a um acompanhante em tempo
integral, quando o mesmo for internado ou estiver em observação em um serviço de saúde. O Artigo 18. ainda
legitima que as instituições de saúde são responsáveis por realizar o treinamento, bem como orientações aos
sujeitos que cuidarão dos idosos. Método: Relato de experiência. Resultado: Grande parte da população atendida no
hospital em questão é composta por idosos. Estes, por dificuldades momentâneas ou permanentes podem necessitar
do auxílio de um cuidador. Deste modo, os residentes de Terapia Ocupacional realizam intervenções com o intuito
de: capacitar o cuidador a assumir um novo papel ocupacional através de orientações dirigidas especificamente para
a clínica do paciente; efetuar orientações sobre as posturas adequadas para a realização do cuidado, a fim de
prevenir lesões; efetuar educação em saúde, para que o cuidador compreenda o diagnóstico, tratamento e
prognóstico do paciente; prevenir sobrecarga física, por meio do auxilio na criação ou estruturação de um rodizio
familiar e sobrecarga emocional, com a realização de atividades significativas que proporcionem lazer e/ou
relaxamento; estimular o fortalecimento de vínculo entre cuidador e paciente; planejar a rotina no hospital e no
domicílio, tanto em relação aos cuidados com o paciente quanto em relação à manutenção de papéis ocupacionais
do cuidador. Discussão: A atuação do terapeuta ocupacional junto ao cuidador proporciona maior preparo para o
encargo, bem como atenua ou previne o comprometimento da saúde de quem cuida, reduz o medo e a ansiedade
relacionados ao manejo do paciente, bem como facilita a adaptação ao papel de cuidador. Além disso, pode evitar o
agravamento de comorbidades e/ou o aparecimento de novas patologias e facilita a organização da rotina de
cuidados. A estruturação do cuidado evita a sobrecarga de um familiar, bem como permite que o mesmo realize suas
atividades de vida diária e demais Atividades Instrumentais de Vida Diária. Conclusão: A intervenção da Terapia
Ocupacional contribui para a humanização do atendimento ao idoso e proporciona maior conhecimento e confiança
ao cuidador. Porém, ainda é necessário consolidar essa prática e ampliar o número de profissionais que prestem
atendimento ao idoso internado. Cabe ressaltar que não basta somente haver legislação sobre a atuação nesse
contexto, mas é preciso que seja implementada. Também é essencial demonstrar e buscar o fortalecimento científico
sobre esta questão.
Descritores:Terapia Ocupacional; família; hospital; idoso
Introdução: A constituição e legitimação das práticas dos terapeutas ocupacionais em contextos hospitalares
é um processo histórico em contínua construção. Objetivos: Este trabalho objetiva realizar uma caracterização dos
trabalhos apresentados em Congressos Brasileiros de Terapia Ocupacional (CBTO) que abordassem a atuação da
terapia ocupacional no contexto hospitalar. Métodos: Uma revisão bibliográfica foi feita nos anais eletrônicos dos dois
últimos CBTO (2011 e 2013) utilizando os termos “hospital” e “contexto hospitalar”. Foram excluídos os trabalhos que
apenas apresentavam as palavras-chaves, mas que diziam respeito a outro campo de atuação. Resultados: Nos
resultados obtidos, foram encontrados 387 trabalhos, dos quais, 84 foram excluídos. No ano de 2011, os autores
eram maioritariamente provenientes da região sudeste (119), seguidos pela região nordeste (37) e norte (25). Foram
encontrados 6 trabalhos internacionais. Nos anais de 2013 a região sudeste (25) manteve maior produção, seguida
pela região sul (16), no entanto, os anais não permitiram a identificação do local de origem dos autores. Quanto à
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instituição de origem, em 2011, 134 foram enviados por hospitais ou outras instituições e 59 por universidades. No
ano de 2013, 43 dos trabalhos estavam relacionados à universidades, também havendo carência para identificar as
instituições. Quanto ao tipo, 124 eram relatos de experiências, 88 pesquisas e 70 intervenções realizadas.
Conclusão: A partir dos resultados, observou-se uma redução do número de publicações sobre a temática entre os
anos, proporcionalmente ao número de trabalhos apresentados. Houve crescimento da produção na região sul (local
de realização do congresso), com maior expressão de trabalhos que relatam experiências, e menor número de
pesquisas ou trabalhos que avaliem a intervenção realizada. Compreende-se a validade e contribuição dos relatos de
experiência, todavia, ressalta-se a necessidade de investimento em pesquisas que contribuam para a
fundamentação da atuação do terapeuta ocupacional em Contextos Hospitalares, bem como, favoreçam a
implantação de Políticas Públicas que contemplem o terapeuta ocupacional nas equipes de saúde hospitalar.
Descritores: Psiquiatria; Terapia Ocupacional; Oficina Terapêutica
Introdução: O processo de adoecimento provoca sofrimento à pessoa que está doente e em seus familiares,
além de gerar mudanças no cotidiano, na vida ocupacional e no papel social que desempenham, sendo áreas nas
quais dentro de uma equipe de Cuidados Paliativos o Terapeuta Ocupacional pode intervir ajudando a minimizar os
efeitos do adoecimento. Objetivo: Conhecer e refletir sobre o ensino de Terapia Ocupacional na área dos Cuidados
Paliativos, nos cursos universitários brasileiros. Metodologia: Trata-se de um estudo documental de caráter
exploratório, transversal, com abordagem quantitativa. Foram avaliados os projetos políticos pedagógicos,
ementários e/ou matrizes curriculares disponíveis no site das instituições de ensino superior devidamente registradas
no Ministério da Educação e Cultura (MEC), a fim de localizar disciplinas referentes aos Cuidados Paliativos, ou
disciplinas afins que sirvam como embasamento para esta prática profissional. Foi aplicado um roteiro pré-
estabelecido constando dados relacionados à identificação do curso; a organização curricular; à identificação de
disciplinas específicas de Terapia Ocupacional em “Cuidados Paliativos” e/ou disciplinas afins, com identificação da
ementa (quando houver) e carga horária teórica e prática. A análise dos dados foi realizada pelo método de análise
de conteúdo. Resultados: Foram encontradas 51 instituições de ensino superior que oferecem a graduação em
Terapia Ocupacional, dessas somente duas instituições possuem disciplinas específicas de Cuidados Paliativos,
sendo optativas e nove instituições possuem temáticas relacionadas ao tema em disciplinas afins. Algumas
instituições disponibilizaram poucas informações sobre suas disciplinas, existindo a possibilidade de abordarem
Cuidados Paliativos, e não ter ficado claro nas informações disponibilizadas. Discussão: Apenas duas instituições
possuem disciplinas especificas sobre Cuidados Paliativos, que abordam de forma completa o que são os Cuidados
Paliativos e como se dá a atuação do terapeuta ocupacional nesse contexto, porém, por serem disciplinas optativas
não serão cursadas por todos os alunos. E nas outras instituições o tema é abordado em disciplinas afins, o que
reduz o conteúdo dado sobre Cuidados Paliativos e sendo ministrado de forma muito reduzida. Os Cuidados
Paliativos fazem parte das responsabilidades fundamentais do terapeuta ocupacional e foi reconhecido como área de
atuação da Terapia Ocupacional, o que demostra a importância de se investir no ensino dos Cuidados Paliativos
durante a graduação para preparar o aluno a atuar na área e aumentar o número de terapeutas ocupacionais
interessados nesse campo de atuação. Conclusão: A literatura sobre Cuidados Paliativos ainda é escassa,
principalmente sobre a Terapia Ocupacional, o que mostra que quem atua na área não divulga ou poderia divulgar
mais sobre a sua atuação. Sugere-se o desenvolvimento de novas pesquisas que investiguem a formação do
Terapeuta Ocupacional em Cuidados Paliativos, avaliando suas formas de intervenção, e o preparo para o processo
de morte e morrer.
Descritores: Ensino, terapia ocupacional e cuidados paliativos
Introdução: A medicina Paliativista é uma especialidade médica, como forma de cuidado total com o
paciente que não responde ao tratamento modificador do curso da doença (GUIMARÃES, 2014), com o intuito de
cuidado integral, observando os aspectos físicos, emocionais, sociais, psicológicos e espirituais. O terapeuta
ocupacional (TO) é uma parte importante que integra a equipe de cuidados paliativos (BESSE, 2009). O TO que
assiste os indivíduos, e seus familiares, tem como princípio proporcionar a qualidade de vida durante esse período e
o foco principal de sua atuação é a vida ocupacional (BESSE, 2009). O presente trabalho se justifica por esta ser
uma área crescente, de suma importância, que necessita da atuação integrada de diversas áreas da saúde para que
haja cuidado integral, porém ainda é pouco difundida e estudada no meio acadêmico e na sociedade no geral.
Objetivo: Este artigo visa relatar a experiência na prática de atendimentos de terapia ocupacional a pacientes
oncológicos em cuidados paliativos exclusivos. Metodologia: Os atendimentos foram feitos durante o estágio de
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graduação em um hospital que presta atendimento exclusivo a cuidados paliativos oncológicos. As atividades
realizadas foram atendimento no leito e em sala de T.O. presente na enfermaria, discussão de caso e reunião com
os familiares e com a equipe. Os atendimentos aos pacientes aconteceram segundo o modelo de prática baseada no
cliente. As atividades expressivas e lúdicas foram as mais desenvolvidas ao longo dos atendimentos. Resultados e
Discussão: O uso de atividades expressivas e lúdicas no ambiente hospitalar, sendo no leito ou fora deste, possibilita
focar nos desejos dos pacientes, que muitas vezes não são prioridades médicas, ou mesmo que contrariem as
indicações desses, porém, pensando quando se trata de qualidade de vida, as vontades e o indivíduo em si não
podem ser colocados de lado, ao contrário, precisam ser atuantes e ter papéis efetivos no próprio tratamento. Tais
vontades dos pacientes não estão necessariamente ligadas ao câncer. Percebeu-se que a atividade e o foco no
paciente como pessoa, favorece a criação de vínculo, permite maior abertura e abordagem de assuntos delicados, o
alcance de sonhos e desejos, superação de angústias, o esquecimento da doença, mesmo que momentaneamente,
por vezes, aumenta a disposição do paciente, e permite momentos descontraídos e leves, mantendo o paciente ativo
até sua morte, mesmo que necessário o fazer compartilhado e integrado a outros membros da equipe. Conclusão: A
vivência de atividades significativas para o paciente em enfermaria de cuidados paliativos possibilita um espaço de
promoção de saúde e alívio de sofrimentos, estando em conformidade aos princípios dos Cuidados Paliativos.
Introdução: O câncer de mama tem se tornado um problema de saúde pública e, apesar de ser considerado
um câncer de bom prognóstico, as taxas de mortalidade vêm aumentando no Brasil, principalmente por ser
diagnosticado em estágios avançados. Existem vários tipos de tratamentos utilizados para o câncer de mama, uma
delas é a cirurgia não conservadora - a denominada mastectomia - que traz grandes repercussões na vida da mulher
pelo fato de ser uma cirurgia de amputação de um órgão de adorno que tem uma grande representação cultural e é
considerado símbolo de feminilidade, sensualidade e sexualidade. Objetivo: O objetivo do presente estudo é
compreender se a imagem corporal influencia na sexualidade de mulheres mastectomizadas e analisar a relação
entre esses dois fatores. Metodologia: O método utilizado foi o da abordagem qualitativa aplicada à saúde. A técnica
da coleta de dados foi uma entrevista semi-estruturada que ocorreu mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A entrevista foi gravada, transcrita e interpretada embasada na análise
de Bardin, que propõe um conjunto de técnicas de análise de comunicação e interpretação das mensagens.
Resultados: A análise dessas categorias demonstrou que após a mastectomia, as mulheres apresentaram alterações
em sua imagem corporal que geram prejuízos na vida cotidiana, relacionada atividades do dia-a-dia e também gerou
influencias na sexualidade em tais aspectos: a alteração da imagem corporal e a falta da mama repercutem em
sentimentos ligados a insegurança, medo de rejeição do marido, e baixa autoestima reduzindo o desejo sexual e
trazendo prejuízos na sexualidade. Porém também foi apresentado que as mulheres mastectomizadas conseguem
criar estratégias de enfrentamento relacionadas à espiritualidade, religiosidade, pensamento positivo para lutar contra
o câncer e os prejuízos trazidos por ele. Conclusão: O estudo mostra a importância de uma assistência
multiprofissional para mulheres mastectomizadas, pois, estão vivenciando momentos de fragilidade e adoecimento,
sendo necessário o auxilio de profissionais de saúde que apoiem, escutem e respeitem a mulher e o seu contexto de
vida. E dentro dessa equipe multiprofissional, vê-se a necessidade de um terapeuta ocupacional, para o auxilio na
reabilitação de funções físicas e psicológicas e papeis sociais que foram perdidas ou esquecidas durante esse
processo. É visto a importância do papel do Terapeuta Ocupacional no que se refere na oncologia, na qual as
mulheres passam por um tratamento mamário, trauma cirúrgico, assim como todo o tratamento sequencial do câncer;
sendo necessário o auxílio na reabilitação desse processo trabalhando as ABVD’s, AIVD’s e a capacitar novas
habilidades, adaptando as mudanças por meio de atividades que tenham significado para a paciente.
Descritores: Imagem Corporal, Sexualidade, Câncer de Mama, Mastectomia
disponíveis na íntegra online e relacionados a humanização e saúde mental de pacientes hospitalizados. Foram
utilizadas palavras chaves cadastradas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e foi realizado um
cruzamento com os descritores “humanização da assistência”, “hospitalização” e “saúde mental” e outro cruzamento
com os descritores “humanização da assistência” e “hospitalização”. Os dados encontrados foram caracterizados por
análise de conteúdo segundo Minayo. Resultados: Foram encontradas 3 publicações que se enquadravam nos
critérios de inclusão e exclusão, dentre elas, uma foi escrita por psicólogos, e duas por enfermeiros. No primeiro
artigo analisado constata-se que a ação humanizadora desse grupo de palhaços, interferiu positivamente na
amenização no processo de hospitalização do paciente adulto, possibilitando diminuição dos níveis de ansiedade e
propondo um melhor enfrentamento da doença. O segundo conclui que as estratégias farmacológicas e de
humanização são fundamentais para reduzir o nível de ansiedade no período pré-cateterismo cardíaco. O último
constatou que a presença de acompanhantes é necessária para amenizar os efeitos da hospitalização em pacientes
internados. Discussão: As ações de humanização analisadas na literatura impactam na saúde mental de pacientes
hospitalizados, amenizando as queixas sobre a doença e seu processo, diminuindo o tempo de internação e
realizando a reinserção do individuo no meio social com autonomia, o que reflete na diminuição dos sinais e sintomas
de ansiedade e depressão. Logo, o ambiente hospitalar torna-se um instrumento para resgatar o equilíbrio familiar, o
papel ocupacional e a estabilidade física, emocional e social do “eu” afetados durante a hospitalização. Conclusão:
Apesar da escassez de evidências, constatou-se que as ações de humanização impactam na saúde mental de
pacientes hospitalizados, amenizando as queixas sobre a doença e seu processo, diminuindo o tempo de internação
e realizando a reinserção do individuo no meio social com autonomia, o que reflete na diminuição dos sinais e
sintomas de ansiedade e depressão. A assistência hospitalar humanizada representa um campo fértil para estudos e
intervenções da terapia ocupacional.
Descritores: humanização da assistência, hospitalização e saúde mental
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ÍNDICE REMISSIVO
Abrão, Camila.......................................................................................................................... 59
Abreu, Carolina Becker Bueno .......................................................................................31, 110
Abumusse, Luciene Vaccaro de Morais ................................................................................ 40
Aguiar, Colares Preslavia ....................................................................................................... 25
Almeida, Maria Helena Morgani ........................................................................................... 100
Almeida, Sandra...................................................................................................................... 93
Almeida, Thallyta Aparecida .................................................................................................. 42
Almohalha, Lucieny ..................................................................................................... 42, 43, 72
Alves, Cristiane Paiva............................................................................................................. 44
Alves, Walter Luís Teixeira..................................................................................................... 45
Amaro, Jéssica Moscatelli ................................................................................................45, 53
Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli ............................................................................45, 53
Antonechen, Aline Cristina .................................................................................................... 99
Arantes, Claudinea Dizaro...............................................................................................46, 112
Assis, Janaina Teresinha da Silva Junqueira ....................................................................... 26
Assoni, Laura .......................................................................................................................... 46
Baes, Cristiane Von Werne .................................................................................................... 76
Ballarin, Maria Luisa Gazabim Simões ................................................................................ 104
Barbosa, Deise ...................................................................................................................48, 59
Barbosa, João Bosco Lima .................................................................................................... 84
Barini, Caroline ....................................................................................................................... 54
Barros, Priscila Bagio Maria ................................................................... 46, 47, 66, 70, 71, 107
Bartalotti, Celina Camargo ..................................................................................................... 39
Batschauer, Daniela................................................................................................................ 79
Beltrame, Vitória Hoerbe ...................................................................................................48, 59
Bianchin, Maysa Alahmar........................................................................................ 56, 102, 103
Bigatão, Marcela dos Reis...................................................................................................... 25
Bittencourt, Renata Sloboda ........................................................................... 46, 49, 50, 65, 71
Bombarda, Tatiana Barbieri ........................................................................................ 50, 51, 52
Borges, Veronica Gomes ....................................................................................................... 52
Bortolieiro, Raquel Verceze ................................................................................................... 53
Bosaipo, Nayanne Beckmann ................................................................................................ 76
Braga, Cláudia Pellegrini ...................................................................................................53, 66
Braga, Marcela Aline Fernandes ............................................................................................ 54
Buffa, Maria José Monteiro Benjamin ................................................................................. 106
Camargo, Maria José Gugelmin............................................................................ 39, 55, 69, 94
Cardinal, Ana Carolina ........................................................................................................... 56
Cardoso, Jordana Santos....................................................................................................... 89
Cardoso, Renata Carvalho ................................................................................................37, 56
Carreiro, Adrielle Souza ....................................................................................................... 110
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