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AULA 05
Gostaria de agradecer os elogios recebidos dos “meus” alunos virtuais. Legal isso! Não
pensei que essas aulas seriam tão úteis assim, confesso.
Bem, andaram me perguntando a respeito de material para venda. Por enquanto, não
tenho livro, apostila, ou coisa do gênero de minha autoria para comercializar. Isso é um projeto que
tenho, mas não poderei realizá-lo agora. Entretanto, aviso, de antemão, que estou pensando
elaborar uma e-apostila com 15 provas resolvidas e comentadas de Lógica para concursos a um
custo, possivelmente, de R$ 15,00 a R$ 20,00. A princípio, o foco deste material será o programa
do edital da CGU-2006, pois talvez o próximo concurso de Auditor Fiscal Trabalho, e outros
também da ESAF, adotem o mesmo programa cobrado no concurso da CGU. Avisos dados então.
Vamos ao que interessa...
Para dar início a nossa aula, gostaria primeiramente de comentar algumas características
das tabelas-verdade que nos auxiliarão na compreensão de muitas questões: a tautologia, a
contradição e a contingência.
A tautologia e a contradição são as de maior relevo para as questões de lógica. Mas o que
significa uma coisa e outra? Ora, observa-se a tautologia de uma proposição composta qualquer
através de sua tabela-verdade, quando a última coluna encerra somente com a letra V. Ou
melhor, é toda proposição composta cujo seu valor lógico será sempre V (verdade),
independemente dos valores lógicos das proposições simples que a compõem. Para uma
visualização da tautologia, veja a tabela-verdade seguinte para a proposição (p v ~p) – princípio do
terceiro excluído, visto na Aula 02:
p ~p p v ~p
V F V
F V V
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
p ~p p v ~p
V F V
F V V
p q p^q ~ (p ^ q) p v ~ (p ^ q)
V V V F V
V F F V V
F V F V V
F F F V V
Vale ressaltar que existem outras proposições compostas tautológicas, bastando para isso
verificar suas respectivas tabelas-verdade e olharmos para a última coluna: sendo tudo V, será a
proposição composta uma tautologia.
p ~p p ^ ~p
V F F
F V F
p ~p p
V F F
F V F
Para finalizar esta parte inicial, ocorre a contingência quando uma proposição não é nem
tautológica nem contradição. Há, pelo menos, um V e um F na última coluna da tabela-verdade.
Veja as tabelas-verdade para (~p ^ q) e (~p
!"#
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
p q ~p ~p ^ q
V V F F
V F F F
F V V V
F F V F
Nesta, há um V na 3ª linha.
p q ~p ~p $ %
V V F V
V F F F
F V V V
F F V F
A contingência não nos ofer ece muita opção para resolução de provas de concursos, pois,
na maioria das vezes, estamos atrás do atributo tautológico ou contraditório de uma proposição.
Quando vamos resolver uma questão de lógica, geralmente estaremos atrás da verdade ou
falsidade da proposição composta.
IMPLICAÇÃO LÓGICA
Vamos observar (p ^ q). Esta proposição é verdadeira apenas na 1ª linha. Nesta mesma
linha, p, q, (p v q) e (p & %') ão também verdadeiras. Quer dizer, (p ^ q ) implica logicamente em p,
por exemplo. Representamos a implicação através do símbolo ” ⇒”. Assim, podemos escrever:
(p ^ q) ⇒ p
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
Pois bem, a partir disso, podemos dizer que uma proposição p implica em uma outra q
se q é verdadeira todas as vezes que p é verdadeira. Foi, aliás, o que acabamos de comprovar,
só que foi com a proposição (p ^ q) ⇒ p.
Para sistematizar nosso estudo, dizemos que uma proposição p implica logicamente numa
proposição q (p ⇒ q) se forem atendidas uma das seguintes condições:
I) p * +-,/.10325462.46798:7<;>=?2@
II) p ^ ~q é uma contradição
III) ~p v q é uma tautologia
p⇒pvq
p^q⇒p
(p v q) ^ ~p ⇒ q
(p A BCDFE ⇒ q (Modus ponens)
(p G BCDIHB ⇒ ~p (Modus tollens)
(p G JKLFMNJO PQK ⇒ p O P (Silogismo hipotético)
p R J ⇒pO J
p R J ⇒qO S
(p R JKLFS ⇒ q
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
EQUIVALÊNCIA LÓGICA
p ⇔ q; lê-se p é equivalente a q.
p q ~p p z q ~p v q
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V
(~p v q) ⇔ (p { q)
Mais uma vez, para nos mantermos na objetividade destas aulas, não procuraremos
demonstrar as equivalências lógicas abaixo relacionadas. Expomos, entretanto, os fundamentos
básicos para se demonstrar qualquer equivalência, através das tabelas-verdade. Então, são
válidas:
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
pvp⇔p (idempotente)
p ^ (q v r) ⇔ (p ^ q) v (p ^ r) (distributiva)
p v (q ^ r) ⇔ (p v q) ^ (p v r) (distributiva)
~(p ^ q) ⇔ ~p v ~q (Morgan)
~(p v q) ⇔ ~p ^ ~q (Morgan)
Vale destacar que toda equivalência é uma implicação lógica por natureza.
Diferentemente, a implicação não se trata necessariamente de uma equivalência lógica. Podemos
então dizer que toda equivalência é uma implicação lógica, mas nem toda implicação é uma
equivalência lógica.
p ^ q ⇒ p (certo)
p ⇒ p ^ q (está errado)
(~p v q) ⇔ (p q)
(p q) ⇔ (~p v q)
Em outras palavras:
Vamos resolver uns dois exercícios para irmos nos familiarizando com as equivalências e
implicações lógicas. Para a próxima página então...
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
(AFC-2002) Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto, é logicamente equivalente
a dizer que é verdade que:
Resolução
p: Pedro é pobre
q: Alberto é alto
A proposição é Pedro é pobre e Alberto é alto (p ^ q). Logo, dizer que não é verdade que
Pedro é pobre e Alberto é alto é negar toda a proposição Pedro é pobre e Alberto é alto. Aí,
escrevendo a nossa proposição composta em linguagem simbólica: ~ (p ^ q)
p q ~p ~q p^q ~ (p ^ q)
V V F F V F
V F F V F V
F V V F F V
F F V V F V
Agora, construiremos a tabela-verdade de cada item da questão e ver qual é a idêntica com a do
enunciado, que será a proposição equivalente:
a)
p q ~p ~q ~p v ~q
V V F F F
V F F V V
F V V F V
F F V V V
b)
p q ~p ~q ~p ^ ~q
V V F F F
V F F V F
F V V F F
F F V V V
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
c)
p q ~q p v ~q
V V F V
V F V V
F V F F
F F V V
d)
p q ~p ~p
q
V V F V
V F F V
F V V V
F F V F
e)
p q ~p ~q ~p
~q
V V F F V
V F F V V
F V V F F
F F V V V
~ (p ^ q) <=> ~p v ~q
Ou, no bom português, podemos dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto
é alto é logicamente equivalente a dizer que Pedro não é pobre ou Alberto não é alto.
Essa questão foi bem trabalhosa. Isso prova que tentar resolver questões de lógica
através de tabelas-verdade é, muitas vezes, inviável em concursos públicos, principalmente em
provas da Esaf. Possível é, mas não recomendo.
Já sabemos que a proposição do nosso enunciado é ~(p ^ q). Substituindo por uma
equivalente:
~ (p ^ q) (Morgan)
~p v ~q
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
Observando esta proposição, lemos que “Pedro não é pobre ou Alberto não é alto”. Pronto,
já encontramos a nossa resposta em apenas uma linha: letra a).
(MPOG-2001) Dizer que “André é artista ou Bernardo não é engenheiro” é logicamente eqüivalente
a dizer que:
Resolução
p: André é artista
q: Bernardo é engenheiro
p v ~q
Vemos que, de cara, o item a) é descartado, pois se trata de uma bicondicional (p y\
equivalente é (p N ^3^^ 1¡ ¢£1\/ ão existe nenhuma equivalência
entre (p v ~q) e (p ¤ ¥¦
~ (p v ~q)
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
Que se lê “André não é artista e Bernardo é engenheiro”, conteúdo este do item e). Porém, o item
e) estaria errado porque estamos atrás de uma proposição equivalente a (p v ~q), e não da
negação desta.
Bom, gente, logo em seguida tem cinco exercícios para vocês resolverem. Mudei de
estratégia. Não irei mais comentar as questões propostas ao final de cada aula. Irei apenas tirar as
dúvidas no fórum Concurseiros, ok?! Na próxima aula, tratarei sobre Argumentos, assunto cadeira
cativa em provas de lógica.
Dudu cearense.
Exercícios
(Engenheiro do Trabalho-1998) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, do ponto
de vista lógico, o mesmo que dizer que:
(AFTN-1998) Considere as afirmações: A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade; B) se
Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga; C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é
uma boa amiga. A análise do encadeamento lógico dessas três afirmações permite concluir que
elas:
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Lógica Matemática para concursos – Dudu cearense
(CESPE Papiloscopista-2004) Denomina-se contradição uma proposição que é sempre falsa. Uma
forma de argumentação lógica considerada válida é embasada na regra da contradição, ou seja, no
caso de uma proposição ¬R verdadeira (ou R verdadeira), caso se obtenha uma contradição, então
conclui-se que R é verdadeira (ou ¬R é verdadeira). Considerando essas informações e o texto de
referência, e sabendo que duas proposições são equivalentes quando possuem as mesmas
valorações, julgue os itens que se seguem.
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