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Remuneração e Férias
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Contextualização
Este capítulo remeterá você ao capítulo anterior desta disciplina,
que discorreu acerca do Contrato Individual de Trabalho, considerando
que este contrato pressupõe uma relação amparada pelos preceitos do
campo jurídico. É a partir desta perspectiva que iremos abordar os temas:
Remuneração e Férias.
Será nesse sentido que iremos percorrer, com detalhes, alguns dos
principais aspectos relacionados à remuneração e férias, que poderão orientar
a sua práxis, considerando que são direitos legais do trabalhador.
Remuneraçâo e Salário
O antigo axioma: Você tem aquilo pelo que pagou tem o seu oposto:
você não tem aquilo pelo que não pagou. Esta é a filosofia que baseia os
sistemas de incentivo e remuneração (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).
Ao iniciar este capítulo, com o tema que faz “brilhar os nossos olhos”, é
fundamental conceituarmos e diferenciarmos salário e remuneração.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Atividade de Estudos:
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Essa é a parte boa, não é? É aquele famoso dia “D” no mês, esperado
com ansiedade por todos os trabalhadores! Porém, a forma de realizar
o pagamento deverá atender aos artigos da CLT. Vamos, então, conferir
como isto deve acontecer. É bom que você pegue a sua CLT, para melhor
acompanhar o próximo item.
b) Meios de pagamento
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
c) Valor do salário
• Salário normativo ou piso salarial: É o valor mínimo que deve ser pago
a uma determinada categoria, estipulado em negociações coletivas, com a
participação dos sindicatos.
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Ao término de sua pesquisa, você provavelmente vai concordar com “[...] O conceito de
Manus (2006, p.138), que sugere: “[...] O conceito de salário mínimo na CLT salário mínimo na CLT
padece do vício de restringir o conceito constitucional, e ambos padecem padece do vício de
de vício maior, consistente no não atendimento das finalidades a que se restringir o conceito
destinam”. constitucional, e
ambos padecem de
vício maior, consistente
Agora, vamos conferir as formas especiais de salários, uma vez que estas
no não atendimento
fazem parte da remuneração. Neste momento, você resgata a diferenciação
das finalidades a que
e abrangência dos conceitos referentes à remuneração e salário, que foram
se destinam”.
apresentados no início deste capítulo.
Atividade de Estudos:
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• Prêmios
• Stock options
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Obrigações nas férias (para o empregado) Obrigações nas férias (para o empregador)
a) Direito a férias
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Podemos ter férias integral ou chamada de cheia com trinta dias ao ano,
ou parcial podendo ter fériais parcial menos de trinta dias, de acordo com a
tabela abaixo ou pelo fato do trabalhadorr querer vender as suas férias, não
podendo ser menos de 20 dias de férias ou escalonada, podendo ser usufruída
em dois períodos ao ano.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
c) Concessão
A não concessão A não concessão das férias dentro do período concessivo, pelo art.
das férias dentro do 137, acarreta seu pagamento em dobro, sem prejuízo da fruição. Sussekind
período concessivo, (1984 apud KARKOTLI; KARKOTLI; ROCHA, 2008, p. 21) pontua que “pouco
pelo art. 137, acarreta importa que esta concessão, verificada depois de decorridos os 12 meses
seu pagamento em
subsequentes ao término do período aquisitivo, resulte de ato voluntário do
dobro, sem prejuízo
empregador, de acordo com o empregado, ou de cumprimento de sentença”.
da fruição.
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Este princípio está descrito no caput do art. 134 da CLT. Mas existe
possibilidade de excepcioná-lo, com os fracionamentos disciplinados em lei.
f) Férias coletivas
Não há necessidade das férias coletivas abarcarem todos os empregados, Não há necessidade
conforme dispõe a CLT. Todavia, a Conv. 132 da OIT dispõe em sentido diverso das férias coletivas
quando se refere ao fracionamento de férias. abarcarem todos
os empregados,
O requisito do § 2° do art. 139 da CLT, quanto à comunicação ao órgão conforme dispõe a
local do Ministério do Trabalho, é conditio sine qua non para a validade das CLT. Todavia, a Conv.
132 da OIT dispõe
férias coletivas, sem o qual se deve considerar não concedidas às férias.
em sentido diverso
quando se refere ao
O art. 140 da CLT indica que empregados contratados a menos de 12
fracionamento de
meses gozarão, nesse momento de férias proporcionais, e começará, então, a férias.
contagem de novo período aquisitivo.
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Aspectos Legais em Gestão de Pessoas
Quadro 6 – Pagamentos
*Art. 142 § 1°: pagamento por hora, com jornadas variáveis: deve-se fazer a média das
horas no período aquisitivo, aplicando o valor da hora da data da concessão.
*Art. 142, §2°: pagamento por tarefa: apurar-se-á a média de produção do período aquisiti-
vo, aplicando o valor da tarefa da data da concessão.
*Art. 142, § 3°: Pagamento por comissão, percentagem ou viagem: apurar-se-á a média
dos valores recebidos nos 12 meses.
*Art. 142, § 5°: pagamento de adicionais: os adicionais por trabalho extraordinário, noturno,
perigoso e insalubre serão computados no salário que servirá de base de cálculo. A lei não
cita o adicional de transferência, tampouco os adicionais voluntários.
* Art. 142, § 6°: o pagamento de adicional não percebido uniformemente dar-se-á de forma
proporcional, pelo tempo que este integrou a remuneração.
Fonte: Karkotli, Karkotli e Rocha (2008, p. 22).
• Prazo para pagamento: Até dois dias, ou seja, 48 horas antes do gozo
das férias, estas devem ser pagas, art. 145 da CLT.
h) Abono de férias
O art. 143 da CLT
permite a venda de 1/3 O art. 143 da CLT permite a venda de 1/3 das férias, o chamado “abono
das férias, o chamado de férias”. O empregador tem a obrigação de comprar as férias, pois, conforme
“abono de férias”. O disposição legal, o abono é uma ‘faculdade’ do empregado. O abono deve ser
empregador tem a requisitado até 15 dias de antecedência do término do período aquisitivo. O
obrigação de comprar adicional de 1/3 está sempre presente nas férias, mesmo no abono, conforme
as férias, pois, se observa pela redação do art. 143 caput, parte final.
conforme disposição
legal, o abono é O art. 144 CLT indica que o abono de férias tem natureza indenizatória.
uma ‘faculdade’ do Porém, se o abono ultrapassar o valor de 20 dias de salário, a parcela terá
empregado.
natureza salarial.
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Capítulo 5 Remuneração e Férias
Considerações Finais
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Referências
BRASIL. Código Civil Brasileiro. 2009.
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
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