Vous êtes sur la page 1sur 100

 

  



 


 
 
  
     
   


 
  
  

  
 


Expediente

Direção Geral Distribuição em Bancas e Livrarias


Joaquim Carqueijó Total Express Publicações (Grupo Abril)

Gestão de Canais
Vanusa Batista e Wellington Oliveira

Gestão Administrativa Financeira


Elisiane Freitas, Vanessa Pereira, EDICASE EUROPA
e Pedro Moura
Sócia-gerente
Mídias Digitais Adriana Andrade
Clausilene Lima e Sergio Laranjeira geral@edicase.pt

Publisher Atendimento ao Leitor


Joaquim Carqueijó Redação
atendimento@caseeditorial.com.br
Produção Editorial
Tami Oliveira Edições Anteriores
http://loja.caseeditorial.com.br
Redação
Matilde Freitas (MTB 67769/SP) Vendas no Atacado
e Saula Lima (MTB 82535/SP) (11) 3772-4303 - ramal 209
vanusa@edicase.com.br
Design
Ligia Fagundes e Julio Cesar Prava

Imagens: Adobe Stock / Shutterstock

Produto desenvolvido por: Editora Filiada

PROIBIDA A REPRODUÇÃO PRESTIGIE O JORNALEIRO:


total ou parcial sem prévia autorização da editora. compre sua revista na banca

NOS SIGA NAS REDES SOCIAIS!

/edicasepublicacoes /edicasepublicacoes
/edicasepublicacoes /edicasepublic

http://loja.caseeditorial.com.br
REFORMA ORTOGRÁFICA

ÍNDICE

1 - Alteração no alfabeto .....................................................4


2 - Alteração nas regras de acentuação gráfica .....................7
3 - Trema .........................................................................13
4 - Hífen ..........................................................................14
5 - Sequências consonânticas ............................................24
6 - Transição ....................................................................27
7 - Avaliações e bancas examinadoras................................31
8 - Atenção às mudanças ..................................................32
9 - Redação: Critérios de correção de textos dissertativos ..35
10 - Estrutura do texto dissertativo ...................................38
11 - Objetividade e ponto-de-vista ...................................41
12 - Leitura crítica ............................................................44
13 - Dicas de sucesso ........................................................47
14 - Rir para não chorar ...................................................49
15 - Tema de redação, abordagem da proposta
e modelo de projeto de texto .....................................51
16 - Falácia.......................................................................55
17 - Leitura ......................................................................57
18 -Temas sem coletânea ..................................................59
19 - Temas com coletânea ................................................59
20 - Argumento de autoridade..........................................60
21 - Estatísticas ................................................................60
22 - Carta argumentativa..................................................60
23 - Pele ...........................................................................61
24 - Texto narrativo .........................................................61
25 - Leitura dos enunciados..............................................62
26 - Organização das respostas .........................................63
27 - Bloqueio ...................................................................63
28 - Dicionário.................................................................64
29 - Usos da língua...........................................................65
Pegadinhas da língua portuguesa .............................. 66 à 97

3
REFORMA ORTOGRÁFICA

1 – ALTERAÇÃO NO ALFABETO

Foi efetivada a inclusão das letras K, W e Y


no alfabeto, pois não eram consideradas
parte dele desde a reforma de 1911 feita pela
República e, posteriormente, na de 1934
(época do militarismo no Brasil), pois
eram vistas como estrangeirismos.
Naquele tempo, mesmo tendo-se consciência
de que era óbvio o seu uso, elas foram banidas.
No Brasil existem muitos descendentes de
estrangeiros que possuem essas letras em seus
sobrenomes, o que torna seu uso obrigatório
em um cadastro de ordem alfabética. Mesmo
na época, o chamado Kardex, utilizado em
escritórios, continha quase sempre fichas
identificadas com as três letras, seja para
cadastro de nomes próprios, nomes de
medicamentos importados, peças de máquinas
etc., pois eram necessárias para quaisquer tipos
de controle, como: de estoque, de sequência
de nomes, identificação correta de produtos
em geral, entre outros. A efetivação das
letras atualmente é, na verdade, apenas uma
oficialização do que já era utilizado.

4
REFORMA ORTOGRÁFICA

Portanto, o alfabeto fica padronizado


conforme a tabela abaixo:

a A (á) j J (jota) s S (ésse)

b B (bê) k K (cá) t T (tê)

c C (cê) l L (ele) u U (u)

d D (dê) m M (eme) v V (vê)

e E (é) n N (ene) w W (dáblio)

f F (efe) o O (ó) x X (xis)

g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon)

h H (agá) q Q (quê) z Z (zê)

i I (i) r R (erre)

Observações

Além dessas letras, usa-se o ç (cê cedilhado)


e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo),
ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh
(ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).

As letras K, W e Y são usadas nos seguintes


casos especiais:

5
REFORMA ORTOGRÁFICA

A - Em antropônimos originários de outras


línguas e seus derivados, ou seja,
nomes próprios e seus consequentes
derivados quando couber:

Ex.: Franklin, frankliniano; Kant, kantiano;


Darwin, darwiniano; Wagner, wagneriano;
Byron, byroniano; Taylor, taylorista;

B - Em topônimos originários
de outras línguas e seus derivados:

Ex.: Kwañza, Kuwait, kuwaitiano;


Malawi, malawiano;

C - Em siglas, símbolos e mesmo em


palavras adotadas como unidades
de medida internacional, convencionadas
e padronizadas:

Ex.: TWA, KLM; K - potássio (de kalium);


W - oeste (West); kg - quilograma;
km - quilômetro; kW - kilowatt;
yd - jarda (yard); W - Watt.

6
REFORMA ORTOGRÁFICA

2 – ALTERAÇÃO NAS REGRAS


DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

2.1 - Tonicidade

O uso correto dos sinais de acentuação requer a


identificação da tonicidade. A tonicidade destaca
uma sílaba das outras pela força articulatória
com que a produzimos (ou seja,
se a ênfase do tom ao falar recai em
determinada sílaba na palavra pronunciada).
Em palavras de mais de uma sílaba, o acento
pode recair sobre a última, a penúltima ou a
antepenúltima sílaba.

Ex.: Construção (tom mais forte em “ção”)


chamada de palavra oxítona por ter
o som mais forte na última.
Automóvel (tom mais forte em “mó”)
chamada de paroxítona, pois o som
mais forte recai na penúltima.
Lâmpada (tom mais forte em”Lâm”) chamada
de proparoxítona, pois o
som mais forte recai na antepenúltima.

7
REFORMA ORTOGRÁFICA

Sendo assim, vejamos a seguir como se acentua


de acordo com as novas regras ortográficas:

2.2 – Monossílabos tônicos

Nos monossílabos tônicos,


são acentuados apenas os terminados em:
- a, e, o (seguidos ou não de “s” )

Ex.: Pá(s), pé(s), pó(s), já, dá(-lo/la/los/las),


lê, vê, pô(-lo/la/los/las).

Verbo “pôr” é acentuado para ser


diferenciado de “por” (preposição).

Ex.: Ela tem de pôr o avental por causa da poeira.

2.3 – Oxítonas

Nas oxítonas, devem ser acentuadas


apenas aquelas que terminam em:
- a, e, o, em (seguidas ou não de “s”)

Ex.: jacarandá(s), Macapá, filé(s), fazê(-la),

8
REFORMA ORTOGRÁFICA

compô(-la), metrô, também, armazém.


Também os verbos ter e vir tanto no singular
(acento agudo) como no plural (circunflexo):

Ex.: Ele/Ela detém/convém/obtém ou


eles/elas detêm/convêm/obtêm/vêm.
Ele/Ela vem (não se acentua no singular).

Acentua-se as oxítonas terminadas em ditongos


abertos: éi(s), éu(s), ói(s)

Ex.: anéis, tonéis, Ilhéus, chapéu(s), céu(s),


herói(s), anzóis, faróis.

2.4 – Paroxítonas

Nas paroxítonas, são acentuadas apenas as que


não sejam terminadas em:
- a(s), e(s), o(s), em, ens
(acentuadas só em oxítonas)

Portanto, recebem acento


as paroxítonas terminadas em:
- l, r, n, x, i (seguidos ou não de “s”)

9
REFORMA ORTOGRÁFICA

Ex.: automóvel, útil, caráter, éden, sêmen,


látex, táxi(s), jóquei.

- U (seguido de “s” ou “m” ou “n”)

Ex.: vírus, lápis, álbum, álbuns, fórum, fóruns.

- ps
Ex.: fórceps, tríceps, bíceps.

Terminadas em: ditongos orais crescentes

Ex.: régua(s), água(s).

Terminadas em:
ditongos orais decrescentes

Ex.: imóveis, ânsia, série(s).

Terminadas em: vogal nasal

Ex.: acórdão(s), órfão(s), órfã(s).

ATENÇÃO! Não mais se acentuam:


palavras homógrafas (mesma grafia e

10
REFORMA ORTOGRÁFICA

pronúncia, mas com sentidos diferentes)


como para (verbo - antigo pára) e para
(preposição). Outras como polo (pólo
da Terra) também não se acentuam mais.

Terminadas em: ditongos abertos

Ex.: estreia, assembleia, plateia, alcateia,


colmeia, Coreia, epopeia, boia, joia,
paranoico, apoio/apoia (verbos).

Terminadas em: hiato (oo, ee)

Ex.: voo (verbo e substantivo), enjoo, coroo,


assoo (na primeira pessoa do singular).
Eu voo de avião.
Ex.: eles/elas deem/veem/creem/leem
(na terceira pessoa do plural).

Exceção: pôde continua a acentuada


para diferenciar de pode.

Ex.: Ele pôde sair ontem


(pretérito perfeito do indicativo).
Ele pode sair mais tarde (presente do indicativo).

11
REFORMA ORTOGRÁFICA

2.5 – Proparoxítonas

Nas proparoxítonas todas devem ser acentuadas.

Ex.: lâmpada, público, quadrilátero,


quilômetro, desenvolvêssemos, partiríamos,
econômico, acadêmico.

2.6 – Encontros vocálicos

São acentuados com agudo no i e u


somente se forem hiatos e estiverem
sozinhos na sílaba como em:

caída  ca – í – da saída  sa – í – da

Não se acentua: ruim, contribuinte, trair, juiz


(pois não estão sozinhos na sílaba)

São acentuados quando i e u são


acompanhados de “s”.

Ex.: faísca

Não são acentuados quando estiverem


antes de nh.

12
REFORMA ORTOGRÁFICA

Ex.: campainha, rainha, moinho.

Não são acentuados quando estiverem


depois de ditongo crescente.

Ex.: feiura, baiuca, boiuno.

No entanto, quando precedidos


de ditongo são acentuados.

Ex.: Piauí, tuiuiú.

Não mais são acentuadas sequências


verbais com gue, gui, que, qui.

Ex.: argui, averigue, oblique, averigues.

3 – TREMA

O trema (¨) foi totalmente abolido, portanto:

lingüiça agora é linguiça


freqüência agora é frequência
cinqüenta agora é cinquenta

13
REFORMA ORTOGRÁFICA

sagüi agora é sagui


tranqüilo agora é tranquilo... etc.

Apenas palavras estrangeiras devem manter o trema.

Ex.: Müller, mülleriano.

4 – HÍFEN

De acordo com a nova ortografia, o hífen deve


ser usado basicamente em três situações: em
compostos, locuções e encadeamentos
vocabulares (4.1) em formações por
prefixação, recomposição e sufixação (4.2) e
nas formas pronominais (4.3).

4.1 – Compostos, locuções e


encadeamentos vocabulares

Usa-se o hífen em palavras compostas por


justaposição cujos elementos (substantivos,
adjetivos, numerais ou verbos) constituam uma
unidade sintagmática e semântica e com
acento próprio, ainda que o primeiro
elemento esteja reduzido.

14
REFORMA ORTOGRÁFICA

Ex.: ano-luz, tenente-coronel, sul-africano,


arco-íris, norte-americano, decreto-lei,
mato-grossense, fura-bolo.

Palavras que tenham perdido a noção de


composição ou que tenham a consoante
repetida no final da primeira palavra e início da
segunda, porém, devem ser grafadas sem hífen.

Ex.: girassol, madressilva, mandachuva,


pontapé, paraquedas, paraquedista,
passatempo.

Usa-se o hífen em topônimos compostos


iniciados pelo adjetivo grão/grã ou por verbo,
mesmo que haja artigo entre seus elementos.

Ex.: Grão-Pará, Grã-Bretanha, Baía de


Todos-os-Santos, Trás-os-Montes.

Topônimos sem hífen:

Ex.: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo


Verde, Castelo Branco, Santa Rita do Oeste.
Exceção: Guiné-Bissau.

15
REFORMA ORTOGRÁFICA

O hífen deve ser usado em palavras


compostas que designam espécies
botânicas e zoológicas.

Ex.: abóbora-menina, louva-a-deus,


cobra-dágua, couve-flor, feijão-verde,
erva-doce, bem-me-quer, bem-te-vi.

Emprega-se o hífen nos compostos formados


pelos advérbios bem ou mal (no primeiro
elemento da palavra) e por qualquer palavra
iniciada por vogal ou h (no segundo elemento).

Ex.: bem-aventurado, bem-humorado,


mal-afortunado, bem-estar, mal-estar,
mal-humorado.

O advérbio bem, ao contrário do


advérbio mal, pode não se aglutinar com
o segundo elemento, ainda que esse seja
iniciado por consoante, quando se mantém
a noção da composição.

Ex.: bem-criado, (cf. malcriado), bem-nascido (cf.


malnascido), bem-visto (cf. malvisto),
benfeitor, benfazejo, benfeito.

16
REFORMA ORTOGRÁFICA

O hífen deve ser empregado


nos compostos com os elementos:
além, aquém, recém e sem.

Ex.: além-mar, recém-casado, sem-terra,


sem-teto, sem-vergonha, aquém-fiar.

Não se usa o hífen nas locuções:

Ex.: cão de guarda, fim de semana,


cor de vinho, cor de açafrão etc.

Deve-se usar o hífen em encadeamentos


vocabulares ocasionais ou nas
combinações históricas.

Ex.: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade,


a ponte Rio-Niterói, Angola-Brasil.

4.2 – Prefixação, recomposição


e sufixação

Nas palavras prefixais ou recompostas,


usa-se hífen apenas:

17
REFORMA ORTOGRÁFICA

a) Se o segundo elemento é iniciado por h:

Ex.: anti-higiênico, pré-história, super-homem,


ultra-hiperbólico, extra-humano

Depois dos prefixos des- e in-, o hífen só não é


usado se o segundo elemento perdeu o h.

Ex.: desumano, inábil, inapto,


inumano, desumidificar.

b) Se o prefixo/falso prefixo (primeiro elemento)


termina com a mesma vogal que inicia
o segundo elemento:

Ex.: anti-hibérico, arqui-inimigo, micro-onda,


eletro-ótica, semi-internato.

O prefixo co- geralmente aglutina-se


com o segundo elemento, ainda que
iniciado pela vogal o.

Ex.: coobrigação, coordenar, cooperação.

18
REFORMA ORTOGRÁFICA

c) Se forem usados os prefixos circum- e pam- e o


segundo elemento for iniciado por vogal, h, m, n.

Ex.: circum-escolar, circum-hospitalar,


pan-africano, pan-helenismo.

d) Se o prefixo for hiper-, inter- e super-


e o segundo elemento for iniciado por r.

Ex.: hiper-requintado, inter-resistente,


super-revista.

e) Se o prefixo for ex- (no sentido de estado


anterior ou efeito de cessar) ou
sota-, soto-, vice-, vizo-.

Ex.: ex-aluno, ex-presidente, vice-presidente,


soto-mestre, ex-hospedeiro, vizo-rei.

f) Se os prefixos pós-, pré- e pró- forem


tônicos e graficamente acentuados.

Ex.: pós-graduação, pré-escolar,


pró-reitor, pré-natal.

19
REFORMA ORTOGRÁFICA

Em palavras como pospor, prever, promover


não se usa hífen, pois o prefixo perdeu sua
tonicidade própria.

Nas palavras prefixais ou recompostas


não se usa hífen:

a) Se o prefixo/falso prefixo terminar em vogal


e o segundo elemento for iniciado por r ou s,
devendo essas consoantes ser duplicadas.

Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra,


cosseno, biorritmo, microssistema, minissaia,
extrarregular, contrassenha, infrassom.

b) Se o prefixo/falso prefixo terminar por vogal e o


segundo elemento for iniciado por vogal diferente.

Ex.: antiaéreo, aeroespacial, extraescolar,


autoestrada, hidroelétrica, coeducação.

c) Nas derivadas por sufixação, somente


quando o primeiro elemento terminar com
acento gráfico ou a pronúncia exigir e o

20
REFORMA ORTOGRÁFICA

segundo elemento for um dos sufixos:

-açu, -guaçu, -mirim


(tupi-guarani de valor adjetivo).

Ex.: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu,


Ceará-mirim, andá-açu.

Aero - aeroespacial, aeronave, aeroporto;


Agro - agroindustrial;
Anfi - anfiartrose, anfíbio, anfiteatro;
Audio - audiograma, audiometria, audiovisual;
Bi(s) - bicampeão, bigamia, bisavô, bisneto;
Bio - biodegradável, biofísica, biorritmo;
Cardio - cardiopatia, cardiopulmonar;
Centro - centroavante, centromédio;
De(s) - desacerto, desarmonia, despercebido;
Eletro - eletrocardiograma, eletrodoméstico;
Estereo - estereofônico, estereoquímico;
Foto - fotogravura, fotomania, fotossíntese;
Hidro - hidroavião, hidroelétrico;
Macro - macroeconomia;
Maxi - maxidesvalorização;
Micro - microcomputador, micro-onda;
Mini - minidicionário, mini-hotel, minissaia;

21
REFORMA ORTOGRÁFICA

Mono - monobloco, monossílabo;


Morfo - morfossintaxe, morfologia;
Moto - motociclismo, motosserra;
Multi - multicolorido, multissincronizado;
Neuro - neurocirurgião;
Oni - onipresente, onisciente;
Orto - ortografia, ortopedia;
Para - paramilitares, parapsicologia;
Pluri - plurianual;
Penta - pentacampeão, pentassílabo;
Pneumo - pneumotórax, pneumologia;
Poli - policromatismo, polissíndeto;
Psico - psicolinguística, psicossocial;
Quadri - quadrigêmeos;
Radio - radioamador;
Re - reerguer, reeleger, rever, rerratificação;
Retro - retroagir, retroprojetor;
Sacro - sacrossanto;
Sócio - sociolinguístico, sociopolítico;
Tele - telecomunicações, tele-entrega,
telessexo;
Termo - termodinâmica, termoelétrica;
Tetra - tetracampeão, tetraplégico;
Tri - tridimensional, tricampeão;
Uni - unicelular;
Zoo - zootecnia, zoológico.

22
REFORMA ORTOGRÁFICA

4.3 – Formas pronominais.

a) Usa-se hífen nos casos de


ênclise e mesóclise.

Ex.: adorá-lo, merecê-lo, pediu-lhe,


contar-te-emos, dar-se-ia.

b) Usa-se hífen após o advérbio eis


seguido de formas pronominais.

Ex.: Ei-lo que surge dentre os desaparecidos!


Eis-me pronto para o novo ofício.

Em finais de linha:

Caso o final da linha coincida com o uso


do hífen, esse sinal deve ser repetido
na linha posterior.

Ex.: No Aeroporto Internacional, estava o ex-


-presidente da Argentina.

23
REFORMA ORTOGRÁFICA

5 – SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS

Grafia no português europeu:

Alguns tipos gráficos são muito usados


em Portugal, não sendo praticados no
Brasil, mas a regra unifica a língua para
todos os países e, nesse caso, quem sofre
as principais mudanças é Portugal e suas
letras enfeitadas e não pronunciadas.

Desaparecerão o C e o P de palavras em
que essas letras não são pronunciadas,
como “acção”, “acto”, “adopção”,
“óptimo” que se tornam “ação”,
“ato”, “adoção” e “ótimo”.

1 - O C, com valor de oclusiva velar, das


sequências interiores CC (segundo C
com valor de sibilante) CÇ e CT e o P das
sequências interiores PC (com valor de
sibilante), PÇ e PT ora se conservam, ora
se eliminam.

a) Conservam-se nos casos em que são


invariavelmente proferidos nas pronúncias

24
REFORMA ORTOGRÁFICA

cultas da língua: compacto, convicção,


convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural,
adepto, apto, díptico, erupção, eucalipto,
inepto, núpcias, rapto.

b) Eliminam-se nos casos em que são


invariavelmente mudos nas pronúncias
cultas da língua: ação, acionar, afetivo,
aflição, aflito, ato, coleção, coletivo,
direção, diretor, exato, objeção, adoção,
adotar, batizar, Egito, ótimo.

c) Conservam-se ou eliminam-se
facultativamente quando são proferidos
numa pronúncia culta, quer geral quer
restritamente, ou então quando oscilam
entre a prolação e o emudecimento:
aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres
e carateres, dicção e dição, facto e fato,
sector e setor, ceptro e cetro, concepção e
conceção, corrupto e corruto, recepção
e receção.

d) Quando nas sequências interiores

25
REFORMA ORTOGRÁFICA

MPC, MPÇ e MPT se eliminar o P de


acordo com o determinado nos parágrafos
precedentes, o M passa a N, escrevendo-
se, respectivamente, NC, NÇ e NT:
assumpcionista e assuncionista, assumpção
e assunção, assumptível e assuntível,
peremptório e perentório, sumptuoso e
suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade.

2 - Conservam-se ou eliminam-se,
facultativamente, quando se proferem
numa pronúncia culta, quer geral, quer
restritamente, ou então quando oscilam
entre a prolação e o emudecimento: o
B da sequência BD em súbdito; o B da
sequência BT em subtil e seus derivados;
o G da sequência GD em amígdala,
amigdalácea, amigdalar, amigdalato,
amigdalite, amigdaloide, amigdalopatia,
amigdalotomia; o M da sequência MN
em amnistia, amnistiar, idemne,
indemnidade, indemnizar, omnímodo,
omnipotente, omnisciente etc.; o T da
sequência TM em aritmética e aritmético.

26
REFORMA ORTOGRÁFICA

6 – TRANSIÇÃO

A transição da antiga para a nova ortografia da


língua portuguesa se dará de forma gradual.
No dia 29 de setembro de 2008, o presidente
Lula tornou oficial a introdução da Reforma
Ortográfica no Brasil. De acordo com a
resolução, a reforma entrou em vigor em janeiro
de 2009, mas as duas grafias (antiga e nova)
continuarão valendo até dezembro de 2012.
Ou seja, serão aceitas as duas formas tanto no
vestibular como em provas escolares e concursos
públicos até essa data.
A padronização na escrita da língua portuguesa
para os países que a utilizam serve apenas como
um direcionamento para uma codificação mais
uniforme, tornando mais fácil a comunicação
por meio de documentos oficiais. Mas fica claro
que a língua, sendo viva e dotada de caráter
evolutivo próprio, não pode ser padronizada
por decreto, pois os povos falantes adotam
diferentes maneiras de se expressar e empregam
palavras com sentido diferente de acordo com
costumes locais. A tentativa de unificação da
língua revela-se muitas vezes vã no sentido de

27
REFORMA ORTOGRÁFICA

tornar semelhantes povos com características


e costumes diferentes. Assim como o inglês
britânico é diferente do americano, o português
europeu e o brasileiro estão fadados a se
diferenciarem, se não na escrita, com certeza
no modo de falar e se expressar de cada povo.
Sendo assim, qualquer tentativa de “obrigar” a
codificação da língua aproximando-se dos sons
pronunciados torna-se uma tarefa hercúlea,
para não dizer impossível. Segundo Marcos
Bagno, gramático, autor de A mitologia do
preconceito linguístico, a maioria dos literários é
conservador e define a forma padrão da língua
portuguesa como sendo a definitiva e única
correta em qualquer situação, não respeitando
tempo, povos e/ou costumes. Para ele isso não
é gramática, e sim uma panaceia. Segundo
o gramático, essa ênfase no texto literário
tem produzido uma visão redutora da língua,
identificando-a frequentemente apenas com
a regulamentação ortográfica. A maioria dos
autores de compêndios gramaticais, inclusive
recentes, não faz distinção entre ortografia e
fonética, ou seja, entre regras da língua escrita
e oral. Segundo o linguista Saussure, o signo

28
REFORMA ORTOGRÁFICA

(código escrito) é arbitrário, isso quer dizer


que a maneira como escrevemos, codificamos
um som não implica uma cópia fiel do som
produzido, mas apenas símbolos adotados para
representar esse som pronunciado. Por exemplo,
a palavra francesa “vitraux” se pronuncia vitrô
(significado: um tipo de vidro para janelas).
A forma da escrita (o léxico, o signo, o
significante) representa esse som pronunciado
para os falantes da língua francesa, mas na
língua portuguesa, se desejarmos pronunciar
corretamente como se escreve, deveríamos
grafar “vitraucs” ou “vitrô”. Como a pronúncia
de uma palavra depende de “sotaque”, da
maneira como se produz o som representado,
da entonação, da forma que decodificamos
as grafias etc., então não podemos dizer que
verdadeiramente “vitraux” tem esse som.
Portanto, devemos estar conscientes de que a
correção ortográfica normatiza a língua escrita
e ficará sempre restrita a isso, até que se faça
outra reforma para tentar novamente aproximar
a representação desses sons da verdadeira
linguagem, a oral, que, diferentemente de uma
língua morta como o latim, nunca se extingue
enquanto existir um povo que a produz.

29
REFORMA ORTOGRÁFICA

BRASIL X PORTUGAL

Mesmo com mais uma tentativa de unificação da


língua portuguesa, a implementação é lenta.
Primeiramente, os países que utilizam a língua
− mais de 210 milhões de pessoas − precisam
ratificar as mudanças, como fez o Congresso
Nacional do Brasil. No entanto, a maior
resistência à reforma foi mesmo de Portugal,
pois, para seus habitantes, a mudança foi maior
e mais significativa. Mesmo assim, ratificaram
o acordo em maio de 2008 e muitas diferenças
ainda continuam. Há algumas distinções,
principalmente de acentuação − circunflexo e
agudo − entre o Brasil e Portugal. Os brasileiros
escrevem “econômico”, e os portugueses
“económico”. Essa diferença e outras variações
de pronúncia, por enquanto, foram mantidas.
Existe ainda um problema financeiro relativo aos
interesses das editoras que resistem em publicar
livros e mudar seus arquivos reeditando todos
os seus trabalhos
para se enquadrarem às novas regras.

30
REFORMA ORTOGRÁFICA

7 – AVALIAÇÕES E
BANCAS EXAMINADORAS

A partir de 1º de janeiro de 2009 a Reforma


Ortográfica passou a vigorar no Brasil. Porém,
os países tem até 31 de dezembro de 2012
para se adaptar às novas regras, podendo
utilizar tanto as antigas quanto as novas. Essa
é a grande polêmica do Decreto nº 6583 (Novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa):
mas e os exames de vestibular? E as provas
escolares? E os exames de concursos públicos?
Os organizadores dos exames podem exigir do
candidato o conhecimento somente das novas
regras? Podem exigir somente as antigas?
Podem exigir o conhecimento a respeito das
mudanças de uma norma em relação à outra?
Infelizmente, a resposta para todas essas
questões é SIM. Todos os candidatos deverão
conhecer bem as regras antigas e as novas,
assim como os pontos de mudança entre as
duas. Nas provas dissertativas, as bancas de

31
REFORMA ORTOGRÁFICA

correção são orientadas para aceitar livremente


ambas as formas durante o período de transição
(2009-2012). Portanto, aí vai a dica: um
candidato que escreve segundo as novas regras
leva vantagem sobre um candidato que não as
usou ou, pior, misturou todas. Escrever utilizando
apenas as novas regras mostra um candidato
atualizado e decidido. Assim, não espere o
prazo. Atualize-se já!

8 – ATENÇÃO ÀS MUDANÇAS

Logo quando foi anunciada a Reforma


Ortográfica de 2008, a nova edição do
Dicionário Escolar da Língua Portuguesa com
as novas regras lançada pela Companhia
Nacional e a Academia Brasileira de Letras
rapidamente se proliferou, principalmente pela
Internet − meio de pesquisa rápida atualmente.
Acontece que, já na edição seguinte desse
mesmo dicionário, houve novas correções
divergentes da anterior. Confira a seguir o que

32
REFORMA ORTOGRÁFICA

mudou, pois na Internet ainda existe muita


informação antiga, servindo para confundir e
gerar dúvidas.

O Acordo Ortográfico diz que se deve usar o


hífen quando o prefixo termina em vogal e a
palavra seguinte inicia-se com a mesma vogal.
É o caso de re-escrever: Base XVI, §1º, item b.
Obs.: nas formações com o prefixo co-, este
aglutina-se em geral com o segundo elemento,
mesmo quando iniciado por o: coobrigação,
coocupante, coordenar, cooperação, cooperar etc.
Na observação é mencionada uma única exceção:
o prefixo CO-. Conclui-se, então, que o prefixo
RE- não é uma exceção e deve seguir a regra.
Porém, a 2ª edição do Dicionário Escolar da
Língua Portuguesa, lançado pela Academia
Brasileira de Letras (ABL) em janeiro de 2009,
traz o termo sem hífen, assim como todos os
outros termos com prefixo RE- seguidos
da letra E.

33
REFORMA ORTOGRÁFICA

VEJA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DA


REEDIÇÃO DO ACORDO ORTOGRÁFICO

1ª edição ..................................................... 2ª edição


Ante-sala ......................................................antessala
chá da índia ............................................. chá-da-índia
co-herdeiro ....................................................coerdeiro
gigahertz ......................................................giga-hertz
megahertz ..................................................mega-hertz
quilohertz ....................................................quilo-hertz
re-edificar ......................................................reedificar
re-editar .......................................................... reeditar
re-educação .............................................. reeducação
re-educar ........................................................reeducar
re-eleger ........................................................ reeleger
re-eleição ...................................................... reeleição
re-embolsar ................................................ reembolsar
re-encarnação ........................................ reencarnação
re-encontrar .............................................. reencontrar
re-encontro ..................................................reencontro
re-engenharia..........................................reengenharia
re-entrância ................................................reentrância
re-entrar ..........................................................reentrar
re-enviar ..........................................................reenviar
re-erguer ........................................................ reerguer
re-escalonar .............................................. reescalonar
re-escrever....................................................reescrever
re-escrito ........................................................ reescrito
re-estruturação ...................................... reestruturação
re-estruturar .............................................. reestruturar
re-estudar ......................................................reestudar
re-examinar ................................................ reexaminar
romeu-e-julieta ..................................... romeu e julieta
tão-só .................................................................tão só
tão-somente ............................................. tão somente
tique taque ................................................ tique-taque
tititi ......................................................................ti-ti-ti

34
REDAÇÃO

9. REDAÇÃO: CRITÉRIOS DE CORREÇÃO


DE TEXTOS DISSERTATIVOS

SÍNTESE DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

O QUE SE AVALIA COMO SE AVALIA


O texto aborda total ou
parcialmente a proposta temática,
Adequação ao tema ou foge ao tema; demonstra
compreensão da coletânea de textos
ou se entrega à paráfrase.

A redação apresenta a estrutura


Adequação ao tipo de
básica do texto dissertativo (tese-
texto
desenvolvimento-conclusão).

Qual a consistência da estrutura


argumentativa do texto; há
contradições internas (entre orações
Coerência
e parágrafos), externas (leitura de
mundo, veracidade dos dados) e/ou
nonsense.

Como se organizam os elementos


de ligação de idéias (orações
e parágrafos); como se dá a
Coesão estruturação de apoio ao texto
dissertativo (concatenação de ideias
de modo a privilegiar a clareza e a
objetividade).

A composição do texto atende à


Correção gramatical Norma Culta de Linguagem ou
dela se distancia.

35
REDAÇÃO
VOCABULÁRIO BÁSICO PARA O
ESTUDO DO TEXTO DISSERTATIVO
CONCEITO O QUE SIGNIFICA
Objeto de discussão abrangente, amplo.
Assunto
Ex.: Violência.
Objeto de discussão específico,
Tema particularizado.
Ex.: Violência doméstica.
Provar para alguém que uma tese é
verdadeira, que se tem razão. Isso
não significa que o interlocutor
Convencer necessariamente mudará de opinião.
Ex.: Convenço um amigo fumante de
que o tabaco é nocivo ao organismo.
Entretanto, ele continua a fumar.
Provar para alguém que uma tese é
verdadeira, de modo a ocasionar a
mudança de atitude do interlocutor.
Ex.: Convenço um amigo fumante de que
o tabaco é nocivo ao organismo. A partir
de nossa conversa, ele deixa de fumar.
Persuadir
Obs.: O objetivo da redação de um
concurso público é convencer o leitor
virtual da consistência dos argumentos
apresentados para a defesa de uma tese,
e não persuadi-lo a mudar suas opiniões,
crenças e/ou convicções.
Grosso modo, trata-se da abordagem
de um tema de modo a compreender os
opostos complementares. A partir da leitura
Dialética
dialética, compreende-se, por exemplo,
por que, historicamente, os responsáveis
(diretos ou indiretos) pela criação do

36
REDAÇÃO
Movimento dos Trabalhadores Sem-terras
(MST) são os próprios latifundiários
que insistem em manter suas terras
improdutivas. Nesse sentido, entende-se
também que a internet, por si só, é um
instrumento neutro: o uso que se faz dela
pode ser benéfico ou não, conforme as
circunstâncias.
O processo dialético pode ser verificado,
ainda com mais facilidade, na própria
natureza. Para que haja o dia, é necessário
Dialética haver a noite, e vice-versa. Como são
opostos complementares, um não existe
sem o outro. O ponto de mutação do dia
para a noite é o entardecer. Já o momento
de transição da noite para o dia é o
amanhecer. O ciclo se alterna de maneira
que o novo, calcado no velho, o substitui.
Da mesma maneira, para que surja a
planta (o novo), a semente (o velho) tem
de se transformar: a planta estava contida
na semente, a qual se metamorfoseou para
não interromper o ciclo da vida.
O destinatário do texto. O leitor virtual
de uma redação de concurso público tem
Leitor virtual o seguinte perfil: culto, bem informado,
crítico. É para ele que se escreve o texto, e
não para o professor/corretor.
Público amplo de interlocutores
Auditório universal
(leitores e/ou ouvintes).
Público específico de interlocutores
(leitores e/ou ouvintes).
Auditório particular
Obs.: Os argumentos devem ser
elaborados conforme o perfil de dos

37
REDAÇÃO
leitores virtuais de cada auditório.
Numa redação de concurso público
(auditório universal), cujo tema seja a
legalização do aborto, caso o autor do texto
seja contrário a essa prática, não deverá
utilizar o argumento de que o aborto é
uma agressão a Deus, uma vez que que
Auditório particular
pode ser contestado por todos aqueles que
não acreditam em Deus. Por outro lado,
numa comunidade religiosa (auditório
particular), o mesmo argumento surtirá
efeito entre aqueles que, embora pensem
de maneiras diferentes, partilham a mesma
fé ou dogmas etc.

10. ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO

a) Estrutura do texto dissertativo.

Grosso modo, o texto dissertativo divide-se em três etapas:

s )NTRODU½áOONDESEAPRESENTAATESEASERDEFENDIDA 

s $ESENVOLVIMENTOESPA½OPOREXCELãNCIAPARAOARROLAMENTODE
argumentos) e

s #ONCLUSáOENCERRAMENTODOTEXTOEMCONSONºNCIACOMATESE
defendida por meio dos argumentos arrolados).

Antes de analisarmos as diversas possibilidades de elaboração de


cada uma dessas etapas, vejamos a estrutura do texto dissertativo
no editorial transcrito a seguir retirado de um renomado jornal
em 2003.

38
REDAÇÃO
Horrível

INTRODUÇÃO

1 “Horrível, horrível, horrível” foram as palavras escolhidas pela


relatora especial da ONU Asma Jahangir para qualificar as condições
de duas unidades da Febem paulista – uma delas considerada modelo
pelo Estado. A expressão traduz bem as dificuldades que cercam a
luta pelos direitos humanos no Brasil. Seria injusto afirmar que não
houve progressos ao longo dos anos, mas eles foram tão lentos, e o
descalabro da situação é tamanho, que há pouco a comemorar.

DESENVOLVIMENTO

2 A visita de Jahangir, que ocupa o posto de relatora especial


das Nações Unidas para Execuções Arbitrárias, Sumárias e
Extrajudiciais, é um desses raros fatos positivos. Ela está no
Brasil a pedido do governo federal e deverá apresentar relatório
à Comissão de Direitos Humanos da ONU.

3 Os mais cínicos poderão se perguntar por que o governo traz


um estrangeiro que inevitavelmente fará críticas do país num foro
internacional. É justamente sob essa aparente incoerência que se
encerra algo alentador no campo dos direitos humanos: o poder
central ao menos sinaliza que está disposto a tocar na questão das
torturas e ações de extermínio com a participação de policiais.

4 Infelizmente, tal disposição parece mais reduzida em esferas


estaduais. Asma Jahangir, que goza da mais sólida reputação
internacional, tentou, mas não conseguiu, ser recebida pelo
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Pior, ela teve seu
pedido para visitar a UAI (Unidade de Atendimento Inicial) do
complexo da Febem no Brás inicialmente negado.

CONCLUSÃO

5 Eliminar a chaga da tortura e da violência policial não é tarefa


simples. Ela torna-se ainda mais difícil quando altas vozes de

39
REDAÇÃO
comando da polícia paulista parecem preferir a linguagem da força
e do confronto e tratar o respeito aos direitos humanos como um
empecilho, e não como uma norma inegociável.

(Folha de São Paulo, 1º de outubro de 2003, p. A-2)

COMENTÁRIOS (SÍNTESE)

I. INTRODUÇÃO (1º.º parágrafo)

s 4ESE SITUA½áO DOS DIREITOS HUMANOS NO "RASIL ABSURDAMENTE


desrespeitada/desrespeitosa, ainda que tenha havido avanços
(ressalva).
s #ONTEXTUALIZA½áO VISITA DA RELATORA ESPECIAL DA /.5 A DUAS
unidades da Febem paulista.

II. DESENVOLVIMENTO (2ºo., 3º.º e 4º.º parágrafos)

s !VISITADE*AHANGIR APEDIDODOGOVERNOFEDERAL REPRESENTAUM


avanço na questão dos direitos humanos no Brasil. Note-se o
desdobramento, a explicitação do cargo ocupado por Jahangir
na ONU. (2º parágrafo).
s #ONTRA ARGUMENTA½áO hOS MAIS C¤NICOSv 8 PONTO DE VISTA DO
articulista (autor do eidtorial) – corroboração do argumento de
que houve melhoras em relação ao espinhoso tema abordado. (3º
parágrafo).
s #ONTRASTE ENTRE A POSTURA DO GOVERNO ESTADUAL DE 3áO 0AULO
e a presença de Jahangir no Brasil (note-se, mais uma vez: a
convite do governo federal). Se, ao longo do atual governo, o
país avançou, ainda que timidamente, na defesa e garantia dos
direitos humanos, quadro predominante ainda é de horror e
descaso. (4º parágrafo).

III. CONCLUSÃO (5º.º parágrafo)

s 2ETOMADAREITERA½áODATESE

40
REDAÇÃO
s .OTE SEOCONTEXTOASITUA½áOAGRAVA SECOMATITUDESCOMOADE
parte do comando da polícia paulista, o que legitima a violência
institucional.

Observações (linguagem):

Formas
Forma encontrada no texto gramaticalmente preferíveis
(Norma culta de linguagem)
“Ela torna-se ainda mais difícil” “Ela se torna ainda mais difícil”
“UAI (Unidade de “Unidade de Atendimento
Atendimento Inicial)” Inicial (UAI)”

11. OBJETIVIDADE E PONTO-DE-VISTA

a) Objetividade e subjetividade

De modo geral, o texto objetivo é marcado pela impessoalidade


(ausência de traços que indiquem o “eu”, como pronomes e verbos
na primeira pessoa do singular, adjetivos etc). Isso, porém, não
significa que o texto seja amorfo, sem vida ou não deixe transparecer
claramente as opiniões do autor.
Por sua vez, o texto subjetivo representa claramente as opiniões pes-
soais do autor. Por esse motivo, mais do que argumentos, explicita
sensações, emoções, estados de alma e lembranças do autor.
Vejamos dois exemplos (o segundo, construído por você mesmo):

TEXTO OBJETIVO

Uma xícara, duas, três...

Saboreie sem culpa seu aromático e fumegante cafezinho.


Absolvido pela ciência, ele deixou o banco dos réus e está perto de

41
REDAÇÃO
ser aclamado como alimento funcional. Ou seja, acredite-se que
previna doenças – do diabete tipo 2 a certos tipos de câncer! Só não
vale exagerar.

(...)

Os prós*

s !MPLIlCAAATEN½áOEACONCENTRA½áO
s 2EDUZORISCODEDESENVOLVERDIABETETIPO MALDE0ARKINSON
câncer no cólon e câncer de bexiga.
s #ONCENTRA MAIOR QUANTIDADE DE MINERAIS DO QUE ALGUMAS
bebidas isotônicas.
s !JUDANOTRATAMENTODEDEPENDENTESQU¤MICOS

Os contras*

s !UMENTAOSN¤VEISDAHOMOCISTE¤NANOSANGUE SUBSTºNCIAQUE
amplia o risco de enfarte.
s 0ROVOCA UM LEVE AUMENTO DA PRESSáO ARTERIAL DEPOIS DE CADA
xícara.
s 0ODECAUSARINTOLERºNCIAGÕSTRICA
s !CAFE¤NAPODEAUMENTARAELIMINA½áODECÕLCIONAURINA-ULHERES
depois da menopausa devem tomar café com parcimônia, de
preferência com leite.

* Consumo regular acima de 600 ml.


(Saúde!, maio de 2004, p. 29)

TEXTO SUBJETIVO

Eu gosto de café porque ...............................................................


.....................................................................................................
........................................ Isso me lembra quando ......................
.....................................................................................................

42
REDAÇÃO
.............................................................. Fico feliz se ...................
......................................................................................................
......................................................... . Para mim, portanto, .........
......................................................................................................
......................................................................................................
......................................................................................................

b) Contra-argumentação

Recurso argumentativo que consiste em citar o argumento do


interlocutor de modo a desconstruí-lo e desautorizá-lo. Não deve
ser confundido com estratégia de agressão e/ou desqualificação da
imagem do interlocutor.
No exemplo abaixo, André Petry procura, por meio da contra-
argumentação, demonstrar que determinada postura de defensores
dos animais é antes uma atitude racista do que ecológica.

“Como racismo no Brasil é sempre coisa do vizinho (argentino


ou não), os defensores dos animais que lutam contra o rito das
religiões africanas vão jurar de pés juntos que não são racistas, que
jamais quiseram dizer que o deus dos negros não é tão bom quanto
o deus dos brancos, que existem até negros entre eles e que queriam
apenas evitar atrocidades contra os animais. Pode ser verdade, mas
não basta. Se isso for mesmo, se o que os move é tão-somente a
defesa dos animais, onde estão então os protestos diante dos
abatedouros de bois, porcos e aves? Onde estão os protestos contra
a condição do Brasil de maior exportador mundial de carne bovina
e de frango? Dias atrás, o governo da Rússia anunciou que vai
voltar a permitir a importação de carnes bovina, suína e de frango
de regiões do Brasil onde havia suspeita de alguma doença. Foi
uma excelente notícia para a economia brasileira – e não se ouviu o
protesto dos defensores dos bois, porcos e galinhas.”

(André Petry, “Isso é que é racismo”. Veja, 27 de abril de 2005, p. 93)

43
REDAÇÃO

12. LEITURA CRÍTICA

a) Posicionamento crítico

Uma dissertação bem elaborada não deixa espaço para o senso


comum nem para o lugar-comum.

Reprodução de uma ideia, consagrada pelo uso,


porém, sem base científica e/ou na realidade.
Exemplos:
Todo velho é sábio. (Será mesmo? A idade
concede sabedoria, ou as experiências?)
Toda criança é inocente, ingênua. (Será mesmo?
O que se entende por inocência? Estudos
Senso comum
de Psicologia e Psicanálise contestam essa
tese em muitos pontos... O que dizer do
protagonista do filme O Anjo Malvado?)
Obs.: Muitas vezes, senso comum é utilizado
também como sinônimo de consenso,
sem a carga de alienação argumentativa
atribuída acima.

Expressões consagradas pelo uso, que se


Lugar- tornaram desgastadas. Exemplos.:
comum O Brasil tem uma natureza exuberante.
Vimos por meio desta (no caso de uma carta).

Ao contrário, uma argumentação eficiente jamais negará os fatos,


a realidade. Ao tratar, por exemplo, de assunto polêmico como o
aborto, tanto partidários pró ou contra essa prática, em nome da
lógica, não poderão deixar de admitir que:

a) toda forma de aborto constitui-se numa experiência traumática


para a mulher;

44
REDAÇÃO
b) o embrião/feto, embora esteja ligado ao corpo da gestante, não é
um simples apêndice da mãe, mas um indivíduo em formação.

Contra fatos há argumentos?


Quem nunca viu, em livro ou filme, a clássica cena em que um
par amoroso é surpreendido e responde para o(a)
bisbilhoteiro(a): Não é nada do que você está pensando...?

Argumentos camuflam, ainda, as chamadas razões ideológicas.


Você acha que realmente existe, ou existiu, algum tipo de guerra
santa? Ou todas elas (cruzadas católicas, movimentos de expansão
árabes/islâmicos para o Ocidente, deposição de Sadam Hussein
pelo protestante Bush etc.) não passam/passaram de justificativas
para expandir territórios e mercados?
A fim de elaborar o posicionamento crítico de forma eficiente, é
preciso arrolar argumentos e compreender como pensa o oponente.
Vejamos, a esse respeito, alguns argumentos favoráveis e contrários
à implantação da pena de morte no Brasil.

PENA DE MORTE NO BRASIL

PRÓS CONTRAS

Somada a outras medidas, a pena de Nos países onde vigora, a


morte inibirá a criminalidade. pena de morte não diminuiu a
s&ATOSCONCRETOSEDADOSDAREALIDA- incidência da criminalidade.
de: para que a pena de morte real- s&ATOSCONCRETOSEDADOSDARE-
mente contribua para a inibição/di- alidade.
minuição da criminalidade, elencar s0ESQUISAS ESTAT¤STICAS
medidas que a auxiliem nessa tarefa.
s 0ESQUISAS ESTAT¤STICAS UMA VEZ
que não se propõe para o Brasil o
mesmo modelo de países onde a
pena de morte termina por ser ine-
ficaz, as pesquisas e estatísticas que
procuram demonstrar que essa me-
dida é inócua ao combate ao crime
serão desautorizadas.

45
REDAÇÃO

A fim de evitar injustiças, antes da Quando da execução de um con-


implementação da pena de morte denado, inexiste a possibilidade
no Brasil (que poderá ser decidida de rever o caso e sanar possíveis
por meio de plebiscito), o Estado distorções/injustiças.
deverá reaparelhar os sistemas judi- s&ATOSCONCRETOSEDADOSDAREA-
ciário e penal. lidade: erros judiciários ocorrem
s &ATOS CONCRETOS E DADOS DA REALI- e, no caso da pena de morte, são
dade: não se negam as deficiências irreparáveis.
dos sistemas judiciário e penitenciá- s 0ESQUISAS ESTAT¤STICAS CONSI-
rio brasileiros. Enquanto o primeiro derar quais as classes sociais de
carece de transparência e agilidade, onde provém o maior número
o segundo necessita de urgente re- de condenados à pena de morte.
formulação, a fim de se tornar real-
mente correcional, abandonado as
características de verdadeira univer-
sidade do crime.
s 0ESQUISAS ESTAT¤STICAS DEMONSTRAR
a urgência na reforma dos sistemas
judiciário e penitenciário.

A pena de morte, no Brasil, seria De certa forma, a pena de morte


aplicada apenas aos condenados que já vigora no país, por meio da
cometerem crimes hediondos. chamada violência institucional,
s &ATOS CONCRETOS E DADOS DA REALI- promovida pela polícia, nas mais
dade: verdadeira defesa parcial da diversas esferas, sem que isso
pena de morte (apenas para crimes diminua a criminalidade.
hediondos); prevenção à possibili- s&ATOSCONCRETOSEDADOSDAREA
dade de injustiças (a pena de mor- lidade: crítica ao sistema vigen-
te não incidiria sobre crimes mais te, corrupto e ineficiente. Nesse
brandos). contexto, a implementação da
pena de morte apenas legitimará
a violência institucional.

b) Preconceito e desinformação X Fatos

Conforme a sabedoria popular, contra fatos não há argumentos.


Todavia, baseadas no senso comum – cuja definição vimos acima
– muitas informações são transmitidas, de geração a geração, de
maneira a cristalizar-se e a legitimar crenças e preconceitos.

46
REDAÇÃO
Vejamos um exemplo:

Senso comum (sem base científica) Dados concretos da realidade

Minha vizinha dirige mal. Logo, As companhias de seguros


todas as mulheres dirigem mal. atestam que as mulheres,
enquanto motoristas, são mais
prudentes do que os homens.
Por essa razão, oferecem seguros
a preços diferenciados para
motoristas do sexo feminino,
as quais se envolvem em menos
acidentes do que motoristas do
sexo masculino.

Raciocínio indutivo falacioso. Argumentação baseada


Base do preconceito (pré+conceito): em pesquisas, estatísticas,
generalização. verificações de ocorrências etc.

13. DICAS DE SUCESSO

Para a resolução das provas

s ,ERATENTAMENTEOSENUNCIADOS DIVIDI LOSEFAZERMARCA½µESPES-


soais, a fim de não se perder durante a leitura.
s %LABORAR DEMANEIRASUCINTA UMPROJETODETEXTOPARAARESPOSTA
redação.
s %LABORARUMRASCUNHO
s $ElNIROTEXTOlNAL

Lembre-se de:

s ORGANIZAROTEXTOCONFORMEAESTRUTURADADISSERTA½áO
s ELABORARUMAESTRAT£GIAARGUMENTATIVACONSISTENTE
s ESCREVEROQUEREALMENTEACREDITA ENáOOQUEPENSAQUEAGRADARIA
ao corretor.

47
REDAÇÃO
s CITARASFONTESCORRETASDEESTAT¤STICAS ARGUMENTOSDEAUTORIDADES
etc.
s UTILIZAR SEDAnorma culta de linguagem.
s ORDENARASID£IASDEFORMAcoerente e coesa.
s PRODUZIR UM TEXTO criativo e elegante sem, contudo, deixar de
abordar o tema proposto.
s NáOSEUTILIZARDAPRIMEIRAPESSOADOSINGULAR

Segundo a sabedoria popular (e os publicitários, profissionais li-


berais e do comércio), a propaganda é a alma do negócio. Nesse
contexto, uma das melhores maneiras de “vender” o seu texto é
caprichar na utilização do título e da epígrafe (citação logo abaixo
do título, no canto esquerdo da página, relacionada ao tema a ser
desenvolvido).
A esse respeito, leia os fragmentos abaixo:

Título – É a carteira de identidade do texto. Assim como na cédula


de identidade cabem dados sobre sua identificação, foto e assinatura,
no título devem aparecer de forma concisa a idéia central do texto.
De forma sedutora, naturalmente. Dessa forma, use com equilíbrio
trocadilhos e recursos poéticos os mais variados. Títulos genéricos
como “As eleições no Brasil”, além de não serem atraentes, não
delimitam o tema. Vale a pena “praticar” títulos, mesmo quando o
modelo de prova que você fará não o exigir.

Epígrafe – Que eu saiba, nenhuma prova de Redação a exige. No


entanto, atribui elegância intelectual ao texto. Prefira versos da MPB
ou de poemas, trocadilhos bem feitos, provérbios e citações que
não pertençam ao senso comum etc. Em tempo: não se esqueça das
aspas (neste livro, substituídas pelo itálico) e da referência ao autor
(Carlos Drummond de Andrade, Provérbio popular nordestino
etc.)

BARBOSA JÚNIOR, Ademir (Prof. Dermes). Segredos para o


vestibulando do CDF ao ZEN. São Paulo: Panda, 2004, pp. 79-80.

48
REDAÇÃO

14. RIR PARA NÃO CHORAR

Segundo Jean de Santeuil, poeta neolatino (1630-1687), castigat


ridendo mores [(A sátira), rindo, corrige os costumes]. Os exemplos
abaixo, excertos das provas de Redação da UFRJ-2000, ao
mesmo tempo em que divertem, são trágicos, pois refletem o
depauperamento dos sistemas educacionais público e privado no
Brasil.
Como nosso objetivo não é rir de alguém, mas rir com alguém,
vejamos juntos os absurdos abaixo, a fim de evitá-los em nossos
textos e nos de nossos alunos. Boas gargalhadas!

PROVA DE REDAÇÃO DA UFRJ-2000 (SERÁ MESMO???)

PROBLEMAS DE
FRAGMENTOS
ELABORAÇÃO DE TEXTO

Sobrevivência de um aborto vivo Incoerência externa


(título). ABORTO8VIVOSOBREVIVãNCIA 

O Brasil é um país abastardo com 6OCABULÕRIOABASTADO8ABASTARDO


um futuro promissório. PROMISSOR8PROMISS˜RIO

O maior matrimônio do país Vocabulário:


é a Educação. PATRIM¯NIO8MATRIM¯NIO

Precisamos tirar as fendas dos


6OCABULÕRIOFENDAS8VENDAS
olhos para enxergar com clareza
FAMINTOS8FAMIGERADOS
o número de famigerados que
/RTOGRAlAALMENTA8AUMENTA
almenta (sic).

Os analfabetos nunca tiveram Incoerência externa: analfabetos


chance de voltar à escola. 8ESCOLAESCOLARIZA½áO

/RTOGRAlAPREOCULPA8PREOCUPA
Também preoculpa (sic) o avanço
Incoerência externa e interna:
regesssivo da violência.
AVAN½O8REGRESSIVO

49
REDAÇÃO

/RTOGRAlABEMSTAR8BEM
ESTARABTANTES8HABITANTES
ENDEPENDENTE8INDEPENDENTE
preocudan-do-nos.
O bem star (sic) dos abtantes 0RECISáOVOCABULARRO½A8
endependente (sic) de roça, raça; endependente (adjetivo)
religião, sexo e vegetarianos, está independentemente (advérbio).
preocudan-do-nos. Flexões verbal e pronominal:
PREOCUDAN DO NOS8
preocupando-nos.
Incoerência interna: roça (raça)/
RELIGIáOSEXO8VEGETARIANOS

Precisão vocabular: indiferenças


É preciso melhorar as indiferenças
SOCIAIS8DIFEREN½ASSOCIAIS
sociais e promover o saneamento
SANEAMENTO8BEM ESTAR
de muitas pessoas.
cidadania (?).

Incoerência externa (na tentativa


de utilizar-se do argumento
de autoridade): Darcy/Dercy
'ON½ALVES8$ARCY2IBEIRO
Nicolau de Melo Neto/João
Segundo Darcy Gonçalves (Darcy
#ABRALDE-ELO.ETO8.ICOLAU
Ribeiro) e o juiz Nicolau de Melo
dos Santos Neto.
Neto (Nicolau dos Santos Neto).
Incoerência interna (na tentativa
de utilizar-se do argumento
de autoridade): o que haveria
de comum entre o juiz Lalau e
Darcy Ribeiro?

E o presidente onde está? Senso comum: o trecho indica


Certamente em sua cadeira, indignação, e não análise crítica.
fumando baseado e conversando Oralidade: “em sua cadeira”;
com o presidente dos EUA. “fumando um baseado”.

50
REDAÇÃO

15. TEMA DE REDAÇÃO, ABORDAGEM DA


PROPOSTA E MODELO DE PROJETO DE TEXTO

(UNIFESP/2003)

INSTRUÇÃO: Sua redação deverá ser realizada, tendo-se como


textos de apoio fragmentos do artigo “Políticas do Corpo”, do
escritor e frade dominicano Frei Betto (Carlos Alberto Libânio
Christo, 1944-), e um trecho da reportagem “Corpos à Venda”,
assinada por Ana Paula Buchalla e Karina Pastore.

Políticas do Corpo

(...) Uma pessoa é o seu corpo. Vive ao nutri-lo e faz dele expressão
do amor, gerando novos corpos. Morto o corpo, desaparece a
PESSOA #ONTUDO CHEGAMOS AO S£CULO 88) E AO TERCEIRO MILãNIO
num mundo dominado pela cultura necrófila da glamourização de
corpos aquinhoados pela fama e riqueza e pela exclusão de corpos
condenados pela pobreza ou marcados por características que não
coincidem com os modelos do poder.

(...) Os premiados pela loteria biológica, nascidos em famílias


que podem se dar ao luxo de come menos para não engordar, são
indiferentes aos famintos ou dedicam-se a iniciativas caridosas,
com a devida cautela de não questionar as causas da pobreza.

Clonam-se corpos, mas não a justiça. (...) Açougues virtuais, as


bancas de revistas exaltam a exuberância erótica de corpos, sem que
haja igual espaço para idéias, valores, subjetividades, espiritualidades
e utopias. Menos livrarias, mais academias de ginástica. Morremos
todos esbeltos e saudáveis; o cadáver, impávido colosso, sem uma
celulite.

(...) Na prática de Jesus, a justiça encontra sua expressão mais


bela na saúde dos corpos e na comensalidade, que faz da mesa

51
REDAÇÃO
comunhão entre pessoas. A ponto de Cristo tornar a partilha do
pão e do vinho, da bebida e da comida, sacramento de sua presença
entre nós e em nós. E nos ensinar a oração “Pai nosso/pão nosso”.
Se o pão é só meu, como o Pai pode ser nosso?

A política das nações pode ser justamente avaliada pela maneira


como a economia lida com a concretude dos corpos, sem exceção.
Um país, como o Brasil, que segrega corpos condenando-os ao
desemprego e à miséria, em nome da estabilidade da moeda e das
imposições do FMI, ainda está longe do portal da civilização. (...)

(Frei Betto. Folha de S. Paulo. Tendências/Debates, 13/02/2000)

Corpos à venda

Movidos pelo desejo legítimo de ter uma aparência melhor,


milhares de brasileiros recorrem à cirurgia plástica como quem vai
às compras. Para tudo, no entanto, há limite. “Formas perfeitas
ao alcance de todos.” Tenha um corpo irresistível.” “Beleza,
harmonia, sensibilidade... Conceitos ligados à arte, manejados por
quem entende do que faz.” As frases entre aspas que você acabou
de ler parecem tiradas de propagandas de academia de ginástica, de
comida light ou até de loja de decoração. São, na verdade, anúncios
de clínicas de cirurgia plástica, veiculados em revistas especializadas
no ramo, como Plástica & Beleza e Corpo & Plástica. Essa é uma
das faces da popularização das operações estéticas no país. Para se
ter uma ideia, só no ano passado 350.000 brasileiros saíram na
faca para ficar mais bonitos. Ou seja, em cada grupo de 100.000
habitantes, 207 foram operados. Os Estados Unidos, tradicionais
líderes do ranking em números absolutos, registraram no mesmo
período 185 operados por 100.000. Isso significa que o Brasil se
tornou campeão mundial da categoria. Desde 1994, quando entrou
em cena o Plano Real, que estabilizou a economia e ampliou o poder
de consumo, fazer plástica integra o rol de aspirações possíveis da
classe média. (...)

(Veja São Paulo, 06/3/2002)

52
REDAÇÃO
Com base nos textos apresentados, e procurando revelar seu
ponto de vista sobre o assunto, realize uma redação, em forma
dissertativa, sobre o tema:

A REALIDADE DO SER E DO PARECER, NO BRASIL

MODELO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO DE TEXTO

Prof. Dermes

TEMA: A realidade do ser e do parecer, no Brasil.

TESE: Numa sociedade cada vez mais narcísica, cujos


comportamentos, em grande parte, se pautam pela reprodução
de valores veiculados pela mídia, a obsessão pela aparência física
produz distorções na relação do indivíduo com o seu corpo. No
caso brasileiro, tais distorções se acentuam, uma vez que grande
parcela da população não se alimenta adequadamente enquanto
indivíduos pertencentes às classes com alto poder aquisitivo, em
busca do chamado corpo perfeito, ou se submetem a dietas que
desconsideram as quantidades mínimas para o bom funcionamento
do organismo, ou investem grande soma de dinheiro em cirurgias
plásticas, tratamentos estéticos ou produtos que visem a compensar
os efeitos produzidos pelo excesso de alimentação.

Argumento 1 – A busca incansável pela reprodução no próprio corpo


de padrões de beleza praticamente inacessíveis a todos evidencia:

s $ESEQUIL¤BRIO EMOCIONAL VIDE AGRESSµES AO ORGANISMO POR


meio de programas de alimentação deficientes e nocivos) e
carência afetiva (o indivíduo é aceito por determinados grupos
sociais apenas se o seu corpo traduzir medidas estabelecidas em
telenovelas, revistas, filmes etc);

s !TROlA DA AFETIVIDADE E DA ATIVIDADE INTELECTUAL n VIDE


respectivamente, a corpolatria e declarações de Paula Lavigne,
produtora artística e ex-esposa de Caetano Veloso: segundo ela,

53
REDAÇÃO
quando viaja pelo mundo, deixa de ir a museus para dedicar-se à
ginástica nas academias dos hotéis onde se hospeda. Vide ainda, a
receptividade (ou não) da novela Metamorphoses, exibida pela TV
Record em 2004. Cf. o distanciamento dos ideais humanísticos,
que marcaram civilizações antigas (vide Grécia) e a História
Moderna (Renascimento).

Argumento 2 – A classe média brasileira, numa imitação incessante


do comportamento norte-americano,

IV. Consegue superar a cifra anual de cirurgias plásticas praticadas


nos EUA, a despeito das evidentes disparidades sociais em
relação à renda do cidadão médio norte-americano;
V. Reproduz no país a “lógica ilógica” da dieta do norte-americano
médio, rica em calorias e carboidratos que deverão ser gastos
em atividades físicas desgastantes ou em cirurgias de reparação
(a respeito da dieta, vide o hábito dos norte-americanos de
consumir ovos com bacon no café da manhã). Some-se ao
quadro de aberrações alimentares no Brasil o caso dos que
passam fome para atingir níveis mínimos de massa na balança
em oposição àqueles que, por motivos socioeconômicos, não
se alimentam dignamente.
Vide, ainda, a classe média brasileira e o início do Plano Real.

Conclusão:

c) Necessidade de o homem equilibrar-se (vide holismo: corpo/


mente/espírito). Beleza e saúde a serviço do bem-estar, e não do
exibicionismo.
d) Resgate da solidariedade, já que, respeitar o corpo significa
respeitar o aspecto externo e visível do ser. Nesse contexto,
s CONSIDERARQUESEGREGAROCORPO£SEGREGARTAMB£MAALMAO
indivíduo por inteiro.
s VIDEAIMPORTºNCIADEA½µESCOMUNITÕRIASEOUGOVERNAMENTAIS
responsáveis pela distribuição de renda e poder (citar, com
crítica fundamentada e “ligeira”, o Programa Fome Zero, do
Governo Federal).

54
REDAÇÃO
Lembrete:

b) Evocar o célebre texto de Betinho (anos 90), segundo o qual, a


partir da Campanha Contra a Fome e pela Cidadania, seus dias
começavam pelo “pão nosso”, e não pelo “Pai Nosso”.

16. FALÁCIA

A partir do sítio lusitano http://www.animalfreedom.org/


portuguese/opiniao/argumentos/tipos_argumentos_falaciosos.
html, observe-se como os argumentos falaciosos se cristalizam e
passam a representar “verdades” em nosso cotidiano, de modo a
impedir o diálogo, o confronto de ideias:
Alguns argumentos são usados frequentemente, mas são
inválidos. O uso destes argumentos - chamados falaciosos - É feito
tanto pelos que são a favor como pelos que são contra. Colocamos
estes argumentos numa coluna (à esquerda) e apresentamos (à
direita) o contra-argumento. Para que a discussão seja clara e
honesta.
Há vários tipos de argumentos falaciosos

Não vale a pena fazer algo,


Raciocínio circular
porque ninguém vai cooperar

Só espero que você próprio nunca


Apelo ao poder
se encontre nessa situação

Se a sua ação tiver sucesso,


acabamos todos por ter de pagar Apelo às consequências
as consequências

É uma tolice preocupar-nos com


estes casos, porque noutros casos Apelo a argumentos não-próprios
a situação ainda é pior

55
REDAÇÃO

Claro que os seres humanos


podem fazer o que fazem
Apelo à ignorância
aos animais porque são mais
inteligentes

Posso apresentar exemplos (de


acções) que custaram a vida a Falácia de indução (e
animais, mas que salvaram muitas generalização ilícita)
vidas humanas

Você diz que é a favor dos


Ataque pessoal como argumento
animais, mas também se aproveita
(ad hominem)
deles

Eu estudo biologia médica e


por isso sei porque razão as
Apelo à autoridade
experiências com animais são
necessárias

Os animais não se importam de


serem usados, porque você não Apelo à ignorância
pode provar que se importam

Temos usado sempre animais e


Apelo a uma relação não provada
temos alcançado muitos sucessos

A maior parte das pessoas acha


Apelo à multidão
muito natural usarem-se animais

Se deixarmos de poder usar


animais, cai muita gente no Apelo à misericórdia
desemprego

Toda a gente com juízo sabe que Tentativa de invertir o ónus da


não faz mal usar os animais prova

Conceder que os animais têm


direitos significa que os animais Tentativa de distorcer os
têm de ser tratados como se argumentos
fossem pessoas

56
REDAÇÃO

17. LEITURA

Observe, neste texto que circula no mundo virtual, conceitos


como lugar-comum, senso comum e contra-argumentação. Veja,
ainda, como a definição de amor se dá pela não-definição, isto é,
pela desconstrução de conceitos.

O AMOR É OUTRA COISA

O amor não te faz arder em chamas. O nome disso é combustão


instantânea. Amor é outra coisa.
O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome
disso é gravidez. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa completamente feliz. O nome disso é Prozac.
Amor é outra coisa.
O amor não te deixa saltitante. O nome disso é Pogobol. O amor
é outra coisa.
O amor não te faz acreditar em falsas promessas. O nome disso é
campanha eleitoral. O amor é outra coisa.
O amor não te faz esquecer de tudo. O nome disso é amnésia.
Amor é outra coisa.
O amor não te faz perder a articulação das palavras de repente. O
nome disso é AVC. O amor é outra coisa.
O amor não te faz sentir borboletas no estômago. O nome disso é
fome. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa completamente imóvel. O nome disso é trân-
sito de São Paulo. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa molinho e manhoso. O nome disso é Rivotril.
O amor é outra coisa.
O amor não te deixa temporariamente cego. O nome disso é spray
de pimenta. O amor é outra coisa.
O amor não faz seu mundo girar sem parar. O nome disso é labi-
rintite. O amor é outra coisa.

57
REDAÇÃO
O amor não te deixa sem chão, o nome disse é cratera. O amor é
outra coisa.
O amor não te deixa quente e te leva pra cama. O nome disso é
dengue. O amor é outra coisa.
O amor não retribui suas declarações. O nome disso é restituição
de imposto de renda. O amor é outra coisa.
O amor não leva teu café da manhã na cama e ainda dá na boqui-
nha. O nome disso é enfermeira. O amor é outra coisa.
O amor não te faz olhar pro céu e ver tudo colorido. O nome disso
é queima de fogos de artifício. O amor é outra coisa.
O amor não te faz ficar simpático e amoroso de repente. O nome
disso é Natal. O amor é outra coisa.
O amor não te liberta. O nome disso é alvará de soltura. Amor é
outra coisa.
O amor não te deixa à mercê da vontade alheia. O nome disso é
Boa-noite, Cinderela. O amor é outra coisa.
O amor não é aquela coisa brega, mas que te remexe todo. O nome
disso é Banda Calypso. O amor é outra coisa.
O amor não te dá a chance de mudar o que está diante de você. O
nome disso é controle remoto. O amor é outra coisa.
O amor não tira suas defesas. O nome disso é HIV. O amor é
outra coisa.
O amor não te pega desprevenido e te impulsiona para frente. O
nome disso é topada. O amor é outra coisa.
O amor não faz o coração bater mais rápido. O nome disso é ar-
ritmia. O amor é outra coisa.
O amor não faz você dar suspiros. O nome disso é dia de Cosme e
Damião. O amor é outra coisa.
O amor não te faz ver tudo com outros olhos. O nome disso é
transplante. O amor é outra coisa.

(Adaptação de texto coletado por Jacqueline Marques)

58
REDAÇÃO

18. TEMAS SEM COLETÂNEA

Alguns vestibulares costumam trazer no enunciado da prova


de Redação máximas ou citações. A partir disso, o candidato
deve identificar o assunto e delimitar o tema, para então elaborar
o projeto de texto e a própria redação. Parece uma prova difícil,
porém, quando bem orientado e preparado, o vestibulando obtém
bons resultados, ja´que constrói sua tese, expõe/argumenta e a
ilustra com exemplos/fatos que “traduzem” o (s) tema (s) contido
(s) na proposta. Geralmente, nas máximas ou citações propostas o
candidato encontrará o assunto, e não o tema. Qual a diferença básica?
De forma sucinta, o assunto é o mais abrangente (relacionamentos),
enquanto o tema é mais específico, particularizado (relacionamentos
amorosos; relacionamentos familiares etc.)

19. TEMAS COM COLETÂNEA

Esteja atento (a) para, a partir da coletânea, delimitar o tema.


Lugar comuníssimo: as aparências enganam. Lembro-me de um
simulado muito bem elaborado por alguns colegas cujo assunto era
a morte, com coletânea composta por quatro textos: dois excertos
jornalísticos escritos por autores ocidentais, um fragmento de
poema de Álvares de Azevedo e a análise de um ideograma do I
Ching. A maioria dos candidatos desconsiderou o último texto,
entretanto era de fundamental importância contrapor as leituras da
morte elaboradas no Oriente e no Ocidente. Ademais, observando
atentamente, os candidatos perceberiam que, num universo de três
textos ocidentais, o ideograma e sua leitura/interpretação ocupam
lugar de destaque, e não o contrário.

59
REDAÇÃO

20. ARGUMENTO DE AUTORIDADE

Citar autoridades no assunto/tema desenvolvido confere a seu


texto mais credibilidade, além de demonstrar que você realmente
conhece o assunto/tema e o aborda criticamente. Quando, por
exemplo, você trata da repressão a que se submete a criança e, por
esse motivo, cita José Ângelo Gaiarsa, seu texto se fortalece. Nesse
sentido, confirma-se para o leitor que o texto não se baseia apenas
em impressões. Atenção, contudo, para não fazer citações aleatórias,
equivocadas ou pedantes. Também não permita que a citação de
Freud ou Vinicius de Moraes obscureça seus argumentos, os quais,
ao contrário, devem se robustecer.

21. ESTATÍSTICAS

Ao utilizar estatísticas, procure citar as fontes. Além disso, nada


de estatísticas generalizantes. Exemplo: candidatos que sustentam
que “a maioria dos brasileiros” corresponde a 85% da população
(“Oitenta e cinco por cento da população brasileira preferem
descansar em casa nos feriados). Número arbitrário, não? No
exemplo acima, os candidatos hipotéticos deveriam ter sido mais
específicos, restringindo o grupo de que trata, conforme, por
exemplo, a classe social e/ou a faixa etária.

22. CARTA ARGUMENTATIVA

Ao optar pela carta argumentativa, utilize-se dos recursos


próprios a essa tipologia textual (data, formatação, uso das

60
REDAÇÃO
iniciais para assinar a carta etc.). Atente ainda para a presença
do interlocutor: bons textos são zerados porque seus autores se
referem aos destinatários apenas no início da estrutura da carta, o
que, segundo os avaliadores, parece mais um texto argumentativo
“comum” acrescido de local, data e iniciais do remetente do que
uma carta propriamente dita. Nos exercícios, informe-se a respeito
do (s) destinatário (s) da (s) carta (s), a fim de empregar os pronomes
de tratamento adequados e não deslizar em imprecisões de dados,
informações, características etc.

23. PELE

Para dar maior verossimilhança a sua carta argumentativa –


e já que você não deve assiná-la –, você pode utilizar-se de uma
personagem diretamente ligada ao tema da carta e a seu interlocutor.
Caso não se sinta seguro para esse exercício, basta escrever como
candidato/cidadão. Que a prova de Redação não lhe cause crise de
identidade...

24. TEXTO NARRATIVO

Prime pela criatividade, sem, contudo, sentir-se pressionado a


ter a performance de um contista ou escritor de best-seller. Converse
bastante com os professores de Língua, Literatura e Redação, pois
ser um ótimo e apaixonado leitor de textos narrativos não significa
necessariamente tirar nota máxima nessa modalidade textual
solicitada por alguns vestibulares. É preciso entender bem o que
a banca examinadora solicita e saber aliar técnica e talento, como,
aliás, você certamente fará nas demais provas. Leia, portanto, os

61
REDAÇÃO
enunciados de provas de anos anteriores, a fim de não confundir
conceitos literários de criatividade com o conceito escolar de
criatividade, este último (infelizmente?) solicitado nos vestibulares.
De certa forma, optar pelo texto narrativo num vestibular significa
ser criativo dentro de certos limites, isto é, encarar a possibilidade
de ser plenamente circular dentro de um... quadrado...

25. LEITURA DOS ENUNCIADOS

Já percebeu que numa aula ou correção de exercícios, os


professores costumam gastar mais tempo explicando o enunciado
de uma questão do que a resposta propriamente dita? Lembra-se de
quando era garotinho (a) e, num problema de Matemática, mesmo
conhecendo todas as “continhas”, você errava porque dividia
amigos por chocolate, e não chocolate por amigos? Observou
com atenção a extensão dos enunciados de questões dissertativas e
mesmo de múltipla escolha? Pois é, ler de forma atenta o enunciado,
dividi-lo em partes para entender realmente o que se pede é de
fundamental importância para a elaboração correta da resposta. Na
verdade, trata-se de um exercício de leitura como outro qualquer.
Entretanto, movido pela pressa ou ansiedade, o candidato comete
erros óbvios, os quais, aliás, o deixam mais indignado do que nunca
(Pô, professor, errar de bobeira é fogo. Se ainda fosse um erro grave...).
Esteja atento (a) e rascunhe o caderno de questões à vontade. Em
sala de aula ou no estudo em grupo, peça ao professor/monitor que
esmiúce a questão. Assim, você terá mais segurança para interpretar
as perguntas de uma prova. Em vestibulares bem estruturados, as
questões são realmente complexas, o que não significa que sejam
necessariamente difíceis. Ou, pior ainda, um enigma proposto por
uma esfinge (Decifra-me ou devoro-te!).

62
REDAÇÃO

26. ORGANIZAÇÃO DAS RESPOSTAS

A resposta às questões dissertativas é uma pequena redação.


Portanto, a) use para rascunho o espaço em branco disponível;
b) leia atentamente as questões; c) reflita sobre as respostas; d)
esquematize as respostas; e) redija o rascunho/refaça o texto; f )
passe a limpo.

27. BLOQUEIO

“Escrever é fácil: começa com maiúscula e termina com


um ponto. No meio você coloca ideias.” (Pablo Neruda). Não
obstante a genialidade do poeta, essa afirmação está prenhe de
ironia. Professores e candidatos conhecem as reais dificuldades
para se escrever bem. Por mais que desenvolva técnicas de leitura
e produção de textos, em simulados e provas o candidato pode
ser vítima de bloqueios. Como agir nessas circunstâncias? Em
primeiro lugar, respire fundo, relaxe, pense nas possibilidades: a)
ou você escreve; b) ou entrega a prova em branco. Infelizmente,
não há como argumentar com a prova ou pedir prorrogação, já que
o vestibular é um concurso público e, como todos os eventos dessa
natureza, também provoca medo, estresse e pânico. Dominadas
essas sensações (não se preocupe em fazê-las desaparecer), releia a
proposta, organize o projeto de texto, rascunhe o suficiente, redija
o texto e passe a limpo. Seja firme com o bloqueio, mas não se
violente. Em tempo: quando estudar sozinho ou em grupo, caso
não consiga realmente escrever seu texto ou responder a questões,
relaxe, deixe tudo e recomece mais tarde. Nessas ocasiões, você
está num ensaio, não na estreia da peça.

63
REDAÇÃO

28. DICIONÁRIO

Certamente o dicionário é uma grande referência para a


compreensão de vocábulos, expressões, usos (conjugações verbais,
colocação pronominal etc.) e outros. Contudo, isso não significa
que os verbetes não devam ser lidos de modo crítico.
Grosso modo, por exemplo, a maioria dos dicionários define
“greve” como “direito do trabalhador garantido por lei”, mas existe
determinado dicionário para o qual “greve” constitui-se num
“conluio de trabalhadores”, sendo “conluio”, em poucas palavras
“reunião de pessoas com fins prejudiciais, não recomendáveis
etc.”.
Algumas dicas para leitura de verbetes:

cadeira | s. f. | s. f. pl.

cadeira
s. f.
1. Assento de costas para uma pessoa só.
2. Disciplina que se ensina numa aula.
3. Cargo de professor.
4. Jurisdição ou dignidade eclesiástica. (Ver cátedra.)
cadeiras
s. f. pl.
5. Conjunto dos quadris e ancas.

Observe a oração “Ela está com dores nas cadeiras”. Não se pode
simplesmente substituir “cadeiras” por “cátedras”, de modo a
dizer “Ela está com dores nas cátedras”. Em outras palavras, é
preciso verificar todas as acepções do vocábulo (verbete), a fim de
compreender qual/quais serve/servem como sinônimo/sinônimos,
no caso específico da oração citada, para “cadeiras”.

“Ele havia chegado”, e não “Ele havia chego”.

64
REDAÇÃO

29. USOS DA LÍNGUA

Língua: como usar, como não usar? Da mesma forma como as


roupas são utilizadas: da mesma forma que não é adequado mergu-
lhar de terno, não se vai a um Fórum de sunga. Quando se conversa
com alguém no MSN, por exemplo, é possível teclar “vc”, no lugar
de “você”, mas isso seria inadequado num documento oficial.
Imagine um jogador de futebol que, durante uma partida, se vales-
se da Norma Culta de Linguagem. Não seria estranho ouvir algo
como “Por favor, passe-me a bola!”? Além de estranho, não daria
nem tempo de outro jogador ouvir o pedido.
Alguns falantes, preocupados em utilizar a Norma Culta de Lin-
guagem, cometem exageros, como “São meio-dia!”, ao que muitos
respondem de modo humorado “Amém!”.
Determinados usos, embora franqueados pela Norma Culta de
Linguagem, podem soar estranhos. Em caso de dúvida, ou de não
se sentir à vontade, é simples: substitua tais palavras e/ou expressões
por outras. Exemplos:

USOS CORRETOS PALAVRAS OU


NORMA
QUE PODEM EXPRESSÕES
CULTA
GERAR DÚVIDAS SUBSTITUTAS

Tenho bastantes Tenho muitos


Bastantes
amigos. amigos.

Em casa, são dois


Ares- Em casa, são dois
aparelhos de ar-
condicionados ares-condicionados.
condicionado.

Não tive dores nas Não tive dores nas


Gravidezes
duas gravidezes. duas gestações.

“O time empatou por 5 a 5.”, e não “O time empatou em 5 a 5.”.

65
PEGADINHAS

1 Pegadinha
O acidente aconteceu
porque o motorista dormiu no volante.
Para que alguém consiga dormir “no” volante, é
necessário que o volante seja do tamanho de uma
Errado
cama. Entenda, volantes desse tamanho ainda não
foram fabricados.
O acidente aconteceu
porque o motorista dormiu ao volante.
Quem dorme bem, dorme “em” algum lugar. Já
Correto “dormir próximo” ou “junto” significa dormir a
(preposição) com o respectivo artigo (o ou a).

2 Pegadinha
É hora dele aparecer.
Frase com sujeito preposicionado é muito
Errado comum na linguagem inculta com sujeitos de
verbos no infinitivo.
É hora de ele aparecer.
O sujeito não pode ser preposicionado:
Correto É hora de eu aparecer; No dia de ela chegar;
Chegou a hora de a onça beber água.

3 Pegadinha
Moro naquele conjunto de casas germinadas.
Errado Germinar significa brotar, crescer, gerar.
Moro naquele conjunto de casas geminadas.
As casas só podem ser “geminadas”, pois a palavra é
Correto
derivada de gêmeos.

66
PEGADINHAS

4 Pegadinha
Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou.
O que se comunica é o objeto da comunicação, isto
Errado é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à
pessoa um determinado fato.
Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou.
O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles
é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a
comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre
Correto
por meio de preposição. O outro complemento
verbal é o objeto direto, que representa
o fato comunicado.

5 Pegadinha
Manter o mais absoluto sigilo.
Errado Uma pérola do time “subir para cima”.
Manter absoluto sigilo.
Quando se diz absoluto, aí já está “o mais”, não há
Correto
lugar para aumentativo.

6 Pegadinha
A famosa modelo pousou
durante toda a tarde de ontem.
Errado Só se realmente fosse um “avião”.
A famosa modelo posou
durante toda a tarde de ontem.
A modelo faz pose para o fotógrafo fotografá-la. Se
Correto
faz pose, o verbo certo é posar.

67
PEGADINHAS

7 Pegadinha
A reunião era somente para
professores do 2º e 3º grau.
A chave para o entendimento desse caso é a
presença ou não do artigo. A presença do artigo,
Errado antes de cada numeral de uma série, torna optativa
a pluralização do substantivo
ao qual se relaciona.
A reunião era somente para
professores do 2º e 3º graus.
Os alunos do 1º e do 2º grau... (frase correta)
Os alunos do 1º e do 2º graus... (frase correta)
Correto
Os moradores do 6º e 7º andares (frase correta)
Os moradores do 6º e 7º andar (frase incorreta)

8 Pegadinha
O jogo transcorreu debaixo de chuva.
Alguém já viu uma partida de futebol em que
Errado
os times joguem “em cima” de chuva?
O jogo transcorreu na chuva.
Correto Diz-se apenas “na” chuva.

9 Pegadinha
O ministro destinou vultuosa quantia para o projeto.
Errado Vultuoso quer dizer inchado, volumoso.
O ministro destinou vultosa quantia para o projeto.
Vultoso significa muito grande, de grande vulto,
Correto
elevado, enorme.

68
PEGADINHAS

10 Pegadinha
O touro investiu no capataz.
O siginificado do verbo investir, usado com
a preposição “em”, significa empossar, aplicar
Errado
dinheiro: Os corruptos investem em bolsas
estrangeiras.
O touro investiu sobre (ou contra) o capataz.
O siginificado do verbo investir, no sentido de
Correto atacar deve ser usado com as preposições “contra”
ou “sobre”.

11 Pegadinha
O motorista do ônibus deu uma freiada brusca,
assustando os passageiros.
Errado Freiada é um grupo de religiosos chamados freis.
O motorista do ônibus deu uma freada brusca,
assustando os passageiros.
O ato de parar o carro é frear e essa ação
Correto
chama-se freada.

12 Pegadinha
Encontrei o livreto no porta-luva.
Construções desse tipo fazem-se com o verbo mais
Errado
um substantivo no plural.
Encontrei o livreto no porta-luvas.
Porta-aviões, porta-cigarros, porta-malas, porta-
Correto
guardanapos, porta-revistas.

69
PEGADINHAS

13 Pegadinha
Dirija-se ao Departamento Pessoal.
Ninguém escreve Departamento Compras em vez
Errado de Departamento de Compras. Relações Humanas
em vez de Departamento de Relações Humanas.
Dirija-se ao Departamento de Pessoal.
Departamento necessita da preposição “de”
Correto
para se ramificar.

14 Pegadinha
Traze-me uns pastelzinhos.
O plural dos diminutivos é bastante explorado em
Errado
provas de vestibulares e concursos públicos.
Traze-me uns pasteizinhos.
Leva-se o substantivo ao plural em seu grau
Correto normal: pastéis; retira-se o “s” final: pastei;
acrescenta-se -zinhos: pasteizinhos.

15 Pegadinha
Espero que vocês
viagem com conforto e segurança.
Viagem, com “g”, é substantivo portanto deve
Errado haver artigo: Tenham uma boa viagem;
A viagem durou seis horas.
Espero que vocês
viajem com conforto e segurança.
Correto Viajem, com “j”, é verbo e pode ser conjugado.

70
PEGADINHAS

16 Pegadinha
O bandido passou desapercebido pela praça,
sem que a polícia o notasse.
Desapercebido significa despreparado, desprevenido.
Errado Não comprei o relógio porque estava desapercebido
de dinheiro. (sem dinheiro)
O bandido passou despercebido pela praça,
sem que a polícia o notasse.
Quando a intenção é dizer “sem ser notado”,
Correto
usa-se despercebido, e não desapercebido.

17 Pegadinha
O político que se pode confiar ainda não nasceu.
Este é erro próprio da fala popular, linguagem que
Errado
não está nem aí para a regência verbal.
O político em que se pode confiar ainda não nasceu.
A regência do verbo confiar exige a preposição
Correto “em”, pois quem confia, confia em alguém,
e não confia alguém.

18 Pegadinha
Não me importo que o Palmeiras perca.
Importo somente seguido da preposição “com”:
Errado
Não me importo com a derrota.
Não me importa que o Palmeiras perca.
Quando o sujeito for uma oração introduzida pela
Correto conjunção integrante que, o
verbo importar deve estar no subjuntivo.

71
PEGADINHAS

19 Pegadinha
A negligência nos estudos implicou em sua reprovação.
O verbo implicar, no sentido de ter como
Errado
consequência, acarretar, é transitivo direto.
A negligência nos estudos implicou sua reprovação.
Verbo transitivo direto não se liga ao seu
Correto complemento por meio de preposição,
mas diretamente.

20 Pegadinha
Mais de um artista cantarão.
Embora a expressão “mais de um artista”
represente, no mínimo, duas pessoas, devemos
Errado fazer o verbo concordar com o numeral “um” da
expressão “mais de um”. Mais de um automóvel
foi sorteado.
Mais de um artista cantará.
Do mesmo modo, é feita a concordância de frases
Correto do tipo “Menos de dois alunos”
fizeram a prova.

21 Pegadinha
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem.
Errado Erro no uso do infinitivo.
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver.
Não se flexiona o infinitivo que vem depois das
Correto expressões “difíceis de”, “fáceis de”, “bons de”,
“gostosos de”, etc.

72
PEGADINHAS

22 Pegadinha
O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando ao
norte do Rio Grande do Sul!
Quem desembarca, desembarca “em algum lugar” e
Errado
não “a algum lugar”.
O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando no
norte do Rio Grande do Sul.
Desembarca em algum lugar: desembarco no norte
Correto
do Rio Grande do Sul.

23 Pegadinha
A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor.
O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com
Errado
auxílio de verbo de ligação sem preposição.
A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade.
Ela é maior de 14 anos.
Correto Ele é sargento do exército.
Ele é menor de 6 anos.

24 Pegadinha
Se sentirem sede, utilizem o bebedor
que está no corredor.
Bebedor é aquele que bebe. O sufixo -dor designa o
Errado
agente da ação de beber.
Se sentirem sede, utilizem o bebedouro
que está no corredor.
Já bebedouro é o lugar onde se bebe. O sufixo
Correto
-douro informa o lugar, o local.

73
PEGADINHAS

25 Pegadinha
Viemos aqui, nesta hora,
expressar nosso agradecimento.
Neste caso, apresenta-se o uso indevido do verbo
Errado
vir interpretado de maneira errada.
Vimos aqui, nesta hora,
expressar nosso agradecimento.
Ninguém diz: “estivemos aqui, nesta hora.” Diz-se,
porém, no tempo certo: “estamos aqui, nesta hora.”
Correto
Se é “nesta hora” que o fato ocorre, então, o verbo
deve estar no presente.

26 Pegadinha
O quarto em que ele dormira, três horas depois,
ainda cheirava cachaça.
Errado O quarto não pode cheirar pois não tem olfato.
O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda
cheirava a cachaça.
O verbo cheirar é transitivo indireto e exige a
Correto
preposição a, no sentido de exalar cheiro.

27 Pegadinha
O homem sequer foi admitido no emprego.
Sequer é uma palavra que deve sempre
Errado
ser antecedida de negativa.
O homem nem sequer foi admitido no emprego.
Sequer deve ser usado com: sem sequer;
Correto
não fez sequer; nem sequer.

74
PEGADINHAS

28 Pegadinha
O ministro disse que é na educação onde estão
os mais difíceis problemas nacionais.
O pronome relativo “onde” só pode referir-se a
lugar físico ou assim considerado como
Errado
se o fosse, local. A cidade, onde moro,
é distante da sua.
O ministro disse que é na educação em que estão
os mais difíceis problemas nacionais.
Empregam-se os pronomes relativos no qual, na
qual, nos quais, nas quais, em que
Correto sempre que o referente não for um lugar físico, um
local, para evitar o uso indevido do
pronome “onde”.

29 Pegadinha
Prenderam-no só porque furtou trezentas gramas de queijo.
A grama é vegetal que embeleza o solo do jardim.
Errado
Portanto “a” grama é verde
Prenderam-no só porque furtou trezentos gramas de queijo.
O grama é medida de massa, cuja unidade
Correto
é “o” quilograma.

30 Pegadinha
Evite trabalhar em regime de excessão.
Errado Erro de ortografia.
Evite trabalhar em regime de exceção.
Correto A grafia correta é exceção.

75
PEGADINHAS

31 Pegadinha
A perca daquele patrimônio transformou-o
numa pessoa cética e amarga.
Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas
Errado do singular do presente do subjuntivo: Mesmo que
eu perca de início, não desanimarei.
A perda daquele patrimônio transformou-o
numa pessoa cética e amarga.
Perda é substantivo e admite ser precedido de artigo:
Correto
A perda de um ano de estudos não o abalou.

32 Pegadinha
Minha filha está grávida,
mas ela não quer uma filha mulher.
Errado Redundância: filha mulher
Minha filha está grávida,
mas ela não quer uma menina.
Não existe filha “homem” portanto melhor substituir
Correto
pelo sexo do bebê: menina ou menino.

33 Pegadinha
A operação durou cerca de uma hora e
cinquenta e sete minutos.
A frase contém informações numéricas exatas para
Errado
uma expressão aproximada.
A operação durou cerca de duas horas.
A expressão “cerca de” denota aproximação,
Correto
arredondamento.

76
PEGADINHAS

34 Pegadinha
Confesso que me simpatizei com ela.
O verbo simpatizar, como também seu antônimo
Errado antipatizar não são empregados
com pronomes.
Confesso que simpatizei com ela.
Escreve-se correto, grafando-se sem pronome:
Antipatizo com políticos em geral.
Correto
Simpatizamos com a nova professora.
Eles antipatizam conosco.

35 Pegadinha
O chefe reclamou porque a secretária
não tinha entregue o relatório.
O verbo entregar possui dois particípios: entregue e
Errado entregado. A forma entregue é usada com os
verbos ser e estar.
O chefe reclamou porque a secretária
não tinha entregado o relatório.
Correto Com os verbos ter e haver, usa-se entregado.

36 Pegadinha
Preparem-se! A prova será daqui há vinte dias.
Na indicação de tempo passado, usa-se “há”
Errado
ou a forma verbal “faz”.
Preparem-se! A prova será daqui a vinte dias.
Na indicação de tempo futuro,
Correto
usa-se apenas “a”.

77
PEGADINHAS

37 Pegadinha
Temo que o barril de pólvora exploda
a qualquer momento.
O verbo explodir é conjugado somente em algumas
Errado
pessoas. Expluda e exploda não existe.
Temo que o barril de pólvora venha a explodir
a qualquer momento.
“Explodir” é conjugado nas pessoas em
Correto que a letra “d” é sucedida por “e” ou “i”:
A bomba explode; O carro explodiu.

38 Pegadinha
Prefiro um emprego humilde do que trabalhar
com aqueles corruptos.
Deve-se preferir uma coisa “a” outra,
Errado
jamais uma coisa “do que” outra.
Prefiro um emprego humilde a trabalhar
com aqueles corruptos.
Preferimos ir a ficar.
Correto
Ela preferiu falar a ficar calada.

39 Pegadinha
Quando soubemos da notícia,
ficamos todos fora de si.
“Si” é pronome próprio das terceiras pessoas
Errado
(terceira pessoa do singular e do plural).
Quando soubemos da notícia,
ficamos todos fora de nós.
Correto O pronome próprio da primeira do plural é nós.

78
PEGADINHAS

40 Pegadinha
As inscrições para o concurso
encerrar-se-ão amanhã.
Usa-se “inscrito em”, para: Você está inscrito no (ou
Errado para o) vestibular. “Inscrever em”: Para inscrever-se
neste concurso é preciso falar inglês.
As inscrições ao concurso
encerrar-se-ão amanhã.
“Inscrição a”: Fiz minha inscrição ao concurso do
Correto
TRT. As inscrições ao concurso iniciaram-se.

41 Pegadinha
Não lhe disse nada porque
o encontrei mau-humorado.
Embora homófonas, “mau” e “mal” têm
Errado
significados e empregos diferentes.
Não lhe disse nada porque
o encontrei mal-humorado.
Mau faz oposição a bom, e mal se opõe a bem.
Correto mau humor / bom humor; mau cheiro / bom cheiro
mal estar / bem estar; mal afamado / bem afamado

42 Pegadinha
Senha cadastrada com sucesso!
Outra redundância. Se a senha já foi cadastrada não
Errado
poderia ser “sem sucesso”. Excesso textual.
Senha cadastrada.
Excessos embobrecem o texto. Escreva somente o que
Correto
é coerente, sem “encher linguiça”.

79
PEGADINHAS

43 Pegadinha
Depois de vinte minutos de interrupção,
o árbitro deu continuidade ao jogo.
Continuidade: propriedade física da superfície dos
Errado
corpos; Continuação: prosseguimento.
Depois de vinte minutos de interrupção,
o árbitro deu continuação ao jogo.
A continuidade do leito da ponte foi interrompida
por uma trinca de uns dez centímetros,
Correto de lado a lado.
Depois que o aluno alterado retirou-se da sala,
o professor deu continuação à aula.

44 Pegadinha
Esse rapaz sai com cada besteira!
No sentido de atrever-se, ousar, o correto é
Errado
escrever sair-se.
Esse rapaz sai-se com cada besteira!
Usa-se sair-se também com o significado de
Correto
escapar-se, livrar-se.

45 Pegadinha
Estávamos em cinco naquela embarcação.
Errado A preposição “em” não pertence à expressão.
Estávamos cinco naquela embarcação.
Fomos cinco naquele fusquinha.
Correto Vieram oito no helicóptero.
Ficamos vinte até o final da festa.

80
PEGADINHAS

46 Pegadinha
Depois que ouvi a notícia,
fiquei curioso por conhecer aquela cidade.
Errado Equívoco no uso da regência nominal.
Depois que ouvi a notícia,
fiquei curioso de conhecer aquela cidade.
Algumas vezes, ficamos curiosos “de” ou temos
Correto curiosidade “de” alguma coisa, porém jamais
“por” alguma coisa.

47 Pegadinha
A rapariga está meia aborrecida.
Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em
Errado gênero e número. Meio litro de água. (metade do
litro); Meia xícara. (metade da xícara)
A rapariga está meio aborrecida.
Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como
Correto tal, não varia. Ela está meio triste.
As duas moças permanecem meio confusas.

48 Pegadinha
Não tenho nenhum óculos
para proteger meus olhos.
“Nenhum” se flexiona no plural para concordar
Errado
com a palavra a que se refere.
Não tenho nenhuns óculos
para proteger meus olhos.
Óculos, férias e pêsames são paralavras invariáveis
Correto
de plural.

81
PEGADINHAS

49 Pegadinha
Todas as vezes em que penso naquele
acontecimento, sinto um aperto no coração.
Nessa locução, por ser temporal, não se usa a
Errado preposição “em”, que é locativa, isto é, própria para
referir-se a lugar, local.
Todas as vezes que penso naquele
acontecimento, sinto um aperto no coração.
A grafia correta da locução é todas as vezes “que”
Correto
(sem a preposição “em”).

50 Pegadinha
Encontrei bastante pessoas na praia.
A palavra bastante pode ser adjetivo ou advérbio.
Errado Para classificá-la corretamente deve-se substituí-la
por muito ou muita.
Encontrei bastantes pessoas na praia.
Caso possa substituir, ficaria mais agradável:
Correto
Encontrei muitas pessoas na praia.

51 Pegadinha
Ela já se habituou com o trabalho.
Errado Erro de regência.
Ela já se habituou ao trabalho.
O correto é habituar-se “a”, com preposição.
Correto
Habituar-se a trabalhar, habituar-se ao trabalho.

82
PEGADINHAS

52 Pegadinha
Tratam-se de assuntos que não me interessam.
O verbo está flexionado de modo errado.
Propositadamente, colocaram-se os demais
Errado elementos no plural para confundir o leitor,
levando-o a fazer a concordância verbal com a
palavra assuntos.
Trata-se de assuntos que não me interessam.
Assuntos é complemento do verbo tratar, e
complemento não influencia na concordância
verbal. O verbo só varia para concordar com o
sujeito, e como este é indeterminado pelo pronome
Correto
“se”, o verbo não poderá sofrer flexão para fazer
qualquer tipo de concordância, uma vez que se
sabe que existe sujeito, mas não se sabe quem é,
nem quantos são.

53 Pegadinha
A pessoa cuja a vida é tumultuada, não consegue nada.
Errado Não se pospõe artigo ao pronome cujo.
A pessoa cuja vida é tumultuada, não consegue nada.
Correto Cujo e cuja não precisam de artigo.

54 Pegadinha
Nossa situação está russa.
Errado Russa refere-se à Rússia.
Nossa situação está ruça.
Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-
Correto se que está “ruça” (com ç), que significa a
cor parda, escura.

83
PEGADINHAS

55 Pegadinha
Ela quer se aparecer.
Certos verbos são essencialmente pronominais
como suicidar-se, por exemplo. Outros, porém,
Errado
jamais podem ser usados com pronomes, como os
verbos simpatizar ou antipatizar.
Ela quer aparecer.
Esse é um típico verbo intransitivo. Não
admite voz reexiva, objetos de espécie
Correto
alguma. Não se pode aparecer “ninguém”
nem aparecer “a si mesmo”.

56 Pegadinha
Cientistas provam que existe
vestígios de vida em Marte.
O verbo existir é pessoal e varia, normalmente,
Errado
para concordar com o sujeito.
Cientistas provam que existem
vestígios de vida em Marte.
O verbo existir flexiona-se, como outro verbo
Correto qualquer, para concordar com seu sujeito, que,
neste caso, é vestígios de vida.

57 Pegadinha
O ônibus passa na porta de minha empresa.
Passar “na” porta é passar “por cima”
Errado
da porta ou “sobre” a porta.
O ônibus passa à porta de minha empresa.
Correto Os veículos passam “à” porta, “ao” portão, etc.

84
PEGADINHAS

58 Pegadinha
Antes de mais nada, devo manifestar o meu
apoio a você por sua bela atitude.
Mais nada é uma expressão que, por si só, indica
Errado inexistência de qualquer coisa,
ou seja, negação total.
Antes de qualquer coisa, devo manifestar o meu
apoio a você por sua bela atitude.
O correto e coerente seria usar expressões do tipo
Correto
antes de qualquer coisa, antes de tudo, etc.

59 Pegadinha
O jogador virou a cabeça para o outro lado.
O verbo virar já nos dá o sentido de oposto. Virar
Errado
deve acompanhar para onde está virando.
O jogador virou a cabeça para o lado direito.
Melhor seria virar a cabeça para a esquerda ou
Correto para a direita pois, virar para o mesmo
lado seria errado.

60 Pegadinha
Aquela moça é tal qual suas amigas.
A concordância tal quais, no plural concorda com
Errado
“as amigas” e não com “aquela moça”.
Aquela moça é tal quais suas amigas.
“Qual” deveria concordar com o
Correto
consequente “amigas”.

85
PEGADINHAS

61 Pegadinha
Houveram problemas de difícil solução.
A flexão indevida de haver é muito frequente
Errado e ocorre quando o verbo se encontra no passado
ou futuro.
Houve problemas de difícil solução.
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal,
Correto ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na
terceira pessoa do singular.

62 Pegadinha
A palestra agradou os congressistas.
O verbo agradar, usado como transitivo
Errado direto, significa fazer carinho ou mimar é usado
sem preposição “a”.
A palestra agradou aos congressistas.
O verbo agradar, usado como transitivo indireto,
Correto significa corresponder à expectativa, satisfazer é
usado com preposição “a”.

63 Pegadinha
O preço do quilo da laranja
varia entre um a dois reais.
Se na frase não constasse a palavra “entre”,
Errado usaríamos a preposição “a”: A altura da fogueira
oscilava de trinta a quarenta metros.
O preço do quilo da laranja
varia entre um e dois reais.
Correto “Entre” se relaciona com “e”, e não com “a”.

86
PEGADINHAS

64 Pegadinha
Carlos apaixonou-se por Judite,
por isso namora com essa moça.
Namorar “com” é namorar em companhia
Errado
de alguém. O casal mais alguém.
Carlos apaixonou-se por Judite,
por isso namora essa moça.
Namora-se “alguém”, simplesmente.
Correto
Não namora “com” ela, namora ela.

65 Pegadinha
Não fiz o dever de matemática.
Inicialmente, determinemos suas semânticas,
Errado conforme os bons dicionários: dever = obrigação;
deveres = tarefas (sempre no plural).
Não fiz os deveres de matemática.
Esta regrinha ajuda a estabelecer com mais clareza a
Correto distinção: deveres (tarefas) se fazem;
dever (obrigação) se cumpre.

66 Pegadinha
No quintal, havia um pé de laranjeira.
Laranjeira já significa a “árvore de laranjas”. Pé de
Errado
“fruta” significa árvore que dá tal “fruta”.
No quintal, havia um pé de laranja.
Ou usamos “pé de goiaba” ou “goiabeira”,
Correto
“pé de laranja” ou “laranjeira”, sem misturar.

87
PEGADINHAS

67 Pegadinha
A obrigação do preenchimento da guia
é do próprio contribuinte!
A palavra obrigação exige um tipo de preposição,
Errado conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-
se a verbos, exige a preposição “de”.
A obrigação ao preenchimento da guia
é do próprio contribuinte!
Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma
Correto
determinada ação, obrigação exige a preposição “a”.

68 Pegadinha
Este assunto não tem nada haver contigo.
Errado Não se usa o verbo haver nessas expressões
Este assunto não tem nada a ver contigo.
O correto é nada a ver, com o verbo ver.
Correto Também, estaria correto escrever
não tem nada que ver.

69 Pegadinha
O governo vai criar novos impostos.
A expressão criar novos é da mesma família
Errado
de “subir pra cima”, “descer pra baixo”, etc.
O governo vai criar impostos.
Já que não é viável criar nada velho,
Correto
escreva apenas criar, e pronto!

88
PEGADINHAS

70 Pegadinha
Se você ver o Marcos, diga-lhe que
a data do concurso foi adiada!
Esta frase representa dúvida em muitos candidatos
Errado
despreparados. O verbo ver.
Se você vir o Marcos, diga-lhe que
a data do concurso foi adiada!
O futuro do subjuntivo do verbo ver faz-se assim:
Correto
vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.

71 Pegadinha
Começou nevar hoje cedo em Urubici.
Certas notícias são dadas de modo negligente, sem
Errado nenhuma preocupação com as regras
do idioma.
Começou a nevar hoje cedo em Urubici.
O verbo começar forma locução com outro verbo,
Correto
no infinitivo, por intermédio da preposição “a”.

72 Pegadinha
Residente na rua das goiabeiras.
Os nomes de logradouros públicos são grafados
Errado
com iniciais maiúsculas.
Residente na Rua das Goiabeiras.
Ruas, Avenidas, Alamedas e os nomes
Correto
devem ter as iniciais maiúsculas.

89
PEGADINHAS

73 Pegadinha
Confundiu-me de modo excessivo as informações.
Sempre que se encontrar uma oração iniciada por
verbo, se possível, coloque-a em ordem direta:
Errado sujeito, predicado, complementos e adjuntos. Neste
caso, ficaria assim: As informações confundiu-me
de modo excessivo.
Confundiram-me de modo excessivo as informações.
Com a oração em ordem direta, ficou mais fácil
Correto perceber o erro de concordância entre
o verbo e o seu sujeito.

74 Pegadinha
Tereza deu à luz a uma linda criança.
O verbo “dar” possui dois objetos.
Errado
Um objeto direto e outro indireto.
Tereza deu à luz uma linda criança.
Deu algo, objeto direto (uma linda criança)
Correto
a alguém, objeto indireto (à luz)

75 Pegadinha
Nomearam Pedro no cargo de supervisor.
Nomeia-se para alguma coisa, como algum título
Errado
ou por algum mérito.
Nomearam Pedro para o cargo de supervisor.
A correta nomeação dá-se com as preposições:
Correto
como, para ou por.

90
PEGADINHAS

76 Pegadinha
A pizza será servida na porta.
Para se servir pizza “na” porta, antes precisa ser
Errado retirada da caixa e, depois, usada como uma grande
bandeja ou tampo de mesa.
A pizza será servida à porta.
Quando se desejar que a pizza seja servida próximo
ou junto a um determinado
Correto
local, usa-se a preposição “a” contraída
com o artigo “a” ou “o”.

77 Pegadinha
Hoje, aquele menino é um homão.
O aumentativo de homem é homenzarrão assim
Errado como muro (muralha), árvore (arvorezão), pé
(pezão), casa (casarão).
Hoje, aquele menino é um homenzarrão.
Se preferir, pode-se também dizer:
Correto
homem grande

78 Pegadinha
Dei a ela um ramalhete de flor.
Errado Flor deve concordar com seu coletivo.
Dei a ela um ramalhete de flores.
O substantivo, precedido de palavra que exprime
Correto valor de coletivo, deve estar
sempre na forma plural.

91
PEGADINHAS

79 Pegadinha
Costuma se fazer bons negócios nesta feira.
O verbo concorda com o seu sujeito, na voz
Errado passiva. Observe que temos dois verbos, um
auxiliar e outro, principal.
Costumam se fazer bons negócios nesta feira.
Veja outros exemplos de uso da voz passiva em
situações semelhantes: Não se podem prever
essas situações. (Não podem ser previstas essas
Correto
situações.) Devem-se devolver os crachás ao final
do evento. (Devem ser devolvidos os crachás
ao final do evento.)

80 Pegadinha
Haja visto os insistentes apelos do povo,
o rei fez a concessão tão esperada.
Errado Erro de grafia. Haja visto não existe.
Haja vista os insistentes apelos do povo,
o rei fez a concessão tão esperada.
O certo é haja vista. Ambas as palavras da expressão
Correto
terminam com a letra a.

81 Pegadinha
Ninguém sabe aonde eu moro!
Aonde somente se emprega com verbos e
Errado expressões que indicam movimento:
E agora! Vamos aonde?
Ninguém sabe onde eu moro!
Correto Para designar um local, usa-se onde.

92
PEGADINHAS

82 Pegadinha
Sou difícil de fazer amizade.
A frase já se inicia por uma incoerência, pois
ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma.
Errado
O que é difícil não é a pessoa, mas sim
a ação de fazer amizade.
Fazer amizade é difícil para mim.
O sujeito dessa frase é oracional - fazer amizade - e
o predicativo é difícil.
Correto O verbo é de ligação - ser. Ou as estranhas formas:
É-me difícil fazer amizade.
Fazer amizade me é difícil.

83 Pegadinha
Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe.
Peixe não tem espinhos. Isso é próprio
Errado de algumas plantas e, quando muito,
do porco-espinho.
Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe.
Peixe tem espinhas. Espinhos em peixe é mais uma
Correto
popularização errônea de uma palavra.

84 Pegadinha
Dá-se aulas particulares de piano.
Errado Erro de concordância verbal.
Dão-se aulas particulares de piano.
O verbo “dar”, que está na voz passiva,
Correto
deve concordar com seu sujeito “aulas”.

93
PEGADINHAS

85 Pegadinha
Eu nasci há trinta e cinco anos atrás.
Esta pegadinha nos lembra uma famosa música da
década de setenta - Eu nasci há dez mil anos atrás.
Errado
Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que
existe redundância, isto é, repetição viciosa.
Eu nasci há trinta e cinco anos.
O verbo haver, por si só, já representa “tempo
transcorrido”, a palavra atrás é redundante. Deve-
Correto
se, portanto, escolher - ou se escreve há, do verbo
haver, ou atrás.

86 Pegadinha
Você paga o valor do apartamento e eu o mobilio.
Errado Verbo flexionado errado.
Você paga o valor do apartamento e eu o mobílio.
O verbo mobiliar, no presente do indicativo: eu
Correto mobílio, tu mobílias, ele mobília, nós mobiliamos,
vós mobiliais, eles mobíliam.

87 Pegadinha
Ao invés de jantar, saiu para caminhar.
“Ao invés” de indica situação oposta, diretamente
Errado
contrária.
Em vez de jantar, saiu para caminhar.
“Em vez de” quer dizer permuta,
Correto
simples troca, escolha.

94
PEGADINHAS

88 Pegadinha
Estou sem nenhuma moral para fazer a prova.
O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer
dizer relativo à moralidade, aos bons costumes, à
Errado
honestidade e à justiça, bons costumes, decente,
educativo e instrutivo
Estou sem nenhum moral para fazer a prova.
Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição
Correto do espírito, energia para suportar as dificuldades, os
perigos; ânimo.

89 Pegadinha
Fiquem tranquilos, eu ressarço os acionistas.
Esse verbo só é conjugado nas formas em que o
acento tônico não incide no radical. Desse modo,
Errado
o presente do indicativo só possui as formas:
ressarcimos e ressarcis.
Fiquem tranquilos, eu indenizo os acionistas.
Quando não existe uma determinada forma verbal,
Correto substituímos por outra de mesmo significado, no
caso: compensar, indenizar.

90 Pegadinha
O concurso está em vias de anulação.
Só existe uma locução prepositiva na forma plural,
Errado
que é “às expensas de” (igual à custa de).
O concurso está em via de anulação.
Correto Outras locuções prepositivas, só no singular.

95
PEGADINHAS

91 Pegadinha
Inglaterra confirma invasão ao Iraque.
Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum.
Errado Porém, o que é possível acontecer é invasão “de”
algum lugar.
Inglaterra confirma invasão do Iraque.
Invasão de privacidade.
Invasão de domicílio.
Correto
A invasão do estádio pela polícia deu-se às
20 horas de ontem.

92 Pegadinha
O aluno estava aguardando o professor
há mais de três horas.
Errado O verbo haver deve concordar com o verbo estar.
O aluno estava aguardando o professor
havia mais de três horas.
Se este estiver no imperfeito ou no mais-que-
Correto perfeito do indicativo, a concordância será feita
com a forma havia.

93 Pegadinha
Não estacione! Sujeito a guincho.
Nada pode estar sujeito a um “objeto” que, neste
Errado
caso, é o guincho.
Não estacione! Sujeito a guinchamento.
“Sujeiro a” só pode estar para uma ação,
Correto
que seria a de guinchamento.

96
PEGADINHAS

94 Pegadinha
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare
a desorganização.
Sem a preposição “em”, o verbo reparar significa
Errado consertar, indenizar: O técnico reparou o
computador que estava avariado.
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare
na desorganização.
Com a preposição “em”, o verbo reparar significa
Correto notar, observar: Repare nos exemplos que damos
nesta lição de gramática.

95 Pegadinha
O homem polue os rios, os mares e as florestas.
Verbos que têm o infinitivo em UAR, possui a
Errado
forma UE: continue, atenue, jejue, recue.
O homem polui os rios, os mares e as florestas.
Verbos cujo infinitivo termina em UIR possuem as
Correto formas UI ou OI: possui, evolui, atribui,
constrói, destrói.

96 Pegadinha
O relógio marcou meio-dia e meio.
A palavra que se refere a horas é “meia”
Errado
e não “meio”. Meia hora e não meio hora.
O relógio marcou meio-dia e meia.
Diz-se nove horas e meia (hora), vinte horas e
Correto
meia (hora) e assim por diante.

97
PEGADINHAS

SOBRE O MESTRE
AUTOR DE DIVERSOS LIVROS, COM
MILHARES DE EXEMPLARES VENDIDOS,
ADEMIR BARBOSA JÚNIOR (PROF.
DERMES) LECIONA LÍNGUA PORTUGUESA,
REDAÇÃO E LITERATURA DESDE 1991, COM
EXPERIÊNCIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
À PÓS-GRADUAÇÃO, TENDO PARTICIPADO
DE BANCAS DE VESTIBULARES, PROCESSOS
SELETIVOS E AVALIAÇÕES DIAGNÓSTICAS.
INTEGROU DIVERSOS PROJETOS E PRESTOU
ASSESSORIA NA CRIAÇÃO DE DISCIPLINAS
ACADÊMICAS, EM NÍVEL UNIVERSITÁRIO.
MESTRE EM LITERATURA BRASILEIRA PELA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP),
BACHAREL EM FRANCÊS/PORTUGUÊS, É
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, TRADUTOR,
REVISOR E TERAPEUTA HOLÍSTICO.

CONTATOS:
prof.dermes@yahoo.com.br;
Orkut: Dermes;
Blog:
www.profdermes.blogspot.com

98
Tire suas dúvidas e
prepare-se para o seu
EXAME!
O maior “PESO”
em Concursos e
Vestibulares!
Fixe as mudanças da
nova ortograa,
aprenda dicas
e truques, veja
modelos de
redação e não caia
nas pegadinhas
mais aplicadas
nos exames!
Obtenha nota
máxima!

loja.caseeditorial.com.br
www.facebook.com/edicasepublicacoes

Vous aimerez peut-être aussi