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GESTÃO DO PROCESSO DE CARREGAMENTO PELA ANÁLISE DO PERFIL DE

CARGAS MISTAS EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE UMA EMPRESA DE


TUBOS E CONEXÕES
MANAGEMENT OF THE LOADING PROCESS BY ANALYSIS OF THE LOAD
PROFILE IN A DISTRIBUTION CENTER OF A PIPES AND CONNECTIONS
COMPANY

Alexandre Alvarenga Santos Caldas * e-mail para contato


Instituição de vínculo, Local
Samuel Vasconcelos Gomes Pinheiro Martins * e-mail para contato
Instituição de vínculo, Local

Profa. Dra. Tábata Fernandes Pereira**e-mail para contato


Instituição de vínculo, Local

Resumo: A presente pesquisa teve como foco principal melhorar o processo de gestão de
carregamento da empresa estudada, um Centro de Distribuição (CD) de tubos e conexões, onde
foram encontrados problemas no processo que dizem respeito a uma falta de padronização no
carregamento das cargas mistas, o que impede uma maior previsão do tempo necessário para
carregar um caminhão. Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é o de melhorar o processo de
carregamento, analisando o perfil de carga, do CD que utiliza o modal de transporte rodoviário
(caminhões). Para atingir o objetivo da pesquisa, é utilizada o método da pesquisa-ação, que permite
ao pesquisador aprofundar seus conhecimentos em relação a um fenômeno e propor melhorias. Foi
elaborado um plano de ação, no qual, a principal ação implementada foi o desenvolvimento de uma
ferramenta que monitora o processo de carregamento. Ao final do trabalho foram observadas
algumas melhorias com relação a implementação da ferramenta e principalmente com relação a
definição dos perfis das cargas, entre outros resultados.
.

Palavras-chave: Logística. Centro de Distribuição e Carregamento. Padronização. Cargas Mistas.

Abstract: The main focus of the present research was to improve the loading management process of
the studied company, a Pipe and Fittings Distribution Center (DC), where problems were found related
to a lack of standardization in the loading of mixed loads, which prevents a greater forecast of the time
required to load a truck. Thus, the general objective of the research is to improve the loading process
by analyzing the load profile of the DC that uses the road transport mode (trucks). To achieve the
research objective, the action research method is used, which allows the researcher to deepen their
knowledge of a phenomenon and propose improvements. An action plan was elaborated, in which the
main action implemented was the development of a tool that monitors the loading process. At the end
of the work some improvements were observed regarding the implementation of the tool and
especially regarding the definition of the load profiles, among other results.

Keywords: Logistics. Distribution and Loading Center. Standardization. Mixed Loads.

1 INTRODUÇÃO
9
No atual cenário industrial, a competitividade entre as empresas cresce
constantemente e a logística é uma área que vem apresentando inovações no
processo de gerenciamento, trazendo vantagens competitivas no mercado. A
logística é uma área de distribuição física de um bem ou produto, manuseio e
gerenciamento de transporte, que ao possuir uma efetiva gestão coordenada dessas
atividades geram vantagens estratégicas, na qual se destaca a redução dos custos,
maior velocidade de entrega dos produtos e satisfação dos clientes, como é
apresentado nos trabalhos desenvolvidos por Morales, Morabito e Widmer (2000).
Dentre essas vantagens, pode-se citar a redução dos custos e das despesas
para a distribuição de um produto, o que impacta diretamente no faturamento das
empresas. Segundo o Instituto Ilos (2018), especializado em logística e supply chain,
os custos logísticos (incluindo transporte, estoque, armazenagem e administrativo)
corresponderam a 12,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2017,
superando os resultados entre 2004 (12,1%) e 2016 (12,0%), conforme mostra a
Figura 1.

Figura 1 - Custos logísticos no Brasil, no período de 2004 a 2017


Fonte: Adaptado do Instituto Ilos (2017)

Os processos de estocagem e armazenamento, que representam uma parte


dos custos logísticos, são realizados dentro dos Centros de Distribuição (CD’s). Os
CD's são destinados as empresas que distribuem um grande volume de mercadorias
e que necessitam de um maior controle durante todo o processo de distribuição,
como é apresentado nos trabalhos de Yu e Egbelu (2008).
Dentre os processos que ocorrem no Centro de Distribuição, destaca-se
também o processo de carregamento, que apresenta uma grande complexidade,
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pois envolve a separação dos produtos corretos, conferência e alocação da carga no
modal de transporte. O processo de carregamento é uma atividade primária da
logística e é realizado durante a etapa de expedição do produto, conforme é
apresentado por Ballou (2001).
Diante da problemática exposta e considerando a importância do processo de
gestão de logística dentro das empresas, este trabalho aborda o aspecto
carregamento dentro de um Centro de Distribuição. Atualmente, no objeto de estudo
em questão, um dos problemas encontrados no processo de carregamento dizem
respeito a falta de padronização no carregamento das cargas mistas, o que impede
uma maior previsão do tempo necessário para carregar um caminhão,
consequentemente, a imprevisibilidade do tempo de carregamento aumenta os
custos logísticos da empresa.
Com base no diferencial de mercado que todo o processo logístico possibilita
às empresas e nas dificuldades encontradas durante o processo de carregamento
do objeto de estudo, o presente estudo possui a seguinte problemática: Como
melhorar a gestão de carregamento das cargas mistas do centro de distribuição
estudado?
Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa consiste em analisar o processo de
carregamento, definindo perfis de carga e propondo a implementação de uma
ferramenta, em um CD de uma empresa de tubos e conexões que utiliza o modal de
transporte rodoviário (caminhões). Como objetivos específicos tem-se:
 elaborar perfis de carregamento de cargas diárias da companhia;
 implementar uma ferramenta para gestão do processo de carregamento
da companhia.
As justificativas que norteiam a problemática e o objetivo da pesquisa
baseiam-se no elevado tempo de carregamento e de entrega dos caminhões, na
falta de padronização desse processo, excesso de informação concentrada em um
único colaborador da empresa, atraso na entrega dos produtos aos clientes e além
de todo o aporte teórico apresentado.
Para atingir o objetivo proposto da pesquisa, será utilizado o método da
Pesquisa-Ação. A Pesquisa-Ação é um dos métodos qualitativos que permite ao
pesquisador aprofundar seus conhecimentos em relação a um fenômeno, definir
questões de pesquisa mais apropriadas, bem como propor possíveis soluções ao

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problema de pesquisa apresentado, conforme é apresentado nos trabalhos
desenvolvidos por Craighead e Meredith (2008).

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Logística

A logística tem-se destacado no ambiente empresarial por ser uma área de


vantagem competitiva, focando principalmente na diminuição dos custos e na
prestação de um serviço de qualidade ao cliente. Block et al. (2017) afirmam que a
logística busca uma constante otimização de processos, com o objetivo de aumentar
o nível do serviço prestado e diminuir os custos.
Dentre os processos que estão inclusos na logística e que passam por essa
otimização constante, destacam-se, o transporte, armazenamento e manuseio.
Segundo Morales, Morabito e Widmer (2000), as atividades da logística incluem o
transporte, manutenção de estoque, processamento de pedidos, compras,
armazenamento, manuseio de materiais, embalagem e padrões de atendimento ao
cliente.
Com o intuito de classificar e priorizar cada um desses processos, a logística
é dividida em duas partes. Para Ballou (2011), a logística pode ser dividida nas
atividades primárias, que são atividades essenciais e de alta influência no custo
total, e nas atividades de apoio, que são atividades de suporte. Dentre as atividades
primárias, encontra-se o transporte, manutenção dos estoques e processamento dos
pedidos.
O transporte é responsavel pela movimentação da carga e possui três
aspectos importantes: custo, velocidade e variação entre tempo e custo. Para
Bowersox e Closs (2001), o desempenho do transporte é medido pelo custo de
transportar um produto de uma região para outra, velocidade de deslocamento da
carga e a consistência, que é a variação entre tempo e custo da entrega.
A manutenção do estoque destina-se a garantir a disponibilidade de um bem
ou produto de forma mais rápida para o cliente. Segundo Hadj Youssef, Van Delft e
Dallery (2017), na manutenção do estoque, os produtos são fabricados em

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antecipação às demandas futuras e armazenados no estoque de produtos
acabados, do qual os pedidos do cliente serão retirados e entregues diretamente.
Já o processamento dos pedidos inclui diversas atividades desde o pedido do
cliente até a entrega. Bertaglia (2003) afirma que durante o processamento do
pedido são consideradas as atividades de recebimento do pedido, entrada no
sistema, processamento, separação no estoque, expedição e entrega ao cliente.
Já nas atividades de apoio, Ballou (2011) destaca o manuseio de materiais,
armazenagem, embalagem, programação do produto e suprimento.
Mesmo com essas inúmeras atividades, a logística possui uma missão bem
definida de entregar os bens ou serviços, dentro dos prazos estabelecidos. De
acordo com Morales, Morabito e Widmer (2000), vários autores apontam que a
missão da logística é basicamente a de obter os bens ou serviços certos, no lugar
certo, na hora certa e na condição desejada pelos clientes.
Além dessa missão bem definida, a logística busca a interação e organização
entre diversos agentes para entregar o produto final ao cliente. Segundo Bartholdi
(2009), a "Auto-organização" é um fenômeno que estrutura em grande escala todo o
processo logístico, desde a linha de montagem até a entrega do produto ao cliente.
Além da necessidade de cumprir sua missão e de buscar a interação entre os
agentes, a logística também enfrenta novos desafios. Fernie, Sparks e McKinoon
(2010) afirmam que os principais desafios da logística estão relacionados a
eficiência (preço flutuante do combustível), transparência (focada no cliente),
flexibilidade (no ritmo de entrega do produto) e sustentabilidade (preocupação da
logística com as condições climáticas do Mundo). Para enfrentar esses desafios,
algumas empresas contam com um Centro de Distribuição.

2.3 Centro de distribuição

Os CD’s têm um papel importante de recebimento, armazenamento e


expedição dos produtos. Wooyeon e Egbelu (2008) afirmam que um CD possui
cinco funções básicas: receber, classificar, armazenar, carregar e enviar. Se a
maneira como essas cinco operações são realizadas for aprimorada, os custos
podem ser reduzidos e a produtividade pode ser melhorada.

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Os investimentos realizados nos Centros de Distribuição foram mudanças
transformacionais das empresas para expandir suas atividades logísticas. Kuhn e
Sternebeck (2013) afirmam que as empresas investiram pesado nos Centros de
Distribuição para expandir suas atividades e agora estão buscando ajustar as
operações logísticas em virtude do ambiente altamente competitivo.
A principal vantagem de se ter um CD, está ligada a disponibilidade dos
produtos em estoque para suprir as demandas do mercado. Calazans (2001)
considera que o objetivo do CD é o de garantir o atendimento aos clientes de forma
rápida e eficiente, melhorando a imagem da empresa no mercado. Já para
Bischoff e Ruggiero (2017), o CD é estrategicamente importante na integração da
fabricação, comercialização e entrega ao cliente final. Resultando assim, em
satisfazer as necessidades dos clientes.
Para melhor organização do CD, os produtos acabados são organizados em
prateleiras com identificação para serem rapidamente separados. Gagliardi, Ruiz e
Renaud (2008) afirmam que é importante localizar corretamente os produtos no CD
para coletá-los rapidamente e otimizar o processo de separação de um pedido.

2.4 Carregamento

A etapa de carregamento é realizada após a separação dos produtos. De


acordo com Bowersox e Closs (2001), a separação dos produtos para compor uma
carga inclui o agrupamento dos materiais, peças e produtos em função dos pedidos
de clientes e, posteriormente, carregamento das mercadorias nos veículos.
O processo de carregamento é realizado nas docas de expedição do CD.
Segundo Wooyeon e Egbelu (2008), após os produtos serem armazenados no CD e
separados de acordo com o pedido do cliente, eles são encaminhados para as
docas de expedição, conforme o destino do produto.
Em cada doca de expedição, encontra-se um caminhão estacionado para o
carregamento. Para Wooyeon e Egbelu (2008) é necessário ter um sequenciamento
correto dos caminhões nas docas para minimizar o tempo de operação. Já Boysen,
Fliedner e Scholl (2008) afirmam a necessidade de adotar procedimentos de
agendamento informatizados para um carregamento eficiente dos caminhões e um
maior controle.

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Os caminhões utilizados para o transporte dos produtos possuem algumas
restrições que devem ser seguidas durante o carregamento. Alonso et al. (2017)
afirmam que existe um limite estrito no peso máximo que pode ser carregado em um
caminhão, peso máximo que cada eixo pode suportar, sendo que esses limites
excedidos representam um risco para a segurança do tráfego.

2.5 Carga Mista

Durante o processo de carregamento, os caminhões são carregados com


diferentes produtos. Segundo Maheut e Garcia-Sabater (2013), aumentar a
variedade de produtos fabricados ou oferecidos ao cliente influencia diretamente nos
processos de entrega do produto acabado, aumentando a complexidade do
planejamento no momento de carregar o caminhão.
Maheut e Garcia-Sabater (2013) também afirmam que esta variedade de
produtos fabricados formam um mix de produtos dentro de um caminhão carregado
e isso é conhecido como carga mista.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Classificação

Esta pesquisa classifica-se quanto à natureza como aplicada, devido ao seu


interesse prático, de que os resultados sejam aplicados ou utilizados imediatamente
na solução de problemas que ocorrem na realidade (APPOLINÁRIO, 2006). A atual
pesquisa pretende contribuir para a melhoria do processo de carregamento da
empresa estudada.
Quanto aos objetivos, esta pesquisa classifica-se como explicativa, pois de
acordo com Gerhardt e Silveira (2009), este tipo de pesquisa preocupa-se em
identificar os fatores que determinam ou contribuem para ocorrência dos fenômenos,
este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas, por meio dos resultados
oferecidos. Nesse sentido, é possível identificar que a pesquisa explicativa visa
aprofundar o conhecimento de uma realidade. Trata-se de uma pesquisa mais

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complexa, pois, além de registrar, analisar e interpretar fenômenos estudados, ela
procura encontrar seus fatores determinantes.
Em relação a perspectiva de abordagem, a presente pesquisa classifica-se
como qualitativa, pois segundo Mello et al. (2012), o pesquisador visa entender os
fenômenos a partir da sua observação, interpretação e descrição. Nesta abordagem,
o pesquisador busca aprofundar-se na compreensão dos fenômenos que estuda,
interpretando-os a partir da perspectiva dos participantes da situação trabalhada,
sem se atentar a representatividade numérica, generalizações estatísticas e
relações de causa e efeito.
Em relação aos instrumentos para a coleta dos dados, foi utilizada a consulta
a dados de arquivo, já que segundo Bryman (1989) os documentos organizacionais
são um grande grupo heterogêneo de fontes que são de importância particular para
o pesquisador em engenharia de produção e gestão de operações, porque há uma
vasta quantidade de informações na forma de documentos que está disponível em
muitas organizações. 
Na presente pesquisa, os dados que serão analisados estão atrelados ao
sistema utilizado para a gestão logística da empresa, em relação ao tipo das cargas
e duração do carregamento dos caminhões e levará em consideração as cargas dos
meses de Novembro e Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018.
Quanto aos procedimentos técnicos, o método selecionado foi a pesquisa-
ação, pois Craighead e Meredith (2008) afirmam que a pesquisa-ação é um dos
métodos qualitativos que vem crescendo atualmente, podendo ser utilizada para que
o pesquisador aprofunde seus conhecimentos em relação a um fenômeno e defina
questões de pesquisa mais apropriadas, além do seu foco prático de investigação.

3.2 Definição do Método

De acordo com Thiollent (2007), para que uma pesquisa seja classificada
como pesquisa-ação é essencial a implantação de uma ação por parte das pessoas
ou grupos envolvidos no problema sob observação. A pesquisa tem como objetivo
do conhecimento: contribuir para a literatura com uma aplicação dentro da área de
carregamento de cargas mistas. Como objetivo prático tem-se: analisar o processo
de carregamento das cargas dentro do centro de distribuição e propor melhorias.

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A Figura 6 apresenta as etapas para a execução da pesquisa-ação. Na Figura
7 são detalhadas as atividades desse método.

Figura 6 - Estrutura para a execução da pesquisa-ação


Fonte: Adaptado de Mello et al. (2012)

3.2.1 Planejar pesquisa-ação

Segundo Mello et al. (2012) esta fase é dividida em quatro etapas: iniciação
do projeto de pesquisa-ação, definição da estrutura conceitual-teórica, escolha da
unidade de análise e das técnicas de coleta de dados; e decisão do contexto e
propósito da pesquisa.

3.2.1.1 Iniciar projeto de pesquisa-ação

Avison, Baskerville e Myers (2001), afirmam que existem duas possibilidades


de iniciar o projeto: a primeira possibilidade trata-se da iniciação dirigida pelo
pesquisador, na qual será necessário escolher uma unidade de análise para a
realização da pesquisa; e a segunda possibilidade, trata-se da iniciação dirigida pelo
problema, na qual os integrantes de uma organização podem ter se deparado com
um problema complexo e estão à procura de um pesquisador para resolvê-lo.

3.2.1.2 Definir estrutura conceitual-teórica

De acordo com Rowley e Slack (2004), a fundamentação teórica auxilia na


identificação e organização dos conceitos encontrados em trabalhos relevantes. A
partir dessa revisão de trabalhos antigos e atuais, é possível identificar áreas que

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necessitam de uma pesquisa mais aprofundada.
Na pesquisa-ação, Mello et al. (2012) diz que a fundamentação teórica aponta
as lacunas nas quais podem existir problemas que podem ser solucionados, de
preferência em conjunto com um contexto organizacional que proporciona a
pesquisa participativa entre pesquisadores e profissionais das organizações em
questão.

3.2.1.3 Selecionar unidade de análise e técnicas de coleta de dados

Segundo Yin (2005), a seleção da unidade de análise está associada ao


modo como as questões iniciais e a problemática da pesquisa foram estabelecidas.
No caso da pesquisa-ação, os problemas identificados pela fundamentação teórica
devem ser considerados para a seleção da unidade de análise. A fim de direcionar a
definição da unidade de análise mais assertiva para a condução da pesquisa, o mais
adequado seria definir critérios com base na pergunta da pesquisa e nos problemas
que podem ser solucionados. Yin (2005) sugere que esses critérios sejam discutidos
com outros pesquisadores, para evitar a definição incorreta da unidade de análise.

3.2.1.4 Definir contexto e propósito

Segundo Mello et al. (2012) na definição do contexto e do propósito, os


pesquisadores e os participantes devem estabelecer os principais objetivos da
pesquisa, que estão relacionados aos problemas prioritários, ao objeto de estudo,
aos atores envolvidos e ao tipo de ação que serão o foco no processo de
verificação.
Nesta etapa deve ser estabelecido o tema da pesquisa, que de acordo com
Thiollent (2007) é a designação do problema e da área de conhecimento que serão
abordados. O tema deve ser definido de maneira simples e sugerir os problemas e a
perspectiva que serão abordados. Na pesquisa científica, o problema ideal pode
levar a um fato que não é explicado de forma adequada pela base de conhecimento
disponível, gerando lacunas sobre o tema. Trata-se de procurar soluções para
chegar a um objetivo ou realizar uma possível modificação dentro da situação
observada (THIOLLENT, 2007).

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3.2.2 Coletar dados

Segundo Coughlan e Coghlan (2002), a coleta dos dados ocorre na


participação ativa no cotidiano dos processos organizacionais relacionados com o
projeto de pesquisa-ação. Os dados não são obtidos apenas com a presença e
observação das equipes no trabalho, dos problemas sendo resolvidos, das decisões
tomadas, mas também através de intervenções feitas para desenvolver o projeto de
pesquisa. Algumas dessas observações e intervenções são realizadas de modo
formal e muitas são realizadas de modo informal.

3.2.3 Analisar dados e planejar ações

Mello et al. (2012) afirma que como um dos objetivos da pesquisa-ação


compreende a resolução de um problema prático, a análise de dados se dá por
finalizada, pela criação e documentação de um plano de ação. Este plano deve
incluir todas as sugestões para a solução do problema, assim como indicar os
responsáveis pela sua implantação e o prazo de cada ação. As sugestões devem
ser feitas e registradas de maneira colaborativa pelos pesquisadores e pelos
participantes da organização.

3.2.4 Implementar ações

Nesta etapa, os participantes da pesquisa implementam o plano de ação que


foi proposto na etapa anterior. Thiollent (2007) sugere que a ação corresponde ao
que precisa ser feito para solucionar um determinado problema, buscando ainda
aperfeiçoar ou engrandecer a teoria pesquisada, visto que os métodos qualitativos
contribuem pouco na geração de novas teorias.

3.2.5 Avaliar resultado e gerar relatório

De acordo com Westbrook (1995), na pesquisa-ação o processo de pesquisa


precisa ser gerenciado de maneira proativa. Para ele, o impacto dos resultados está
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diretamente relacionado à gestão do projeto, ao projeto de pesquisa ou à análise
dos resultados. Dessa forma, a avaliação dos resultados deve ter como base os
objetivos da pesquisa e as propostas estabelecidas no início.
Coughlan e Coghlan (2002) acreditam que a avaliação envolve uma reflexão
sobre os resultados da ação proposta e uma revisão do processo realizado, para
que o próximo ciclo de planejamento e ação possa beneficiar-se do anterior. A
avaliação é essencial para o aprendizado, pois sem ela as ações são
implementadas sem qualquer padrão e erros tendem a se propagar, gerando um
aumento da ineficácia e da frustração dos pesquisadores.
Após a coleta de todos os dados e a triangulação desses dados (diversas
fontes de evidência, analisadas nas perspectivas da teoria, do pesquisador e do
objeto de estudo), o pesquisador precisa elaborar uma narrativa da pesquisa
realizada. Especificamente para a pesquisa-ação, por envolver um ciclo, os
pesquisadores podem encontrar dificuldades para registrar no relatório essas
avaliações (MELLO et al. 2012).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Objeto de estudo

O objeto de estudo definido neste trabalho, trata-se de uma empresa


multinacional de tubos e conexões, localizada no interior do estado de São Paulo e
com mais de 75 anos de experiência no mercado.
A pesquisa-ação será realizada no centro de distribuição dessa empresa,
visando obter uma melhora no processo de carregamento, a fim de garantir uma
entrega mais rápida aos clientes e atingir as expectativas da companhia.
A Figura 8 mostra como ocorre o fluxo de todo o processo analisado, que está
relacionado desde o pedido dos clientes da empresa até a entrega do mesmo.
Pretende auxiliar-se principalmente no processo de carregamento dos Documentos
de Transporte (DTs).

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Figura 7: Fluxo do processo de pedido até a entrega ao cliente
Fonte: Autoria própria

O processo se inicia no pedido dos clientes, que é feito junto à equipe comercial da
empresa. Após o pedido realizado, ele é roteirizado e distribuído nas rotas que as cargas farão
para chegar ao cliente final e por fim são distribuídas para as unidades responsáveis.
Na unidade em que ocorre a distribuição das cargas, há um profissional responsável
(analista) que distribui as cargas de acordo com os pedidos dos clientes. O analista, a partir
das informações acordadas com os clientes e as transportadoras, realiza o cálculo do tempo de
entrega para alinhar com a sua programação.
Após a carga ser programada, a separação dos produtos que a compõem já pode ser
iniciada, caso ela esteja na programação do dia (d+0) ou na programação do próximo dia
(d+1) de carregamento, dependendo do volume de pedidos da carteira de clientes. A
separação é feita em dois locais diferentes: no pátio separam-se os tubos e caixas d’água e
dentro do centro de distribuição são separadas as conexões, conexões especiais e acessórios.
Geralmente, após finalizada a separação de tubos e a apresentação do motorista
responsável pelo DT, inicia-se o processo de carregamento pela empresa terceirizada. O
motorista se apresenta com o DT, que é emitido pelo departamento de logística e entregue na
portaria da empresa seguindo o horário agendado junto às transportadoras, assim os dados do
motorista e do veículo são conferidos com os informados pelas transportadoras. Após a
realização desses procedimentos, os responsáveis da empresa verificam se as cargas já estão
separadas, autorizando o início do carregamento caso esteja tudo de acordo ou entrando em
contato com o setor de logística, caso haja alguma divergência.
O processo de carregamento atualmente é realizado diariamente por equipes de três a
quatro pessoas que são responsáveis por organizar as cargas de tubos e conexões dentro dos
veículos (trucks ou carretas). Todas as cargas têm uma cubagem que já foi determinada de

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acordo com o veículo definido, por isso a empresa realiza uma medição dos veículos antes de
iniciar o processo de carregamento para garantir que a companhia terceirizada possa realizar o
seu trabalho da melhor maneira e que não haja problemas durante o carregamento.
Ao fim do carregamento, o documento da carga é conferido, faturado, o veículo é
pesado em uma balança e é liberado para transporte, caso esteja tudo correto. Caso haja
alguma irregularidade no processo de faturamento ou pesagem, são tomadas as medidas
cabíveis para liberação dos veículos ou reconferência das cargas. Assim, os produtos são
encaminhados para as rotas para serem entregues ao cliente final dentro do prazo acordado
entre as empresas. As cargas ficam organizadas nos veículos de forma semelhante a que é
mostrada na Figura 9, a seguir.

Figura 8: Processo de carregamento de tubos


Fonte: Autoria própria
4.2 Planejar a pesquisa-ação
A pesquisa-ação foi dirigida pelo problema e surgiu da necessidade de se definir um
perfil das cargas mistas, para que facilitasse o processo de carregamento e dependesse, o
mínimo possível, do “feeling” do colaborador responsável pela programação e distribuição
diária dessas cargas.
Dessa forma, o coordenador propôs a análise do histórico diário de cargas da
companhia, a fim de se obter um possível padrão de comportamento e de semelhanças entre
as cargas. Foram analisadas, tanto as cargas com maior tempo de carregamento, quanto as
cargas com menor tempo de carregamento, com o objetivo de se reduzir o tempo ou pelo
menos entender o motivo dessas cargas atrasarem e, por exemplo, aumentarem o tempo de
permanência dos caminhões dentro da empresa, acarretando no pagamento de diárias às
transportadoras e aumentando as despesas da empresa analisada. As informações iniciais
foram repassadas pelo analista responsável pela programação diária das cargas e pelo analista
especialista do sistema SAP que deram suporte do início ao fim do projeto.

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O sistema SAP é um software voltado para gestão empresarial que significa "Sistemas,
Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados". O sistema integra todos os
departamentos da empresa, desde o processo de pedido do cliente até a emissão de nota fiscal,
oferecendo soluções que podem ser customizadas para qualquer tipo de indústria e funciona
por meio de módulos.
Para a execução do projeto, as principais pessoas envolvidas no projeto foram o
coordenador, os supervisores e os analistas que passaram as informações necessárias, além do
estagiário que executou grande parte das ações planejadas. O estagiário foi o principal
pesquisador do estudo realizado, observando o sistema, realizando intervenções, inferências e
propondo melhorias. A pesquisa iniciou-se em fevereiro de 2018 e estimou-se a conclusão do
primeiro ciclo da ação em dezembro de 2018.

4.3 Coletar os dados


A coleta dos dados durou aproximadamente dois meses e foi feita a partir da análise
do histórico de cargas referentes aos meses de Novembro e Dezembro de 2017 e Janeiro de
2018. Foram analisados todos os DTs que foram carregados pela empresa nesses três meses e
identificadas variáveis que auxiliariam ao estudo e na definição dos perfis.
Todas as informações analisadas foram autorizadas e retiradas do sistema SAP da
empresa. Foram realizadas também conversas com os especialistas do processo, pois eles
eram as pessoas que possuíam o conhecimento intelectual do problema em questão. Além
disso, foram utilizadas as observações não participantes, que possibilitou que a coleta dos
dados fosse realizada. Algumas das principais informações coletadas sobre as cargas foram:
 toneladas de tubos e conexões;
 m³ de tubos e conexões;
 tempo de carregamento;
 número de remessas (pedidos);
 algumas outras variáveis que não foram necessárias a análise devido ao objetivo da
pesquisa.
A Figura 10 mostra o layout das informações que foram coletadas do sistema SAP
para estabelecer as variáveis e os perfis das cargas da empresa estudada, nessa coleta são
extraídas as seguintes informações:
 “InPrevCarr”: data prevista para início de carregamento;
 “HrPrgInCrg”: horário previsto para início de carregamento;
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 “DT”: número do Documento de Transporte;
 “Identif.externo 1”: nome do conferente da equipe de carregamento;
 “Item”: número de remessas do DT;
 “Peso TUBOS”: peso de tubos do DT em toneladas;
 “Peso CONEX”: peso de conexões do DT em toneladas;
 “Peso DT Ton.”: peso total do DT em toneladas;
 “Vol. DT M³”: volume total do DT em metros cúbicos;
 “Vol. CONEX”: volume de conexões do DT em metros cúbicos;
 “Vol. TUBOS”: volume de tubos do DT em metros cúbicos;
 “Valor DT -R$”: valor do DT em reais.

Figura 9 – Exemplo do cabeçalho de coleta de dados do sistema SAP


Fonte: Sistema SAP

A partir da coleta das informações, foi possível identificar as variáveis e realizar testes
durante a etapa de análise dos dados para mapear os perfis de cargas mais próximo da
realidade da empresa.

4.4 Analisar os dados e planejar as ações


Esse processo foi bem detalhado e feito de uma forma minuciosa, a fim de identificar
as principais variáveis e poder entender bem como cada perfil de carga se comportava. Foram
necessárias, além das coletas feitas nas informações do sistema, discussões em relação aos
dados coletados e algumas investigações sobre o tempo de demora das cargas, além de
motivos relacionados a separação e carregamento dos tubos e conexões, assim como
problemas de pagamento e notas fiscais.
Foi utilizada a ferramenta 5W2H para estruturar o plano de ações que seriam
desenvolvidas ao longo da pesquisa. Ficando da seguinte forma:
 O quê? (What)
 Por que? (Why)
 Onde? (Where)
 Quem? (Who)
 Quando? (When)
 Como? (How)
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 Quanto custa? (How much)*
*A etapa “Quanto custa” teve custo zero, pois as ações não envolveram gastos
financeiros para a companhia.
O Quadro 1, a seguir, mostra a ferramenta preenchida com todas as ações que foram
estabelecidas durante a pesquisa-ação.

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CONSIDERAÇÕES

As considerações devem apresentar o fechamento do trabalho, abordando as


questões de pesquisa correspondentes aos objetivos propostos.

REFERÊNCIAS

Todas as obras citadas no texto devem ser referenciadas. Cada tipo de


material (Livro, capítulo de livro, artigo de revista impressa, artigo de revista online,
reportagem de sites, trabalhos de conclusão, dissertações, anais de congressos,
entre outros, são referenciados de formas diferentes. Devem ser justificadas a
esquerda, e com espaços simples entre linhas.
As citações e referências devem seguir as normas:

ABNT. NBR6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de


Janeiro, 2002. 24 p.

ABNT. NBR10520: informação e documentação: citação em documentos. Rio de


Janeiro, 2002. 7 p.

Revista Produção Online. Florianópolis, SC, v.??, n.??, p. ??-??, ??./??., 201?

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