Vous êtes sur la page 1sur 2

Actos ilocutórios

Os actos ilocutórios são actos linguísticos (produzidos no e pelo uso da linguagem) que o
falante realiza quando, em determinado contexto comunicativo, produz um enunciado, sob
certas condições e com certas intenções. Deste modo, um enunciado, enquanto acto, para
além de transmitir um conteúdo informativo, permite agir sobre a realidade extralinguística
e, assim, alterar um estado de coisas. Os actos ilocutórios podem ser directos, quando
aquilo que o locutor diz corresponde literalmente àquilo que pretende dizer ou indirectos,
quando o locutor, tendo em conta a capacidade do seu interlocutor para interpretar o
enunciado, utiliza uma expressão cujo sentido literal se afasta daquele que o locutor
pretende comunicar. Por exemplo, quando, por delicadeza ou cortesia, dizemos “Importas-
te de vir ao quadro?” (frase interrogativa) em vez de “Vem ao quadro!” (frase imperativa),
estamos a usar um acto ilocutório indirecto pois, apesar do seu formato interrogativo, este
acto ilocutório deve ser entendido como uma ordem.
Todo o enunciado pode ser entendido como um acto ilocutório, podendo estar explícito ou
implícito o verbo que marca a força ilocutória. Assim, um enunciado como “O copo está
partido.” é tal como “Afirmo/digo que o copo está partido.” um acto ilocutório assertivo.
No primeiro exemplo, não há um marcador explícito de força ilocutória; no segundo, a
introdução dos verbos afirmar ou dizer permite explicitar essa força ilocutória.
Por vezes um único enunciado pode corresponder a diferentes actos ilocutórios,
dependendo do contexto. Assim, um enunciado como “Hoje está um lindo dia!” pode ser
um acto ilocutório assertivo (Digo que é verdade que hoje está um lindo dia.), um acto
locutório directivo (o enunciado é realizado com o objectivo principal de obter uma
qualquer resposta ou reacção do interlocutor), ou um acto ilocutório expressivo (Estou
contente que hoje esteja um lindo dia!).
In Plural, Lisboa Editora

Quando falamos, realizamos uma actividade que tem como objectivo provocar alterações
no nosso interlocutor, modificar um determinado estado de coisas.
Um acto de fala é precisamente uma acção verbal com uma intenção comunicativa: a de
fazer perguntas, dar ordens, informar, expressar opiniões, ameaçar...
Nos actos de fala directos, a intenção comunicativa está explícita no que é dito; nos actos
de fala indirectos, a intenção comunicativa tem que ser captada, não só ao nível do que é
dito, como ao nível do que se quis dizer: há, portanto, um plano implícito a considerar.
O contexto comunicativo é fundamental para se captar e produzir um determinado acto de
fala.
In Gramática Prática de Português, da comunicação à Expressão,
M. Olga Azeredo, M. Isabel Pinto, M. Carmo Azeredo Lopes
CLASSIFICAÇÃO DOS ACTOS ILOCUTÓRIOS

1. ACTOS ASSERTIVOS: expressam a relação entre o locutor e a verdade do enunciado,


traduzindo uma verdade assumida pela pessoa que fala. Por outras palavras, no acto assertivo, o
locutor acredita que aquilo que diz é verdade. Exprimem uma certeza.
São assertivos os seguintes actos: afirmar, negar, informar, descrever, concordar, discordar,
responder...
Exs: a) A Maria fez o almoço.
b) O dia amanheceu cinzento.

2. ACTOS DIRECTIVOS: Utilizam-se quando o locutor pretende levar o interlocutor a realizar


uma acção (verbal ou não verbal). Podem traduzir-se em sugestões, perguntas, ordens, avisos,
pedidos, etc. Exprimem uma ordem ou pedido.
São directivos os seguintes actos: perguntar, ordenar, pedir, implorar, convidar, permitir,
aconselhar, avisar, atrever-se a, desafiar...
Exs: a) Seria melhor fazeres o exame.
b) Despacha-te!
c) O que achaste do encontro?

3. ACTOS COMPROMISSIVOS: existem quando o locutor se compromete com o desenrolar


futuro de uma acção expressa no enunciado. Exprimem um compromisso futuro assumido pelo
locutor, que pode afectar o interlocutor de forma positiva ou negativa.
São compromissivos os seguintes actos: prometer, comprometer-se, garantir, assegurar, afiançar,
jurar, apostar...
Exs: a) Vou realizar uma grande viagem!
b) Lá estarei à hora combinada.

4. ACTOS EXPRESSIVOS: Expressam sentimentos, emoções ou estados de espírito do locutor.


Transmitem uma expressão emocional.
São actos expressivos: agradecer, congratular, pedir desculpa, dar boas-vindas, apresentar
condolências, felicitar, saudar...
Exs: a) A reunião correu bem!
b) Bom dia!

5. ACTOS DECLARATIVOS: Exprimem uma realidade criada pelo próprio acto de fala, isto é,
os actos ilocutórios declarativos criam um estado de coisas novo (criam/alteram a própria
realidade} pela realização simples de uma declaração.
São actos declarativos: declarar, certificar, nomear, baptizar...
Exs: a) Está aberta a sessão.
b) Declaro-vos marido e mulher.

6. ACTOS DECLARATIVOS ASSERTIVOS: Pretendem exprimir o que deve ser ouvido como
uma verdade a seguir, por ser reconhecida a autoridade de quem fala, isto é, o locutor, pelo seu
estatuto social ou profissional, está em condições de criar uma nova realidade, mas surge
directamente implicado na verdade do enunciado que produz. As declarações assertivas integram-
se nos actos declarativos indirectos.
São actos declarativos assertivos: admitir, acreditar, sugerir, considerar...
Exs: a) É a resposta do João que está certa. (é uma declaração assertiva se o enunciado for
proferido, por exemplo, por um professor.)
b) É fundamental que deixe de fumar. (médico)

Vous aimerez peut-être aussi