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CASO CLÍNICO 1
Dados da história
— Hemograma:
— Anemia normocítica (VCM normal) e normocrômica (HCM normal), hipoproliferativa
(reticulócitos baixos) + Plaquetopenia + Neutropenia.
Hematopoese normal
— Célula-tronco hematológica diferencia-se em um progenitor mieloide e em um progenitor
linfoide;
— O progenitor mieloide dá origem aos eritrócitos, às plaquetas e também aos
polimorfonucleares (neutrófilos, basófilos e eosinófilos);
Eritropoese normal
- Fase de hemoglobinização.
— Adquiridas:
- Anemia aplástica;
- Leucemias agudas;
- Síndromes mielodisplásicas;
- Infiltração medular;
- Quimioterapia/radioterapia;
— Hereditária:
- Anemia de Fanconi;
- Anemia aplástica.
— Anemia aplástica (adquirida ou hereditária): paciente não tem blastos e está numa faixa
etária (15 anos) de maior incidência de anemia aplástica;
OBS: Síndromes mielodisplásicas ocorrem mais comumente em idosos. O paciente não tem
dados na história que sugiram infiltração medular.
Investigação diagnóstica
Anemia aplástica
— Mielograma;
Leucemia aguda
— Mielograma;
Anemia aplástica
Fisiopatologia
Classificação
— Severa:
- Celularidade da medula óssea < 25% (ou < 50% se menos de 30% da medula óssea for
células hematopoéticas) + pelo menos 2 dos seguintes:
— Muito severa:
- Preenche os critérios acima, mas com neutrófilos < 200 no sangue periférico;
— Não severa:
- Medula óssea hipocelular, mas com os achados de sangue periférico sem preencher
os critérios para anemia aplástica (Hb < 10; leucócitos < 1500; plaquetas < 20.000).
Tratamento
OBS: Para pacientes jovens, o transplante é primeira escolha se a anemia aplástica for severa;
se for moderada ou leve, inicia-se o tratamento com imunossupressores.
Filgrastima (G-CSF) não aumenta sobrevida. Foi indicada no caso clínico a critério médico, pois
é uma medicação que aumenta neutrófilos, mas não altera a história natural da doença.
Os guidelines indicam uso de ciclosporina por 1 ano, mas, na prática, estende-se a ciclosporina
por mais tempo, pelos seus benefícios.
CASO CLÍNICO 2
Dados da história
— Hemograma:
- Neutropenia (1800/µL) + anemia macrocítica (Hb = 8,4 g/dL; VCM = 102 fL) e
normocrômica, hipoproliferativa (reticulócitos baixos) + plaquetopenia (70.000);
OBS: Além da macrocitose, na deficiência de B12 (ou de ácido fólico) pode haver o
aparecimento de uma célula típica no sangue periférica, que só ocorre nessas situações: o
pleocariócito (neutrófilo plurisegmentado, com mais de 5 lobos).
— Mielograma:
- Pleocariócitos;
Anemia megaloblástica
— Numa dieta normal, a oferta diária é em torno de 7-30 µg, sendo que apenas 1-2 µg
satisfazem as necessidades mínimas;
— Logo, é possível constituir um estoque de 2-3 mg que, caso o indivíduo deixe de ingerir
alimentos de origem animal, dura cerca de 2-4 anos (tempo necessário para começar a
manifestar os achados de deficiência dessa vitamina);
- O complexo FI+B12 segue pelo jejuno e é absorvido no íleo terminal, onde enzimas
clivam o complexo e absorvem a vitamina B12;
— Função da vitamina B12: participa da síntese de DNA. Logo, locais em que mais há
proliferação celular, manifestarão alterações com a deficiência dessa vitamina (ou do ácido
fólico): língua careca, queda de cabelo, anemia megaloblástica, degeneração do cordão
póstero-lateral da medula (essas alterações neurológicas só ocorrem na deficiência de B12 e
não de ácido fólico – algumas reações só participa a B12, como na conversão de metilmalonil-
CoA em succinil-CoA).
Identificação da causa de deficiência de B12
— Biópsia gástrica: gastrite atrófica (pode ser induzida por H. pylori ou pode ser autoimune);
— Hipotireoidismo;
— Hepatopatia;
— Álcool;
— Aumento de reticulócitos;
Ácido fólico
— Presente em alimentos de origem vegetal. Numa dieta normal, a oferta diária é em torno de
200-250 µg, sendo que apenas 10-150 µg são necessários;
- Depois, 1 ampola/mês;
— Apesar do esquema acima ser clássico, a reposição pode ser feita por via oral (1000 µg/dia
nos primeiros 4 meses). Problema da via oral: garantir que o paciente receba a dose correta,
pelo risco de má aderência;
CASO CLÍNICO 3
Dados da história
— Hemograma:
- Anemia (Hb = 6,4 g/dL) microcítica (VCM = 69 fL) e hipocrômica (HCM = 23 pg) +
leucocitose (14.500), com neutrofilia + aumento de reticulócitos (5,6%) + plaquetas normais;
Anemia falciforme
— Para ser anemia falciforme mesmo, o indivíduo deve ser homozigoto para a HbS (βSβS).
Genótipo X Fenótipo
Eletroforese de hemoglobina
OBS: Como explicar um paciente com anemia falciforme (confirmada pela eletroforese de
hemoglobina), com anemia hipo/micro, sem deficiência de ferro: ele pode ter associado com a
anemia falciforme um traço α-talassêmico (crs 16). Para se detectar esse traço, é necessário
um teste molecular (PCR).
— Suporte geral:
- Vacinação;
— Orientação do paciente;
- Elevação da hemoglobina;
— Redução de leucócitos;