MA111 - Cálculo I

Aula 21 - Integração por partes.

Integração de Funções Simétricas.
O Logaritmo como uma Integral.

Marcos Eduardo Valle

O Teorema Fundamental do Cálculo (TFC), apresentado nas
aulas anteriores, estabelece que
Z x 
d
1. f (t)dt = f (x), para a ≤ x ≤ b.
dx a
Z b
2. f (x)dx = F (b) − F (a) = F (x)|ba , em que F é uma primitiva
a
qualquer de f .

Em aulas anteriores também introduzimos a integral indefinida:

Z
F (x) = f (x)dx é equivalente à F 0 (x) = f (x).

Na aula de hoje, veremos a técnica de integração por partes.

Motivação
Da regra do produto, temos
d
[f (x)g(x)] = f (x)g 0 (x) + f 0 (x)g(x).
dx
Usando a notação de integral indefinida, encontramos
Z
f (x)g 0 (x) + f 0 (x)g(x) dx,


f (x)g(x) =

ou ainda,
Z Z
f (x)g(x) = f (x)g 0 (x)dx + f 0 (x)g(x)dx.

Rearranjando os termos, encontramos:

Z Z
f (x)g (x)dx = f (x)g(x) − f 0 (x)g(x)dx.
0
Integração por Partes

Integração por Partes

A fórmula de integração por partes é:
Z Z
f (x)g (x)dx = f (x)g(x) − f 0 (x)g(x)dx.
0

Alternativamente, tomando u = f (x) e v = g(x), temos

Z Z
udv = uv − vdu.
Exemplos

Exemplo 1
Encontre Z
x sen x dx.
Exemplos

Exemplo 1
Encontre Z
x sen x dx.

Resposta:
Z
x sen x dx = −x cos x + sen x + c.
Exemplos

Exemplo 2
Calcule Z
ln xdx.
Exemplos

Exemplo 2
Calcule Z
ln xdx.

Resposta: Z
ln xdx = xlnx − x + c.
Exemplos

Exemplo 3
Encontre Z
t 2 et dt.
Exemplos

Exemplo 3
Encontre Z
t 2 et dt.

Resposta: Z
t 2 et dt = t 2 et − 2tet + 2et + c.
Exemplos

Exemplo 4
Calcule Z
ex sen x dx.
Exemplos

Exemplo 4
Calcule Z
ex sen x dx.

Resposta:
Z
1 x
ex sen x dx = e (sen x − cos x) + c.
2
Integração por Partes

Integração por Partes

A integração por partes para uma integral definida é
Z b Z b
f (x)g 0 (x)dx = f (x)g(x)|ba − f 0 (x)g(x)dx.
a a
Exemplos

Exemplo 5
Calcule Z 1
tg−1 xdx.
0
Exemplos

Exemplo 5
Calcule Z 1
tg−1 xdx.
0

Resposta:
Z 1
π ln 2
tg−1 xdx = − .
0 4 2
Exemplos

Exemplo 6
Demonstre a fórmula de redução

n−1
Z Z
n 1 n−1
sen x dx = − cos x sen x+ senn−2 x dx,
n n

em que n ≥ 2 é um inteiro.

Observação:
A fórmula de
R redução pode ser aplicada
R repetidas vezes para
n
R
expressar sen x dx em termos de sen x dx ou dx.
Simetria

Teorema 7 (Integrais de Funções Simétricas)

Seja f : [−a, a] → R uma função contínua.
• Se f é par, então
Z a Z a
f (x)dx = 2 f (x)dx.
−a 0

• Se f é ímpar, então
Z a
f (x)dx = 0.
−a
Simetria

Exemplo 8
Calcule Z 2
(x 6 + 1)dx.
−2
Simetria

Exemplo 8
Calcule Z 2
(x 6 + 1)dx.
−2

Resposta: Como o integrando é uma função par, temos

2 2
27
Z Z  
6 6 284
(x + 1)dx = 2 (x + 1)dx = 2 +2 = .
−2 0 7 7
Simetria

Exemplo 9
Determine Z 1
tg x
dx.
−1 1 + x2 + x4
Simetria

Exemplo 9
Determine Z 1
tg x
dx.
−1 1 + x2 + x4

Resposta: Como o integrando é uma função par, temos

Z 1
tg x
dx = 0.
−1 1 + x2 + x4
O Logaritmo como uma Integral
A função logaritmo pode ser definida usando uma integral:
Definição 10 (Logaritmo Natural)
A função logaritmo natural é definida pela equação
Z x
1
ln x = dx, x > 0.
1 t

Observação:
A integral existe porque f (t) = 1/t é contínua nos intervalos de
integração [x, 1] e [1, x], para qualquer x > 0. Além disso,
Z 1
1
ln 1 = dt = 0.
1 t
 Z x
1
Interpretação geométrica de ln x = dx:
1 t
Corolário 11
Pelo teorema fundamental do cálculo - parte 1, temos

d 1
[ln x] = .
dx x

Propriedades:
Se x e y forem reais positivos e r for um racional, então
1. ln(xy ) = ln x + ln y .
2. ln(x/y ) = ln x − ln y .
3. ln(x r ) = r ln x.
Função Exponencial
A função exponencial é definida como a inversa da função ln.
Definição 12 (Função Exponencial)
A função exponencial é definida de modo que:

y = ex ⇐⇒ ln y = x.

Propriedades:
Se x e y forem reais e r for um racional, então
1. ex+y = ex ey .
2. (ex )r = erx .
d x
3. [e ] = ex .
dx
Considerações Finais
Na aula de hoje, apresentamos a técnica de integração por
partes:
Z Z
f (x)g 0 (x)dx = f (x)g(x) − f 0 (x)g(x)dx.

Destacamos que podemos utilizar a simetria da função no cálculo

de integrais.

Por fim, vimos também que podemos definir a função logaritmo

utilizando uma integral.

Muito grato pela atenção!