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Brincadeiras
Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa
Prof.ª Kathia Regina Bublitz
Prof.ª Vilisa Rudenco Gomes
2015
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa
Prof.ª Kathia Regina Bublitz
Prof.ª Vilisa Rudenco Gomes
371.337
B238j Barbosa, Ana Clarisse Alencar
188 p. : il.
ISBN 978-85-7830-910-7
Impresso por:
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Para alguns, uma pergunta fácil de responder, para outros nem tanto!
Jogar, por jogar e brincar por brincar, certamente é muito bom, mas
na Unidade 3 você estudará a classificação e a finalidade de muitos jogos e
brincadeiras que vão muito além do se divertir. Abordaremos a importância
da interdisciplinaridade nas práticas educativas de educação física e
apresentaremos ideias de construção de projetos de trabalho, que podem ser
realizados em qualquer ambiente.
III
Um grande abraço e bons estudos!
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
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V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO,
IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA ....................................................... 1
VII
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 57
2 APRENDER A SELECIONAR E CONFECCIONAR BRINQUEDOS ADEQUADOS ÀS
CRIANÇAS ............................................................................................................................................ 57
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 79
VIII
UNIDADE 1
O JOGO, O BRINQUEDO E
A BRINCADEIRA: CONCEITO,
EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E
PEDAGÓGICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos estudados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, mergulharemos na história, e conheceremos a origem dos
jogos, brinquedos e brincadeiras e sua influência na cultura de um povo. Muitos
são os autores que expõem sobre a história dos jogos e dos brinquedos e sua
importância no contexto atual, entre eles destacamos: Huizinga, Philippe Ariès,
Kishimoto e Brougère, entre tantos outros.
Cada cultura define uma esfera do jogo a partir de uma rede de analogias, de
uma experiência dominante, de determinados traços que não são necessariamente
idênticos aos nossos. (BROUGÈRE, 1998). Apresentaremos uma série de fatos
cronológicos nos quais os jogos apresentavam uma significação singular.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
DICAS
Primeira edição dos Jogos Olímpicos modernos toma Atenas de assalto, coroa esforços dos
organizadores, exibe extraordinárias proezas esportivas e renova a autoestima dos helênicos.
Para saber mais leia o artigo A conquista da Grécia Disponível em: <http://veja.abril.com.br/
historia/olimpiada-1896/especial-jogos-olimpicos-era-moderna-atenas.shtml>. Acesso em: 8
mar. 2015.
NOTA
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
Nesse sentido, vale ressaltar que, com o passar dos anos, os costumes
iniciais foram se difundindo a novas culturas e novos conceitos, entretanto, outros
ainda se mantêm até os dias atuais.
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
3 CONCEITUANDO O JOGO
Para Kishimoto (2004), tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se
pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-la de modo diferente. Pode-
se estar falando de jogos políticos, de adultos, crianças, animais, amarelinha ou
xadrez etc. Por exemplo, no faz de conta, há forte presença da situação imaginária;
no jogo de xadrez, regras padronizadas permitem a movimentação das peças.
Para Huizinga (2007, p. 3) “o jogo é fato mais antigo que a cultura, pois esta,
mesmo em suas definições menos rigorosas, pressupõe a sociedade humana; mas,
os animais não esperaram que os homens os iniciassem na atividade lúdica”.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
Ainda segundo Huizinga (2007, p. 14), “Todo o jogo tem regras”. E precisam
ser respeitadas por todos os participantes em qualquer situação.
1. Livre: uma vez que, se o jogador fosse a ela obrigado, o jogo perderia
de imediato a sua natureza de diversão atraente e alegre.
2. Delimitada: circunscrita a limites de espaço e de tempo, rigorosa e
previamente estabelecidos.
3. Incerta: já que o seu desenrolar não pode ser determinado nem o
resultado obtido previamente, e já que é obrigatoriamente deixada à
iniciativa do jogador uma certa liberdade na necessidade de inventar.
4. Improdutiva: porque não gera bens, nem riquezas nem elementos
novos de espécie alguma; e, salvo alteração de propriedade no interior
do círculo dos jogadores, conduz a uma situação idêntica à do início da
partida.
5. Regulamentada: sujeita a convenções que suspendem as leis normais
e que instauram momentaneamente uma legislação nova, a única que
conta.
6. Fictícia: acompanhada de uma consciência específica de uma realidade
outra, ou de franca irrealidade em relação à vida normal.
Pode-se pensar, a priori, que cada cultura define uma esfera do jogo a partir
de uma rede de analogias e de uma experiência dominante, de determinados traços
que não são necessariamente idênticos aos nossos. (BROUGÈRE, 1998).
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
FIGURA 5 – JOGOS INFANTIS DO FLAMENGO PIETER BRUEGHEL (1525-1569)
Todo jogo tem regras, elas podem ser alteradas ou não, os participantes
podem tomar essa decisão antes de iniciar o jogo. Vale ressaltar que, há jogos
“oficiais” que devem seguir à risca as regras e estas só podem ser alteradas com
antecedência e em comum acordo pelos responsáveis. Por exemplo: As regras
oficiais do futebol brasileiro só podem ser alteradas pela Confederação Brasileira
de Futebol.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
NOTA
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
DICAS
Para conhecer mais a história e evolução das bonecas acesse: Museu dos
Brinquedos <https://museudosbrinquedos.wordpress.com>.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
Brincamos por instinto, desde bebês brincamos com nosso próprio corpo e
conforme vamos crescendo precisamos controlar essa nossa vontade, em prol de
regras impostas pela sociedade.
Brincar - Essa palavra tem origem latina. Vem de vinculum que quer
dizer laço, algema, e é derivada do verbo vincire, que significa prender, seduzir,
encantar. Vinculum virou brinco e originou o verbo brincar.
FONTE: Disponível em: <http://www.dicionarioetimologico.com.br/brincar/>. Acesso em: 28
fev. 2015.
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
Para analisar essa dimensão simbólica, devemos, mesmo que isso pareça
arbitrário, decompor o brinquedo segundo determinados aspectos.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
DICAS
Para leitura!
LEITURA COMPLEMENTAR
Primeira Olimpíada
Abril de 1896
Entrevista: Pierre de Coubertin
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
VEJA - Qual foi a intenção dos membros dos fundadores do Comitê Olímpico
Internacional ao reviver uma instituição que esteve esquecida por tantos séculos?
Coubertin - O esporte está assumindo uma importância cada vez maior a cada ano, e
o papel que desempenha parece ser tão importante e duradouro no mundo moderno
quanto era na Antiguidade. Mais que isso, ele reaparece com novas características, é
internacional e democrático, adequado, portanto, às ideias e necessidades dos dias
de hoje. Mas hoje, como antes, seu efeito será benéfico ou maléfico de acordo com o
uso que dele é feito, e da direção a que é encaminhado. O esporte pode trazer à baila
tanto as paixões mais nobres quanto as mais rasas; pode desenvolver as qualidades
de honra e altruísmo da mesma forma que a ganância; pode ser cavalheiresco ou
corrupto, viril ou bestial; por último, pode ser usado para fortalecer a paz ou preparar
para a guerra. Ora, nobreza de sentimentos, admiração pelas virtudes de altruísmo
e honra, espírito cavalheiresco, energia viril e paz são as necessidades primárias de
qualquer democracia moderna, seja ela republicana ou monárquica...
VEJA - O senhor acredita que, após esta primeira edição, os Jogos Olímpicos
realmente se solidificarão como uma competição esportiva internacional periódica?
Coubertin - Com certeza. Não se trata de uma criação local e passageira, mas sim de
algo universal e duradouro. Até porque o renascimento dos Jogos não é só fruto de um
sonho espontâneo: é a consequência lógica das grandes tendências cosmopolitas de
nosso tempo. O século XIX viu o despertar de um gosto pelos esportes em toda a parte.
Ao mesmo tempo, as grandes invenções desta era, as estradas de ferro e telégrafos,
permitiram a comunicação de pessoas de todas as nacionalidades. Uma relação mais
fácil entre homens de todas as línguas abriu naturalmente uma esfera maior para
interesses em comum. A humanidade tem começado a viver uma existência menos
isolada, diferentes raças aprenderam a se conhecer e a se compreender melhor, e ao
comparar seus poderes e realizações nos campos da arte, indústria e ciência, uma
rivalidade nobre nasceu entre elas, impulsionando-as a conquistas ainda maiores. As
Exposições Universais têm reunido em um ponto do globo os produtos de seus cantos
mais remotos. Nos domínios da ciência e da literatura, assembleias e conferências
vêm unindo os mais ilustres intelectuais de todas as nações. Não poderia ser de outra
forma que também esportistas das mais diversas nacionalidades deveriam começar
a se encontrar em território neutro. A Suíça tomou a frente ao convidar atiradores
estrangeiros para participar das competições de tiro de sua federação; corridas de
bicicleta vêm sendo disputadas em todas as pistas da Europa; Inglaterra e Estados
Unidos têm se desafiado por mar e por terra; os mais hábeis esgrimistas de Roma
e Paris têm cruzado seus floretes. Gradativamente, o esporte está se tornando mais
internacional, estimulando os interesses e ampliando a esfera de ação. O renascimento
dos Jogos Olímpicos se tornou possível e, posso dizer, até mesmo necessário.
VEJA - Ainda assim, a competição esteve longe de ser uma unanimidade. Como foi a
organização?
Coubertin - Quando tive a ideia de convocar em Paris um Congresso Internacional
do Esporte, em 1892, logo descobri que isso não seria possível sem alguma labuta
preliminar, e me lancei com afinco nessa tarefa. Unificar os grandes clubes esportivos
franceses e me comunicar com as sociedades similares de outros países era primordial,
de um lado, para não oferecer a estranhos o edificante espetáculo da discórdia nacional
e, de outro, para obter do exterior diversos adeptos a essa causa. Na primavera de
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
1893, a situação tinha melhorado tanto que já era possível convocar um congresso.
Tínhamos ótima relação com Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos, e convites foram
enviados a todas as sociedades esportivas no mundo solicitando-lhes que mandassem
representantes para Paris, no mês de junho de 1894. A programação do Congresso
foi elaborada de modo a disfarçar seu principal objetivo: o renascimento dos Jogos
Olímpicos. Ela trazia apenas questões sobre o esporte em geral. Cuidadosamente,
deixei de mencionar tão ambicioso projeto, receando que pudesse levantar tamanha
manifestação de desdém e escárnio que acabasse por desencorajar, de antemão, aqueles
favoráveis à ideia. Isso porque sempre que eu aludira ao meu plano em encontros em
Oxford ou Nova York, ficara tristemente consciente de que minha plateia o considerara
utópico e impraticável.
VEJA - As coisas não mudaram nem mesmo depois do anúncio da realização do evento
em Atenas, com o apoio do governo local?
Coubertin - Pouco. Os comitês nacionais e internacionais estavam ocupados
recrutando competidores, mas a tarefa não era tão fácil quanto se possa imaginar.
Não só era preciso superar a indiferença e a desconfiança. O renascimento dos Jogos
Olímpicos incitara certa hostilidade. Embora o Congresso de Paris tenha sido cuidadoso
em decretar que toda forma de exercício físico praticada no mundo deveria encontrar seu
lugar na programação, os ginastas sentiram-se ofendidos, acreditando não ter recebido
proeminência suficiente. A maior parte das associações de ginástica da Alemanha,
França e Bélgica está animada por um rigoroso espírito exclusivo. Essas associações
não ficaram satisfeitas em declinar do convite para dirigirem-se a Atenas. A federação
belga escreveu para as outras federações, sugerindo uma resistência orquestrada contra
o trabalho do Congresso de Paris. Eles não se mostraram inclinados a tolerar a presença
das modalidades atléticas que eles próprios não praticam; aquilo que desdenhosamente
chamam de "esportes ingleses" se tornou, por conta de sua popularidade, especialmente
odioso para eles. Felizmente, porém, outras mentes prevaleceram.
VEJA - O profissionalismo parece ser cada vez mais uma realidade no esporte. Os
Jogos Olímpicos, com seu caráter completamente amadorístico, são uma resposta a esse espírito?
Coubertin - Sim, é fato que mais e mais um espírito mercantilista ameaça invadir
os círculos esportivos. Os homens não correm ou lutam abertamente por dinheiro,
mas ainda assim a tendência a um acordo lamentável se alastrou. O desejo de vencer
muitas vezes não tem que ver com a simples ambição por uma distinção honrosa. E, se
não desejássemos ver o esporte degenerar e acabar pela segunda vez, ele precisava ser
purificado e unido. De todas as medidas que levariam a esse desejado objetivo, só uma
me parecia totalmente praticável: a criação de uma competição periódica, para a qual
as sociedades esportivas de todas as nacionalidades seriam convidadas a enviar seus
representantes, colocando esses encontros sob a única patronagem que poderia lançar
sobre eles uma aura de grandeza e glória – a patronagem da Antiguidade Clássica!
Nos Jogos Olímpicos, as competições serão sempre disputadas com regulamentos
amadores. Abrimos exceção para a esgrima, já que em muitos países professores
de esgrima militar são soldados ranqueados. Para eles, providenciou-se um torneio
à parte. Para todas as outras modalidades, somente amadores são admitidos. É
impossível conceber os Jogos Olímpicos com prêmios em dinheiro. Mas essas regras,
que parecem até simples, são bastante complicadas em sua aplicação prática pelo fato
de que a definição do que constitui um amador difere de um país para outro – às
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TÓPICO 1 | A ANTROPOLOGIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO EDUCATIVO
vezes, de um clube para outro.
VEJA - Os Jogos foram um sucesso na Grécia. A população tomou parte nas celebrações,
e um sentimento de orgulho pelo passado glorioso esportivo se alastrou pelo país. Qual o legado
do evento ao país?
Coubertin - É fato amplamente conhecido que os gregos, durante seus séculos de
opressão, haviam perdido completamente o gosto pelos esportes. O povo grego,
contudo, não é acometido da indolência natural dos orientais, e estava claro que o
hábito atlético, dada a oportunidade, voltaria a se enraizar facilmente entre seu povo.
De fato, diversas associações de ginástica haviam se formado nos últimos anos em
Atenas e Patras, e o público mostrava cada vez mais interesse em seus feitos. Era,
então, um momento favorável para dizer as palavras: Jogos Olímpicos. Assim que
ficou claro que Atenas auxiliaria no renascimento das Olimpíadas, uma perfeita febre
de atividade muscular tomou conta de todo o reino. E isso não foi nada perto do que se
seguiu depois dos Jogos. Eu vi, em pequenas vilas longe da capital, pequenos garotos
praticamente sem roupas atirando pedrinhas, pulando sobre barreiras improvisadas,
e dois moleques nunca se encontravam nas ruas de Atenas sem disputar uma
corrida. Nada superava o entusiasmo com que os vitoriosos eram recebidos por seus
conterrâneos no retorno às suas cidades natais. Eram recebidos pelo prefeito e pelas
autoridades municipais, e aclamados por uma multidão carregando ramos de oliveira
e de louro. Nos tempos antigos, o vencedor adentrava a cidade por uma abertura feita
especialmente em seus muros. As cidades gregas já não são mais muradas, mas pode-
se dizer que o esporte fez uma abertura no coração da nação. Quando se percebe a
influência que a prática de exercícios físicos pode ter no futuro de um país e na força
de todo um povo, fica-se tentado a imaginar se a Grécia não dará início a uma nova
era a partir de 1896.
VEJA - E em relação ao resto do mundo? Os Jogos cumpriram o papel que o senhor
imaginava?
Coubertin - É claro que, no mundo como um todo, os Jogos Olímpicos ainda não
exerceram nenhuma influência, mas estou profundamente convencido que eles o
farão. Esta foi a razão para seu resgate. Como já disse, o esporte moderno precisa
ser unificado e purificado. Acredito que nenhuma educação, especialmente em uma
época democrática, pode ser boa e completa sem a ajuda do esporte; mas o esporte,
para desempenhar seu papel educacional, precisa ser baseado em um desinteresse
puro e no sentimento de honra. Foi com esse pensamento em mente que eu busquei
reviver os Jogos Olímpicos. Tive sucesso depois de muito esforço. Se a instituição
prosperar – e confio que, com o auxílio de todas as nações civilizadas, ela irá prosperar
–, acredito que ela pode ser um fator potente, ainda que indireto, na busca da paz
universal. Guerras acontecem porque as nações compreendem erradamente as outras.
Não teremos paz enquanto o preconceito, que hoje separa as diferentes raças, não for
erradicado. Para obter este objetivo, que melhor meio do que reunir periodicamente a
juventude de todos os países para disputas amistosas de força muscular e agilidade?
Os Jogos Olímpicos, para os antigos, representavam a união do esporte e promoviam
a paz. Não é nada visionário recorrer a eles para obter benefícios similares no futuro.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• A Grécia também foi precursora dos Jogos Olímpicos, os primeiros jogos datam
dos anos de 776 a.C.
• Todo jogo tem regras, elas podem ser alteradas ou não, os participantes
podem tomar essa decisão antes de iniciar o jogo. Vale ressaltar que, há jogos
“oficiais” que devem seguir à risca as regras e estas só podem ser alteradas com
antecedência e em comum acordo pelos responsáveis.
• Muitos dos brinquedos que conhecemos hoje foram passados de geração para
geração, fazem parte da cultura do nosso povo, são parte do folclore brasileiro e
apresentam características específicas de acordo com cada região ou cultura.
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Como é bom recordar momentos de nossa infância, lembrar das brincadeiras
que nos marcaram, das risadas, frustrações, dos amigos, do faz de conta, onde
tudo podia acontecer. Momentos estes que não voltam, mas certamente ficarão
gravados em nossa memória por muito tempo.
Quem sabe, iremos trazer à tona lembranças que marcaram sua infância!
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
Para a criança o ato de atirar com arco e flecha pode ser uma simples
brincadeira, mas na verdade os indígenas passam seus costumes e tradições através
das brincadeiras com o objetivo de aprender as estratégias de sobrevivência, entre
elas a caça.
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TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
Para as crianças a brincadeira não tem hora, nem lugar, sempre que surge
uma oportunidade, lá estão elas. As brincadeiras, seu nome e o modo de brincar
podem variar de região para região, por se tratar de culturas diferentes. Cada uma
vai adaptando conforme seus interesses e disponibilidade de materiais.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
Não se pode dizer bem ao certo de onde cada jogo, brinquedo e brincadeira
se originaram, o que sabemos é que estes têm suas raízes mais fortes em uma
cultura específica e se difundiram entre as mais diversas culturas e regiões, onde
suas características e nomes podem variar. Isso ocorreu e ainda ocorre porque as
pessoas se mudam, mas mantêm seus hábitos e sua cultura que assim é transmitida
a outros.
Pois é, essa brincadeira tão familiar e que aos poucos vem sendo esquecida
tem origem indígena. Os indígenas não compravam seus brinquedos, eles eram
construídos e alguns passaram de geração para geração. A hora de construir o
brinquedo para eles também é uma brincadeira, procurar os materiais necessários,
é uma grande aventura.
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TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
Eles usavam uma trouxa de folha cheia de pedras que eram amarradas
numa espiga de milho. Brincavam de jogar esta trouxa de um lado para outro,
chamavam-na de Pe’teka, que em tupi significa bater.
NOTA
O nome “peteca” – de origem Tupi e que significa “tapear”, “golpear com as mãos”
– é hoje o mais popular entre todos os nomes desse brinquedo tão conhecido no Brasil. Ainda
hoje muitas pessoas aguardam o tempo das colheitas para elaborar seus brinquedos. Com as
palhas do milho trançam diferentes amarras e laços e criam petecas de vários formatos.
FIGURA 7 – PETECA
FIGURA 8 – PERNAS-DE-PAU
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
DICAS
Para conhecer mais sobre essa rica cultura acesse o site: <http://pib.
socioambiental.org/pt>.
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TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
FIGURA 9 – AMARELINHA
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
FIGURA 10 - CIRANDA
Por isso, não se tem muitas fontes de pesquisa, por serem escravos não
podiam expressar seus interesses e sua cultura, tinham que acatar ordens, caso
contrário eram castigados.
Originário da África, a Mancala teria surgido por volta do ano 2.000 a.C.
É jogado atualmente em inúmeros países africanos, mas já extrapolou
as fronteiras deste continente. Trata-se de um jogo com profundas
raízes filosóficas que é jogado habitualmente com pequenas pedras ou
sementes. Disponível em: <http://www.richmond.com.br/lumis/portal/
file/fileDownload.jsp?fileId=8A8A8A833C66A449013C690C17EF6594>.
Acesso em: 28 fev. 2015.
30
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
FIGURA 11 – MANCALA
O jogo começa em geral com quatro pedras em cada buraco. Sua jogada consiste
em escolher um buraco, retirar suas fichas e distribuí-las pelos outros buracos,
uma por buraco, no sentido anti-horário (em algumas versões do jogo, no
sentido horário). Quando você passa por sua mancala, você deixa uma pedra
nela como se fosse um buraco normal. Mas a mancala do adversário você pula.
Se a última pedra distribuída cair na sua própria mancala, você joga de novo.
E se ela cair em um dos seus buracos e ele estiver vazio, você leva para sua
mancala não apenas essa pedra, mas todas as pedras que estiverem no buraco
adversário exatamente oposto.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
O tão famoso aviãozinho que voava pela sala de aula, mas a professora
nunca sabia quem tinha jogado. Pois é, este e tantos outros fazem parte dos
brinquedos trazidos pelos chineses, os brinquedos de papel.
Pipa
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TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
FIGURA 12 - JANKENPON
DICAS
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
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TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
Nosso país possui uma cultura muito rica, mas é preciso tomar cuidado
para que essa riqueza não se perca pela influência e pela “praticidade” que a
mídia, a indústria e a tecnologia oferecem. Os super-heróis da TV se transformam
em brinquedos e estes se inserem rapidamente nas brincadeiras infantis, onde a
criança tem a possibilidade de entrar no personagem, ser mocinho ou bandido,
bruxa ou princesa, uma superstar ou ainda um famoso jogador de futebol.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
DICAS
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TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS – RESGATE CULTURAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Jogo da Onça
Os indígenas criaram o primeiro jogo de tabuleiro praticado no Brasil, o
Jogo da Onça, que ainda pode ser encontrado entre eles, tanto no Brasil quanto em
outras partes da América do Sul, e data do tempo dos incas. Sua origem provável
está ligada ao jogo Taptana, ou Jogo do Puma, que era praticado por esse povo,
habitante dos Andes, desde 1200 d.C. até a chegada dos europeus à América. Este
jogo foi retratado numa gravura da época em que os espanhóis dominaram os
incas, na qual Atahualpa, o último de seus imperadores, joga com seus carcereiros,
pouco antes de ser morto, em 1553.
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UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
Além disso, existem jogos em outras partes do mundo que têm tabuleiros
muito semelhantes ao do Jogo da Onça, e eles, com certeza, não foram adaptados a
partir do Alquerque. Também existem vários outros jogos, com regras semelhantes,
ao redor do mundo, apesar de usarem outro tipo de tabuleiro. Mas as regras
envolvem estratégia e suas peças quase sempre representam animais da fauna
local. Na Europa, existe um jogo muito parecido chamado Raposa e Gansos. O
jogo europeu, no entanto, é jogado num tabuleiro em forma de cruz. Na Ásia,
alguns jogos similares têm tabuleiros mais parecidos ao usado pelos indígenas
brasileiros. Existem, inclusive, jogos que utilizam o mesmo tabuleiro do Jogo da
Onça. As peças também variam, geralmente, em torno da fauna local. No jogo
brasileiro, uma onça disputa com 14 cachorros. No Bagha Chal, jogo nacional do
Nepal, são tigres e cabras; na Índia, leopardos e vacas. Outra variável, praticada na
China e conhecida pelo nome de Camponeses e Senhores Feudais, usa personagens
humanos, como o nome indica. As características do Jogo da Onça continuam
únicas e ele é um dos poucos jogos de tabuleiro claramente originado nas Américas.
Em 2003, uma expedição realizada pelo Projeto Jogos Indígenas do Brasil
– promovido pelo Instituto Sabino – a aldeias indígenas comprovou que os índios
brasileiros ainda se lembram de como se joga o Jogo da Onça. Eles conhecem
diversos brinquedos e brincadeiras, mas o único jogo de tabuleiro encontrado foi o
Jogo da Onça, observado entre os índios Bororos, no Mato Grosso, os Manchineris,
no Acre, e os Guaranis da ilha do Cardoso, no litoral sul de São Paulo.
FONTE: Disponível em: <http://www.origem.com.br/diario-de-bordo/historia-de-jogos.php>.
Acesso em: 28 fev. 2015.
38
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
39
AUTOATIVIDADE
1 Faça uma pesquisa na localidade onde você mora, a fim de descobrir quais
são as brincadeiras folclóricas mais tradicionais entre as crianças.
2 Chegou a hora de colocar a mão na massa! Escolha uma das brincadeiras que
você aprendeu neste tópico ou alguma outra coletada através de pesquisa
complementar e ensine-a a um grupo de crianças. Depois faça um registro
sobre suas impressões referente à atividade realizada.
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Hora de brincar é em casa! Escola é lugar para estudar!
Pois é, mas atualmente ela já não faz mais sentido ou pelo menos não
deveria fazer. Escola é um espaço para brincar sim, seja no pátio ou na sala de
aula.
41
UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
42
TÓPICO 3 | O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A LUDICIDADE EM DIFERENTES TIPOS DE AMBIENTES
43
UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
4 RECREAÇÃO E JOGOS
O lúdico também precisa ser inserido no ambiente hospitalar, pois como já
vimos o jogar, o brincar traz infinitas possibilidades para o desenvolvimento do
educando nos aspectos cognitivos, físicos e culturais. Porém, temos ciência que
esta não é a realidade de muitas regiões do Brasil, porém, vale ressaltar aqui que é
através do brincar que a criança tem a oportunidade de transformar a realidade e
entrar no mundo da fantasia, o brincar, portanto é considerado uma terapia para a
criança, que pode sim auxiliar no processo de recuperação da criança.
equipadas, com quadras de esporte, piscina, salas de jogos e parque infantil. Nesse
local, as atividades não são orientadas por um profissional da área, mas nem por
isso é considerado menos importante. O que não pode, é ter uma vida sedentária!
45
UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
46
TÓPICO 3 | O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A LUDICIDADE EM DIFERENTES TIPOS DE AMBIENTES
LEITURA COMPLEMENTAR
Filósofo francês explica que o jogo é uma construção social que deve ser
estruturada desde cedo. E o professor pode enriquecer essa experiência.
GILLES BROUGÈRE
48
TÓPICO 3 | O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A LUDICIDADE EM DIFERENTES TIPOS DE AMBIENTES
elementos da cultura lúdica de uma geração. Alguns jogam video games que outros
nem conhecem. Da mesma forma, há diferenças entre as brincadeiras de meninas
e de meninos. A cultura lúdica é a soma de tudo isso, considerando o resultado da
vida de cada um. O fato é que a experiência lúdica não é a mesma para todas as
crianças.
BROUGÈRE - Não diria que ela tem de entender, pois não tenho certeza
de que a criança precise de clareza sobre esse processo. Usar o verbo entender
significa pensar que um jogo só pode ser jogado quando há um nível de reflexão
elaborado. E, obviamente, não é possível ter certeza de que a criança faz essa
reflexão, pois não há como questioná-la sobre isso, uma vez que é nova demais.
O que realmente importa é ela entrar nesse universo de faz de conta e sentir o
prazer que ele proporciona. Há teorias sobre a excitação ou a emoção que o
lazer (e, mais especificamente, o jogo) produz. Quando as crianças são bem
estimuladas, mostram isso claramente. Se elas entendem? Não sei, mas acho
provável que o domínio do segundo grau venha antes dessa compreensão. As
crianças brincam antes mesmo de entender o que estão fazendo. Elas percebem e
atuam antes de entender o significado de suas ações e de poder refletir sobre elas.
49
UNIDADE 1 | O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA: CONCEITO, EVOLUÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E PEDAGÓGICA
BROUGÈRE - Como regra geral, sou contra. E acho que essa é a realidade
em quase todos os países. Meus estudos mostram que geralmente predomina a
cautela em relação ao que se associa à guerra. Mas há exceções. Lembro que, na
Polônia, ninguém evitava os brinquedos de guerra. Lá, eles eram considerados
bons porque foi a guerra que permitiu libertar o país da opressão do nazismo.
Da mesma forma, acho razoável o movimento contra os brinquedos da moda,
ligados à globalização dos mercados ou a determinadas marcas, em detrimento de
brinquedos tradicionais, presentes na sociedade há várias gerações. Sou favorável
a esse movimento de valorizar os jogos em que as crianças são personagens, atores,
e deixar em segundo plano os brinquedos em que elas têm de atuar como diretores.
Não quero dizer que esses jogos não têm nada de interessante, mas acho que os
primeiros são melhores para o desenvolvimento cognitivo infantil. Os professores
precisam estar à vontade com o material à disposição em sala de aula e usá-los
para enriquecer a experiência lúdica das crianças.
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• O profissional da área de Educação física precisa estar preparado para atuar nos
mais diferentes espaços educativos atuais.
52
AUTOATIVIDADE
53
54
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que possibilitarão o aprofundamento de cada conteú-
do proporcionando uma reflexão sobre jogos e brincadeiras como também
aprender a criar, selecionar, adequar, adaptar e também brincar.
55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1
SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE
BRINQUEDOS
1 INTRODUÇÃO
Percebemos que hoje as crianças e os jovens estão inseridos em realidades
tecnológicas que encantam e fascinam pelo alcance e funções que estas permitem.
Assim, o desencanto escolar, o desinteresse pelo espaço físico, sala de aula e os
seus recursos, acabam gerando indisciplina, pouco envolvimento e o educador se
sente frustrado, não alcançando os seus objetivos com relação à aprendizagem.
Acreditamos que a sala de aula, a quadra, o espaço escolar tem que ser
prazeroso, agradável, de forma que as brincadeiras e os jogos permitam ao
educando um excelente instrumento de disciplina, concentração e entusiasmo.
57
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Por isso é importante que o educador renove e inove sua prática, descobrindo
as mais adequadas situações lúdicas para favorecer a mediação da criança em sua
relação com o meio.
58
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
0 a 5 meses:
59
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
6 meses a 1 ano:
1 a 3 anos
Nesta fase a criança passa a ter noção de tamanho e necessita exercitar seu
equilíbrio, gostam de realizar atividades de coordenação motora como abrir e fechar,
empilhar, encaixar, puxar, empurrar, assim sugerimos:
• brinquedos de encaixar e desmontar;
• carrinhos, bonecas;
• blocos de brinquedos para empilhá-los e colocá-los dentro de caixas;
• brinquedos de variadas texturas (estimulam os sentidos da visão, da audição e do
tato) com cores vivas e vibrantes;
• bichos de pelúcia feitos de materiais atóxicos;
• álbuns de fotografia de familiares e objetos conhecidos;
• chaveiros.
4 a 6 anos:
Mais de 6 anos
60
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
temporal. Já aceitam regras com mais facilidade e convivem bem em grupos, levando
o individualismo ao declínio, assim sugerimos:
• jogos de tabuleiro;
• pipas;
• brinquedos colecionáveis, futebol de botão;
• jogos de cartas;
• quebra-cabeças.
DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE
05. Precisão
1. Motricidade
06. Rapidez
Global
07. Habilidade
01. Andar
08. Aptidão
02. Equilíbrio 4. Organização espaço
03. Coordenação temporal 05. Movimento
geral 01. Esquema Corporal 01. Equilíbrio
04. Balanceamento 02. Lateralidade 02. Rapidez
03. Orientação 03. Força
3. Experiência
2. Motricidade Fina 04. Transposição 04. Resistência
Sensorial
01. Preensão 05. Escala 05. Agilidade
01. Tátil
02. Coordenação 06. Registro Temporal 06. Controle
02. Visual
03. Consciência 07. Cronologia
03. Sonora
04. Controle
04. Olfativa
05. Lateralidade
05. Gustativa
06. Sensações
DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
3. Raciocínio 4. Simbolização
2. Aquisição
01. Reconhecimento 02. 01. Associações
1. Despertar 01. Aprendizado
Combinação 02. Linguagem
01. Descoberta Prático
03. Experiências 03. Representações
02. Atenção 02. Aprendizado
04. Dedução Complexas
03. Observação- Didático
05. Comparação
Escuta 03. Cópia
06. Atividades 5. Memorização
04. Registro 04. Repetição
Operatórias 01. Reconhecimento
05. Manipulação 05. Imitação
07. Atividades Lógicas 02. Memória Visual
06. Concentração
08. Estratégia 03. Memória Verbal
61
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
DESENVOLVIMENTO DA AFETIVIDADE
3. Sentimentos
2. Autoafirmação
1. Identificação 01. Afeto
01. Personalidade
01. Imitação 02. Ternura
02. Caráter
02. Repetição 03. Proteção
03. Consciência
03. Simulação 04. Generosidade
04. Competência
04. Dramatização 05. Agressividade
05. Competição
06. Senso Social
DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE
2. Imaginação
1. Iniciação 3. Expressão
01. Sonho
01. Transformação da Matéria 01. Gráfica
02. Fabulação
02. Atividades Artesanais 02. Pictórica
03. Ficção
03. Trabalhos Manuais 03. Musical
04. Invenção
04. Atividades Técnicas 04. Dramática
05. Criação
05. Atividades Artísticas 05. Linguística
DESENVOLVIMENTO SOCIABILIDADE
5. Valores
01. Amizade
1. Competição 3. Regras 4 . 02. Verdade
01. Ultrapassa-gem 2. Comunicação 01. Elaboração Solidariedade 0 3 .
02. Desafio 01. Trocas 02. Aplicação 01. Apoio Honestidade
03.Agressividade 02. Expressão 03. Paciência 02. Associação 0 4 .
04. Emulação 03. Colaboração 04. Espírito de 03. Espírito de Humildade
05. Tática equipe equipe 05. Fé
06. Esperança
Assim, acadêmico(a), esperamos que ao final deste tópico você seja capaz
de refletir sobre as possibilidades dos brinquedos selecionando-os adequadamente
frente às inúmeras possibilidades de uso que permite o brinquedo.
62
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
0 A 2 ANOS
FIGURA 18 - MATERIAIS
63
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
SUGESTÃO DE MATERIAIS
DICAS
64
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
FIGURA 19 - PARABÓLICOS
O professor pode confeccionar ou
customizar dois macacões feitos de tecido
pluma, leve e macio, em duas cores diferentes,
bem vivas, com algumas aplicações de cor
branca.
Sortear duas crianças para dar início à brincadeira ou então deixar que o
grupo as escolha.
Entregar a cada criança uma bola e mostrar que ela se prende facilmente
ao macacão. Explicar a maneira de jogar, quais os alvos a serem atingidos e o
número de pontos necessários para vencer.
Combinar quanto vai valer o acerto em cada uma das aplicações brancas
e em cada parte do corpo.
Cada criança deve correr pelo espaço, procurando evitar que o adversário
a acerte com a bola. Durante a brincadeira, ajudar os jogadores a fazer a contagem
dos pontos. Pode-se optar pela presença do juiz, que será uma terceira criança.
2 a 4 ANOS
65
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
BUG-BALL
FIGURA 20 - BUG-BALL
O professor deve confeccionar um
painel circular com 197 cm de diâmetro,
forrado com tecido de nylon de cor preta,
fechado com zíper, removível.
66
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
FIGURA 21 - COLEBALL
O professor deverá confeccionar
dois coletes, um preto e outro azul, feitos
em tecido de nylon. Na parte das costas
encontram-se faixas de velcro coloridas.
Na frente existem aplicações de figuras
de cinco frutas diferentes, recobertas
de velcro. Acompanham duas bolas
brancas, recobertas de tecido pluma.
Sortear ou escolher duas crianças para
dar início à brincadeira.
Pedir que vistam os coletes. Entregar a cada criança uma bola e deixar que
descubram e experimentem como a bola pode prender-se ao colete. Explicar a
maneira de jogar, quais os alvos a serem atingidos, as faixas de velcro, as frutas e
o número de pontos para vencer.
Combinar quanto vai valer o acerto em cada fruta e nas faixas coloridas.
Cada criança deve correr pelo espaço, procurando evitar que o adversário a acerte
com a bola. Durante a brincadeira, ajudar os jogadores na contagem dos pontos.
Pode-se optar pela presença do juiz, que será uma terceira criança.
67
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
DOCE SABOR
Descobrindo e experimentando…
Falar das cores, dos aromas e dos sabores: incentivar as crianças a separar
as balas, contar, agrupar de acordo com a cor, desembrulhar, cheirar, experimentar
o sabor, sentir a forma e localizar o furo central. Pedir que coloquem todas as balas
em um pote.
68
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
• Procurar o tubo de pastilhas de menta para fazer uma pulseira. Abrir e sentir o
cheiro, experimentar o sabor, reconhecer a forma, contar as pastilhas e enfiá-las
em fios do tamanho adequado para uma pulseira.
Construindo um brinquedo...
PINTURA A DEDO
• Pedir às crianças que escolham uma das caixas de gelatina para fazer a tinta.
• Ajudá-las a abrir a embalagem e despejar o conteúdo em um recipiente, de
tamanho grande o suficiente para caber as duas mãos juntas.
• Encher um copo com água e pedir que coloquem o dedo dentro para sentir se
está cheio, ou então verificar a quantidade de água pelo peso do copo. Misturar a
água com a gelatina usando as mãos e também experimentar o gosto da gelatina
(tinta).
Cada criança molha as mãos na sua vez. Todas as crianças podem fazer
uma pintura
em papel ou outra superfície, usando as mãos.
Vamos modelar?
Outras brincadeiras...
69
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
CAVALO DE BRINQUEDO
MATERIAL
Saco de papel;
tubo de papel de presente;
giz de cera ou canetinhas;
70
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
jornais;
fio ou fita adesiva.
PESCARIA
MATERIAL
Lápis e papel;
isopor;
graveto;
fita adesiva;
balde ou piscina plástica;
tesoura;
peneira.
MAIS DE 4 ANOS
71
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
BATALHA NAVAL
FIGURA 25 - BATALHA NAVAL
A posição dos barcos de cada um não deve ser conhecida pelo seu
adversário.
72
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
JOGO DA VELHA
Vence a partida quem conseguir fazer primeiro uma linha reta com
suas três peças (na vertical, horizontal ou diagonal).
DAMA
FIGURA 27 - DAMA
73
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
74
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
TRILHA
FIGURA 28 - TRILHA
São dois jogadores por partida, sendo que um deles fica com nove peças
lisas e o outro com nove peças de feltro. Cada um deles vai colocar as peças em
uma metade do tabuleiro, preenchendo todos os pontos. Os seis pontos centrais
ficarão vazios.
É escolhido um jogador para iniciar o jogo. Ele vai mover uma de suas
peças ao longo da linha com lixa deslocando de um ponto até outro que esteja
vazio. Não é permitido pular peças, portanto, só pode ser feito um movimento,
se houver um ponto vazio, vizinho à sua peça.
Esta peça não volta mais para o jogo, mas aquelas que estiverem formando
uma trilha não podem ser retiradas.
75
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
BIBOLQUÊ
FIGURA 29 - BILBOLQUÊ
MATERIAL:
Caixa de leite;
tesoura;
elásticos de borracha;
bola de pingue-pongue.
76
TÓPICO 1 | SELEÇÃO E CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
DICAS
Acadêmico(a), sugerimos que você faça a leitura, na íntegra, do texto indicado. Este
foi disponibilizado pelo Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial
(SEESP), destinado a educadores(as) e pais com orientações para a utilização de brinquedos
e atividades lúdicas, para todos os alunos alertando para a importância de cada brinquedo na
promoção do desenvolvimento infantil. Acesse: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/
brincartodos.pdf>.
REFERÊNCIA: SIAULYS, Mara O. de Campos. Brincar para todos. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2005. 152 p.
77
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• Jogos e brincadeiras são classificados em cinco grandes áreas pelo ICCP (Sistema
ICCP – International Council for Children’s Play). São elas: desenvolvimento da
motricidade, intelectual, afetividade, criatividade e sociabilidade.
78
AUTOATIVIDADE
1 Pesquise e reflita sobre um brinquedo que você pode construir junto com
o aluno de 0 a 3 anos e a partir da tabela apresentada no início da unidade
aponte as competências que podem ser desenvolvidas.
79
Pedir para as crianças trazerem 2 garras pet, 10 bolinhas de gude, 1
tesoura e fitas adesivas coloridas e fita larga transparente. O professor deverá
cortar as garrafas.
Será usada a parte de cima e as duas partes de baixo. Pegue uma
parte de baixo para servir de base, coloque a parte de cima da garrafa, que foi
cortada sobre a base da garrafa com o gargalo, virado para baixo e cole com fita
adesiva larga. Após passar a fita, coloque as bolinhas. Feche encaixando com
outra base da segunda garrafa, que pode ser baixinha, estilo tampa mesmo.
Passe a fita adesiva para colar. Decore com fitas adesivas coloridas.
Desenvolvimento da motricidade: Precisão, rapidez, habilidade,
lateralidade, coordenação, consciência e controle.
Desenvolvimento intelectual: atenção, descoberta, aquisição,
aprendizado prático e aprendizado didático.
3 Pesquise e reflita sobre um brinquedo que você pode construir junto com
alunos do Ensino Fundamental e a partir da tabela apresentada no início da
unidade aponte as competências que podem ser desenvolvidas.
80
Peça para seus alunos trazerem um prato de papel ou o fundo de uma
caixa de pizza e 15 tampinhas de garrafa pet. Coloque as tampinhas organizadas
em 5 fileiras horizontais, começando a fileira de baixo com 5 tampinhas e a de
cima com 4, a próxima com três, a penúltima com dois e a última no topo
apenas com uma tampinha (vai parecer um pinheirinho de natal). A distância
de uma tampinha para outra deve ser, mais ou menos, a de um palito de
sorvete.
Peça para as crianças circularem as tampinhas demarcado o local de
cada peça. Coloque novamente as peças sobre a marcação, retire a peça central
e inicie o jogo. Pode também ser feito com uma esteira de ovos.
Desenvolvimento da motricidade: Precisão, rapidez, habilidade,
agilidade, controle.
Desenvolvimento intelectual: memória visual, descoberta, atenção,
observação, manipulação.
81
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
1 INTRODUÇÃO
O lúdico se constitui enquanto prática cultural fundamental pertencente
ao desenvolvimento humano. Construído historicamente pelos sujeitos, podemos
dizer que o lúdico é uma fonte de compreensão do mundo.
83
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Para Saviani (1997), a produção não material não é outra coisa senão a
forma pela qual o homem apreende o mundo, para o autor, o conhecimento é
multifacetado, produto das circunstâncias históricas e sociais, é algo inerente ao
próprio desenvolvimento da humanidade.
O homem não nasce sabendo pensar, agir ou sentir, então, para que
sua segunda natureza se construa é necessário o trabalho educativo, vejamos a
definição: “O trabalho educativo é o ato de produzir direta e intencionalmente em
cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente
pelo conjunto dos homens”. (SAVIANI, 1995, p.11).
84
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Este enfoque teórico tem suas raízes na teoria histórico-cultural. Para esta
teoria, a criança é entendida como sujeito do conhecimento onde a cultura faz parte
de sua natureza, que é, sobretudo, um lugar de movimento, capaz de provocar no
psiquismo as modificações necessárias ao desenvolvimento infantil.
85
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
86
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
87
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
88
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Kishimoto (2011) nos diz que desde muito pequena a criança já é capaz de
tomar decisões, interagir com pessoas, expressar o que sabe fazer, assim como é
capaz de compreender o mundo. Na opinião da autora, o que a criança mais gosta
é de brincar, é uma ação livre iniciada e conduzida pela criança.
89
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
NOTA
90
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Dessa forma, podemos dizer que quanto mais a criança conhece, descobre
e experimenta, mais o contato com o mundo externo vai se interiorizando e
contribuindo para o desenvolvimento de seus processos psíquicos. Para Marx
(apud PRADO C. JR, 2015), o conhecimento é a transposição da realidade para
o pensamento, é a representação mental do concreto a partir da intuição e da
percepção.
Leontiev (1988) aponta que a criança não aprende com qualquer atividade,
essas ocasiões são denominadas pelo autor apenas de “ação”. Segundo ele, a
criança também não aprende por aquilo que ela mais faz, mas sim por aquilo que é
significativo para ela, por exemplo, não adianta querer ensinar a grafia correta de
uma palavra colocando a criança para encher uma folha de caderno com a escrita
da palavra que a criança errou ao falar ou a escrever um texto, o autor afirma que
tal ação não terá nenhum sentido para a criança, mas, se o educador inventar uma
brincadeira com corda, bola, ou mesmo um simples jogo de soletrar palavras, a
ação passa a se constituir em atividade significativa, cujo motivo pode estar cheio
de surpresas, afetos, disputas e alegrias.
91
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
92
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
FIGURA 33 - INCLUSÃO
Sabemos que o saber escolar é dominado pela burguesia, por isso faz-
se essencial que estejamos atentos para que o brincar, o lúdico, os jogos sejam
acessíveis a todas as crianças, portanto é tarefa prima do professor oferecer à classe
trabalhadora o saber “burguês” (HERMIDA, 2009) e dotá-los de novos significados,
desarticulando os interesses burgueses e colocando-o a serviço de sua classe.
93
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
94
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Para Kishimoto (2011), a criança não nasce sabendo brincar, portanto, essa
atividade precisa ser aprendida, seja pela mediação do adulto ou por intermédio de
outras crianças, ou mesmo observando. Seja por qualquer dessas formas, a criança
aprende e pode ainda não só reproduzir como também reinventar as brincadeiras
ou outras formas de brincar.
95
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Kramer (2006) define a educação como uma prática social, onde estão
incluídos o conhecimento científico, a arte e a vida cotidiana. Para a autora, o
trabalho com crianças deve favorecer essa tríade, lembrando que a cultura também
tem seus componentes na música, na literatura, na dança, no teatro, no cinema, na
produção artística e também na produção histórica e cultural que se encontra nos
museus.
DICAS
FIGURA 34 - REPORTAGEM
96
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
A linguagem dos gestos é, para Mattos e Neira (2003), também uma forma
de expressão carregada de sentidos, significados e intenções e assume papel
fundamental no processo educativo, devendo articular-se a propostas de ações
cognitivas, afetivas e motoras, devem enfatizar os movimentos inseridos em
situações às quais as crianças se vejam obrigadas a pensar e planejar sua ação,
vivendo os movimentos não só com os músculos, mas com o coração e a cabeça.
97
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
O professor de Educação Física não só pode como deve contar histórias que
possibilitem a expressão lúdica para que a criança possa aproveitar a cultura de
que já dispõe e adquirir novas experiências com diferentes linguagens. As crianças
gostam de ouvir histórias e também de fazer comentários, gostam de participar e
não de ficarem simplesmente ouvindo caladas.
98
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Kishimoto (2011) aponta a dança das cadeiras como uma brincadeira que
privilegia relações quantitativas, como também o boliche, as argolas no poste,
brincadeiras de médico para medir as crianças, apostar corridas para ver quem
chega primeiro, cantar, recitar parlendas e trava-línguas, marcando as rimas com
batidas de palmas e outras com pés, tais brincadeiras permitem que as crianças
se introduzam no mundo da matemática, permitindo que ela comece a traçar
hipóteses como medir e quantificar, estão dentro da mesma proposta os jogos com
dominó, memória, quebra-cabeça e blocos lógicos.
DICAS
100
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
FIGURA 37 - DESCOBERTA
101
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
DICAS
102
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DICAS
Quer conhecer mais sobre Loris Malaguzzi, leia o livro “As Cem Linguagens da
Criança”, através desta leitura você conhecerá as diferentes linguagens para a formação humana.
Malaguzzi queria uma escola contra o tédio e a acomodação, uma escola que oferecesse o
melhor para as crianças.
103
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
DICAS
104
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
ATENCAO
TEMA
Coordenação
ESTRUTURA CURRICULAR
MODALIDADE/NÍVEL DE ENSINO COMPONENTE
CURRICULAR
Educação Infantil Movimento
105
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
DADOS DA AULA
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Produzir movimentos musicalizados com o corpo.
106
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Vamos continuar!
107
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
108
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Kramer (2006) nos alerta para a condição do ser criança, que subverte a
ordem e estabelece uma relação crítica com a tradição. A autora sugere que olhar
o mundo do ponto de vista da criança nos permite outra maneira de olhar a
realidade, podemos aprender com elas, a crítica, a brincadeira, ou virar as coisas
do mundo pelo avesso e complementa:
109
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Kishimoto (2011) aponta que existem muitas dúvidas dos educadores entre
o que seria considerado como jogo na função do brinquedo educativo e o que
poderia caracterizá-lo como material pedagógico, e a autora então define:
110
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
111
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Há ainda uma imensidão de classificações como: por idade, por sexo, por
tipo de material com que são fabricados, por conteúdo, por habilidade motriz, por
Sistema de Classificação ESAR; Sistema de Classificação ICCP etc.
Almada (2007) alerta para outro ponto bastante importante em relação aos
brinquedos: em todas as brincadeiras eles devem ser seguros, laváveis e estarem
em boas condições de uso. Os brinquedos do parque devem estar bem fixados,
com área gramada ou coberta e nunca sobre área cimentada.
112
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Lavável, feito com materiais que podem ser limpos: essa recomendação
se aplica especialmente às bonecas e brinquedos estofados.
113
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Kishimoto (2011) nos lembra que também são importantes os objetos de uso
doméstico que podem ser usados como brinquedos pelas crianças, pois também
são itens importantes para ampliar as experiências sensoriais das crianças. Bebês a
partir dos seis meses já utilizam as mãos para manipular objetos e:
114
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DICAS
4 O JOGO
Huizinga (2001) concebe o jogo como elemento da cultura, para ele são
características do jogo: o prazer, o caráter “não sério”, a liberdade, a separação
dos fenômenos do cotidiano, as regras, o caráter fictício ou representativo, como
também sua limitação no tempo e no espaço e a incerteza que predomina.
Kishimoto (2011) aponta para a natureza improdutiva do jogo, que por ser
uma ação involuntária da criança e por ter um fim em si mesmo, não visa a um
resultado final, pois o que importa é o processo de brincar que a criança se impõe.
A autora aponta que o jogo sempre inclui uma intenção lúdica do jogador, mas
nunca se sabe ao certo os rumos da ação de quem está jogando, que dependerá de
fatores internos, como também da conduta dos demais participantes.
O jogo é então essencial não só à saúde física como mental das crianças, é uma
brincadeira que envolve regras e é preciso mais de uma pessoa para sua execução,
tendo um papel muito importante no desenvolvimento e na aprendizagem das
crianças, sendo sua principal característica o estabelecimento de regras.
115
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
116
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
117
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Para que a criança se torne um bom jogador ela precisa lançar mão de ações,
coordenar informações, mobilizar recursos, enfrentar problemas e vencê-los, sendo
assim, segundo Macedo; Petty e Passos (2005), é fundamental que o professor
de Educação Física tenha um trabalho de intervenção, acompanhando partidas,
propondo desafios, analisando possibilidades e instigando a reflexão a fim de que
os alunos percebam as semelhanças entre o jogo e a escola que frequentam.
Outro ponto abordado pelos autores acima citados são as regras do jogo,
que se constitui em um regulador de ações, a regra é algo previamente combinado,
conhecida por todos os jogadores e que deve ser compartilhável, porém, a
construção de regras é um processo lento e gradual e existem crianças que têm
dificuldades de considerá-las, porque ainda estão muito centradas em si mesmas,
jogam guiadas pelo desejo e pelo imediatismo. Essas características são próprias
das crianças pequenas e fazem parte da infância, cabe ao professor compreendê-
las e ajudá-las na superação desta fase.
Ao jogar as crianças passam a lidar com regras que vão lhes favorecendo a
compreensão do conjunto de conhecimentos veiculados socialmente, oferecendo-
118
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Vimos então que o jogo exige uma maneira formal de proceder, pois estão
sujeitos a regras, que pode ser promotor de aprendizagens e ser considerado como
um material de ensino como também carregado de conteúdos socioculturais onde
seu uso requer planejamento que considere os elementos sociais em que se insere.
O jogo também pode ser entendido como ação livre, com um fim em si mesmo que
proporciona o simples prazer de jogar.
119
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
• Jogos simbólicos: surgem por volta dos 2 anos de idade com o aparecimento
da representação e da linguagem, quando a criança já ultrapassou a fase de
manipulação. Estes jogos buscam, com o faz de contas, encontrar satisfação
fantasiosa por meio da compensação, superação de conflitos e o preenchimento
de desejos. Para Piaget a brincadeira do faz de contas ocorre inicialmente no
plano individual para posteriormente variarem com o tempo.
Em Vygotsky o lúdico tem início aos 3 anos na vida da criança com jogos
de papéis (para Piaget, nesta fase a criança ainda se encontra no estágio sensório-
motor) o que fica em evidência para este autor é o fator social articulado à situação
imaginária criada pela criança, que incorpora elementos da cultura adquiridos por
meio de suas interações e da linguagem.
120
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DICAS
Dicas de filmes:
Além da sala de aula
Acesse: <http://portaldafamilia-filmes.blogspot.com.br/2012/11/alem-da-sala-de-aula.html>.
Baseado em uma história real, "Além da sala de aula" (ou "Além do quadro-negro") conta a
história do primeiro emprego da jovem professora Stacey Bess (a atriz canadense EmilyVan Campque)
que aceita a vaga de professora temporária de uma escola de abrigo, uma sala de aula improvisada para
crianças de famílias sem teto nos Estados Unidos, impedidas de se matricularem na escola regular.
121
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
A partir destas reflexões críticas surgem, ao largo dos anos, propostas e práticas que
pensaram e que pensam a educação de uma forma diferente. “La Educación Prohibida” é um
documentário que propõe recuperar muitas delas, explorar suas ideias e visibilizar experiências
que se atrevem a trocar as estruturas do modelo educacional da escola tradicional.
122
TÓPICO 2 | JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Anjos do Sol conta a saga da menina Maria, de 12 anos, que no verão de 2002, é vendida
pela família, no interior do nordeste brasileiro, a um recrutador de prostitutas. Depois de ser
comprada em um leilão de meninas virgens, Maria é enviada para um prostíbulo localizado
numa pequena cidade, vizinha a um garimpo, na floresta amazônica. Após meses sofrendo
abusos com outras meninas, Maria consegue fugir e atravessa o Brasil na carona de caminhões.
Ao chegar ao seu novo destino, o Rio de Janeiro, a prostituição coloca-se novamente no seu
caminho e suas atitudes, frente aos novos desafios, tornam-se inesperadas e surpreendentes.
123
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O brincar faz parte da natureza humana do homem, ele é um ser que brinca -
homo ludens. De acordo com a teoria histórico-cultural o homem aprende por
meio das atividades que realiza, orientada por parceiros mais experientes. Os
processos psicológicos superiores (a inteligência, a memória, a personalidade,
a consciência, as emoções etc.) são funções especificamente humanas que
ocorrem a partir dos processos de vida social e se desenvolvem especialmente
na atividade principal da criança, que é o brincar.
124
• A Educação Física é, portanto, uma disciplina que reconhece o valor educacional
das atividades lúdicas e que reúne o conjunto de práticas corporais dos sujeitos,
constituídas por movimentos que se dão em forma de jogos, danças, brinquedos
cantados, atividades rítmicas, brincadeiras reais ou imaginárias que revelam a
cultura corporal de cada grupo social e que podem ser aprendidas e também
ressignificadas pela criança.
125
AUTOATIVIDADE
126
UNIDADE 2
TÓPICO 3
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO
PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
1 INTRODUÇÃO
As políticas educacionais voltadas para a formação de professores
portadores de ideias, valores e atitudes certamente influenciam a prática docente e
por consequência também influenciam na formação dos alunos, determinando um
tipo de sujeito a ser educado.
127
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
A partir das palavras de Rosseto Jr. et al. (2010) e como vimos na unidade
anterior, podemos afirmar que brincar é parte da natureza humana, o homem é um
ser que brinca e isso pode tornar-se um obstáculo para a vida do sujeito produtivo
da sociedade moderna, porém, para que esta sociedade de que estamos falando
se humanize, o professor, mais do que saber técnicas e estratégias, precisará
saber brincar! Além disso, é preciso recuperar a dimensão lúdica das escolas
evidenciando o protagonismo das crianças.
128
TÓPICO 3 | A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
129
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
A ludicidade pode ser praticada com alunos de todas as idades, pois faz
parte do desenvolvimento humano, porém, em função dos video games e celulares
as crianças estão perdendo sua capacidade de brincar, assim, quando o profissional
de Educação Física trabalha por meio de atividades lúdicas, ele estimula certos
tipos de aprendizagens que, segundo Kishimoto (2011), desde que mantidas as
condições para a expressão do jogo enquanto ação intencional da criança para
brincar, o educador está potencializando situações de aprendizagem.
130
TÓPICO 3 | A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
131
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Rosseto Jr. et al. (2010) também fazem alguns apontamentos para que o
trabalho do professor de Educação física não se perca da dimensão lúdica:
• Possibilidade de todos participarem - o professor deve localizar e ajudar a
criança a superar a causa de sua não participação.
• Possibilitar o sucesso dos participantes - fundamentalmente o jogo deve ser
desafiador, portanto, nem muito fácil nem muito difícil, pois em ambas as
situações podem desmotivar os jogadores.
• Favorecer adaptações e novas aprendizagens - o professor deve criar tempos
e espaços para que a criança possa repetir suas habilidades motoras, para que
com o passar do tempo sintam-se seguras a arriscar e experimentar diversas
formas de fazer.
• Manter a imprevisibilidade - o professor deve estar sempre atento à formação
de equipes, para que haja equilíbrio. O bom jogo é aquele cujo rumo não pode
ser traçado com exatidão, menos ainda seus resultados.
132
TÓPICO 3 | A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
133
UNIDADE 2 | OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
social. O autor nos lembra que atividades de Educação Física quando malconduzidas
podem levar até mesmo propostas de jogos olímpicos, a se tornarem atividades
competitivas e agressivas.
• Desafios e surpresas - Uma atividade para ser lúdica deve ser interessante, e
para ser interessante depende de como ela foi proposta pelo professor, ou seja,
para proporcionar desafios uma estratégia bastante eficaz é oferecer às crianças
situações-problemas por meio de jogos, colocando obstáculos que a leve a buscar
a superação. O lúdico surpreende, é desafiador e incontrolável. As atividades
com bolas são as mais indicadas para proporcionar esses desafios.
Em caso de a criança tentar jogar de sua melhor maneira, mas não conseguir
acertar é necessário que o professor explicite para a criança o reconhecimento de
seu esforço, compartilhando com ela a complexidade de situações e incentivando-a
na exploração de novos movimentos. O importante é que o professor compreenda
como a criança age e enfrenta seus desafios. Essas informações vão lhe servir para
elaborar intervenções pontuais e de efeito.
Além de pensar antes de agir e planejar suas ações, o jogo sob a intervenção
do adulto faz com que a criança seja capaz de compreender as situações vivenciadas
em cada jogo e transportá-las para a escola. Discutir a respeito das relações
estabelecidas no contexto do jogo é capaz de transformar o olhar meramente
competitivo em situações de aprendizagem.
Para Rosseto Jr. et al. (2010), o trabalho voltado para a proposição de desafios
e situações-problemas levam o aluno a compreender e refletir sobre sua prática. O
professor de Educação Física deve estimular os alunos a pensarem e falarem sobre
suas ações: como enfrentam e resolvem os conflitos, quais as estratégias utilizadas,
quais foram as competências e as habilidades aprendidas e quais conhecimentos
ainda devem ser construídos.
Rosseto Jr. et al. (2010) nos alertam que com o passar do tempo os professores
devem interferir cada vez menos nos jogos dos alunos para que aprendam a gerenciar
o espaço do jogo, desde sua preparação até a ação de jogar. Para os autores, em cada
sessão os professores devem ajudar os alunos a resolver situações-problemas nas
variáveis: material, espaços, gestos e regras.
• Primeiro momento - Roda de conversa sobre o jogo do dia: a roda é feita no início
da aula para se conversar sobre o jogo ou a brincadeira que será realizada. Neste
momento a prática corporal fica no plano da representação mental e os alunos,
136
TÓPICO 3 | A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
junto com o professor fazem uma avaliação diagnóstica refletindo sobre o que as
crianças já sabem sobre o jogo. Há também a apresentação das regras, a convenção
do espaço e do material a ser utilizado. Este momento também serve para os alunos
tirarem suas dúvidas e combinarem as possíveis variações do jogo.
• Terceiro momento: a roda de conversa sobre o que foi feito na aula: as aulas de
Educação Física devem ser terminadas também com uma roda de conversas entre
o professor e as crianças. Neste momento final os alunos devem expressar o que
vivenciaram durante a aula, suas dificuldades e facilidades.
Tanto a roda inicial como a final não devem ser muito extensas e podem
também serem aproveitadas para: conversar sobre as atitudes dos alunos, avaliar as
aulas e programar os jogos das aulas futuras, observar e controlar o planejamento,
conversar sobre o que foi aprendido além do jogo.
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
138
AUTOATIVIDADE
139
140
UNIDADE 3
A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A terceira unidade está dividida em dois tópicos. No final de cada um de-
les você encontrará atividades que possibilitarão o aprofundamento de cada
conteúdo proporcionando uma reflexão sobre as práticas de jogos e brinca-
deiras na Educação Infantil e Ensino Fundamental e como também aprender
a reconhecer os principais objetivos e competências a serem desenvolvidas.
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
144
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
DICAS
145
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Durante muito tempo acreditou-se que para haver aprendizagem era preciso a
utilização de estratégias de repetição do professor e do aluno, cabendo especialmente
ao professor executar o que determinavam os especialistas, cuja finalidade era a
repetição e a memorização. (HERNÁNDEZ, 1998).
Essa perspectiva demonstra, segundo Hernández (1998), que a escola não possui
apenas a função simplista de “preparar o aluno para o futuro”, mas de considerá-lo
no presente, levando em conta as experiências e especificidades que possuem em cada
período. Para o autor, o que os alunos aprendem não pode ser organizado a partir de
decisões determinadas por grupos de especialistas, mas sim a partir de conceitos e de
ideias-chave que vão além das matérias escolares e que podem ser exploradas para
que aprendamos a estabelecer relações.
146
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
147
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Por todos esses fatores elencados acima e ainda outros, é fato quando da
ocorrência de projetos interdisciplinares nas escolas a Educação Física ser deixada
de fora ou ser relegada à mera função de andar com as crianças para ver algo
relacionado ao projeto (saídas de campo) ou ainda que o professor empreste suas
aulas para que seja passado algum filme sobre o tema em questão.
Cordiolli (2002, p. 19) nos diz que “o professor que atua numa perspectiva
148
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
149
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
1- Esporte
2- Ginástica: exercícios físicos
3- Lutas
150
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
151
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
1 ESPORTE
SABERES CORPORAIS
ESPORTE PARA SABER PATRICAR ESPORTE PARA CONHECER
Competência Conteúdo Competência Conteúdo
6º e 7º Usar de forma Intenções táticas básicas individuais dos Conhecer Lógica de
proficiente esportes de invasão: esportes de funcionamento
elementos - Procurar jogar com os companheiros. marca, técnico- dos diferentes
-Quando receber a bola, procurar ficar de
técnico táticos combinatórios, tipos de esporte.
frente para a meta adversária.
básicos dos(s) -Observar antes de agir (ler a situação do de campo Técnicas esportivas
esporte(s) jogo antes de passar, driblar! conduzir ou e taco, com elementares dos
de invasão lançar/chutar). rede divisória esportes de marca e
escolhido(s). - Deslocar-se para receber. ou parede de técnico-combinatórios
-Quando estiver no papel de defensor, rebote, e de escolhidos.
posicionar-se entre o atacante direto e a invasão Intenções tátivas e
meta a ser defendida.
elementos técno-
-Quando estiver no subpapel de
defensor do atacante sem posse de bola, táticos dos esportes
responsabiliza-se pelo adversário direto de campo e taco, com
(não é para seguir a bola). rede divisória ou
Elementos técnico-táticos básicos dos(s) parede de rebote, e de
esporte(s) de invasão escolhido(s) invasão escolhidos.
8º e 9º Usar de forma Intenções técnico-táticas avançadas Conhcer Lógica de
proficiente individuais do esporte de invasão. esportes de funcionamento dos
alguns elementos -Criar jogo em igualdade 1x1 (drible). precisão, de diferentes tipos de
técnico-táticos -Movimentar-se com trajetórias ofensivas
combate, com esporte. Técnicas
avançados, (quando ataca sem posse de bola).
combinações -Utiliza fintas para sair da marcação rede divisória esportivas elementares
táticas -Regular a distância sobre o atacante ou parede de dos esportes de
elementares e direto em função da meta. rebote, e de precisão escolhidos.
básicas no(s) -Realizar marcação individual sobre o invasão Intenções táticas e
esporte(s) atacante sem posse de bola, mas de "olho" elementos técnico-
de invasão no atacante com posse de bola. táticos dos esportes
escolhidos. Elementos técnico-táticos individuais
de combate, com rede
Atuar de forma avançados do(s) esporte(s) de invasão
ajustada em escolhido(s) divisória ou parede de
pelo menos Combinações táticas (CT) rebote, e de invasão
um sistema de -CT elementares ofensivas 2x1 e 3x2 escolhidos.
jogo de ataques -CT básica(s) do esporte(s) de invasão
e defesa no(s) escolhido(s)
esporte(s) Sestemas de jogo básicos:
de invasão -Defensivo por zona.
escolhido(s) -Ofensivo Posicional (sistema de ataque
mais simples em que jogadores atuam a
posrtir de posições fixas).
SABERES CONCEITUAIS
CONHECIMENTOS TÉCNICOS CONHECIMENTOS CRÍTICOS
Competência Conteúdo Competência Conteúdo
6º e 7º Diferenciar esportes de Conceito de esporte e de jogo Localizar Contextualização das
outras manifestações motor. culturalmente modalidades estudadas:
da cultura corporal de Transformação de jogos em as modalidades origem, grupos sociais
movimeno. esporte. esportivas envolvidos (praticantes,
Discemir as Lógica interna e externa, estruturadas. espectadores) com as
modalidades esportivas
categorias e tipos de esporte. Identificar locais práticas esportivas
com base nos critérios
Tipos de esportes que reúnem disponíveis estudadas.
da lógica interna.
Classificar diferentes diferentes modalidades. no "bairro" e Organização, condições
modalidades de acordo Nomenclatura e características materiais (oficiais socioeconômicas e
com o tipo de esporte. das técnicas dos esportes de e alternativos) estrutura física para
Identificar e nomear marca e técnico-táticos dos necessários para a a prática esportiva e
os elementos técnicos esportes de campo e taco, com prática. organização social.
ou técnico-táticos rede divisória ou parede rebote, Transformação do
individuais das e de invasão escolhidos, tanto equipamento esportivo
modalidades estudadas. para sber praticar quanto para (segurança, desempenho,
conhecer. mercantilização).
-Características do
equipamento oficial.
152
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
SABERES CONCEITUAIS
CONHECIMENTOS TÉCNICOS CONHECIMENTOS CRÍTICOS
153
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
3 LUTAS
SABERES CORPORAIS
LUTAS PARA SABER PRATICAR LUTAS PARA CONHECER
Competências Conteúdo Competências Conteúdo
8º e 9º Jogar capoeira de Roda de capoeira (rituais e códigos) Conhecer Técnicas,
Principais táticos elementares:
forma elementar diversas formas táticas e
-Movimentação contínua e
diferenciada em diferentes ritmos de interação entre estratégias
Cantar e -Circularidade da movimentação. os adversários elementares de
acompanhar -Mudanças de direção nas lutas. desequilibrio,
-Paradas momentâneas/breves,
o ritmo das mudanças de rítmo repentino. Conhecer imobilização,
cantigas nas -Aprecias as distâncias conforme o modalidades exclusão
rodas de contexto do jogo. vinculadas a de espaços
-Contragolpear
capoeira. distintos tipos delimitados.
Elementos técnicos básicos:
A ginga de lutas, tanto Regras,
Ataque e defesa: de caráter normas e
-Aú esportivo (caratê, elementos das
-Benção
-Chapa de costas judô, taekwondo) modalidades
-Meia-lua quando não escolhidas para
-Martelo de chão esportivo (djaussi, estudar o tema.
-Meia-lua de compasso
huka-huka, krav
-Rato de arraia
-Negativas maga).
-Esquivas
Acrobacias:
-Queda de rim
-Para de mão (brincadeira)
-Parada de cabeça
-Macaco
-Rolé
Ritmo, músicas, cantigas, uso dos
instrumentos
SABERES CONCEITUAIS
CONHECIMENTOS TÉCNICOS CONHECIMENTOS CRÍTICOS
Competências Conteúdo Competências Conteúdo
8º e 9º Reconhecer distintas formas Conceitos: desequilíbrio, Diferenciar e Luta, briga,
de ação sobre o corpo do imobilização, exclusão, ataque, problematizar a violência. As lutas
adversário. defesa, contra-ataque. relação lutas, brigas e como manifestação
Identificaros conceitos violência. cultural.
vinculadosao mundo das Conceitos: artes marciais, Compreender as lutas Contextualização
lutas. esportes de combate, técnicas como manifestações das modalidades de
Reconhecer semelhanças de defesa pessoal. culturais produzidas lutas selecionadas
entre as lutas com base em por grupos sociais para estudar.
critérios das lógicas internas Lógica externa: artes marciais, em determinados
e externas. técnicas de defessa pessoal; períodos e Origem social
contexto de criação; lugar de circunstâncias das lutas.
Identificar as características origem. históricas. Transformação do
das lutas escolhidas para Entender o processo sentido da prática.
estudar o eixo. Lógica interna: tipo de de esportivização das Esportivização da
Reconhecer as domínio corporal visado; lutas. lutas.
particularidades da tipo de interação permitida/
indumentária, materiais, privilegiada, distância de Identificar e valorizar História da
instalações, instituições combate, etc. a capoeira como uma capoeira.
relacionadas à capoeira e às técnica de defesa e Escravidão no
modalidades escolhidas para Regras, normas, elementos uma manifestação Brasil.
estudar lutas. ténico-táticos e estratégias corporal conectada Resistência à
de enfrentamento das lutas a outras dimensões escravidão.
escolhidas para conhcer. culturais de um grupo Manutenção de
social específico. comunidades livres.
154
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
Cantigas populares de
capoeira (ladainhas, chulas
ou quadras e corridos.)
Instrumentos: berimbau,
atabaque, pandeiro, reco-
reco, agogô.
155
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
156
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
AUTOATIVIDADE
157
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
ELEMENTOS PROJETOS
Significativa
Modelo de aprendizagem
Qualquer tema
Temas trabalhados
Por argumentação
Decisão sobre que temas
Estudante, intérprete
Função do professorado
Relacional
Sentido da globalização
Temas
Modelo curricular
Copartícipe
Papel dos alunos
Busca-se com o
Tratamento da
professorado
Informação
Índice, síntese,
Técnicas de trabalho
conferências
Procedimentos
Relação entre fontes
Avaliação
Centrada nas relações e
nos procedimentos
FONTE: Adaptado de Hernández; Ventura (1998, p. 65)
158
TÓPICO 1 | JOGOS E BRINCADEIRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
Desta forma, perceba que o professor que trabalha com projetos rompe
o esquema tradicional do ensino por disciplinas e possibilita reunir o que já foi
aprendido pelo aluno em vários campos do conhecimento. Assim, conforme
Hernández e Ventura (1998, p. 68) a função primordial do docente “é mostrar ao
grupo ou fazê-lo descobrir as possibilidades do projeto proposto (o que se pode
conhecer), para superar o sentido de querer conhecer o que já sabem”.
159
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
AUTOATIVIDADE
Para refletir a partir das leituras feitas até aqui, podemos verificar que nas
escolas os professores muitas vezes, seguem modelos prontos (projetos prontos)
sem terem participado da sua construção. Qual a sua opinião a respeito disso?
Escolha do tema.
Problematização e levantamento de hipóteses.
Revisão dos conhecimentos prévios dos alunos acerca do tema.
Definição dos objetivos de aprendizagem e dos conteúdos a serem trabalhados.
Planejamento das ações pedagógicas e encerramento.
NOTA
160
RESUMO DO TÓPICO 1
• Compreendemos que toda brincadeira possui regras ocultas que compõe uma
situação imaginária, esses momentos são concomitantes na realização do brincar
e favorecem o processo de aprendizagem infantil à medida que proporciona
autonomia para a criança dirigir seu próprio comportamento não somente pela
percepção imediata dos objetos, ou pela situação que a afeta de imediato, mas
também pelo significado dessa situação.
161
AUTOATIVIDADE
162
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Vamos lá!
163
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
• BARRA MANTEIGA
Dado o sinal de início, as crianças (três de cada vez), por escolha aleatória
saem correndo, chegando ao campo adversário, batem na palma da mão de um
dos inimigos e fogem, saltando apenas com um pé.
164
TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
• BOLA À TORRE
165
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
tanto dos passadores como dos defensores. Pode-se também determinar uma
distância maior para os passadores se posicionarem e tentarem os arremessos.
• BOLA AO CAPITÃO
MATERIAL: bolas
DESCRIÇÃO: formam-se duas equipes, com o mesmo número de
jogadores, e cada equipe escolhe o seu Capitão, sem deixar a outra equipe
interceptá-la. Quando o jogador adversário pegar a bola, sua equipe passa a
ter a posse e a tarefa de chegar com a bola às mãos de seu Capitão. Para isso, as
equipes se utilizam das habilidades básicas do futebol, como o passe, a condução
e o drible.
• CAÇADOR
166
TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
• LIMPANDO A CASA
167
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
• VÔLEI-TÊNIS
168
TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
• GATO E RATO
169
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
• PISA NA BOLA
• CARRINHO MUTANTE
MATERIAL: Nenhum.
170
TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
• O LENÇO E O COPO
• CALÇAR OS PÉS
171
UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
cadeira para cada jogador. Será colocada uma venda nos olhos de cada jogador e
todos os alunos, inclusive os representantes deverão tirar seus sapatos e colocá-
los no centro da área de jogo, formando um monte. Ao sinal do professor, os
representantes das equipes tentarão localizar seus sapatos, e calçá-los nos dois
pés da frente das respectivas cadeiras. Não poderão pegar mais de um sapato de
cada vez. Vencerá aquele que conseguir calçar os sapatos na cadeira e for mais
rápido que o outro.
• AMARELINHA
Em outra versão, mais complexa, o jogo não termina aí. Quem consegue
chegar ao céu vira de costas e atira a pedrinha de lá. A casa onde ela cair passa
a ser sua e lá é escrito o seu nome (caso não acerte nenhuma, passa a vez ao
próximo jogador). Nestas casas com "proprietário", nenhum outro jogador pode
pisar, apenas o dono, que pode pisar inclusive com os dois pés. Nesta versão,
ganha o jogo quem conseguir ser dono da maioria das casas.
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TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
DICAS
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UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Sugestões: RE – remar
MI – mingau
FA – favo de mel
SOL – solar (tocar violão)
LA – lavar (partes do corpo)
SI – silêncio.
O GATO E O RATO:
A equipe deve formar um círculo, um jogador (o rato) ficará no centro,
e outro (o gato) ficará de fora. Combina-se o horário. Então começam a rodar e
estabelece-se o diálogo entre o gato e a roda:
GATO: Seu ratinho está em casa?
CORO: Não
GATO: Que horas ele chega?
CORO: Nove horas.
GATO: Que horas são?
CORO: Duas horas.
GATO: Que horas são?
CORO: Duas horas.
A conversa prossegue até que se acerte a hora combinada. Aí o gato sai no
enlaço do rato, que é protegido pelas crianças da roda.
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TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
DICAS
DICAS
Sugerimos dois livros como suporte para as suas atividades nas aulas de Educação
Física. 1 Pedagogia lúdica: Jogos e brincadeira de A a Z
Autores: Tania Dias Queiroz e João Luiz Martins - Editora Rideel. São Paulo. 2.ed.
2 Jogos e brincadeiras para a educação física
Autora: Adela de Castro - Editora Vozes.
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UNIDADE 3 | A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
LEITURA COMPLEMENTAR
O artigo faz parte de um estudo que teve por objetivo detectar as relações
que se dão entre o adulto e o lúdico no lazer, verificando qual o papel do profissional
de Educação Física como mediador entre esses elementos. A pesquisa bibliográfica
ocorreu por intermédio das análises textual, temática e interpretativa. A pesquisa
de campo deu-se na cidade de Americana - SP, por meio de estudo comparativo,
envolvendo profissionais e adultos dentro de clubes e em um espaço público. A
técnica de coleta de dados utilizada foi a observação participante, com o uso de
diário de campo e formulários. O estudo detectou que os adultos encontram no
tempo de lazer um caminho para suprir a necessidade que sentem da manifestação
do lúdico. A atuação dos profissionais com os adultos ainda é deficiente. Constatou-
se a necessidade de uma política pública de lazer para uma participação expressiva
da população nessa fase da vida e que esteja fundamentada no componente lúdico
da cultura.
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TÓPICO 2 | PROPOSTAS PRÁTICAS COM JOGOS MOTORES NA EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO
a base da cultura?
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RESUMO DO TÓPICO 2
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AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
ALMADA, Francisco de Assis Carvalho de. Educação infantil e cidadania:
desafios da pedagogia na pós-modernidade In: HERMIDA, J.F. (Orgs.). Educação
Infantil políticas e fundamentos. João Pessoa – PB: Editora Universitária UFPB,
2007.
ALMEIDA, José Luís Vieira de; OLIVEIRA, Edilson Moreira de; ARNONI, Maria
Eliza Brefere. Mediação dialética na educação escolar: teoria e prática. São
Paulo: Loyola, 2007. 175 p. (Sociedade educativa. Consciência e compromisso).
ÁVILA, Marli Batista; SILVA Karen Batista Ávila. A música na educação infantil.
In: NICOLAU, Marieta Lúcia Machado; DIAS Marina Célia Moraes (Orgs.).
Oficinas de sonho e realidade na formação do educador da infância. Campinas -
SP: Papirus, 2003.
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BENNET, Steve; BENNET, Ruth. 365 atividades infantis ao ar livre. São Paulo:
Editora MADRAS, 2004.
BORBA A. Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: Ensino
Fundamental de nove anos - orientações para a inclusão da criança de seis anos
de idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
____. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva/
EDUSP, 1986.
____. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva,
2007. Tradução João Paulo Monteiro
____. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2001. Tradução João Paulo Monteiro
____. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. 12. ed. Petrópolis: Vozes,
2004.
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Moraes. Oficinas de sonhos de realidade: na formação do educador da infância.
In: Fazendo artes com a natureza. Campinas: Papirus, 2003.
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jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. São Paulo: Artmed, 2005.
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ROSA, Adriana P.; DI NISIO, Josiane. Atividades lúdicas: sua importância na
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histórias. In: Oficinas de sonho e realidade, 2005.
VYGOTSKY L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
____. A formação social da mente. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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ANOTAÇÕES
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