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Prevenção de

Combate a Incêndios
e Explosões
Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Esp. Erika Gambeti Viana de Santana

Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar

Fonte: Istock/getty images


·· Conhecer os conceitos básicos da segurança contra incêndio e os elementos que a
compõem.
·· Conhecer e identificar os agentes extintores de incêndio.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Introdução ao Tema

O objetivo desta unidade é mostrar quais os princípios básicos relacionados ao controle


da fumaça e como ela se movimenta no ambiente; estudar os métodos fundamentais que as
normas regulamentadoras NBR, NFPA e BS nos apresentam; e também como o Corpo de
Bombeiros de SP traz instruções.
Importante lembrar o porquê de se instalar sistemas automáticos de incêndio - os
mesmos se fazem necessários para detectar, avisar e ajudar no combate contra a fumaça
ocasionada em um incêndio em diversas configurações de edificações. Esses sistemas
atuam na fase inicial dos incêndios, por isso se tornam fundamentais quando falamos de
proteger a integridade das áreas.
Essa fumaça é direcionada pelo fluxo do ar e circula de acordo com ele quando está dentro
de uma edificação. O fogo pode demorar pra se expandir por diversas áreas; já a fumaça se
propaga rapidamente, pois consegue passar pelos vãos, janelas, portas, buracos e todas as
fissuras existentes na edificação.
Podemos controlar essa fumaça e o movimento dela através de alguns princípios:
a) tentar dispersar a fumaça para as áreas externas, seja manualmente ou mecanicamente;
b) trabalhar com a pressão de ar dos ambientes, fazendo com que se controle o movimento
da fumaça;
c) forçar um fluxo de ar, fazendo assim com que essa fumaça possa ser controlada pela
velocidade apresentada.
Nos códigos e normas regulamentadoras que tratam sobre segurança contra incêndio,
devem conter os critérios de projeto. Mas, também se faz necessário que sejam estudados
os critérios propostos e sua efetividade diante de um problema, para que se tenham sistemas
efetivos. Todos os projetos apresentados devem conter alternativas, para que em caso de
não se obter bons resultados com um sistema outros possam ser utilizados. Essas alternativas
precisam estar dentro das regulamentações aceitas, possuir procedimentos de testes e serem
aceitas por órgãos especializados.
Atualmente, as normas de segurança NBR 14880 e 9077 vêm exigir que exista o controle
de fumaça, principalmente nas áreas de escadas de emergência. Além dessas normas, também
é exigido pelo Corpo de Bombeiros que seja controlado o movimento de fumaça em outros
ambientes, conforme Decreto Estadual 56.819/2011 e IT15.
Deve-se garantir a integridade dos sistemas através de: confiança nas fontes de energia,
proteção dos sistemas, equipamentos de monitoramento, equipamentos e materiais de
qualidade e também uma manutenção periódica dos sistemas.
Os exercícios de abandono não deverão ser realizados sempre da mesma forma, pois no
caso da ocorrência acontecer, as pessoas podem não conseguir seguir apenas um plano e
acabar se confundindo e atrapalhando. Por isso, é necessário que sejam seguidos alguns
procedimentos diferenciados em cada treinamento, dando novas soluções aos casos em que
for necessário abandonar a edificação, minimizando, assim, os graves riscos.

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Esses exercícios precisam estar bem planejados, seguindo uma simulação de possíveis
situações reais de incêndio, trazendo às pessoas um momento mais verdadeiro, ajudando para
que momentos reais sejam bem parecidos aos vividos nas simulações. É importante ressaltar
novamente que nos exercícios é bom que haja várias situações, várias simulações por saídas
diferentes, possibilitando, assim, diversas alternativas. As pessoas precisam conhecer bem as
saídas e escadas de emergência e como chegar até elas no momento do incêndio.

Para que se possam reduzir os princípios de incêndio, é importante que se tenha um sistema
composto por pessoas, equipamentos de segurança apropriados, materiais e documentos
técnicos, junto com normas e procedimentos que visam promover a prevenção e segurança
do ser humano e também da edificação diante de focos de incêndio e fumaça.

Os incêndios começam pequenos e em um único foco. Conforme o tempo vai correndo


sem que haja o seu controle, ele pode ter uma grande abrangência. Brigadistas possuem a
função de auxiliar assim que ocorre o sinistro, cada um com sua atividade específica, seja em
caso de manutenções convencionais ou em caso de chamados de ocorrências.
Esta brigada de incêndio é formada por diferentes pessoas, que normalmente são voluntárias
e capacitadas para trabalhar nos momentos das ocorrências, bem como na sua prevenção,
antecipando os riscos.

Leitura Obrigatória

Controle do Movimento da Fumaça


Qualquer tipo de incêndio pode produzir fumaça, que se não for controlada, pode se espalhar
rapidamente pelo interior do edifício, colocando em risco a vida humana e comprometendo
os bens materiais. Um sistema de controle de fumaça deve ser projetado essencialmente para
impedir o fluxo da fumaça em direção às rotas de fuga e áreas de refúgio.

O sistema de controle de fumaça deve se manter operante durante todo o período de


evacuação das áreas protegidas. Os sistemas devem ser projetados para ocupações e
arquiteturas específicos. Adicionalmente, o projeto desses sistemas deve estar compatível com
os demais sistemas de segurança do edifício, de modo que venha a complementá-los.

Assim, os objetivos dos sistemas de controle de movimentação de fumaça são:


a) garantir aos ambientes condições aceitáveis para a realização da evacuação segura
durante o período necessário para essa operação;
b) controlar e reduzir o deslocamento da fumaça do incêndio;
c) oferecer condições para que os bombeiros possam atuar nas operações de localização
e salvamento de pessoas assim como de combate ao incêndio;
d) contribuir para a redução das perdas patrimoniais.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Princípios Básicos
Normalmente, a fumaça segue o fluxo de movimentação do ar no interior da edificação.
Apesar das chamas ficarem contidas num compartimento resistente ao fogo, a fumaça pode
se propagar rapidamente para áreas adjacentes, através de aberturas como vãos, shafts, dutos
e portas abertas.
Os principais fatores que permitem a propagação da fumaça para os outros compartimentos
que não de origem do incêndio são:
a) efeito chaminé, em função da diferença entre temperatura interna antes e durante o
incêndio e a temperatura externa;
b) condições atmosféricas, particularmente ventos;
c) sistemas mecânicos de ventilação e ar condicionado.
Os fatores indicados acima causam diferenças de pressão entre ambientes que podem
propiciar a propagação da fumaça. E o movimento da fumaça pode ser controlado através da
alteração dessas diferenças de pressão.
Componentes e elementos construtivos, como paredes, pisos, portas, dampers e escadas à
prova de fumaça podem ser utilizados em conjunto com sistemas de aquecimento, ventilação e
ar condicionado para auxiliar no controle do movimento da fumaça. Um projeto arquitetônico
global adequado e uma boa execução são essenciais para o controle do movimento da fumaça
no interior de edificações.

Fig. 01: Acervo do Autor

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O controle do movimento da fumaça pode ser obtido, em níveis variados de efetividade,
através dos seguintes princípios:
a) dispersão natural ou mecânica da fumaça por aberturas para o exterior;
b) diferença de pressão de ar entre dois ambientes, grandes o suficiente para o controle
forçado do movimento da fumaça; ou
c) fluxo de ar forçado suficiente para controle do movimento da fumaça.
O primeiro princípio é conhecido como ventilação e exaustão natural ou mecânica, utilizado
para retardar a rápida propagação da fumaça do ponto onde ela é gerada para os ambientes
adjacentes. O segundo é o da pressurização, e tem como princípio o estabelecimento de uma
maior pressão nos espaços adjacentes às zonas ocupadas pela fumaça, fazendo com que esta
não entre em ambientes que se deseja proteger, como as rotas de fuga e áreas de refúgio.
O terceiro princípio, o controle através do fluxo de ar, pode ser utilizado para impedir o
movimento da fumaça de um espaço para outro por meio das aberturas de comunicação.
Como a quantidade de ar necessária para este controle é grande, o fluxo de ar não é o método
mais prático de controle de movimento de fumaça.

Sistemas naturais de controle de movimento de fumaça

Os sistemas naturais de controle de fumaça são compostos, basicamente, por duas medidas
construtivas combinadas:
· aberturas para exaustão natural da fumaça;
· barreiras para contenção da propagação da fumaça.
As aberturas para exaustão natural da fumaça devem estar localizadas próximas à região
onde a fumaça tende a se acumular; portanto, rente ao teto. O tipo de abertura deve ser
determinado de acordo com as características das áreas a serem protegidas pelo sistema e do
próprio edifício como um todo.
Normalmente, as aberturas para exaustão podem ter dois tipos de operação, ou seja,
abertos mecanicamente ou pelo efeito da gravidade.
As aberturas para exaustão acionadas mecanicamente (através de alavancas ou sistemas
pneumáticos) são normalmente providas de dispositivos de acionamento manual que permitem
inspeção/ manutenção, assim como a troca de componentes de atuação, como dispositivos
termossensores, cilindros de gás, etc.

Sistemas mecânicos de controle de movimento de fumaça

Um sistema mecânico de controle de movimento da fumaça pode consistir apenas de


exaustão mecânica associada ou não a abas de contenção e compartimentação, até um sistema
de pressurização complexo, com insuflação (pressurização) e exaustão de ar. A utilização de um
sistema em particular ou a combinação de vários depende das exigências das regulamentações
locais, do tipo de edifício considerado, assim como do tipo de ocupação específica e o nível de
segurança requerido para os seus ocupantes.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

A integridade de qualquer sistema deve ser garantida através da:

a) confiabilidade das fontes de alimentação (energia);


b) proteção contra fogo dos sistemas de controles e do sistema de monitoração;
c) qualidade dos materiais e equipamentos empregados em sua construção;
d) manutenção periódica do sistema.

Diferença de pressão
A diferença de pressão que surge com o uso de sistemas de exaustão e de pressurização
deve ser calculada e monitorada de tal forma que não dificulte a abertura nem o fechamento
das intercomunicações entre ambientes para a evacuação dos ocupantes dos edifícios.

Sistema exclusivo e não exclusivo

Os sistemas mecânicos podem ser do tipo exclusivo ou não exclusivo. O sistema exclusivo
tem como objetivo somente o controle da fumaça e fica separado dos sistemas de ventilação e
refrigeração de ar e seus equipamentos, não funcionando sob condições normais de operação
do edifício. Quando ativado, o sistema exclusivo opera especificamente para controlar o
movimento da fumaça. O sistema não exclusivo é aquele que compartilha seus componentes
com outros sistemas, como o de ventilação e ar condicionado. A ativação do sistema de
controle causa uma alteração no seu modo de operação normal para obter o efetivo controle
do movimento da fumaça.

Vantagens e desvantagens do sistema exclusivo e não-exclusivo


Sistema Vantagens Desvantagens
Exclusivo • alterações dos controles durante uma • pode ter um custo mais alto;
manutenção do sistema tem poucas • falhas nos seus componentes podem passar desapercebidos
chances de acontecer; pois não afetam a operação normal do edifício.
• a opreação e o controle costuma ser simples
• são menos influenciados por alterações em
outros sistemas do edifício.
Não-Exclusivo • falhas nos seus componentes dificilmente • o sistema pode-se tornar muito complexo;
passam desapercebidos pois afetam o • alterações feitas inadvertidamente no sistema como um
sistema como um todo; todo pode afetar o desempenho do sistema de controle de
• os equipamentos podem ter menor custo movimento de fumaça;
• não é necessário espaço adicional para sua • modificações nos controles podem afetar a operacionalidade
instalação do controle de movimento fe fumaça que podem ocorrer com
maior frequência.

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Controle de Fumaça nos Pavimentos
O controle do movimento da fumaça ainda pode ser realizado de duas maneiras: através da
proteção de circulações verticais ou da proteção de pavimentos.

O sistema mais simples de controle nos pavimentos consiste apenas de uma exaustão
mecânica localizada, acionada em função da presença da fumaça no compartimento ou na
área onde o sistema está presente.

Em grandes espaços, como átrios e circulação de shopping centers, palcos e/ou plateia de
teatros, etc., onde se estima uma grande concentração de público, são necessárias providências
específicas para controle de movimento de fumaça. Estas são determinadas por normas como
a NFPA 92B – Smoke Management Systems in Hall, Atria and Large Areas, a BS 5588:
Part 10 – Fire precautions in the design and construction of buildings. Code of practice for
shopping complexes ou na IT-15 Controle de Fumaça, e visam garantir, por um tempo maior,
a fuga segura de seus ocupantes.

Fig. 02: Acervo do Autor

Outro sistema, mais complexo, depende da diferença de pressão produzida por insufladores
de ar no interior do edifício, para conter a expansão da fumaça do incêndio, impedindo a
sua entrada em ambientes/ compartimentos/ pavimentos não afetados pelo incêndio. Esse
sistema, denominado de pressurização, pode compor, assim, um sistema de controle por
zonas no interior do edifício.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Fig. 03: Acervo do Autor

Fig. 04: Acervo do Autor

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Fig. 04: Acervo do Autor

Controle de Fumaça nas Circulações Verticais


O método mais comum de controle mecânico do movimento de fumaça em caixa de escadas
é o da pressurização.
O objetivo da pressurização de caixas de escadas é garantir um ambiente sustentável no
seu interior na eventualidade de um incêndio, durante o movimento de abandono do edifício
por seus usuários. Um segundo objetivo é oferecer ao bombeiro uma área segura próxima à
área do incêndio. A norma brasileira NBR 14880 estabelece os parâmetros para o projeto de
sistema de pressurização de escadas de emergência. A Instrução Técnica correspondente, no
Estado de São Paulo, é a IT Nº13, disponível para download gratuito.

Planos de Abandono
O objetivo dos planos de abandono é assegurar uma utilização eficiente e segura das rotas
de fuga disponíveis. Os treinamentos adequadamente planejados garantem a evacuação
ordenada, sob controle, e evita o pânico.

A utilidade de treinamento de evacuação e onde estes devem existir dependem das


características da ocupação, sendo mais efetivos em edifícios onde os ocupantes estão
habituados a se movimentar sob disciplina e controle. Por exemplo, as escolas oferecem a
possibilidade de um treinamento mais desenvolvido do que qualquer outro tipo de ocupação.

Nos edifícios onde a lotação é variável e não existem elementos disciplinadores, como hotéis
ou lojas/ shopping centers, treinamentos periódicos são impossíveis de serem realizados com

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

todos os seus ocupantes. Nesses casos, os treinamentos devem ser limitados aos funcionários,
que podem ser orientados quanto aos procedimentos adequados a serem tomados e treinados
para orientar os ocupantes eventuais (hóspedes e visitantes) do edifício em caso de incêndio.
Em outros tipos de ocupação, como hospitais, os funcionários devem ser treinados baseados
em procedimentos específicos para o caso de incêndio, e tais treinamentos são recomendados
também para todos os tipos de ocupação, independentemente de haver treinamento de
abandono para todos os ocupantes ou não.

Os treinamentos de abandono devem ser conduzidos periodicamente e devem ser planejados


com a cooperação das autoridades locais.

A responsabilidade do plano e condução dos treinamentos deve ser de pessoas com


competência, devidamente qualificadas. Ênfase deve ser dada sempre à evacuação realizada
com disciplina e não à velocidade.

O exercício deve incluir procedimentos que garantam a participação de todos os ocupantes


do edifício. Se um exercício é considerado meramente rotineiro, do qual algumas pessoas
podem ser excluídas, corre-se o risco do mesmo falhar no caso de um incêndio real. Os
exercícios devem ser realizados em datas e horários não esperados e sob condições variadas
que simulem situações incomuns que podem ocorrer no caso de incêndio.

Brigadas de incêndio

Muitos incêndios podem ser evitados ou controlados antes que causem sérios danos. Uma
brigada de incêndio, que faz parte de uma equipe de emergência, pode reduzir significativamente
o potencial de perdas por incêndio numa empresa.
A brigada de incêndio é definida na norma ABNT- NBR 14276 – Programa de brigada de
incêndio como: “grupo organizado de pessoas, voluntárias ou não, treinadas e capacitadas para
atuar na prevenção, abandono e combate a um princípio de incêndio e prestar os primeiros
socorros, dentro de uma área pré-estabelecida”.
Tanto a NBR 14276 como a IT17 – Brigada de incêndio estabelecem condições mínimas
para formação de brigadas de incêndio.
As atribuições da brigada de incêndio são as seguintes, divididas em ações de prevenção e
de emergência.
Ações de prevenção:
· Avaliação dos riscos existentes;
· Inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio;
· Inspeção geral das rotas de fuga;
· Elaboração de relatório das irregularidades encontradas;
· Encaminhamento do relatório aos setores competentes;
· Orientação à população fixa e flutuante;
· Exercícios simulados.
·

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Ações de emergência:
· Identificação da situação;
· Alarme/ abandono de área;
· Acionamento do corpo de bombeiro e/ou ajuda externa;
· Corte de energia;
· Primeiros socorros;
· Combate ao princípio de incêndio;
· Recepção e orientação ao corpo de bombeiros;

A composição da brigada de incêndio deve atender aos critérios estabelecidos na norma


brasileira, em relação às condições mínimas a serem atendidas pelos candidatos, assim como
ao número mínimo de pessoas, dimensionado de acordo com o tipo de ocupação/ uso e a
população fixa/ flutuante. A norma ainda determina um treinamento de, no mínimo, 16 horas
para formação de brigadistas, assim como uma reciclagem periódica a cada 12 meses ou
quando houver alteração de mais de 50% dos seus membros.

A brigada de incêndio deve ser estruturada com os seguintes membros:


· Brigadistas: membros da brigada que executam as atribuições previamente
determinadas;
· Líder: brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência
em sua área de atuação (pavimento/ compartimento);
· Chefe de brigada: responsável por uma edificação com mais de um pavimento/
compartimento;
· Coordenador geral: responsável por todas as edificações que compõem uma planta.

Treinamento/ exercício de abandono

A norma ABNT NBR 14276 diz que:


Programa de brigada de incêndio, assim como a IT 17 – Brigada de incêndio,
determinam que os exercícios simulados de abandono devem ser realizados
a cada 6 meses, no mínimo, no estabelecimento ou local de trabalho com
a participação de toda a população. Imediatamente após o simulado, deve
ser realizada uma reunião para avaliação e correção das falhas ocorridas. No
entanto, nenhuma norma determina o procedimento que deve ser adotado
para o exercício de abandono, em função das especificidades dos diferentes
tipos de ocupação/ uso das edificações.

Planos de emergência
Planos de emergência específicos devem ser elaborados em alguns casos, para assegurar,
além da segurança dos ocupantes de uma área, a proteção dos bens envolvidos, de forma a
impedir que os danos atinjam proporções catastróficas. Nesses casos, o plano não só envolve
a brigada de incêndio, mas também toda uma equipe com funções específicas e especializadas.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

A norma brasileira ABNT NBR 14608 define Plano de Emergência como: “Plano
estabelecido em função dos riscos da empresa, para definir a melhor utilização dos recursos
materiais e humanos em situação de emergência.” (Fonte: ABNT NBR 14608).
Os principais requisitos para elaboração de um plano de emergência podem ser encontrados
na norma brasileira ABNT NBR 15219 – Plano de emergência contra incêndio – Requisitos.

Incêndios em veículos rodoviários

Os incêndios em veículos são causados, na grande maioria das vezes, por vazamentos de
combustíveis (álcool, gasolina, diesel e gás), de fluídos (de freio e de direção hidráulica), curtos-
circuitos e incêndios iniciados dentro das cabines, por cigarros ou superfícies quentes, ou ainda
pelo vazamento ou incêndio da carga transportada.
O derramamento ou perda da carga e de combustível podem também advir da colisão,
tombamento ou capotamento dos veículos.

Dados de 2002 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo


indicam a ocorrência, em média, de 7 incêndios por dia envolvendo veículos, no Estado
de São Paulo.

Incêndios em túneis

As causas dos incêndios em túneis são similares às dos incêndios em automóveis, podendo
ser estendidas também aos trens, ou seja, referem-se ao incêndio do veículo ou composição,
ao incêndio de sua carga ou ao incêndio de sua carga derramada.
As consequências, no entanto, podem ser enormemente maiores, pois podem envolver não
só os veículos diretamente vinculados ao acidente e sim todos os veículos e pessoas presentes
no interior do túnel.
Os maiores problemas relacionados a incêndios em túneis referem-se às grandes temperaturas
geradas durante o incêndio, à concentração de fumaça e à eventual presença de materiais
tóxicos, seja proveniente da carga ou como resultado de sua combustão.

Incêndios em embarcações

Os incêndios em embarcações relacionam-se ao combustível ou ao material transportado,


ao descontrole em alguma operação, incluindo carga e descarga ou à colisão da embarcação.

Incêndios em hotel

No que se refere aos hóspedes, o princípio de incêndios estão relacionados a cigarros


e similares em camas, materiais em contato com superfícies aquecidas (secar roupas sobre
luminárias ou passar roupa no quarto).

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Quando se consideram as atividades desenvolvidas no hotel, os locais mais comuns de início
de incêndios são a cozinha e a lavanderia.

Incêndios e acidentes em atividades de lazer

Algumas atividades podem produzir acidentes sérios tanto do ponto de vista pessoal, quanto
material e ambiental. Nesse contexto enquadram-se os balões (proibidos por lei), os fogos de
artifício, as fogueiras e as churrasqueiras.

Incêndios florestais

Determinadas situações de natureza meteorológica facilitam a ocorrência de incêndios


florestais, como a seca e as descargas atmosféricas (raios).
As ações humanas, no entanto, são as grandes desencadeadoras desse tipo de incêndio.
Fósforos e cigarros lançados acesos, balões, fogueiras acesas e queimadas são exemplos
desse tipo de ações.

Transmissão de calor e as técnicas de combate a incêndio


Formas de transmissão de calor

Há 3 maneiras de transmissão de calor.


1 - A condução, na qual o calor se transmite através de um material. Por exemplo, uma
barra metálica tendo um de seus lados exposto ao calor gradualmente fará com que o
lado oposto se aqueça.
2 - A convecção, na qual o aumento de temperatura provoca uma diminuição de
densidade em um fluído. Esse fluído mais quente e mais leve sobe até as regiões mais
elevadas, ao passo que o fluído mais frio desce. Como exemplos de fluído podem ser
citados o próprio ar, a água e outros materiais, como, por exemplo, gases ou combustíveis.
3 - A irradiação, que depende, em primeira aproximação, da diferença de temperatura
entre os corpos, especificamente a diferença entre as temperaturas elevadas à 4ª potência.
Irradiação
· f(T14- T04)

Sequência de um incêndio

Um incêndio depois de iniciado passa à fase de deflagração, em que o fogo consome cada
vez mais materiais e a temperatura no ambiente vai subindo, chegando-se então à fase de
incêndio generalizado, quando a maior parte dos materiais presentes entra em combustão.
Combatendo-se o incêndio ou permitindo que os combustíveis sejam consumidos até o fim
pelas chamas, o fogo entra em fase de extinção.
A operação de rescaldo visa não permitir que os materiais voltem a queimar.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Sequência de combate a um incêndio

A fase inicial de uma operação de combate refere-se à detecção do incêndio, a partir da


qual o combate inicial deverá ser iniciado. O tempo corre contra a operação, sendo que os
primeiros 5 minutos iniciais para controlar a situação são fundamentais. Caso esse controle
não seja possível, meios externos de combate serão necessários.
Terminado o combate, o rescaldo deverá ser executado.
Quanto mais tempo se demora na detecção e combate inicial, maiores são as perdas. As
perdas podem ser materiais, ambientais, econômicas, humanas ou sociais.

Os combustíveis e suas temperaturas


A temperatura de inflamação ou “flash point” é aquela na qual a substância libera vapores
combustíveis suficientes para formar mistura que se inflama na presença de fonte de ignição e
se extingue na ausência desta.
A temperatura de combustão ou “fire point” é temperatura mínima na qual a substância
libera vapores combustíveis, suficientes para formar mistura que se inflama na presença de fonte
externa sendo que a combustão se mantém mesmo sem a presença de fonte externa de ignição.
A temperatura de ignição ou “ignition point” é a temperatura mínima a partir da qual a
substância libera vapores combustíveis suficientes para formar mistura que se inflama sem a
presença de fonte externa de ignição.
Líquidos inflamáveis são aqueles com temperatura de fulgor abaixo de 70º C, e líquidos
combustíveis são aqueles com temperatura de fulgor acima de 70º C. De acordo com a
temperatura de fulgor e temperaturas de ebulição, os inflamáveis dividem-se em categorias
de IA, IB e IC. Os combustíveis são classificados em classes II, IIA, e IIB, de acordo com a
temperatura de fulgor.

Prevenção de incêndios
Como medida de prevenção básica, deve-se evitar o contato dos combustíveis com o calor.
Porém deve-se buscar evitar a propagação do incêndio e dispor dos meios para o combate
inicial do incêndio.
Passa-se aos procedimentos de abandono seguro dos ocupantes e busca-se restringir a
ocorrência ao seu ambiente de origem, dificultando a sua propagação.
Devem-se garantir os meios para acesso dos bombeiros, que combaterão o incêndio, visando
restringir o incêndio ao prédio e garantir a integridade do mesmo.
As causas mais comuns relacionadas a acidentes durante a ocorrência de incêndios
referem-se a:
a) não saber o que fazer;
b) fazer o que não sabe;
c) saber e não fazer;

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d) desconhecimento;
e) desobediência;
f) demora em dar-se o alarme;
g) demora em chamar os bombeiros;
h) obstrução dos equipamentos de combate;
i) obstrução das rotas de fuga;
j) obstrução das vias de acesso das viaturas dos bombeiros;
k) falta de treinamento da brigada;
l) equipamento(s) de combate a incêndio não funciona(m) direito.

Classes de fogo e tipos de extintores


As classes de fogo referem-se ao tipo do combustível e de suas características de queima e
de geração ou não de resíduos de combustão e também se referem aos extintores utilizados
para combater incêndios das respectivas categorias ou combinações destes.
São 4 as classes de fogo:
Classe A: materiais sólidos, como, por exemplo, papel, tecidos, madeira, carvão e pneus.
Classe B: materiais líquidos, como, por exemplo, gasolina, óleo diesel, álcool, óleos
comestíveis e óleos lubrificantes.
Classe C: equipamentos elétricos energizados.
Classe D: materiais pirofóricos, como, por exemplo, magnésio, zircônio ou titânio.
Os extintores de espuma são utilizados para combater incêndios de classes A e B.
Os extintores de dióxido de carbono podem ser utilizados em classes B e C e no início de
fogos de classe A.
Extintores de água são utilizados em incêndios de classe A e não deverão nunca ser utilizados
em incêndios de classe C, enquanto os equipamentos estiverem energizados, devido ao risco
de eletropressão.
Extintores de pó químico seco são utilizados em incêndios das classes B e C.
Como exemplos de materiais empregados em combates a incêndios de classe D, podem
ser citados areia e limalha de ferro, sendo fundamental saber quais os meios apropriados de
extinção para aquela determinada substância pirofórica.
Misturas gasosas específicas, utilizadas em incêndios classe C, como, por exemplo, etileno
cloro propano e trifluor metano ou nitrogênio, argônio e gás carbônico (comercialmente os
produtos FM 200 e FE13) substituíram outros anteriormente utilizados, como, por exemplo,
o gás Halon, por este ser agressivo à camada de ozônio.
Extintores à base de fosfato monoamônico são capazes de combater incêndios das classes
A, B e C.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Há sistemas de extinção fixos, à base de dióxido de carbono, misturas gasosas específicas


ou ainda de geração de espuma (este último empregado em combate a incêndios em tanques
e reservatórios).

Sprinklers ou chuveiros automáticos

São instalações fixas, constituídas de redes de tubulações e os chuveiros automáticos


propriamente ditos.
Os chuveiros são dotados de uma ampola termossensível que, quando exposta a uma
determinada temperatura, se rompe, abrindo a válvula e possibilitando a saída da água. Há
ampolas e elementos termossensíveis para diferentes faixas de temperatura, de acordo com o
local e condições de utilização dos sprinklers.
Para o bom funcionamento do sistema, é imprescindível a manutenção de no mínimo 1,0
metro livre abaixo do sprinkler, para que a água possa sair e formar um leque sobre a área
onde ocorre o incêndio.
Os detectores podem ser térmicos (identificam aumentos de temperatura no recinto
onde estão instalados), de fumaça (identificam a mudança nas condições de materiais em
suspensão, resultantes da combustão, na atmosfera do recinto), de gás (identificam a mudança
na concentração de um determinado gás na atmosfera do recinto) e de chama (identificam as
radiações provenientes das chamas). A correta instalação dos detectores é fundamental para o
seu bom funcionamento, devendo-se ficar atento à existência de correntes de ar que possam
desviar o fluxo de gases da área de ação dos detectores, ou da interferência de barreiras físicas
que tornem os detectores inoperantes.

Iluminação de emergência
Há 3 tipos de iluminação de emergência:
· iluminação de emergência auxiliar: é empregada em condições nas quais as operações
não podem ser interrompidas, como, por exemplo, durante cirurgias, atividades em
aeroportos ou no metrô;
· iluminação de ambiente ou aclaramento: visa garantir a saída segura de todas as pessoas
do local em caso de emergência;
· iluminação de balizamento ou de sinalização: é um sistema composto por símbolos
iluminados que indicam a rota de fuga em caso de emergência.

Incêndio real
Em um incêndio real, a temperatura sobe inicialmente de maneira lenta. Os combustíveis
vão sendo consumidos e o calor gerado possibilita a combustão de mais e mais combustíveis,
até que o calor no ambiente seja suficiente para inflamar os demais materiais. A partir do
momento em que os combustíveis sejam consumidos, inicia-se a fase de extinção.

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Incêndio padrão
Uma das maiores dificuldades dos projetistas de sistemas de proteção e combate a incêndio
ao longo dos tempos foi identificar um modelo matemático que permitisse simular a evolução
do aumento de temperatura ao longo do tempo em um incêndio real. O modelo desenvolvido
possibilita não só determinar as temperaturas, mas também expor de maneira controlada
materiais e a partir daí observar o comportamento destes em caso de incêndios.
A fórmula é: θg = θo +345 log ( 8t+1) ,
Sendo:
t é o tempo, expresso em minutos;
θο é a temperatura do ambiente antes do aquecimento em graus Celsius, geralmente tomada
igual a 20oC;
θg é a temperatura dos gases, em graus Celsius no instante t.

Rotas de fuga e saídas de emergência


As rotas de fuga devem estar bem sinalizadas, livres e desobstruídas.
As portas de emergência devem possuir barras antipânico e abrir sempre para fora, ou seja,
no sentido de saída das pessoas daquele ambiente. Caso abram para dentro, em situação de
emergência, as portas ficarão travadas pelas pessoas que desejam sair e que provavelmente
morrerão esmagadas.
Caso haja escadas na rota de fuga, a largura dos degraus deverá ser constante (não existência
de degraus em curva, nos quais há diferença na largura dos degraus).
As portas de emergência nunca deverão ser trancadas, mesmo em horários fora de
expediente.

Diques de contenção
Ao construir-se um dique de contenção, no entanto, devem se prever certos elementos
de segurança. Por exemplo, a instalação de um dreno para águas pluviais (normalmente
fechado), meios de bombeamento do material que vazou, existência de extintores interna e
externamente ao dique, hidrantes, sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Os
tanques devem estar eletricamente aterrados, assim como os veículos que os abastecem ou
que deles se abasteçam.

Sistemas de extintores de combate contra incêndio


O fornecimento de extintores de incêndio para os edifícios é justificado pela necessidade
de se efetuar o combate ao incêndio no início do mesmo e pelo fato comprovado que a
maioria dos incêndios se inicia a partir de pequenos focos, destacando-se, dessa maneira, o
quão importante é poder contar com equipamentos de combate apropriados, para que sejam
usados pelos próprios usuários do edifício, e que se distinguem pela facilidade de manuseio,
podendo ser usados após um treinamento básico.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Segundo a norma brasileira NBR 12693/2010 - Sistemas de proteção por extintores de


incêndio - Procedimento, na qual esta apostila está baseada, os extintores de incêndio são
divididos em duas categorias: portáteis e sobre rodas. O extintor portátil é definido como sendo
um aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e dispositivos de funcionamento,
contendo agente extintor destinado a debelar princípios de incêndio, sendo que sua massa
total (agente + recipiente + dispositivos de funcionamento) não pode ultrapassar 20 kg. O
extintor sobre rodas é definido como sendo um aparelho de acionamento manual, apoiado
sobre rodas, constituído de recipiente e de dispositivos de funcionamento e de locomoção,
contendo agente extintor destinado a debelar princípios de incêndios, cuja massa total não
poderá ultrapassar 250 kg. (NBR 12693, 2010)

Tipos de agentes extintores, princípios de extinção e sistemas de expulsão


A queima dos materiais ou o fogo, equivalente a uma reação de oxi-redução exotérmica,
se desenvolve, independentemente da causa que a provocou, em que o agente oxidante é o
oxigênio do ar ou o oxigênio liberado, gradualmente, devido à alteração química da própria
substância que sofre a combustão.
Na Tabela a seguir estão apresentados os princípios de extinção do fogo, que correspondem
aos agentes extintores atualmente utilizados no Brasil.
Classificação dos extintores segundo o agente extintor, princípio de extinção e sistema de
expulsão.
De acordo com o método de expulsão do agente extintor, (NBR 12693, 1993) os
extintores são classificados como:
a) de autogeração, quando a pressão necessária à expulsão do agente é
provida pela reação química do próprio agente extintor.
b) de autoexpulsão, quando o agente extintor é mantido no recipiente do
extintor na forma de gás liquefeito.
c) de pressurização direta, quando o agente extintor é mantido sob pressão,
no recipiente, com uso de nitrogênio, gás carbônico ou ar comprimido, que se
constitui em agente propelente.
d) de pressurização indireta, quando o agente propelente é mantido em
uma ampola separada e só ingressa no recipiente onde está o agente extintor,
para o combate ao fogo.

Classificação dos fogos e dos riscos


De acordo com a NR 23 – Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, a natureza do fogo, em
função do material combustível, está compreendida numa das quatro classes:
Fogo classe A - fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como madeira,
tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas que queimam em
superfície e profundidade, deixando resíduos;
Fogo classe B - fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos
e graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície;

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Fogo classe C - fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas;
Fogo classe D - fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio,
sódio, potássio e lítio.
De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados dentre os
constantes da Tabela a seguir (NR 23 – Portaria 3.214, 8 de junho de 1978).

Tabela 1: Seleção do Agente Extintor Segundo a Classificação do Fogo


Classe agente extintor de fogo
Agente Extintor
Classe
Espuma Gás Pó
de Fogo Água Pó B/C Halogenagos
Mecânica Carbônico A/B/C
A (A) (A) (NR) (NR) (A) (NR)
B (P) (A) (A) (A) (A) (A)
C (P) (P) (A) (A) (A) (A)
D Dever ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e agente extintor
Nota: (A) Adequação à classe de fogo
(NR) Não recomendado à classe de fogo
(P) Proibido à classe de fogo

Símbolos gráficos para as classes de fogo.

Fig. 05: Acervo do Autor

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Classificação dos riscos das ocupações de acordo com Decreto Estadual nº 56819

Risco baixo: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica até 300 MJ/
m2 e líquidos combustíveis com volume menor que 3,6 L.
Risco médio: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica acima de 300
MJ/m2 a 1 200 MJ/m2 e líquidos combustíveis com volume igual a 3,6 L até 18L.
Risco alto: Edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica acima de 1 200
MJ/m2 e líquidos combustíveis com volume maior que 18 L.
Os parâmetros para dimensionamento de extintores se encontram na ABNT NBR 12693
- Sistemas de proteção por extintores de incêndio.

Sistemas de hidrantes e mangotinhos


Os sistemas de hidrantes e de mangotinhos são medidas básicas de proteção contra incêndio,
acionados manualmente e instalados nos edifícios para serem utilizados pelos próprios
ocupantes em situações de emergência.
São destinados a princípios de incêndio e dimensionados para descarregar uma quantidade
de água adequada ao risco que visam proteger, sendo os mangotinhos destinados a riscos leves
e os hidrantes a riscos leves, médios e pesados. Os dois sistemas requerem brigada de incêndio
que possua habilitação compatível com as características de cada um e com as técnicas de
combate a incêndio específicas do risco que está sendo protegido.
O sistema de mangotinhos descarrega água em quantidade inferior ao sistema de hidrantes,
porém em quantidade adequada ao risco da área onde está instalado. Pode ser utilizado com
maior facilidade e rapidez e por apenas uma pessoa treinada. Além disso, é possível utilizá-
lo para combater fogos em líquidos inflamáveis e para resfriamento de tanques com líquidos
inflamáveis ou com gás, uma vez que são dotados de esguichos reguláveis que proporcionam
descarga de água nebulizada.
São indispensáveis mesmo nos locais equipados com sistemas automáticos de extinção
de incêndio, como, por exemplo, sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), pois
servirão como meios auxiliares ou complementares na extinção de incêndios. São exigidos
obrigatoriamente nos edifícios residenciais, comerciais e industriais. NBR 13714 – Sistemas
de hidrantes e mangotinho e acessórios.
Os sistemas de combate a incêndio estão divididos em sistemas de mangotinhos (tipo 1) e
sistemas de hidrantes (tipos 2 e 3).

Os componentes das instalações devem ser previstos em normas técnicas ou em


especificações reconhecidas e aceitas pelos órgãos oficiais. Os componentes que não
satisfaçam a todas as especificações das normas existentes ou às exigências dos órgãos
competentes e entidades envolvidas devem ser submetidos a ensaios e verificações, a
fim de obterem aceitação formal da utilização nas condições específicas da instalação,
expedida pelos órgãos competentes.

Fonte: NBR 13714 Hidrantes e mangotinhos

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Mangueiras
As mangueiras de incêndio para uso de hidrantes devem atender às condições da NBR
11861 e para os sistemas de mangotinhos devem atender às condições da norma EN 694.
O comprimento total das mangueiras deve ser suficiente para vencer todos os desvios e obstáculos
que existem, considerando também toda a influência que a ocupação final é capaz de exercer.

Fig. 06: Acervo do Autor

Tubulações
· A tubulação do sistema não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 (2½”).Para sistemas
tipo 1, poderá ser utilizada tubulação com diâmetro nominal DN50 (2”) desde que comprovado
tecnicamente o desempenho hidráulico dos componentes e do sistema e aprovado pelo
Órgão Competente.
· A tubulação aparente do sistema deve ser em cor vermelha.
· A tubulação deve ser fixada nos elementos estruturais da edificação através de suportes
metálicos, conforme norma NBR 10897, rígidos e espaçados a no máximo 4 m, de
modo que cada ponto de fixação resista a cinco vezes a massa do tubo cheio de água
mais 100 kg.

Fig. 07: Acervo do Autor

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Válvulas de abertura para hidrantes ou mangotinhos


As válvulas dos hidrantes devem ser do tipo angulares de diâmetro DN65 (2½”). Poderá
ser utilizada, para os hidrantes, válvula angular com diâmetro DN40 (1½”) para sistemas que
utilizem mangueiras de 40mm, desde que comprovado seu desempenho para essa aplicação,
e para mangotinhos as válvulas devem ser do tipo abertura rápida, de passagem plena e
diâmetro mínimo DN25 (1”) (NBR 13714:2000).
Na ausência de normas brasileiras aplicáveis às válvulas, é recomendável que atendam aos
requisitos da norma BS 5041 parte 1.

É recomendada a instalação de válvulas de bloqueio adequadamente posicionadas, com


o objetivo de proporcionar manutenção em trechos da tubulação sem a desativação do
sistema. As válvulas que comprometem o abastecimento de água a qualquer ponto do
sistema, quando estiverem em posição fechada, devem ser do tipo indicadoras. Recomenda-
se a utilização de dispositivos de travamento para manter as válvulas na posição aberta.
Fonte: NBR 13714:2000

Recalque para o corpo de bombeiros


Todos os sistemas necessitam ser dotados de dispositivo de recalque, consistindo em um
prolongamento de mesmo diâmetro da tubulação principal, com diâmetro mínimo DN50
(2“) e máximo de DN100 (4”), cujos engates são compatíveis aos usados pelo Corpo de
Bombeiros local.
Quando o dispositivo de recalque estiver situado no passeio, este deverá ser inserido em
caixa de alvenaria, com fundo permeável ou dreno, tampa articulada e requadro em ferro
fundido, identificada pela palavra “INCÊNDIO”, com dimensões de 0,40 m x 0,60 m, afastada
a 0,50 m da guia do passeio; a introdução tem que estar voltada para cima em ângulo de 45° e
posicionada, no máximo, a 0,15 m de profundidade em relação ao piso do passeio; o volante
de manobra da válvula deve estar situado a no máximo 0,50 m do nível do piso acabado.
Tal válvula deve ser do tipo gaveta ou esfera, permitindo o fluxo de água nos dois sentidos e
instalada de forma a garantir seu adequado manuseio (NBR 13714:2000).

Fig. 08: Acervo do Autor

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Esguicho
Estes aparelhos são para lançamento de água através de mangueiras, sendo ajustáveis,
permitindo a emissão do jato compacto ou neblina, ou não ajustáveis, permitindo somente a
emissão de jato compacto. Até que haja Norma Brasileira pertinente, devem ser construídos
em latão ligas C-37700, C-46400 e C48500 da ASTM B283 para forjados ou C-83600,
C-83800, C-84800 e C-86400 da ASTM B584, liga 864 da ASTM B30 para fundidos,
ou em bronze ASTM B62, para fundidos. Outros materiais podem ser utilizados desde que
provada a sua adequação técnica e aprovados pelo Órgão competente.
O alcance do jato compacto produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a 8
m, medido da saída do esguicho ao ponto de queda do jato. Para esguicho regulável, essa
condição é constatada na posição de jato compacto (NBR 13714:2000).

Alarme
De acordo com a NBR 13714:2000, todo sistema de Prevenção e Combate a Incêndio
deve ter alarme audiovisual, que indique o uso de qualquer um dos pontos de hidrante ou
mangotinho, sendo ativado automaticamente através de pressostato ou chave de fluxo.

Abrigo
A NBR 12779 diz que as mangueiras de incêndio devem ser protegidas em abrigos: em
zigue-zague ou aduchadas, porém as mangueiras semirrígidas podem ser protegidas enroladas,
com ou sem o uso de carretéis axiais ou em forma de oito, de maneira que permita sua
utilização com facilidade e rapidez.

Tipos de sistemas
Os tipos de sistemas previstos são dados na Tabela a seguir.

Tabela 2: Tipos de Sistemas


Mangueiras
Tipo Esguicho Diâmetro Comprimento Saída Vazão (l/min)
(mm) Máximo (m)
1 Regulável 25 ou 32 30 1 801) ou 1002)
Jato Compacto
2 40 30 2 300
Ø 16mm ou Regulável
Jato Compacto
3 65 30 2 900
Ø 25mm ou Regulável
Nota:1) os diâmetros dos esguichos e das mangueiras são nominais;
2) as vazões correspondem a cada saída

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Localização dos pontos de hidrante ou de mangotinhos


Os hidrantes ou mangotinhos devem ser espalhados de tal forma que qualquer ponto da área
a ser protegida seja alcançado por um (sistema tipo 1) ou dois (sistemas tipos 2 e 3) esguichos,
considerando-se o extensão da(s) mangueira(s) e seu caminho real e desconsiderando-se a
abrangência do jato de água, e dispostos (NBR 13714:2000):
a) nas proximidades das portas externas e/ou acessos à área a ser protegida, a não mais
de 5 m;
b) em posições centrais nas áreas protegidas;
c) fora das escadas ou antecâmaras de fumaça;
d) de 1,0 m a 1,5 m do piso.
De acordo com a NBR 13435, os pontos de hidrantes e/ou de mangotinhos precisam
receber sinalização, de maneira que permita uma localização ágil.

Fig. 07: Acervo do Autor

Dimensionamento
Conforme NBR 13714, independentemente da edificação, o dimensionamento deve
resumir-se em uma determinação da distância percorrida das tubulações, diâmetros, dos
acessórios e suportes, essencial e satisfatório para assegurar o desempenho dos sistemas
conjecturados nessa Norma.
Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso síncrono dos dois jatos de água mais
desfavoráveis hidraulicamente (aqueles que proporcionam menor pressão dinâmica no esguicho)
para qualquer tipo de sistema especificado, considerando-se no mínimo as vazões obtidas.

independentemente do procedimento de dimensionamento estabelecido, aconselha-se a


utilização de esguichos reguláveis em função da melhor efetividade no combate, mesmo
que não proporcione as vazões requeridas por esta Norma.
Fonte: NBR 13714:2000
A NBR 13714 especifica que o cálculo hidráulico das tubulações deve ser executado
por métodos adequados para esse fim, sendo que os resultados alcançados têm que atender a
uma das seguintes equações expostas a seguir:

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a) Colebrook (“Fórmula Universal”)
Lv 2
hf = f
D2g

Onde:
hf = perda de carga, em mca.
f = fator de atrito.
L = comprimento virtual da tubulação (tubos + conexões), em m.
D = diâmetro interno, em m.
v = velocidade do fluido, em m/s.
g = aceleração da gravidade, em m/s2.
b) Hazen Williams
J = 605 ×1, 85Q × C − 1, 85 × d r − 4, 85 ×105

Onde:
J = perda de carga por atrito, em kPa/m.
Q = vazão, em L/min.
C = fator de Hazen Williams (vide Tabela 9.2).
d = diâmetro interno do tubo, em mm.

Tabela 3: Fator “C” de Hazel Willians


Tipo de tubo Fator “C”
Ferro fundido ou dúctil sem revestimento interno 100
Aço preto (sistema de tubo seco) 100
Aço preto (sistema de tubo molhado) 120
Galvanizado 120
Plástico 150
Ferro fundido ou dúctil com revestimento interno de cimento 140
Cobre 150
NOTA: os valores do fator “C” de Hazen Willians são válidos para tubos novos

V = Q/A; para área deve ser considerado o diâmetro interno da tubulação.


Onde:
V = velocidade da água (m/s) (a velocidade máxima da água na tubulação não deve ser
superior a 5 m/s).
Q = vazão de água (m3/s).
A = área interna da tubulação (m²).

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Reserva de incêndio
A reserva de incêndio deve ser prevista de forma que permita o combate inicial, durante
determinado tempo. Após esse tempo acredita-se que o Corpo de Bombeiros mais próximo
agirá no combate, usando a rede pública, caminhões-tanque ou fontes naturais.
Para qualquer sistema de hidrante ou de mangotinho, o volume mínimo de água da reserva
de incêndio deve ser apurado conforme indicado (NBR 13714):
V = Q×t
Onde:
Q = vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme tabela 9.1 (l/min).
t = tempo; 60 min. para sistemas tipos 1 e 2 ;e 30 min. para sistema tipo 3.
V = volume da reserva em litros.

Reservatórios
Devem ser previstos reservatórios elevados, ao nível do solo, semienterrados ou subterrâneos.
Quando o reservatório atender a outros fornecimentos, as tomadas de água destes devem
ser instaladas de modo a garantir o volume que reserve a capacidade essencial para o combate.
A capacidade efetiva do reservatório deve ser conservada permanentemente (NBR 13714).

Brigada de incêndio
A formação da Brigada de Incêndio, necessária para operar um sistema de hidrantes e de
mangotinhos, deve ser conforme NBR 14276 - Programa de Brigada de Incêndio.

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Material Complementar
Leituras:
Instrução Técnica Nº 13/2011 – Pressurização De Escadas De Segurança
http://goo.gl/MpFn8p
Instrução Técnica Nº 15/2015 – Controle de Fumaça
http://goo.gl/QEX17B

NBR 14323/2013 – Dimensionamento de estruturas de aço de edifício em situação


de incêndio - Procedimento.

NBR 14432/2001 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de


edificações– Procedimento.

NBR 15200/2012 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.

NBR 5628/2001 – Componentes construtivos estruturais – Determinação da


resistência ao fogo.

NBR 9442/1986 – Materiais de Construção – Determinação do índice de propagação


superficial de chama pelo método do painel radiante – Método de ensaio.

NBR 10636/1989 – Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da


resistência ao fogo – Método de ensaio.

NBR 11861/1998 – Mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de ensaio.

NBR 15808/2013 – Extintores de incêndio portáteis.

NBR 14349/1999 – União para mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de


ensaio.

ISO 1182/2010 – Reaction to fire tests for products – Non-combustibility test.

ISO 3008/2007 – Fire-resistance tests – Door and shutter assemblies.

NFPA 80 A/2012 – Recommended practice for protection of buildings from exterior


fire exposures.

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Unidade: Sistemas Extintores de Combate Contra Incêndio

Referências

ABNT. NBR 14608 – Plano de emergência/ Requisitos.


NBR 11861/1998 – Mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de ensaio.
NBR 15808/2013 – Extintores de incêndio portáteis.
NBR 14349/1999 – União para mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de ensaio.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E
PENITENCIÁRIA. CORPO DE BOMBEIROS PARANÁ. NPT 015 – Controle de fumaça
– Parte 01. Disponível em: <http://goo.gl/X2fkrP>. Acesso em: 14 abr. 2016.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E
PENITENCIÁRIA. CORPO DE BOMBEIROS PARANÁ. NPT 023 – Sistema de chuveiros
automáticos. Disponível em: <http://goo.gl/oTqsnv>. Acesso em: 14 abr. 2016.
TÉCHNE. Chuveiros automáticos contra incêndio. Disponível em: <http://goo.gl/
fi18s5>. Acesso em: 14 abr. 2016.
ABNT. NBR 10897 – Proteção contra incêndio por chuveiro automático. Disponível em:
<https://goo.gl/wkwFTW>. Acesso em: 14 abr. 2016.
SECRETARIA DO ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA. POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. CORPO DE BOMBEIROS. Instrução Técnica
nº 17/2011. Disponível em: <http://goo.gl/ZkWXIk>. Acesso em: 14 abr. 2016.

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Anotações

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