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DE DIREITO DA
FAMÍLIA
E DAS SUCESSÕES
Universidade Internacional
Lisboa
1997/98
DIREITO MATRIMONIAL
HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
André figura de relevo da sociedade portuguesa durante uma visita a Espanha conhece
Maria por quem se enamora.
A partir dessa altura desloca-se com frequência ao pais vizinho e oferece a Maria valiosos
presentes que esta aceita, mas que geram grande reprovação por parte da família de André.
Meses mais tarde André pede Maria em casamento.
Contudo, os pais da noiva aconselham a filha a celebrar com André um contrato esponsalício
onde fique estabelecido não só o regime de bens do casal mas também uma pensão vultuosa
(cláusula penal) a favor de Maria no caso de André não poder ou não querer casar com ela.
O contrato é ultimado e logo se iniciam os preparativos para o casamento.
Maria, que irá futuramente viver para Lisboa, veio de imediato para Portugal e instala-se
num luxuoso hotel da capital portuguesa.
André, pelo Natal, oferece-lhe um magnifico apartamento. Contudo, algum tempo depois,
Maria, não se adaptando ao tipo de vida dos portugueses, rompe o noivado e regressa a
Espanha.
André, desiludido e magoado com a repentina partida da noiva, dá uma entrevista a uma
revista de eventos sociais e aí acusa Maria de ter uma reputação duvidosa e de ter abusado da
sua situação económica.
Seguidamente, cai em profundo estado de desanimo, deixa de trabalhar e acaba por falecer
poucos meses depois em consequência de acidente de viação.
Os pais de André, inconsoláveis com a perda do filho e atribuindo a principal
responsabilidade ao caso com Maria, intentam contra ela uma acção onde pedem uma
vultuosa indemnização.
Maria contesta, alegando a nada estar obrigada, uma vez que nada tinha ficado estipulado no
contrato esponsalício e recovem pedindo à família de André uma indemnização pelos
prejuízos causados pela entrevista de André, para além de exigir a entrega de todas as
fotografias e correspondência dela pertencentes ao espólio de André.
Quid Juris?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
António, com 15 anos de idade e Berta, com 18, contraíram casamento católico em fins de
Dezembro de 1996.
O Conservador do Registo Civil recusou-se a fazer a transcrição do casamento.
Pouco tempo depois Berta ausentou-se para o estrangeiro e António vem a contrair novo
casamento com Carlota, já depois de ter atingido a maioridade.
Entretanto Berta regressa e pretende desfazer-se do seu casamento com António.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
António tinha muitos bens imóveis mas, sofria de periódicas faltas de dinheiro. Pelo
contrário, Maria era uma comerciante abastada e levava uma vida desafogada.
António pensou que com o casamento conquistaria a almejada liquidez financeira e Maria a
segurança da propriedade fundiária.
Contudo, em 1980 começaram a existir desavenças entre o casal.
Precisamente numa altura em que as relações estavam mais difíceis Maria resolve fazer um
cruzeiro. Aí conhece Daniel, por quem se apaixona. Uns meses mais tarde, Maria sofre um
grave acidente e nessa ocasião o seu maior desejo é casar com Daniel.
Na ignorância do anterior vínculo conjugal é celebrado o casamento católico urgente.
Desgostoso António, que só em 1995 tem conhecimento do novo casamento de Maria,
intenta no Tribunal de Família de Lisboa uma acção de anulação do segundo casamento.
Maria, por sua vez defende-se nesta acção alegando que o seu casamento é válido, uma vez
que o primeiro é nulo por se basear em clara intenção simulatória?
Quid juris?
Daniel contraí casamento, em 10 de Abril de 1992, com Eduarda, viúva de seu irmão
uterino Guilherme.
Exactamente dois anos depois Eduarda vem a falecer, e em 25 de Abril daquele ano Daniel
contraí novo casamento com Hermengarda filha do anterior casamento de Eduarda.
Em Janeiro de 1997, Daniel sofre um acidente de viação que lhe é fatal, tendo deixado
testamento em que dispunha de valiosas peças de arte a favor de sua mulher Hermengarda,
invalidando assim, um anterior testamento a favor de sua irmã Joana.
Em Agosto de 1997, Hermengarda vem a contrair novo casamento com Ivo seu antigo
namorado.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
Quid juris?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
Carla decidiu então casar, nessa mesma tarde, com André tendo ambos comparecido na
Conservatória do Registo Civil onde casaram, após André ter explicado ao conservador os
motivos pelos quais ambos estavam a celebrar um casamento urgente.
Carla, há duas semanas em conversa com o marido, veio a saber que na noite do telefonema
e no próprio momento do casamento André se encontrava totalmente embriagado, facto de
que ela não se tinha apercebido.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
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2. Carlos pretende saber se pode intentar uma acção de anulação do seu casamento com
Maria ou em alternativa uma acção de divórcio?
3. António pretende igualmente saber se pode intentar uma acção de anulação do seu
casamento com Maria ou em alternativa uma acção de divórcio?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- DIREITO MATRIMONIAL -
Daí a uns dias Ana conhece Manuel, fervoroso sportinguista, por quem se apaixona
perdidamente.
1. Manuel, ao ter conhecimento dos factos, pretende saber como pode ser atacado o
casamento celebrado por Ana e procura-o no seu escritório de advogado.
Analise a situação de modo a esclarecer o Manuel quanto ao regime legal
aplicável a este caso.
2. Qual a posição doutrinária defendida pelo Conselheiro Ferreira Pinto
relativamente à solução adoptada pela Reforma de 1977 no que respeita à
legitimidade para requerer a anulação de um casamento por simulação?
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ADMINISTRAÇÃO DE BENS
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -
Quid juris?
Abel e Joana casaram, em Janeiro de 1990, sob o regime de comunhão geral de bens.
Joana era médica e Abel professor do liceu.
Em 1993, Abel herdou do pai uma propriedade rural, em Alcobaça, de cuja administração
se ocupava habitualmente.
Em Julho de 1995, durante uma ausência do seu marido, Joana mandou abrir um poço de
grande envergadura na propriedade de Alcobaça.
Em Dezembro daquele mesmo ano, Joana contraiu uma dívida de 5.000 contos para
montar consultório.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -
Diana e Fernando, ambos de 30 anos de idade, solteiros e sem filhos, ela programadora de
computadores e ele arquitecto, celebraram casamento civil em 04.02.90, sem convenção
antenupcial.
Em 06.10.90 Diana veio a herdar, por morte de seu pai um andar no Porto e a respectiva
mobília.
Em 11.12.90, Diana vendeu aquela mobília a um antiquário por 5.500 contos e com a
produto da venda adquiriu um computador e um carro, para afectar ao exercício da sua
profissão.
Fernando ao tomar conhecimento, em 03.01.91, dos negócios efectuados pela mulher
irrita-se por não ter sido consultado e pretende invalidá-los alegando que ela não os poderia
ter celebrado sem o seu consentimento.
Diana, agastada, com as intromissões do marido, decide, novamente sem o consultar,
arrendar o andar que herdou do pai por considerar que, dessa forma poderá obter um
rendimento mensal fixo para as suas despesas profissionais.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -
Entretanto, três meses antes de casar Francisco vendera um imóvel de sua propriedade sito
em Lisboa por 10 mil contos. Já na constância do matrimónio comprou, com o produto
daquela venda, um automóvel da marca Volvo.
Em 25.1.1992, o pai de Beatriz morre. Quando o seu testamento é aberto Francisco e
Beatriz vêm a descobrir que são irmãos consanguíneos, sendo Francisco filho do pai de
Beatriz, nascido fora do casamento e cuja paternidade só agora fica estabelecida.
2. Até que momento pode ser pedida a anulação do casamento? Qual o tribunal
competente?
5. Beatriz que não tinha muita prática em conduzir teve um acidente, tendo sido
condenada no tribunal a pagar 4 mil contos de indemnização a Carlos, o condutor
do outro veículo sinistrado. Carlos pretende saber se pode em algum caso pedir a
Francisco o pagamento dessa quantia.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -
2. Quem é responsável pelo pagamento do montante da letra e quais os bens que por
ela respondem?
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Francisco, comerciante, nascido em 10 de Outubro de 1943, e Isabel, dactilógrafa, nascida
em 7 de Janeiro de 1940, casaram em Lisboa, sem convenção antenupcial em 5 de Agosto
de 1965.
Em 15 de Julho de 1974, Isabel resolve vender sem o conhecimento do marido um
automóvel que José, seu pai lhe oferecera no ano anterior.
O automóvel era indistintamente utilizado por Francisco e Isabel nas suas vidas
profissionais.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -
Em 28 de Maio de 1979, Francisco como comerciante dá o seu aval a uma letra de favor
no montante de 2.000 contos (a letra de favor não tem subjacente uma relação comercial,
sim amizade, confiança).
Em 7 de Agosto de 1980, Francisco é obrigado a pagar essa letra, contudo o seu
património é insuficiente e Alberto, o credor, pretende penhorar o património do casal.
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DIVÓRCIO
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- DIVÓRCIO -
Abel e Maria são casados e têm dois filhos de 2, 3 anos de idade. Abel, em Junho de 1992,
emigrou para França em busca de trabalho e Maria ficou a viver na sua aldeia natal.
Durante o Inverno de 1992, Maria consentiu que muitas vezes depois do jantar um seu
primo afastado de nome Basílio, entrasse no domicílio conjugal onde vivia com os filhos,
em termos de concitar em alguns dos seus conterrâneos a suspeita da sua infidelidade ao
marido. Já depois de ter conhecimento destes factos, o Abel continuou a enviar dinheiro à
Maria mas, em Julho de 1993, intentou uma acção de divórcio por lhe ser intolerável
continuar a viver com a mulher.
Poderá Abel obter ganho de causa se se provarem todos os factos que acabam de ser
relatados?
Numa acção de divórcio, intentada em 1992.11.11, por Maria Armanda contra seu marido
José António, foi dada como provada a seguinte matéria fáctica:
- Autora e Réu, contraíram, sem convenção antenupcial, casamento católico no dia
1973.10.15;
- Deste casamento nasceram dois filhos: Manuel, nascido em 1975.11.17 e Maria
em 1978.12.25;
- Desde, pelo menos, Maio de 1987, o Réu sofre de alcoolismo crónico.
Em face destes factos e outros não foram dados como provados o juiz devia julgar ou
não a acção procedente e provada, decretando, consequentemente, o divórcio?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- DIVÓRCIO -
3.1.
Carla e Daniel casaram catolicamente em 1960.
Podia Carla intentar uma acção de divórcio litigioso contra Daniel em 1979?
3.2.
Eduardo e Fernanda casaram em 1938 sob a forma canónica.
Podia Eduardo intentar uma acção de divórcio litigioso contra Fernanda em 1972?
Agastado pelo facto de a mulher lhe ter ocultado a situação, Alberto pretende saber se
existe fundamento para intentar uma acção de anulação ou de divórcio?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- DIVÓRCIO -
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FILIAÇÃO
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- FILIAÇÃO -
Cleópatra irmã de Asdrúbal, que quando morreu não tinha qualquer outro parente vivo,
pode impugnar a referida perfilhação?
Se o pode, quem tem legitimidade passiva para a necessária acção judicial e que factos
tem ela de alegar e provar para obter ganho de causa?
Antónia ,estava casada com Bento, há mais de cinco anos, quando deu à luz Carlos que veio
a ser registado como filho de pais desconhecidos.
Daniel veio posteriormente a perfilhar Carlos.
Mais tarde morreu Bento e Antónia veio a casar com Eugénio.
Falecida Antónia, Eugénio pode, com base nos art.ºs 1824.º, 1825.º e 1818.º do Código
Civil, requerer ao tribunal que declare que Antónia é mãe de Carlos?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- FILIAÇÃO -
Numa acção de investigação de paternidade, tendo falecido o pretenso pai (António), que era
casado com Berta e tinha ainda como parentes vivos apenas um avô (Cândido) e três irmãos:
Danilo (casado com Gabriela), Efigénia (casada com Hércules) e Filomena (solteira),
quem tem legitimidade passiva?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- FILIAÇÃO -
1. Em face dos factos dados como provados e não provados, a acção de investigação da
paternidade proposta contra o Bernardo devia ser julgada procedente ou
improcedente?
2. Supondo que Bernardo faleceu em 25.12.87, no estado de solteiro e tendo apenas
como parentes vivos a mãe, Teresa, um irmão, Júlio e um tio Gaspar, sem ainda,
estar julgada a acção de investigação da paternidade, diga contra quem deveria
prosseguir a acção, indicando os factos e as razões de direito em que baseia a sua
resposta.
3. Tendo o António 4 anos de idade quando foi intentada a acção de investigação da sua
paternidade, diga quem é que, em sua representação, a poderia intentar, indicando
os factos e os artigos em que se baseia a sua resposta.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- FILIAÇÃO -
Abel e Berta, ambos solteiros, maiores e filhos de pais desconhecidos, viveram como se
fossem marido e mulher desde 12.12.1975 até 20.12.1978.
Em 25.01.79, separaram-se e Berta, em 05.03.1979, casou com Carlos, que não tinha
qualquer parente vivo.
Berta deu à luz em 14.05.1976 Daniel e em 16.05.1979 Francisca.
Do registo de nascimento de Daniel consta a Berta, como mãe, e o Carlos, como pai.
Em 15.12.1988, morre Berta e Eunice é nomeada tutora de Daniel.
Nunca foi intentada qualquer acção de investigação oficiosa para determinar a paternidade
jurídica de Daniel, que, todavia sempre foi tido como filho de Abel, ainda que este sempre se
negasse a considerá-lo como tal ou a contribuir com qualquer quantia para o seu sustento,
educação ou bem estar, mesmo quando vivia com a Berta.
1. Daniel quer ver reconhecido judicialmente que Abel é seu pai e propõe, em
12.03.1989, por intermédio da sua tutora, uma acção de investigação da paternidade
contra ele.
Qual a causa de pedir nesta acção e quais os factos instrumentais que têm de ser
provados para Daniel obter ganho de causa?
2. Abel considera-se pai biológico de Francisca e quer ser também o seu pai jurídico.
Descreva o que deverá fazer para conseguir tal desiderato, indicando a acção ou
acções que terá de propor e os factos que deverá alegar e provar para isso.
Abel nasceu no dia 20 de Dezembro de 1995, mas foi só registado em 1 de Janeiro de 1997,
por José, casado, médico, que declarou na Conservatória do Registo Civil que não sabia quem
era o pai, mas que sabia, por o nascimento ter ocorrido na sua casa e a ele ter assistido, que
Berta era a mãe.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- FILIAÇÃO -
Daniel e Emília, são irmãos uterinos mas, apesar disso, têm uma ligação amorosa da qual
nasce Filomena que Emília regista como sua filha, omitindo, porém, o nome do pai.
O Conservador enviou ao Tribunal uma declaração integral do Registo.
António e Manuel são os únicos filhos de um casal que já não tinha ascendentes quando
morreu num acidente de viação.
Depois da morte dos pais, António viveu maritalmente com Noémia, tendo-se separado em
31 de Dezembro de 1987.
Em 2 de Fevereiro de 1988, António casou com Maria, de quem nunca teve filhos, e no dia
seguinte Noémia deu à luz Susana, que foi registada em 25 de Fevereiro de 1988, constando
do seu registo o nome da sua mãe biológica, mas não o do pai.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
- FILIAÇÃO -
Podia ser posta nova acção para António ser reconhecido como pai de Susana?
1. Até quando?
2. Quem tinha para tanto legitimidade activa e passiva?
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DIREITO DAS SUCESSÕES
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
Abel e Berta, no estado de casados, tiveram cinco filhos: Carlos, Daniel, Evaristo,
Fernanda e Gabriela.
Carlos vivendo amancebado com Hermínia teve desta um filho: Ilídio.
Daniel do seu casamento com Josefa, teve desta dois filhos: Leonel e Manuel.
Evaristo do seu casamento com Noémia teve desta um filho: Octávio.
Fernanda é solteira e não tem filhos.
Gabriela é casada com Paulo e não tem filhos.
Abel teve de Quitéria um filho: Raúl.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
1. Supondo que num acidente de aviação morrem, sem terem deixado testamento
ou qualquer disposição de última vontade, Abel, Fernanda e Gabriela, sem ser
possível determinar quem morreu primeiro e continuando todas as outras
pessoas vivas, explique quem são os herdeiros legítimos de:
a) Abel;
b) Fernanda;
c) Gabriela.
2. Supondo que depois de terem falecido Abel, Berta e Daniel morreu ab intestato
Fernanda tendo deixado 2.200 contos em dinheiro e que quando a Fernanda
faleceu Carlos estava em estado de coma do qual não recuperou, tendo morrido
um mês depois da irmã, proceda à partilha da herança de Fernanda.
Abel quando faleceu tinha como seus parentes vivos três irmãos germanos - Carlos,
Daniel e Eurico -, dois consanguíneos - Francisco e Gabriel -,dois uterinos - Helder e
Ilídio - ,e três sobrinhos - José (filho de Berta, sua irmã germana pré-falecida e de seu
marido Teodoro, ainda vivo), Leonel (filho de Francisco e de sua mulher Úrsula,
também viva) e Manuel (filho de Ilídio e de sua mulher Verónica, já falecida).
Todos os sobrinhos eram solteiros e os seus irmãos Carlos, Daniel, Eurico, Gabriel e
Helder estavam viúvos.
Em testamento, instituíra como seus herdeiros, Norberto (solteiro e pai de Octávio e de
Paulo), Quirino (casado com Zoé, ainda viva e pai de Raul e de Susana) e Xerxes
(casado com Yolanda, igualmente viva e sem filhos) em partes iguais de um quarto do
valor dos bens que tivesse à hora da sua morte.
Francisco faleceu horas depois de Abel sem ter aceitado ou repudiado a herança deste.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
Abel tinha três filhos, dois de sua mulher Beatriz - Carlos, casado com Daniela, que
tem dois filhos (Eugénio e Francisco) e Gabriela, casada com Octávio que tem um
filho (Paulo) - e um de uma sua ligação extra matrimonial com Hermínia -Ilídio.
Beatriz, de um seu casamento anterior com João, tinha dois filhos - Leonel, casado
com Maria e Norberto.
Depois de já terem falecido Abel, Beatriz, Hermínia e João, veio a falecer Norberto
que tinha um património de 50.000 contos, depois de abatidos todos os encargos da
herança.
Em testamento deixou 10.000 contos a Carlos, o qual, porém, repudiou a herança do
irmão.
Gabriela faleceu sem ter aceitado ou repudiado a herança de Norberto.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
António e Berta, no estado de casados, tiveram três filhos: Carlos (que tendo vivido
amancebado com Daniela desta teve duas filhas: Eugénia - que do seu casamento com
Francisco, teve um filho Gabriel; e Hermínia -); Ilídio (que do seu casamento com
Josefa, teve cinco filhos - Leonel, que do seu casamento com Maria, teve uma filha
Noémia; Octávio; Paulo; Quirino; e Renato -) e Saúl.
António de um seu casamento anterior com Teresa, teve dois filhos: Ulisses e
Verónica, e esta dum seu casamento com Xerxes teve uma filha Zoé.
Berta, no estado de casada com António, teve de Abel Augusto um filho Bernardo
Bártolo, o qual do seu casamento com Carla Catarina, teve um filho Dario Dextro.
Não existem mais familiares.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
Carlos, casado com Deolinda, é uma pessoa doente e, por isso, é normalmente assistido
por Daniel, médico de quem é muito amigo, há mais de vinte anos.
Em 03.05.1992, Carlos redigiu um testamento, onde dispunha o seguinte:
• «Por minha morte pretendo que os bens que
integram a minha quota disponível sejam
atribuídos ao meu velho amigo Daniel.»
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
Sabendo que, em 04.04.1989, Isidoro doara 5.000 contos a seu irmão, 10.000 contos
a seu pai e que à data da morte tinha um património avaliado em 20.000 contos,
proceda à partilha da herança aberta por óbito de Isidoro.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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António e seu filho Bento, em viagem de avião para os Açores, desapareceram durante
o trajecto sem deixar rasto.
Ao tempo do acidente o único familiar vivo de António, além de Bento, era o seu
irmão Carlos que tem um filho Eduardo e é casado com Francisca.
Bento era casado com Diana, não tendo filhos.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
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EXAMES FINAIS
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
Gumerzindo de Janeiro de 1979 até Julho do mesmo ano esteve ausente do lar conjugal
nunca tendo aparecido à mulher apesar de ter ido viver para um apartamento situado a 500
metros daquele e nunca lhe prestando durante esse período qualquer auxílio, conquanto
Dulcídia tivesse feito diversas tentativas para lhe falar.
Sem conhecimento do marido, Eufémia, em Janeiro de 1978, procurou um médico que a
inseminou artificialmente, tendo dado à luz, no dia 02.09.1978, Caim, que foi registado
como seu filho e do Hugolino.
2. Com base nos factos relatados em Janeiro de 1982, Rolando podia intentar uma
acção de separação de pessoas e bens contra Isolinda?
3. Com base nos factos relatados, Hugolino, que só em Maio de 1979, teve
conhecimento que Caim nascera duma inseminação artificial da mulher, tinha
algum fundamento para intentar uma acção de divórcio contra Eufémia?
4. Hugolino, depois de ter conhecimento em Maio de 1979 que Caim nascera duma
inseminação artificial da mulher, podia impugnar, com esse fundamento a sua
paternidade jurídica em relação a este, em Abril de 1982?
7. Úrsula, em Janeiro de 1989, podia intentar, em seu nome, uma acção para
impugnar a paternidade de Vespasiano em relação a Xerxes e Zebedeu?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
9. Algo na hipótese lhe permite concluir que havia fortes probabilidades de, numa
acção de investigação de paternidade, Felismundo vir a ser considerado pai de
Quitéria?
Para tanto, contra quem devia ser intentada, em 04.03.1985, essa acção?
Suponhamos mais que, para além de todos os factos relatados na hipótese, Bárbara e
Dulcídia já tinham falecido, quando, num acidente de aviação ocorrido em Janeiro
de 1992, morrem Ariosto e Cloé, não sendo possível determinar quem faleceu
primeiro.
Suponhamos mais, finalmente, que Ariosto tinha um património que valia 60.000
contos e morreu sem testamento ou outra disposição de última vontade e que Cloé
tinha um património pessoal de 900.000 contos e deixou um testamento no qual
deixava 500.000 contos à Santa Casa da Misericórdia para obras de caridade.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
afilhado, e 200.000 contos ao Dr. Escolápio, seu médico assistente até à hora da sua
morte.
Acácio e Benilde, casaram em 1930 e tiveram dois filhos: Catão e Dalila, nascidos em
20.11.1931.
Catão casou com Glória, em 20.04.1961, e deste casamento nasceram dois filhos: Helena
e Irene em 20.04.1962.
Duma sua ligação adulterina com Josefa, Catão teve mais dois filhos nascidos em
12.04.1979: Leonel e Maria.
Glória, tendo enviuvado em 1980, casou com Norberto, em 13.12.1981, tendo deste
casamento nascido, em 04.08.1982, Octávio.
Dalila, em 18.04.1960, passou a viver maritalmente com Pedro, tendo, em 18.05.1960,
dado à luz Quintino e em 19.06.1962 Renato.
Helena casou com Sabino, em 11.12.1980, tendo deste casamento nascido Teodoro, em
24.01.1981, e Ulisses, em 20.03.1982.
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
Irene duma sua ligação com Catão teve uma filha Verónica, nascida em 20.08.1976, que
foi registada somente com o nome da mãe, e em 11.02.1979 casou, segundo o regime da
separação de bens, com Xerxes, de quem teve um filho Zusarte, nascido em 14.04.1980.
Quintino casou, segundo o regime da separação de bens, em 20.01.1983, com Ester tendo
deste casamento nascido em 20.02.1984, Francisca e Filomena e em 20.02.1985, Fedra e
Florival.
2. Na hipótese de a lei permitir que Teodoro seja considerado filho de Sabino, como
pode este fazer cessar tal presunção?
3. O Ministério Público pode intentar contra Catão uma acção oficiosa para
investigação da paternidade de Verónica?
4. Logo que Verónica foi registada o Conservador do Registo Civil, apesar de lhe
terem dito que o pai era Catão, devia ou não fazer remessa de uma certidão
integral do registo de nascimento ao agente do Ministério Público do tribunal
competente?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
12. Já depois de terem falecido Acácio, Benilde, Catão, Glória, Sabino, Teodoro,
Ulisses e Irene, morreu Helena em 17.05.1991, a qual:
13. Irene e Zusarte faleceram num acidente de aviação e não foi possível
determinar quem faleceu primeiro.
Supondo que todos os restantes personagens estavam vivos, proceda à partilha dos
bens de Irene e de Zusarte, tendo em atenção que:
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES
- EXAMES FINAIS -
Berta e Luís têm uma próspera situação económica e uma óptima posição social no meio
em que vivem e exercem as suas profissões.
1. Abel, pode ou não evitar que do assento de nascimento da Carla conste que é ele o
seu pai?
2. Registado Daniel logo dois dias depois do seu nascimento, pode ou não evitar-se que
do seu assento de nascimento conste que ele não é filho de Abel?
4. Considerando que nos termos do artº. 1800.º do C.C. se provou que o período de
gestação de Ilídio foi de 310 dias, a paternidade deste deve ser atribuída, de acordo
com a presunção de paternidade pater is est quem nuptiae demonstrant, a Abel ou a
Eugénio?
7. Luís com base nos factos ocorridos em 25.04.1986, podia intentar uma acção de
divórcio contra Berta e obter ganho de causa?
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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
ÍNDICE
DIREITO MATRIMONIAL..................................................................................................................................2
ADMINISTRAÇÃO DE BENS..................................................................................................................11
DIVÓRCIO............................................................................................................................................................18
FILIAÇÃO.............................................................................................................................................................22
EXAMES FINAIS.................................................................................................................................................43
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