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Projeto Pós-graduação

Curso Engenharia de Produção


Disciplina Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho
Tema Introdução à Ergonomia: Antropometria e Ambientes de Trabalho
Professora Silvana Bastos Stumm

Introdução
Vamos abordar, nesta aula, um assunto que desperta bastante atenção,
mas nem todos o entendem, falaremos sobre ergonomia e antropometria e os
ambientes de trabalho. Nosso objetivo é que você entenda o quão importante é
o estudo da ergonomia, o conhecimento de antropometria e como estão
relacionadas.
Você sabe o que é ergonomia e antropometria? Como elas estão
relacionadas aos ambientes de trabalho? Então, assista ao vídeo em que a
professora Silvana nos apresenta o que vamos aprender neste tema. Acesse o
material on-line e aproveite.

Problematização
Você é um grande profissional na área de ergonomia e sabe que para os
empregados sentirem-se melhor no ambiente de trabalho o desgaste deve ser
o menor possível, mantendo, assim, a saúde em dia. O diretor de uma grande
empresa que se preocupa com os trabalhadores o contratou porque vários
empregados têm reclamado de dores nos braços, na coluna, sentem os olhos
irritados e têm a sensação de desconforto constante.
Como houve uma reforma recente no local e o mobiliário é novo, o
diretor estranha as queixas. “Tudo foi projetado com o máximo cuidado” disse o
diretor. Essa é uma empresa que investe muito em novas tecnologias,
preocupa-se com o trabalhador e sua família. Além disso, o diretor, sempre
muito atencioso, conversa com todos os funcionários, sabe o nome de cada
um, logo se vê que é excelente pessoa. Então, logo que o número de

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reclamações começou a aumentar você foi chamado para detectar e resolver o
problema.
Como os ambientes foram projetados para haver espaços de circulação
maiores, as paredes que não interferiam na edificação foram substituídas por
divisórias. Os espaços ficaram mais amplos a fim de receber estações de
trabalho, afinal, o diretor gostava de ver todos trabalhando de forma integrada.
A central de ar-condicionado recebeu manutenção, todos os ambientes foram
pintados na cor branca para dar sensação de maior, o piso recebeu cerâmica
branca também e os empregados ganharam computadores novos.
Como poderia haver reclamação se tudo o que foi feito, foi pensando no
melhor? Como você irá resolver esse problema? De que forma encontrará a
solução? Não responda agora, estude seu material e ao final voltaremos a falar
sobre isso.

Introdução à Ergonomia
Você certamente já ouviu falar muito sobre ergonomia e deve saber seu
significado, mas consegue responder rapidamente o que é ergonomia? Um
pouco difícil, não é mesmo? Pense um pouco sobre isso que iremos responder
daqui a pouco.
Frederick Taylor (1856 – 1915), considerado o pai da administração
científica, achava que o homem produzia apenas um terço do que de fato
poderia produzir. As ferramentas deveriam ser padronizadas e o operário
deveria se adaptar à máquina.
Hoje, sabemos que não é assim e o estudo da ergonomia traz uma
contribuição bastante importante nesse aspecto. São várias as pesquisas com
o objetivo de proporcionar conforto ao trabalhador e protegê-lo das doenças
ocupacionais causadas por esforços repetitivos. Antes de abordarmos esse
assunto intensamente, vamos falar um pouco mais de história.
Taylor (1995) afirmava que uma empresa prospera mais com o resultado
da maior produção possível dos homens e das máquinas. Não vamos falar aqui

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em ganhos capitais, especificamente, mas sim na saúde do trabalhador em
relação à ergonomia. Para Taylor, o homem devia adaptar-se à máquina,
diferentemente do que dita a ergonomia.

Saiba Mais: assista ao vídeo a seguir, um trecho do filme “Tempos Modernos”


de Charles Chaplin para você ter ideia dessa adaptação do homem à máquina.
https://www.youtube.com/watch?v=KPgxcat-zYo

Segundo Taylor (1995), os operários deveriam seguir um padrão de


modo a não existir lapsos na jornada diária de trabalho. Os tempos eram
cronometrados, os trabalhadores controlados e os mais produtivos recebiam
incentivos salariais. Produzir pouco era sinônimo de “vadiagem”, expressão
usada pelo próprio Taylor. Selecionava-se o trabalhador, somava-se a ele um
método de trabalho entendido como ideal e condicionava-se a remuneração à
eficiência. Dessa maneira, acreditava-se que a produtividade seria maior.
Imagine-se vivendo àquela época. Se ocorresse um acidente de
trabalho, você saberia traduzir o pensamento de Taylor? O operário só sofria
um acidente por negligência, sendo ele o único culpado. As diferenças são
muitas. Hoje, já se sabe que há outras preocupações, tanto de cunho
psicológico quanto social.

Saiba Mais: Aproveite o que foi apresentado nesse contexto e se aprofunde


um pouco mais lendo o artigo do link as seguir com informações sobre Taylor.
http://www.ergopublic.com.br/arquivos/1253626458.4-arquivo.pdf

Agora, vamos ajudá-lo a responder o significado de ergonomia:


ergonomia, etimologicamente falando, tem sua origem nas palavras gregas
ergon e nomos. Ergon significa trabalho e nomos, regras. Com base nessas
definições Ergonomia é o estudo das leis do trabalho.
A professora Silvana vai explicar melhor sobre a teoria de Taylor e o que

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estamos estudando até aqui na videoaula que conta no seu material on-line.
Confira!
De acordo com Laville (1977), a ergonomia é uma disciplina com o
objetivo de melhorar as condições de trabalho. Segundo Iida (2005), a
ergonomia é definida como o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Mas
é importante você entender que trabalho, nessa definição, tem um significado
um pouco maior. É toda situação onde existe o relacionamento entre o homem
e uma atividade produtiva, envolvendo tanto o ambiente físico quanto os
aspectos organizacionais (IIDA, 2005).
Além das definições supracitadas, podemos citar outras ainda, como a
da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), do Institute of Ergonomics
& Human Factors da Inglaterra e mais algumas. Veja como a ergonomia é
vasta e complexa.
A ABERGO (2014), por exemplo, adota a definição da Associação
Internacional de Ergonomia (IEA): disciplina científica que trata tanto das
interações entre o homem e outros elementos quanto da aplicação das teorias
e métodos ao bem-estar humano e desempenho global do sistema.
Para o Institute of Ergonomics & Human Factors (2014) a ergonomia
envolve projetos para os indivíduos na interação com produtos, processos ou
sistemas.

Saiba Mais: Antes de continuar, faça uma breve pausa e acesse o endereço
eletrônico da ABERGO. Com certeza você encontrará informações úteis e
complementares ao seu estudo. http://www.abergo.org.br
Saiba Mias: Consulte também o site http://www.ergonomics.org.uk e veja como
a ergonomia é bastante estudada em outros países também.

Os ergonomistas, profissionais da área, são os responsáveis em


planejar, projetar e avaliar tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e
sistemas a fim de compatibilizá-los com as necessidades, habilidades e

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limitações do indivíduo (IIDA, 2005 e ABERGO, 2014).
Tais profissionais, segundo Iida (2005), preocupam-se com as seguintes
áreas: ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional.
A física está relacionada à anatomia humana, antropometria que estudaremos
mais a frente, fisiologia e biomecânica. A ergonomia cognitiva aborda os
processos mentais tais quais percepção, memória, raciocínio e resposta motora
e a organizacional envolve a otimização de sistemas.

Objetivos da Ergonomia
Vamos falar agora dos objetivos da ergonomia. Você já percebeu o
quanto temos a falar sobre esse assunto? Quantos artigos podemos ler e o
quanto devemos estudar? Então, com tantas informações é fácil imaginar um
grande número de objetivos que devemos alcançar quando tratamos de
ergonomia.
Em primeiro lugar está a saúde do trabalhador. Quando pensamos em
um ambiente qualquer de trabalho, seja um chão de fábrica ou um canteiro de
obras, a saúde sempre será o objetivo principal. Os outros objetivos relevantes
são a segurança e a satisfação do labutador (IIDA, 2005). Talvez você encontre
a eficiência como um objetivo da ergonomia, mas a eficiência surge como
resultado do trabalho em que a saúde, a segurança e a satisfação vêm antes
de tudo.

Saiba Mais: Assistindo ao filme no link indicado, você compreenderá


rapidamente esses objetivos.
http://uipi.com.br/destaques/destaque-2/2013/08/21/ergonomia-no-trabalho-e-
importante-para-a-saude-do-colaborador/

Falando mais um pouco em história... A ergonomia surgiu em 1949, na


Inglaterra, mais precisamente no dia 12 de julho. Um grupo de estudiosos
reuniu-se para discutir o assunto e formalizar sua aplicação, mas o nome veio,

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de fato, no ano de 1950. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que a
ergonomia se desenvolveu. A necessidade em aperfeiçoar e utilizar
equipamentos militares exigia esforços dos operadores (KRUGER, 2007).
Como os erros e acidentes se repetiam e muitas vezes resultavam em óbito, as
pesquisas se intensificaram ainda mais para adaptar as máquinas aos
operadores (IIDA, 2005).
Agora que já falamos sobre as definições e os objetivos, vamos abordar
as contribuições da ergonomia para o nosso dia a dia, especialmente para o
ambiente laboral.
Quem são os profissionais com quem podemos contar nessa área?
Você imediatamente pensou em engenheiro de segurança do trabalho, certo?
Mas saiba que são diversos os profissionais que podem atuar no campo da
ergonomia além do engenheiro de segurança. O engenheiro de produção faz
parte desse rol, assim como os médicos do trabalho, engenheiros de projeto,
desenhistas industriais, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas entre outros.
No vídeo disponibilizado no material on-line, a professora Silvana vai
comentar mais sobre esses profissionais. Não deixe de assistir!
Um especialista em ergonomia pode contribuir, e muito, identificando os
locais com risco de acidente e de doenças ocupacionais promovendo o bem-
estar e a saúde do trabalhador. Conforme Wisner (1987), a contribuição da
ergonomia distingue-se em concepção, correção e conscientização, Iida
(2005) ainda acrescenta a participação. Falaremos um pouco de cada uma.
Quando a contribuição acontece durante a elaboração do projeto,
chama-se ergonomia de concepção. Nesta ocasião é possível analisar todas as
alternativas, apesar de serem situações hipotéticas. Aqui o analista deve ser
bastante experiente (IIDA, 2005).
Para situações já existentes e que provocam fadiga, doenças do
trabalho, interferem na qualidade e na produtividade do indivíduo, utiliza-se a
ergonomia de correção (IIDA, 2005). Dependendo da interferência a ser feita o
custo pode tornar-se elevado.

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A ergonomia de conscientização preocupa-se em conscientizar os
trabalhadores para que lhes seja possível reconhecer e corrigir os problemas
diários (IIDA, 2005).
Por último, mas não menos importante, a ergonomia da participação tem
como objetivo envolver os trabalhadores de forma ativa na busca de soluções.
Com a compreensão deste texto e das aulas ficou mais fácil de entender
a ergonomia e seus conceitos. Aplique no seu dia a dia o que você viu aqui, dê
sugestões e orientações. Você tem muito a contribuir.

Antropometria e Ambientes de Trabalho


Não se pode falar em ergonomia sem entender o que é antropometria e
discorrer sobre os ambientes de trabalho. Com certeza, muitos de vocês
sabem a definição e importância do estudo da antropometria. Primeiramente
vamos a sua definição. Lopes Filho e Silva (2003) consideram a antropometria
como uma técnica milenar de mensuração do corpo humano e de todas as
suas partes. De acordo com o IBGE (2013), a antropometria estuda as medidas
e proporções do corpo humano ou de suas várias partes.
Vamos, então, analisar sua importância para a ergonomia. Lembra que
falamos sobre Taylor e sobre as máquinas e equipamentos da época? O
homem deveria adaptar-se à máquina e não o inverso. Agora, volte à
atualidade e reflita um pouco. O estudo da antropometria permitiu obter-se
medidas mais seguras para se fabricar roupas, equipamentos, automóveis.
Portanto, podemos dizer com segurança que são as máquinas e equipamentos
que devem adaptar-se ao homem.
A professora Silvana vai complementar nossos estudos falando mais
sobre a antropometria. Confira o vídeo no seu material virtual.
Mas que medidas devem ser levadas em consideração? Bastam apenas
as medidas ou é necessário preocupar-se com outras características?
Certamente devemos pensar em outras questões igualmente importantes como
sexo, variações intraindividuais, etnia e clima.

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Há diferença de medidas entre homens e mulheres relativa ao
crescimento, aos músculos e à gordura, além de mudanças que naturalmente
acontecem na forma e peso. As diferenças étnicas caracterizam-se,
especialmente, pelas diferenças de altura. Compare os japoneses com os
italianos, por exemplo, os italianos são mais altos. Quanto ao clima, os locais
onde a temperatura é mais elevada, os habitantes têm o corpo mais esguio se
comparado com as regiões de climas mais frios.
Com essas informações, torna-se mais simples entender que hoje
equipamentos, máquinas e ferramentas são projetados de modo a proporcionar
conforto ao usuário. Para tanto, afirma Kruger (2007), os projetos, mesmo
visando o uso coletivo, fundamentam-se na curva de Gauss. Isso garante
atender 95% da população e para os 5% restantes elaborar-se-ão projetos
específicos.
Desconsiderando-se o indivíduo de porte médio, a classificação do
trabalhador resume-se em: jovens e idosos; homens e mulheres; altos e
baixos; magros e gordos; íntegros e deficientes (KRUGER, 2007). Os postos
de trabalho que falaremos mais adiante devem atender o todo.
Mas em alguns momentos será necessário adequar o trabalho para uma
circunstância específica ocorrida durante determinada atividade. Quais
características devem ser consideradas? Conforme Kruger (2007), as
preocupações devem ser em relação às posições dos comandos, às zonas de
alcance das mãos e dos pés; às posturas ou gestos suscetíveis de impedir a
recepção de um sinal; aos membros envolvidos pelos diferentes comandos da
máquina; às ações simultâneas das mãos, dos pés ou de ambos; ao grau de
encadeamento de gestos sucessivos.

Posturas e Movimentos dos Trabalhadores


Vamos conversar agora sobre as posturas e os movimentos dos
trabalhadores nas diversas formas de labor.
A postura, segundo Iida (2005), é o aspecto mais importante para

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dimensionar o espaço de trabalho. São três as posturas básicas para o corpo
humano: deitada, sentada, em pé. Precisamos, também, definir o significado
de espaço de trabalho. Logicamente todos nós temos noção do espaço que
precisamos para exercer determinada atividade, mas será que estamos certos?
Em que nos baseamos?
“Espaço de trabalho é um volume imaginário, necessário para o
organismo realizar os movimentos requeridos durante o trabalho” (IIDA, 2005).
Entretanto, inúmeras vezes identificamos trabalhadores realizando tarefas com
postura inadequada. Com o passar do tempo surgem dores, fadiga muscular e,
em alguns casos, distensões musculares. Infelizmente, não é com frequência
que encontramos trabalhadores em posturas corretas e executando
movimentos adequados. Os principais trabalhos com consequências
prejudiciais à saúde de acordo com Iida (2005) são os trabalhos estáticos – a
mesma postura por tempo bastante longo; os trabalhos de força e os trabalhos
em posturas indesejáveis – tronco inclinado e torcido.
Vamos retomar as posturas básicas. A primeira postura a que nos
referimos, a deitada, é a indicada para repouso e recuperação de fadiga.
Alguns trabalhos como o de oficinas mecânicas, no reparo de veículos, exige o
trabalho nessa posição, mas a cabeça fica sem apoio e provoca dores
rapidamente. Na postura sentada a maior atividade muscular é do dorso e do
ventre. Inclinar-se ligeiramente à frente deixa a posição mais confortável e
natural, mas o assento deve possibilitar alternância de posições, evitando o
aparecimento precoce da fadiga muscular. Finalmente, a postura de pé facilita
o movimento do corpo como um todo, mas se a atividade não exige movimento
torna-se bastante exaustiva.
O nome OWAS que significa Ovako Working Posture Analysing System
foi criado na Finlândia por três pesquisadores, juntamente com o Instituto
Finlandês de Saúde Ocupacional (Finnish Institute of Occupational Health –
FIOH) e tinha como objetivo analisar as posturas de trabalho na indústria
siderúrgica (KARHU et al., 1977). Esse método identifica as posturas de

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trabalho mais comuns para o dorso – 4 posições, braços – 3 posições, pernas
– 7 posições, considerando o peso da carga que está sendo carregada
conforme o FIOH (2014). As tarefas foram analisadas e registradas, gerando
252 posições classificadas em 4 categorias a saber:

 Classe 1 – postura normal, sem necessidade de correção;

 Classe 2 – postura pouco prejudicial, com necessidade de correções


futuras;

 Classe 3 – postura prejudicial, com necessidade de correção a curto


prazo;

 Classe 4 – postura muito prejudicial, com necessidade de correção


imediata.

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As classes dependem do período de duração das posturas ou da
combinação das posturas dorso, braços, pernas e carga. Esse método é
utilizado como ferramenta de planejamento, tanto para estudos ergonômicos
quanto para estudos de saúde ocupacional.
Quer saber um pouco mais sobre o Ovako Working Posture Analysing
System? Então, assista à videoaula da professora Silvana no material on-line,
além disso, ela comentará também sobre as posturas.

Saiba Mais: Acesse o endereço da FIOH e você poderá ler mais sobre os
assuntos que aqui falamos!

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http://www.ttl.fi/en/ergonomics/methods/workload_exposure_methods/pages/de
fault.aspx

Para realizar os movimentos necessários para a execução de tarefas,


manter a postura de forma correta é essencial para evitar dores e desconfortos,
mas nem sempre postos de trabalho permitem ao operador manter-se ereto e
confortável. As informações abaixo estão fundamentadas no trabalho de Kruger
(2007).

 Mãos e braços: o que determina o posicionamento dos controles e dos


comandos de um maquinário é o espaço necessário para mãos e braços
realizarem preensão e movimentos, e a altura de alcance. Isso influencia
diretamente o arranjo físico do posto de trabalho.
As ferramentas corretas para tarefas que as exigem devem permitir
manter as articulações na posição neutra e o punho alinhado com o
antebraço. Consultando Iida (2005), vemos que o desenho ideal para a
pega de ferramentas é o de uma pega convexa, diâmetro de 10 cm e
comprimento de 10 cm.
Para otimizar o uso de ferramentas, o ideal é aliviar seu peso com
suporte em nível superior, bem como sua manutenção periódica. Evitar
tarefas acima do nível dos ombros e mão para trás. Posturas erradas
provocam dores nos punhos, cotovelos e ombros agravando-se pelos
esforços repetitivos.

 Cabeça e nuca: o campo visual do trabalhador deve englobar todos os


mostradores de instrumentos e facilitar a percepção de todo e qualquer
sinal de trabalho. Sua linha de visão deve representar a ligação entre o
olho e o objeto observado. Outro detalhe imprescindível é a postura,
cabeça e nuca não devem permanecer inclinados para frente a mais de
15 graus durante longo período de tempo. Dessa forma, o trabalhador
consegue manter uma postura mais correta para executar as tarefas
exigidas.

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 Trabalho em pé: atividades com necessidade de serem executadas
com mais exigência de força ou movimentos do corpo, são melhores
realizadas em pé. Especialmente em tarefas com necessidade de
deslocamentos constantes. Essa posição deve ser alternada com a
posição sentada, podendo ser utilizada, inclusive uma cadeira mais alta
com apoio para os pés, possibilitando ao trabalhador manter-se meio
sentado, meio em pé.
Trabalhos a serem exercidos em pé, carecem de espaço suficiente para
as pernas e pés, de maneira tal que o indivíduo não se curve ao se
aproximar do trabalho. Se houver necessidade de leitura pertinente
durante as atividades, o correto é colocar uma superfície inclinada para
aí manter o material a ser lido.
Devem-se evitar alcances que demandem do trabalhador a inclinação do
corpo ou o giro. As ferramentas a serem usadas e os controles devem
permanecer próximos ao corpo, definida essa proximidade estendendo-
se os braços abertos para os lados e encontrando-se em frente.

 Altura correta de trabalho: Para determinar a altura ideal da plataforma


de trabalho, vai depender do tipo de tarefa, das dimensões do
trabalhador e de sua preferencia particular. Tal plataforma precisa ser
regulável e ter faixas de ajustes para as diferenças pessoais. Quando a
atividade é manual e em pé, recomendam-se alturas entre 5 e 10 cm
abaixo da altura dos cotovelos. Se forem tarefas detalhadas, os
cotovelos devem ser apoiados. No dimensionamento da altura,
consideram-se as pessoas altas, pois as baixas podem utilizar um
estrado para atingir a altura que o trabalho exige.

 Trabalho sentado: tarefas nesta posição proporcionam maior


rendimento do trabalho e melhoram o bem-estar, resultando em menor
fadiga. Não há exigência das articulações dos pés, joelhos e quadris,
diferentemente do que ocorre no trabalho em pé.

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O corpo permanece melhor apoiado no piso, o assento, no encosto e
braços da cadeira e na mesa. A superfície de trabalho deve ser elevada
possibilitando ao trabalhador visualizar bem os objetos, mas sem forçar
em excesso a curvatura das costas e/ou nuca. As alturas mais baixas
limitam-se pelo espaço livre necessário para as pernas sob a bancada.
Considerações complementares devem ser feitas para as atividades
executadas na posição sentada: alternar com a posição em pé e
andando; altura do assento e encosto devem ser ajustáveis, mas em
número limitado; tarefas minuciosas e específicas requerem cadeiras
especiais; a altura da superfície de trabalho depende do tipo de
atividade; as alturas da superfície e assento devem ser compatíveis; é
necessário usar apoio para os pés; evitar manipulações fora de alcance;
para leituras, a superfície de trabalho deve ser inclinada.
Veja agora algumas vantagens e desvantagens do trabalho exercido na
posição sentada:

 Vantagens: alívio das pernas, as posições do corpo não são


forçadas e o consumo de energia é reduzido.

 Desvantagens: flacidez dos músculos da barriga, desenvolvimento


de cifose; digestão e respiração prejudicadas; sobrecarga na coluna.

Saiba Mais: Assista agora a um vídeo muito importante em que o professor


José Orlando Gomes explica mais sobre a ergonomia. O que é essa ciência?
Como ela pode ser aplicada no trabalho? Confira!
https://www.youtube.com/watch?v=86Rs-bAioJs
Com o que foi visto e aprendido sobre as posições de trabalho,
recomenda-se que as posturas sejam alternadas entre posição sentada e em
pé. Isso é importante tanto do ponto de vista ortopédico quanto fisiológico.
O adequado é realizar trabalhos alternando as posturas, permitindo
variações das tarefas. Pode-se usar cadeiras próprias para esses fins, como a

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cadeira Balans, desde que se siga a alternância recomendada, pois usá-la
continuamente acarreta outros problemas. Outra possibilidade é usar um selim
para apoio do corpo na posição em pé.
Lembre-se que a postural natural relaxada do nosso corpo é sempre a
melhor. Portanto, essa deve ser nossa prioridade. Os benefícios para o
organismo serão indiscutivelmente maiores.

O Ambiente de Trabalho
Vamos abordar agora um tema que demanda bastante discussão: o
ambiente de trabalho. Nada melhor que um ambiente acolhedor e confortável
para exercemos nossas atividades laborais, certo? Mas será que isso
efetivamente ocorre? Primeiramente, quando pensamos em um ambiente
confortável imediatamente imaginamos um local com temperatura agradável,
sem muito barulho, com pessoas simpáticas, onde tudo funciona
organizadamente. Sobre temperaturas e ruídos falaremos mais adiante, o
restante falaremos agora.
Somando tudo o que dissemos, podemos resumir um bom ambiente de
trabalho como um ambiente saudável, concorda? Vejamos... Segundo o SESI
(2010), as grandes preocupações de diversos profissionais relacionam-se à
segurança, à saúde e ao bem-estar. Esses aspectos não são somente
importantes para o trabalhador, mas para sua família também. O indivíduo que
atua em um bom local de trabalho retorna para casa de forma tranquila. São
aspectos que refletem diretamente na produtividade, na competitividade e na
sustentabilidade das empresas e comunidades.
De acordo com a International Labour Organization (ILO) ou a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada ano, aproximadamente,
dois milhões de mulheres e homens morrem devido a acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais.

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Saiba Mais: acesse este endereço, certamente você irá se surpreender.
http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---
dcomm/documents/publication/wcms_067574.pdf
Saiba Mais: outro endereço eletrônico com várias informações é o seguinte:
http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHASSA_WHA60-Rec1/E/cover-intro-
60-en.pdf
Você conhecerá o Plano de Ação Global (PGA) aprovado em 2007 pela
Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial de Saúde. Como
curiosidade, vamos apresentar os cinco objetivos definidos pelo PGA:
a. Planejar e implantar instrumentos políticos para a saúde dos
trabalhadores.
b. Proteger e incentivar a saúde no ambiente de trabalho.
c. Aperfeiçoar a qualidade e o acesso aos serviços de saúde
ocupacional.
d. Identificar e comunicar sobre os riscos para saúde, incentivando
ações e práticas para melhoria.
e. Incluir a saúde dos trabalhadores em outras políticas.
Definindo o ambiente de trabalho saudável, segundo a OMS citada pelo
SESI (2010): “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e
não meramente a ausência da doença”. A definição é simples, todavia,
alcançar exatamente o proposto nessa definição é o mais difícil. Você está
aprendendo a fazer isso!

Saiba Mais: clicando no link a seguir você poderá assistir a uma breve
animação sobre a importância da ergonomia no ambiente de trabalho. Confira!
https://www.youtube.com/watch?v=A_Odw-2iqr4

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Revendo a Problematização
Lembra-se da situação apresentada no início deste tema? Caso não se
recorde, assista novamente ao vídeo no material virtual e escolha a melhor
alternativa a seguir.
a. Apesar da sua preocupação com todos, o diretor reestruturou a
empresa pensando em deixá-la moderna e funcional, em primeiro
lugar.
b. Apesar de o diretor ser uma excelente pessoa e conversar com
todos, deixou de falar com os trabalhadores sobre a modernização
da empresa, mas agiu de maneira correta contratando um
profissional da área quando os problemas surgiram.
c. Muito positiva a intenção em reformar a empresa e manter o diálogo
com os trabalhadores, mas o diretor desconhecia a existência de
profissionais na área de ergonomia.

Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line.

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Síntese
Concluímos a primeira parte de nossa conversa nesta disciplina.
Lembre-se de estudar sempre e manter-se atualizado. Encare os problemas
como desafios e coloque a saúde do trabalhador em primeiro lugar.
Vamos assistir à síntese que a professora Silvana fez do que estudamos
nesta aula, acesse-a no material on-line.

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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. ABERGO. Disponível em:
<http://www.abergo.org.br>. Acesso em: 05 jun. 2014.

IIDA, I. Ergonomia. Projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE.


Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações. LANPOP. Pesquisa
nacional de saúde. Manual de antropometria, Rio de Janeiro, 2013.

KARHU, O.; KANSI, P.; KUORINKA, I. Correcting working postures in


industry: a practical method for analysis. Applied Ergonomics, v. 8, n. 4, p.
199-201, 1977.

KRUGER, José Adelino. Ergonomia e segurança do trabalho. Apostila para


curso de pós-graduação em gestão da produção. Faculdade de Tecnologia
SENAI de desenvolvimento gerencial. FATESG. Goiânia, 2007.

LAVILLE, Antoine. Ergonomia. Trad. Márcia M. N. Teixeira. São Paulo:


EPU/EDUSP, 1977.

LOPES FILHO, José Almeida e SILVA, Silvio Santos. Antropometria. Sobre o


homem como parte integrante dos fatores ambientais. Sua funcionalidade,
alcance e uso. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.042/642>. Acesso em:
05 jun. 2014.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentadoras de


Segurança e Saúde no Trabalho. NR 17 – Ergonomia. Disponível em:
<http://www.mtb.gov.br> Acesso em: 08 Mar. 2001.

SERVIÇO NACIONAL DA INDÚSTRIA, SESI. Organização Mundial da Saúde.


Ambientes de trabalho saudáveis: um modelo para ação. Para
empregadores, trabalhadores, formuladores de políticas e profissionais;
OMS/Tradução do Serviço Social da Indústria. Brasília, SESI DN/2010.

TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. Editora:


Atlas, São Paulo, 1995.

WISNER, Alain. Por dentro do trabalho – Ergonomia: método e técnica.


Trad. Flora M. G. Vezzá. São Paulo: FTD/Oboré, 1987.

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Atividades
1. Como você viu, a ergonomia é uma disciplina que tem o objetivo de
melhorar as condições de trabalho. Também é definida como o estudo
da adaptação do trabalho ao homem. Nesse contexto, como você pode
definir trabalho?
a. Toda e qualquer função em que haja esforço físico é trabalho.
b. É uma atividade que demanda muito esforço físico e pouco esforço
mental.
c. É uma situação qualquer da qual participam várias pessoas
exercendo uma mesma atividade.
d. É toda situação onde existe o relacionamento entre o homem e uma
atividade produtiva, envolvendo tanto o ambiente físico quanto os
aspectos organizacionais.

2. Ergonomistas são profissionais responsáveis em planejar, projetar e


avaliar tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas a fim
de compatibilizá-los com as necessidades, habilidades e limitações dos
indivíduos. Com que áreas esses profissionais se envolvem?
a. Ergonomia física.
b. Ergonomia física, ergonomia cognitiva.
c. Ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional.
d. Ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia produtiva.

3. Sabemos que há diferença de medidas entre homens e mulheres


relativa ao crescimento, músculos, gordura, forma e peso, mas quando
vamos dimensionar um espaço de trabalho, a postura é o aspecto mais
importante. Existem 3 posturas que são básicas. Assinale a resposta
que traz a alternativa correta.
a. Deitada, sentada, em pé.
b. Sentada, de joelhos, em pé.

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c. Sentada, agachada, de joelhos.
d. Em pé, sentada, abaixada.

4. A posição sentada apresenta várias vantagens e desvantagens na


execução de diversas atividades. Marque nas alternativas a seguir com
(V) para as vantagens e (D) para as desvantagens.
( ) Alívio das pernas, consumo de energia reduzido.
( ) Flacidez dos músculos da barriga.
( ) Sobrecarga na coluna, desenvolvimento de cifose.
( ) Posições do corpo não forçadas.
Agora marque a sequência correta:
a. V, F, V, F.
b. V, V, F, V.
c. F, F, V, F.
d. V, F, F, V.

5. Algumas atividades de trabalho precisam ser executadas na postura em


pé. São tarefas que exigem mais força ou movimentos do corpo. Devem-
se evitar alcances que demandem do trabalhador a inclinação do corpo
ou o giro. As ferramentas a serem usadas e os controles devem
permanecer próximos ao corpo. Como se determina essa proximidade?
a. Estendendo-se os braços para cima.
b. Estendendo-se os braços abertos para os lados e encontrando-se em
frente.
c. Abrindo-se os braços para os lados e encontrando-se atrás.
d. Estendendo-se os braços para frente e encontrando-se na frente.

Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.

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