Vous êtes sur la page 1sur 3

05/01/2011 19h37 - Atualizado em 05/01/2011 19h40

Justiça proíbe tiro de advertência para


Força Nacional, PF e PRF
Também está proibido atirar em pessoa desarmada
que estiver em fuga.
Polícias Militar e Civil e guardas municipais
podem aderir sem obrigatoriedade.
Glauco Araújo Do G1, em São Paulo

Pistola de ondas "T", modelo M-26, é uma das armas


não-letais adotadas pelo Ministério da Justiça (Foto:
Divulgação/Ministério da Justiça)

O Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República


editaram uma portaria interministerial com novas diretrizes sobre uso da força e de
armas de fogo por parte das polícias da União, compostas pela Força Nacional de
Segurança, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e agentes
penitenciários federais. A medida entrou em vigor nesta segunda-feira (3), quando foi
publicada no Diário Oficial da União. O objetivo é tentar reduzir o número de mortes
em ações policiais.
Gás de pimenta também é indicado para Polícia Militar
e Guarda Municipal (Foto: Divulgação/
Ministério da Justiça)

O documento não vale para as corporações estaduais e municipais, como as polícias


civil e militar e as guardas civis. Segundo Isabel Figueiredo, assessora do Ministério da
Justiça e integrante do grupo de trabalho que redigiu o texto da portaria, estas unidades
de polícia receberam a sugestão de implementar as diretrizes. "As próprias forças
policiais têm dúvidas sobre os tipos de armas a serem usados em determinadas situações
inesperadas, que fazem parte da rotina deles. Quanto mais normatização do uso de arma,
mais seguro o policial se sente."

Bastão Tonfa pode ser usado em vários tipos de


ações policiais (Foto: Divulgação/ Ministério da Justiça)

Entre as principais mudanças na conduta policial está a proibição do tiro de advertência


e de atirar contra pessoas que esteja em fuga e desarmada, mesmo que esteja de posse
de arma de menor potencial de risco. O disparo de arma contra veículos que tenham
furado um bloqueio policial e o ato de apontar arma durante uma abordagem também
estão proibidos.

Atirar contra uma pessoa só será autorizado em caso de legítima defesa própria ou de
terceiros. De acordo com o texto da portaria, o uso da força deverá obedecer aos
princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
Para isso, o uso de armas não-letais como gás de pimenta, bastões Tonfa, coletes à
prova de bala e pistolas Taser (que emitem ondas T, semelhantes às ondas cerebrais)
serão incentivadas no país.

Intercâmbio federal, estadual e municipal


"Representantes das polícias da União e de agentes de segurança dos municípios e dos
estados participaram das consulta do grupo de trabalho realizado em um ano de
pesquisa. Quatorze estados participaram da confecção do texto da diretriz. O que é
importante é que o governo Federal não pode, por portaria, disciplinar os entes
federados ou trazer uma obrigação para as polícias do estados e para as guardas
municipais por meio de uma portaria. Isso só pode ser feito por força de uma lei", disse
Isabel.

"O que a portaria traz, em seu artigo 3º, mecanismos para estimular e monitorar
iniciativas que tenham o objetivo de implementar essas diretrizes. Como o texto foi
feito com base na oitiva das polícias dos estados e das forças municipais, o Ministério
da Justiça já percebe uma iniciativa de adesão desses agentes de segurança", afirmou a
assessora do ministério. " A adesão dos estados e municípios pode ocorrer, sem
obrigatoriedade, e isso será bem aceito", disse Isabel.

Padrão internacional
O texto foi baseado no Código de Conduta para Funcionários Responsáveis pela
Aplicação das Leis, adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 1979, e
também nos princípios do uso da força e de arma de fogo na prevenção do crime e
tratamento de delinqüentes, adotado no Congresso das Nações Unidas em Havana, em
Cuba, em 1999.

A diretriz ainda obriga o agente de segurança pública a portar dois instrumentos de


menor poder ofensivo e equipamentos de proteção, mesmo que não esteja portando
arma de fogo. O texto também trata da conduta das forças de segurança caso seus
próprios agentes ou terceiros sejam feridos. "A redução da letalidade em ações policiais
é uma preocupação não só das polícias do Brasil, isso é uma realidade no mundo todo.
Há uma preocupação não só com a letalidade dos civis, mas como dos agentes de
segurança", disse Isabel.

Para adequação das corporações, foi estipulado prazo de 90 dias para as polícias da
União atualizarem os procedimentos operacionais e os processos de formação e
treinamento. Além disso, elas terão 60 dias para normatizar e disciplinar o uso da força
dos agentes. O monitoramento da letalidade será obrigatório. A portaria ainda estipulou
prazo de 60 dias para que as corporações proponham medidas para implementação das
diretrizes.

Vous aimerez peut-être aussi