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Daqui por diante, se não nos faltar o amparo com que vimos
contando, vamos redobrar de esforços para reconstituir, em nossas pá-
ginas, com os poucos elementos de que dispomos e com o que certamente
nos será fornecido pelos homens esclarecidos e patriotas, o arquivo his-
tórico da Bacia do Itajaí.
Coincide o fim dêste primeiro tomo com o mês do N ataI.
Ao ensejo que se nos proporciona de deixar, aqui, consigna-
dos, aos nossos assinantes, colaboradores, anunciantes, amigos e leitores,
os nossos melhores agradecimentos pelo auxílio valioso que nos têm pres-
tado, queremos, também, elevar aos céus uma prece muito fervorosa
para que o Menino Jesus cubra a todos de bênçãos e de graças, para que
o ano que se aproxima seja de ininterrupta felicidade para todos.
Boas Festas.
Feliz Ano Novo
A Redação
Digitalizado pelo Arquivo Histórico 222
José Fereira da Silva - Blumenau - SC
miação das Senhoras de Pommero- cendo a vaga paroquial de Pomme-
de. A antiga residência do páro- rode. Veio então o Pastor Snr.
co foi demolida e substituída por Gustav Schuettkus. Assumindo as
um novo prédio de material. No funções, logo se apr esentou ao
ano de 1939, pouco antes de rom- mesmo uma tarefa basta n te difícil,
per a segunda guerra mundial, porquanto se tencionava levar a
empreendendo, juntamente com a efeito a reforma da igreja. Dotado
sua família , uma viagem de re- de espírito empreend edor e con-
creio à Alemanha, os acontecimen- tando com a boa vontade e cola-
tos vieram impedir o seu retôrno boração de tôda a comunid ade,
ao Brasil. foram as obras iniciadas e concluí-
Seguiram-se os anos de guerra . das sem maiores dificuldades e
mas o feliz casal Pastor Friege dentro de curto espaço de tempo.
permanecia nos corações de to- A igreja sofreu uma modificação
dos os membros da comunidade tanto externa como interna , cons-
e nutria-se a esperança de vê-los tituindo atualmente uma bela
retornarem um dia a Pommerode. obra do lugar e o orgulho da co-
Durante os anos de guerra , a co- munidade. As paredes laterais fo-
munidade foi gentilmente servida ram elevadas em 1,5 metros . O
pelo pastor de Badenfurt, Snr. telhado foi completamente renova-
Werner Andresen. As doutrinas do e acrescentada a sacristia e a
em geral na comunidade, inclusi- parte onde se encontra o altar .. A
ve a dos confirmandos, ficou a tôrre foi mais uma vez reforma-
cargo do professor J . Ehlert, au- da e o seu cume coberto com pla-
xiliado pelos seus filhos Hubert e cas de cobre para oferecer maior
Gerhard, tendo também sido au- durabilidade ao tempo. Do lado da
xiliado em parte pelo professor tôrre, escadas amplas dão acesso à
Snr. Leopold Krueger, até que galeria. Internamente, foram modi-
êste mudou-se para Rio da Luz. A ficados o teto e o púlpito e os ban-
guerra contribuiu para que, den- cos velhos substituídos na sua to-
tro de algum tempo, também o talidade por novos. Também foi
Snr. Pastor Andresen não mais feito um anexo à casa da comu-
pudesse praticar atividades de ca- nidade para funcionamento do
ráter religioso na comunidade. Com jardim da infância e fundado o
a cessação obrigatória dos servi- mesmo, cuja administração está a
ços religiosos, tôda a comunidade cargo da Ordem Auxiliadora das
passou uma época muito triste e Senhoras Evangélicas de Pomme-
o desânimo era geral. Conseguiu- rode.
se que nesse período a comunidade Quando o Snr. Pastor Schuttkus
fôsse visitada de vez em quando já havia assumido o cargo, a co-
pelo .j ovem vigário Snr. Edgar munidade recebeu finalmente no-
Liesenberg. Já nos primeiros cul- tícias do Pastor Friege. Demons-
tos, angariou a simpatia dos pre- trou êle grande interêsse em re-
sentes. As suas palavras e manei- tornar à Pommerode. A diretoria
ras bondosas para com todos, cons- da comunidade respondeu-lhe que
tituíram um consôlo para os mem- infelizmente não era possível
bros das comunidades que costu- atender seu desejo, já era tarde.
mava prestar os seus serviços. Em meados do ano de 1954, o
Por certo, muitos ansiavam possuir Snr. Pastor Schuttkus, devido ao
o jovem pastor E. Liesenberg em seu precário estado íde saúde e
sua comunidade devido as suas óti- diante das recomendações e conse-
mas virtudes. lhos médicos, resolveu voltar à
A guerra havia chegado ao seu Alemanha. Todavia, grande era o
término. Ansiosa, a comunidade desejo estar presente às festivi-
aguardava uma notícia do Pastor dades de posse do seu sucessor
Friege. Porém, inutilmente. De- Snr. Pastor Edgar Liesenberg,
corrido algum tempo, o Snr. Pas- que durante o tempo de guerra já
tor Andresen voltou à Badenfurt prestou valiosos serviços à comu-
e então passou a ministrar nova- nidade. Tiveram assim lugar as
mente os cultos em Pommerode. festividades de despedida e posse
Sem obter notícias e também não dos dois pastôres com as suas dig-
mais regressando o Pastor Friege, nas espôsas, que foram abrilhan-
o Sínodo expediu circular, ofere- tadas pelo côro da igreja de Têsto
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Alto, sob direção do Professor J . pler e, em Têsto Rega , sob dire-
Ehlert. ção do Snr. J. Ehlert. Também à
O Snr. Pastor E. L iesenberg e juventude vem sendo dedicada
sua digna espôsa, já há 4 anos se atenção tôda especial. Contam-se
encontram no meio de nossa co- atualmente três círculos juvenis,
munidade. Pode-se dizer que nes- que têm periodicamente os seus
se espaço de tempo, angariaram a encontros.
estima de todos os membros da co- Ao lado da casa da comunidade,
munidade. Não está o Snr. Pas- está sendo erigido um prédio novo ,
tor Liesenberg cuidando tão so- que servirá para funcionamento
mente da conservação dos feitos de da escola particular da comunida-
seus antecessores, mas vem pros- de, que por enquanto funciona na
seguindo com grande dedicação em casa da comunidade, sendo admi-
novos empreendimentos, de neces- nistrada pela Senhorita L Germer.
sidade e utilidade para a comunida- A escola está funcionando atual-
de. A paróquia de Pommerode mente com três classes.
conta atualmente com 3 igrejas: Grande esfôrço o Snl". Pastor
Pommerode, Têsto Alto e Alto da E. Liesenberg tem empenhado
Serra. O culto é praticado em com o "Hospital e Maternidade Rio
mais dois locais de estudo bíblico. do Têsto", que em data de 30 de
As comunidades de Riberão Gran- outubro de 1955, foi definitiva-
de em Rio da Luz, Rio do .C êrro mente transferido à Paróquia
e Benjamim Constant, que antiga- Evangélica de Rio do Têsto pela
mente pertenciam à paróquia de Sociedade Hospitalar. O hospital
Pommerode, aderíram com o de- está sendo administrado por um
correr dos anos a outras paró- médico e irmãs do "Agnes-Karl-
quias, de acôrdo com a conveni- Verbandes".
ência de sua localização. O Snr. A população atual de Rio do
Pastor Edgar Liesenberg, além Têsto pode ser estimada em 95 %
dos cultos nas igrejas, se dedica de protestantes.
ativamente ao estudo bíblico, em Seguem aqui os nomes dos
13 locais diferentes, que são bem conselheiros ' da Paróquia, que du-
freqüentados. Aulas de doutrina rante muitos anos vêm colaboran-
são exercidas em 6 locais. Em do e se esforçando pelo bem da
Pommerode pelo Snr. Pastor E. causa: Hermann Ehlert, cujo filho
Liesenberg, Têsto Alto I, pelo Heinz até o momento figura como
Snr. Rudolf Hornburg, Têsto Alto único filho de Rio do Têsto que
11, pelo Snr. Chr. Frahm, Wun- se formou pastor e exercendo a
derwald, pelo Snr. A Gaedtke. função em Ibirama. Heinrich
Têsto Rega, pelo Snr. J. Ehlert e Baumann, Wilhelm Rahn, Her-
Alto da Serra, pelo Snr. R . Volk- mann Wachholz, Heinrich Bor-
mann. Culto infantil é dado em chardt, Wilhelm Krüger, Hermann
7 locais. Para tanto, se têm apre- Günther, J . Ehlert, Curt Brandes.
sentado valiosos auxiliares, que A atual diretoria da Paróquia é
vêm facilitando os serviços do constituída pelos seguintes mem-
Pastor. Dois côros embelezam os bros: Rudolf Hornburg - Presi-
cultos com as suas demonstrações dente, Curt Brandes - Secretário
de hinos sacros: Em Pommerode, e Hubert Ehlert - Tesoureiro.
sob direção do Snr. Ewald Bep-
MAX HERING
Entre as pessoas que dedicaram seu trabalho e suas qualidades
para o engrandecimento de Blumenau, projetando-a no cenário industrial
do país e do exterior, está a veneranda figura do Sr. Max Hering.
Nasceu em Tannhausen, Silésia (Alemanha), em 4 de julho de
1875, vindo para o Brasil em companhia de membros de sua família,
1880, com apenas cinco anos de idade.
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Relatório referente a 1857
(CONTINUAÇÃO DO NúMERO ANTERIOR)
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mexericos de um notório mau su- lamentos, e desejando evitar um
jeito. conflito mais grave por amor da
A mais manifesta prova de in- paz e harmonia, com consenti-
disposição de Sua Excelência con- mento do velho ajustei com o
tra mim foi porém a seguinte, que usurpador, que êle ficasse com uma '
me causou inúmeros desgostos e e aquêle com outra metade do
as mais revoltantes cenas, que me canto em questão. Trêz vêzes o .
prostituía aos olhos dos próprios usurpador deu formal promessa a
colonos e me subtraía inteiramen- tal respeito e três vêzes a rompeu
te '0 fundamento moral, em que como um velhaco conspurcando e
se apóia a minha posição de em- caluniando-me ainda em cima sen-
preendedor - e diretor de colônia. do nisso acompanhado por seu
Como em muitas coisas o obje- mano, em tôda a parte, até na ca-
to não tinha quase valor algum e pital. Instigados por inimigos
tratava-se só de princípios. Um meus, contavam com poderosa pro-
colono solteiro a quem sempre teção e não se enganaram. O sub-
havia tratado da maior benevolên- delegado jogava comigo uma indig-
cia e até amizade e lhe prodiga- na farsa, negando-me sêca e aber-
lizado favores que logo me retri- tamente, em favor de uns instigado-
buía, como muitos outros sujeitos, res e do compadresco a justiça que
pela mais imunda ingratidão, me assistiu. O negócio se tornou
apossava-se e usurpava ilegalmen- então tanto mais sério, quanto aos
te, e apesar das minhas advertên- meus inimigos se vangloriavam e
cias e protestos de um cantinho de os meus amigos. principiavam li
terra devoluta de pouco valor, é desconfiar dos meus direitos e co- .
verdade, mas que eu, confiado no nhecimentos das leis, proclamando-
meu direito de preferência, que a me aquêles como chicanistq, cubi-
lei das terras me garantia, já ha- çoso e ambicioso, que tudo que-
via prometido a um meu colono, o ria comer só e dominar os mais,
mais antigo e pai de família, em- etc. etc. Dirigi-me pois ao Sr. Juiz
penhando-lhe formalmente a mi- de Direito e em conseqüência de
nha palavra de que êle havia de suas ordens e das claras disposi-
ficar com o dito canto e pelo mes- ções da lei, que nem foram aplica-
mo preço que eu tinha a pagar das, e às minhas instâncias, no seu ·
ao Govêrno Imperial. Se não rigor, um prazo foi determinado
houvesse esta circunstância de pro- aos usurpa dores, para se retirarem .
messa formal, e a minha posição do terreno questionável. Passados ..
e autoridade moral na colônia não três meses e não tendo ainda as-
repousassem na minha veracidade sim cumprido a ordem recebida,
e na fieldade com que cumpro as foi-lhes intimado de se retirarem
minhas promessas, não teria feito dentro de três dias, sob pena de
caso dêsse canto insignificante; serem processados como desobedi-
mas uma vez feita a promessa. entes etc., etc... Não fizeram ,
não podia retratá-la sem profun- caso disso, respondendo ao inspe- .
damente abalar o crédito que os tor de quarteirão com ameaças de
colonos têm na minha honradez e resistência armada e cobrindo-me
no meu conhecimento das leis do a mim com injúrias. Um dêles foi-
País. Se do outro lado houvesse se ao Destêrro, dirigiu-se ao Sr.
usurpado, como logo fêz o referi- Inspetor das Medições e ao Exmo.
do môço, êste cantinho, ninguém Sr. Presidente e obteve despacho,
teria feito caso disso, sabendo só cuja vista eu nunca podia alcan-
poucas pessoas que estivesse devo- çar; a mim não se pediu porém
luto; mas conhecendo a minha me- informação sôbre o caso, apesar de
lindrosa posição e não querendo in- estar presente no lugar; entretan-
fringir lei alguma, esperei com pa- to que o Sr. Inspetor não conhecia
ciência pelo momento da compra
ao Govêrno Imperial para logo coisa alguma das terras sitas na-
transferir o terreno ao dito velho. quela parte, e foi medir terras do
Não achando eu nos meus protes- Itajaí-mirim, distante mais de 15
tos apoio algum do sub-delegado a léguas. O resultado foi , que o mõço
quem o negócio competia em pri- voltava vitorioso e gloriando-se a
meiro lugar, apesar das mais cla- si, entretanto que eu impunemen- ,
ras disposições da lei e dos regu- te devia sofrer as mais grl?sseiras
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DARWIN E FRlTZ MUELLER
N o próximo ano, comemora-se o primeiro centenário da pu-
blicação do livro de Charles Darwin "A Origem das espécies", que tantos
e eruditos debates provocou na data de seu aparecimento e ainda hoje
é motivo de estudos e discussões.
Conforme já dissemos nestes Cadernos, o sábio blumenauense
Fritz Mueller cooperou, com inestimável contribuição, para os estudos
de que resultaram as arrojadas teorias do cientista inglês.
Ascende a mais de uma centena as cartas trocadas entre os
dois homens de ciência. Fritz Mueller encontrava-se, então, em Blumenau,
na sua propriedade da Vorstadt, que a Prefeitura ainda hoje conserva
e, posteriormente, em Destêrro, como lente de matemática e ciências
naturais do Liceu Catarinense.
Num dos próximos Cadernos, é nosso intuito trazer ao conhe-
cimento dos nossos leitores uma série de comentários sôbre essa cor-
respondência, anotando fatos interessantes, pouco conhecidos e que fazem
ressaltar o excepcional valor do auxílio que Fritz Mueller prestou a
Darwin na enunciação das suas teorias. Aliás, em defesa da opinião do
sábio inglês, Fritz Mueller publicou um livrinho "Fuer Darwin", no qual
não só se declara inteiramente solidário com o ponto de vista do cientista
britânico, como aduz muitas provas por êle mesmo colhidas no mundo dos
crustáceos e moluscos que êle estudara com minucioso cuidado nas praias
da capital da província e do litoral fronteiro.
O mundo científico prepara-se para festejar condignamente o
centenário da obra de Darwin. Aproveitaremos a oportunidade para tra-
zer à publicidade, pela primeira vez em língua portuguêsa, cousas interes-
santes a respeito da amizade entre o sábio inglês e o modesto colono blu-
menauense e sôbre a contribuição dêste último aos estudos de que Darwin,
antes e depois da publicação de sua obra mais conhecida, fêz interessantes
comunicações às sociedades científicas dos centros de maior cultura do ··
mundo.
B LUME
14 de
NAU já foi visitada por um rei, ou melhor por um ex-rei. A-
jun~o
de 1928, estêve em visita à nossa cidade Sua Maj·e stade-'
Frederico Augusto, rei da Saxônia, que aí se demorou dois dias.
TERRITóRIO atualmente constituído pelos municípios de Rodeio e parte
O do Timbó, das linhas coloniais de São Pedrinho, Ipiranga, Pique, Cedros
e outras começaram a se povoar com colonos tirolêses que chegaram a partir de
1875.
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· Dezembro
1824 - dia 16. Foi ereta a freguesia do Bom Jesus dos Aflitos
de Pôrto Belo. Êste era, então um povoado que nem capela decente tinha.
Até 1859, quando foi criado o município de ltajaí, todo o território da Bacia
do ltajaí-açu estava sob a jurisdição da Câmara de Pôrto Belo.
1842 - dia 1. A Câmara de Pôrto Belo, em sessão, informa
o requerimento em que José da Silva Mafra requer "uma légua de terras
em quadro, no rio Itajaí, no lugar denominado rio Luiz Alves, fazendo
frente com terras de José Pedro de Azeredo Leão Coutinho, extreman-
do pela sul com terras de João d.a Silva Mafra e pelo norte e oeste com
terras devolutas".
1864 - dia 11. A Câmara municipal de ltajaí resolve aceitar
a proposta de Antônio e José Pereira Liberato para a construção de uma
sede própria para a mesma câmara, entregando-se a êles a importância
arrecadada em subscrição pública. Nada, porém, foi realizado.
1868 - dia 3. Falece em J oinville o engenheiro Augusto W un-
derwald. Êsse profissional levantou o traçado da estrada que liga J oinvil-
te a Blumenau, pela serra de Jaraguá. Nasceu a 2 de maio de 1814 em
Brunswick, cidade natal do Dr. Blumenau também. Em princípios de 1853
emigrou para a colônia Dona Francisca. Explorou a estrada para a serra
(Serrastrasse) e para Curitiba. Foi muito dedicado e trabalhador. No
distrito de Rio do Têsto, em Blumenau, há uma linha colonial que traz
o nome dêsse engenheiro.
1881 - dias 6,7 e 8. Houve tumultos em Warnow por ocasião
do pagamento feito aos trabalhadores de estradas, sob a direção da Co-
missão Antunes. Verificaram-se incidentes desagradáveis entre membros
dessa comissão e colonos do lugar, tendo o govêrno do Destêrro feito
marchar para o local uma escolta ge 20 soldados armados para garantir
a aludida comissão. A presença dessa fôrça exaltou ainda mais a popu-
lação que reclamou do govêrno a sua imediata retirada. "Manteve, porém
o govêrno da província o ato e determinou ao chefe de polícia, que abrisse
inquérito para a punição dos responsáveis pelos incidentes. Tanto rumor
levantou essa questão que até a câmara imperial dela tratou com calor.
Distinguiu-se na defesa dos colonos, exprobando o govêrno pela dispensa
do Dr. Blumenau da direção da colônia, o visconde de Taunay. Parece,
entretanto, que nem tôda a razão estava ao lado dos colonos que se diziam
roubados pela comissão nos seus salários na construção de pontes e es-
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tradas. o próprio Dr. Blumenau, que ainda se encontrava na colônia,
assistindo-a com o seu conselho e a sua experiência, concordou com o go-
vêrno na permanência da fôrça policial para manter a ordem alterada.
Pouco depois o govêrno provincial nomeou o tenente Firmino de Lopes
Rêgo, delegado de polícia de Blumenau. Êsse militar, que durante a pua
estadia em Blumenau, perdeu a espôsa, teve, depois, parte saliente nos
.sucessos que agitaram a vida do país em 1892 e 93.
1881 - dia 17. O Dr. Blumenau regres~a da Côrte, sendo re-
cebido por considerável massa de amigos e de povo que lhe foram levar os
.seus votos de boas vindas. Foi saudado com discursos, música e cantos.
1881 - dia ' 21.
'.; Os soldados, requisitados pelo Dr. Antunes
para sufocar o movimento de Warnow, promovem desordens na vila,
tendo saído feridas. levemente, várias pessoas. Aliás, essa não fôra a pri-
meira vez que a escolta que viera para manter a ordem se desmandara
em arbitrariedades e desordens.
1881 - dia 23. Em virtude das desordens de Warnow, che-
ga à vila Blumenau o chefe de polícia da província.
1884 - dia 2. A Sociedade dos Atiradores festeja com grande
pompa o 25.0 aniversário da sua fundação. Rei do Tiro: Leopoldo Kno-
blauch; rei do pássaro: Otto Wehmuth.
1888 - dia 5. Falece Victor Gaertner. Imigrava em 1850,
tendo chegado a Blumenau a 2 de setembro, juntamente com os primeiros
colonos. Primeiramente foi empregado na casa comercial de Salentien,
em Itajaí, instalando-se depois definitivamente em Blumenau, onde casou
com uma filha de Júlio Sametzki. Abriu uma casa de negócio na vila.
Tornou Blumenau conhecido na Europa com as suas correspondências e
negócios de orquídeas e outras plantas que exportava para a Alemanha,
França, Bélgica e Inglaterra. Foi um dedicado servidor dos interêsses da
colônia. Exerceu durante 23 anos, em Blumenau, o lugar de ·cônsul da
Prússia, depois da Alemanha. Morreu com 56 anos, deixando viúva e oito
filhos. Seu entêrro teve grande acompanhamento e várias homenagens
póstumas lhe foram prestadas.
1888 - dia 15. Mereceu ' destaque na imprensa o fato do Dr.
Bonifácio Cunha (que depois chegou a ser Prefeito tnunicipal) ter vaci-
nado contra a varíola, 93 crianças no bairro do Garcia.
1888 - dia 16. Falece, com 61 anos de idade, o Sr. Heinrich
Hosang, antigo e conceituado colono. Na véspera falecera, com 69 anos
de idade, outro dos mais antigos colonos blumenauenses, o Sr. Ferdinand
Hahne.
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PALMEIRAS - F . Kilian 67
ANTIGOS MORADORES DO GASPAR - Oswald R. Cabral 68
O BóCIO NA BACIA DO ITAJAí 70
REMINISC~NCIAS - F. K!lian 73
A RODOVIA ITAJAí-BLUMENAU 79
O DR. HERMANN BLUMENAU - Cristina Blumenau 81
O NOME "GARCIA" 91
PÁGINAS DO MEU ARQUIVO - Nemésio Heusi 98,101
O VISCONDE DE SINIMBU 100
OS CANARINHOS PEDREIROS - J . Ferreira da Silva 109
HONROSA OPINIÃO 112
LAMENTÁVEL DESAPARECIMENTO 113
GENTE DE BOM HUMOR 114, 158
ITAJAí, DE FAZENDA A CIDADE - AI. Lucas A. Boiteux 115, 128, 153
BLUMENAU NA GUERRA DO PARAGUAI - O . R. Cabral 121
BRUSQUE - Redação 122
O CôNSUL CARLOS RENAUX 133
O BRASÃO DE BRUSQUlI: 136
A LEI N .o 11 141
FRITZ MUELLER E O PRESo COUTINHO - J . Ferreira da Silva 143
ITAJAf 147
ITAJAí E V. DRUMMOND - J. Ferreira da Silva 148
O ABASTECIMENTO D'ÁGUA - Reinoldo Althoff 151
A PRISÃO DO PADRE JACOBS 157
VASCULHANDO VELHOS ARQUIVOS - F. Kilian 161, 189, 201 , 226
"CIDADE-PALÁCIO" 163
PARECERES E SUGESTõES 165, 207
ARAúJO BRUSQUE - Alm. Lucas A. Boiteux 166
PHILODENDRON RENAU XII - REITZ - Pe. R. Reitz 172
BLUMENAU NO PASSADO 1-75
A GRANDE INJUSTIÇA - Nemésio Heusi 177
ITAPOCOROí - AI. Lucas -A. Boiteux 181
A CRUZ COMO SíMBOLO - Nemésio Heusi 186
ESTANTE DE CADERNOS 195
RIO DO ~STO - João Ehlert 203, 208, 222
TRISTíSSIMA OCORR~NCIA 213
DOCUMENTOS ORIGINAIS - Oswaldo R. Cabral 214
NOSSAS ,C ASAS DE ENSINO 220
A PRIMEIRA ETAPA - A Redação 221
NOSSAS CASAS DE SAúDE 225
O PRÉDIO DA PREFEITURA 228
DARWIN E FRITZ MUELLER 236
l'; Jo
livrinhO' de J. Ferreira da Silva, "A Colonização do Vale do Itajaí", pu-
! ',blicado em 1932, êsse pesquisador informa que o primeiro vigário de Itajaí.
Frei Pedro de Agote teve, algum tempo, e~ sua companhia, um outro francis-
cano, Frei Ramon Lápide os quais, em 24 e 25 de abril de 18!4 administraram
o batismo na Penha do ItapocoroÍ.
PARÓQUIA de Gaspar foi criada em 16 de abril de 1861 e instalada a 23
A de abril do mesmo ano. Seu primeiro vigário foi o padre Alberto Gattone.
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JNDAIAL, situada a cêrca de 25 quilômetros de Blu-
menau, a que é ligada por excelente rodo-
via e pelos trilhos da Estrada de Ferro Santa Catarina, é
uma das mais importantes Cidades da Bacia do Itajaí-açu.
Suas linhas coloniais, margeando o grande Itajaí,. o Bene-
dito, o Rio Morto, o Warnow, o Aquidaban e vários outros
cursos dágua, são constituídas de terrenos férteis, povoa-
dos por colonos ativos e trabalhadores. Várias fábricas de la-
ticínios, carnes em conserva, salsicharia, etc., colocam o
município em lugar de destaque entre os centros industriais
de Santa Catarina. É uma cidade limpa, bem cuidada, pi-
torescamente situada na confluência do Rio Benedito. É
sede de comarca.
................................................................................................................
···
···
BluIIDen8U elO Cadernos
Mensário dedicado à história e aos interêsses do Vale do Itajaí
Assinatura 12 números . .. . . ... . ..... .. . Cr$ 100,00
Número avulso . . .. . ..... .. .......... . .. Cr$ 10,00
Administração e responsabilidade de Luiz Ferreira da Silva.
Tôda a correspondência deverá ser dirigida a
Blumenau em Cadernos ···
Caixa Postal, 425
BLUMENAU - S. CATARINA ···
.......................................... ....................................................................·:.
-
acabamento. -
Teci~os Felpudos
Toalhas de Rosto
Toalhas de Banho
BLUMENAU
Santa Catarina