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Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico

Introdução ao tema:
As potências vencedoras foram confrontadas com diversos problemas e desafios, na
reconstrução do pós-guerra, uma vez que, o mundo que se encontrava devastado com o fim
da violenta Segunda Guerra Mundial.

 A Europa estava em ruinas e o seu prestigio abalado e, por isso, era necessário
reconstrui-la e relançar a economia Internacional
 O Nazismo e Fascismo foram derrotados, por isso era necessário julgar as atrocidades
da guerra e acertar a questão das indeminizações.
 Tinha que se assegurar a reorganização politica, social e económica dos países
vencidos e dos estados ocupados pelas antigas forças do eixo.
 A manutenção da paz também era uma grande preocupação
 Surgimento de várias revindicações de emancipação colonial
 Luta ideológica entre os EUA e a URSS (o grande marco deste pós-guerra)

A definição das áreas de influência


A Segunda Guerra Mundial terminou com a derrota/humilhação dos grandes regimes
imperialistas, Alemanha e Japão, e com a vitória triunfante dos países Aliados, que mais uma
vez, com a exceção da URSS e dos EUA, se encontravam com dificuldades ao nível económico e
social.

Deparamo-nos, assim, com uma clara alteração de forças nas relações internacionais, o que
provocou vários desafios e problemas, nomeadamente na criação de um novo mapa
geopolítico e na edificação de uma paz duradoura. Com efeito, realizaram-se duas grandes
conferências, a de Ialta e a de Potsdam.

Na Conferência de Ialta, realizada em fevereiro de 1945, estiveram presentes os três grandes


presidentes (Churchill, Estaline e Roosevelt). Estes chegaram a acordo relativamente a
questões importantes, como a necessidade: de diminuir o poder da Alemanha (através da sua
divisão em quatro zonas de ocupação, ou seja, entre os países aliados), de criar uma
conferência para a criação da ONU e de redefinir as fronteiras dos territórios ocupados pelos
exércitos nazis.

Entre julho e agosto de 1945, sucedeu-se a conferência de Potsdam, onde apenas se conseguiu
a confirmação das deliberações tomadas em Ialta, devido aos divergentes interesses
estratégicos. Deste modo, tomaram-se novas medidas relativamente à Alemanha, na condição
de derrotada, como: a criação de um tribunal para o julgamento dos crimes de guerra
cometidos pelos nazis; a administração conjunta da cidade de Berlim e a desmilitarização,
democratização e divisão definitiva da Alemanha.

Estas conferências revelaram alguma tensão, nomeadamente entre os EUA e a URSS, devido à
nítida intenção de Estaline em alargar a sua área de influência sobre o Leste europeu, com
base na legitimidade de ter libertado esses países do domínio nazi (sovietização do leste
europeu, iniciava-se a divisão ideológica).

Neste contexto, surgiu a já prevista/idealizada Organização das Nações Unidas (ONU), que
tinha como objetivo alcançar a paz, garantir a segurança e promover a cooperação entre as
nações. Deste modo, a ONU assumiu um papel relevante na defesa dos direitos humanos (que
atingiu a sua maior expressão com aprovação da “Declaração Universal dos Direitos
Humanos”, onde se promovia do bem estar dos povos, o desenvolvimento dos cuidados de
saúde e a assistência aos refugiados) e, consequentemente, na procura do apaziguamento das
tensões internacionais.

O planeamento do pós-guerra não se processou apenas a nível político, pois um grupo de


economistas reuniu-se, em Bretton Woods, com o intuito de estruturar a situação monetária e
financeira e, ao mesmo tempo, evitar os erros do passado.

Nesta reunião, os Estados participantes adotaram medidas para uma nova ordem económica,
baseada na cooperação mundial: criação de um novo sistema monetário internacional (SMI),
definição de regras para a estabilidade das taxas de câmbio das suas moedas e de
convertibilidade das moedas face ao ouro ou ao dólar (moeda que se tornou referência). Para
operacionalizar este novo sistema monetário, criou-se o Fundo Monetário Internacional (FMI,
para auxiliar os países com dificuldades no equilíbrio da balança de pagamentos), o Banco
Mundial (BIRD, para financiar a reconstrução do pós-guerra e, posteriormente, projetos de
desenvolvimento económico) e, mais tarde, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT,
organismo que fomentava o comércio livres).

Para além de tudo isto, a segunda guerra mundial provocou nas colonias uma vontade de lutar
pela liberdade, face à opressão e à tirania, e reafirmou/validou a possibilidade de os povos
disporem de si próprios (autodeterminação). Deste modo, o movimento de descolonização
torne-se evitável, principalmente pelo facto de ter recebido o apoio das duas grandes
potências (EUA e URSS), que pretendiam alargar as suas áreas de influência, e da ONU, que fez
a emancipação colonial uma prioridade.

A descolonização iniciou-se no Médio Oriente (síria, Jordânia e Líbano, em 1946) e na Ásia


(Israel, em 1948), onde os sentimentos nacionalistas se manifestavam desde os anos 30.
Contudo, houveram países que não tiveram dispostos abrir mão dos seus territórios e, por
isso, tiveram que abdicar dos povos colonizados à força e de forma violenta: Indonésia,
Indochina, Vietname, Laos e Camboja.

Podemos concluir que, o mundo nascido do pós-guerra sofreu diversos contornos políticos e
económicos, devido ao novo mapa geopolítico, às novas regras económicas e às reivindicações
de emancipação colonial

Nota- ver órgãos de funcionamento da ONU na página 13.

O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar


O mundo nascido do pós-guerra ficou marcado pelo antagonismo entre os duas grandes
potências emergentes da segunda guerra mundial, uma vez que, os EUA não estavam
dispostos assistir passivamente à expansão da revolução socialista pelos países libertados da
ocupação nazi.

Foi neste contexto que, em 1947, o presidente Truman afirmou a necessidade de adotar uma
política de contenção do avanço comunista e apelou ao Ocidente para a luta contra o que
considerou ser o totalitarismo soviético (Doutrina Truman). Para além disto, Truman defendia
que o apoio aos “povos livres” devia ser feito mediante a ajuda económica e financeira, para
inviabilizar a expansão comunista, e, por isso, George Marshall apresentou uma estratégia de
apoio à Europa, que tinha como objetivo reconstruir, em moldes capitalistas, as economias
europeias devastadas, mesmo as que estavam sob a influência soviética (Plano Marshall).

Em consequência, a URSS, imediatamente respondeu com a Doutrina de Jdanov, que


propalava, sem qualquer reserva, a divisão do mundo em dois campos opostos (um
“imperialista e antidemocrático”, liderado pelos EUA, e outro “anti-imperialista e
democrático”, tutelado pelos soviéticos), e recusou ajuda económica americana, através da
criação do Plano Molotov. Como forma de por em prática este plano, criou-se o COMECON
(Conselho de Assistência Económica Mútua), instituição destinada a fortalecer a cooperação e
as relações económicas entre a URSS e os países da Europa de Leste, segundo o modelo
económico soviético.

Este clima de desentendimento e confrontação entre o Bloco Ocidental e o Bloco de leste ficou
conhecido como Guerra Fria. Foi um período durante o qual, ao longo de mais de 40 anos, as
duas potências levaram a cabo diversas campanhas ideológicas e de propaganda, com o
objetivo de exaltar a sua superioridade e de provocar medo ao seu opositor, gerando um clima
de desconfiança e de equilíbrio pelo terror, que provocou a adesão aos serviços secretos (CIA e
KGB).

Contudo, nunca houve um confronto militar direto, pois ambos os blocos estavam conscientes
de que a destruição seria total e não haveria lugar para vencedores, sobretudo a partir do
momento em que na corrida de armamento passaram a existir armas atómicas.

A Guerra Fria foi marcada por várias episódios, destacando-se o da “questão alemã” e de
Berlim, que se originou devido ao facto dos três Estados Ocidentais terem unido forças para a
reconstrução rápida e eficaz da Alemanha, o que levou Estaline a bloquear a cidade de Berlim
como forma de retaliação. Com efeito, a Alemanha passou a estar dividida definitivamente em
dois Estados: a Republica Federal Alemã, a ocidente, e a Republica Democrática Alemã, a leste
(na esfera socialista soviética).

Para além de tudo isto, as duas superpotências tinham conceções opostas de desenvolvimento
ao nível político, económico e social: de um lado, o liberalismo, assente sobre o princípio da
liberdade individual e do outro, o marxismo, que subordina o indivíduo ao interesse da
coletividade.

Outros episódios importantes:


 A primeir

O mundo capitalista
A política de alianças liderada pelos Estados Unidos:
O Bloco Ocidental, liderado pelos EUA, como forma de manter a paz/segurança, de promover a
cooperação económica e de conter a expansão do comunismo, estabeleceu pactos e tratados
com diversos países (política de alianças), com por exemplo:

 o Pacto do Rio (onde as nações latino-americanas tinham como principio a “defesa


coletiva” do continente americano - 1947);
 o Pacto de Bruxelas (tinha como função promover a cooperação económica e deter o
expansionismo soviético na Europa-1948);
 A Organização dos Estados Americanos (garantia a paz e promovia a cooperação e a
defesa da integridade territorial dos estados-1948);
 o Tratado do Atlântico Norte (foi aliança mais importante e duradoura, entre os EUA, o
Canadá e dez Estados da Europa, consagrou militarmente a divisão ideológica entre os
dois blocos-1949);
 o Pacto do Pacifico (constituído pela Austrália, Nova Zelândia e os EUA, assegurava a
defesa do Pacifico Sul-1951);
 a Organização do Tratado da Ásia do Sudeste (tinha em vista a contenção do
comunismo-1954);
 a Organização do Tratado Central – CENTO (aliança económica e militar-1954)

A formação destas alianças político-militares era acompanhada pela celebração de acordos


bilaterais com muitos dos países aliados para o estabelecimento de bases militares, em pontos
estratégicos, o que permitia alargar a esfera de influência dos EUA e conter a ameaça
comunista.

A prosperidade económica capitalista e a sociedade de consumo:


Emergente de um longo período de depressão e de guerra, o mundo capitalista conheceu,
entre 1945 e 1973, um tempo de crescimento económico sem precedentes, que ficou
conhecido como os “Trinta Gloriosos”.

Tratou-se, efetivamente, de um tempo de crescimento acelerado da economia com origem


nos EUA e que se estendeu aos restantes países do bloco capitalista, à medida que se
consolidavam as suas politicas de apoio à reconstrução dos países destruídos pela guerra.

Para conseguir esta prosperidade, verificou-se uma intensificação da procura de bens/serviços


e, consequentemente, uma resposta do setor produtivo, com o intuito de aumentar a oferta.

Entre os fatores da intensificação da procura, consideramos:


 o imprescindível surto demográfico (a paz e a confiança no futuro favoreceram um
acentuado crescimento da natalidade, o que se traduziu, naturalmente, no aumento
significativo do mercado consumidor);
 a liberalização das trocas comerciais no quadro de implementação das novas regras
para a economia (diminuição das taxas alfandegárias e de outros entraves à circulação
de mercadorias proporcionou a internacionalização das trocas de produtos oferecidos
por técnicas de publicidade e de marketing cada vez mais sofisticadas);
 a intervenção do Estado na promoção da qualidade de vida dos cidadãos (os
financiamentos americanos no âmbito dos planos de ajuda à recuperação económica
dos países aliados também foram aplicados na melhoria das condições de vida das
populações, o que se traduziu no respectivo aumento do poder de compra).

Mais variados são os fatores da intensificação da resposta do setor produtivo:

 a mão de obra disponível cresceu, em termos de quantidade e de qualidade (a


população ativa é maioritariamente constituída por jovens com níveis de escolaridade
cada vez mais elevados, imbuídos de um forte espírito inovador e para os quais havia
abundância de trabalho bem renumerado);
 a disponibilidade de capitais (a crescente prosperidade de algumas regiões do Globo
era, por conseguinte, a origem de avultados capitais que eram reinvestidos em novos
e modernos empreendimentos industriais);
 o novo capitalismo industrial, caracterizado pelo aumento da concentração industrial
e formação de poderosas multinacionais (que financiam a investigação cientifica,
tendo em vista o desenvolvimento de novas tecnologias, e, ao mesmo tempo,
oferecem toda a panóplia de produtos mais consumidos);
 a aceleração do progresso cientifico e tecnológico (cada vez mais a ciência e a técnica
estão associadas ao desenvolvimento da competitividade económica, pois são
fundamentais para o incremento da produção).

Durante este período de prosperidade, houve uma ascensão ao poder de partidos defensores
de políticas reformistas e intervencionistas, inspiradas na social-democracia e na democracia-
cristã, em prejuízo dos velhos partidos conservadores identificados com o capitalismo liberal e
com a Depressão dos anos 30.

A social-democracia é uma proposta política desenvolvida a partir das conceções revisionistas


de Bernstein (lll Internacional, 1889), que defende a construção da sociedade socialista através
de processos reformistas e democráticos, em prejuízo da via revolucionária do marxismo. Em
conformidade, os partidos sociais-democratas propõem a conciliação entre os princípios de
livre concorrência, defendidos pelos partidos liberais, com o intervencionismo do Estado, na
regulamentação das atividades económicas e na promoção do bem-estar dos cidadãos,
preconizada pelos partidos socialistas. Para efeito, os Estados com o governo social-democrata
devem intervir no controlo dos setores-chave da economia e adotar políticas fiscais que
favoreçam uma melhor distribuição da riqueza.

Já a democracia cristã tem origem nas primeiras manifestações de denúncia da condição


operária e de condenação dos excessos do capitalismo liberal, na segunda metade do século
XIX, onde se insere a moralidade cristã e a doutrina social da igreja. Para os democratas
cristãos é dever dos Estados implementar políticas orientadas pelos princípios humanistas de
promoção da dignidade do Homem, conciliando o espírito laico da democracia com os valores
do cristianismo. Por conseguinte, a justiça social e o bem-estar dos cidadãos através da
intervenção do Estado na regulamentação da economia e na distribuição mais justa da riqueza
nacional deve ser também a grande preocupação dos governos democratas-cristãos.

Ora, estas ideias encontram, nos problemas económicos e sociais decorrentes da conjuntura
de guerra e na necessidade de evitar o seu agravamento, as condições necessárias para
trunfarem e levarem ao poder os partidos que as defendem. Com efeito, cada vez mais o
exercício do poder democrático passa pelo dever de os governantes eleitos assumirem um
papel mais interventivo na vida económica e social, de forma a promover/assegurar o bem-
estar dos cidadãos e uma maior justiça.

É nesta conjuntura que se afirma um novo modelo de Estado, conhecido como Estado
Providencia, que foi implementado na Europa, em 1942, com base no relatório de William
Beveridge (defensor da necessidade do Estado combater os “cinco grandes males” da
sociedade: a miséria, a ignorância, a carência, a doença, e a ociosidade).

Como promotor da justiça social, é dever do Estado Providência implementar sistemas de


redistribuição mais equitativa da riqueza nacional, canalizando a sua capacidade financeira
para a promoção da qualidade de vida dos cidadãos mais desfavorecidos pelas condições
socioeconómicas. Deste modo, passou a ser dever do Estado: cautelar as situações de
desemprego, de doença, de invalidez por acidente e de velhice (através da atribuição de
subsídios), garantir serviços públicos de educação, saúde e habitação e promover uma melhor
qualidade vida das famílias (através da atribuição de ajudas financeiras em determinados atos
da vida civil, como o nascimento de filhos).

Em consequência de tudo isto (do crescimento da população, do desenvolvimento tecnológico,


do aumento dos salários reais e da melhor qualidade vida das pessoas), afirmou-se uma
sociedade de consumo, que adquiriu novos hábitos.

A sociedade de consumo caracteriza-se por elevados índices de consumo não só de bens e


serviços estritamente necessários a uma sobrevivência com alguma qualidade de vida, mas,
sobretudo, de produtos supérfluos e perecíveis (como, por exemplo, aquisição de
electrodomésticos, de peças de mobiliário, de produtos decorativos, do telefone, da televisão,
do tão desejado automóvel e tudo aquilo que podia proporcionar o melhor conforto possível).
Tudo isto, é estimulado pela multiplicação de grandes centros comerciais que, recorrendo a
sofisticadas técnicas de publicidade e de marketing, onde se insere proliferação das vendas de
crédito, convidam ao consumo não só necessário, mas, na maioria dos casos, daquilo que
apenas “pode dar jeito”.

Podemos concluir que, os “trinta gloriosos” permitiram o aumento da produtividade, o


crescimento das trocas comercias e melhores condições de vida para as populações, o que
permitiu o aparecimento da sociedade de consumo.

Portugal do autoritarismo à democracia


O imobilismo político do pós-guerra a 1974:
Quando, em 1945, a maior parte dos países europeus festejou o triunfo da democracia sobre o
nazi-fascismo, parecia que estavam reunidas as condições políticas para a transformação do
regime do Estado Novo e, consequentemente, para Salazar enveredar pela reclamada
democratização do país.

Na verdade, a necessidade de mudança também foi sentida por Salazar e, por isso, como
forma de garantir a sobrevivência do regime tomou medidas para se adaptar à nova
conjuntura política internacional:

 concedeu amnistia a alguns presos políticos;


 aparentou modificar a policia politica (que de PVDE passou a chamar-se PIDE);
 antecipou a revisão constitucional para introduzir o sistema de eleições dos deputados
por círculos eleitorais, em vez de um círculo nacional único;
 aparentou afrouxar o regime de censura aos meios de comunicação social;
 dissolveu a Assembleia Nacional e convocou novas eleições;
 convidou a oposição para participar nas eleições, “tão livres como as da livre
Inglaterra”.

Foi neste contexto de “abertura” do regime que milhares de pessoas apoiaram o Movimento
de Unidade Democrática (MUD), fundado em 1945, que reuniu distintas correntes de oposição
ao Estado Novo

As forças oposicionistas, englobadas sobre a designação oposição democrática, com o intuito


de participarem no ato eleitoral pediram o adiamento do mesmo, de forma a haver
possibilidade de criar as condições que permitissem instituir/legalizar partidos políticos, de
reformular os cadernos eleitorais (fiscalização do recenseamento) e de assegurar uma efectiva
liberdade de expressão.

Nota- Reivindicações do MUD (doc1 pág.100): liberdade de imprensa; liberdade de reunião e


propaganda; acesso e fiscalização de recenseamento; fiscalização do ato eleitoral; controlo na
contagem dos votos e amnistia para os presos políticos.

As reivindicações do MUD não foram atendidas e a pressão da PIDE passou a ser mais intensa,
o que provocou a desistência do movimento à candidatura. Deste modo, as eleições
realizaram-se sem a oposição e os resultados deram a vitória aos candidatos da União
Nacional.

Mais tarde, a oposição voltou a reorganizar-se para eleições presidenciais de 49, tendo
apresentado como candidato o general Norton de Matos, em oposição ao marechal Óscar
Carmona. No entanto, o candidato da oposição democrática, face à intensificação da repressão
e não obtendo as garantias, por parte do regime, de um ato eleitoral livre, viu-se obrigado a
desistir da candidatura.

Depois da campanha de Norton de Matos, as forças da oposição democrática evidenciaram as


suas divisões ideológicas. Com efeito, nas eleições antecipadas, devido à morte de Óscar
Carmona, a oposição apresentou candidaturas separadas: Ruy Luís Gomes, pelo partido
comunista, e Quintão Meireles, apoiado pelos republicanos moderados. Sem surpresas, vence
as eleições o general Craveiro Lopes, que era o candidato da União Nacional

Podemos concluir que, para não contribuírem para a legitimação daquilo que era considerado
uma farsa, as organizações oposicionistas acabavam por desistir à boca das urnas, não se
apresentado ao sufrágio. Pois, na verdade, a abertura politica anunciada por Salazar serviu
apenas para iludir a opinião pública internacional e, ao mesmo tempo, conhecer melhor os
opositores ao regime, que acabaram por ser perseguidos intensamente.

Nota- Último parágrafo da página 287

“Terramoto Político” nas eleições presidenciais em 1958

As oposições ao regime de Salazar voltaram a reorganizar-se para a nova eleição eleitoral, em


1958, na qual apresentaram como candidato o general Humberto Delgado, homem
determinado a afrontar o contra-almirante Américo Thomaz.

IGUAL À PÁGINA 288 DO MANUAL EXAME

A necessidade de divulgar internacionalmente esta natureza antidemocrática do regime levou


a oposição a intensificar a sua ação de contestação, recorrendo a atos de maior impacto, pela
relevância das personagens intervenientes e pela espetacularidade das ações.

É neste quadro que se inserem, entre outras ocorrências:

 a carta do bispo do Porto (em que, no exercício do magistério episcopal e em defesa


da doutrina social da Igreja, teve a coragem de tecer, com toda a frontalidade, críticas
contundentes relativas à situação político-social e religiosa do país).
 o “golpe da Sé” (realizado por um grupo de militares e católicos, em 13 de Março de
1959);
 o assalto ao Santa Maria (o navio português Santa Maria é assaltado e ocupado por
um comando liderado por Henrique Galvão, em 1961, como forma de protesto contra
a falta de liberdade cívica e política);
 a “abrilada” (golpe de estado liderado por Botelho Moniz, em 1961);
 o desvio de um avião da TAP (um grupo de oposicionistas liderado por Palma Inácio
toma de assalto o avião da TAP e inunda lisboa de propaganda antifascista);
 o assalto ao quartel de Beja (1962);
 a crise académica (expressão de contestação estudantil, em 1962);
 o assalto à dependência do Banco de Portugal (1967)

Podemos concluir que, após a candidatura de Humberto Delgado multiplicaram-se as ações de


protesto contra o regime do Estado Novo, o que prenunciava o seu fim.

A questão colonial:
No mundo nascido no pós-guerra, a pressão internacional, relativamente à autonomia e
independência das colonias, bem como a primeira vaga de descolonizações ocorrida no
sudoeste asiático, tiveram importantes repercussões na política colonial do Estado Novo.
Com efeito, passaram a notar-se algumas divergências nas posições a tomar relativamente ao
futuro da política colonial. Os setores mais conservadores defendiam o modelo integracionista,
que alegava o Estado português como sendo unitário, indivisível e pluricontinental, e os mais
liberais apoiavam o modelo federalista, em virtude da pressão da comunidade internacional e
da ideia de que a descolonização em África era irreversível, defendeu a progressiva
transformação das províncias ultramarinas em estados independentes (sem deixar de ter em
conta os interesses nacionais).

Perante isto o regime optou pela revisão do Ato Colonial, que acabou mesmo por ser revogado
na revisão constitucional de 1951. Deste modo, deixou de existir os termos “colonia” e
“império colonial português”, os quais foram substituídos por “províncias ultramarinas” e
“ultramar português”.

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