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Terceiro Setor:

CONCEITOS & RESPONSABILIDADES

+ Nailton Cazumbá
Sumário
03 DENOMINAÇÕES NO TERCEIRO SETOR: ONG, OSCIP OU INSTITUTO?

09 COMO CRIAR UMA FUNDAÇÃO: CONCEITO E PROCEDIMENTOS

13 COMO CRIAR UMA ASSOCIAÇÃO: CONCEITO E PROCEDIMENTOS

16 TERCEIRO SETOR E O ESTATUTO SOCIAL

21 OS ADMINISTRADORES NO TERCEIRO SETOR E SUAS RESPONSABILIDADES

24 CONSELHO FISCAL NO TERCEIRO SETOR


Denominações no
Terceiro Setor: ONG,
OSCIP ou Instituto?

03
Neste ebook vamos trazer algumas informações sobre as denominações e qualificações
inerentes ao Terceiro Setor, que por muitas vezes são utilizados como conceitos ou sinônimos,
ou mesmo como natureza jurídica das entidades. Entenda as diferenças entre os termos:

ABRIR UMA ONG, OSCIP OU INSTITUTO?


Em determinadas situações pessoas me falaram que pretendiam abrir uma ONG, uma OSCIP,
uma OS, ou até mesmo um Instituto. Agora, mais recentemente, falam em criar uma OSC.
Prontamente respondi que a intenção delas era instituir uma entidade privada sem fins
lucrativos, cuja natureza jurídica seria uma associação ou uma fundação.

CLIQUE AQUI E ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE ONG E OSCIP

Quando o objetivo é a união de pessoas, com uma finalidade comum que perseguem a
defesa de determinados interesses, sem ter o lucro como objetivo, deve ser constituída uma
associação.

Já, quando se tratar de um patrimônio destinado a servir, também sem intuito de lucro a
uma causa de interesse público determinada deve-se constituir uma fundação, através da
manifestação do seu instituidor ou instituidores, que pode ocorrer, inclusive, após sua morte,
através de testamento.

Portanto, as associações são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que se
formam pela reunião de pessoas em prol de um objetivo comum, sem interesse de dividir
resultado financeiro entre elas, devendo toda a renda proveniente de suas atividades ser
revertida para os seus objetivos estatutários.
04
Enquanto as fundações constituem-se numa universalidade de bens ou direitos, dotados
de personalidade e destinados a uma determinada finalidade social, estabelecida pelo seu
instituidor.

Na definição da razão social dessa nova entidade (nome institucional), pode ser inserida a
palavra Instituto, que é bastante utilizada pelas organizações do Terceiro Setor. No entanto,
nada impede que empresas privadas, ou mesmo entidades públicas (principalmente as
fundações públicas e autarquias), também a utilizem, a exemplo do IBGE – Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, e o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Desse modo,
apesar de usualmente aplicado no Terceiro Setor, o termo Instituto não é específico ou
exclusivo deste grupo. Trata-se, apenas de uma denominação utilizada na razão social ou
nome fantasia das entidades.

Após o estabelecimento da pessoa jurídica (associação ou fundação), com aquisição de


registro no CNPJ, a entidade passa a desenvolver a sua missão. E, pelo fato de, na sua
grande maioria, desempenhar atividades complementares às do Poder Público, buscando
atender necessidades sociais, essas organizações passaram a ser denominadas de Não-
Governamentais, surgindo assim a sigla ONG.

Observa-se que ONG não é natureza jurídica como muitos pensam. Corresponde a
uma denominação que destaca a principal característica das entidades do Terceiro
Setor, que é realizar atividades de fins públicos, sem serem integrantes do Governo.

05
Em 2016, com a entrada em vigor da Lei Federal nº 13.019/14,
conhecida como o Marco Regulatório das Organizações
da Sociedade Civil – MROSC, ficou em evidência uma nova
denominação para as entidades privadas sem fins lucrativos
que celebram parcerias com o poder público: Organizações da
Sociedade Civil – OSC.

Esta expressão tende a substituir a denominação ONG, visto que


caracteriza melhor a missão das entidades, que se formam a partir
da organização da sociedade civil em busca do atendimento às
necessidades da sociedade (saúde, educação, assistência social,
cultura, esporte, proteção de direitos da criança, adolescentes e
idosos, proteção de animais e ao meio ambiente, etc.), enquanto
ONG apenas informa que tais organizações têm fins sociais, mas
não fazem parte do governo.

O QUE É OSC?
Desta forma, OSC também é uma denominação, não configurando
uma natureza jurídica, como as associações e as fundações. Um
ponto interessante é que o MROSC amplia o conceito de OSC, para
fins de celebração de parcerias com o poder público, incluindo
neste grupo as organizações religiosas que realizam também
atividades sociais, e alguns tipos de cooperativas, como as sociais
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previstas na Lei nº 9.867/99, e as que tenham cunho social.

06
O QUE É OSCIP?
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público diz respeito a uma qualificação
outorgada pelo Ministério da Justiça – MJ às entidades que atendam aos requisitos previstos
na Lei Federal nº 9.790/99, e no Decreto Federal nº 3.100/99. Desta forma, para obter o
título, a entidade necessita primeiro ser constituída sob a forma de associação ou fundação,
e realizar o requerimento a ser avaliado pelo MJ.

O QUE É OS?
OS – Organização Social – refere-se também a uma qualificação concedida a pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
cultura e à saúde, conforme previsto na Lei Federal nº 9.637/98. Os estados e municípios
podem criar suas leis de OS e ampliar o rol de finalidades sociais passíveis de permissão para
qualificação de entidades como organizações sociais estaduais e municipais.

Portanto, pode-se verificar que uma entidade consegue exercer normalmente suas atividades
sem possuir a qualificação como OSCIP ou como OS.

De um modo geral, toda e qualquer entidade privada que exerça atividades intermediárias
entre a sociedade e o Estado, sem objetivo de lucro, poderá ser considerada uma Organização
Não Governamental – ONG, e agora mais recentemente como Organização da Sociedade Civil
– OSC, a qual pode ter, ou não, a expressão Instituto em seu nome. Ressaltamos, também,
que ninguém abre uma OSCIP ou uma OS, porém pode solicitar esse reconhecimento ao
Ministério da Justiça, ou ao poder público federal, estadual ou municipal respectivamente,
desde que atenda às previsões legais para a obtenção das referidas qualificações.

07
A partir de agora, não cabe mais se falar em abrir ONG, OSC, Instituto, OSCIP, ou OS, mas sim
em constituir uma associação ou fundação, a qual poderá ter o nome Instituto em sua razão
social ou nome fantasia. Tal entidade será denominada ONG ou OSC pelas suas características
e atividades, e, se for considerado interessante, é possível pleitear a qualificação como
Organização da Sociedade Civil de Interesse público – OSCIP ou como Organização Social –
OS junto às autoridades competentes.

08
Como criar uma
Fundação: conceito
e procedimentos

09
O Código Civil (Lei nº 10.406/02) dispôs no seu art. 62 que para criar uma fundação o seu
instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

Essa legislação que passou a vigorar em 2003, também definiu que novas fundações somente
poderiam constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. No entanto, tal
restrição vigorou até meados de 2015.

Com a alteração do Código Civil proferida pela Lei nº 13.151, a partir de agosto de 2015,
ocorreu a ampliação das finalidades previstas para a constituição de novas fundações,
englobando:

• Assistência social
• Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico
• Educação
• Saúde
• Segurança alimentar e nutricional
• Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável
• Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas
de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos
• Promoção da ética, cidadania, democracia e dos direitos humanos
• Atividades religiosas

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CONCEITO DE FUNDAÇÃO

As fundações constituem-se numa universalidade de bens ou direitos, dotados de personalidade e destinados a uma
determinada finalidade social, estabelecida pelo seu instituidor.

São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos ou


lucrativos, que se formam a partir da existência de um patrimônio
destacado pelo seu instituidor através de escritura pública ou
testamento, para servir a um objetivo específico, voltado a causas de
interesse público.

As fundações podem ser constituídas por indivíduos, por empresas, ou pelo poder público. Neste último caso, temos
as fundações públicas, pertencentes ao primeiro setor. É importante que exista uma declaração de vontade clara do
instituidor para a constituição da fundação, especificando os bens destinados a formar seu patrimônio e os seus fins.
Esse patrimônio precisa ser suficiente para garantir que a fundação cumpra suas finalidades.

Assim, fundação é a instituição que se forma pela destinação de um patrimônio para servir a certo fim de utilidade
pública ou atuar em benefício da sociedade. Caracterizam-se por seus fins de caridade ou beneficentes, pesquisa,
educação, saúde, etc., (seus objetivos principais), e pelo fato de ocorrer, com a sua instituição, uma personalidade
patrimonial. Isso quer dizer que, diferente das associações, onde o foco é o indivíduo, nas fundações o núcleo central
é o patrimônio.

Em geral, as fundações são administradas por um Conselho de Administração, Deliberativo ou Curador (que decide em
linhas gerais quanto à forma de atuação da entidade), uma Diretoria Executiva ou Superintendência (órgão executor)
e um Conselho Fiscal (que realiza o acompanhamento das contas e atividades).

11
PROCEDIMENTOS PARA CONSTITUIR UMA FUNDAÇÃO

Assim como as associações, as fundações são regidas por estatutos, que se elaboram segundo as regras legais. O registro da fundação
depende de autorização do Ministério Público Estadual para escritura definitiva em Tabelionato de Notas e posterior registro no Cartório de
Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas. Esta avaliação prévia pelo Ministério Público só é dispensada nos casos em que a fundação foi
instituída por testamento.

Desta forma, para que a fundação adquira existência formal é necessário o registro de seu Estatuto Social, e da ata da reunião de constituição
realizada pelo Conselho de Administração, com a eleição da primeira diretoria, no Cartório de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas.
A partir do registro, a entidade passa a ter plena capacidade legal, e, portanto, a condição para contratar, empregar, firmar parcerias, etc.,
passando a contrair direitos e obrigações.

Durante toda a sua existência, que em regra é por tempo indeterminado, as atividades da fundação, que devem ser minuciosamente descritas
no estatuto, estarão sujeitas ao controle do Ministério Público do Estado onde estiver sediada.

Estes são apenas os primeiros passos para a criação e existência legal da fundação. Em seguida, deve ela obter também o CNPJ, o registro
municipal e outros registros específicos de acordo com sua área de atuação. Posteriormente, a fundação pode, e deve, buscar imunidade
tributária, isenções, qualificações, títulos, certificados e parcerias com entidades privadas e públicas, com o objetivo de captar recursos para
manutenção de suas atividades.

Como destacamos no capítulo seguinte sobre constituição de associações, após a constituição da fundação é necessário manter a contabilidade
atualizada, apresentando periodicamente as declarações obrigatórias aos órgãos de controle e fiscalização.”

12
Como criar uma
Associação: conceito e
procedimentos

13
CONCEITO DE ASSOCIAÇÃO

O Código Civil (Lei nº 10.406/02) define as associações como a união de pessoas que se organizam para
fins não econômicos (art. 53). E a Constituição Federal garante o direito à livre associação, mas proíbe
o exercício de determinadas atividades descritas em lei, tais como as atividades de caráter paramilitar.

Desta forma, as associações constituem um agrupamento de pessoas, com uma finalidade comum que
perseguem a defesa de determinados interesses, sem ter o lucro como objetivo. Portanto, são pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que se formam pela reunião de pessoas em prol de um
objetivo comum, sem interesse de dividir resultados financeiros entre elas. Toda a renda proveniente
de suas atividades deve ser revertida para o cumprimento dos seus objetivos estatutários.

Sua finalidade pode ser altruística – como uma associação beneficente que atende a uma comunidade
sem restrições qualificadas – ou não altruística, no sentido em que se restringe a um grupo seleto e
homogêneo de associados.

É importante ressaltar que, embora os fins das associações não sejam de ordem econômica, elas
não estão proibidas de realizar atividades geradoras de receita, visto que não há vedação legal ao
desempenho de tais atividades, desde que as mesmas se caracterizem como meios para atendimento
de seus fins. Por isso, elas não perdem a categoria de associação mesmo que realize negócios para
manter ou aumentar seu patrimônio, desde que não propicie lucro aos associados, dirigentes ou
instituidores.

Para tanto, as atividades econômicas desenvolvidas devem estar previstas expressamente em seus
estatutos, bem como a intenção de reverter integralmente a receita gerada para a consecução dos
seus objetivos sociais.

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PROCEDIMENTOS PARA CONSTITUIR UMA ASSOCIAÇÃO

A constituição de uma associação ocorre por meio de seu Estatuto Social, um conjunto de cláusulas contratuais que relaciona a entidade com
os seus instituidores, dirigentes e associados, atribuindo-lhes direitos e obrigações entre si.

O Código Civil, em seu art. 46, aponta as informações que obrigatoriamente devem constar no estatuto. É importante, também, verificar as
exigências que devem constar nesse documento, caso a associação pretenda celebrar parcerias ou obter titulação junto ao poder público.

Para que a associação adquira existência formal perante a lei (que chamamos de personalidade jurídica), é necessário o registro de seu
estatuto social, e de sua ata de constituição e eleição da primeira diretoria, no Cartório de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas.

A partir do registro, a entidade passa a ter plena capacidade de direito, e, portanto, a condição legal para contratar, empregar, firmar parcerias,
etc., tornando-se um ator social que estará sujeito a direitos e obrigações.

Estes documentos são os necessários para a simples existência da associação, no entanto, para o exercício de suas atividades, ela necessitará
de diversos outros documentos como a inscrição municipal, e o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – o CNPJ, que corresponde ao CPF da
pessoa física. Ainda, podem ser exigidos outros cadastros municipais, estaduais e federais para que a entidade esteja habilitada a prestar
serviços em áreas específicas, como educação, saúde e assistência social.

Posteriormente, a associação pode pleitear a obtenção de títulos, certificados e qualificações que proporcionam vantagens na captação de
recursos a serem utilizados na sua manutenção e sustentabilidade.

As associações geralmente são administradas por uma Assembléia Geral, responsável pela definição quanto à forma de atuação da entidade,
um Conselho Administrativo ou Diretoria (órgão executor) e um Conselho Fiscal (que realiza o acompanhamento das contas).

Por fim, destacamos mais uma vez que as associações são pessoas jurídicas detentoras de direitos e deveres. E um desses deveres é manter
sua contabilidade atualizada, apresentando periodicamente as declarações obrigatórias aos órgãos de controle e fiscalização.

15
Estatuto Social

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TERCEIRO SETOR E O ESTATUTO SOCIAL

Trata-se do documento que rege o funcionamento das organizações, evidencia os direitos e


deveres dos associados e delimita as atribuições dos cargos deliberativos, executivos e fiscais
das entidades do Terceiro Setor: o Estatuto Social, ou simplesmente Estatuto. É nele que
devem estar contidas todas as informações relativas à entidade, como veremos a seguir:

EXIGÊNCIAS LEGAIS
As organizações do Terceiro Setor são regidas por um instrumento legal que registra as
características e o conjunto de regras relativas ao seu funcionamento, denominado Estatuto
Social. Este documento deve atender, no mínimo, aos requisitos básicos dispostos pelo Código
Civil (Lei nº 10.406/02), precisando conter necessariamente, sob o risco de ser considerado
nulo:

• As denominação, os fins e a sede da instituição;


• Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos integrantes;
• Os direitos e deveres dos associados/fundadores;
• As fontes de recursos para sua manutenção;
• O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
• As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
• A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

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A Lei nº 13.019/14 (MROSC), trouxe novas exigências com relação às suas normas de organização interna. Desta forma,
é recomendável que as Organizações da Sociedade Civil – OSC que desejem celebrar parcerias com a administração
pública tenham descrito em seus estatutos:

• Objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social;


• Que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a outra pessoa jurídica
de igual natureza que preencha os requisitos da Lei nº 13.019/14 e cujo objeto social seja, preferencialmente, o
mesmo da entidade extinta;
• Escrituração de acordo com os princípios de contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade.

OUTRAS NORMAS/REGRAS IMPORTANTES

Considerando a importância deste instrumento na forma de agir e de gerir a instituição, é de suma importância
que, além das exigências legais acima descritas, sejam também incluídas outras normas ou regras que regulam a
convivência daqueles que compõem a entidade, como:

• O prazo de duração da entidade;


• O endereço da sede;
• Se a instituição terá atuação em outras unidades da federação e de que forma, se for o caso;
• O modo como se representa ativa e passivamente;
• O modo como se representa judicial e extrajudicialmente;
• A definição de que os membros respondem subsidiariamente, ou não, pelas obrigações sociais;
• Se os associados respondem ou não pelas obrigações sociais;
• A informação de que ato constitutivo é reformável, ou não, no tocante à administração, e de que modo;
• A remuneração, ou não, de seus membros;

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• O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos;
• As hipóteses e condições para a destituição dos administradores;
• As condições para extinção da entidade;
• A destinação de seu patrimônio em caso de extinção.

PRATICIDADE E COERÊNCIA

Não há regra para a estrutura de administração a ser adotada pelas entidades. No entanto, deve haver a preocupação de inserir
todas as informações necessárias (legais e complementares) para que seja possível realizar a gestão e o acompanhamento do
cumprimento das finalidades, bem como os direitos e deveres dos seus integrantes.

Cada organização deve avaliar o que é mais prático e coerente para a sua proposta e suas condições específicas de atuação.
As grandes instituições, por exemplo, podem ter diferentes composições administrativas, indicando diversas funções e cargos a
serem preenchidos. Enquanto as menores necessitam de uma estrutura mais enxuta, com menos órgãos e cargos diretivos.

Na prática, é possível verificar estatutos que não registram, de forma clara, as regras básicas, ou não definem o papel de cada um
dos órgãos ou áreas, permitindo uma lacuna, onde determinadas funções ou atividades não são assumidas por falta de previsão no
instrumento legal. Por outro lado, estatutos mal elaborados podem levar duas áreas a realizar as mesmas atividades.

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Desta forma, é importante observar se o estatuto em vigor, ou a ser elaborado, responde aos
principais questionamentos, os quais geralmente só são identificados durante a gestão da
entidade:

• Atende ao Código Civil?


• Quais são os direitos e deveres de cada (tipo de) associado?
• Como são feitas as eleições? Quem pode ser eleito, e para que cargos?
• Quem tem direito a voto, e em que instâncias?
• Como são tomadas as decisões na organização?
• Qual a instância máxima de decisão, e por quem é composta?
• Quais órgão(s) ou cargo(s) é(são) responsável(is) por estabelecer as estratégias para a
consecução dos objetivos da organização e pelo planejamento das suas atividades?
• Qual órgão ou cargo é responsável pela efetiva execução das atividades da organização?
• Qual órgão ou cargo é responsável pela representação da organização? (Ou seja, quem
pode assinar em seu nome? Em geral, são os Diretores — individualmente ou em conjunto
de dois)
• Qual órgão ou cargo é responsável por fiscalizar as atividades da organização,
especialmente com relação às contas? (Em geral, a função cabe ao Conselho Fiscal, que
é um órgão obrigatório para obtenção de alguns títulos e qualificações perante o poder
público)
• Atende à Lei nº 13.019/14 (MROSC)?
• Qual órgão(s) ou cargo(s) é(são) responsável(is) pelas áreas específicas de administração,
finanças, comunicação, captação de recursos, gestão de projetos, etc.

Se o Estatuto de sua entidade apresenta respostas positivas para esses questionamentos,


podemos afirmar que ela está no caminho correto.

20
Os administradores no
Terceiro Setor e suas
responsabilidades

21
Apesar de ser delimitada nos estatutos, essa responsabilidade pode ser ampliada em determinadas situações, chegando a comprometer os
bens pessoais dos gestores para a quitação de dívidas e débitos contraídos em nome da pessoa jurídica.

Fique de olho na responsabilidade dos administradores no Terceiro Setor

As organizações do Terceiro Setor são instituições com personalidade jurídica própria, independente da dos seus integrantes, não devendo
ser confundidas as responsabilidades da pessoa jurídica com a pessoal dos administradores (pessoas físicas). Por este motivo, geralmente os
Estatutos trazem cláusula informativa de que os dirigentes da entidade não responderão solidária e nem subsidiariamente pelas obrigações
assumidas pela instituição.

Por responsabilidade solidária entende-se que a pessoa física se obriga em condições de igualdade ao devedor principal pessoa jurídica
(nesse caso, a instituição). Assim, o credor poderá executar tanto a instituição quanto a seus administradores, visto que ambos possuem
responsabilidade equivalente.

Já, em relação à responsabilidade subsidiária a pessoa física é obrigada a complementar com seu patrimônio, com os bens pessoais, tudo
aquilo que a pessoa jurídica (entidade) não cumpriu sozinha. Nessa situação os administradores são obrigados a complementar o que o
causador do dano ou débito (a instituição) não foi capaz de arcar sozinha. A título exemplificativo, a responsabilidade subsidiária se assemelha
ao aval, enquanto a responsabilidade solidária corresponde à fiança, assinada na ocasião do contrato de locação.

Apesar da previsão estatutária de que os administradores não respondem nem solidária e nem subsidiariamente, em caso de insolvência
da instituição, sendo desconstituída sua personalidade jurídica, a Justiça do Trabalho tem atribuído aos dirigentes a responsabilidade pelo
pagamento das obrigações trabalhistas assumidas em nome da organização.

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FIQUE ATENTO ÀS CONTAS DA ORGANIZAÇÃO

A falta de recolhimento de impostos, seja por desconhecimento da legislação, falta de


informação ou orientação, ou até mesmo por impossibilidade financeira, está se tornando
uma prática não tanto incomum no Terceiro Setor. E tal procedimento traz consequências
graves tanto para a instituição como pessoalmente para seus administradores, pois dela
podem decorrer a responsabilidade penal, com risco de necessidade de utilização do
patrimônio pessoal para o pagamento da dívida.

ENTENDA MELHOR SOBRE IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS PARA AS OSCS, CLIQUE AQUI.

Portanto, havendo alguma dívida trabalhista, ou mesmo fiscal, decorrente da atividade da instituição, a responsável
direta pelo pagamento é pessoa jurídica. No entanto, caso esta não tenha patrimônio suficiente para arcar com as
obrigações contraídas, o que se observa, na prática, é a atribuição destas obrigações aos dirigentes da entidade, que
passam a responder, pessoalmente, por estas dívidas, principalmente quando são relacionadas a processos trabalhistas.

É importante ressaltar que nem sempre os responsáveis são aqueles associados que estão na linha de frente. Ao
administrador, assim considerado aquele que possa ser reconhecido como dirigente ou representante legal (mesmo que
contratado para administrar), podem ser reconhecidas as responsabilidades das quais estamos nos referindo.

Desta forma, é de grande valia estar sempre atento às contas da entidade, às relações trabalhistas e fiscais e fazer
sempre a avaliação da entidade, verificando a possibilidade de existência de riscos para a instituição e dirigentes, e
corrigindo-os, o que é extremamente importante.

23
Conselho Fiscal no
Terceiro Setor

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CONSELHO FISCAL NO TERCEIRO SETOR

Todas as organizações, sejam elas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, necessitam de um órgão fiscalizador
que venha a garantir o cumprimento de seus objetivos. No entanto, no Terceiro Setor, este papel é ainda mais relevante,
pois além dos fundadores, gestores, e associados, existem outros interessados na opinião do Conselho Fiscal, como
os beneficiários, os financiadores, os doadores e a sociedade em geral.

O PAPEL DO CONSELHO FISCAL NO TERCEIRO SETOR

O Conselho Fiscal é um órgão fiscalizador, independente da Diretoria e do Conselho de Administração, que busca,
através dos princípios da transparência, equidade e prestação de contas, contribuir para o melhor desempenho
da organização.

É responsável por garantir a aplicação de boas práticas, direcionada especialmente para a transparência e controle
dos atos internos da entidade. Os membros deste conselho devem atender aos requisitos e regras de funcionamento
que assegurem a efetividade de sua atuação e, especialmente, sua independência.

Portanto, é um órgão integrado à estrutura organizacional da organização, com poderes de controle e fiscalização,
tendo como principal atribuição fiscalizar as finanças, a gestão e o patrimônio da entidade. O resultado dessa
fiscalização geralmente é apresentado sob a forma de parecer.

É importante que seus integrantes tenham conhecimento de administração, contabilidade e direito, para que possa
acompanhar a gestão, finanças e questões jurídicas pertinentes ao funcionamento da entidade. Em regra, estes
integrantes não respondem com seus bens pelos atos que venham a praticar em nome da instituição.

Fique atento, no caso de você ser um administrador de uma organização, você pode responder com seus bens,
conforme citado no capítulo anterior.

25
As principais competências do Conselho Fiscal, especialmente aquelas relacionadas à
fiscalização, estão definidas no art. 163 e seguintes da Lei de Sociedades Anônimas (Lei nº
6.404/76). No entanto, podem, sem prejuízo, ser utilizadas em qualquer tipo de organização,
inclusive as pertencentes ao Terceiro Setor.

A existência do Conselho Fiscal (CF) nas entidades sem fins lucrativos é pautada nos seguintes
elementos:

FUNDAMENTO

É assegurado aos associados o direito de fiscalizar a gestão da instituição, valendo-se do


exame de quaisquer documentos. Tal direito é colocado em prática, geralmente, através do
Conselho Fiscal.

FINALIDADES

Assegurar aos associados e beneficiários que a entidade atende aos objetivos descritos no
estatuto, dentro dos princípios da ética, equidade e transparência; proteger o patrimônio
da instituição; e proporcionar maior segurança aos doadores e financiadores para tomar
decisões sobre alocação de recursos.

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ATUAÇÃO

A atuação do Conselho Fiscal se dá pelo acompanhamento das atividades, por opiniões, por recomendações, pela elaboração de pareceres,
pela fiscalização das contas e atos da administração, assim como pelo recebimento de denúncias.
As principais vantagens da existência do Conselho Fiscal para os associados e beneficiários são:

• é um órgão independente da administração;


• é uma instância que assegura confiabilidade;
• contribui para o valor da instituição por meio do monitoramento dos processos de gestão;
• é, em muitos casos, a única instância de defesa, no âmbito da sociedade, à disposição dos associados, especialmente nas situações em que
o Conselho de Administração não permita acesso às informações;
• pode dedicar-se, com maior profundidade, ao exame de detalhes de matérias de interesse da instituição.

Vale destacar que não é papel do Conselho Fiscal aprovar quaisquer políticas administrativas. Entretanto, para opinar sobre os atos relativos à
gestão, deve estar informado de forma completa a respeito dos mesmos. Deve examinar se atos e acordos, inclusive os contratos e convênios
firmados, orientam a entidade para fim estranho ao seu objeto, se favorecem pessoas ou outra organização, ou se resultam em condições
desfavoráveis para a entidade.

O CONSELHO FISCAL E O EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO NO TERCEIRO SETOR


Trazemos agora para discussão a função fiscalizadora do órgão, e os principais documentos a serem analisados.

Aos poucos, vamos consolidando a ideia de que a função do Conselho Fiscal não é simplesmente, como muitos pensam, de “aprovar as contas
da organização”. Inicialmente é necessário verificar se a gestão está sendo realizada de forma correta, se as obrigações legais e estatutárias
estão sendo cumpridas, e se os relatórios financeiros condizem com a execução física (alcance de metas) realizada no período.

27
Ao exercer sua função fiscalizadora, o Conselho Fiscal deve verificar se a administração está atendendo às obrigações legais e estatutárias, e
se está conduzindo a organização para o cumprimento de sua missão social.

O foco principal é o exame da gestão dos administradores, complementado pelo acompanhamento das atividades executadas e seus riscos,
e pela análise da estrutura e eficiência dos controles internos. Assim, o conselheiro deve atuar primordialmente visando o interesse da
entidade, e não o seu próprio, da administração, ou daqueles que o indicaram para o cargo.

ATIVIDADES FISCALIZADORAS

As atividades fiscalizadoras decorrentes das atribuições do Conselho Fiscal dependerão das finalidades e do porte da organização. Portanto,
sugerimos que, no mínimo, os seguintes procedimentos sejam realizados durante os trabalhos dos conselheiros, podendo este rol ser ampliado
de acordo com as necessidades da fiscalização:

• acompanhar a execução do orçamento;


• acompanhar a política de pessoal, e as razões das reclamações trabalhistas;
• acompanhar a pontualidade da entidade no cumprimento de suas obrigações;
• acompanhar contingências passivas;
• acompanhar modificações do estatuto da organização;
• examinar as vendas relevantes de ativos;
• examinar os procedimentos de compras, licitações e contratos, com atenção aos procedimentos com dispensa de licitação e contratos
emergenciais, quando aplicável;
• ler as atas das reuniões de diretoria e do conselho de administração e solicitar informações à administração;
• opinar sobre os demonstrativos anuais e sobre o relatório da administração;
• reunir-se com a contabilidade, e auditoria independente, quando houver, para receber informações e esclarecimentos sobre as
demonstrações contábeis.

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A eficácia do Conselho Fiscal estará vinculada à qualidade de documentos apresentados
antecipadamente a cada reunião. Os conselheiros precisam ter condições de ler toda a
documentação e estar preparados para as reuniões, solicitando esclarecimentos quando
necessários.
O conselheiro deve utilizar-se do bom senso durante a ação fiscalizadora, no sentido de solicitar os
materiais que sejam realmente necessários à sua atividade, reconhecendo e evitando demandas
excessivas à administração. À instituição caberá disponibilizar os documentos e instrumentos
solicitados, preferencialmente, de forma eletrônica, ou em remessa direta para os conselheiros,
sempre em tempo hábil adequado ao volume de trabalho que as análises demandam.
No caso de negativa de apresentação da documentação, o Conselho Fiscal, ou o conselheiro
individualmente, poderá exigir judicialmente a exibição de tais documentos, e denunciar o fato à
assembleia geral/conselho deliberativo.

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DOCUMENTOS A SEREM ENTREGUES AO CONSELHO FISCAL

Sugere-se a organização, por parte da entidade, de um conjunto de documentos a serem entregues


aos conselheiros fiscais, com os seguintes conteúdos, além de outros julgados necessários:
• atas anteriores de reuniões do Conselho Fiscal;
• atas de reuniões da diretoria e da Assembleia Geral;
• estatuto, regimentos internos e manuais da instituição;
• orçamento;
• balancetes analíticos mensais;
• demonstrações financeiras;
• presença de executivos para dissertar sobre temas pontuais;
• relatórios da administração;
• relatórios da auditoria interna;
• relatórios dos auditores independentes, quando houver;
• relatórios gerenciais de acompanhamento de gestão;
• documentos relativos a acordos firmados (contratos, convênios, termos de parceria, etc.);
• pareceres jurídicos sobre práticas especiais da administração;
• relatórios necessários ou exigidos, conforme a situação específica.

Vale relembrar que os associados e beneficiários têm o direito de receber informações sobre
os resultados da atividade da entidade, com o objetivo de confirmar se a instituição está
realizando o seu objeto e se cumpriu a sua função social. Tal direito é colocado em prática
através da atuação do Conselho Fiscal.

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ATUAÇÃO DO CONSELHO FISCAL

Para que as atividades do Conselho Fiscal atinjam a eficácia e eficiência esperados, é determinante
que a instituição aplique boas práticas de gestão e transparência, apresentando as informações
necessárias para que o órgão fiscalizador desempenhe seu trabalho de forma satisfatória.

A composição deste Conselho deve ocorrer de forma criteriosa, escolhendo-se membros íntegros
e competentes, que possuam capacidade de relacionamento, e atuação crítica e construtiva
nos campos financeiro, legal e administrativo (o ideal é que pelo menos um deles possua
conhecimentos nas áreas de Contabilidade e Finanças). É importante, ainda, que os conselheiros
conheçam as melhores práticas de gestão, para poder avaliar e emitir opiniões sobre a gestão da
entidade. Por fim, precisam ser capazes de executar seu trabalho sem interferir no dia a dia da
administração.

A atuação dos conselheiros prevê que haja conhecimento sobre a organização, seu campo de
atuação e práticas de atividades, o que implica, inclusive, no conhecimento físico, através de
visitas às instalações, tanto da sede quando do local onde são realizados projetos ou atividades
específicos. Não se pode conceber conselheiros que não conheçam ou visitem a instituição!

O Conselho Fiscal deve ter total independência frente à administração da entidade. Por este
motivo, precisa haver independência econômica dos conselheiros perante os administradores,
bem como inexistir vínculos pessoais, afetivos e de parentesco entre eles.

A entidade deve agir proativamente em proporcionar os conhecimentos específicos necessários


ao conselheiro para o desempenho de sua função. Em contrapartida, o conselheiro deve ser
proativo na busca das informações relevantes para a formação dos seus juízos e opiniões.

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QUANTIDADE DE REUNIÕES

Quando do primeiro encontro, recomenda-se que os conselheiros decidam quanto ao número de reuniões
a serem realizadas no decorrer do mandato, e estabeleçam o correspondente calendário, conforme as
necessidades básicas para atuação do Conselho, em sintonia com o calendário de eventos da instituição.

A quantidade de reuniões deve ser estabelecida de acordo com a experiência dos conselheiros e a
estrutura da entidade. Os encontros devem ser suficientes para permitir a emissão de um parecer com
conhecimento da situação da instituição. Para emissão do parecer, é necessário o conhecimento da
história da organização, do setor em que atua, da boa compreensão das atividades e do conjunto de
operações ocorridas no exercício social.

Por isso, o calendário e a frequência de reuniões previstas devem ser estabelecidos de forma flexível
para contemplar a evolução do entendimento dos dados e das informações que são disponibilizados aos
conselheiros.

Observamos, então, que não existe regra para a definição da quantidade de reuniões a serem realizadas
pelo Conselho Fiscal. Os conselheiros deverão se reunir quantas vezes julguem necessárias para que
tenham condições de emitir, com segurança, opinião sobre as contas e a gestão da organização.

Desta vez, falaremos sobre a emissão da opinião dos conselheiros sobre as contas da instituição e o
relatório de atividades apresentados pela administração.

Essa opinião, pela aprovação ou desaprovação das contas, e consequentemente, da gestão realizada
pelos dirigentes no período analisado, é expressa através do documento denominado Parecer do
Conselho Fiscal.

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OPINIÃO SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E O
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

Cabe ao Conselho Fiscal examinar as demonstrações financeiras do exercício social e opinar


sobre elas. Também, cabe ao órgão emitir opinião sobre o relatório anual da administração,
fazendo constar em seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou
úteis à deliberação da assembléia geral/conselho deliberativo.

Desta forma, o foco do Conselho Fiscal não é somente as contas (demonstrações financeiras
e contábeis), mas também a gestão da entidade (relatório de atividades da administração).
Tanto no que diz respeito aos aspectos financeiros e contábeis, quanto no tocante à gestão,
é muito importante analisar minuciosamente as peças, principalmente as notas explicativas.

É recomendável que, para que possa acompanhar o processo de confecção do relatório da


administração e das demonstrações financeiras, os conselheiros recebam com antecedência
adequada as respectivas minutas, para que possam se manifestar antes da versão definitiva
dos documentos, com vistas a sugerir modificações ou inserções de conteúdo ou forma.

Somente após todo esse processo, será possível aos conselheiros emitir opinião sobre todos
os documentos analisados. Caso o Conselho Fiscal não tenha conseguido obter os elementos
indispensáveis para a emissão de uma opinião segura, sugere-se requerer documentos
complementares, informações e tempo para tal.

33
PARECER DO CONSELHO FISCAL

O parecer é o instrumento pelo qual o Conselho Fiscal expressa a sua opinião sobre as contas e a gestão
realizada pela administração, no período analisado. Ao declarar que as demonstrações financeiras e as
contas do exercício estão em condição de serem aprovadas, o Conselho Fiscal afirma que todas as transações
ocorridas no exercício (ao menos aquelas que chegaram ao seu conhecimento) estão adequadamente
demonstradas nos relatórios contábeis e de atividades.

No caso de ocorrer divergência de opinião de qualquer ordem, entre os próprios conselheiros, recomenda-
se ouvir a administração, a contabilidade e os auditores independentes, buscando elidir os entendimentos
divergentes.

Sempre que possível, durante a análise das demonstrações financeiras do exercício e do relatório anual
da administração, e antes da emissão do parecer aprovando ou reprovando as contas e a gestão, deve
ocorrer reunião com a contabilidade e os auditores independentes, conforme o caso e de preferência sem
a presença dos executivos, para discussão dos principais pontos relativos às finanças e contabilidade.

Ao emitir parecer, o Conselho Fiscal encerra o ciclo relativo ao período analisado, ao mesmo tempo em
que inicia o novo ciclo referente ao exercício vigente. Pois, como vimos, um Conselho Fiscal atuante não
pode apenas se reunir uma vez no ano para analisar documentos. Cabe a este órgão garantir a boa e
eficiente gestão, e aplicação dos recursos da entidade em cumprimento de sua missão institucional.

É isso que esperam os instituidores, associados, doadores, patrocinadores, mantenedores, órgãos públicos,
beneficiários diretos das atividades desenvolvidas para organização, e todos aqueles que depositam
confiança e recursos nas entidades do Terceiro Setor.

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Conheça o autor:

Nailton Cazumbá
Nailton Cazumbá é contador, especialista em contabilidade, auditoria e controladoria das

organizações do Terceiro Setor. Consultor contábil, financeiro, e em gestão de parcerias

e prestação de contas, tanto para a administração pública, quanto para organizações da

sociedade civil. Professor em curso de pós-graduação, instrutor de cursos e palestras sobre

Terceiro Setor. Sócio da Pauta Serviços Contábeis e Empresariais e colunista da Nossa Causa.

A Pauta Serviços Contábeis e Empresariais, no mercado desde 2001, atende demandas

das organizações do Terceiro Setor, passando a prestar serviços especializados nas áreas de

constituição de entidades, elaboração de estatutos e reformas estatutárias, gestão contábil

e de recursos humanos, obtenção e manutenção de titulações junto ao poder público,

gestão de parcerias e prestações de contas, e gestão tributária voltada aso atendimento dos

requisitos necessários para o gozo da imunidade e da isenção de tributos.

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Expediente
Autor | Nailton Cazumbá
Coordenação | Amanda Riesemberg
Design gráfico | Gabriela Almeida / Gabriel Vieira
Edição e revisão | Silvia Zuconelli

© Feito com por

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