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Docente: Nizângela Tomo / correio electrónico: nchamussora@gmail.

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Disciplina: Direito das Obrigações I
Turma: 3º Ano
Ano:2020
Universidade Licungo

DIREITO DAS OBRIGACOES I


AULA 02
Princípios Gerais do Direito das Obrigações
O Princípio da Autonomia Privada

Como avança o Prof. Menezes Leitão, entre os princípios do Direito das Obrigações temos, em
primeiro lugar, a autonomia privada. Em sentido lateral, a expressão consiste na possibilidade
que alguém tem de estabelecer as suas próprias regras. Tecnicamente, porém, deve-se referir
que as regras jurídicas caracterizam-se pela generalidade e abstração, pelo que elas não podem
ser criadas por actos privados. Efectivamente, o que os privados criam são comandos, que só
para eles vigoram. A autonomia privada é assim a possibilidade de alguém estabelecer os
efeitos jurídicos que se irão repercutir na sua esfera jurídica.

A autonomia privada é assim a liberdade de produção reflexiva de efeitos jurídicos, na medida


em os efeitos jurídicos produzidos irão repercutir-se em factos juridicamente relevantes.

O facto jurídico é todo facto que produz efeitos jurídicos. Estes por sua vez dividem-se em
factos stricto senso (os que não resultam de qualquer comportamento humano voluntário, como
o decurso do tempo ou da morte) e actos jurídicos, que são aqueles em que existe um
comportamento humano voluntário, sendo em função dele que se produzem os efeitos
jurídicos.

No âmbito dos actos jurídicos há que distinguir, consoante a maior ou menor liberdade de
produção de efeitos jurídicos entre actos jurídicos simples e negócios jurídicos. Nos actos
jurídicos simples existe apenas a liberdade de celebração, uma vez que os seus efeitos resultam
imperativamente da lei. Pelo contrário, nos negócios jurídicos existe tanto liberdade de
celebração como de estipulação, já que as partes não apenas tem a possibilidade de decidir ou
não o negócio, mas também podem determinar quais são os seus efeitos jurídicos.

O Princípio do Ressarcimento dos Danos

Outro principio bastante importante de Direito vigente no Direito das Obrigações consiste no
princípio do ressarcimento ou da imputação dos danos. Este princípio pode ser enunciado
sempre que exista uma razão de justiça, da qual resulte que o dano deva ser suportado por
outrem, que não o lesado, deve ser aquele e não este a suportar esse dano.

A transferência do dano do lesado para outrem opera-se mediante a constituição de uma


obrigação de indemnização, através da qual se deve reconstituir a situação que existiria se não
tivesse ocorrido o evento lesivo – art. 562º CC.

A simples injustiça do dano sofrido não e, porém, suficiente para se ter direito a
indemnização. Efectivamente, por muito injusta que seja a situação, em princípio o Direito
tem que aceitar o veredicto do destino, não atribuindo indemnização a quem veio a suportar
um prejuízo material, a perder uma vantagem ou sofrer danos morais, em virtude de quaisquer
circunstância lesiva.

O Princípio da Restituição do Enriquecimento Injustificado

Trata-se, segundo o Prof. Menezes Leitão, de um princípio que é pouco ponderado. Em que na
verdade justa ninguém se enriquece a custa do outro (pelo menos é assim que deve acontecer).

Este princípio avança que sempre que alguém tenha um enriquecimento a custa de alguém sem
causa justificada tem que restituir aquilo com que injustamente obteve.

Imagina-se, um negócio jurídico inválido onde A transmitiu bens a favor de B sem que
houvesse a contra prestação de B (valor pecuniário), deve assim, segundo a doutrina maioria,
B restituir a Apara que não ocorra em enriquecimento injustificado - art. 289º do CC
O Princípio da Boa-fé

Trata-se de um princípio transversal ao Direito. Apesar de haver vários significados em boa-


fé, em Direito é um termo polissémico, em sentido de referência temos o artigo 1260º do CC,
mas em direito das Obrigações, nos interessa principalmente nos termos dos seguintes artigos:
art. 227º, 234º, 239º, 437º, e 762º, todos do CC. Efectivamente, a obrigação consiste e=no dever
de adoptar uma conduta em benefício de outrem. Estão assim em causa no vínculo obrigacional
regras de comportamento que, adequadamente respeitadas, proporcionarão a satisfação do
direito de crédito mediante a realização da prestação pelo devedor, sem que dai resultem danos
para qualquer das partes.

Por vezes, porém, a realização da prestação pode fazer-se em termos tais que não permita a plena
satisfação o direito de credito, ou, embora permitindo-a, seja susceptível de causar danos ao credor.
Por outro lado, a exigência de cumprimento do credor pode em certos casos aparecer contrária a
funcionalização dos direitos de crédito em virtude dos prejuízos que causa ao devedor. Justamente
por esse motivo a lei vem a estabelecer deveres de boa de para ambos os sujeitos da relação
obrigacional que visam por um lado permitir o integral aproveitamento da prestação em termos de
satisfação do interesse do credor e por outro lado evitar que a realização da prestação provoque
danos quer ao credor, quer ao devedor.

O Princípio da Responsabilidade Patrimonial

Consiste na possibilidade do credor em caso de não cumprimento, executar o património do


devedor para obter a satisfação dos seus créditos. Esta situação constitui o corolário de uma
longa evolução do Direito Privado, já que primeiramente No Direito Romano o devedor
respondia com a sua própria pessoa. Em caso de não cumprimento da obrigação, o credor
poderia legitimamente apoderar-se dele e inclusivamente vende-lo com escravo ou mata-lo. O
devedor estava sujeito fisicamente ao poder dos credores que poderiam aplica-lhes sanções
físicas em caso de não cumprimento.`

Conforme o Prof. Menezes Cordeiro, o regime fundamental da responsabilidade patrimonial no


nosso Direito pode ser estabelecido através de três postulados principais, cada um com as suas
excepções:

a) Sujeição à execução de todos bens do devedor


b) E só dos bens do devedor;
c) Estando os credores em pé de igualdade.

Para consulta:
Obras:
 António Menezes Cordeiro, Tratado de Direito Civil Português, Almedina, 2010
 Luís Manuel Teles de Menezes Leitão, Direito das Obrigações, 15ª Ed, Reimpressão,
Almedina, 2018;

Legislação
 Decreto-Lei n° 47344 de 25 de Novembro de 1996- que aprova o Código Civil de
Moçambique.

Próxima aula:
Matéria relativa a Estrutura da Obrigação e Distinção entre Direitos de Crédito e Direitos Reais.

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