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Legislation and ethics regarding the nurse’s assistance in urgent situations and emergencies
Rodrigues Daniel, Oliveira Ester2, Brasileiro Marislei Espíndula3, Leite Giulena Rosa4. Legislação
e ética do enfermeiro em assistência de urgência e emergência. Revista Eletrônica de
enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] legislação e ética
do enfermeiro em assistência de urgência e emergência 2013 ago-dez 4(4) 1-15. Available
from: <http://www.ceen.com.br/revistaeletronica>.
Resumo
1
Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem em Urgência e Emergência, turma nº 15, do Centro
de Estudos de Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
2
Enfermeiro, especialista em Urgência e Emergência, e-mail: danigalavotienf@hotmail.com; Enfermeira, especialista
em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família, especialista em Urgência e Emergência, e-mail:
superesterzinha@hotmail.com.
3
Doutora em Ciências da Saúde – FM-UFG, Doutora – PUC-GO, Mestre em Enfermagem- UFMG, Enfermeira, Docente
do CEEN, e-mail: marislei@cultura.trd.br.
4 Mestre FM/UFG, Enfermeira, Mestre – UFG-GO, Mestre em Enfermagem, docente da UFG campus Jataí, e-mail:
giulenar@gmail.com.
2
Abstract
Purpose: to identify, analyse and coLmprehend the legislation and ethics regarding the nurse’s
assistance in urgent situations and emergencies. Materials and Methods: an exploratory,
descriptive and bibliographic study with integrative, qualitative analysis of the literature that is
available in conventional and virtual libraries. Results: it is highlighted that the nurse acts as
an agent providing care to ill people who are in emergency situations and, therefore, it was
identified that this professional must be aware of the technical and legal assignments that
underlie the nursing practice so that his/ her conduct is coherent to the social and professional
commitment before the qualified assistance to the patient; it is noticed that the
multidisciplinary team must compromise and be present in the assistance to ill people when
urgent situations and emergencies occur. Conclusion: the nursing team that is well trained and
aware of their technical and legal importance in the complex assistance to the patient who is in
an emergency situation will provide, together with the multidisciplinary team, a consistent and
responsible performance thus offering a good prognosis to the patient. For this to be
established, the multidisciplinary team must be integrated to one another, they must be
qualified and they must be present in institutions that care for these victims; as important as
that are the educacional institutions that must train nursing professionals who are able to
accomplish their ethic, legal and technical responsabilities providing, this way, adequate care
to the patient who is assisted in urgent situations and emergencies.
Resumen
1 Introdução
Para Florence Nightingale, a Enfermagem é uma arte; e, para realizá-la como arte,
requer-se uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso quanto a obra de qualquer
pintor ou escultor; pois, o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar
do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela
das artes!4. Partindo desta premissa, faz-se mister estabelecer os liames éticos e legais nos
quais o enfermeiro atua nos dias hodiernos na prática de urgência e emergência.
aplicação de multas, advertência verbal e censura. Nos últimos doze anos, frente aos casos de
processos éticos profissionais, um enfermeiro de Mato Grosso teve o registro profissional
cassado6. O Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina no período entre 1999 a
2007 apresentou 128 processos ético-profissionais de enfermagem destacando-se algumas
categorias denunciadas, dentre elas, iatrogenias, exercício ilegal de profissões, relações
interprofissionais, responsabilidade do enfermeiro, agressão e maus-tratos, negligência,
política e imagem profissional7.
Este estudo deseja apresentar os dispositivos éticos e legais que asseguram a prática
de enfermagem direcionada à assistência de urgência e emergência. Outro aspecto desta
abordagem é especificar a atuação do enfermeiro nas situações de urgência e emergência em
momentos nos quais o profissional médico não se encontra no estabelecimento de saúde ou
em circunstâncias em que não é possível ao profissional médico atender a demanda de
pacientes estabelecida. De acordo com este raciocínio, é imperioso elencar os princípios,
direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais
de enfermagem3.
suas ações visam satisfazer as necessidades de saúde da população e a defesa dos princípios
das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos
serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das
pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa
dos serviços de saúde3.
2 Objetivos
2.1 Geral:
2.2 Específicos:
3 Materiais e Método
Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde,
especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde - Bireme. Foram utilizados os descritores:
Enfermagem, urgência e emergência, legislação e ética. O passo seguinte foi uma leitura
exploratória das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de
informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos
de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic Library online – Scielo, banco de
teses USP, no período de 2003 a 2013, buscando os resultados comuns. Na busca em
bibliotecas convencionais buscou-se literaturas entre 1986 e 2013 para uma maior ampliação
das publicações.
4 Resultados e Discussão
Nos últimos anos, ao se buscar em literatura relacionada e nas Bases de Dados Virtuais
em Saúde, tais como a LILACS, SCIELO, PUC, utilizando-se as palavras-chave: enfermagem,
legislação e ética, urgência e emergência; encontrou-se 16 apontamentos legais que regem a
atuação do enfermeiro, publicados entre 1986 e 2013, 02 artigos e 02 livros. Foram excluídos
cinco citações de resolução/portarias ministeriais por não serem coincidentes especificamente
com o tema, sendo, portanto, incluídos neste estudo 15 publicações. Após a leitura
exploratória destas, foi possível identificar a visão de diversos autores quanto aos
posicionamentos éticos e legais frente à atuação do enfermeiro em situações de urgência e
emergência em momentos nos quais o profissional médico não se encontra na unidade de
atendimento ou não pode oferecer assistência direta ao doente.
Dos nove dispositivos legais pesquisados, quatro evidenciaram a enfermagem por ser
uma profissão com componentes teóricos, científicos e práticos que atuam nas práticas sociais,
éticas e políticas devendo ser exercida com liberdade e autonomia, de acordo com os
pressupostos legais e éticos que dão sustentação à sua prática profissional.
Para tal atuação, é coerente que este profissional deva agir pautando suas ações na
justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência e responsabilidade.
Desta forma, cabe ao enfermeiro avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica,
ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições quando capaz de desempenho seguro
para si e para outrem3, 5,10.
A Lei 7.498, em seu artigo 11º, e o Decreto 94.406, em seu artigo 8º, evidenciam que
o enfermeiro deve exercer todas as atividades de sua profissão cabendo-lhe estabelecer
cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida e cuidados de
enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e
5,10
capacidade de tomar decisões imediatas . No artigo 18º da referida lei, há o embasamento
para esta postura do enfermeiro ao afirmar que este profissional tem a obrigação ética de
respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu
representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem estar5.
A situação de urgência e emergência citada anteriormente pode ser definida como uma
condição crítica e grave que requer uma intervenção imediata possuindo prioridade de
assistência frente às demais práticas11.
Posto isto, constata-se que em diversas situações nas quais exista a impossibilidade de
se contar com o profissional médico para a realização da intervenção, decorrente da sua
ausência ou por este estar envolvido em outro procedimento na mesma ocorrência que
caracterize risco de morte iminente do paciente, o enfermeiro poderá realizar procedimentos,
descritos posteriormente, desde que ciente de sua capacidade, competência e habilidade para
garantir uma assistência livre de riscos provenientes da negligência, imperícia e imprudência5.
É importante salientar que o enfermeiro deverá registar suas ações em prontuário, detalhando
todos os aspectos que envolveram a situação de urgência e levaram-no a praticar tal ato14.
Por outro lado, mesmo com a seguridade que a legislação vigente oferece ao
enfermeiro, existem muitas situações nas quais, após a realização de uma prática emergencial,
o profissional enfermeiro é chamado a avaliar sua conduta técnica frente a um processo
ético/legal. Estes fatos desencadeiam desgaste e desmotivação frente à prática do enfermeiro
em sua autonomia profissional.
Em agosto de 2013 a Presidente Dilma Russef vetou alguns pontos da Lei nº 12.842 de
2013 que dispõe sobre o exercício da Medicina. Esta lei, conhecida como Ato médico,
apresenta as atribuições que são cabíveis ao profissional médico inserido em instituições
públicas ou privadas. Em seu Artigo 2º a referida Lei descreve que o objeto da atuação do
médico é a saúde do ser humano e das coletividades humanas, em benefício da qual deverá
agir com o máximo de zelo, com o melhor de sua capacidade profissional e sem discriminação
de qualquer natureza18.
É fato que este profissional, conforme elenca o Artigo 3º desta lei, é integrante da
equipe de saúde que assiste o indivíduo ou a coletividade e atuará em mútua colaboração com
os demais profissionais de saúde que a compõem. Partindo desta premissa, faz-se mister
reconhecer a importância da equipe multiprofissional na qual o profissional médico está
inserido e para que se atinja um bom prognóstico na assistência ao paciente a atuação deste
profissional deverá ser feita de modo integrado. Assim, esta legislação não interfere nas
competências próprias das profissões já regulamentadas, tal como a profissão de
enfermagem18.
5 Considerações finais
Infere-se que, com esse estudo, os profissionais enfermeiros possam aprimorar seus
conhecimentos teóricos para uma prestação da assistência com maior qualidade ao paciente
em situação de urgência e emergência. Esta ação visa o bem estar do doente e do profissional
de saúde que oferece a assistência, estando de acordo com os aspectos legais e éticos e
embasado-se na legislação e em estudos científicos recentes.
5 Referências
1 Ministério da Saúde (BR). Portaria n.º 2048/GM [online]. Brasília (DF): MS; 2002 [acesso
2012 Dez 14]. Disponível em http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-
2048.htm
2 Ministério da Saúde (BR). Portaria Nº 1863/GM. [online]. Brasília (DF): MS; 2003 [acesso em
2012 Dez 14]. Disponível em http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2003/GM/GM-
1863.htm.
7 Schneider DG, Ramos FRS. Processos éticos de enfermagem no Estado de Santa Catarina:
caracterização de elementos fáticos. Rev. Latino-Am Enfermagem. 2012 jul.-ago. 20(4):[09
telas]. [acesso em 2012 Dez 14]. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n4/
pt_15.pdf.
8 Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão Integrativa: o que é e como fazer. Einstein 2010; 8
(1Pt1): 102-106.
12 Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.395, GM [online]. Brasília (DF): MS; 2012 [acesso
2013 Jun 10]. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1010_
21_05_2012.html.
13 Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 1010, GM [online]. Brasília (DF): MS; 2012 [acesso
2013 Jun 10]. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1010
_21_05_2012.html.