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Aula 02_Parte A - Os Primeiros Didáticos: Wolfgang Ratke

(1571-1635)

Temática: Os Primeiros Didáticos: Wolfgang Ratke (1571-1635)

  

 Em nossa aula anterior afirmamos que Wolfgang Ratke (1571–1635) escreveu
sua Nova Arte de Ensinar no mesmo período em que a Ciência Moderna
estava se constituindo, iniciando a sua separação da Filosofia, para instituir-se
como um corpo organizado, coerente e sistemático de conhecimento que
procura explicar os fenômenos de uma determinada parte da realidade.
Naquele momento histórico, os fenômenos que interessavam aos estudiosos
da época eram os fenômenos da natureza, pois até então não era possível
estudar os fenômenos naturais a partir da experimentação. Lembre-se de que a
Igreja Católica afirmava que o conhecimento dependia da fé e proibia a
experimentação.

De um modo muito resumido podemos sintetizar os princípios da Ciência


Moderna nas seguintes proposições:

O processo de conhecimento é o resultado da ação que um Sujeito (S), uma


pessoa, realiza sobre um Objeto a ser conhecido (O), S c O.

O Sujeito (S) do conhecimento capta o mundo a partir dos seus sentidos e da


faculdade da razão;

O Sujeito (S) pode atingir conhecimentos verdadeiros e universais se agir


metodicamente, se utilizar o Método;

O Objeto (O) que é conhecido se estrutura a partir de leis naturais que podem


ser medidas, quantificadas, expressas em fórmulas matemáticas e está
separado do Sujeito (S), isso quer dizer que suas propriedades independem do
Sujeito (S) que observa e conhece o Objeto (O) ;

Conhecer o Objeto (O) significa ter domínio sobre o mesmo.

Wolfgang Ratke era um homem situado no debate intelectual do seu momento


histórico. Conhecia essas “novas” ideias que circulavam entre os intelectuais
do seu tempo e procurou aplicar essas mesmas ideias no campo educacional
no início do século XVII, quando os recursos econômicos da época estavam
voltados para o comércio e para a área militar. Wolfgang Ratke percebeu como
a educação poderia contribuir para o crescimento econômico das nações.
Vamos apresentar algumas ideias de Wolfgang Ratke para demonstrar a última
afirmação que fizemos.

Uma das primeiras proposições de Ratke é a de que “o príncipe”, ou seja, o


governante, o governo, “deveria instalar e administrar as escolas públicas e
ordenar que todas as crianças fossem instruídas principalmente na leitura, na
escrita e no cálculo, base de todo estudo sério e necessário à vida prática”
(RATKE, 2008, p. 5, grifo nosso).

A partir dessa citação podemos concluir que as bases do currículo escolar que
adotamos até hoje estão expressas nessa primeira afirmação de Ratke: ler,
escrever e contar. Há outra expressão nessa citação para a qual queremos
chamar a sua atenção, por isso grifamos a citação anterior. A expressão é:
“vida prática”. Ratke propõe o estudo de conteúdos que tenham utilidade para a
prática, para aqueles que trabalham e não só para aqueles que, na época
estudavam por sua condição aristocrática. Você consegue imaginar, supor, a
mudança que significava, naquela época, formar os trabalhadores e não
somente os filhos das famílias abastadas? Você consegue imaginar, supor a
resistência que se organizou a essas ideias?

 Dentre os vários escritos de Ratke (2008) podemos sintetizar suas ideias


nos seguintes princípios:

 Tudo deve ser ensinado primeiro na língua materna.

 Tudo deve se ensinado de acordo com a ordem ou com o curso da


natureza.

 Tudo deve ser ensinado através da experiência e da investigação dos


pormenores.

 Tudo deve ser ensinado sem constrangimento.

 Nada deve ser aprendido de cor, pois é forçar a natureza.

 Não mais do que uma coisa por vez.

 Deve-se ensinar do conhecido ao desconhecido.

 O geral deve preceder ao particular.

 O conhecimento confuso deve preceder ao conhecimento distinto.

 O exercício mais fácil e mais necessário deve preceder ao exercício


mais difícil e menos necessário.
 Em primeiro lugar deve-se ensinar a coisa em si mesma; depois, o modo
da coisa.

  

A partir dos princípios indicados acima, chama a nossa atenção o fato de Ratke
propor o ensino na língua materna. Lembre-se de que nos tempos em que a
Igreja Católica foi a instituição responsável por conservar, organizar, produzir e
difundir o Conhecimento da época, o latim era a língua em que se difundia o
Conhecimento. Desse modo, Ratke se opunha à doutrina católica apostólica e
sua língua latina, como também contra o ensino coercitivo, e o ensino baseado
na relação pessoal aluno/preceptor.

  

Na próxima aula continuaremos com a análise da obra de Wolfgang Ratke.

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