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OS INTELECTUAIS E A MILITÂNCIA POLÍTICA SEGUNDO MICHEL FOUCAULT

LUAN MOREIRA SPESANI


Universidade Federal Fluminense
luanspesani@gmail.com

RESUMO:

O presente artigo tem como objetivo apresentar de uma maneira geral a reflexão elaborada por
Michel Foucault acerca do papel político dos intelectuais nas sociedades ocidentais
contemporâneas apresentando algumas críticas elaboradas pelo filósofo à militância política
tradicional dos intelectuais que Foucault classifica como “universais”. Para a realização de tal
empreitada será necessário primeiramente expor de forma breve o que o filósofo entende como
relações de poder, afastando-se da concepção tradicional oriunda do direito e da teoria geral do
Estado. O texto também apresentará os “riscos” aos quais este novo tipo de atuação política está
exposta e os desafios a serem enfrentados pelos intelectuais no sentido da construção de uma
nova realidade política. Para tal, o trabalho terá como base os textos contidos no compilado
intitulado “Microfísica do Poder”, organizado por Roberto Machado e que reúne textos,
conferências e entrevistas concedidas por Foucault ao longo da década de 1970.

PALAVRAS-CHAVE: ​poder; intelectualidade; Foucault

INTRODUÇÃO

Ao longo da trajetória acadêmica de Michel Foucault podemos notar a preocupação com a


temática das relações de poder e de sua produção a partir dos discursos classificados socialmente
como verdadeiros. Tendo participado ativamente dos movimentos de contestação de 1968, é
natural que o filósofo tenha sido chamado a responder questões acerca da relação entre a
2

intelectualidade e a militância política. Neste sentido o presente trabalho busca apresentar a visão
foucaultiana acerca do tema a partir de seus escritos e entrevistas concebidos na década de 1970.
Para melhor compreensão do papel do intelectual dentro das relações políticas que compõem as
sociedades capitalistas do Ocidente é necessário primeiro compreender o que o filósofo entende
como poder. É bem sabido que Foucault, em sua definição de poder, busca se afastar das
concepções clássicas oriundas do Direito e da Teoria Geral do Estado. O filósofo não
compreende o poder como algo que é de posse ou propriedade de alguns, onde caberia aos
despossuídos do poder somente a obediência. Para Foucault o poder se exerce no âmbito de
relações entre os indivíduos a nível local, específico.1

Todos conhecem as grandes transformações, os reajustes institucionais, que


implicaram as mudanças de regime político, a maneira pela qual as delegações
de poder no ápice do sistema estatal foram modificadas. Mas quando penso na
mecânica do poder, penso em sua forma capilar de existir, no ponto em que o
poder encontra o nível dos indivíduos, atinge seus corpos, vem se inserir em
seus gestos, suas atitudes, seus discursos, sua aprendizagem, sua vida
quotidiana. O século XVIII encontrou um regime, por assim dizer, sináptico do
poder, de seu exercício ​no c​ orpo social e não ​sobre ​o corpo social. A mudança
de poder oficial esteve ligada a esse processo, mas por meio de decalagens.2

Como exemplos de exercício do poder ​no corpo social podemos citar as relações
médico-paciente; supervisor-supervisionado; carcereiro-presidiário, e todas as relações sociais
onde se tem em um pólo alguém que age referendado por uma autoridade oriunda de um saber
institucional, e do outro lado alguém que é ao mesmo tempo objeto daquele saber e sujeito
àquela relação de poder. Tais relações, por sua vez, atravessam as camadas do corpo social. Os
efeitos globais de tais relações de poder se dão no encadeamento entre tais redes.

1
​Cf. FOUCAULT. Michel. ​História da Sexualidade 1: a vontade de saber​. Tradução de Maria Theresa da Costa
Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 1 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014. pp.102-106
2
​FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder​. Organização, introdução e revisão técnica de Renato Machado. 26 ed.
São Paulo: Graal, 2013. Pp. 215
3

As monarquias da Época Clássica não só desenvolvem grandes aparelhos de


Estado - Exército, polícia, administração local -, mas instauraram o que se
poderia chamar de nova “economia” do poder de forma ao mesmo tempo
contínua, ininterrupta, adaptada e “individualizada” em todo o corpo social.3

Em outras palavras, um policial, em seu tempo de trabalho atua como pólo ativo em relação
com outros cidadãos, para os quais o policial é uma autoridade. Em outro espaço social
entretanto, o policial atua como pólo passivo quando é paciente de um médico, por exemplo, pois
o médico é quem detém o saber específico para exercer a função de autoridade naquele espaço
social onde se dá o exercício daquela relação de poder. Para Foucault todo o corpo social é
atravessado por estas redes de relações específicas ao mesmo tempo “autônomas” e
“individualizadas” em sua especificidade e globais em seus efeitos sobre a sociedade de modo
que não existem espaços “neutros”, isentos de relações de poder.
As duas situações-exemplo, ao mesmo tempo que se separam pela especificidade de cada
campo do saber (de um lado o direito criminal e o outro a medicina), se interligam
institucionalmente. O discurso da medicina possui eficácia dentro do sistema jurídico sendo os
médicos muitas vezes convocados a dar pareceres sobre a saúde mental ou física dos indivíduos
que são objeto do Direito. O exemplo mais conhecido é o do direito penal, mas podemos ainda
citar o direito previdenciário, onde o parecer médico é fundamental para a liberação do fundo de
aposentadoria por invalidez de um determinado indivíduo.4
Diferentemente da teoria clássica, que coloca o poder como uma grande força da lei que recai
sobre a sociedade como um todo, proibindo ou permitindo condutas. Foucault classifica a
definição clássica como “negativa”, pois para o filósofo, segundo tal concepção, a atuação do
poder sobre a sociedade se limitaria somente a reprimir, proibir e restringir condutas por parte
dos indivíduos. As relações de poder foucaultianas, por sua vez, são produtivas.
.
Quando se definem os efeitos do poder pela repressão, tem-se uma concepção
puramente jurídica desse mesmo poder; identifica-se o poder a uma lei que diz

3
Ibid. P. 45
4
Sobre o Direito Previdenciário, cf. lei n°8213/1991. Sobre a perícia criminal, cf. lei 12030/2009
4

não. O fundamental seria a força da proibição. Ora, creio ser essa uma noção
negativa, estreita e esquelética do poder que curiosamente todo mundo aceitou.
(...) O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente
que ele não pesa só como uma força que diz não, mas que de fato ele permeia,
produz coisas, induz ao prazer, forma saber e produz discurso. Deve-se
considerá-lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito
mais do que uma instância negativa que tem por função reprimir.5

Voltando ao exemplo da medicina. Quando um médico exerce uma relação de poder sobre um
determinado paciente, somente a exerce pois é titular de um determinado saber
institucionalizado. O médico somente pode, por exemplo, controlar a entrada e saída de
medicamentos e pacientes do hospital, apresentar pareceres ao Judiciário, etc., pois possui
respaldo institucional e um conjunto de técnicas e de conhecimentos específicos. O exemplo da
medicina6 ilustra bem o fato de que o exercício do poder está indissociavelmente ligado à
produção de determinados saberes institucionais.

Se ele [o poder] é forte, é porque produz efeitos positivos no nível do desejo -


como se começa a conhecer - e também no nível do saber. O poder, longe de
impedir o saber, o produz. Se foi possível constituir um saber sobre o corpo, foi
através de um conjunto de disciplinas militares e escolares. Foi a partir de um
poder sobre o corpo é que foi possível um saber fisiológico, orgânico.7

É a titularidade de um saber institucional que permite ao médico, jurista ou cientista de uma


maneira geral ocupar um determinado espaço na sociedade onde lhe é atribuída a função de dizer
a verdade. É importante ter em mente que neste momento de sua obra, o que o filósofo entende
como “verdade” é o espaço institucional que permite ao titular de um determinado saber ser

5
Ibid. Pp. 44-45
6
Sobre a medicina, é importante acrescentar algumas considerações feitas por Foucault na entrevista intitulada
Poder-corpo,​ de 1975. - “Naturalmente, a medicina desempenhou o papel de denominador comum… Seu discurso
passava de um a outro. Era em nome da medicina que se vinha ver como eram instaladas as casas, mas era também
em seu nome que se catalogavam um louco, um criminoso, um doente… Mas existe de fato um mosaico bastante
variado de todos esses “trabalhadores sociais” a partir de uma matriz confusa como a filantropia.” Ibid. p.243
7
​Ibid. P. 239
5

também detentor do discurso verdadeiro sobre o objeto daquele saber específico. A verdade aqui
não tem a ver com o conhecimento verdadeiro ou com o em-si do objeto, mas com o discurso
institucional que ao mesmo tempo condiciona e é condicionado por um conjunto de práticas
sociais, de relações entre pessoas.

A verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e


nele produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de
verdade, sua “política geral” de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela
acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que
permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se
sanciona uns e outros; as técnicas e procedimentos que são valorizados para a
obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que
funciona como verdadeiro.8

A INTELECTUALIDADE SEGUNDO FOUCAULT

Dirimidas as questões concernentes ao discurso de Foucault acerca do poder e de sua relação


com a verdade, não se poderia deixar de mencionar o papel do intelectual em tais relações. Em
primeiro lugar, o filósofo acredita que a própria função do intelectual na sociedade tenha se
modificado desde a era clássica. Para Foucault o discurso acadêmico em nossa época possui uma
função política diferente do que se tinha séculos atrás:

Há muito tempo o intelectual dito “de esquerda” tomou a palavra e viu


reconhecido seu direito de falar enquanto dono da verdade e da justiça. As
pessoas o ouviam, ou ele pretendia se fazer ouvir como representante do
universal. Ser intelectual era um pouco ser a consciência de todos.9

De acordo com o filósofo, no passado os intelectuais ocupavam uma função diferente na


sociedade. Anteriormente a figura do intelectual era reconhecida como a pessoa que tem a

8
Ibid. P. 52
9
Ibid. Pp. 45-46
6

capacidade de enxergar a sociedade como um todo colocando-se acima do público geral ao


escrever uma teoria que, ao discursar sobre o universal, se pretendia ser o olhar superior sobre o
mundo e as coisas. Sua função não estaria ligada à dos cientistas ou funcionários públicos, pois
estes estavam na especificidade da pesquisa ou a serviço do Estado, enquanto o intelectual
clássico servia apenas à “verdade”.
Foucault afirma, entretanto que a função do intelectual na contemporaneidade se modificou
devido a alguns fatores. Com a complexificação das sociedades capitalistas industriais e das
novas relações de poder, a academia deixa de ser o lugar privilegiado onde se formam aqueles
que contemplam o verdadeiro e passa a ser um espaço público de formação de profissionais que
atuam em espaços específicos da sociedade, de acordo com sua área de trabalho. O discurso
acadêmico não é mais centrado no discurso do grande intelectual, mas do especialista, que
Foucault chama de “intelectual específico”.

Um novo modo de “ligação entre teoria e prática” foi estabelecido. Os


intelectuais se habituaram a trabalhar não no “universal”, no “exemplar”, no
“justo-e-verdadeiro-para-todos”, mas em setores determinados, em pontos
precisos que os situavam, seja suas condições de trabalho, seja suas condições
de vida (a moradia, o hospital, o asilo, o laboratório, a universidade, as relações
familiares ou sexuais). Certamente com isso ganharam uma consciência muito
mais concreta e imediata das lutas.10

Em outras palavras, o médico enquanto intelectual (aproveitando o exemplo anterior) não será
aquela figura que está apta a revelar a verdade oculta sobre o corpo e a saúde, mas um operador
da saúde nos espaços específicos, como o hospital. A produção de saber da ciência médica é
indissociada da prática da medicina e é no espaço do hospital que se entrecruzam tanto o
desenvolvimento teórico quanto sua aplicação prática. O médico não estuda a sociedade “de
fora”, mas sua área de pesquisa depende do estudo de caso oriundo de sua atuação na sociedade.
Foucault entende que com a modificação da função do intelectual na sociedade se modificam
também as formas de sua atuação política. Com relação ao intelectual clássico, “universal”, sua

10
Ibid. P. 46
7

atuação política e sua produção acadêmica estavam indissociadas. A forma de sua atuação
política era através da escrita e da produção teórica, que teria como objetivo revelar a verdade
ocultada, seja pelo Estado ou pelas classes dominantes. Em contrapartida a atuação política do
intelectual “específico” contemporâneo se daria dentro de seu espaço de trabalho.

Essa figura nova tem outra significação política: permitiu se não soldar, pelo
menos rearticular categorias bastante vizinhas, até então separadas. [...] Do
momento em que a politização se realiza com base na atividade específica de
cada um, o limiar da ​escritura ​como marca sacralizante do intelectual
desaparece, e então podem se produzir ligações transversais de saber para saber,
de um ponto de politização para o outro.11

O intelectual “específico” é também operador de relações de poder que ocorrem dentro de seu
ambiente de trabalho. Uma vez que as relações de poder também são relações de produção de
saber, a função do intelectual específico enquanto agente social em sua área de trabalho é
invariavelmente uma função política. O exercício do poder atravessa a função da
intelectualidade. No caso do saber médico, o intelectual não é aquele que detém o discurso sobre
a verdade universal do corpo e da saúde, mas um operador da saúde cujos saberes produzidos por
sua área de atuação concentram um poder real sobre a vida cotidiana. Um saber que faz com que
o intelectual específico se torne “estrategista da vida e da morte”12.
Sendo assim, a atuação política do intelectual “específico” se dá em seu local de trabalho e a
partir dele. O intelectual contemporâneo não fala como detentor da verdade universal, mas como
especialista dentro de uma área do saber que produz efeitos diretos na sociedade:

[...] o intelectual tem uma tripla especificidade: especificidade quanto a


sua posição de classe (pequeno burguês a serviço do capitalismo,
intelectual “orgânico” do proletariado); a especificidade de suas
condições de vida e de trabalho, ligadas às suas condições de intelectual

11
Ibid. P. 47
12
Ibid. P. 50
8

(seu domínio de pesquisa, seu lugar no laboratório, as exigências políticas


às quais se submete e contra as quais se revolta, na universidade, no
hospital etc,) finalmente, a especificidade da política de verdade nas
sociedades contemporâneas. É então que sua posição pode adquirir uma
significação geral, que seu combate local ou específico acarreta efeitos,
tem implicações que não são somente setoriais.13

Em outras palavras, a militância do intelectual “específico” se dá sempre dentro de sua área de


atuação, abordando questões específicas de sua área. Cabe ao intelectual específico enquanto
militante fazer aparecer as relações de poder ocultas pela “neutralidade científica”, que compõem
sua área de atuação e produzem efeitos sobre todo o corpo social. A atuação política do médico,
por exemplo, se dá dentro de sua área de atuação quando este no exercício de sua função deve
fazer escolhas políticas.
Por exemplo, médico deve escolher entre defender o sistema de saúde público ou abraçar o
lobby da iniciativa privada. Tal escolha definirá a forma de sua atuação profissional dentro de
sua área, ao mesmo tempo exerce força política na defesa de um modo de atuação do poder sobre
o corpo social. Da mesma maneira um jurista em sua área de atuação deve escolher entre
defender o punitivismo e a prisão como adequação dos “delinquentes” à sociedade, ou pode lutar
pela reforma do sistema prisional. Os efeitos de tais escolhas políticas reverberam direta ou
indiretamente por todo o corpo social, ao mesmo tempo que dizem respeito ao trabalho
específico dos intelectuais em questão.
Foucault ainda acrescenta o fato de que a atuação política do intelectual “específico” está
sujeita a alguns perigos. A atuação específica do intelectual corre o risco de se deixar levar pelas
reivindicações específicas de sua categoria profissional. Outro perigo que Foucault aponta é o
aparelhamento da atuação política dos intelectuais “específicos” por partidos políticos e
entidades sindicais que dirigem a atuação desses trabalhadores. Todos estes novos perigos aos
quais a atuação política do intelectual específico está exposta fazem com que tal atuação corra o

13
Ibid. P. 53
9

risco de se limitar somente a sua área, transformando a militância intelectual em reivindicações


setoriais tão somente.14

CONCLUSÃO

Foucault entende as mudanças ocorridas nas sociedades ocidentais a partir do “Era Clássica”
não foram responsáveis somente por mudanças nos valores, mas nas formas de organizações
entre os indivíduos que tornam possível a vida em sociedade. Tais mudanças implicam o
deslocamento da função exercida não somente pelo intelectual, mas pela academia como um
todo. Tal constatação revela a necessidade de se repensar a ação política organizada dessa nova
função exercida pelo intelectual dentro dos espaços onde seu trabalho está inserido.15
A academia em nossa época se tornou um espaço privilegiado de produção de verdade, uma vez
que é responsável por transmitir os saberes e a validação institucional necessária para que os
intelectuais exerçam relações de poder no corpo social. Sendo assim, as discussões específicas
dentro das áreas de pesquisa e trabalho desses intelectuais dizem respeito à sociedade como um
todo e não somente aos saberes locais nos quais estão inseridos. Deve se pensar a militância da
intelectualidade a partir da ação local, mas tendo em vista a importância global do exercício de
sua profissão.
O filósofo ainda entende que a ação política deste novo tipo de intelectual está sujeita a alguns
perigos. Dentre os tais perigos vale destacar o risco de não conseguir se desvencilhar da
especificidade do discurso acadêmico e não desenvolver tais lutas no âmbito global, seja pela
manipulação de partidos políticos ou aparelhos sindicais, que conduziriam tais lutas somente no
âmbito da ampliação de direitos destes intelectuais enquanto categorias de trabalhadores16. A
ação local do intelectual específico deve ter como foco a mudança do regime político, econômico
e institucional de produção da verdade.17
Esta breve explanação acerca das pesquisas conduzidas por Foucault sobre militância política
dos intelectuais específicos se torna bastante relevante nos dias atuais, principalmente no Brasil,

14
​Ibid. P. 51
15
​Ibid. P. 51
16
​Ibid. P. 51
17
Ibid. P. 54
10

onde a academia recentemente vem sendo atacada de forma orquestrada por forças políticas que
lucram com o declínio da universidade pública. Deve-se pensar a organização política da
intelectualidade em confluência com os setores da sociedade comprometidos com a soberania
nacional para que se possa produzir “ligações transversais de saber e de politização”18. Os
acontecimentos recentes revelam a urgência de medidas mais incisivas por parte dos acadêmicos
brasileiros para superar os desafios descritos pelo filósofo antes que as consequências se tornem
irreversíveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder​. Organização, introdução e revisão técnica de


Renato Machado. 26 ed. São Paulo: Graal, 2013.

FOUCAULT. Michel. ​História da Sexualidade 1: a vontade de saber​. Tradução de Maria


Theresa da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 1 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014

BRASIL. ​Lei ordinária nº 8213, de 24 de Julho de 1991​. ​Diário Oficial da República


Federativa do Brasil,​ Poder Executivo, Brasília, DF, 24, Jul. 1991. P.14809

BRASIL. ​Lei ordinária nº 12030, de 17 de Setembro de 2009​. ​Diário Oficial da República


Federativa do Brasil,​ Poder Executivo, Brasília, DF, 17, Set. 2009. P. 1

18
​Ibid. P. 47

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