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ÍNDICE

1.Introdução.......................................................................................................................2
1.1.Objectivos do trabalho.............................................................................................4
1.1.1.Objectivo geral..................................................................................................4
1.1.2.Objectivos específicos.......................................................................................4
2.Metodologia....................................................................................................................4
3.Contextualização............................................................................................................5
3.1.Conceito do Covid-19..............................................................................................5
3.1.1.Métodos de prevenção.......................................................................................6
3.1.2.Sinais e Sintomas do covid-19..........................................................................6
3.2.Breve historial do Covid-19.....................................................................................7
3.2.1.Causas do covid-19...........................................................................................8
3.2.2.Epidemiologia...................................................................................................9
3.3.Impacto do Covid-19 no Mundo............................................................................10
3.3.1.Na educação....................................................................................................10
3.3.2.Sócio económico.............................................................................................11
3.3.3.Ambiente.........................................................................................................12
3.3.4.Cultura.............................................................................................................13
3.4.Potencial impacto a longo prazo............................................................................13
3.5.Impacto da Covid-19 no Processo de governação em Moçambique.....................14
3.6.Panorâmica da análise na governação em Moçambique.......................................15
3.6.1.Taxas de Ataque Clínico do COVID-19 em Moçambique.............................17
Conclusão........................................................................................................................18
Bibliografias....................................................................................................................20

1.Introdução

O presente trabalho de pesquisa, tem como o tema ‘’Impacto da Covid-19 no Processo


da governação de um estado: Caso de Moçambique’’. No dia 23 de Março de 2020,

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


Moçambique passou a fazer parte da lista de países com casos confirmados da doença
provocada pelo novo coronavírus (WHO, 2020a, p. 05). A rápida expansão dos casos de
infecção e doença pela população e países no mundo levou a que no dia 11 de Março, a
Organização Mundial da Saúde (OMS), declarasse a doença provocada pelo coronavírus
(COVID-19) como uma pandemia (WHO, 2020b).

O surto desta pandemia tem implicações não só na saúde pública como também na
economia, pois as medidas envolvidas para conter a propagação do vírus envolvem a
restrição da circulação de pessoas e bens. Por exemplo, uma destas medidas é o
confinamento de pessoas e bens em cidades e até países inteiros, facto que reduz a
actividade económica nesses lugares e as suas relações comerciais com o mundo.
Moçambique não é excepção.

Em situações de emergência, tal como sucede agora que o mundo enfrenta a pandemia
da COVID-191, essa aliança torna-se ainda mais importante. Dada a incerteza que
existe actualmente sobre esta doença no seio da comunidade científica e médica, o
desafio mais urgente é o da adopção de medidas preventivas, que permitam evitar o
alastramento e o contágio, promovendo, deste modo, a saúde pública. Assim,
autoridades de saúde, governos e seus parceiros, bem como organizações sociais e
religiosas, têm estado a jogar um papel de “liderança” na realização de actividades de
consciencialização pública sobre a COVID-19, nomeadamente campanhas de
“Informação, Educação e Comunicação” (IEC).

Actualmente, o enfoque destas campanhas é, essencialmente, na divulgação de


mensagens sobre medidas preventivas, esperando-se que, a serem adoptadas de forma
assertiva pela população, reduzam a propagação da pandemia. Dado que as mídias, em
particular, são considerados como principais veículos para a promoção das mensagens
sobre a COVID-19, de modo a sensibilizar a população e responder adequadamente às
expectativas nacionais no contexto do Estado de Emergência.

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1.1.Objectivos do trabalho

A definição dos objectivos determinam o que o pesquisador quer atingir com a


realização do trabalho de pesquisa, pois são sinónimo de meta.

1.1.1.Objectivo geral

MARCONI e LAKATOS (2001:102) "estão ligados a uma visão global e abrangente do


tema, relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e eventos, quer das
ideias estudadas pelo projecto."

 Analisar os impactos da Covid-19 no Processo da governação de um estado:


Caso de Moçambique.

1.1.2.Objectivos específicos

MARCONI e LAKATOS (2001:102) "apresentam características mais concretas, têm a


função intermédia e instrumental permitindo de lado a atingir objectivo geral e de modo
a explicar este a situação particular".

 Descrever adequadamente as medidas de prevenção e causas de sintomas do no


novo covid-19;
 Divulgar informação relevante e actualizada ao público sobre os impactos do
covid-19 na governação de um estado;
 Fortalecer a preparação e resposta à ameaça de surto por Covid-19 em
Moçambique.

2.Metodologia

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.

Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um processo mental por intermédio do


qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade
geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos
argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o
das premissas nas quais nos baseia-mos.

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3.Contextualização

3.1.Conceito do Covid-19

Os coronavírus são um grupo de vírus de genoma de RNA simples de sentido positivo


(serve directamente para a síntese proteica), conhecidos desde meados dos anos 1960.
Pertencem à subfamília taxonómica Orthocoronavirinae da família Coronaviridae, da
ordem Nidovirales.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida. Eles são
uma causa comum de infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração.
Entre os coronavírus encontra-se o vírus causador da forma de pneumonia atípica grave
conhecida por SARS, e o vírus causador da COVID-19, responsável pela pandemia em
2019 e 2020.

A doença de coronavírus (COVID-19) é uma doença infecciosa causada por um


coronavírus recém-descoberto.

A maioria das pessoas infectadas com o vírus COVID-19 experimentará doença


respiratória leve a moderada e se recuperará sem a necessidade de tratamento especial.
Os idosos e aqueles com problemas médicos subjacentes, como doenças
cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crónicas e câncer, têm mais
probabilidade de desenvolver doenças graves.

A melhor maneira de prevenir e desacelerar a transmissão é estar bem informado sobre


o vírus COVID-19, a doença que causa e como se espalha. Proteja-se e a outras pessoas
da infecção lavando as mãos ou usando um esfregão à base de álcool com frequência e
sem tocar no rosto.

O vírus COVID-19 se espalha principalmente por gotículas de saliva ou secreção nasal


quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, por isso é importante que você pratique
etiqueta respiratória (por exemplo, tossindo em um cotovelo flexionado). No momento,
não existem vacinas ou tratamentos específicos para o COVID-19. No entanto, existem
muitos ensaios clínicos em andamento avaliando possíveis tratamentos. A OMS
continuará fornecendo informações actualizadas assim que os achados clínicos
estiverem disponíveis.

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3.1.1.Métodos de prevenção

Para impedir a infecção e retardar a transmissão do COVID-19, faça o seguinte:

 Lave as mãos regularmente com água e sabão ou limpe-as com álcool.


 Mantenha pelo menos 1 metro de distância entre você e as pessoas que tossem
ou espirram.
 Evite tocar seu rosto.
 Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.
 Fique em casa se não se sentir bem.
 Evite fumar e outras actividades que enfraquecem os pulmões.
 Pratique o distanciamento físico, evitando viagens desnecessárias e afastando-se
de grandes grupos de pessoas.

3.1.2.Sinais e Sintomas do covid-19

A gravidade dos sintomas vária, desde sintomas ligeiros semelhantes à constipação até
pneumonia viral grave com insuficiência respiratória potencialmente fatal. Em muitos
casos de infecção não se manifestam sintomas. Nos casos sintomáticos, os sintomas
mais comuns são febre, tosse e dificuldade em respirar. Entre outros possíveis sintomas
menos frequentes estão garganta inflamada, corrimento nasal, espirros ou diarreia. Entre
as possíveis complicações estão pneumonia grave, falência de vários órgãos e morte.

Entre os sinais de emergência que indicam a necessidade de procurar imediatamente


cuidados médicos estão a dificuldade em respirar ou falta de ar, dor persistente ou
pressão no peito, confusão, ou tom azul na pele dos lábios ou da cara.

O período de incubação entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas é, em média,


de 5 dias, embora possa variar entre 2 e 14 dias. A doença é contagiosa durante o
período de incubação, pelo que uma pessoa infectada pode contagiar outras antes de
começar a manifestar sintomas. O COVID-19 afecta pessoas diferentes de maneiras
diferentes. A maioria das pessoas infectadas desenvolverá doenças leves a moderadas e
se recuperará sem hospitalização.

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Sintomas mais comuns:

 Febre.
 Tosse seca.
 Cansaço.

Sintomas menos comuns:

 Dores e dores.
 Dor de garganta.
 Diarreia.
 Conjuntivite.
 Dor de cabeça.
 Perda de paladar ou olfacto.
 Erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés.

Sintomas graves:

 Dificuldade em respirar ou falta de ar.


 Dor ou pressão no peito.
 Perda de fala ou movimento.

3.2.Breve historial do Covid-19

A pandemia de COVID-19 é uma pandemia em curso de COVID-19, uma doença


respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2
(SARS-CoV-2). A doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de
Hubei, República Popular da China, em 1 de Dezembro de 2019, mas o primeiro caso
foi reportado em 31 de Dezembro do mesmo ano. Acredita-se que o vírus tenha uma
origem zoonótica, porque os primeiros casos confirmados tinham principalmente
ligações ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia
animais vivos.

Em 11 de Março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto uma


pandemia. Até 4 de Maio de 2020, pelo menos 3 503 533 casos da doença foram
confirmados em mais de 185 países e territórios, com grandes surtos nos Estados
Unidos (cerca de de 1 183 663 casos), Espanha (mais de 217 000 casos), Itália (mais de
210 000 casos), Reino Unido (mais de 186 000 casos), Alemanha (mais de 165 000

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casos), Rússia (mais de 134 000 casos), França (mais de 131 000 casos), Turquia (mais
de 126 000 casos), Brasil (mais de 101 000 casos), Irã (mais de 97 000 casos) e China
continental (mais de 82 800 casos). Pelo menos 247 306 pessoas morreram (mais de 68
000 nos Estados Unidos, pelo menos 28 900 em Itália, mais de 28 400 no Reino Unido,
cerca de 25 200 em Espanha, por volta de 24 900 em França, mais de 7 000 no Brasil e
pelo menos 4 600 na China) e 1 124 240 foram curadas.

Os cientistas chineses isolaram um novo coronavírus, o COVID-19, 70% semelhante na


sequência genética ao SARS-CoV, e posteriormente mapearam e disponibilizaram a sua
sequência genética. Inicialmente, o vírus não mostrou a mesma gravidade do SARS,
porém com um contágio maior. As questões levantadas incluem se o vírus está
circulando há mais tempo do que se pensava anteriormente, se Wuhan é realmente o
centro do surto ou simplesmente o local em que foi identificado pela primeira vez com a
vigilância e os testes em andamento, e se poderia haver uma possibilidade de que
Wuhan seja um evento de super dispersão.

3.2.1.Causas do covid-19

A causa da pandemia é uma doença respiratória denominada COVID-19 (do inglês


Coronavirus Disease 2019). A doença é causada pela infecção com o coronavírus da
síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2).

O SARS-CoV-2 é um vírus ARN de cadeia simples positiva e pertence a uma grande


família de vírus denominada coronavírus. Os coronavírus causam várias infecções
respiratórias em seres humanos, desde simples constipações até doenças mais graves
como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) ou a síndrome respiratória
aguda grave (SARS). O SARS-CoV-2 é o sétimo coronavírus conhecido a poder
infectar seres humanos, sendo os restantes o 229E, NL63, OC43, HKU1, MERS-CoV e
o SARS-CoV original.

O SARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez em seres humanos em Dezembro de


2019 na cidade de Wuhan, na China. É provável que o vírus tenha tido origem numa
mutação dos coronavírus de morcegos. Pensa-se que antes de ser transmitido aos seres
humanos tenha passado por um reservatório animal intermédio, como o pangolim.
Estima-se que o número básico de reprodução do vírus seja de entre 1,4 e 3,9. Isto
significa que é esperado que cada infecção pelo vírus resulte em 1,4 a 3,9 novas

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infecções quando nenhum membro da comunidade é imune e não é tomada nenhuma
medida preventiva.

Não existem medicamentos antivirais aprovados para o tratamento de COVID-19,


embora estejam vários a ser desenvolvidos e a serem testados medicamentos já
existentes. Em casos ligeiros, o alívio dos sintomas pode ser tentado com os mesmos
medicamentos para o alívio de sintomas da constipação, ingestão de líquidos e repouso.
Em casos mais graves pode ser necessária hospitalização com oxigenoterapia, soro e
ventilação mecânica. A administração de corticosteroides pode agravar o prognóstico.

3.2.2.Epidemiologia

Os primeiros casos suspeitos foram notificados em 31 de Dezembro de 2019, com os


primeiros sintomas aparecendo algumas semanas antes, em 1 de Dezembro de 2019. O
Mercado foi fechado em 1 de Janeiro de 2020 e as pessoas com os sintomas foram
isoladas. Mais de 700 pessoas, incluindo mais de 400 profissionais de saúde, que
entraram em contacto próximo com casos suspeitos, foram posteriormente monitoradas.
Com o desenvolvimento de um teste de PCR de diagnóstico específico para detectar a
infecção, a presença de COVID-19 foi então confirmada em 41 pessoas em Wuhan, das
quais duas foram posteriormente relatadas como sendo um casal, um dos quais não tinha
estado no Mercado e outros três membros da mesma família que trabalhavam nas
bancas de produtos do mar do mesmo Mercado.

A primeira morte decorrente da epidemia ocorreu em 9 de Janeiro de 2020. A Comissão


Nacional de Saúde da China confirmou, em 20 de Janeiro de 2020, que o novo
coronavírus pode ser transmitido entre seres humanos. Na altura, vários profissionais de
saúde também foram infectados. A OMS alertou que era possível um surto mais amplo.
Houve também preocupações de se espalhar mais durante a alta temporada de viagens
da China por volta do Ano-Novo Chinês.

A 20 de Janeiro, a China registou um aumento acentuado nos casos com quase 140
novos pacientes, incluindo duas pessoas em Pequim e uma em Shenzhen. Em 23 de
Janeiro de 2020, Wuhan foi colocada em quarentena, no qual todo o transporte público
dentro e fora de Wuhan foi suspenso. Huanggang e Ezhou, adjacentes a Wuhan,
também foram colocadas em quarentena semelhante em 24 de Janeiro de 2020.

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Em 24 de Janeiro de 2020, o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado na
Europa, mais precisamente em França.

3.3.Impacto do Covid-19 no Mundo

A epidemia coincidiu com o Ano-Novo Chinês, que marca uma grande temporada de
festivais para a região e o período mais movimentado de viagens na China. Vários
eventos envolvendo grandes multidões foram cancelados pelos governos nacionais e
regionais, incluindo o festival anual de Ano Novo em Hong Kong.

Na Itália, o governo decidiu fechar escolas e universidades até 15 de Março para tentar
conter o vírus e determinou que todos os principais eventos desportivos do país, sejam
disputados sem a presença de público.

A nível mundial, o medo do surto resulta em pessoas optando por evitar actividades que
poderiam expô-las ao risco de infecção, como sair para fazer compras, por exemplo.
Restaurantes, revendedoras de carros e lojas têm registado quedas na demanda mundial.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em
razão do surto, a economia global pode crescer na taxa mais baixa desde 2009.

3.3.1.Na educação

À data de 17 de Março, o encerramento temporário ou por tempo indeterminado de


escolas para controlar a propagação da doença tinha deixado sem aulas mais de
1.000.000 milhões de crianças e jovens em Moçambique. 105 países tinham decretado o
encerramento de escolas a nível nacional. Em 15 países foram encerradas escolas a nível
local, afectando mais 640 milhões de crianças e jovens.

Mesmo que temporários, os encerramentos têm custos sociais e económicos elevados.


Embora as consequentes perturbações afectem pessoas em toda a comunidade, o
impacto é maior em crianças e famílias desfavorecidas, não só pela interrupção da
aprendizagem, mas também pelo comprometimento da nutrição, pelo potenciamento de
problemas no cuidado infantil e pelo custo económico em famílias que não podem
trabalhar.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


Em resposta aos encerramentos de escolas causados pela COVID-10, Moçambique
recomenda o recurso a programas de ensino à distância e plataformas e recursos
educacionais abertos, de forma a escolas e professores poderem chegar a alunos de
forma remota, diminuindo o impacto do encerramento na aprendizagem.

3.3.2.Sócio económico

A pandemia de coronavírus tem sido associada a vários casos de ruptura de stocks


causados pelo aumento de procura de equipamento para combater o surto, corridas às
compras e perturbações nas operações de produção e logística das empresas. As
autoridades de saúde emitiram avisos de possíveis rupturas de stock de medicamentos e
equipamento médico devido ao aumento exponencial de procura e perturbação dos
canais de distribuição.

Em Moçambique ocorreram corridas às compras que levaram a rupturas de stock de


produtos de mercearia essenciais como comida, papel higiénico e água engarrafada. De
acordo com o director-geral da OMS, a procura por equipamento de protecção
individual aumentou 100 vezes, o que levou a um aumento de preços, em alguns casos
de vinte vezes o preço normal, e também induziu atrasos de quatro a seis meses no
fornecimento de equipamento médico. A falta de equipamento de protecção individual
em todo o mundo levou a OMS a alertar que a situação colocava em risco os
profissionais de saúde.

Uma vez que a China é uma potência económica e um grande centro de produção
industrial, o surto constitui uma ameaça de desestabilização à economia global. Agathe
Demarais da Economist Intelligence Unit prevê que os mercados continuem voláteis até
que haja uma ideia mais clara do desfecho da pandemia. Em Janeiro de 2020, alguns
analistas estimaram que as consequências económicas da pandemia de COVID-19 no
crescimento global poderiam ser superiores aos do surto de SARS em 2002-2004. Uma
estimativa calculava que o impacto na cadeia de fornecimento seria superior a 300 mil
milhões de dólares e poder-se-ia prolongar por mais dois anos.

A Total em Moçambique reportou uma queda nos trabalhos que estão sendo levados
acabo na bacia do rio Rovuma. Em 24 de Março os mercados de acções tiveram a
primeira queda expressiva devido ao aumento significativo do número de casos fora da
de Moçambique

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


Apesar da elevada prevalência de casos de COVID-19 no norte do pais (Cabo Delgado)
e na região sul (Maputo), e da consequente elevada procura por produtos alimentares,
em nenhuma das regiões se verificou escassez de alimentos. As medidas implementadas
contra a acumulação e comércio ilegal de bens essenciais evitaram a escassez de
alimentos que tinha sido antecipada.

A existência de prateleiras vazias foi apenas temporária, mesmo na cidade de Maputo,


onde as autoridades libertaram reservas de porco de forma a assegurar a alimentação da
população. Em Cabo Delgado existem leis semelhantes, que obrigam os produtores de
alimentos a manter reservas para este tipo de emergências.

3.3.3.Ambiente

Devido ao impacto da pandemia nas viagens e na indústria, em muitas regiões registou-


se uma diminuição na poluição do ar. Entre 1 de Janeiro de 11 de Março de 2020, a
Agência Espacial africanas observou um declínio acentuado nas emissões automóveis
de óxido nitroso, centrais eléctricas e fábricas, coincidente com os encerramentos na
região.

Os métodos para conter o avanço do vírus, como as quarentenas e as restrições de


viagens, resultaram numa diminuição de 25% nas emissões de gases de efeito de estufa
na África. No primeiro mês de quarentena, a Moçambique emitiu menos cerca de 200
mil de toneladas dióxido de carbono do que no período homólogo de 2019, devido à
redução no tráfego aéreo, refinamento de petróleo e transporte de carvão na CLN.

Apesar do declínio temporário nas emissões a nível global, a Agência Internacional de


Energia lançou o aviso de que as perturbações económicas causadas pela pandemia
podem impedir ou atrasar o investimento das empresas em energia sustentável. A
pandemia também tem servido como incentivo à adopção de políticas de teletrabalho.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


3.3.4.Cultura

Uma das consequências mais visíveis da pandemia tem sido o cancelamento de


cerimónias religiosas, eventos desportivos, festivais de música, concertos, estreias de
cinema, conferências tecnológicas e espectáculos de moda. Moçambique anunciou o
cancelamento das cerimónias da Semana Santa. Muitas dioceses recomendaram aos
fiéis que se mantivessem em casa em vez de assistir à missa, embora algumas
disponibilizem a cerimónia em livestream ou na televisão.

A pandemia causou a mais significativa perturbação no calendário desportivo mundial


desde a Segunda Guerra Mundial. A maior parte dos grandes eventos desportivos
agendados foi cancelada ou adiada, incluindo a Liga dos Campeões da UEFA de 2019 –
20, a Premier League de 2019–20, o Campeonato Europeu de Futebol de 2020, a
Temporada da NBA de 2019–20, e a temporada da NHL de 2019–20. A pandemia
também incitava dissabor entre comités olímpicos quanto aos Jogos de Verão de 2020,
que estavam previstos a iniciar-se em 2020, até o COI declarar, oficialmente, o
adiamento do episódio para o ano seguinte.

A indústria de entretenimento também foi afectada, com várias bandas a suspender ou


cancelar digressões e concertos. Muitos teatros também suspenderam todas as exibições.
Alguns artistas têm explorado formas de continuar a produzir e partilhar as suas obras
através da internet como alternativa aos concertos ao vivo, como concertos em
streaming, ou criando festivais web com presença de vários artistas.

3.4.Potencial impacto a longo prazo

O impacto político, cultural e sócio-económico da pandemia pode causar alterações


profundas na sociedade humana. Entre estas possíveis alterações estão o aumento do
teletrabalho, a regionalização de cadeias de fornecimento globais e o aumento da
polarização política.

Alguns autores alegam que a pandemia está a causar uma revolução na forma como é
encarado o trabalho a partir de casa, uma vez que para conter o avanço do vírus várias
grandes empresas aderiram ao teletrabalho. Este efeito também tem sido observado no
aumento do ensino à distância no ensino superior. A pandemia pode também resultar
numa diminuição das viagens em trabalho e conferências internacionais, substituídas
pelos análogos virtuais.

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Tem também sido discutida uma possível reversão da globalização mais ampla,
sobretudo no que diz respeito a cadeias de fornecimento. O ministro da economia
alemão tem apoiado uma regionalização das cadeias de fornecimento em reacção à
pandemia.

3.5.Impacto da Covid-19 no Processo de governação em Moçambique

A propagação da COVID-19 está a acelerar em todo o mundo. Em Moçambique, a


maioria das provincias já tem casos confirmados e 1 óbito. Caso não seja contida, a
pandemia terá um impacto substancial nas economias e nos cidadãos do continente.

À data da publicação (30 de Março de 2020), o número de casos em Moçambique


continua baixo em comparação com outras regiões. Segundo os dados disponíveis, tal
pode dever-se à média etária dos cidadãos africanos, que é a mais baixa do mundo, e a
factores relacionados com o clima do continente, embora essa hipótese já tenha sido
questionada por vários especialistas.

Na realidade, Moçambique pode vir a ser o pais mais atingido por esta doença invisível.
A fragilidade preexistente dos sistemas de saúde, acompanhada por uma alta taxa de
prevalência de diabetes e doenças respiratórias, bem como uma alta densidade urbana e
muitas vezes mal controlada, são factores que aumentam a vulnerabilidade do
continente ao vírus e a sua letalidade. Segundo o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus,
director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), África deve “acordar” para a
ameaça da COVID-19 e preparar-se para o pior cenário.

Nesta publicação, a Fundação Mo Ibrahim analisa o nível de preparação e a capacidade


de Moçambique para enfrentar a pandemia da COVID-19. O documento parte de um
grande volume de dados, estatísticas e informações provenientes do Índice Ibrahim de
Governação Africana (IIAG) e de outras fontes para analisar o contexto actual no qual a
COVID-19 irá se propagar e os desafios imediatos. Através desta análise, a Fundação
pretende apresentar uma imagem clara e precisa da situação, destacando as áreas em que
podem ser concentrados esforços para gerir e limitar a crise de saúde no continente.

A publicação centra-se no actual cenário da saúde e em seus desafios conexos, sem


deixar de tomar em consideração o caminho futuro. A expansão global da pandemia terá
um impacto considerável, profundo e duradouro em todo o continente africano. Ao
ocorrer mais tarde no continente, isolará África de outras regiões em recuperação.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


No continente, a pandemia veio aumentar desigualdades internas aos países e entre os
mesmos, agravar fragilidades já existentes, limitar perspectivas de emprego e
investimento e alimentar potencialmente mais agitação e conflitos internos. Estes riscos
cumulativos devem ser considerados agora para garantir uma resposta adequada e
coordenada.

3.6.Panorâmica da análise na governação em Moçambique

Com base em dados e indicadores provenientes de várias fontes e organizações,


incluindo o Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG), esta publicação identificou
alguns desafios imediatos que chamam à acção:

É necessária uma governação robusta e coordenada em todo o pais. Por natureza,


qualquer pandemia exige, para além de fronteiras nacionais e regionais, uma
coordenação de todos os esforços desenvolvidos pelos diferentes atores e parceiros,
especialmente em um mundo globalizado.

Há uma necessidade urgente de agir com base nas lições aprendidas durante o surto de
ébola de 2015 e abordar as fragilidades específicas das estruturas sanitárias
Moçambicanas, melhorando os sistemas de saúde e o acesso dos cidadãos aos mesmos
e, de um modo mais geral, reforçando a capacidade estatística.

Apenas 10 províncias Moçambicanas providenciam cuidados de saúde gratuitos e


universais aos seus cidadãos. Os governos Moçambicano devem melhorar rapidamente
a gestão e a acessibilidade dos serviços de saúde essenciais.

Segundo os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de África (Africa CDC), 43


países africanos conseguem testar a COVID-19. Porém, os países estão em geral pouco
preparados para o rastreio e acompanhamento de viajantes nos pontos de entrada e para
o tratamento dos casos com eficácia. Reforçar e melhorar estes passos essenciais podem
limitar a propagação do vírus e salvar vidas.

Os dados relativos às instalações de saúde e aos resultados obtidos continuam a ser


fragmentados e frágeis. Apenas oito países africanos possuem sistemas completos de
registo de nascimentos, o que afecta a produção oportuna de dados, crucial em situações
de emergência sanitária. Estatísticas de qualidade, bem como gabinetes nacionais de
estatística autónomos e bem financiados são essenciais para todas as fases da tomada de

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decisões e da formulação de políticas baseadas em dados concretos, em especial na área
da saúde.

Dada as fragilidades gerais das estruturas de saúde, seja em termos de capacidade


humana, equipamentos ou cadeias de abastecimento, a colaboração entre parceiros e
países é agora mais vital do que nunca.

Moçambique tem demonstrado em média uma melhoria crescente no indicador


Campanhas de Saúde Pública (+0,6 desde 2008, segundo o IIAG). No entanto, enquanto
20 países registaram melhores resultados, 15 países registaram um declínio nesta área.
Todas as partes devem contribuir para campanhas nacionais de informação e
sensibilização e ajudar a combater a desinformação e as notícias falsas.

As fragilidades das infra-estruturas de transporte podem impedir que profissionais da


saúde cheguem às populações afitadas com a rapidez necessária, enquanto sistemas de
comunicação inadequados atrasam a transmissão de relatórios e diagnósticos. Os dados
demonstram que qualquer medida destinada a reforçar os serviços nestas áreas seria
benéfica.

Segundo a Comissão Económica das Nações Unidas para a África (UNECA), em


termos do impacto mais geral da COVID-19, a pandemia reduzirá o crescimento
económico dos 3,2% previstos para 1,8%. Sem uma abordagem colectiva e organizada
situação, o crescimento económico e os progressos realizados nos últimos anos poderão
ser invertidos, com impacto em áreas nas quais Moçambique tem progredido de forma
regular, seja a luta contra a malária ou contra a pobreza.

Além disso, os efeitos podem ir além da economia e pôr à prova a fragilidade


institucional de alguns países, alimentando novos conflitos e instabilidade. Em resposta
à crise da COVID-19, a Fundação Mo Ibrahim também está a publicar um resumo
diário de notícias e análises conexas, com enfoque no continente africano.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


3.6.1.Taxas de Ataque Clínico do COVID-19 em Moçambique

A OMS definiu quatro cenários para o surto por COVID-19, nomeadamente:

 Cenário 1- Sem casos: nenhum caso reportado.


 Cenário 2 - Casos esporádicos: Um ou mais casos, importados ou adquiridos
localmente.
 Cenário 3 - Aglomerado de casos: a maioria dos casos de transmissão local está
ligada a cadeias de transmissão.
 Cenário 4 - Transmissão Comunitária: surto no qual há incapacidade de
relacionar os casos confirmados através de cadeias de transmissão para um
grande número de casos, ou aumento de testes positivos através de amostras
colhidas nos postos sentinelas.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, ficou evidente que, o caso de Covid-19 é uma realidade,
todavia, Em Moçambique, se as medidas de prevenção se não forem implementadas
cabal e eficazmente não se pode esperar que as consequências sejam menos graves que
noutros países. Por exemplo, Walker et. al (2020, pp. 4–11, 17) estimam que numa
situação sem medidas de prevenção, ou de medidas ineficazes, cerca de 97% (ou 29
milhões) da população moçambicana pode vir a ser infectada pelo coronavírus num
período de 250 dias.

Assumindo que o perfil de doentes e a capacidade do sector da saúde em Moçambique


são similares aos da China, estimam que cerca de 456 mil moçambicanos poderão
precisar de internamento hospitalar e o número de óbitos pode atingir 65 mil. O CDD
defende que as propostas de Plano Económico e Social (PES) e do Orçamento do
Estado (OE) para 2020 devem ser devolvidas ao Governo porque não reflectem os
desafios do país, num contexto da pandemia de covid-19 e dos ataques armados em
Cabo Delgado".

O CDD entende que as medidas de governação em Mocambique dão ideia de que o país
está imune aos efeitos económicos e sociais causados pela pandemia. "O Governo não
mostra, por exemplo, como é que, perante a pandemia da COVID-19, o Estado está a se
organizar para apoiar as famílias que neste momento não podem sair de casa, os
sectores formal e informal que não estão a produzir ou estão a operar a meio gás".

Segundo a ONG, o executivo não explica as medidas que irá tomar para assegurar que a
economia continue a funcionar e como irá operacionalizar a produção de comida para o
consumo nacional. Ainda avaliando os planos, o CDD considera que além da ausência
de um plano concreto de resposta à pandemia da COVID-19, as propostas do PES e do
OE para 2020 não apresentam as verbas que serão alocadas às instituições de defesa e
segurança e à Presidência da República.

Por fim, a produtividade da população é demasiado baixa e a maior parte da força de


trabalho (8,2 milhões em 2017) está concentrada na agricultura (INE, 2019). O
alastramento da COVID-19 para este grupo populacional pode ter efeitos nefastos na
economia, pois, a maior parte da força de trabalho (quase 5 milhões) vive na zona rural

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


caracterizada pela ausência de poupança e baixo acesso a infra-estruturas e serviços de
saúde.

Assim, medidas de prevenção como o confinamento total poderão ser pouco eficazes,
pois a maior parte da população vir-se-á obrigada a realizar algum tipo de actividade
(e.g.: ir à machamba, ao poço, ou ao comércio) para garantir o sustento.

Sendo a agricultura de subsistência intensiva em mão-de-obra, o alastramento de casos


de doenças (tal como outros factores nomeadamente os conflitos armados no centro e
norte de Moçambique) capaz de reduzir a força de trabalho no sector agrário devido a
precariedade das condições de saúde, alimentação e segurança pode arrastar o país a
uma crise humanitária. A redução da força de trabalho vai também afectar
negativamente pessoas vulneráveis como as crianças (14 milhões), os idosos (1,3
milhões) e as pessoas com deficiência (728 mil). Estes três grupos representam cerca de
53% da população Moçambicana.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829


Bibliografias

1. https://cipmoz.org/wp-content/uploads/2020/03/Plano-de-preparacao-e-resposta-
do-COVID19-actualizado-17.3.2020-1-1.pdf. Acessado no dia 03 de Abril de
2020 pelas 8horas.
2. LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Mariana de Andrade, técnicas de
pesquisa, 5ª Ed., São Paulo, Atlas, 2002.
3. Sambo, E. (2020, Março 31). Nyusi declara Estado de Emergência.
http://opais.sapo.mz/nyusi declara-estado-deemergencia.
4. Walker, P. G., Whittaker, C., Watson, O., Baguelin, M., & Ainslie, K. E. C.
(2020). The Global Impact of COVID-19 and Strategies for Mitigation and
Suppression. Imperial College COVID-19 Response Team.
5. WHO Africa, (World Health Organization Africa). (2019). VII Conferência do
Observatório de Recursos Humanos para Saúde. Regional Office for Africa.
6. WHO, (World Health Organization). (2020a). Coronavirus disease 2019
(COVID-19) Situation Report -63.
7. WHO, (World Health Organization). (2020b, Março 11). WHO Director-
General’s opening remarks at the media briefing on COVID-19—11 March
2020.
8. WHO, (World Health Organization). (2020c). Novel Coronavirus (2019-nCoV)
situation reports. World Bank. (2019). World Development Indicators Data.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com Pemba - 846458829

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