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SESW MURANO ESE Relea ly gooz oiquaAou v oYjn/ P1va-) “ PROJETO AGAO EDUCATIVA EM MUSEUS ASSOCIACAO DE AMIGOS DO MUSEU DO CEARA - ASMUSCE. PROGRAMA MONUMENTA ~ UNESCO/PHAN CURSO 'ACAO EDUCATIVA EM MUSEUS' CARGA HORARIA: 16 H/A . CIDADES: PORANGA, IGUATU, JUAZEIRO, SOBRAL, RUSSAS E TAUA EMENTA 1) OBJETIVO: Discutir a estrutura e os fundamentos para a constituigdo de agdes educativas no espago museal, refletindo sobre as teorias ¢ metodologias utilizadas na elaboragdo de jetos educativos em museus, Pensar sobre as agdes didaticas comprometidas com a reflexdo critica no museu, capacitando profissionais de unidades muscologicas do interior do Ceara para a preparagiio de projetos educativos no espago museal. Ml) CONTEUDO PROGRAMATICO, Unidade I — Componentes bisicos para a acio educativa no museu histérico. 1.1 O sentido pedagogico no muscu: possibilidades da ago educativa ne especificidade do muscu historico; 1.2 - Estrutura basica para a ago educativa no muscu histérico: niicleo educative (visitas orientadas, pesquisa, aulas de Histéria e material didético); exposigdes (longa duragdo ¢ curta duragio); reserva técnica, Unidade I~ A visita orientada: principios e perspectivas. 2.1 A relagao entre a escola vo muscu; 2.2 - Perfil dos componentes do niicleo educative; 2.3 ~ A utilizagdo de recursos didaticos. Unidade III — Reserva Técnica: componente da agio educativa. 3.1- 0 objeto na exposigdo e na reserva técnica 3.2~ A reserva técnica ¢ o recorte temiitico das exposigdes. METODOLOGIA: Construgao de idéias em grupo, leitura de texto ¢ aula expositiva com base na pedagogia de Paulo Freire. UD BIBLIOGRAFIA BASICA. BEZERRA DE MENEZES, Ulpiano T. (org). Para que serve um museu histérico? IN: Como explorar um museu historico. Sao Paulo: Museu Paulista / USP, 1992. p. 3-6 ‘Muscus histricos: da celebragaio 4 consciéncia. IN: Como explorar um museu historico. So Paulo: Museu Paulista / USP, 1992, p.7— 10. HOLANDA, Cristina Rodrigues. De Templo a Forum da Historia. Um pouco da Trajetoria do Museu do Ceara. In: Revista Propostas Alternativas. n° 14, Fortaleza: IMOPEC, 2005, p. 25-29. RAMOS, Francisco Régis Lopes. Museu, ensino de histéria e sociedade de consumo. Fortaleza: Museu do Cearé / Secretaria da Cultura do Estado do Ceara, 2064. COMEMORAGHO do 7 de setenbre na escadaria monusental do Museu sseus historicos tenden a transformar- se os quais.se cultuan valores como 2 nalidade. © museu histérico deve sero lu gar das estatuas, bustos ou re- os a leo de cidadios brasi- leiros que-prestaram servicos & Patria 7. Podem-se conciliar as cele~ bilidade de pronover a ~conscién- cia histérica ? A celebragéo , a evocaso e a menoria deve obriga toriamente estar presentes ’ 0 wuseu histérico. Nao, porém, como objetivos ¢ sim como objetos de’ conhecinento. Para que serve un auseu historico 7, Antes de responder & pergunta especifica, & preciso tratar de duas questoés prelininares para que serve ua museu, em geral? ¢ qual 3 per- Lindacia da categoria histérica auea — tipologia Ge nuseus 7 No auge da ebuligie provocada pelo chamade PARA QUE SERVE a UM. MUSEU HISTORICO? Por Ulpiano T. Bezerra de Meneses. "Maio de 68", - cevolugio cultural que 6a Franga estendeu-se por boa parte de mundo - era conv fa Curopa e nos Cstatos Unidos prever-se a aorte dos auseus, acusados de teaplos que areazenavan © sacralizavan os valores burgueses. Deveriam por isso ser substituides pelo forua , 2 praga piblica que servia 3 discustio, 20 confronto, 3 eriagie do novo. fe Paris, a palavra de orden "@ preciso queimar 0 Louvre" quase chegou as. vias de fato. Felizmente, nenhua auseu foi in ~ Cendiade ¢ hoje, aais de 20 anos depois, & pos sivel incorporar a: atribuigdes dos auseus ind - ras e conplezas fungdes’que , nem por serem ‘Giferentes, se excluen unas is cutras. No entanto, essa aultiplicidade de uses ¢ serventias tem ue éerosinagor conua: o susey é Seapre ut espago que estabelece una interse diagio institueionalizada entre 9 individuo abjetos aateriais. Claro que vivemos inersos sum oceane de objetos fisicos, sen os quais nao ha - weria condighes de vida biologica psiquica e so- cial. Mas @ avito siperticial ¢ descontious * a consciéncia que temcs dessas coisas. 0 nuseu, 20 contririo, induz a yer aquilo que 95 olhos dei - xan passat no cotidiane ¢ com ais cazio ainda o 3 que @ diferente, insélite - 0 ovteo. a varios contextos institucionais que tambée — Coraecea condigies senelhantes de percepcio de objetos Basta lenbrar, numa sociedade de consumo cone 2 nossa, as lojas, 0s superaercados, ou a publici dade, que coaunica os objetos representados. No entanto, & aos auseus que se vai especialaente Por causa dos odjetos enquanto objetas e 0i principio, enquanto mercadoria, tirio ou coisa senethante. ‘Assia, o suseu & 0 lugar préprio organizado para coletar objetos, preserva-los e os classificar, estuéar, expor_, publicar, etc. Certanente as formas de frvicio desses ‘objetos sto va st 0 sonho, 0 de= vaneio, a contemplacdo estética, a expansio” ds afetivisade, 0 exercicio lidico... Ha, todavia, dentro dessa aultiplicidade de fungi2s, uma que deveria constituie —aarea caracteristica: © conhecimento. Mo museu 0s ietas se transforma, todos, ea documentos , isto @, objetes que assuaea cono papel principal @ de fornecer inforaagio, ainda que, para isso , tenham que perder a serventia para a qual forza concebices ou zit definiu sua trajetoria. € por isso que ua relogio, auaa colegio, deixe de ser um artefoto que marca a hora: inguée colecion? relogios para cronometrar o tempo com maior pre- cisio. Nusa colecic (e aa colegio institucions - No auge da ebulicdo —_provocada pelo chamado "Maio de 68"-, em Paris, a palavra de orden" precise queimar o Louvre"quase se tornou realidede. Lizada go auseu), 0 celagio, ainds que tunci passa a ser um artefate que fornece inforsay sobre os artefatos que aarcan a hora. tatural- sente, esse esvaziauento do valor de uso, em be- neficio do valor docurental, nio & 0 wesno para todo tipo de objeto. Ele & reduzi¢o nos auseus de arte. Velerse, porda, a diferenga que {a7 exibir um auténtico Reabrandt, us competente ov grosseira falso Renbrandt ov uma obra 3 neira, pintada por um discipulo. Kum ‘ ma - use de artefate utili - tecnologia, 0 esvazianente pode ser radical pois noraalnente ai se opera sonente com a sucata tecnaJagies. tua muses histérico, nenhua objeto & otilizado segundo sexs objetives praticas ori- ginais: neohue abvel ov arma pode ser emo advel ov ar tantes. Ta sina, pose-se conceituar 0 auseu, neste de século, coro 2 loraa pela qual nossa so- eapregade pelos funcionirios ov visi ciedade institucionalnente transforaa objetos sateriais em documentos. Por isso ele tem que funcionar, taabém cone centro de docunentagio, Messo quadro, 0 que ven a ser om auseu his~ ice? Ki una tipologia correate de auseus que 0s divide om museus de arte, de antropologia Carqueolegia, folclore , artes populares) ,z00l0- ‘gia, ciéncia'e tecnolosia e assim por diante = além dos museus monogrificos (do telefoze, teansportes, bringuedos, museus de eegresss atc.) . Os eritérios, para delimitacio dos can- pos de atuacio © acervss sio disparatagos : num fuseu de arte, uma tela. docusento plistico(aas sem considerar que a cinstrugio da visualidade integra a realidade historica). J3 m0 muzeu his- tarico, a mesaa tela seria valorizads pelo tena, como dacuagnto iconogrifico ( mas ignorance 3 historicigade 62 materia plastica). Assim, © que se costima ver cono o critério aaior para'a identificasio a priori de us objeto histérico @ sua vinculacao biogrifica ou tend - tica a.um feito ou figura excepeionais do passa- 40, normalnente Kerdis vencedores ov vencides, considerados aoralnente (cong.na'Revolucie de 32). “isso tudo hd confusip cuja raiz esti na tentativa de classificar objetos conforae cate- gorias aprioristicas estanques e univocas de signiticagde documentel,fraguentands 0 coaheci- aento: objetos artisticos,.objetos histéricos abjetos tecnolégicos, foleléricos, ete. quando superiores conc se as significagées fossen geradas pelos préprios objetes nio pela sociedade. Ora, as significagies das coisas materiais sio seopre atribuidas, 0s objetos fisicos,ee six 3b tan propriedades inanentes de natureza fisi- co-quinics como forna, dinensio, peso, textura , cor, etc. Tais propriedades poden ser, sim, sobilizadas cono vetores de significacie © valor que 0s grupos socisis produzen € constantenente sodifican. . Por isso, conviria conceber om auseu hist- Fico, no cona a instituigdo voltada para os ricos mas para os problemas histé- en tim instincia, serian hist ricos os objetos, de qealquer natureza ov cate - 4 ' e 6 € € « © & & ® . . “ ® e . & e & & cq & C ¢ C C C c c c c c c goriay capazes de permitir 2 formulagio ¢ 0 en - caminhanento de problesas historicas (© por problenas histéricos se deverian entender aquelas prapostas de articulagio oe fanends que permites conhecer 2 estruturagio, funcio - fanento e, sobretudo, 2 audanga ce uaa socie - Gade ). O Museu Pauliste ( none oficial ¢ original do conhecido Museu do Ipiranga), pertence .3 USP desde 1963. Cm agosto de 1989 dele se desmen - braram as colecdes, pessoal ¢ atividades 2350- ciadas 3 Antropologia, que vio integrar 0 Museu de Arqueologia e Ctnologia d2 USP, na Cidade Universitaria. Abrican-se, assin, condigies para sua transformacio aun auseu historico por exce - fancia. Mas sua trajetoria até agora foi conpli- cada e eixou marcas profundas - positives © ne- gativas. Para.funcionar plenarente como um museu histarico, tal como acime delineado,ser’ precise ainda avito teapo e estorco. 0 edificio em que ele esta instalado foi ido cono un memorial, aarco fisico qué as- sinalaria 0 lugar onde, en 1822, fara proclanada a Independencia do Brasil. Dadas por terninadas 125 obras en 1890, sonente trés anos depois & que se define um uso pritica, o de euseu de Kistaria Natucal ~ 0 modelo mais prestigioso de entio - sem prejuizo da atribuigdo de cultuar © pasado patrio. Cm 1927 © 1939, sto transtevidas para a Secretaria da Agricultura, cespectivanente , 25 segdes de Botanica e Zoologia.( Hoje, o Museu de Yoologia tanbém pertence 3 USP). Convén examinar z Lei Csteoval a? 192, de 26 de agosto de 1893, proaulgeda por Bernardino de Campos, para apreender 9 espicito que norteou 2 instituicio do Museu Paulista no edificio entio Genominado "Manuaento do Ypiranga " « Depois de prever qua 0 nicleo go suseu se ia a colegio Sectério ( usa eiscelinea ce pecas roolagicas, botanicas e histéricas , que fora doada 20 {stago), 0 art. 4" estabelece que * 25 dependércias nio ocupadas pelo auseu serian uti- Lizadas, seja para abrigar 0 Fanos quadro de Pedro Anérico ( Independencia ov Morte ) , " por auteos de assuntos de histéria patria,acquirides av oferecidas a0 Cstado™, seje" por estatuas , bustos ov reteates 2 dleo de cidadios brasilei - ros que em qualquer rano de atividade — teahan prestado incontestaveis servigos a Patria © ae - regan do Estado a consagracio de suas obras ov feitos ¢ 2 perpetuagio da sua eendria " Dois aspectos, entre muitos, merecem conen- Larios. (a prineiro lugar, @ papel do (stad, como juiz © guardiae da nemdria nacional. Con ~ fungige con a nagio (patria) , ele deve zelar pela fixagio'e acatanento 60s aodelos de valores © conpartanentos. Pars isso seria indispersivel arspar eervisibiligade que eios artisticos n0- bees asseguran: estitvas, bustes ou cetrates a leo (4esenhos, geavuras ov fotogeatias, por exemple, nda tinha 0 mesmo peso que a escultura ov 2 pintura). Dai a inportancia crucial da ico- nogratia, pois um musty Nistorico, para exercer sua funcio celebrativa, precisajantes de nais ada de figuras, é¢ inagens. Mas , & preciso tashém evocar: @ quadre ji mencionado de Pedr Anécico & exemplar para impor forma a um evento- inento da naGio- ¢ comunicar afetivanente os valores inplicados. Caaninando-se ainda hoje 0 Musev, tal como se apresenta 20 piblico, verifica-se que tais fungées, ceitérios e procediaentos contiauan ainda vigentes, apesar de algues “desdobranentos € recielagens. Gualqutr audangs demandard ainda vito tenpo, pele investinento que exige de do- cunentagio € pesquisa, reorganizagio espacial e equipaventos. Assim, 0 proprio prédio continua a exercer as Cungies de menorial. & alegeria prevista ini- cialnente a sua propria arquitetura (hierarquia dos espages, previsio de nichos para esculturas, nolduras para queéeas, ete.) foi conplenentada pelo historiador Affonso de Cscragnolle — Taunay a décads de 20, con um pragrana dem definido e eficaz. 0 saguio se esting a ilustear a cons - titvigie 66’ tervitério,com efigies 0s prineiros ocupantes. Logo se irtroduz,con os bandeirantes, 2 presenga paulista, que vai assim associar-se Independencia: & don lenbrar a necessidade 6 legitiaer, nun monento en que era contestado , 0 projeto negenanica ee Sio Poulo na Repiblica Ve~ Ina. Mo coreiaio'e aa caixa da escadaria non ~ ental, anforas com igua dos granges rics brasi- leiros (inclusive con mistura da agua dos ios exteenos Horte/Sul e Leste/Oeste), figuras de vandeirantes, precursores e proceres da Inge pendencia, distribuidos em torno da imagen de 0. Pedro 1, tornan seasivel que a anpliacio do territério aie corces 0 cisco de fragnentacio, por tei un eixo sdlido. haedida que se sobe para o prineiro andar, consuna-se 2 transfor = agio 60 territério ea nagio: as escadas dese - bocan.no Salo Nobre , onde a tela de Pedro Asérice ¢ as denais que guarnecen 2s quatro patedes, Se preocupan como “cono" dz Indepen ~ dincia ¢ de seus pratagonistis, sea coapron con 0 entendinento, a conpreznsio, & visio er tice indispensavel ara alinentar’ a conscigncia histories. foraa de conkeciacato « procurs estudar a realidade nistorica, por que os rustus historicos deverian estar dissociados desce esforge? Paderia o Museu Pavlista, coao tuseu histérico que é,conciliar as aecessidades de evocagio e celebragao da memoria com a res- ponsabilidade de promover a consciencia histo - rica? A resposta & que a evocagio e celebeagio do mend tia, deven estar obrigatoriamente presentes 0 ausey histérico. io, poréa, como objetivo ey sim, como objeto de conhecinento. {m altima ani lise, uaa das principais fungées e o melhor po- tencial de um auseu historico referea-se ao en- tendimento da construgao, usps e reciclagens da aesiria nacional. O autor & dirétor do Museu Paulista da USP e professer titular do Departamento de Historia da Faculdade de Filosofia,letras e Ciencias Husanas da USP. Len Sugesties para leitura na Biblioteca do Museu Paulista: ~ As aargens do Ipiranga:1890 - 1590 (Catalogo de exposigie). Paulo Bradesco/Musew Paulista da USP,1990 - Mfonso de E.Taunay Guia da Sega Paulo do Museo Paulista no Palacio do Ipiranga. Sao Faulo, Inprensa Oficial, 1986. ~ MUSEUS HISTORICOS : A CONSCIENCTA HISTORICA... Além de evecare celebrar 0 passado, um museu deve organizar- se de maneira a mostrar a socie — dade como organisno vivo, sujeito a mudangas.Assim, o museu histo ~ rico contribui para o enriqueci - mento da consciencia historica , isto é, a percepcao da vida cial como produto da ago humana que a gerse transforma. Toda sociedade, para afienar © ceforgar 502 identigade, procura construir uaa mendria, de preteréncia unificada, honogeneizaca. A neniria, assinaparece cone operacio ideolégica, Cormsdo- ra de inagen, representagdo de si proprid que reorganiza simbolicanente 0 universo das coisas # das relagdes e produr legitinagées Desse processo participan varios instrunen- tos. 0 auseu histirico & un éeles. Por isso & que, tio fregientenente, tais musees giran en torna de objetos relacionados diagrifica e tena ticanente-a fates e figuras excepcionais ¢o passado. ai ser comum considerar que sua fun¢i0 principal & evocar t celebrar 0 pasado. Ora, a Nistdria, como’ operagio do conheci - sento, nao apenas nic se confunde con 2 nenéria, cono também nio se reduz 20 dominio do passade ¢ 625 ages © pecsonagens extracrdiairias que 2 povoan. Concebida cono 0 comhecimento da dinen - femporal do honen enquanto ser social , a Nistoria tem por objetivo reconstevir e explicar 2 organizagio, funcionanento e transforaacio 42s, sociedaces. For consegigacia, se un auseu quiser efeti- vanente ser nistérico, deverd , além de evocar DA CELEBRAGAO Por Upiano T. Bezerra de Meneses VESTIDO PARA BATIZADO ew gatio e renda francesa, século XIX 5 pertencea a Fasilia Vilares da Nova Lion ( acervo do ur/usP ) 0 batizado , além de seu costeido religioso ,cons~ para a familia site de reforgar seus viecules internos ¢ se integrar 3 so 5 firwando posicdes.As roupas colaborae nestas sensagens, + que warean ciclos de vida, integragoes e | difereaci Ghes.Por isso @ que @ tio importante guardar vestidos de batizade como leabranga ou'para futuras ceutiliza~ © celebrar 0 passado, também organizar-se para que una sociedade determinads possa ser entendi- da tal como'ela se apresenta, isto &, organisno Vivo, sujeito 2 mudancas.Assinyo museu histérice pode contribuir parao enriquecinento a conciéncia historica, que & a percepgio da vida social como 0 produto da ago humana, que a gera © transforms. 0 Museu Paulista da USP (também conhecido como Museu do Ipiranga) pelo seu praprio carster de monuaento que celebra a Independencia, tem exercido sobretudo fungdes devmenorial. Fundado en 1093:(0 prédio @ de 1890), perto de conpletar sev centenario, ele pretende agora reformular-se como museu histérico, segundo 0s —parinetros acina expostes. A sociedade cuje organizagio, funcionanento ¢ transfarnagio ele se prope conkecer e dar a conhecer é 2 brasileira, naturalnente, en es- pecial sev segnento pavlista. Wa auseu se caracteriza_ por operar con aceevos Ge ebjetos materizis. Logo, os aspectos nateriais da Wistaria de nossa sociedaée so aaveles que ele estaria apto 2 trabalhar. Mais previsamente, (is aspédtos, importantissiaos , | | precisam ser explorados preponderantenente 2 partir do universo material ele proprio. Intro- duz-se, assim,cono caspo obrigatorio de atuag de ua museu histarico que pretends contcibuir para 0 conheciaento da Mistéria, a chanada "cul- tura material” constituids pelos sisteaas mate - Fiais de produgo e reproducio da vids social, 05 “sistenas de objetos". Mas a cultura material & ua doniaio vastis- simo para ser docuaentado - con acervo,biliogra- fia, informagdes - e transforcar-se en onto de partida para pesquisa, prograsagio cultural & educacional. Nea hoje tea sentido a his panor © ausev como enciclopédis histérica, manual tridieensionalaente ilustrada, capaz - de fornecer ilusoria sintese de uma aagio.£ preciso estabelecer cortes, para garantir a viabilidade, © rigor, a eficiéncia. Inicialsente, inpit-se um corte cronolégi - co. Em fung3o de seu acervo atual e potencial , estabeleceu-se, para o Museu Paulista , como prioritario, a0 menos inicialaente e sem der, 0 periodo que vai de 1850 2 1950. se af, qrosso modo, as raizes inediatas de nossa contenporaneidade. Por outro lado, ispae-se selecionar aio 0 tipo de objetos, aas os campos de problemas his- toricos merecedores da atengio saior.Irés canpos peivilegiados foraa propostos: cotidiane € so- ciedade, universo.do tezbalno,, historia 60 imaginirio. COTIDIANO E SOCIEDADE Tratarse de entender coro os objetos, prin cipalmente ao espaco donéstico, no sé cesponden a fungdes utilitarias mas, ea dltina instincia, classificam as pessoas ¢ geran critérios e con Gigdes para as celagaes sociais. Fala-se tanto do cotidians, hoje ea dia,que seu conceito se banalizov € corre © risco de desaguar ~ principalnente na pritica gos auseus- em vala conua, solugie facil e desfiguragora © com propasites puranente descritivos.t preciso , pois, acentuar que 0 cotidianc s@ deve ser en ~ tendido cono o tempo e o espace en que se produ- zen concretanente as relagdes sociais. Ora, um dos ingredientes fundamentais 63 interagio humana sio as categorias de _genero (nasculino/ feminine) pois assinalaran diferencas € hierarquias que gerae relegaes sociais inedia- tas, mas capazes de ecoar por todo 0 campo das relagées sociais. Assin, por exeaplo, explorar, fun auseu historice, una colecio de celégios , fio se limita » distribui-los em tipos morfold ~ gicos, tecnolagicos, cronolégicas ou funcionais. t antin preciso entesder como se associa o tempo donéstico,interso, bioldgice, 20 tempo feminino,por oposigae a0 tempo no espago exter - 0, 62 produgio, tenpo aasculine. £, por isso esa, exaninar como o celagio de pulse feninino surge envergootade, teavestide de jaia. Quando ele assune sev cariter utilitérie, pode-se super que a aulher §# ingressou no mercado de traba Tho. eubsto O€ srORZE oOURHBO por J.C. Moudon, 1836 (acervo do MP/USP) . Esta pega ¢ historicayr3o tanto porque traga 4 iwagen do Inperador D.Pedro IV ( nosso 2. Pedro I) jorando a, ‘Constituigao Portuguesa de 1836, mea por. que tenha pertencido 3 Inperatriz D. Anélia , mas sobretudo porque permite entender, esse ente de corte no século 11K, como 0 relogio & objeto de aparato 2 comenoracio da orden geral das coisas --vew diverente” do papel, hoje ew dia, de warcador do tempa que unifica todos os teapos © ati - vidades. ananae Irata-se, pis, de estudar © sexo dos obje- tos, 980 numa perspectiva psicanalitica, e sia a servigo da demarcagao e indugao de —papeis Senuais e, portanto, da distribuigio de obriga ~ Gies, direitos, privilégios. Por exesplo, cuapre indagar até quando e como, entre nis, 2 reprodu- G30 social ga fanilia, euplicendo a" reprodugio diolégien, & atribute feainino e, portanto sobiliza objetos como os Slbuns de fanilia.tstes simbolicaaeaté garanten a persaséncia 30. longo Gos ciclos ¢ das transforsagées: nascinento, ba- tizado,primeira comunhao, 15 anos, formatura , noivado, casanento, sorte, ete., etc. Avre-se aqui us vasto campo que, entre nds, 1 foi vislumbeado: 2 compreensio dos demais papeis e categorizacbes (de crianga , adulto , velho, de patrao e empregado, etc.)para os quais 35 pegas de indusentiria, os ndveis, os brieque- dos, os equipamentos pedagogicos,ete.,etc. tem a foraecer inforaagies silenciadas pelas denais Tontes ov com aspectos absolutanente novos enriquacedores. UNIVERSO DO TRABALHO Os museus histiricos sempre se sentiran constrangidos en incloir em sev horizonte 0 uni- verso do tratalho - porao da Historia, ave arma~ rena discretanente os conflites, tensdes, ruptu- ras sen gloria. Cnecessivio trazer o tens 3 tona, se se auiser qualquer vincolo con o conhecinente his ~ térico. Ko caso do Museu Paulista,trata-se, pela cronologia, do trabalho pré e proteindustrial. Mas o objetivo nao @ docunentar descritiva~ mente campos que certanente terio que estar pre- sentes, como as atividades dos sapateiros, mar - ceneires, carpinteicos, serralheires e assin por diante, recolhendo equipanentos, mater: i instrumentos de formacio e treinamento Tanbén & preciso ver, em todos os abjetes, de todos cs acersos, 6 que eles representam, nao apenas como. resultade de trabalho, sas” como _ trabalho enbutido, materializado.Por isso resmo, todo artefato & a2 sua significacio aais pro - funda, produto ¢ vetor de relagies sociais tear presente na sua propria materialidade tra - Gos mais ov menos exolicitos, que permitem ler aspectos da divisio técnica e social do trabalho numa sociedade. Assia, ume colegio de maveis po- . de ser explorada pars se estudar sua anatonia fisiologia ao mesmo tempo que sua produgao: as diversas fecranentas, os diversos aateriais, 0s procedinentos, saberss e custos diferenciados aque pressupaen foraas especificas de organizagio do trabalho. CORJUKTO DE EQUIPAMENTOS de dentists pratico ambulante , ative ao comeco do stcule na regide de Mococa (acervo do MP/ USP). Por intersé objetos HISTORIA DO IMAGINARIO Ua auseu como o Museu do Ipiranga,que cone- Gov com responsabilidades tio diretas ha forma - Gao & veiculacio ae imagens e que reiniv acervas iconogriticos tio vastos ¢ significativos , n30 poderia prescindir deste dosinio. Nio @ absolutanente 0 caso de identificar , nas figuras © cenas de heroisno histérico, een - tiras historicas e desmascari-Las. Irata-se, 30 inverso, de tomar o sito histrico, as visual: - ragies da Historia, de seus agentes, contingen - cias e produtos, como parte do imaginario soci! = a ovtra f2ce indissociavel da pratice social . £, por isso, o museu deve voltar-se,precisanente enquanto museu historico, para si préprio, i cialsente, para compreender as formas de consti- tuigdo da mendria de grupos sociais seu fun ~ cionanento. Trata-se também de procurar apreen - Ger historicamente sua funcio cono Tinstituigac- Has 0 imaginirio social se compie de un inteincado e articulado sistema de representa cies (aqui, preponderantenente conceituais ¢ plasticas), que carreiam ideologias, aspicacdes, valores, expectativas, projetos, experigncias vividas ete. Entre as varias diregdes possiveis neste terreno, duas se apresentam como preferenciais « Antes de maisynada pela sua prépria origes, 0 Huseu Paulista tem comprosissos como inaginirio da Independencia, com o que isto representa de visdes d2 Wistoria, socialaente localizadas,pro- duridas e utilizadas, e de conceituagies de na - G0, nacionalidade, patria, identidade, — herdi fundador, dependéncia/tiverdade, etc., ete. A docusentagio é diversificeda e vat das imagens do Grito € de todo o cenario do? de setenbro , tal como recicladas pela publicidade, até 2 a - propriagio, pelo Carnaval, dos enblenas e atri - butos do poder.real (raiz de nossa soberania) passando pelo registro fotogritico de conporta entos ¢ manifestacdes das aassas de “roneiros que, priacipaleente na Senana da Patria, acorren ao Museu, transformado em verdadeira catecral Outra diregio é sugeriéa pela importante acoteca do Museu, ea que poden ser explerados sb 0 ginero 42 pintura historica, mas tan - ta dtica da Histéria gas eentaligades , 0s clichés e idgias-chave que, sob forma visval especifica da virada do seeulo XIX/1 entre ds, davan corpo 2 conceitos de Historia, historici — dade, agio do Leopo, valores ¢ codelos do 42s ~ sado, pedagogis do outrora. 0 O autor & diretor do Museu Paulista 2 USP oe 4 Humanas professor titular do Departamento de Historia Faculdade de Filosofia,letras ¢ Ciencias da USP, Lertuen Sugestées de leiturana o Museu Paulista): Biblioteca ~ Blatti,Jo,ed., Past meets Present. Essays about Wistoric Interpretation and Washington, Smithsonian Institution, 1967. = Nora,Pierre,org., Les _Lieux de Memoice. Paris,Gallinard,1986, 3 vs. = Pearce , Susan K. , ed. , Museus Studies in Material Culture, Leicester , Leicester University Press, 1989. = Schlereth,thowas J. , Cultueat Nistory 4 Material Culture.tveryday life, Landscapes, auseus. Ann Arbor, UME Research Press, 1990. Marco de fundaco dos mi ic 22. + Museu Paulista + Museu Histérico Nacional Museus historicos tradicionsis +O museu histérico era visto prioritariamente como o lugar das coisas do passado. Existia a preocupagdo em evocar ¢ celebrar, por meio dos objetos, as glérias da nagio. * O valor histérico dos objetos estava mais na sua vinculacdo temitica ou bicgrafica aos feitos ou figuras “excepcionais” do passado do que no seu “valor de época”; ‘© As pecas cram “provas” e “reliquia” do passado. Bastava, portanto, contempla-las. * A organizagio dos museus de Histéria acoutecia dentro dos marcos da tradi¢ao antiquaria, oscilando entre exposigdes tipolégicas ou os manuais tridimensionais de Histéria. cons bre. + Omuseu histérico busca anslisar 0 tempo nas suas miiltiplas dimensSes; ‘+ Miltiplas tematicas podem ser discutidas no espago iuseal, evidenciando as contradigdes sociais; +. Qualquer objeto produzido pela ago humana € histérico. Nao € necesséria a vinculagdo temética ou biogrifica aos ~ieitos ou as figuras consagradas pela historiografia; + Omuseu histirico preocupa-se com o debate acerca da construgio social da meméria. * Os objetos passain_a ser encarados como “suporte de informagdes", desde que sejam roblematizados, E preciso “estranhi-los” para gerar questionamentos acerca da sua existéncia e da sua relagio com os homens; + Os objetos ganham sentidos mittiplos no espago museal. +O Museu perde sua fisionomia de “Templo” ¢ ganha contomos de “Forum”, * © Museu preocupa-se em estabelecer salas temiticas a partir do acervo'que possui. Sugesties para.o planciamento das visitas 0 Mesey do Ceard CConheca a exposigdes antes da vista marcada com os shuns: * oo lnvestigue os projtoseduextvosoferecidos pelo Museu, pera adep-os ao seu planejtmento esolar [Na impossibildade de concer as slas de exposio com anlecedéncia, base informagtes sobre elas través dos telefones, homepage ov matrinis de divlgayao do Museu. Sclecione sempre a() sas) de expniqso que devrto sa: problematizdas pelos monitres ox mesmo por vou, na impossiitdade da mocitra compaahar a sia tra ou quando deer eliza ess exrccio de problcnatizaydo do ‘-pago tauseol6gico com mais autonomia. Lembre-se que odo © Museu pode st mostado, mas forma panoramica ‘Apenas algumas salas (no mimo tes) devem sor analisodas de mode mais aprofurado, para que 8 Visa no 5 tome canstiva e pouco prodtiva do porto de vista podagigico. A seleto dis salas do Mises pode se reliada de scordo com os temas que eid sendo asad pelon alunos ou que anda sero betas em ease, Tambe: pode Scorzecer mediante as qucsides que es80 endo susciadas a escola através de projets evens ee Desenvolva, em sala de aula nies de chcgar 29 Museu, alvdades que popiciem o conn dos extudants com diferentes objets. E preciso qu ces perocbam quc os artfatus pode fs forcox outs inermaghes «respite ds Sociedade que os produrue se tansformou spat dos is wos, “Também discua com antecdénci o funcionamesto do Mus. Lve os lanes a refit sobre «respi que Jove se sumaria, forma e data de ingresso, histérico resumido do objeto. Rasuras so terminantemente proibidas. ‘Todos os objetos de uma colecdo museolégica devem obrigatoriamente estar identificados e sua marcaco nfo pode comprometer a conservagio visualizagao do objeto. Materiais: verniz, tinta nanquim, tinta permanente, etiqueta’ de pano. tine. dleo (objetos plasticos). E terminantemente proibidc o uso de etiquetas gomadas. Localizagio das marcas: ‘Telas ~ atrdc, embaixo a direita (chassi'e moldura); Desenhios, gravuras ~ atrés, embaixo 4 direita e passe partout; Escultura — atrds, crabaixo e em suas diversas partes; Fotografias e negativos ~ atrés, embaixo A direit Livros e dlbuns ~ na parte traseira da capa, em baixo & esquerda; Selos ~ atrds, a lapis ¢ no envelope; Indumentéria ~ costuradas igual as etiquetas de roupas. Méveis — atras, embaixe e em todas as partes desmontaveis; Tapetes e tapecarias — costurades no verso, embaixo a direita; Lougas ~ no verso e nas diversas partes; Plumas ~ na parte rigida da pena ou etiquetas de papel atadas; Peles ~ na parte interna; Armas de fogo ~ no cabo préximo ao gatilho. Armas brancas — parte inferior do cabo ou punho, na haste das flechas e na parte interna dos arcos; Cestaria — na parte interna ou etiqueta de papel; Jéias ~ na parte externa das caixas e quando possivel na propria peca; Moedas — no recebem marcac&o, marcar os envelopes ou papel embaixo da pega guardada na bandeja ou caixa; Espécimes de Histéria Natural -- quando preservado em fluido rétulo . colado no vidro e sempre que possivel no proprio espécime. : rr ‘Ossos ~na parte mais plana; Herb4rio — etiquetas amarradas nas folhas ou colocadas nas caixas e frascos que contém o espécime; _ Espécimes animais — diretamente no espécime, de pyeferéncia na pata, em aves anel. de aluminio na pata direita,’ou etiquetas de papel amarradas; Material geologico — embaixo ou nas caixas para pedras preciosas. A medigio das obras é uma atividade de extrema importancia. As medidas devem ser registradas com_os_objetivos_de identificagéo e » seguranca; dimensionamento do espago para sua exposigéc, guarda em reserva técnica e transporte; e confeccaio de’embalagem. Umia mesma obra requer, as vezes, mais de uma medicao que diferencie o seu tamanho daquele acrescido da moldura/ ‘base/ passe-partout etc. ou do seu suporte secundério. Além disso, para 0 caso especifico das gravuras, é importante, também, dimensionar o tamanho ‘da érea de impressio. Obras de formatos excepcionais (circular, triangular, oval; irregular e los&ngico) receberdo uma sigla (C, T, O, I, L, respectivamente), entre Parénteses, junto a medida. As dimensées sempre serao registradas em * centimetros, na seguinte ordem: altura, largura e profundidade. No caso especifico de obras circulares ser4 registrado apenas 0 diimetro e nas obras irregulares serdo registradas a altura ea largura maximas. ~ Ficha de catalogacio: Todas as fichas de classificagio, extensas ou simplificadas, devem abranger-as seguintes 4reas: - Identificago da peca e sua localizagao no museu; ~ Descrigao da pega quanto a sua caracteristica fisica; ~ Descrigso da peca quanto a seu contetido; ~ Hist6ria da pega no acervo do museu. Modelo MNBA / SIMBA / DONATO: (descrigéo dos campos) 1) N° de Registro — Elemento basico de todo o sistema de identificagio controle é o némero com o qual a peca foi registrada / tombada. 2) Coleco — Classe e Subclasse a que pertence a obfa. 3) Autoria ~ Nome das pessoas fisicas ou juridicas que contribuiram para o cot criativo e intelectual da obra. Informar se é atribuiggo e autor desconhecido preencher Nao Identificada. 4) Cépia — Informar se é cépia, réplica ou reprodugio. 5) Escola / Grupo Cultural ~ Escola artistica de origem (Escola Flu Grupo Cultural Yorubé). i 6) Titulo — Escrever entre aspas quando transcrito da fonte principal ou atribufdo pelo catalogador e informar titulo da série quando existente (comum em gravuras). mninense, 33339 7) Titulo para etiqueta - Titulos passiveis de tradugao ou que necessitem sintetizagio. 8) Assinatura — Informar se consta e em que lugar da pega (centro ou cantos uiilizando abreviatura). 9) Marea ~ informar se consta marca do autor e em que lugar da pega. 10) Data ~ Informar se na obra consta data de sua execugio, em que lugar da peg e registrar a data. 31) Localizagao ~ Informar se na obra consta o local de sua execugao e em que lugar da pega. 12) Local ~ Registrar 0 nome do local de execugio. 13). Transcrigao da assinatura ~ Transcrever como-se encontra -na-pege-o————— local e a data de execugio e o nome do autor. 14) Outras inscrigdes ~ Qualquer informagio esctita na obra pelo autor que no possui campo especifico para registro. 15).. Edigdo ~ Atende-aperias as colegdes de gravura e de escultura e abrange ~ Jecal de publicagao'¢ niome do editor. 16) Impressio/ Fundigo — Atende apenas as colegdes de gravura e de escultura e abrange local e data de impressio/ fundi 17) N° da Edigio ~ Colegdes de gravura e escultura; transcrigo do ntimero da edigo na forma e grafia que aparecem. 18) Material/ Técnica — materiais e formas utilizados para confeccionar a pega. - 19). Dimensées — Registrar as medidas em centimetros na ordem altura, largura, profundidade. Uma mesma obra as vezes requer mais de uma medicao que diferencie o seu tamanho daquele acrescido de moldura. base. 20) Descrigdo formal — Registrar de forma objetiva as caracteristicas e detalhes da obra. Evitar interpretagdes. 21) Descricao de contetdo — Informagdes que a contextualizem. 22) Temas — termos que possam desctever 0 contetido temiético da obra. 24) Estilo/ Movimento — Nome do estilo ou movimento artistico. 25) N° do Processo — Ntimero do processo da aquisicao da obra. 26) Data de aquisicaio — Data da entrada da obra na instituicao. 27) Forma de aquisiggo — Forma pela qual a obra foi incorporada ao acetvo (compra, doacio, transferéncia). 28) Doador/ Vendedor — Nome da pessoa fisica ou juridica. 29) Valor de compra — Valor que consta no documento contébil. 30) Valor de seguro — Valor e data da avaliacao. 31) Ex-proprietérios - Nomes de antigos proprietarios. 32) Exposigies e Prémios — Registrar em, ordem cronolégica crescente as exposigdes das quais a obra participou e os prémios que tenha recebido. 33) Referencias bibliogréficas da obra - Publicagées e documentos nos quais a obra é citada ou reproduzida. i Be Oe 34) Observacées ~ InformagSes que nao puderam ser alocadas nos demais campos. 35) Localizacio fixa — Cédigo correspondente ao local de guarda. 36) Localizagéo atual — Local onde a obra se. encontra quandé temporariamente fora de seu local de guarda permanente. 37) Foto — Sea obra possuii ou nao foto em papel. 38) Negativo ~ Se a obra possui ou nao negativo fotografico. 39) Diapositivo ~ Sea obra possui ou nao slide. 40) Restauracdo — Se a obra jé foi restaurada ou nfo. 41) Estado de conservagao ~ Bom, regular ou ruim. 42) Data da Ultima avaliagio — Ultima avaliaggo.do-estedo de conservacio. 43) Texto para etiqueta — InformagSes complementares sobre as obras a fim ‘de enriquecer os dados técnticos que constam das etiquetas. yn Elementos estruturais para uma aco educativa nos museus histérico: 1) Espago fisico adequado: balcao de recepgao (folders, livro de visitas, livro de impressdes) sala da ad.ninistragao; p salas de exposi reserva técni iblioteca especializada; auditério; laboratério de restauro; ojinha (livros, souvenirs); cafeteria etc. Cece ce?é 2) Constituiggo e preservag3o de um acervo (termno de doaca0, livid’ de tombo, inventario, catélogos, climatizagao da reserva técnica ¢ das salas de exposigio etc). 3) 4) Planejamento das exposigdes teméticas de longa duracao ¢ curta duracao (pelos consultores): aprofundamento das pesqiisas sobre a cultura matericl Planejamento do atendimento ao piiblico: Atividades do niicleo educative (co:nposto por coordenagao geral, professor de Histéria, monitores), como agendamento de visitas, reunides de estudo, oficinas para professores, divulgagao 5) nas escolas etc. Planejamento em torno das exposigdes do museu: programa editorial (textos académicos, material didatico, catilogos), cursos, palestras, oficinas, mostras de video, residéncia cultural etc. ngamento_ de exposigaes, Livro de tombo ‘de | Objeto |Procedéncia | Estado de | Doador | Observagées (compra, conservagio da a doasio) pega 0001 Vaso | Doacao ‘Bom Eusébio | O objeto foi de reubado em Sousa tu POSTEO POPerererrerrerrerrrererrerererenrrrr Ts ae PPD A MENS OO OE OOH EE a 5 ~~ pe ws ~~ VO WEAKA = ‘SECRETARIA DACULTURA . ‘DO ESTADO DO! — . / Mand ‘Termo de Doagaios ee ss Pelo presente termo de doaco, que entre si fazem, de um lado 0 Maseu do Ceark, sediado na ee Rua Sto Paulo, 51 ~ Cento, na qualidade de donatéro, neste representado pelo iretor do Museu do Ceard, ‘se ‘Se. Regis Lopes e do outio lado 0 Sr.) ! 1 - . ~~ residente RGw, “deere 1 jn diante denominado doador , tem sido e acertado 0 seguinte: 7 1 2 1rd ese i ees Be th ne ‘ = WVNNVVVVM 2-0 donatirio expressa sua inteira concordincia com of termos aqui firmados, sendo eleito 0 foro de Fortaleza para dirimir divides referentes a este termo, 1 Ectssim pactuados, essinam presente temo em duns vias de igual tore forma, juntamente com as testemunhas _ ~ Fortaleza,__de. de 2005. Donatirio Doador ‘Testemunhas : 303 ‘Claudeniso Tavares do Nascimento coer Rua Sio Paulo, $1 Centro 60030-100 Fortaleza-CE Fone (85)31012610/Fax: 31012612 SA IVINS III ddd IIIs IIIIIIeey www ~~----- TEMPO E PODER Texto de abertura ~ F © relégio tornou-se um referencial basico para o mundo capitalista, marcando e buscando unificar 0 tempo. No entanto, esse tempo dividido em horas, minutos e segundos, ao qua! estamos to habituados, longe de ser um dado natural, foi historicamente constituido por uma cultura racionalista, pautada no calculo. Predomina em nossa sociedade, mas ainda coexiste com outras formas de lidar com a temporalidade. Relégios de mével e de parede Os relégios adentram as casas ndo apenas com a fungdo de adomo. Eles.passam a cronometrar e controlar o tempo doméstico de modo mais rigoroso, colocando-o em sintonia com o tempo mecanizado adotado pelo mercado de trabalho. Relégios masculinos de pulso Nas ‘sociedades contemporaneas, 0.teldgio transformou-se numa extensdo’ do corpo humano, comandando o pulsar da vida de muitos individuos. Relégios femininos © relégio de pulso feminino surge como jéia, em formato discreto, para a ornamentagao. Quando ele assume o seu carater utilitario, pode-se supor que a mulher ingressou no mundo do trabalho, externo as prendas do lar. Relégios de algibeira No final do século XIX e nas primeiras décadas do XX, os relégios de algibeira, a0 lade de outros acessérios como a.cartela, 2 bengala e 9 pincené, compunham 0 vestuario dos homens da elite. Erem simbolos de distingao que denotavam modernidade e civilidade. | oezj201 fORNAUIS ey pi80105 iewwounv0G “Zp {sepuaba ‘sa9Synsusenvew semnsins9 “se04p460UGD F995 /820282) OF5U>500'90 {(012go op auiou ‘jm ‘euorne) oxseubis99 's0| savouayuy s01s1694 "EO " DE TEMPLO A FORUM DA HISTORIA: um pouco da trajetéria do Museu do Ceara Carina Huduiguute Hoban * A primeira’ repartigao museolégica oficial. mantida pelo governa do Ceara. foi fundada em 1932, sendo franqueada ao publica fo ano seguinte, em Fortaleza. O Muscu Histérico do Ceara (MHC). como foi nomeado fa época, ocupava ‘duas salas do também recém-criado Arquivo Pablico do Esiado, ambos sob a direcdo do historiégrato Eusébio Né.i Alves de Sousa. Com a saida de Eusébio de Sousa'da sua diregao, em 1942, 9 MHC continuo atuando e sobreviveu até os dias atuais. Passou pelo controle de muitos diretores; mudou algumas vezes de enderego e de denominacao; dividiu atengdes e verbas com outros museus que foram surgindo no Gear; desvineulouse do Arquive Public, Idaindo-se ate Institute Historico (1951) e finalmente a Secretaria de Cultura do Estado (1967), onde ainds mantém. Ao longo dessa trajotutua, » Nadu Ch 2. Fe. aeurve do Muse, 2004, foise transtormando, mas ao anatisarmos alguns documentos acerca das diferentes lases pelas qquais passou, percebemos que a Instituigao, durante varias décadas, manteve um pertil de muscu histérico tradicional, nos moldes daqueles que emergiram na primeira metade do século XX no Brasil (Holanda, 2004). Apesar das especiticidades de cada museu histérico, 6 possiveltragar um panorama geral sobre a constitui¢ao dessas instituigses ‘em nosso pais, para que se possa entender 0 que denominamos como “tradicional”. ‘O marco de consoiidagdo'dos museus brasileitos classificados como “histéricos” é © ano de 1922. quando as autoridades piblicas, fem comemorar ft Indspomléncia da Batsil. Por ‘ocasiao da eteméride ¢ que o Muséu Paulista Cujo prédio foi idealizado como um monumento a iuxiopendéncia proctamada as margens do Taunay, fo votlinda os se estruturagao de colegoes de objetos da Historia Palria @ transterindo as colegbes. de Historia Natural, que cultivara prioritafiamente até entao, para outras instituigoes (Alves, 2001; Becerra de Menezes, 1992). Como parte das festividades de 1922, 0 Museu Histérico Nacional (MHN) foi inaugurado na capital da Repiblica, o Rio de Janeito, sob os auspicios de Gustavo Barroso, tornando-se 0 grande toforeneeal destiny Ii aténica dha pas, tenes er vista sua finalidade de cultuar a Hist6ria Nacional ede implantar o primeiro curso de museologia do pais, que vigovou de 1932 a 1951.-quando foi elevado a curso universitério, a partir do convénic firmado com a Universidade do Brasil {Magalhaes, 2002). A partir de entao, os museus de Historia foram se estabelecendo ao longo dos anos trinta € quarenta, a maioria como iniciativas oficiais, como foi o Museu do Ceara Em consonéincia com a concepgao de Histéria reinante nesse momento, 0s museus hist6ricos eram entendidos como o lugar das coisas do pasado. Procurava-se evocar e celebrar, por meio dos objetos, os gloriosos eventos e personalidades pretéritas da nacao brasileira. Essa preocupagao, percebida na Produgao historiogratica do Instituto Histérico ¢ Geogratico Brasileiro e no ensino de Histéria, desde o século XIX (Guimaraes, 1988; Fonseca, 2003), parece chegar com mais intensidade aos museus brasileiros durante a Era Vargas, com a intervengao sistematica do Estado na area cultural, em prot da consolidacao de um projeto ‘nacionalista que tentava enaltecer as glérias do passado brasileiro que servissem como- modelos de‘conduta para os homens do presente, mascarando as diferencas, em nome de uma coesio social que deveria colocar 0 Brasil no mesmo patamar das nacdes “eivilizadas” (Barbatho, 1998). Normatmente, 0 passado evocado era harménico, idealizado e nostdlgico. As Personagens rememoradas eram herdis, vencedores ou quando vencides, considerados ‘moraimente superiores (Bezerra de Menezes, 30 Hour). Ma tase dntetal do gee 2) eve, oi exemplo, 0 Muscu do Ceara recebeu pegas relerentes aos generais cearenses Tiburcio ¢ ‘Sampaio, que voltaram vitoriosos da Guerra do Paraguai, como também de Tristéo Gongalves outros contederados, que viram frustradas as suas expectativas de consolidar uma Republica em territério cearense no ano de 1824. Em certos momentos, os contlitos € os “detratores” da patria também ganhavam espaco através das pecas dos museus, para _Betiienn come exempla da quae bom cidade brasiléiro deveria renegar. Pinto Madeira, 0. monarquista que liderou no Crato um movimento de restauracao de Dom Pedro |, e oBeato José Lourengo do Caldeirdo, também podem ser, rememorados no Museu do Ceard através de objetos que enfatizam 0. vigor do governo cearense eminstituir a ordem. A Histéria, nessa perspectiva, era compreendida como a “Mestra da Vida". Tinha afuncao de registrar os racassos.e, sobretudo, ‘os sucessos dos antepassados, como parametro para a condugao segura das ages. dos homens do presente ¢ da posteridado. A fungao educativa do museu histérico estava paulada nesse paradigma. ‘O'valor histérico” dos objetos residia principalmente na sua ‘vinculagao tematica ou biogrifica aos fcitos oufiguras excepcionais do passado” (Bezerra de Menezes, 1992) Folheando as paginas do Boletim do Museu Histérico do Ceara (1935-1936) ¢ dos Anais do Muscu Histérico Nacional (anos 40 a 70) nota- se que as pesquisas desenvolvidas pelos museus de Historia, quando existiam, detinham- se ‘praticamente na exploragao das caracteristicas materiais das pegas e em verificar e garantir as suas ligagdes com as cenas eas personalidades “ilustres”. ‘Noentanto, 0 valor histérioo” também era mensurado pelo “valor de época” do objeto, isto 6, pela sua durea de antiguidade. Quando no era possivel precisar datas ou 0 contexto histérico em que os mesmos foram usados, releréncias a sua condigao de “primeiro’ ou de “antigo” apareciam como justificativa para explicar a sua permianéncia nas exposigdes. "A thas Nas fidtas do doagao para Hale Ge Ha anos trinta, era comum encontiar objetos come “espetho antigo", “caixa de aro da epoca de Panene Reinado”, “Maquina de costura "Grover Baker SN", primeira do qénoro que veic para o Brasil & pats cidade de Sobral”, entre outras coisas. Esse interesse dos indivi pelos objctos antios, mesmo os que nao estao vinculados a nenhum episédio “especial, d.zia respeito ao mito das origens peraidas, como argumenta Baudiillard: “Quanto mais velhos sao os objetos, mais eles parecem nos aproximar de uma era’anterior, a divindade, da natureza, dos conhecimentos primitives etc (..) E a ansiosa curiosidade por nossas origens que justapde aos obietos funcionais, signos de nosso dominio atual, os abjetcs mitoléqicos, siqnos de um reinado anterior. Pois queremos a um sv tempo pertencer a nds mesmos @ pertencer a um outro qualquer” (Baudrillard, 2062, p. 84). A organizagao das salas de exposigées dos museus histéricos oscilava entre 0 antiquario 0 manual tridimensional de Historia. No primeiro caso, erara expostos grupos de objetos; como armas de fogo, canhdes, mocdas, medalhas, quadros, bustos, placas, lougas etc. Por outro lado, existiamartetatos em exposi¢ao que eram Unicos. Esses pereciam “soltos” em meio aos grupos de objetos,.sem conseguir também estabelecer interagdes que formassem um discurso museogratico com base em fecortes tematicos, ou de espace e tempo. Noutros casos, conseguia-se produzir um “texto tridimensional" temdtico a artir da organizagao dos objetos em exposigao. Criavam-se salas para celebrar biografias, lugares ou épocas da histéria politica do pais, do Estado, do Municipio ou Regio onde 0 museu estava situado. Diferentes objetos eram dispostos de modo a compor um discurso Ceara. 2004, M pani tna de alunes, Foro servo do Museu do passivel de “teitura’. Porém, haviaa pretenso de tomar o museu uma enciclopédia itustrada, capaz de fomecer umailuséria sintese histérica ‘Todo 0 acervo era exposto coma finalidade de sealcangar esse objetivo. Independente da forma como eram ‘apresentados, aos objetos era atribuido 0 sentido de “prova” e de “reliquia”. Além de “comprovarem’ a existéncia de um determinado passado por estarem vethos, cram investidos do uma aura “sagrada", como se pudessem aproximar uma realidade passada (Baudrillard, 2002: Lowenthal, 1998; Pomian, 1984).Por essa razao, priorizava-se a identilicagao das peas associadas aos fatos e personalidades ilustres de outrora, para que os visitantes, circulando ‘entre elas, pudessem estabelecer um contato direto como passadoatravés da visio. Bastava aos freqientadores do museu comportarem-se come num templo, local da contemplagaio eda reveréncia, Nas ultimas décadas, com a renovagao dos estudos histéricos, da Pedagogia e da museologia no Brasil, novas Percepgdes acerca da estrutura e da furigao social dos museus de Histéria,;comegaram a emergir, atingindo, em especial, aquetes espacos museais atrelados &¢ universidades. Outros, no entanto, continuam associados aos padres mais tradicionais da ‘muscologia histérica, as vezes com variados recursos eletrénicos para dizer que fazem diferente. 1 Masur eee Guta fe procuride nortan 4 stn atewgne dont dos parametros da Histéria Social, buscando be tidériest, rompontes ‘com uma histria.que evidencia apenas a atuagaio das olitos, ostimulando a capacidade de reflexao critica e suscitando 0 respeito as diferengas (étnicas, culturais, sexuais, socials) que marcam a nossa vida em sociedade. O dusuliv. grande ¢ esta presente no dit-a-dia daqueles que vivenciama Instituicao. Uma das primeitas questocs consideradas pelo Muscu do Ceara foi 0 formato das exposigdes. Fugindo da per: ado muscu como uma enciclopsdia, notou-se a necessidade de estabelecer recortes tematicos para 4 organizacao das salas, fundamentados em pesquisas histéricas e cenograticas que fazem parte de wm plano pedagdgico para qué as exposigdes sejam exploradas, de modo conseqiente, pelos visitantes. A museogratia idealizada centrao seu foco nos objetos, desviando-se das armadilhas da reprodugio de ceniitios, dos famosos ‘ambiontes tipicos” , como se fosse possivel resgatar © passado tal e qual ele aconteceu, como almejavam os historiadores do século XIX. Nao obstante, a disposigao dos objelosnas salas nao se di de modo aleatério. No plano ideal, tudo deve ser colocado de forma Pianejada, a partir dos problemas histéricos selecionados para reflexdo de quem adentra as salas. Entenda-se por problemas histéricos aqueles questionamentos que nos permitem interpretar a estruturagao, o funcionamento, as mudangats eas perman sociedade. Antes vistos como catedrais do passado, os museus historicos passam a ser entendidos como o lugar onde se deve discutir © “tempo” em suas multiplas dimensdes Partindo desse pressuposto, as pesquisas empreendidas na montagem das exposicoes mantém o passado em pauta, mas nao mais Ss lentes da nustalyia ou Ua celebri eda execragao dos “bons” ou “maus” exemplos do pretérito. Os debates sobre o passado vem domandas do momento prosento, Passado, presente e futuro sio suscitados em’ suas 2 social; quebrando com a nogao de tempo linear Co toleoldgica: Tempo, qua para aim dessits tes dimensdes, também pode ser discutido de tantas oulras maneiras, seje através da exatidao dos cdlculos do relagio, ouca abservagio dos montos ca natlureza, De acordo éom Lucien: Febvre, © conhecimento.historico se laz ‘com tudo o que. pertencendo 20 homem, depende do homem, serve o homem, exprime ohomvem, demonstra a presenga, a iivekyte, 05 gostos eamaneira de sor do homem" (Febvic apud Vieira et ai, 1989, p.15). Sendo assim, a vinculagao tematica ou biogratica dos objetcs no se faz mais ‘obrigatéria no muscu de Historia. Quatquer objeto produzido pela ago humana é um documento hisiérico ¢ pode nos dizer muito sobre a sociedade que 0 produziu. Novas tematicas sao introduzidas nos espagos. museais, enfocando a inultiplicidade de muitos el vivéncias ¢ de conllitos que sc engendram sem cessai em qualquer formacac social, além de aspecios da vida cotidiana. Nao toa, o Museu do Ceara tem inovado com a abertura de exposicbes que tratam detemas como*Coisas do Amor" ¢*O Mote do Corde”. Os objetos que nos r2melam a evocagao € celebragao dos feitos ¢ figuras consagrados pela historiografia podem assumir outros sentidos nos circuitos de etipisiy opopiad o199 2:90s ojwoustoaytod o ‘sapepijeuosied seuiao @ 18019 0 ‘ousy}ruor8a1 0 ‘oussyeuoroeu oefc3 ‘Seipp! ap opt Jhyusuen 9 J9puajep op ‘epessojuoo oxdos wou ‘ogbuo} ~epod so1pie9 win ono} audios nasnuu 0 ‘opsiuyjop eudoid ens eng omnquiparg Souity sodo7 s187y oastouwsy \ OWASNOD Fa AAVGHIOS T VRIOLSIH Id ONISNT ‘Dasa Dan + tupti 99 ousunedag 1HE39 0p HSKOF 0p TOBA oTSeoKY jad "WOE "B29 0p opneg Op aMIRD ¥p no 1 $1899 op nomyy :ezqeU04 “ountuad ap apopapaes > 21ottx 29 ousaa ‘mornyy“sado7 874 eafoueay Noury WL NaS 2 opm 207 OMEN copy (249i far) eoypn onsudeg 29 op nny adeD 9 eayRio efaug 01 HS cUFRY oonuRy appEg HRD 0 sas op satay orsporey ‘doy Py cosaueig 01349 HD Op nom oni 005 wpeRD -sypstos HO 9p opREG op eR Hp HuME295 {UnuR1y 9p oSu09 09997 ropewsa.on ee tacmeee) ‘oury fado7 sy oonuea £9 990 @ wBukdo gem de efposigdes € atividades com as escolas, 0 museu toma-se mais didatico, mais provocativo ¢ lidico, criando condigdes para um relacio- namento mais profundo com 0 variado espectro dos outros visitantes. Mas, aqui, ndo se deseavolverd um enfoque mais detalhado sobre cardter educ tam-se a uma abordagem introdutéria sobre a composigdo de certas re- lagdes entre museu, ensino de histéria ¢ sociedade de consumo A idéia basica defendida é a seguinte: a visita de estudantes as exposigdes deve fazer parte do programa desenvolvido pelo professor (ou um conjunto de professores de drces distintas, cin redes inaridade), Mesmo quando é de criangas da alfa- betizagdo ou do periodo anterior, a proposta permanece: ndo ¢ possivel descolar a visita a0 museu da sala de aula. Em ouwos termos: ir a0 \gico implica em atividades educativas para agugar a per- ceppio diante’ das exposigdes, /o da muscol A histéria nos objetos Ninguém vai a uma exposigdo de relogios antigos para saber as horas. No espago expositivo,o objeto perde seu valor de uso: a cadeira bo serve para sentar, assim como a arma ndo é usada para disparar Se abdicam de suas fungSes ariginais,tais objetos passam a ter outros valores. Na perspectiva tradicional, o que merecia ficar no museu era, a cadeita do politico, a cancta do escrit compunha o discurso figurativo de glo individuos de destaque. ‘Atualmente, os debates sobre o papel educativo do museu afirmam que o objetivo ndo é mais a celebragdo e sim a reflexao critica. Se antes 0 objetos eram contemplados, agora devem ser avalisados. O muscu coloca-se, entdo, como o lugar onde os objetos s40 expostos para com- ‘ por um discurso eritico. Mas, 86 isso nfo basta. Torna-se necessério desenvolver programas de “alfabetizagao museol6gica”, com 0 intui- to de sensibilizar os visitantes diante do que é mostrado. A questo é lise que o muscu induz ndo se desenvolve em ou- © envolvimento entre 0 que ¢ dado ao olhar ¢ quem vé necessita de, atividades preparatérias, para st nao se tem visdo, ou pougo se eve comegar na sala de aul materiais do bes si No cotidiano, usamos uma infinidade de objetos: desde a televisto até uma roupa. Por outro lado, raramente pensamos sobre os artefatos que nos cercam. Se pouco refletimos sobre noss0s objetos, nossa per- ccepeio de objetos expostos no museu secé também de reduzida profun- didade. Sem 0 ato de pensar sobre o presente vivido, no hé meios de construir reflexdes sobre o passado. E 0 proprio conhecimento do atual ja pressupée referéncias ao pretérito. Conhecer o passado de modo critco significa, antes de tudo, viver © tempo presente como mudanga, como algo que no era, que estd sen- * do © que pode ser diferente, Mostrando relagdes historicamente funda- ‘mentadas entre objetos tuais ¢ de outros tempos, o museu ganha subs- educativa, pois to cosmids relates ene 0 qu passou,o que ‘Se aprendemos a ler palavras, ¢ preciso exercitar o ato de ler a historia que hé nos objetos. Além de analisar a histria através dos livros, podemos estudévla por meio de objetos. Ferguntarse sobre nossas rou- as comparando-as coms vestimentas da década de 1950 ou da aristo- cracia francesa do século XVIM é, por exemplo, uma das questdes que podem desencadear processos de s do para a historicidade dos, artefatos com os quais lidamos no dia-a-dia, ‘ op opsejar va, sepesojuow s b ‘ojduwe sew Oapeonpo euesdosd win op syed ows sej-go0]00 ostaaud. Fsaghsodxa A BIseq OpU ‘Ofo|pIp Op eIBoBepod essap of: 1u anb opunus 0 a1gos wary}10 wanysod v as-e 3! ‘worBojoasnuw opS}sodxa ep ajueip ejdure stew ogSdoaic dv wied odedso 5 "31ge ‘sore{qo axgos sejunBuad ap spaeiie seoayuoo ap winjusAe & ‘5-BANVIND “aquasasd ou opiata 9 anb o wos orbefar wo ‘oyupiasd odura) 0 a1qos sowuewroayuoo sewiue wits 2 oP ~tssed 0 Jeusia, 2p steul wed 9s opu ‘opoUs 9580] “nosnut “240 OFx9{j4 op seisodoud se ‘opepisuayur stew woo ‘eaxoges 3p Jossajoud 0 9(40 Sop apeprowioisy, x sepeinoura sapepy JUSUH}DeYUOD ‘sagsours op seures seuadsap eed sojsod. 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Mas” toma-se imperioso reconhecer que o modelo tradicional de “atendimen- to” no combina com a proposta aqui defendida. O comum & o ro imo de informador: fomece “dados” aos estudantes ou ao p ‘Uma das formas de fugir desse “método” ¢ 0 monitor assu- de também fazer perguntas, com o intuito dé despertar, no ‘es sobre o que éstd sendo'visto ~ abertura para o didlo- depende das peculiaridades de cada um que vai ao mu- seu, O monitor no deve expor a exposigdo e sim provocar, nos visitan~ tes, vontade de ver 0s objetos. O desafio, portanto, ¢ potencializar o campo de percepeo, por meio de uma “pedagogia da pergunta”, como diria Paulo Freire. Apren- der arefletir a partir da cultura materialem sua dimensto de experincia socialmente engendrada, Como recurso vidvel para o relacionamento + eduzativo entre 0 muscu ¢ 0s visitantes, Ulpiano Bezerra de Meneses - aponta para a pritica de uma “alfabetizagdo visual”: Claro que estou falando de algo muito mais amplo do que a chamada ante-educagio, (Nesta medida, a propria expresso que utilizo - alfabetizagdo vi tiva ¢ deveria abranger outras ‘me referindo & cultura mate- ‘rial como aquele segmento do mundo natural. do e aos conjuntos de suprtsfsios da vida boldgica, ‘Ao assumir seu papel educativo, o museu pressupSe que 0 ato de expor é um exercicio poétieo a partir de objetos ¢ com objetos - constru- 0 de conhecimento que’ assume sua especificidade, Como lugar de a fo dossajoud 0 ‘Sodedso sosyno wa no nasnus ou ‘ne ap eles wg “avop "2428 sora[qo woo oyjeqey 0 398 apod ,eoiZojousnur opseznaaeye,, ep or9}ut exed sopepnqissod sep eum an sopuayop jaxjsned ig BuUOISIY op ‘usu ou nasnuy op faded o esed ogSeuidsu op ojuoy ewin rms ~wof nF[0¢, eu wpryu0d oBo[p1p op exBoSepad vo (8845161 ‘ana edu puss 5028 ap mauau vaos op pun ¢ 2 souetuny suas so anua sage sep prpat ep sovsadse syuasouds {ua s0pbeaqipoo se anb o1agg 9 ‘ssted sossn Sepujony sep wo suopeio suno;ed oys ‘oxo upped v 9 aupqsug ost ou jay eared 8 ‘OpunU Op BiLL9SD—4 ® 9 e}I989 B WoD ‘ePunut op stuf woo sezated sep sein] op o1oustnol 0 35-eA8fo/4 Siv9s9 wp wiodezipuside ¥ exed ewsd-rupyeus & wis anb 9 ‘sounje so ered ope Puryoud essaan anb 9 oft seiopeso8 stineyed, op Sunfuog tun wiyjoaso Jopeztaqeye 0 ‘odruB opeutuiap ap zejnqevon seg lun 9P guusweiuead} op stodaq ,sesopeio8 sesmejed, ap ofous od sotinpe ered ogbeznagai wun noyafoud outas4 ojneg anb orsodns * -foid 9889 wo? 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Tudo indica que a via mais frat ussio coletiva sobre 0 objeto escolhide. lim certas ocasiBcs, tor- ha-se mais profundo o exercicio que chega & complexidade do objeto por ‘meio da fiego, ou melhor, de narrativas criadas por cada participante do 'Erupo, Cria-se 0 envolvimento coletivo para que cada um invente e conte bistérias nas quas o objeto tena uin papel decisivo: a fotografia que gerou conflites, a roupa que despertou um 5 que qucbrou ¢ gos, o esclarecimento de um ntérios sobre a relagdo de qvem 0 escolheu com a prépria escolha, Outra oped ¢ traba- thar com objetos que se carrega em bols, os bolsos ou no proprio corpo, tis como: carteiras de idertidade, dinheiro, pent, espelho, cn ‘a, retratos, santos, camisa, sapato, calga... Assim, vai se eriando uma rede de coiidigdes para dislogos sobre e com o mundo dos objetos. O importante ¢ que sejam criadas circunstincias para que se fale sobre objetos da vida cotidiana “ a Um outro passo seria fazer relagbes desses objetos geradores Com outros artefatos também constitutivos da experiéncia vivida. Da- riamos, assim, maior campo de visio para a complexidade dos objetos, explicitando ligagdes que ampliam a percepgdo diante do tempo pre-, sente, como relacionar 0 relégio com 0 copo descartivel ~ questo mencionada no tépico ant S6 depois de explorar o presente vivido é que comegariam as rela- ses com objetos do pasado, que jé perdcram valor de uso, ou que mudaram de forma, como a televisdo ou o ridio. Mas isso no é uma regra, pois objetos do pretérto podem aparecer jd como objetos gera- dores dos primeiros exercicios. fundamental ¢ partir do mundo vivido. Mas, nfo se trata de um ‘método de revelagio do real. Pelo contririo, o intuito dessa pedagogia dos objeios é ampliar (ou modifica...) as percepgbes sobre s historicidade cidade cultural entranhada nos objetos ~ trama de mos que reside na criag%o, no uso, na transformacdo, na objetos no cotidiano é porque, de alguma for- ‘a, 0s conhecemos. Mas ao pensarmos sobre tais objetos, a partir de Sertos exercicios, faremos novas leituras e outras re ¢8 mesos objetos. Teremos, por conseguinte, out dades” do nosso ser no mundo. Trata-se da constituigdo de coisas ‘ovas por meio de um novo olhar (ou novos objetos..), que nos faz ampliar nossa insergdo na historicidade do tempo ¢ do espago. A partir do vivido, é gerado 0 “debate de situagdes desafiadoras”, como o Freire. Nas préprias “situagdies existenciais” sfo germina- tuagOes-problemas”. (Freire, 2000) Quando hi'comparaydes cate artefatos do passado € 0s do pre- Senle, a nogdo de historicidade comega a ser trabalhada de modo mais direto: entra em jogo a questdo da histéria como campo de possibilida- des, mudunga que se expresse das mais variadas maneiras e que se ‘oma visivel na poética material da cultura: no nascimento, na morte ena a ~edueje wn ‘apepiiqisia ap wunwiogs euin ‘opny ap soyue ‘gy anbuod 990) woo’ 95 Oss sey “seaIBojoasiuy sogdisodxo se woo oatyo syewl ojuOU! ~Puotoejas win exed aseq opusnyysuoo ‘oonod w oanod ‘opa s "Teme opunus ¢ 9 oupyaud o asiua sagstatp se aigos ojuowe *o1d 0 9 ‘opesied op 9 ayuasaid op sestoo onus opsejos v ssoaneuo sore souino wo wacquasap 0554 ‘ops stew no opao sieyy “nayjoas9 o wonb 2 01290 0 a1yud sogseyossejdnynws se sepesojdxa weos‘ouowyeroiut ‘nb sions sopo.a8 ora(go 0 woo oyjeqen © “apeplouoisiy eudgud wssou 9p vaivoe ayuduseyiesso0ou sej2y 9 SojafGO asgos sejed “ouBWUnY 305 0 2 soafgo sono sop 498 0 woo opdejas Bu aispxa sojolqo Sop 198 "sogdejas ops id opous ap sopiusyap ops Bt ‘erougsso uianssod opN ‘,staajssod soupioun! op oyuoweznto,, win lwo wonypsuoo os wpquie) sojafgo so ‘(omuasaud op 0) opessed op so18 ~hS94 ops onb wo epypaui eN “Sepejuowepuny oluouROHO}sIY Sogysonb 9p agued 8 o-98oui01u1 woyruB}s opessed 0 s2004U0> “ojuaUstooyI008 OP Blougss9 owiod ‘ound 19s win owoo opSdaotad v opep 7 ogu ‘opep wn 9 OfU CoLOISIY O18] O *,S194jss0d soLproUN! 9p ojuouIeZMO Wn seL! ‘s9s win 9 opu o7ey wn, (sp ‘d ‘Zg61) audan neg eapessa4 ows (B01 *d ‘0007 ‘ssezqXi1e1g) ,zsouisour |s op wiafodsop 28 anb wed sos ou & sednos sens op sopefodsop ogs scusauoystid so aonb 10g gozaudsap ‘9889 49} snyuusod 2s spod wanb g yozo.dsop je) win jOAop wsed ses “Joo se woo sowiazy anb 0,, reuonsonb as sseaqhieyg Jojog anb oss) od 4 esstuuoid [ula py anb ~ ooxnup2089 ‘soyjour no ~ ostqugoodonue b> 0 z9904uoD94 J9}s1uI 9 ‘opD} o1yno Jod 'S0}0(q0 owOD seossod se *n Souopod oyu sou onb seuuye O29 onoWipIOU uIn as-nowOy “sorotgo sou yy anb vpia ¥ zeStoxuo op zedeo *,2o!89]000 einiage,, exou ewin o5-vfosaq ‘ol -90 2 oy1afns exedas ant P 9 sesuad ap eULIOY wp ‘owsuusodosjue op seueuie se adwos epipuayop inbe eayoysiy eiBojoasnu y “,ezaunjeu *P topinssod 9 soyuss,, ‘owewiny 40s op eisewaidns e eaesopisuos anb ‘punsotivo opSdoouoo ep aussayp ‘Soj{yo Sop opunu o woo sagdejausea OU agdnssoid soro(go sow ougisiy ep spaene so7alqo sop 0} “opout2ss9q ‘owoins ou ogo ap yy anb 0-9 oj9fgo ou oyatns ap yy anb o 4e8:0xuo eindoad anb sesuad op eajouews eusn os-ogduut ‘nasnut ON, 7 (82d ‘y661 ‘movey) ,onains 0 28 01990 0 owo2 Hoo sowynssod, :eis[euo}oes eyOso]y ejad vista 10} ogy anb ogSe(sayu1) 2uin #4 079090 2 oyofns aug ‘souBuuny so1as so wesn 9 ureUD S0}0{Q0 50 stenb sejad seuuoy sv aigos snayar oLpssaoau ayuourend 9 ‘ope oxyno 20d "Soiafgo wasn 9 eyo soveumg $2535 $0 owloD sepmase feyaaurepaTy SS-EWOL “SoI9{q0 Sop osn o 9 oRSauD ¥ WrEZLaIORIED anb sfeIDOS Sa9s “Wop seLrpA se zednyuisa wssarayy ‘Sodus Sop apeprondaynus BN (SL9 v4 “4 "p661 ‘mow7) , ea sep sezapungaud sep ufos ‘oanany op 2198 opura oupioueid 9 ooupZowoy oxny wn we sopsyynBsow! sowanns syeurey, essed os anb o 2 nossed anb 0 aqua epefo8uco opstasp vBou anb eusiy ",Soduwo) 2p saiopemysqu sowos,, ‘sauzag Joyo ZIP ood, ‘soSjiue wou sourzpows sowos ogy -,opsajas v zay anb oduioy 0 ogu 9 oduuoy 0 293 anb opSajasw 9, :sa}uazaytp soda) 2p soysowioya seuoyoofos 9 sowszey anb Q “Jenye opunus o eed opénjons owoo nossed anb 0 ¥o0j09 ‘anb ‘epessedesyin estoo owoo opessed op epay anb ossaxSoud umu' SOWOALA, anb 2p eipp woo taduor eoyius opberopisuoo wo opens] 138 ¥ owed uioo opisonb je1 191 ‘osene wou ossaufoud p ogu ‘oduia} ou ongad wou ‘odueae 9 ogu seaodp sepeuiea 9p soveyaure woo Janta “ound aquasaud win wa Soures0 Pounu s9u ap zy o1afgo 0 anb osm ouasorafgo sop souszzey ond O88 ON ‘Soue ap sos woo ojuoaul Un 9 on ojoeW oo ‘souE e)uLN Sun 94 epeiuonut iy onb eouo exopeary & sojunsip soduio 9p sesioo 7esn Sowiopod ‘apepiayye ewisour eum we ‘anb eiquia] moje] ounig “ep ~uTeged 195 949p sopenijeioduoy sejdniput 9p opSou y “ey wun LeU 79) oPU many 9 oyuosaid “opessed ‘eaneanpo eatiadsiod fey wg ‘OPiAtA ouetpiioo op anued v seoupisty seonpuioiqoid 2p ogd oD e exed sagdxpuod wD ‘soja{go sop spaRie aoLl9}siy Joqes o Worfonuosop ezounieu ess9p sojuaupaooig “solalgo ap opSeuLiojsues) i men{o (ou uma mudanga) da perceppdo. Desse modo, 0 obje'a gera- étodo ¢ sim um parémetro h cidade. E assim que vo se cons vos para os museus, mas, também, “museus comunitirios”, A pedagogia da pergunta, que viabiliza'0 trabalho com os objeios ‘geradores, nko tem a resposta como solugdo, mas como ubertura de lade: ato de ver e ver diferente. As indagagdes sto novos acass- jas para a formagdo de restrigo ao espago da chamada “educagdo formal”. A pedagogic dos objetos pode ser um veiculo de formagao do pensamento critico e atu- ante em varios outros espagos de convivéncia No piojeto educativo do muscu, ¢ exposigdes na propri nist cursos para orientar la. So procurados, com iss, fades com objetos que, de alguma forma, fazem parte da vida dos alunos ¢ professores. A partir de certo periodo de amadurecimento do trabalho continuado com abjetos geradores, pode-se, por exemplo, jun- {ar fotografias antigas do bairro, envolvendo nessa atividade as familias ‘a medida em que acon- o museu transforma- se, de modo mais efetivo, em espago do cidadio e ndo somente um lugar para 0 cidadio, ‘Ao {er 0 trabalho com os objetos através de pro cas, 0 muscu abre um infindavel campo de possi Tecorte de questdes restringe-se é relagdo entre muscu ¢ ensino de his- toria, isso'de modo algum significa dar inétodos ou delimitar o muscu e a sala de aula em espagos fisicos geometricamente calculados. Pelo con- ‘com os objeras geradores definem-se como formas trio, 05 exe deestudar ahi ‘mas também a criago de outros museus, que pode seguir os mais varia- dos caminhos: uma sala da escola, de uma igreja ou de uma associagdo comunitiria, a preservagdo de reas verdes, pragas ou casts... Refleti sobre o potencial pedagégico do museu histérico signifi- ca, também, enfrentar a fragmentagdo que tem caracterizado a pritica do ensino em histéria, Toma-se necessério discutr a realizago de pro tyramas educativos que fagam inleragdes entre campos aparentemen- te separados, das discussdes pedagogicas da atualidade ¢ exatamente 0 conjunto de compartimentado. E por isso que co- rmegam a emergir sugestdes praticas no sentido de elaborar, na escola, trabalhos que entrelacem saberes em tomo de um tema. Por exemplo: ‘uma larefa, sobre determinado bairro (ou a exposigto de um muscu) que exige abordagens historicas, geograficas, ecoldgicas, matemati- 8.4 nos compreendemos pelo grande atalho dos sinais de humanidade depositades nas obras de cultura”. (Ricoeur, 1990, p. 58) Nao se trata de entender o ser humano como uma poténcia centrada nele mesmo, mas 0 Ser humano como ser no mundo ~ amplitude que extrapotao in Compreendemo-nos, também, através dos objetos, d pio de sentidos encamados na propria materialidade dos objetos que fa- ‘zemos, refazemos ou destruimus, que usamos ou deixamos de usar. A perceprio desse cardter de “myndanidade” que ha em nés abre novas relagOes ecol6gicas: jé ndo cultivaremos a arrogdncia antropocéntrica ~ © objeto emerge em sua trama de humanidade. “Ali, a paisagem (em idéias ¢ faz pensar”, Com essa observagdo de Balzac, Michel Maffesolli ressalta que a literatura tem se mostrado como 9 i 9 vounu anb sorafgo op eye) ‘eiougsne ewin audiuos py ‘wIssy “,epuOA 2 pidwoo op sore, ‘sjueyoxs opow ap "euoI99]0— *,soiafgo Sop ogdisinbe 9 SoVe wuo}Da}09 ‘so}a{Go seUOID9}09 ap Zon o,, :svssaaD 50 4OpoU -0F92}00 win 9 apepiienye ep Jopiuinsuod o anb worput oes 2u}eg (012 “4 '5661 ‘preiupneg) ,-eoursg vssi OBA ‘8961 9p ofeWW wo owod "eH20 sew “onystaaiduy OF) BAoUEU op ‘anb senigns sogsiauBesop se 9 steyruq sogdd ~2yosd 9 [woypes opSe00aoud wun woo oui nos esoous pueypneg, “sows ap we yu 9 wa8iu9n wos apepaigos wun 9p ‘spaunies youd enaje eg eiougpunge eu jonjssodust 9 sar0y v9 wouelg 9 "upod"eySew eso y “iBou we ap seas 9 24 se18.0 Janss0d epure 19 ogeig op owioy wig “sfounusp ‘ns wu ouunsuo> ou wyaseq oF ESSOU B WSS ‘ogeiGl ou 3 snag ‘ua eaniquimba 9s ep apepl op apepatoos ¥ ooo wissy ‘ooupioduoyuos opunw op oyu apued8 wn wong 3d 0 9 on}e8au o ‘preyiupneg ejuswin8ie wor) bep ouio} wa o810j04 O09 wied ‘opseBou 809 ownsu09 op on oyequios sonb 9s anb o} =p spawn ‘sinququod sod ‘ssq “opseBou v9 of: 2149 opupuspjod v op yequuoo 9p otuousojduus wen os opu sey “ezapenjeus ens options ‘0o:89)n89 ‘pou! ap ‘onb sojueyioxa sus8ew 9p visoi0y fongpul -apiad sou 9 ‘souennuooua sou jenb ot “,ouunsuo9 op opepojaos,, ep vioupisixa w a9d -Assoud ,s018/G0 Sop oduto, (‘opeaouiay audios s1unsuoo ap ofosap ou ‘eox9 9 wjsnsse anb zopides eun woo ‘s0j9%q0 JoLs0W 9 s9958u SOWA “wysse q "winusoa osn ap e1ej o19fgo owioo as-nowuasoude juin 9p oosip 0 “eiuaaoU op epuogp vp sajuaosojope so eiey “ope} upeo ap eotsnuw win ‘woo “e139 op soosyp noasnuew ogu eiuo}9s sour sou nooseu wong (51-4 's661 ‘preltupneg) ‘sorolgo sop wy 9 o19jut oF wo) ~sisse anb suowoy so ogs ‘ajuowsjemy “seuowny sogseio op oow « 8 9 ojuowyoseu 0 weaeyunuisso} soj9{qo f0 9A 98 ogu afoy onb dpepiuoiod ruin eraey ‘ayUe)syp ojnw ogu ‘opessed oN °,,s0}0(go sop oduis,, ou ‘pueyjupneg uvar zp owoo ‘sowelsa “pd wo ogges 9p ajuardioes sojdusts win no sednos ‘sosouos soyjasede ‘sou1vo :50) Buoy 9 s2109 sexo ojuowepides weyued sepeuaauy gf sesf0d “qD 9 NO djasseIONpIA O [99 9U0J9[2) © owod ‘wnWoS sous no steU sm ap wewios as oyuowepides anb sapepiaou seui90 ap a1ue}su09 0} -uawi}so1ed2 op wip}y ‘sowara jenb ou opunus op ‘siwoweys99 *p ess ‘sorafgo ap atuessoouy opsus sours sep 080f°O : ‘sogdear sens wo ‘opunu o8 2 sgu v eoupisxa pp anb Jas op apeprouoisiy yA 99 ejouptiodxo ep ‘opunus ou 95 ossou op oquowieBse[e 2p of ~Fa¥ax9 ot apisa1 savopo.a8 5072/90 sop oaneanpa fefoua}0d 0 ‘opra ap 1d Saiuy “Sopruyop ogiso sossed sofno sopoypui ap zn] B ORSElOAaN ep BIEN) 95 OBN “o}2fG0 0 a1qoosap sjuowisayduns b seu sagdepar SF ‘ojueyod ‘ejnoura 96 ogy savopova8 sore/go woo oujeqens (6¢ "43661 ‘ueussoqnyy-1piq) *,eyjo sou anb ojinbep Sowian onb 0 sou ap oujuap szedas anb opsio ¥ 9 wpuod joxpinjauy [0 Sou onb ojod soyjo sossou wa ~ anja 9s-~ ava 9s sowor onb On foRbeo0AO4d aruinas & wSue] WeULiOgny-Ipiq Ossi sod g “emideo 9 ‘ry 9p purest - opeyjo 9 onb ojad soprenpos soureay or0(qo ojad sopes “Hut sowos wequie) sou ‘iopo.e8 o1a/go 0 ,SOurestUI-pe,, opuEndy I, 012090 ou py onb onafns ap owe} 0 309 -22ud osioaud 9 *,so100go Sop opunus o eustue onb epipuryut apna ve -9suls)U B20) & a1u0s‘opSou wsso seWOros apod 9s a8 ‘oo oueuiny-opu,, 0 seyruosiod as ered opdeudsut ap ojnos ‘juotonouod wn preenchida por novas aquisigdes. Depois de suir da vitrine, 0 objeto vai s¢ desvalorizando e, mais cedo ou mais tarde, transforma-se em algo, fora de uso, sem a sacralidade que o envolvia. Objetos efémeros, que a etapa: "is veze pogue nfo podemos consegurles, outs veues porque jé os conseguimos...” Sorateiramente, ergue-se um poder dos ‘objetos, seducio de vida ¢ morte: “a liberdade daqueles que os conso- surge da férrea necessidade do mercado de converter-nos em von sumidores permanentes”, (Sarlo, 2000, p. 27 ¢ 28) ‘A “sociedade de consumo”, que se roproduz em uma intermindvel rede de fome ¢ morte, realiza-se no desejo, na vontade excitante do consumir, na produgdo incansavel de objetos. Se o templo dos “colecio- nadores as avessas” 6 0 shopping center, 0 altar de adoragio é certa- mente a vitrine; lugar onde a sacralizagdo.do mercado mostra toda sua ‘carga de-erotismo ¢ cinismo. Assim como o shopping center, 0 muscu também expe ot por isso que um dos grandes desafios para a montagem de uma expo- sigdo muscolégica ¢ ndo fazer vitrines — romper com a estética de trabilidade que caracteriza 0 mundo das mercadorias. Nao se tr necessdrio criar movimentos de 3s grupos de sociabilidade. 105 geradores, cm uina pedagogia do didlogo, parece ser um dos caminhos para novas ecologias, ouras tramas entre 0 ser humano ¢ ser das objetos, em suas historicidades, Mais do que far com os objetos nos ambientes educativos, ala de aula ou © museu, Diante do “tempo dos objetos”, ¢ pre- ciso con:por outras formas de nosso ser no inundo, Puntos de fuga Fala-se que a aceleragdo do consuino ¢ da urbanizagdo cria terre- no para mudangas, aumenta as tensdes sociais ¢ apressa, de modo mais organizado ou ni de cor jo. Mesmo sabendo que 2 a Ldesejo ¢ masoquisino anda de mos dades, vale a pena apostar erm um desgaste através da dor. E por isso que faz bem acreditar que, pelo ton Santos tem razdo ao avaliar que 0 con- potencial autodestrutivo: “convida-se ao consumo € os homens Sofrem porque ndo podem consumir ¢ daqui a pouco descobri- rio que também sofrem porque consomem. O potencial de mudanga toma-se exponencial”, (Santos, 2000, p. 67) ‘A grande questo que pressupde tudo 0 que aqui esté sendo dito é exatamente esa: o gerenciamehto da cultura ndo € somente a promogdo de espeticulos. a formago de mAo-de-obra, ou 0 ato de ofertar ao publi- co exposigdes de arte ou muscoldgicas. Qualqucr insténcia administrative da cultura nio pede se transfoniiar em uma empresa promotora de even 105, que justifica suas ayes com a idéia de levar & populagto “eventos culturais de qualidade”. Esse tipo de ago, que em geral evoca a forma- gio da cidadania, pane de 4 ideologia dos Estados autortiios, fzendo um curioso casamento com as sedugdes da “sociedade de consumo" e, desse modo, dando & cultura 0 cardter de bem cultural inserido no campo das mercadorias, na légica do mercado € ndo no ambito de uma politica efetivamente social. Como avi- sa Michel de Certeau, essa cultura empresarial ~ ou essa empresa cultue ral~coloca o “crescimento da cultura" como a “indexagdo do movimen- to que transforma 0 povo em puiblico.” (Certeau, 1995, p. 189) Isso significa que a promogdo de eventos no pode ser 0 fim do gerenciamento cultural ¢ sim uma prética integrada com dades de descentralizagio cultural, ou seja, de valorizagio das cculturas que se cruzam ou se excluem nas miais diversas soci des. Nao se .rata de levar a cultura ao povo nem de garantir 0 acesso 4 cultura ¢ sim de oferecer meios para as “agitagdes culturais”, forne- 0s ¢ estéticos para a liberdade criadora das circunstincias ~ 0 fundamento mais Nessa tomada de posigdo, comegam a ruir algumas teorias do mun- a st -2u soarquie 9p epeyuowepury quoweoL09) « easetD opsnpoudas & 7 oyei8ouso op siyass) sopuesd sup ein ‘oxe0) 0 9 eUaul9 o Bieg “2peptjenb ap oarxoyas ojuowstooyuod stznpoud op jaded o woud -wuno ofu 9 sope] so sopo; exed wseune‘seju0o sep jeuy ou ‘onb.seanysod we opureo ‘Sooui9a) sououued op HD BO que, op ogSnpoidos sojduys e-9 syuau0oas syew orénjos © jenb wu ‘eouyisiy opdejuowepury ap epiaoudsep wyfestouao ap (ody ooo win ap apued & 29) 2s siod exsosnyt ojuowsyejo) 9 ,jauoyoIped) nas “fu, NP 8 ogbefas wo wnoadsiod op eSuepnus 8 ‘S0204 Seu oduiaa 2 oSedsq, “opezijeqoj8 opesiout op seiouy8 YIN) 412 Burddoys.,-op epuo vu sRqUS OF ‘anb 49qes 9 [Boru9, ogisanb Y “,ouinsuoD 9p apepaioes,, ep aIuEIp Os!I0 owoureuofojsod wn wo as-ezjenie nasnut op oaneanpa Joyp169 “opvotow op esionsod vor ep oqueyp searewsoje woo oprowioxdwion “owssos oss sod ‘0 oun ojuowtesuad 0 ered sopSipuod Jeu9 op emyuone Bu wis 9 eispeudes ownsuoa op viapuo eu pis9 OFU o:sreonps nasnus op ‘oxSnpas y “olospui00 op sauna sep apepiiisin ap saguped soe sepuatuqns Roy wopod ou nosnus op souinta sy 10s sowiapod anb 0 9 souios anb 0 yor red ws 0 ajuaistx9 0 zeuujUoo wed won ogu oAKeonpa nas '¥ Woo nosnul op edueyjowos BU UU 9 20 ap ausesop ond oxo g (Ze 661) uossdnyy seaipuy z1p owod *,ojuaweniedap ap efo] ewin 9 eoriqnd opssoaip e asia ‘optsqiy oSudso umn, o80uH9 ‘snasnuy soynus wo ‘anb oss! 10d 3 “owinsuod 9p a ofesop 0 sejuowine eed seiBpre11so op 2U08 epo) euaau! onb apepo 1008 ep opes2[20" outs ou opuesnS\juoD as Opa anb seyjo op SeULIo} op eon 8 ‘sozaa seyinus ‘onb 9 ogisanb y ‘owoa aoasede ‘syunye Seip sou ‘anb owstyerouaystsse indod 0 vied sequi¥osap 9 ,nasnciose,, op seoppad wo oosu spuei8 Q “seageonpa seanp Jodoid ered wpquSwus‘sqUR) 0 woo ogdraotur ap ajuawos ogu ‘oyjeqen 2p soouyjoodsa soporput opsstus efno steuorssyoud sod upeuuue ‘oqes op euomnpoud ofS ~inyasur owtoo ouyjap 0 anb s)pie9 nas ap sepinosop apod ou nasnus o ‘ojou o woo opsejas-e sepuryoude ov :souuso) souyno wa ‘nasnus sanbjenb 3p janpinoSaus oizodnssaud 9 anb - soofgo sop spaene owuausiooyuoo enpoid ap oanfgo ou oruyjoap tun efey opu anb opsop *,opeprresiur, 8 soduios weinooid anb seonijod se wed epn{e apues8 ewn 19s wop -od ,,nasnuose,, ov sepeinoutn seysodoud sy +, sopsuaqut sv0q,, sepeul ages op ,opSeayiousip, bu seBeyneu was ewiapous ByZojou2a) vjad opined op) -adsa ojad seSaneu ‘pnt opxoyu ep ouenjues“ojuaauoa-e9910119 Inopadso owenbus opSeweu ep o1euuoj 0 2 ofbdoouad ap Jopeaidnynus 9 opeaydnynus HP wes “oueSawED O80 Impge ‘o2yug>t oyFo> wn cous win oBN “01802 wn ape ‘oxen 0 woD ‘ojnapiadss “oongisiy of waurzayuod 0 9 v21Sojoosuu opsisodko v :owisfy up olupyes0ge) 00 Bypuiaw vp euroa} og “oaneptonta ajueise9 9 o[ ‘youd op o1x0) 08 295 o4j009 eafoxsoy, anh sea: se seo euod e a]8A ‘seu ‘seo4pn] ne svanpiso sogsusup nosnu op sean0i way Bis opu os5] S0i0fGo a1gos apmiso op soyy189 nos Jopiad onop vaund BoIBojoosnu opdisodxa w “sosousy op euiszag ouvidin) wuisow owo> SUD ap apepatoos, w tu0D sagSe[au siongsscsuooUl seu epepaiuo 9 extipy apeprasiecs euinu seo 9 winwod slew Q -ogdetjear 9 svoruyoous sup 9 opow op w'ZoSepad up "vasssoudos apepous ep of3 insap wivd sopeiedoid oanod sowviso epute onbiod *y01) jwoMpo 9 sajuoeue sogeisodxo 4924) :owesap owLioUD wn npordos, wp via e 9 ont yoy) stew oyuiui¥o op opuies 9p ajuasee og¥eonpa 8 snxiop 9 ooipn 0 se8ou owo jeoupa ossadoud 0 seuIWNHO 9 sopep oyuDWIOs soD9UO : (6869 b1 *d ‘0002 ‘ina001%) « Teuorap[2u ejndoo eu axyHo 0 9 owsaw o as1u0 opsuayv epeoseiL 9 anb wo odo} owsout ov, topseseduoo vp o: ©P earinnsuos opsuas essay Houuyon8} opruss wn wio sou eoupjeiout apepuan ap sje) v Sopeaa| SOWOS ‘9 wISse 95 + owioe 9, 9,9 OU, odo) 9s win v vaytU “ero wou, se FIN voy w Sop snued ® onou 0 sejuDAut ap vonpise eIoupiod g ‘opelsD OVE OF Z9A sep exed seoiojonoyaur 9 seatiga) soseq sImy}stI09 SOUaAap ‘seDIUED ou seo19] wondas 4081 © anb ‘ogénpoudas ofp sealuop) soajonuasop 2p spaut oy ‘sagddo sessou sowiauey jenb 0 9190s 9 ze8o]e1p sowoAop qenb 0 woo ‘sowoasa jenb ot oduia) op opeprxajdusoa ¥ a1qos opxa/jou 8 ezaidsop anb ‘oyjaus no, ‘oatisiy ojuouoaquos op-ogSeruaUIep lung © e8au anb ‘eaiyeonpa-tyye opsuaUIp wuin opuodso [eagpnes ope| x9 9 Opeoaus ap -0uo09 ep wpeinuuissip apepyeiu w seyuadjuo op seuuoy sep euin y}dust 0 ze/0n24 9 ogu nasnus op jaded Q “éo!Bojoasnuu a exposigdio, que lida com temas histricos, nfo tera base na fundamentada, ¢ um doce engano suprir a | dades periféricas, como a promogio de cursos ou, como se d'z, “oficinas” que ¢ ss sociais”. Mas, pior des — pritica que, ao invés ‘um bem do mercado, Se-o muscu nfo enffenta 0 vas de tal emprei- {em reflexto sobre rordo muscu seu lugar, fica apenas a 1 nodelos oriundos di .ca-convento” ¢ da “disneyléndia cultural”, © museu que no ( ‘compromisso educativo transforma-se em depdsito de objetos, ou vitri- NOTAS sur foram expontas no cus “Para ume be zu do Ceti em janeiro de 2000 rates dk um co em se constuindoa parr da minha vivencia como professor ke Teona flogia do Departamento de Histéria da UFC coordenador do rio de Suscologia do Museu do Cea nto de Histéria da UFC € Doutor em Historia cs 10 de relacionar re'6gi0s & copos descaniveis esti em Bezerra de Meneses (1994). / + Sobre eu questio ds interdsplinandade na escols, ver: Kleiman ¢ Moraes (1929), BIBLIOGRAFIA BAUDRILLARD, Jean. svedade de consume Lisbos: Edigbes 70, 1995. BEZERRA DE MENESES, Ulpiano, Do teatro da memésia a0 laborardrio ds Histria: 2 + so muscolgicaeconhecimento histérico. 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