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Bibliografia:
HISTÓRICO:
PLANEJAMENTO DA QUALIDADE:
Para visualizar melhor este novo processo podemos fazer um paralelo entre o
Planejamento da Qualidade e o ciclo PDCA da Melhoria da Qualidade:
Act Plan
corrigir planejar
Check Do
verificar executar
CONCEITO:
O QFD pode ser usado tanto para o produto final (produto = bens ou serviço), bem como
para produtos intermediários (por ex. clientes internos). Pode ser aplicado para produtos
novos ou para a melhoria de produtos já existentes.
Podemos definir o QFD como o método que busca traduzir as exigências dos clientes em
características da qualidade do produto por meio de desdobramentos sucessivos,
começando pela determinação da voz do cliente, passando por funções, componentes,
matéria-prima, processos, chegando até o estabelecimento dos valores dos parâmetros de
controle do processo de fabricação.
Para definir o público alvo deve-se conhecer qual a estratégia de mercado da empresa.
Definido o mercado pode-se definir as características das pessoas que serão ouvidas na
pesquisa.
Por exemplo: um fabricante de máquinas de lavar roupa pode definir como seu mercado a
população da América Latina e definir o público alvo como as pessoas de renda elevada
(classe A). Pode-se fazer uma pesquisa ouvindo pessoas de todas as idades e sexos, mas
ouvir crianças neste caso seria irrelevante.
- Entrevistas individuais: deve-se tomar cuidado para que não sejam muito extensas
(não mais de uma hora) e o entrevistador deve estar preparado para esclarecer e
aprofundar o que o cliente esta desejando. (Entender o que o cliente esta querendo
dizer). O entrevistador deve estar munido de um roteiro previamente preparado.
As pesquisas junto aos clientes produzem uma grande quantidade de informações. Estas
informações nem sempre são plausíveis de uso diretamente pelo pessoal que irá
desenvolver o produto. Por isso é necessário desdobrar os itens exigidos até um nível
mais concreto (mensurável).
Para realizar este desdobramento podemos usar o diagrama de árvore. A partir de uma
característica mais ampla (1º nível do desdobramento) perguntamos como podemos
obter esta característica ou do que consiste esta característica. As respostas a esta
pergunta irão gerar o 2º nível do desdobramento e assim continuamos sucessivamente
até o nível que julgarmos necessário. Em geral paramos quando temos grandezas
mensuráveis. No diagrama de árvore, se andarmos no sentido contrário à pergunta inicial (
do 3º para o 2º nível, por ex.) estaremos respondendo à pergunta por quê ? (Ou para
que?).
EXEMPLO 1 – RETROPROJETOR:
QUALIDADE EXIGIDA
1º NÍVEL 2º NÍVEL 3º NÍVEL
SER PEQUENO
FÁCIL DE CARREGAR SER LEVE
FÁCIL DE MANUSEAR SER ESTÁVEL AO
CARREGAR
FÁCIL DE GUARDAR
FÁCIL DE LIGAR/DESLIGAR
FÁCIL DE OPERAR FÁCIL DE FOCALIZAR
FÁCIL DE POSICIONAR
SER SILENCIOSO
TER A IMAGEM NÍTIDA
EXEMPLO 2 – CURSO
QUALIDADE EXIGIDA
1º NÍVEL 2º NÍVEL 3º NÍVEL 4º NÍVEL
INSTRUTOR TRANSMITE ENTUSIASMO
PELO ASSUNTO
INSTRUTOR ESCLARECE BEM AS
DÚVIDAS
INSTRUTOR TEM
BOM INSTRUTOR INSTRUTOR POSTURA
PRENDE A DINÂMICA
ATENÇÃO DOS INSTRUTOR
CURSO BOM PARTICIPANTES REALIZA
(CURSO DE INTERAÇÃO
QUALIDADE) DINÂMICA
AMBIENTE COM TEMPERATURA
AGRADÁVEL
BOM AMBIENTE AMBIENTE COM BOA ILUMINAÇÃO
AMBIENTE SILENCIOSO
AMBIENTE COM BOA SONORIZAÇÃO
MATERIAL ATUALIZADO
BOM MATERIAL MATERIAL CLARO
DIDÁTICO MATERIAL COMPLETO
Na segunda fase, para obter as informações numéricas que permitam avaliar o grau de
importância para cada item da qualidade exigida e o desempenho dos produtos já
existentes (próprios e da concorrência), a técnica mais adequada é a utilização de
questionários.
O questionário pode ser aplicado por entrevistas pessoais, telefone ou correio. Deve-se
tomar muito cuidado na elaboração dos questionários para que os mesmos sejam
adequados e completos para extrair todas as informações desejadas. Devem também ser
fáceis de preencher, por ex. múltipla escolha. Sempre devem ter espaço para sugestões.
É aconselhável que as questões de múltipla escolha não tenham número ímpar de opções
para evitar que o cliente marque sempre a opção central (coluna do meio). É importante
testar o questionário antes da sua aplicação real. O mesmo questionário poderá ser usado
para avaliar a satisfação do cliente com os protótipos (etapa 6 do planejamento) e do
produto final.
As respostas dos questionários serão usadas para calcular a importância relativa de cada
item da qualidade exigida. Isto fica muito fácil de ser realizado uma vez que as respostas
são numéricas, possuem pesos. No entanto, para evitar erros de interpretação e
aprofundar a análise deve-se construir um histograma das respostas. Apenas a média não
é informação suficiente para a análise. Por exemplo em um determinado item algumas
poucas respostas com notas elevadas podem aumentar a média de uma resposta em que
a maioria atribuíu pesos médios.
Na escolha das pessoas o ideal é que a amostra seja aleatória. Porém, escolher uma
amostra aleatória em uma região muito grande, por ex. o país todo, pode aumentar muito
o custo da pesquisa, nestes casos pode-se usar a amostragem por cotas associadas a
informações estatísticas já existentes. (Por ex. distribuição das idades, do poder aquisitivo,
etc. por região).
Muito importante ainda, na identificação das necessidades dos clientes são os dados
secundários (Secundários porque não se originam da pesquisa direta e não
necessariamente devido a importância). Todas as informações disponíveis a respeito de
Reclamações de Clientes (SAC), Análise de Falhas, informações internas, informações
sobre a concorrência, etc. devem ser usadas.
IDENTIFICAÇÃO:
Sexo: ( ) M ( )F
Idade: _____
Profissão: ___________________________
Ruim
Regular
Bom
ImportânciaPouca
ImportânciaMédia
Ótimo
ImportânciaNenhuma
Marca
ImportânciaMuita
1- Ser Pequeno. X
1 2 3 4
Y
1 2 3 4
2 – Ser Leve. X
1 2 3 4
Y
1 2 3 4
1 2 3 4
Sugestões e reclamações:__________________________________________________
_______________________________________________________________________
- qual o grau de importância que o público alvo atribui a cada item da qualidade exigida;
Usaremos estas informações para estabelecer a Qualidade Planejada para cada item da
qualidade exigida. Ou seja, vamos fixar uma meta para cada item da qualidade exigida a
ser atingida pelo novo produto.
Fixadas as metas podemos calcular o índice de melhoria necessário para cada item da
qualidade exigida, dividindo a qualidade planejada (meta) pelo resultado da avaliação
atual do produto.
Alguns itens da qualidade exigida poderão ser usados como argumentos estratégicos de
venda, neste caso aumentamos o seu peso relativo usando um multiplicador, por exemplo:
Com estas informações podemos calcular o peso relativo de cada item da qualidade
exigida.
Primeiro calculamos o seu peso absoluto multiplicando:
Os itens com maior peso relativo serão prioritários no desenvolvimento do novo produto.
A figura a seguir apresenta uma visualização dos passos seguidos para estabelecer a
qualidade planejada ( e a priorização dos itens da qualidade exigida):
COMPETITIVA
PESO ABSOLUTO
EMPRESANOSSA
EMPRESA x
RELATIVOPESO
EMPRESA Y
ÍNDICE DE
PLANO (META)
DE VENDAARGUMENTO
Qualidade
IMPORTÂNCIA
exigida
1
MELHORIA
2 3 4 4 5 6 7 8 9
TOTAL 100
Sequência:
1 – Desdobramento da Qualidade Exigida
2, 3, 4, 4 – Resultados da Pesquisa (quantitativa)
5 – Meta estabelecida para o novo produto
6 – Índice de melhoria (cálculo = 5/3)
7 – Decisão estratégica
8 – Cálculo = 2 x 6 x 7
9 – Cálculo do % de 8.
ImportânciaGrau de
AVALIAÇÃO QUALIDADE PLANEJADA
COMPETITIVA
QUALIDADE EXIGIDA
(último nível)
De VendaArgumento
Empresa X
Plano (Meta)
Peso Relativo
Empresa Y
EmpresaNossa
MelhoriaÍndice de
Peso Absoluto
SER PEQUENO 2 3 4 2 4 1,33 1,2 3,2 7,5
SER LEVE 3 4 3 3 4 1,00 1,0 3 7
SER ESTÁVEL AO CARREGAR 2 4 4 4 4 1,00 1,0 2 4,7
FÁCIL DE GUARDAR 3 3 4 3 4 1,33 1,0 4 9,4
FÁCIL DE POSICIONAR 4 2 3 2 4 2,00 1,5 12 28,1
FÁCIL DE FOCALIZAR 3 2 2 1 3 1,50 1,0 4,5 10,5
FÁCIL DE LIGAR/DESLIGAR 2 3 2 3 3 1,00 1,0 2 4,7
SER SILENCIOSO 4 3 2 3 4 1,33 1,5 8,0 18,7
TER A IMAGEM NÍTIDA 4 4 3 4 4 1,00 1,0 4,0 9,4
Total 42,7 100
EXTRAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA QUALIDADE (CARACTERÍSTICAS
TÉCNICAS DO PRODUTO):
Para extrair as características técnicas da qualidade deve-se definir para cada item do
último nível da qualidade exigida todas as características da qualidade que podem ser
medidas no produto final para avaliar o atendimento àquelas exigências.
Nesta etapa pode-se usar o “brainstorming” para gerar todas as características da
qualidade mensuráveis relacionadas ao produto. Após a geração das características deve-
se organizá-las, para evitar repetições e redundâncias e separar aquelas que dizem
respeito a processos, componentes e matéria-prima. Estas serão utilizadas mais tarde em
outros desdobramentos. As características obtidas serão organizadas em forma de tabela.
Também é muito importante nestes casos pesquisar junto ao cliente quais as suas reais
necessidades para poder priorizar as exigências da qualidade. Ou seja, estabelecer
pesos relativos para as características da qualidade em função da aplicação do produto.
Em muitos casos, principalmente quando se trata da fabricação de componentes, o
mesmo item (mesma especificação) pode ter várias aplicações diferentes, uma para cada
cliente.
A comparação com a concorrência, a partir dos dados da pesquisa, também pode ser
utilizada para definir a necessidade de melhorias e/ou alterações, mesmo havendo uma
especificação do cliente.
O PROCESSO DE CORRELAÇÃO
Como já foi mencionado, para facilitar o processo de correlação, convém dispor os dados
em forma de matriz. Cada item do último nível da qualidade exigida será uma linha e cada
característica técnica da qualidade será uma coluna da matriz.
Definem-se ainda o graus de correlação com os quais deseja-se trabalhar, como por
exemplo:
Onde:
Forte Correlação: significa que, com certeza a característica técnica da qualidade avalia
diretamente o atendimento daquele item da qualidade exigida. Por ex., no caso do
retroprojetor a característica técnica altura tem forte correlação com o item da qualidade
exigida fácil de guardar.
Fraca Correlação: significa que há apenas uma suspeita de influência indireta entre a
característica da qualidade e o item da qualidade exigida. A suspeita deverá ser
comprovada posteriormente. Por exemplo, no caso do retroprojetor suspeitamos que a
altura influencia na facilidade de posicionar.
Nenhuma Correlação: Temos certeza de que não há correlação. Por exemplo: fácil de
focalizar X peso do retroprojetor.
O trabalho de correlação deve ser realizado por todo o grupo e o resultado final deverá ser
de consenso entre os membros da equipe. Podem ser elaboradas correlações individuais
que depois serão discutidas em grupo até o consenso.
O PROCESSO DE CONVERSÃO:
Desta forma transferimos a importância, ou seja, o peso relativo atribuído a cada item da
qualidade exigida para cada característica da qualidade através da matriz de correlação.
Convertemos o peso da qualidade exigida para as características da qualidade, definindo
as prioridades para o projeto.
Deve-se dar atenção especial às características não independentes, ou seja, aquelas que
interagem com outras como por exemplo: largura com volume. Neste caso é necessário
uma negociação entre os valores para chegar-se a meta.
CARACTERÍSTICAS DA QUALIDADE
Peso Relativo
Portabilidade Operacionalidade
Altura (cm)
Largura (cm)
Comprimento (cm)
Peso (kg)
Transparência do vidro (% )
QUALIDADE
EXIGIDA
(último nível)
Ser Pequeno
68 68 68 23 23 23 23 7,5
Ser Leve
7
Prof. Pedro Ernesto
15
____________________________________________________________________QFD
7 7 7 21 63
Ser Estável
Ao Carregar 42 42 42 42 42 42 14 4,7
Fácil de
Guardar 85 85 85 85 28 28 28 9,4
Fácil de
Posicionar 28 28 28 253 253 84 28 28,1
Fácil de
Focalizar 11 32 95 11 10,5
Fácil de Ligar
e Desligar 42 14 4,7
Ser
18,7
Silencioso 168
Ter a imagem
9,4
Nítida 85 85
PESO
ABSOLUTO 230 230 230 171 93 70 128 264 285 264 42 14 168 124 2313
PESO
RELATIVO 9,9 9,9 9,9 7,4 4 3 5,5 11,4 12,3 11,4 1,8 0,6 7,3 5,4 100
NOSSA
60 35 45 0,095 1,7 5 5 2,9 4 60 20 6 60 98
EMPRESA
CONCOR-
55 35 40 0,077 1,57 5 5,5 4 4 55 16 6 70 95
RENTE X
CONCOR-
62 38 45 0,11 1,63 7 5,2 2,3 4 60 20 6 60 99
RENTE Y
QUALIDADE
55 35 36 0,069 1,57 5 5 4 4,5 65 20 6 55 99
PROJETADA
A partir da Qualidade Projetada do Produto, que foi obtida através da Matriz da Qualidade
(Qualidade Exigida X Características da Qualidade), realizamos o detalhamento do projeto
que consiste na definição dos mecanismos, componentes, produtos intermediários,
processos e matérias-primas que são necessários para produzi-lo.
Além da Qualidade Exigida pelo cliente devem ser levados em consideração restrições
como: tecnologia disponível, custo e confiabilidade identificadas durante o desdobramento.
1 – Quais as funções que o produto deve desempenhar para atender a qualidade exigida?
Carac. da Qualidade
Qualidade 1
Exigida
Mecanismos
Peso
das
Fun-
Prof. Pedro Ernesto ções
17
____________________________________________________________________QFD
Funções
2 4
Peso
dos
Compo- 3 Compo
nentes nentes 5
Processos Materias-primas
Compo- 6 7
nentes
Qualidade 1
Exigida
Resultados
dos Prod. Intermediários
Peso
Dos
Proces- Proces-
sos 2 sos 3
Parâmetros
de controle 4
dos Processos
Características
da Qualidade
da Matéria-prima
Parâmetros
de controle 5
dos Processos
Carac. da Qualidade
Qualidade 1
Exigida
Materiais
Auxiliares
Peso
Dos
Proces- Proces-
sos 2 sos 3
Para a elaboração dos modelos conceituais, que nos permitirão ter uma visão detalhada
do produto, precisamos realizar o desdobramento das funções, mecanismos,
componentes, etc. do produto.
O desdobramento é realizado partindo-se de um nível mais amplo até o nível mais básico
que julgarmos necessário utilizando o diagrama de árvore.
MECANISMO COMPONENTES
MECANISMO DE REFLEXÃO ESPELHO
PINHÃO
MECANISMO DE AJUSTE DE FOCO CREMALHEIRA
BRAÇO POSICIONADOR
MECANISMO DE AJUSTE DE POSIÇÃO SUPORTE DO ESPELHO (GIRATÓRIO)
MECANISMO DE AMPLIAÇÃO LENTE
LÂMPADA
MECANISMO DE ILUMINAÇÃO VIDRO PLANO
VIDRO OPACO (LENTE)
VENTILADOR
SUPORTE DAS LÂMPADAS
MECANISMO DE ACIONAMENTO FIO
CHAVE
MECANISMO DE TRANSPORTE/APOIO CARCAÇA
BASES
Prof. Pedro Ernesto
21
____________________________________________________________________QFD
DESDOBRAMENTO DA TECNOLOGIA:
Caso a empresa detenha tecnologia suficiente para atingir os valores meta para a
qualidade projetada, determinada através da Matriz da Qualidade, não haverá qualquer
problema. Caso isto não seja possível devido a problemas de natureza tecnológica
estaremos diante de um Gargalo de Engenharia que terá de ser removido.
PESO
RELATIVO 9,9 9,9 9,9 7,4 4 3 5,5 11,4 12,3 11,4 1,8 0,6 7,3 5,4
Para que as novas idéias (ou sementes) possam ser organizadas e relacionadas com os
mecanismos e/ou processos gargalos pode-se elaborar a Matriz de Sementes X
Mecanismos, conforme o exemplo a seguir:
As sementes devem ter sua viabilidade estudada e ser testadas antes da definição final
MECANISMOS DO RETROPROJETOR
ImagemMecanismo de Ampliação de
Mecanismo de Iluminação
Mecanismo de Ventilação
NOVO
MATERIAL O
- Necessário
NOVO
FORMATO O - Desejável
OUTRO TIPO
- Sugestão
DE LÂMPADA
ILUMUNAÇÃO
SUPERIOR
FOCO
AUTOMÁTICO
PESO
ABSOLUTO
PESO
RELATIVO
DESDOBRAMENTO DO CUSTO:
Em uma economia livre (mercado aberto, sem proteções e reservas) o custo do produto é
definido pelo mercado, ou seja:
Se houver limitações de custo devemos identificar onde podemos alterar o projeto sem
alterar a qualidade exigida pelo cliente. Para isso devemos identificar os gargalos de custo
para poder removê-los antes do começo da produção.
Uma maneira de fazer isto é estabelecendo o custo das funções. Obtido o custo das
funções pode-se questionar se o custo despendido para aquela função é elevado ou não e
compará-lo ao custo atual das mesmas funções.
Para obter o custo das funções, obtemos primeiro o peso das funções levando em conta a
qualidade exigida pelo cliente (matriz Funções X Qualidade Exigida ou Funções X Carac.
da Qualidade). Obtido o peso das funções dividimos o custo total objetivado (custo meta)
para o novo produto proporcionalmente ao peso das funções. (% peso relativo da função X
custo objetivado). Este será o custo objetivado para cada função.
O custo atual de cada função poderá ser calculado somando todos os custos envolvidos
(componentes, matérias-primas, processos) para obter o mecanismo que desempenha
aquela função, uma vez que a maioria das empresas não apropria custo por função.
As maiores diferenças entre o custo objetivado e o custo atual por função significam que o
custo orçado para aquela função é muito alto levando-se em conta a importância que os
clientes lhe atribuem.
Se não for possível calcular os custos por função podemos desdobrar o custo objetivado
por mecanismos. Através da matriz Funções X Mecanismos obtemos o peso relativo de
cada mecanismo levando-se em conta a qualidade exigida pelos clientes. Usando o peso
dos mecanismos dividimos proporcionalmente o custo total objetivado para obter o custo
objetivado por mecanismo.
Onde verificarmos as maiores diferenças de custo entre o custo atual e o custo objetivado
devemos priorizar os estudos para redução de custo. Embora o custo real do componente,
matéria-prima ou mecanismo seja independente do custo objetivado considerando-se a
importância para o cliente, convém questionar a aplicação de recursos em itens sem muito
valor para a qualidade exigida pelo cliente.
Se não for possível reduzir o custo dos componentes/mecanismos com a tecnologia atual
da empresa temos um gargalo de custo/engenharia. Para o estudo da redução de custo
poderá ser utilizada a Engenharia de Análise de Valor.
Exemplo de desdobramento do custo para o caso do retroprojetor por funções:
Focalizar
Acender
Apagar
Ampliar Imagem
Peso Relativo
QUALIDADE
EXIGIDA
(último nível)
Ser Pequeno
7,5 7,5 22,5 22,5 22,5 9,00 7,5
Ser Leve
7 7 7 63 8,40 7
Ser Estável
Ao Carregar 42,3 42,3 5,64 4,7
Fácil de
Guardar 9,4 11,3 9,4
Fácil de
Posicionar 253 253 253 253 33,7 28,1
Fácil de
Focalizar 94,5 94,5 31,5 94,5 12,6 10,5
Fácil de Ligar
E Desligar 14,1 42,3 42,3 5,64 4,7
Ser 22,4 18,7
Silencioso 56,1 56,1
Ter a imagem 11,3 9,4
Nítida 84,6 28,2
PESO
ABSOLUTO 501 383 299 42,3 42,3 370 42,3 85,6 137 1902
PESO
RELATIVO 26,3 20,1 15,7 2,2 2,2 19,5 2,2 4,5 7,2 100%
CUSTO
31,6 24,1 18,8 2,65 2,65 23,4 2,65 5,4 8,64 120,0
OBJETIVADO
CUSTO
43,5 18,0 21,0 2,00 2,00 26,5 3,10 5,20 20,1 141,4
ATUAL (R$)
META PARA O CUSTO DO RETROPROJETOR NOVO = R$ 120,00
Para todos os componentes devem ser levantados todos os possíveis modos de falhas
com todas as possíveis causas associadas a cada modo de falha e devem ser calculados
os RPNs (Risc Priority Number) associados.
E, de acordo com critérios pré-definidos, para os modos de falha com RPN mais elevado
deverão ser tomadas ações para eliminá-los ou reduzí-los. Isto deverá acontecer ainda na
fase do projeto. (Por exemplo: alterações no projeto dos componentes, nas especificações
das matérias-primas).
Qualidade
Exigida
FMEA
P S O D RPN
Peso
dos
Compo- 3 Compo
nentes nentes
Se o produto não for inédito é aconselhável elaborar a árvore de falhas (FTA) para as
principais falhas (eventos de topo) que o produto atual vem apresentando. (levantamento
do histórico de falhas).
ÁRVORE
DE
FALHAS
Causas Básicas
Peso
dos
Compo- Compo
nentes
nentes
Peso das
Causas Básicas
Para as causas básicas com maior peso relativo deverá ser realizada uma análise de
falhas para eliminá-las ou reduzir o seu efeito.
Os padrões iniciais devem estar prontos antes da fabricação do lote piloto para que se
possa detectar os problemas ainda durante a fabricação do lote piloto e eliminá-los antes
de iniciar a produção em série.
2) Padrões Operacionais:
- Fluxograma do Processo
- Plano de Controle do Processo
- Procedimentos Operacionais Padrão
FLUXOGRAMA DO PROCESSO:
15 Operador
Prensa Nº 1 Gabarito Nº 50 seg/pç Equipamento
30 Operador
Furadeira Nº 12 Gabarito Nº 51 seg/pç Equipamento
15 Operador
Dobra da Prensa Nº 15 Gabarito Nº 52 seg/pç Equipamento
Chapa
30
Solda Mig Gabarito Nº 53 seg/pç. Soldador
Insp 30 Auditor
e Teste da Dinamômetro X Padrão XY seg/pç Processo
Solda e
Mont.
Estufa de Pintura 45
Compressor seg/pç Pintor
Pistola
Corte da
PLANO DE CONTROLE DO PROCESSO:
Chapa
Do ponto de vista do controle do processo, o Plano de Controle é o documento mais
importante para a produção.
Prof. Pedro Ernesto
Furação da
Chapa 30
Solda
Pintura
das
Abas
____________________________________________________________________QFD
O Plano de Controle deverá conter, para cada etapa, no mínimo as seguintes informações:
- As etapas do processo de produção na mesma ordem que aparecem no fluxograma
- Todos os controles utilizados naquela etapa de produção
- Quais os equipamentos de inspeção e ensaios utilizados
- O objetivo (target ou melhor valor) para cada variável controlada
- A frequência e a amostragem de controle
- Os limites de aceitação e o método de análise para cada variável controlada
- As ações corretivas a serem adotadas caso a variável fique fora de controle
O Plano de Controle poderá ainda conter informações como: o procedimento operacional
padrão referente a cada etapa, o profissional responsável pela execução, etc. O Plano de
Controle deverá ser usado como referência nas auditorias, principalmente as de processo.
Os produtos gerados na (ou nas) rodadas piloto serão usados para a execução dos
Ensaios de Confiabilidade e Verificação Inicial da Satisfação dos Clientes.
A seguir apresentamos uma lista de sugestões para facilitar a implementação do QFD nas
organizações:
- Iniciar o projeto de implantação do QFD com um projeto piloto. Não tentar implantar na
empresa toda de uma só vez.
- Escolher um projeto de média complexidade para começar. Não optar pelo projeto
mais complexo existente porque o sucesso do projeto piloto é muito importante para a
continuidade do processo de implantação , serve para motivar outras pessoas e outros
departamentos.
- É importante que a equipe tenha pelo menos um especialista em QFD para orientar na
execução das tarefas e eliminar dúvidas quando elas surgirem. Pode ser um consultor
externo, mas deve ser contratado por um número fixo de horas semanais.
- Escolher uma equipe multidisciplinar – um dos pilares do QFD. Deve haver no mínimo
um participante de cada área envolvida. (Marketing, vendas, engenharia, procesos,
planejamento, produção, qualidade, compras, assistência técnica, etc...)
- Deve ser eleito um líder da equipe, preferencialmente alguém que tenha livre trânsito
na empresa e facilidade para conseguir recursos.