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NUTRIÇÃO NOS CICLOS DA VIDA Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br
ADOLESCÊNCIA, ADULTO E GERIATRIA

NUTRIÇÃO NA ADOLESCÊNCIA ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS (KRAUSE, 2013)

A adolescência é marcada por intensas modificações O desenvolvimento cognitivo e emocional do


físicas, psíquicas, comportamentais e sociais. adolescente pode ser dividido em adolescência inicial,
intermediária e final.
Após o nascimento, é o único momento em que o ser
humano apresenta aceleração na velocidade de crescimento  Adolescência inicial
estatural e no ganho de peso, nos demais casos, mesmo
com crescimento intenso, há desaceleração dessa O adolescente possui as seguintes características:
velocidade. - preocupação com o corpo e a imagem corporal;
- confia e respeita os adultos;
Compreende o período dos 10 aos 19 anos de idade. A - é ansioso quanto às suas relações com os colegas;
lei Brasileira, segundo Estatuto da Criança e do - é ambivalente quanto a sua autonomia.
Adolescente, considera adolescente o indivíduo de 12 a 18
anos de idade (WEFFORT & LAMOUNIER, 2009). É dito  Adolescência intermediária
pré-púbere na faixa de idade de 10 a 14 anos, púbere de 14
a 16 anos e pós-púbere dos 16 aos 20 anos (WEFFORT & Um adolescente na fase intermediária caracteriza-se por:
LAMOUNIER, 2009). - é muito influenciado por seu grupo de colegas;
- desconfia dos adultos;
OMS  adolescência – intervalo entre os 10 aos 19 anos. - vê a independência como algo muito importante;
- experimenta um desenvolvimento cognitivo significante.
Comparando-se os sexos, as meninas iniciam o
desenvolvimento púbere dois anos antes dos meninos. A  Adolescência final
fase de pico de crescimento é dependente da fase de
maturação sexual. O adolescente possui as seguintes características:
- estabeleceu uma imagem corporal;
Entre as alterações biológicas, destaca-se o estirão de - está orientado em direção ao futuro e está fazendo
crescimento, maturação sexual e modificações na plano;
composição corporal. Os adolescentes ganham cerca de - está cada vez mais independente;
20% da altura e 50% do peso corpóreo e massa óssea de - é mais consistente em seus valores e crenças;
um indivíduo, no início de sua vida adulta. - está desenvolvendo intimidade e relações
permanentes.
Durante a puberdade, o crescimento estatural médio anual
dos meninos é de 9 a 10 cm e o ganho ponderal é de 8kg. AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO E MATURAÇÃO
SEXUAL
O crescimento estatural médio anual das meninas é de
8cm/ano e o ganho ponderal é de 6 a 8kg. Os estágios de maturação sexual serão verificados
através da aplicação das tábuas de maturação de
Tanner.

1
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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
ESTATURA PARA A IDADE
- ESTIMATIVA DA ESTATURA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM LIMITAÇÕES FÍSICAS A OMS (2007), na CHEMIN & MURA (2011) <p3 ou <-
2EscZ.= Baixa estatura para idade.
Existe a estimativa de altura de crianças e adolescentes
com limitações físicas  uso das medidas de membros A normalidade é dada àqueles com E/I >p3.
superiores (CSB), do membro inferior a partir do joelho (CJ)
e do comprimento tibial (CT).
- PERÍMETRO TORÁCICO: na adolescência a fita passa no
Tabela 1: Estimativa de altura em crianças e apêndice xifoide (WEFFORT & LAMOUNIER, 2009).
adolescentes com limitações físicas segundo WEFFORT
& LAMOUNIER (2009) - SEGMENTOS CORPORAIS: as proporções entre
segmento superior e inferior alteram–se com a idade. Essa
MEDIDA DO ESTATURA ESTIMADA DP (cm) relação tem valor para exame físico. O segmento inferior (SI)
SEGMENTO (cm) é definido pela distância entre o solo e a borda superior da
CSB E = (4,35 X CSB) + 21,8 +1,7 sínfise púbica, estando o indivíduo de pé, descalço, com os
CT E = (3,26 X CT) + 30,8 +1,4 barcos pendentes ao lado e os pés ligeiramente afastados.
CJ E = (2,69 X CJ) + 24,2 +1,1
O segmento superior (SS) é definido no ponto da sínfise
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL PARA A IDADE (IMC/I) púbica até o ápice da cabeça. Para indivíduos com idade
superior a 10 anos, a relação SS/SI deve ser menor que 1,0
Para avaliar o estado nutricional do adolescente, a WEFFORT & LAMOUNIER (2009).
OMS preconiza o uso do IMC, o qual deve ser avaliado de
acordo com a idade e sexo (o IMC aumenta com o passar da - AVALIAÇÂO LABORATORIAL segundo WEFFORT &
idade). LAMOUNIER (2009):
Os pontos de corte foram definidos por meio de estudo Indicador Valor normal
de validação, considerando a morbimortalidade por doenças Albumina ≥3,5 g/dL
associadas ao baixo peso e ao sobrepeso.
Transferrina 170 a 250 mg/dL
Fibronectina 30 a 40 mg/dL
Segundo CHEMIN & MURA, é um indicador para triagem e
Contagem de Aceitável: >1200cels/mm3
não para diagnóstico de alterações nutricionais.
linfócitos circulantes Moderadamente reduzidos: 800 a
1200cels/mm3
No caso de adolescentes, a justificativa para preconização
Reduzidos: <800cels/mm3
do IMC/I baseia-se em:
- inadequação do uso do P/I, isolado na avaliação de Glicemia de jejum 70 a 100 mg/dL
adolescentes (a fase de intenso crescimento necessita de Folato sérico >6ng/mL
avaliação de altura); Tempo de 11 a 15 segundos
- possibilidade do ajuste do IMC pela idade (levando em protrombina
consideração as modificações ao longo do tempo); Alfatocoferol ≥0,7 mg/dL
- utilização do mesmo critério de avaliação desde os dois Ácido ascórbico ≥30 mg/dL
anos de idade até a fase adulta/idosa; Retinol ≥30mg/dL
- estudos mostram que crianças e adolescentes com alto Glutation redutase <20%
IMC/I tendem a manter essa condição na vida adulta. Vitamina B12 ≥200pg/mL
Fósforo 5 a 8mg/dL
Desvantagem: não diferencia os componentes do peso Zinco 60 a 120 mcg/dL
corporal. Colesterol total Desejável: <150mg/dl
Limítrofe: 150 a 169mg/dl
Pontos de corte para classificação do estado nutricional pelo Aumentando: >170mg/dl
IMC/IDADE(OMS 2007 – CHEMIN & MURA 2011 / VITOLO LDL colesterol Desejável: <100mg/dl
2014): Limítrofe: 100 a 129mg/dl
Aumentando: >130mg/dl
 Magreza acentuada  <p0,1 (VITOLO, 2014) HDL colesterol ≥45mg/dL
 Baixo peso / Magreza  <p3; Triglicerídeos Desejável: <100mg/dl
 Normalidade  p3 |– p85 ; Limítrofe: 100 a 129mg/dl
 Sobrepeso  p85 |- p97 Aumentando: >130mg/dl
 Obesidade  ≥p97.

Obs.: Vitolo (2014) considera Risco de sobrepeso p85 |- p97; Gravidade Dosagem de albumina sérica
Sobrepeso p97 |- p99,9 e Obesidade >p99,9. (g/dL)
Depleção leve 3,5 a 2,8
- CLASSIFICAÇÃO OMS/NCHS 2000 para o IMC segundo Depleção moderada 2,7 a 2,1
WEFFORT & LAMOUNIER (2009):
Depleção grave Inferior a 2,1
Percentil OMS (1977) NCHS (2000)
NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
<p5 Risco de desnutrição Baixo peso
p 5 |- 85 Eutrofia Eutrofia  Energia
>p85 (OMS) Risco de Sobrepeso Sobrepeso Para estimativa das necessidades de energia (EER ou
≥p85 (NCHS) VCT) deve-se levar em consideração o gasto energético
>p95 (OMS) Risco de Obesidade Obesidade total e a energia de deposição.
≥p95 (NCHS)

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Necessidades de energia – sexo masculino Tabela 3: Cálculo da estimativa das necessidades de
Idade Sedentário Pouco Ativo Muito energia para adolescentes (CHEMIN & MURA 2011 /
ativo ativo VITOLO 2014).
10 1601 1875 2149 2486
11 1691 1985 2279 2640
12 1789 2113 2428 2817
13 1935 2276 2618 3038
14 2090 2459 2829 3283
15 2223 2618 3013 3499
16 2320 1736 3152 3663
17 2366 1796 3226 3754
18 2383 2823 3263 3804
Tab. 2: Necessidades de Energia segundo sexo –
meninos (KRAUSE).

Necessidades de energia – sexo feminino


Idade Sedentário Pouco Ativo Muito
ativo ativo
10 1470 1729 1972 2376
11 1538 1813 2071 2500
12 1798 2113 2428 2817
13 1617 1909 2183 3640
14 1718 2036 2334 3831
15 1731 2057 2362 2870
16 1729 2059 2368 2883
17 1710 2042 2353 2871
18 1690 2024 2336 2858
Tab. 2 (CONTINUAÇÃO): Necessidades de Energia
segundo sexo – meninas (KRAUSE).

Estima-se que 9% da ingestão calórica total em


adolescentes do sexo masculino e 8% do consumo de
adolescentes do sexo feminino, sejam atribuídos ao
consumo de refrigerantes.

WEFFORT & LAMOUNIER (2009)  O cálculo energético


pode ser realizado das seguintes formas:

1)De acordo com as recomendações da RDA (1989) por O IOM preconiza que, para adolescentes com risco de
centímetro de altura real, onde: sobrepeso ou sobrepeso (IMC/I ≥p85 e 95,
Faixa etária (anos) Meninas Meninos respectivamente), não se deve incluir a energia de
11 - 14 14kcal/cm 16 kcal/cm deposição no cálculo da EER.
15 – 18 13,5 kcal/cm 17kcal/cm
A não inclusão da energia de deposição leva em
2) Ou segundo a FAO/OMS: onde a Taxa de Metabolismo consideração que haveria a utilização do tecido adiposo
Basal seria dada por: excedente para promover o crescimento.

Faixa etária (anos) Meninas Meninos Contudo, essa recomendação deve ser avaliada
10 – 18 12,2 x P + 746 17,5 x P + 651 individualmente, considerando o período de crescimento,
maturação sexual, histórico familiar e estilo de vida de cada
Após o cálculo da TMB, deve-se multiplicar o fator atividade: adolescente.

Atividade Meninas (g/dia) Meninos (g/dia) Tabela 3 (continuação): Cálculo da estimativa das
Escola e atividade 1,5 1,6 necessidades de energia para adolescentes com
leve sobrepeso (CHEMIN & MURA).
Atividade moderada 2,2 2,5
Atividade intensa 6 6

3) Pode-se ainda utilizar o gasto energético com base no


centímetro de altura real (VITOLO, 2014):

Faixa etária (anos) Meninos Meninas


1 14,1 13,6
2a3 15,0 13,5
4a6 15,2 13,8
7 a 10 16,7 14,1
11 a 14 16,8 13,0
15 a 16 15,9 11,8

Considerar ainda se o adolescente é sobrepeso ou não,


seguem as tabelas do CHEMIN & MURA:

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 Minerais e vitaminas
A EAR deve ser utilizada na avaliação dietética de
adolescentes, bem como no cálculo de dietas para grupos
de adolescentes. Nesse último caso, é preciso conhecer o
desvio-padrão de ingestão no grupo.

O limite superior tolerável (UL) não é uma


recomendação, pois níveis de ingestão superiores causam
efeitos deletérios à saúde.

No entanto, é um guia importante para limitar o apetite


de adolescentes, especialmente aqueles que, em culto ao
melhor desempenho físico, fazem uso indiscriminado de
suplementos nutricionais.

ESPECIFICIDADES DOS MICRONUTRIENTES ( KRAUSE)


 Carboidratos: Recomenda-se cerca de 130g/dia.
1. Ferro  Todos os adolescentes têm alta necessidade de
 Proteínas (VITOLO, 2014) ferro, decorrente da síntese muscular, aumento de volume
Idade EAR (g/kg/d) RDA (g/kg/d) sangüíneo nos meninos e menarca nas meninas.
9 – 13 0,76 0,95 ou 34g/d
14 – 18 Anemia fisiológica do crescimento  reservas adequadas de
Meninos 0,73 0,85 ou 52g/d ferro, mas, em vista do rápido crescimento e aumento de
Meninas 0,71 0,85 ou 46g/d
massa magra, tem-se diminuição do ferro circulante.
WEFFORT & LAMOUNIER (2009)  a recomendação
Faixa etária Meninos (mg) Meninas (mg)
proteica seria:
(anos)
Idade RDA (g/kg/d)
11 – 14 1,0 g/kg 9 – 13 8 8
15 – 18 14 – 18 11 15
Meninos 0,90 g/kg 19 – 50 8 18
Meninas 0,80 g/kg
2. Cálcio  recomenda-se 1300mg diários para ambos os
Corresponderia de 12 a 14% do VCT. sexos.

 Fibras KRAUSE  Em função dos desenvolvimentos muscular,


A ingestão adequada (AI) de fibras possui variação com esquelético e endócrino acelerados, as necessidades de
a faixa etária e sexo. Vitolo (2014), idade +5 até os 15 anos. cálcio são maiores durante a puberdade e adolescência, que
Após, a mesma recomendação de adultos: 20 a 30g diários. na infância ou fase adulta.

Segundo CHEMIN & MURA, estabeleceu-se uma AI de A DRI de cálcio para adolescentes é de 1300mg, o que
14g/1000kcal. está entre os valores recomendados pelo NIH para ingestão
de cálcio ótima (1200 – 1500mg) para adolescentes de 11 a
Tabela 7: Recomendação de fibras para adolescentes 24 anos.
(CHEMIN & MURA).
Entretanto, segundo as pesquisas NHANES II e III,
Faixa etária Meninas (g/dia) Meninos (g/dia) observou-se diminuição do consumo de cálcio e consumo
(anos) inadequado frente às recomendações, o que pode ser
9 – 13 26 31 decorrente do alto consumo de refrigerante e diminuição do
14 – 18 26 38 consumo de leite.
19 – 50 25 38
IOM  maiores níveis de ingestão para indivíduos de 9 a 18
 CHO - Recomenda-se cerca de 130g/dia. anos que adultos, uma vez que, em meninas, há construção
de 92% da massa óssea ao redor dos 18 anos de idade.
 Lipídios - Recomenda-se cerca de 30 – 35% do VET, com
não mais de 10% das calorias de ácidos graxos saturados. 3. Zinco (KRAUSE)  O zinco é essencial para o
crescimento e maturação sexual. A retenção de zinco
Idade W3 W6 aumenta significativamente durante o estirão de
9 – 13 crescimento.
Meninos 1,2 12
Meninas 1,0 10 A ingestão limitada de zinco pode afetar o crescimento
físico, assim como o desenvolvimento de características
14 – 18 sexuais secundárias.
Meninos 1,6 16
Meninas 1,1 11
Faixa etária Meninos (mg) Meninas (mg)
WEFFORT & LAMOUNIER (2009)  A faixa de distribuição (anos)
aceitável de energia proveniente dos macronutrientes 9 – 13 8 8
segundo as DRIs (2002) seria: 14 – 18 11 9
- CHO de 45 a 65%; 19 – 50 11 8
- PTN de 10 a 30%;
- LIP de 25 a 35%.

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4. Folato  RDA de 300mcg para adolescentes de 9 a 13 Tabela 8: Pontos de corte de perímetro de cintura
anos e de 400mcg quando têm 14 a 18 anos. segundo sexo.

5. Vitamina A  grande importância devido à aceleração do Sexo Perímetro de cintura (cm)


crescimento e por contribuir para a manutenção da Risco Aumentado de Risco Muito
integridade do sistema imunológico. Recomenda-se 600mcg DCV aumentado de DCV
para ambos os sexos dos 09 aos 13 anos, de 900mcg para o ≥94 ≥102
sexo masculino de 14 a 18 anos e 700mcg para o sexo ♂
≥80 ≥88
feminino na mesma faixa etária (WEFFORT & LAMOUNIER, ♀
2009).
INDICADORES E CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
6. Vitamina C  participa da síntese de colágeno, na
cicatrização, formação de dentes e integridade capilar. IMC
Recomenda-se 45mg diários para aqueles com idade de 9 a
13 anos. Meninos de 14 a 18 anos necessitam de 75mg/dia Por recomendação da OMS tem-se utilizado para
e meninas na mesma faixa etária cerca de 65mg diários avaliação do peso corporal de adultos o IMC.
(WEFFORT & LAMOUNIER, 2009).
As principais limitações do IMC apontadas por alguns
7. Vitamina D  pela sua atuação na síntese de massa autores referem-se ao fato do IMC estabelecer correlação,
óssea e homeostase de cálcio, recomenda-se 7mcg/dia para com a altura, embora baixa, com a massa magra,
ambos os sexos, independente da faixa de idade principalmente nos homens, e com proporcionalidade
(WEFFORT & LAMOUNIER, 2009). corporal (relação do tamanho das pernas / tronco), o que
compromete sua utilização como indicador de gordura
corporal.
NUTRIÇÃO NA IDADE ADULTA
Para auxiliar na avaliação dos componentes do IMC,
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Vanitallie et al., propuseram a separação do IMC com base
no peso de gordura corporal e de massa livre de gordura,
A primeira etapa do atendimento nutricional de um adulto onde:
consiste na avaliação do estado nutricional.
IMCG (índice de massa corporal de gordura) = peso de
A prescrição da dieta deve atender ao objetivo gordura (kg) / altura em m2
dietoterápico, caso exista alguma enfermidade associada,
considerando ainda o uso de medicamentos e suplementos. IMCLG (índice de massa corporal livre de gordura) = peso
de massa magra (kg) / altura em m2
Para avaliação nutricional de adultos, são utilizados como
parâmetros essenciais o peso e a altura, os perímetros da
cintura e do quadril e as dobras cutâneas do tríceps, RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ)
bicipital, subescapular e supra ilíaca.
Indicador de gordura visceral, onde, risco aumentado
PESO para doenças cardiovasculares; HOMENS RCQ>1 e
MULHERES RCQ>0,85.
O peso corporal é constituído por massa óssea, tecido
adiposo, tecido muscular e água. Variações no curto espaço COMPOSIÇÃO CORPORAL
de tempo estão mais relacionadas a perda ou retenção
hídrica do que modificações no tecido adiposo ou muscular. A avaliação da composição corporal pode ser definida
como a mensuração e a interpretação dos valores obtidos
O peso sofre variação normal de 1,0 a 1,5kg entre o acerca dos compartimentos corporais, sendo os mais
período da manhã e o período da noite, sem significar que é avaliados: gordura corporal, massa livre de gordura, água
aumento de gordura. corporal e conteúdo mineral ósseo total.

CIRCUNFERÊNCIA DE CINTURA (CC) Obesidade  excesso de gordura corporal total e não de


peso corporal.
Tem como objetivo avaliar a adiposidade abdominal em
função de sua associação com doenças crônicas. As medidas de dobras cutâneas predizem a quantidade
de gordura corporal localizada ou total, por meio da
A OMS recomendou o uso do ponto médio entre o último avaliação subcutânea.
rebordo costal e a crista ilíaca.
Seu emprego na avaliação da gordura total se deve ao
O perímetro de cintura é o melhor indicador da gordura fato de apresentar boa correlação (r) com métodos mais
visceral, mais relacionado às doenças cardiovasculares precisos de avaliação de composição corporal (r entre 0,6 a
ateroscleróticas. 0,9, estando em alguns estudos em torno de 0,85).

A RCQ está mais relacionada à resistência à insulina. Em relação à composição corporal, avaliam-se os
compartimentos corporais e, em especial, sua associação
com o risco de adoecer (tanto por distúrbios associados à
desnutrição, quantos aqueles associados à obesidade).

Na área de Nutrição, tem-se utilizado o protocolo de


soma das quatro dobras (tríceps, bíceps, supra ilíaca e
subescapular) e densidade corporal proposto por Durnin e
Rahaman.
6
Em geral considera-se como aceitável, para adultos, O cálculo de energia pode ser feito utilizando Harris &
um percentual de gordura corporal de até 25% para homens Benedict (1919) ou pela FAO/OMS (1985).
e 30% para mulheres.
b) Proteínas  0,8g/kg/dia para ambos os sexos.
Tabela 09: Pontos de corte de adiposidade e risco
(CHEMIN & MURA) O que corresponde a 56g/dia para homens e 46g/dia
Classificação Homens Mulheres para mulheres, levando-se em conta o peso corporal de
Risco de ≤5 ≤8 referência.
distúrbios
associados a Assumiu-se um coeficiente de variação de 12% para o
desnutrição cálculo da RDA, levando-se em consideração características
Abaixo da média 6-1 9-22 como digestibilidade.
Média 15 23
Acima da média 16-24 24-31 c) Carboidratos  EAR = 100g/dia e a RDA = 130g/dia.
Risco de ≥ 25 ≥ 32
distúrbios d) Fibras
associads a
obesidade Os valores de ingestão diária de referência para fibras
totais são dados segundo sexo e idade.

Tabela 13: Recomendação de fibras para adultos


NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS (CHEMIN & MURA).

a) Energia (EER)  considerando peso e altura de Faixa etária Mulheres Homens


referência, a EER para indivíduos ativos de 19 anos é (anos) (g/dia) (g/dia)
calculada em 3.067kcal/dia para homens e 2.403kcal/dia 19 – 50 25 38
para mulheres. ≥ 51 21 30

Tabela 11: Estimativa de necessidades de energia para e) Lipídeos


indivíduos com idade igual ou superior a 19 anos
(CHEMIN & MURA). Com base na população americana, o Institute of
Medicine (2002) estabeleceu a ingestão adequada para
ácido linoléico (ômega 6) e alfa-linolênico (ômega 3)
segundo idade e sexo.

Para o ácido linoléico (ômega 6), a AI foi estabelecida como


segue:

Tabela 14: Recomendação de lipídeos para adultos


segundo o IOM.

Faixa etária Mulheres Homens


(anos) (g/dia) (g/dia)
19 – 30 12 17
51 – 70 11 14

Atenção, pois a CHEMIN & MURA não apresenta a


recomendação para adultos de 31 a 50 anos de idade.

Para ômega 3, foi estabelecida a ingestão adequada em


1,6g/dia para homens e 1,1g/dia para mulheres.

FAIXA DE DISTRIBUIÇÃO ACEITÁVEL DE


MACRONUTRIENTES

Segundo CHEMIN & MURA são aceitáveis os seguintes


valores de ingestão diária de referência de macronutrientes:

 Proteínas  10 – 35%;

 Lipídeos  20 – 35%, sendo:


o Ácido linoléico  5 – 10%;
o Ácido alfa-linolênico  0,6 – 1,2%;

 EPA ou DHA  até 10% da faixa de distribuição aceitável


de macronutrientes;

 Carboidratos  45 – 65%.

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NUTRIÇÃO EM GERIATRIA A disfagia, comum em idosos, pode ser definida como
desordem na deglutição e/ou potencial desabilidade em
O processo de envelhecimento humano é considerado deglutir, com prejuízos na segurança, na eficiência e na
um processo irreversível, natural, progressivo e dinâmico, qualidade de comer e beber. A presença de disfagia implica
promovendo alterações morfológicas, bioquímicas, em risco de aspiração.
fisiológicas, comportamentais e psicossociais.
Outras afecções comuns em idosos incluem hérnia de
ALTERAÇÕES ORGÂNICAS, FISIOLÓGICAS E hiato e ulcerações de esôfago.
METABÓLICAS DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO
6. Alterações gástricas
1. Alteração da composição corporal
Ocorre declínio da secreção ácida gástrica, que se
Com o envelhecimento ocorre aumento progressivo da relaciona com o grau de atrofia de mucosa gástrica.
massa gordurosa e diminuição da massa magra (água,
tecido ósseo e muscular). A diminuição do suco gástrico implica diretamente na
redução da secreção de fator intrínseco, responsável pela
Há concentração de gordura no tronco, com aumento de absorção da vitamina B12 pelo TGI, o que pode acarretar
gordura abdominal e diminuição da gordura periférica. em anemia megaloblástica.

Fatores que podem explicar a diminuição da massa Outro ponto é que a gastrite atrófica e acloridria são
magra em idosos: diminuição da atividade física, causas de anemia em idosos (diminuição da eficiência de
alimentação inadequada, diminuição da ACT e perda absorção de ferro).
generalizada da massa celular.
Além disso, o esvaziamento gástrico lentificado pode
Há redução da água corporal total em cerca de 15 a prejudicar a digestão, retardar a biodisponibilidade de
20% e redução de massa muscular em 11kg nos homens e algumas drogas, além de aumentar a saciedade precoce,
4kg nas mulheres, deste modo, tais alterações influenciam podendo contribuir para a anorexia do idoso.
no desenvolvimento de atividades físicas e na necessidade
calórica desses pacientes, que tende a diminuir. 7. Alterações intestinais

2. Diminuição do Metabolismo Basal Com o envelhecimento tem-se diminuição da


capacidade absortiva de micronutrientes e há aumento da
Ocorre diminuição do metabolismo basal (de 10 a 20% incidência de obstipação intestinal.
com o decorrer da idade, entre 30 e 75 anos).
8. Alterações metabólicas
3. Diminuição da acuidade dos órgãos dos sentidos
Com o envelhecimento ocorrem alterações orgânicas
A redução da sensibilidade por gostos primários (doce, funcionais no pâncreas, fígado e rins. As alterações
amargo, ácido e salgado) é considerada um dos fatores mais pancreáticas podem ocasionar diminuição da secreção de
relevantes na redução da ingestão alimentar de idosos. enzimas (prejudicando a absorção de nutrientes e hormônios
(como a insulina).
A perda da sensação de paladar pode estar relacionada a
redução do número de papilas gustativas, logo, o idoso No fígado pode ocorrer diminuição de fluxo sanguíneo,
necessita concentrar mais sabor das preparações para do tamanho dos hepatócitos e da produção de ácidos
ajustar ao paladar alterado. biliares, prejudicando a absorção de gorduras.

4. Alterações na cavidade oral Nos rins, pode-se ter capacidade diminuída para
eliminação de metabólitos e toxinas.
A ausência total ou parcial de dentes e/ou o uso
inadequado de próteses (parciais ou totais), a presença de 9. Alterações na atividade física
cáries e doenças periodontais ou a presença de xerostomia
acarretam prejuízos no processo de mastigação. Isso faz A prática de atividade física está diminuída (decorrente
com que esses indivíduos reduzam a ingestão de alguns de doença neurológica, alterações orgânicas ou por
alimentos, como carnes, frutas, verduras e legumes crus. alterações fisiológicas).

Com o envelhecimento há atrofia e perda de elasticidade FATORES PATOLÓGICOS


de todos os tecidos da cavidade oral, diminuição quantitativa
e qualitativa de saliva, redução da secreção de mucina e As doenças crônicas como osteoporose, DM, DCV,
ptialina. dislipidemias e câncer são frequentes no paciente geriátrico.

Alterações de cavidade oral podem explicar a FATORES PSICOLÓGICOS


preferência alimentar por alimentos macios, de fácil
mastigação e muitas vezes pobres em nutrientes (fibras, Algumas situações como perda do cônjuge; morar
vitaminas e minerais). sozinho ou em instituições; sensação de abandono; perda
de autonomia; perdas do papel social diante da sociedade e
5. Alterações esofágicas depressão podem causar desinteresse na alimentação.

Idosos apresentam fraqueza na musculatura faríngea e FATORES ECONÔMICOS


relaxamento anormal do músculo cricofaríngeo, deficiência
do relaxamento do EES e na peristalse primária, O baixo poder aquisitivo aliado ao aumento do gasto
prejudicando a deglutição. com medicações dificulta o acesso dos idosos à alimentação
segura, tanto em quantidade quanto em qualidade.

8
FATORES CULTURAIS
As variáveis fisiológicas que se deprimem no idoso estão
A presença de mitos, tabus, crenças, receitas e apresentadas na tabela 1.
medicações caseiras podem prejudicar o tratamento de
saúde, controle de doenças e oferta de alimentos.

Índice metabólico basal Dentição


Colesterol sérico Sede
Hemoglobina Salivação (a viscosidade salivar aumenta)
Tolerância à glicose Sensibilidade gustative
Densidade óssea Sensibilidade olfativa
Síntese proteica Acuidade visual
Água corporal total Capacidade motora
Peso corporal Absorção gastrientestinal
Capacidade respiratória máxima Motilidade gastrintestinal
Capacidade renal
Tab. 12: Variáveis fisiológicas que se deprimem no idoso segundo DAN WAITZBERG.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Alimentar-se


Transferência cama-poltrona
Foi estabelecido um índice de Desnutrição do Idoso Mobilidade interna/externa
(IDI) levando-se em consideração pelo menos duas Vestir-se
variáveis: antropometria (DCT, DCSE, AMB abaixo do p5) Banhar-se
e/ou valores bioquímicos reduzidos, albumina <2,8g/100ml e Toalete
CTLP<900céls/mm3. Continência
A história dietética deve levar em consideração as - Atividades instrumentais de vida diária:
alterações do paladar e de cavidade oral, já descritas
Uso do telefone
anteriormente.
Viajar
As variáveis antropométricas devem ser avaliadas Fazer compras
cuidadosamente, uma vez que tem-se alterações nos Cozinhar
depósitos musculares e gordurosos. Leves serviços domésticos
Tomar remédios
AVALIAÇÃO MULTIDISCIPLINAR Gerenciar as finanças

O modelo de avaliação multidisciplinar melhora NUTRITIONAL SCREENING INITIATIVE - DETERMINE


significativamente o cuidado total fornecido. As medidas de
estado funcional avaliam a capacidade dos indivíduos de A iniciativa de Avaliação Nutricional feito pela American
realizar as tarefas necessárias para lidar com a vida diária e Academy of Family Physicians (AAP), American Dietetic
com o próprio ambiente. Association e o National Council on Aging desenvolveu um
Checklist Nutricional baseado em sinais do idoso. Esta nova
Deve ser realizada a avaliação de atividade diária: ferramenta está disponível em www.aafp.org/nsi/palm.html, o
- Atividades da vida diária: chamado formulário DETERMINE.

Idade: _______
Nome: ______________________________________________________________________
Data: ___/___/_____
QUESTÒES RESPOSTAS
AFIRMATIVAS
(pontos)
Você tem alguma doença que o fez mudar o tipo/quantidade de alimentos que consome? 2
Você consome menos que duas refeições por dia? 3
Você bebe três ou mais doses de cerveja, licor ou vinho quase todos os dias? 2
Você consome poucas frutas, legumes, verduras ou produtos lácteos? 2
Você tem problemas bucais que dificultam sua alimentação? 2
Você nem sempre tem dinheiro suficiente para comprar os alimentos que necessita? 4
Você come sozinho nas maiorias das vezes? 1
Você usa três ou mais medicamentos diferentes prescritos ou por conta própria ao dia? 1
Você ganhou ou perdeu cerca de 4,5kg nos últimos 6 meses, involuntariamente? 2
Você nem sempre tem condições físicas para fazer compras, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho? 2

PONTUAÇÀO
0 – 2 – BOM! - Revisar em 6 meses.
3 – 5 – RISCO NUTRICIONAL MODERADO! – Verifique o que você pode fazer para melhorar seus hábitos alimentares e seu
estilo de vida.
6 ou mais - RISCO NUTRICIONAL ALTO! – Procure ajude de um médico ou nutricionista.

9
O Checklist Nutricional é baseado nos sinais de advertência descritos a seguir.
(Utiliza-se a palavra DETERMINE em inglês como lembrete dos sinais de advertência.)

Doença: Qualquer doença, enfermidade u condição crônica que faça com que você mude a maneira de comer ou dificulte a
alimentação, coloca sua saúde nutricional em risco. Quatro de cinco adultos têm doenças crônicas que são afetadas pela dieta.
Estima-se que confusão ou perda de memória, que contribuem para piorar, afetem um de cinco ou mais de adultos idosos. Isto
pode tomar difícil lembrar-se o que, quando ou se você comeu. Sentir-se triste ou deprimido, o que acontece com um em oito
adultos idosos, pode causar grandes alterações no apetite, digestão, nível de energia, peso e bem-estar.
Comer pouco: Comer muito pouco ou comer em demasia levam a uma saúde precária. Ingerir os mesmos alimentos um dia
após o outro ou não consumir frutas, hortaliças e produtos lácteos também irá ocasionar uma saúde nutricional precária. Um em
cinco adultos pula refeições diariamente. Apenas 13% dos adultos consomem a quantidade mínima de frutas e vegetais
necessários. Um em quatro adultos mais velhos bebe muito álcool. Muitos problemas de saúde se tornam piores se você beber
mais de um ou duas bebidas alcoólicas ao dia.
Perda de dentes/dor na boca: Boca, dentes e gengivas saudáveis são necessários para se alimentar. Dentes ausentes,
amolecidos ou cariados ou próteses que não estão bem adaptadas, tornam a alimentação difícil.
Dificuldade econômica: Até 40% dos americanos idosos têm renda inferior a 6 mil dólares ao ano. Ter menos ou escolher
gastar menos que 25 a 30 dólares por semana para a alimentação torna muito difícil obter os alimentos que você precisa para se
manter saudável.
Contato social reduzido: Um terço das pessoas idosas vive sozinha. Estar com as pessoas diariamente dá um efeitos positivo
sobre a moral, o bem-estar e a alimentação.
Medicamentos múltiplos: Muitos americanos idosos devem tomar medicamentos para problemas de saúde. Quase metade dos
americanos idosos toma vários medicamentos todos os dias. Envelhecer pode mudar a maneira de responder às drogas. Quanto
mais medicamentos você tomar, maior a chance de efeitos colaterais, como mais ou menos apetite, mudança no paladar,
constipação, fraqueza, tontura, diarreia, náusea e outros. As vitaminas ou minerais, quando tomados em grandes doses, atuam
como drogas e podem prejudicar. Alerte o seu médico sobre tudo que você toma.
Perda/ganho de peso involuntário: A perda ou ganho de peso involuntário quando você não está tentando fazê-lo é um sinal de
advertência importante que não deve ser ignorado. Estar com sobrepeso u abaixo do peso também aumenta a sua chance de
saúde precária.
Necessidade de auxílio no autocuidado: Apesar da maioria das pessoas idosas serem capazes de comer sozinhas, uma em
cada cinco tem problemas para caminhar, fazer compras ou compras ou comprar e preparar os alimentos, especialmente
conforme envelhecem.
Mais de 80 anos: A maioria das pessoas idosas leva vidas completas e produtivas. Porém, conforme a idade aumenta, o risco de
debilidade e problemas de saúde aumenta. Verificar sua saúde nutricional regulamente é de bom senso.
Fig. 2: Questionário DETERMINE de avaliação nutricional do idoso.

MINIAVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN) indicam alto risco de desnutrição ou desnutrição já


estabelecida.
O rastreamento da DEP em idosos pode ser feita com a
MAN, em pacientes ambulatoriais, hospitalizados ou em Os dados de NHANES sugerem que os adultos mais
clínicas geriátricas. velhos estão em risco de desnutrição pela presença de
doenças, incapacidade física, polifármacos, saúde dental e
A triagem é feita na primeira parte da MAN, onde serão oral prejudicadas, isolamento social, limitações financeiras
considerados de risco aqueles que pontuam com 11 pontos ou saúde mental prejudicada.
ou menos, devendo continuar a avaliação.
O melhor instrumento validado para a avaliação é a segunda Segundo KRAUSE uma boa ferramenta para diagnóstico
parte da MAN. nutricional é a Mini Avaliação Nutricional que consiste de
questões e medidas antropométricas para determinar um
Valores entre 24 e 30 indicam ausência de risco escore indicador de desnutrição.
nutricional, de 17 a 23,5 indicam risco e abaixo de 17

MINI AVALIAÇÀO NUTRICIONAL – MNA


TRIAGEM
Item Questionamento Pontuação
A A ingestão de alimentos diminuiu nos últimos 3 meses devido à falta de apetite, problemas digestivos,
dificuldade de mastigação ou deglutição?

Escore 0 = redução severa na ingestão de alimentos


1 = redução moderada na ingestão de alimentos
2 = não houve redução na ingestão de alimentos
B Perda de peso involuntária nos últimos 3 meses?

Escore 0 = perda de peso superior a 3 kg (6,6 libras)


1 = não sabe
2 = perda de peso entre 1 e 3 kg (2,2 e 6,6 libras)
3 = nenhuma perda de peso
C Mobilidade?

Escore 0 = preso à cama ou à cadeira


1 = pode sair da cama/cadeira, mas não sai
2 = sai

10
D Sofreu estresse psicológico ou doença aguda nos últimos 3 meses?

Escore 0 = sim
1 = não
E Problemas neuropsicológicos?

Escore 0 = demência severa ou depressão


1 = demência leve
2 = sem problemas psicológicos
F Índice de Massa Corporal (IMC)?

Escore 0 = IMC menor do que 19


1 = IMC 19 até menos do que 21
2 = IMC 21 até menos do que 23
3 = IMC 23 ou maior
Pontuação total da triagem (máximo de 14 pontos)

12 pontos ou mais: Normal, não está em risco. Não precisa de avaliação complementar.
11 pontos ou abaixo: possível desnutrição.
AVALIAÇÃO GLOBAL
Item Questionamento Pontuação
G Vive independentemente (não em uma casa de repouso)?

Escore 0 = não/ 1 = sim


H Toma mais de 3 medicamentos receitados por dia?

Escore 0 = sim / 1 = não


I Escaras ou úlceras cutâneas?

Escore 0 = sim / 1 = não


J Quantas refeições completas o paciente faz diariamente?

Escore 0 = 1 refeição / 1 = 2 refeição / 2 = 3 refeição


K Selecionar os marcadores de consumo para ingestão de proteínas
» Pelo menos uma porção de produtos lácteos por dia? ( ) sim ( ) não
» Duas ou mais porções de ovos por semana? ( ) sim ( ) não
» Carne, peixe ou frango todo dia? ( ) sim ( ) não

Escore 0.0 = se 0 ou 1 uma resposta sim / 0.5 = se 2 respostas sim / 1.0 = se 3 respostas sim
L Consome duas ou mais porções de frutas ou verduras por dia?

Escore 0 = não / 1 = sim


M Qual a quantidade de líquido (água, suco, café, chá, leite) consumida por dia?

Escore 0.0 = menos de 3 xícaras / 0.5 = 3 a 5 xícaras / 1.0 = mais de 5 xícaras


N Modo de alimentação?

Escore 0 = não consegue se alimentar sem ajuda / 1 = alimenta-se sozinho com alguma dificuldade
2 = alimenta-se sozinho sem problemas
O Ponto de vista pessoal da condição nutricional

Escore 0 = vê-se desnutrido / 1 = não tem certeza de sua condição nutricional


2 = vê-se sem problemas nutricionais
P Em comparação com outras pessoas da mesma idade, como o paciente avalia sua condição de
saúde?

Escore 0.0 = não tão boa / 0.5 = não sabe / 1.0 = tão boa quanto/ 2.0 = melhor
Q Circunferência braquial (CB) em cm

Escore 0.0 = CB menor do que 21 / 0.5 = CB 21 a 22 / 1.0 = CB 22 ou maior


R Circunferência da Panturrilha (CP) em cm

Escore 0 = CP menor do que 31 / 1 = CP 31 ou maior


Avaliação do Estado Nutricional

 De 17 a 23,5 pontos: Risco de desnutrição


Menos de 17 pontos: Desnutrido
Fig. 3: Miniavaliação Nutricional

11
Preconiza-se, dentre outros o uso de métodos objetivos Em idosos é a medida mais sensível de massa muscular.
(antropometria, composição corporal e exames bioquímicos). Indica mudanças de massa magra que ocorrem com o
envelhecimento e diminuição da atividade.
a) Antropometria
 IMC – 22 a 27kg/m2 (CHEMIN&MURA 2011; CUPPARI
Medidas: 2014; VITOLO 2014) ou 24 a 29kg/m 2 (KRAUSE, 2015)
 Estatura (que pode ser estimada pela altura do joelho ou
pela hemienvergadura do braço):  Circunferência muscular do braço
 Área muscular do braço
O valor de estatura pode diminuir com o avanço da  Área muscular do braço corrigida  com ajuste da área
idade, em razão do achatamento dos discos intervertebrais e óssea à equação de Gurney e Jellife de área muscular do
do arco plantar dos pés e do enfraquecimento de braço.
musculatura da perna.
As medidas de perimetria e circunferência serão
Há declínio (embora sem consenso) de 1,2 – 4,2cm a comparadas junto às tabelas do FRISANCHO (1990).
cada 20 anos, a partir dos 30 anos. Chumlea propõe
equações para estimativa de altura. AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESNUTRIÇÃO (WAITZBER,
2009)
Tab. 14: Fórmula para estimar a altura a partir da altura
do joelho Presença de pelo menos dois sinais:
Homem Mulher - perda de 2kg no ultimo mês ou 4kg nos últimos 6 meses;
64,19 - (0,04 x idade) + 84,88 - (0,24 x idade) + - perda de 15-20% do peso adulto normal;
(2,02 x altura do joelho) (1,83 x altura do joelho) - duas refeições por dia;
- dieta especial ou para perda de peso;
O valor estimado da altura pode ser usado para cálculo do - baixa ingestão oral;
IMC e das necessidades energéticas. - problema oral ou dentário;
- perda da autonomia física ou psicológica;
 Peso, que pode ser estimado segundo a fórmula de - constipação (obstipação) intestinal grave;
Chumlea, com a combinação das medidas de panturrilha, - dificuldade de deglutição;
joelho e braço, onde: - morar sozinho ou depressão;
- mais que cinco medicações por dia;
HOMEM = (0,98 x perímetro de panturrilha) + (1,16 x altura - doença aguda ou crônica.
do joelho) + (1,73 x circunferência do braço) + (0,37 x dobra
cutânea subescapular) – 81,69
RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS NO ENVELHECIMENTO
MULHER = (1,27 x perímetro de panturrilha) + (0,87 x altura
do joelho) + (0,98 x circunferência do braço) + (0,4 x dobra As DRIs atuais, estabelecidas para otimizar a saúde de
cutânea subescapular) – 62,35 indivíduos e grupos, fornecem uma diretriz para avaliar a
conhecimentos sobre as necessidades nutricionais.
Quando não há possibilidade de mensuração ou
estimativa do peso, pode-se utilizar o peso habitual.  Energia

 Perímetro do braço As necessidades diminuem com a idade em função das


alterações de composição corporal e diminuição na taxa
No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em metabólica basal e redução de atividade física.
pé, a mensuração é feita com individuo sentado ou deitado.
Em acamados, a medida é realizada em decúbito lateral. Um IMC desejável pode ser estimado com relação à
idade da pessoa para determinar uma estimativa mais
 Dobra cutânea tricipital apropriada da necessidade de energia.

No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em ATENÇÃO: CHEMIN & MURA / VITOLO 2014  IMC
pé, a mensuração é feita com individuo sentado ou deitado. adequado 22 a 27kg/m2!
Em acamados, a medida é realizada em decúbito lateral.
As necessidades energéticas totais diárias normalmente
 Dobra cutânea subescapular são estimadas de acordo com a taxa de metabolismo basal
(TMB), que contribui com cerca de 60 a 75% do VCT.
No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em
pé, a mensuração é feita com individuo sentado ou deitado. Em geral, utiliza-se a equação de Harris & Benedict. A partir
Em acamados, a medida é realizada em decúbito lateral. da TMB, multiplicam-se os fatores atividade, lesão e térmico,
onde:
 Perímetro da cintura
HOMENS:
No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em TMB = 66 + (13,7 X P) + (5 X A) – (6,8 X I)
pé, esta medida não se aplica.
MULHERES:
 Perímetro do quadril TMB = 655 + (9,6 X P) + (1,7 X A) – (4,7 X I)

No caso de idosos impossibilitados de permanecerem em VCT = TMB x FA x FL x FT


pé, esta medida não se aplica.

 Perímetro da panturrilha

12
Tabela 15: Fatores atividade, lesão e térmicos a serem Tabela 17: Fatores atividade a serem utilizados na
utilizados nas equações de Harris & Benedict (CHEMIN equação da FAO/OMS (CHEMIN & MURA).
& MURA).
Fator atividade Fator lesão (lesão, Fator Nível de Homens Mulheres
(HOSPITALIZADO) estresse) térmico atividade
Acamado = 1,2 Pacientes não 38°C = Muito leve 1,3 1,3
Acamado + complicados = 1 1,1 Leve 1,6 1,5
Móvel = 1,25 Pós-operatório câncer = 39°C=1,1 Moderado 1,7 1,6
Ambulante = 1,3 1,1 Intenso 2,1 1,9
Fratura = 1,2 40°C=1,3 Muito intenso 2,4 2,2
Sepse = 1,3 41°C=1,4
Peritonita = 1,4
Multitrauma reabilitação DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES (CHEMIN &
= 1,5 MURA)
Multitrauma + sepse =
1,6 Os valores de distribuição de macronutrientes:
Queimadura 30 – 50% =  Proteínas  10 – 35% ou 0,8g/kg/dia;
1,7  Lipídeos  20 – 35%, sendo:
Queimadura 50 – 70% = o Ácido linoléico  5 – 10% (14g/dia para homens e
1,8 11g/dia para mulheres);
Queimadura 70- 90% = 2 o Ácido alfa-linolênico  0,6 – 1,2% (1,6g/dia para
Fonte: Kinney;Wilmore;Long;Elvin apud Avesani et al. homens e 1,1g/dia para mulheres);
 EPA ou DHA  até 10% da faixa de distribuição aceitável
Segundo CHEMIN & MURA equação de Harris & Benedict de macronutrientes;
são mais indicadas, uma vez que a equação da FAO/OMS  Carboidratos  45 – 65% (RDA de 130g/dia).
não diferencia idade (considerando como de mesma TMB
indivíduos de 60 e 90 anos, por exemplo), entretanto, as KRAUSE  Segundo KRAUSE, uma ingestão de proteína
equações da FAO podem ser utilizadas, onde: de 1,0 a 1,25g/kg é geralmente segura para adultos mais
velhos.
Tab. 16: Fórmulas de predição de TMB pela FAO/OMS
1985. Tabela 18: Necessidades de proteína segundo estado
Homens Mulheres nutricional (KRAUSE)
TMB = 13,5 x P + 487 TMB = 10,5 x P + 596 Condição Albumina Necessidade de
(g/dL) proteína (g/kg/dia)
A partir da TMB, para cálculo do valor calórico total, Estado >3,5 0,8
multiplica-se o fator atividade, onde: VCT = TMB x FA nutricional
adequado
Depleção suave 2,8 – 3,5 1,0 – 1,2
Depleção 2,1 – 2,7 1,2 – 1,5
moderada
Depleção grave <2,1 1,5 – 2,0

Faixa etária Redução da necessidade calórica Desconto diário em kcal/d


51 |-| 75 10% = 200
= 200
76 |- 20-25% = 500
= 400
Tab. 18: Fator de correção de necessidades energéticas.

NECESSIDADES HÍDRICAS - genética;


- componentes dietéticos  baixa ingestão de alimentos
As sensações de sede diminuídas, a ingestão reduzida, ricos em cálcio, alimentação rica em proteínas; ingestão
o acesso limitado ao fluido, a função renal diminuída e a hiperfíbrica que diminui a absorção de cálcio e alimentação
incontinência urinária aumentam o risco de infecção. deficiente em vitamina D;
- medicamentos  diuréticos e antiácidos à base de
WAITZBERG (2009)  1ml/kcal ou 30ml/kg. alumínio;
- redução da lactase;
CHEMIN & MURA recomenda no mínimo 1500mL/dia ou 1,0 - alterações no metabolismo  hipocloridria; e
a 1,5mL/kcal. - inatividade física.

NECESSIDADES DE MICRONUTRIENTES O aumento da recomendação de cálcio para idosos foi


estabelecido em razão das intercorrências que ocorrem
 Minerais neste estágio de vida. Recomenda-se 1200mg /dia para
prevenir ou reduzir a doença óssea do idoso.
CÁLCIO:
A manutenção dos níveis adequados de cálcio não está WAITZBERG (2009)  1.200 a 1.500mg. A UL de cálcio é
limitada apenas à ingestão do mineral, pois outros fatores 2500mg/dia.
afetam sua retenção:
- estado hormonal  menopausa;
- sexo  incidência de osteoporose é maior nas mulheres;
- etnia;

13
ZINCO: irregular e deficiente à luz solar ou indivíduo com diminuída
Um baixo consumo está associado com prejuízo imune, massa renal.
anorexia, diminuição do paladar, demora de cura de feridas
e desenvolvimento de úlceras de pressão. O metabolismo da vitamina D pode estar afetado pelo
uso de esteróides, que podem induzir perda óssea. Doses
Recomenda-se: em excesso podem induzir hipercalcemia e aumentam o
Idade Homens (mg) Mulheres (mg) risco de calcificação metastática de tecidos moles.
51– 70 anos 11 8
>70 anos 8 8 Não é conhecido se a absorção fisiológica está
diminuída em razão da idade. WAITZBERG (2009) 
 Vitaminas mínimo de 5mcg/dia.

É importante ressaltar a relação entre saúde e nutrição, Recomenda-se 10mcg/dia para idosos de 51 a 70 anos e
particularmente em relação às necessidades de vitaminas 15mcg para aqueles com idade superior a 70 anos.
antioxidantes como tocoferóis, carotenóides e vitamina C.
VITAMINA E:
Os antioxidantes atuam como um tampão contra o dano Pode ser benéfico intensificar o consumo de vitamina E
celular que pode ocorrer durante o funcionamento celular em adultos mais velhos, por sua atividade antioxidante e um
normal. As ingestões subótimas de vitaminas-chave podem papel importante na prevenção de catarata.Recomenda-se
colocar uma pessoa em risco de enfermidade crônica, 15mg ao dia para pacientes idosos.
especialmente nos idosos.
Tab. 19 Relação entre nutrientes e cérebro – KRAUSE
VITAMINA C: 2013
Envolvida na síntese de colágeno e carnitina. Os adultos Função cerebral Ingestão inadequada
mais velhos com frequência possuem menores níveis Perda de memória de curto B12, vitamina C
séricos de vitamina C. prazo
Resultados fracos em testes B2, folato, B12, vitamina C
O estresse, o fumo e medicações podem aumentar as de resolução de problemas
necessidades deste micronutriente. Encorajar o consumo de Demência B1, zinco
alimentos ricos em vitamina C pode ser eficaz. Capacidade cognitiva Folato, B6, B12, ferro
Degeneração de tecido B6
A ingestão de 150 – 250mg de vitamina C pode ser cerebral
protetora para catarata. O fumo aumenta o estresse
oxidativo, então para fumantes, recomenda-se o
aumento de 35mg além da DRI. RECOMENDAÇÕES GERAIS SEGUNDO KRAUSE (2010)

VITAMINA D: Segundo a KRAUSE (2010), idosos possuem menor


A necessidade de vitamina D é dependente da consumo de calorias, gorduras totais, fibra, cálcio, magnésio,
concentração de cálcio e fósforo da dieta e a idade da zinco, cobre, ácido fólico, B12, vitaminas C, E e D. Deste
pessoa, sexo, grau de exposição à luz solar e a quantidade modo, os requerimentos nutricionais e as recomendações
de pigmentação da pele. devem ser realizadas com base nestas prováveis
deficiências, onde:
A capacidade de sintetizar vitamina D a partir da luz
solar é aproximadamente 60% menor nos adultos mais - consumir B12 em sua forma cristalina (alimentos
velhos. A influência da idade na absorção da vitamina D pelo fortificados ou suplementos);
TGI não é clara. A vitamina D pode ajudar a cicatrizar as - consumo extra de vitamina D;
lesões de pele, especialmente aquelas causadas por - consultar um provedor de Health Care sobre estratégias
psoríase. para perda de peso, antes de iniciar programas de
emagrecimento;
A suplementação dietética de cálcio e vitamina D - realizar atividades físicas regulares para reduzir o declínio
melhora a densidade óssea e pode prevenir fraturas nos funcional associado ao envelhecimento;
adultos mais velhos saudáveis. - procurar consumir não mais que 1500mg de sódio/dia e
consumir 4700mg de potássio, sempre de alimentos;
Os menores níveis de vitamina D foram observados em - não consumir leite e laticínios não pasteurizados;
idosos institucionalizados e confinados, com exposição - consumir certas iguarias de carne ou salsicha fervidas ou
cozidas no vapor.

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