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Muitas empresas focam sua eficiência nos custos, mas o que realmente oferece a
oportunidade de aumentar seu lucro é o preço dos seus produtos e serviços.
Para gerentes e diretores que têm pouca ou nenhuma experiência em preço, esta
apostila servirá como uma importante introdução aos conceitos e às melhores
práticas de precificação. Ganharão rapidamente uma proeficiência e segurança
Muitas empresas
para lidar com os problemas e as oportunidades do preço.
focam sua eficiência
nos custos, mas o que
Para os profissionais com experiência neste tema, esta é uma ótima oportunidade
realmente oferece a
para rever os principais conceitos e atualizar-se com as informações mais
oportunidade de
recentes do mercado.
aumentar seu lucro é
o preço dos seus
Aproveite tudo o que está sendo abordado nesta apostila para aprender, estudar
e, principalmente, aplicar na sua empresa. Cada novo conhecimento apresentado, produtos e serviços.
“Aquele que gera uma nova prática de mudança, de aprimoramento.
aprende, mas não
pensa, está
perdido. Aquele Boa leitura e bom aprendizado!
que pensa, mas
não aprende, está
em perigo”
CONFUCIO
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2. A análise do preço
2.1 Análise do comportamento do consumidor
- Sensibilidade da demanda
- Conceito de valor
2.2 Análise da concorrência
2.3 Análise dos custos e impacto financeiro
Resumo e Conclusão
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Vamos explicar cada uma dessas técnicas para que você possa, ao final, desenvolver uma
correta estratégia de precificação.
“Não é quanto
você paga, mas
quanto custa” 1.1 PREÇO = CUSTO + MARGEM
WILL ROGERS
Essa é a técnica financeira de precificação. Neste modelo, uma margem de lucro é
adicionada ao custo total do produto (custo fixo + variável) para se chegar ao preço final.
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A fórmula é:
Gestão em PREÇO = custo fixo + custo variável + outros custos + margem de lucro desejada
Vendas Margem
desejada
Para que esse cálculo fique mais próximo da realidade, você precisará projetar
seus custos baseando-se em um número estimado de produção. Com isso, você
também será capaz de identificar o possível faturamento daquele produto ou Custo
serviço, indicando sua viabilidade econômica para a empresa. variável
PREÇO
As vendas reais provavelmente serão diferentes das projetadas, e então você terá:
CASO 1: VENDAS MENORES que o planejado: o preço calculado através deste Custo
fixo
modelo ficou maior do que o mercado quer pagar. Se você diminuir seu preço,
perderá parte da sua margem de lucro estipulada como a ideal, comprometendo o
crescimento da empresa.
Este é um indicativo de que alguma variável da fórmula está acima do que deveria
(seja a margem estipulada ou os custos alocados). Se você quiser continuar com a
produção do produto ou serviço e não deseja diminuir sua margem de lucro, terá de
rever os custos – fixos e variáveis – e tentar uma renegociação ou alguma mudança
estratégica no produto ou serviço (eliminando algum atributo, por exemplo).
CASO 2: VENDAS MAIORES que o planejado: você pode perder negócios e dinheiro.
Esse é um problema principalmente para empresas que têm pouca capacidade de A desvantagem é que
produção. Nesta situação, todos os produtos e serviços serão vendidos e se não geralmente faz com que
houver capacidade para aumentar a produção você certamente terá uma demanda as empresas se
perdida. comprometam com os
custos do produto ou
A grande desvantagem deste modelo (preço=custo+margem) é que obriga os serviço antes mesmo de
diretores e gerentes a estipularem seus custos antes de identificar qual é o preço saber se os clientes
aceitável pelo mercado. Ou seja, faz com que as empresas se comprometam com os necessitam daquela
custos do produto ou serviço antes mesmo de saber se os clientes necessitam oferta e quanto estão
daquela oferta e quanto estão dispostos a pagar ela. dispostos a pagar por ela.
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Vendas Neste modelo de precificação a empresa tenta cobrar um preço próximo do que
os concorrentes estão cobrando. Preço
Preço Preço
A C
Algumas empresas que possuem uma oferta um pouco inferior do que a de seus B
principais concorrentes acabam atraindo uma parcela da demanda que é sensível
ao preço. Essa estratégia pode ser eficiente quando o conhecimento dos clientes
sobre os produtos ou serviços similares é baixo – ou seja, não conseguem
identificar vantagens.
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Na maioria dos casos, essa é uma estratégia arriscada porque uma vez que os
Gestão em clientes descobrem que são eles os formadores do preço do produto ou serviço,
Vendas podem tentar baixá-lo ao máximo, utilizando técnicas de negociação e
repassando informações errôneas que interferirão no estabelecimento de um
preço também errado.
Geralmente a empresa cobra o maior preço que espera ter e dá liberdade para
a equipe comercial negociar para baixo este preço, caso a caso, com cada um
dos clientes. CLIENTE PREÇO
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A B
Valor percebido
Matriz 1: Grupos de consumidores
C D
Sensibilidade ao preço
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Vendas Para estimar o preço ideal dos seus produtos e serviços, temos que falar
primeiro de elasticidade de demanda. Elasticidade de demanda nada mais é do
que a sensibilidade que seus clientes têm ao preço do seu produto ou serviço.
Quando você muda o preço dos seus produtos ou serviços, para cima ou para
baixo, suas vendas aumentam ou diminuem proporcionalmente?
DEMANDA
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Vendas
demanda
Aqui está um exemplo fictício de como o
gráfico se comporta quando a demanda é
30 mil
elástica. Percebe-se que uma variação no preço, Unid.
mesmo que pequena, provoca uma grande
diferença na quantidade vendida.
10 mil
Unid.
preço
R$50,00
R$58,00
R$70,00
Gráfico 2. Baixa sensibilidade ao preço – demanda inelástica
50 mil
Unid.
demanda
Aqui está um exemplo fictício de como o
gráfico se comporta quando a demanda é
inelástica. Percebe-se que uma veriação no 30 mil
Unid.
preço provoca pouca (as vezes nenhuma)
diferença na quantidade vendida.
10 mil
Unid.
preço
R$50,00
R$58,00
R$70,00
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A maioria dos produtos e serviços tem uma relação de preço negativa (ou inversa),
ou seja, quando os preços aumentam, a procura diminui e quando os preços diminuem,
a procura aumenta. Uma relação negativa/inversa significa uma alta sensibilidade da
demanda ou demanda elástica.
Mas não se esqueça que essa sensibilidade está também muito ligada a outros fatores e
não somente ao preço em si:
“quais são as outras opções que seus clientes têm para comprar?”
“quão indispensável é o seu produto/serviço para ele?”
“qual a renda disponibilizada para essa compra?”
“quanto tempo há disponível?”
Entre outros.
Calcular a elasticidade da demanda pode levar tempo e dinheiro. Além disso, ela
provavelmente só será válida para aquele período de tempo em que foi estudada. Ou
seja, para estimar a sensibilidade ao preço dos seus clientes, será necessário um
estudo constante pois há variáveis externas que mudam toda hora e você terá que
“Uma bem construída levar isso em consideração.
estimativa numérica pode
valer mais do que mil
palavras” Muitas empresas não têm os recursos necessários para determinar e utilizar a
elasticidade da demanda com precisão. Independentemente disso, o mais importante
CHARLES SCHULTZE é conhecer e entender esse conceito. Ele é bastante discutido em qualquer livro ou
artigo sobre precificação estratégica. É um conceito de economia bastante utilizado
que ajuda a responder o que é e qual é o “preço ideal”.
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Gestão em Com a sua (e da sua equipe) experiência em vendas e conhecimento dos seus clientes,
Vendas é possível traçar ao menos um esboço da sensibilidade de preço de cada um dos seus
produtos e serviços.
Se a empresa permitir, faça alguns testes com um banco de dados externo, testando
dois diferentes preços e veja o que acontece com as suas vendas. Por exemplo: junte
mil nomes de possíveis clientes de uma mesma cidade. Para 500 deles, envie uma mala-
direta com um preço X. Para os outros 500, envie a mesma mala-direta porém com um
preço Y. Depois, analise quantos retornos o preço X teve e quantos o preço Y teve.
Trace o esboço da sua sensibilidade de demanda.
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Se seu cliente achar que seus produtos/serviços tem mais valor do que a própria
Gestão em empresa consegue justificar, você achou petróleo! Seus preços poderão - e deverão - ser
Vendas estabelecidos acima do patamar idealizado pela empresa.
Mas se você tem essa diferença de percepção, você terá que resolvê-la para poder de
fato precificar seus produtos/serviços através deste modelo. Você poderá:
- investir em marketing para comunicar de uma maneira mais adequada as vantagens e
possibilidades da sua oferta, melhorando a perspectiva do cliente e aumentando sua
visão de valor; ou
- aceitar a perspectiva do cliente atual e ajustar a visão de valor da empresa para que a
precificação não seja feita baseada em percepções erradas.
Em qualquer uma dessas opções, você terá que enfrentar um dilema estratégico não só
de precificação, mas sim de existência do produto/serviço, seus objetivos, custos, etc.
“Não se esqueça Veja a seguinte matriz:
que diferenciação
do seu produto ou
serviço não é Valor para a empresa 4 2
diferenciação até
Matriz 2: Valor para o vendedor e
que seu cliente a
perceba” para o comprador
PETER DRUCKER
1 3
Valor para o cliente
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2 Alto valor para o comprador e alto valor para o vendedor: aqui também a
percepção de valor é a mesma para ambos os lados. Seu preço deverá certamente ser
estabelecido em patamares mais altos, já que o cliente reconhece e percebe o valor do
produto/serviço.
3 Alto valor para o comprador e baixo valor para o vendedor: aqui você
certamente está perdendo uma grande oportunidade, pois está deixando de cobrar mais
por seus produtos/serviços, perdendo lucratividade. Está deixando dinheiro na mesa.
Parece que não, mas este é um grande problema, pois muitas empresas não percebem
isso a tempo e acabam perdendo grandes e substanciais negócios, ou até falindo pela
insuficiência de margem de lucratividade em seus preços.
Sem ter conhecimento do valor que seus produtos/serviços têm para seus clientes,
as empresas geralmente estabelecem preços baixos em relação ao mercado, com medo
de perder vendas. Mas perdem, na verdade, lucratividade.
Além disso, muitas vezes perdem também clientes – que podem ficar desconfiados
sobre porque um produto/serviço como esse está tão “barato” levando em consideração
o valor que podem agregar. Se este é o seu caso, não perca mais dinheiro!
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2. Saber o que o cliente quer: seus produtos/serviços podem ter atributos avançados,
Gestão em mas que seus clientes não precisam ou não querem. De nada adianta você oferecer 40
Vendas opções de cores se seu público-alvo quer apenas 5. Veja que você estará tendo custos
completamente desnecessários e que no final das contas acabam prejudicando mais
ainda o valor percebido pelo cliente.
3. Reconheçer seus limites: seus produtos ou serviços podem não oferecer um valor
maior do que os seus clientes dizem. Ou seja, a empresa está se enganando. Isso
geralmente é resultado de falta de conhecimento do mercado, dos concorrentes, dos
clientes e do resultado final que eles têm.
Para precificar
A solução aqui é realmente investir tempo e dinheiro para descobrir o que acontece corretamente é
com o produto/serviço que é comprado... o que acontece com ele? Para onde ele vai? necessário identificar a
Como ele é utilizado pelos consumidores? Que resultados esses consumidores alcançam? percepção de valor para o
Você tem de conhecer muito bem seus produtos/serviços e o que eles podem fazer pelo cliente e para a empresa.
seus clientes. Isso é regra. Dessa relação, surgirão as
informações para que
você atribua um preço
Para precificar corretamente seus produtos/serviços, é necessário que você adequado.
identifique a percepção de valor para o cliente e valor para a empresa. Dessa relação,
surgirão as informações primordiais para que você consiga atribuir um preço adequado.
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principalmente como uma boa maneira de você avaliar seus pontos fortes, pontos
Gestão em fracos, e como melhorar constantemente.
Vendas Se as empresas não tivessem concorrentes, ficariam obsoletas dentro de pouco tempo.
Seriam bastante indiferentes na relação com seus clientes.
Por isto, a análise do preço não pode deixar de levar em conta também essa força
externa que nos faz constantemente estar em busca de diferenciação (em todas as
formas). O preço de nossos produtos/serviços é muito influenciado por esta competição.
Pontue, para cada um desses fatores, uma nota (de 1 a 5; ou Excelente; Médio; Ruim)
para seus produtos/serviços e dos concorrentes. Depois, basta somar os pontos para
descobrir sua vantagem sobre a concorrência. Lembre-se, quanto maior for essa
diferença (com valor maior para sua empresa), mais poderá cobrar por seus
produtos/serviços. Veja a seguir um exemplo que como usar essa matriz:
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Mas terá que tomar cuidado com o preço do concorrente A, já que o cliente tem o
conhecimento da superioridade do produto/serviço deles. Você terá que justificar com
um preço um pouco mais baixo ou então melhorar os quesitos que estão em
desvantagem, visando cobrar um preço igual ou maior.
É importante colocar que, para uma análise correta, os avaliadores deverão ser o mais
“Eu tive que convencer sinceros possíveis, deixando de “puxar a sardinha” para seu lado. Sejam bastante
160 mil pessoas que profissionais e corretos na análise, senão tudo o que vão ter será uma nota incorreta e
trabalham na Peugeot o daí pra frente, toda a precificação estará comprometida.
quão assustadora é a
concorrência. E que nós
Outro ponto que é importante analisar: AS OPÇÕES DE RESPOSTAS DOS
temos que ser um pouco
mais rápidos que ela” CONCORRENTES.
JACQUES CALVERT
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1) Ignorar: seus concorrentes podem simplesmente não fazer nenhuma alteração nos
preços deles e continuar no mercado normalmente.
2) Proteger: seus concorrentes podem querer proteger seus mercados e clientes para
que sua empresa não avance. Nesse caso, geralmente isso é feito não com desconto nos
preços, mas sim numa junção de preço, promoções e argumentação de valor (incluindo
mais serviços, etc)
3) Baixar preços: em resposta ao seus novos preços, a concorrência pode reagir
baixando ainda mais os preços. Geralmente fazem isso quando sabem que aquele
segmento é muito importante para ser perdido.
4) Mudar o foco: alguns concorrentes preferirão redirecionar esforços em outros
segmentos de mercado.
Gerenciar seu preço relacionando-o com as outras opções existentes no mercado dará
a sua empresa uma forma estratégica de comparação, o que é bastante interessante em
alguns mercados.
Seus concorrentes estarão
Seus concorrentes estarão menos dispostos a competir com sua empresa em preço se menos dispostos a
souberem que estão operando com um modelo pior de custos e que provavelmente competir em preço se
perderão numa guerra de preço. souberem que estão
operando com um modelo
Mas a utilização dessa análise, assim como todas as outras já apresentadas até aqui, pior de custos e que
dependerá muito do tipo de negócio que sua empresa está. Se você trabalha com provavelmente perderão
produtos commodities, ou ainda, de grande variedade de oferta no mercado, esta numa guerra de preço.
análise certamente poderá ajudá-lo num melhor posicionamento.
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Por isso, essa análise financeira é tão importante, pois se ao final do cálculo você
descobrir essa diferença negativa, você saberá que precisará rever todo o conceito do
produto/serviço, seus custos, seu mercado potencial, etc. Caso contrário, você estará
efetivamente pagando para que as pessoas comprem de você.
O primeiro cálculo a ser feito é estimar o menor preço que poderá ser cobrado para
que os custos do produto/serviço sejam cobertos e ainda haja uma margem de lucro
suficiente para que o negócio seja rentável.
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• Equipamentos
Gestão em • Aluguel
Vendas •
•
Custos de marketing
Salários
• Etc.
CUSTO VARIÁVEL: São os custos que variam de acordo com a quantidade produzida ou
vendida. Por exemplo:
• Matéria-prima
• Comissões
• Custos com a entrega
• Embalagem
• Etc.
Mínimo de MARGEM DE LUCRO: é quanto você quer que sobre. Ou seja, que valor é
necessário sobrar, no mínimo, para que a empresa possa sempre investir em
crescimento, fazer retiradas para os sócios, bonificar os funcionários, etc.
Você pode usar os números de duas formas nessa fórmula: totais ou unitários.
Se você usar números totais, você colocará na fórmula os custos totais + margem total
que você quer que um determinado produto/serviço ofereça. O resultado, que será o
“preço”, você terá de dividir pelo número de produto/serviço produzido ou vendido.
Se você usar números unitários, você colocará apenas o custo unitário, por produto ou
serviço, mais a margem de lucro desejada, também por unidade. O resultado já será o
preço financeiro.
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Suponhamos que existe uma empresa XYZ que fabrica canetas e tem 30 funcionários. Por
Gestão em mês, essa empresa produz 10.000 canetas de tinta azul; 10.000 canetas de tinta
Vendas vermelha e 10.000 canetas de tinta preta. Seus custos são os que seguem:
CUSTO VARIÁVEL: (R$200 x 30) + (R$150 x 30) + (R$100 x 30) + (R$5 x 30) = R$13.650
(Multiplicaremos o valor do milheiro por 30, pois a empresa produz 30.000 canetas por mês)
FÓRMULA DO PREÇO
PREÇO = R$63.500 + R$13.650 + R$25.000
[Respondendo a uma PREÇO = R$102.150 ÷ 30.000 (quantidade produzida) = R$3,40
pergunta sobre o novo
showroom que a
empresa havia Através desse cálculo, descobrimos que a empresa XYZ não pode vender uma caneta por
aberto]:“Eu nunca o menos de R$3,40. Se ela vender por menos, ela perderá sua margem de lucro e, muitas
vi, na verdade. Tudo o vezes, não conseguirá pagar seus custos.
que sei é quanto
custou e quantas
vendas irá gerar”
Vamos a um outro exemplo, agora com uma empresa de serviços:
MORRIS GIGEAN
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Suponhamos que a empresa ABC vende cursos de informática. Ela cobra atualmente
Gestão em R$120,00 por um curso de 6 horas, para 10 pessoas, chamado “como montar o seu site”.
Vendas Todos os outros cursos que a empresa vende são lucrativos, mas este de “como fazer o
seu site” não está indo muito bem. As vendas estão altas, há procura pelo curso
(inclusive com lista de espera!) mas mesmo assim algo está errado, pois no final do mês
esse curso dá prejuízo.
Custo:
- Aluguel da sala com equipamentos por 6 horas: R$250
(aqui o aluguel é variável, pois só terá esse custo se houver um curso)
- Equipamento de data-show para apresentação: R$100
- Contratação do professor por 6 horas: R$360
- Coffee-break oferecido aos participantes: R$150
- Material didático para 10 pessoas: R$120
- Ajudante/recepcionista para o dia do curso, por 6 horas: R$150
Não precisamos nem fazer o cálculo do preço para ver que a empresa está, na verdade,
pagando para que as pessoas comprem esse curso. Veja, se há 10 pessoas por curso a
R$102 (valor líquido), o faturamento por curso é de R$1.020. Porém os custos do curso
estão em R$1.130! Há uma diferença negativa: -R$110 por curso. E não colocamos aqui
nem a margem de lucro desejada!
Quanto mais gente comprar, mais prejuízo irão ter. Para resolver essa situação, a empresa
ABC terá que ou cobrar mais pelo curso, ou diminuir seus custos (ou os dois juntos!). Aí
sim será capaz de começar a pensar em uma margem de lucro nesse serviço.
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3.1) Precificar um novo produto ou serviço que ainda não foi lançado no mercado.
3.2) Oportunidade de reprecificar um produto ou serviço já existente.
O grande desafio com a formação de preço para novos produtos e serviços é a falta de
clientes reais e de informações concretas relativas a eles. Isso gera especulação e uma
escala larga de opiniões sobre estrutura e nível de preço, bem como uma série de
problemas (como imaginar o preço como um elemento promocional).
“Negócio? É muito
Quando defrontadas com grandes incertezas, muitas empresas estabelecem preços
simples! É tudo sobre
o dinheiro dos conservativos desnecessariamente – e a primeira tarefa em estratégia de preço é
outros” prevenir esse caos.
ALEXANDRE DUMAS Um preço de sucesso requer uma liderança forte, clara, com uma avaliação objetiva
das forças-chave que moldam o comportamento do preço. Não há atalhos aqui e o custo
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do fracasso pode ser alto. Uma boa preparação será recompensada com um preço que
Gestão em maximiza lucros e o controle dos negócios.
Vendas Existem seis fases para estabelecer o melhor preço para uma nova oferta. O primeiro
passo irá identificar a escala de preço consistentes com: valor percebido pelo cliente,
estratégias competitivas e objetivos financeiros para o negócio. Essa escala de preços
possíveis é conhecida como “faixa de preço”. Uma vez que a faixa de preço é
conhecida, o preço ótimo é determinado através de uma avaliação da vantagem
competitiva sustentável e dos objetivos de crescimento/lucratividade.
Depois, estabeleça a sua elasticidade aproximada da demanda (como visto no tópico 2.1
desta apostila): alta, média ou baixa.
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ERNEST F. COOKE
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Sustentar o preço num patamar alto, dentro da faixa de preço, requer uma
diferenciação bastante percebida e uma baixa sensibilidade ao preço do mercado-alvo.
Um produto ou serviço com baixa diferenciação em um mercado sensível ao preço, deve
ter seu preço estabelecido em patamares próximos do mínimo.
Resumindo, você tem que encontrar a melhor relação entre a sensibilidade do preço e as
vantagens competitivas do produto ou serviço:
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Mas como a maioria dos produtos e serviços lançados não tem bem esse perfil, você
precisa completar a formação do preço indo até a última fase, que é a de criar
condições que sustentem o preço escolhido.
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Muitas empresas se comprometem com custos antes de estudar o preço possível. Aí, ou
Gestão em têm que jogar esses custos na estrutura de outros produtos e serviços da empresa -
Vendas comendo uma grande parte da margem de lucro - ou têm que lançar o produto ou
serviço novo mesmo sabendo que seu preço não será capaz de pagar por ele... a nova
oferta sai com o preço errado trazendo grandes prejuízos para a empresa.
Veja que estabelecer o preço errado para seus produtos ou serviços pode,
definitivamente, comprometer todo o valor que eles entregam. Muitas vezes a solução é
muito boa, mas o produto/serviço não se viabiliza pois foi sustentado em uma má
administração de preços.
Muitos gestores estabelecem o preço e jogam seu produto e serviço no mercado sem o
menor cuidado e estudo.
Veja que esta apostila é exclusiva para o estudo do preço. Mas para lançarmos um
novo produto/serviço no mercado, é necessário muito mais do que se estabelecer o
preço ideal: é necessário um trabalho coordenado de toda a organização –
principalmente marketing, criando demanda, vendas e fechando negócios.
Algumas empresas preferem lançar novas soluções no mercado com um preço baixo,
para os consumidores reagirem à oferta. E há riscos significantes com essa estratégia:
- Pode significar que o produto/serviço é inferior do que ele se propõe a ser;
- É muito difícil conseguir aumentar preços depois que o menor preço já está na cabeça
dos consumidores. Para um lançamento inovador, isso é exatamente o contrário do que
se deve fazer.
Para ajudar nas vendas de um produto ou serviço que é desconhecido para seu
mercado-alvo, promova ações com distribuição de amostra grátis e demonstrações.
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Em outras situações, resistência à compra pode significar que o seu mercado não está
Gestão em ciente do valor do seu produto ou serviço e requer grande atenção para educar esse
Vendas público através de ações de marketing.
Nesse caso, o correto é você tratar cada grupo de clientes diferentemente, como se
fosse a oferta de um novo produto ou serviço especialmente para eles. Precifique
baseando-se no estudo feito especificamente para aquele grupo.
Ou seja: um preço que estava funcionando bem há 12 meses, já pode agora resultar
em perda de lucratividade. Talvez 12 meses atrás, você não tivesse tantos concorrentes
“A verdadeira como tem agora. Talvez seus clientes estejam encontrando produtos/serviços
questão é o valor, não substitutos. E seu preço precisa acompanhar todas essas mudanças.
o preço”
ROBERT LINDGREN
Ao invés de esperar a água bater no pescoço para daí começar a nadar, as empresas
devem ver e utilizar a precificação como uma função estratégica e que traz grandes
oportunidades de negócio. Mais ainda: devem estar constantemente analisando,
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estudando e testando seus preços. Como resultado, você tem mais controle sobre a sua
Gestão em empresa, sobre seu mercado e sobre seus clientes.
Vendas Algumas empresas fazem de tudo para aumentar vendas, diminuir custos... mas se
esquecem de analisar seus preços! Aí quando resolvem finalmente dar atenção a ele,
descobrem que estão endividadas, sem margem de lucro, enquanto seus concorrentes
prosperam. Algumas empresas esperam tempo demais para reavaliar suas estratégias,
inclusive seus preços.
Pode ser que você precise reajustá-lo, para mais ou para menos. Pode ser ainda que
você descubra que o preço que está hoje ainda é o “ideal”. Tudo bem, mas você deve
chegar a essa conclusão fazendo novamente o estudo do preço e não por “achismo”.
Para reprecificar um produto ou serviço já existente, você têm vários fatores a seu
favor: você já tem uma demanda real, já tem clientes antigos (que podem lhe ajudar
com a identificação dos melhores atributos do seu produto/serviço), já tem custos
atrelados, já tem uma estrutura para vendas formada, etc.
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Mudar o seu preço provavelmente mudará também o volume das suas vendas. Se seu
público-alvo for sensível ao preço, você esperará que ao abaixar o preço, venderá mais.
E esperará que ao aumentar o preço, terá uma queda no número de pedidos.
Cada objetivo estratégico significa uma mudança no volume de vendas. Por isso, você
deverá – ao reprecificar um produto – analisar que mudanças são essas e como a
empresa toda estará coordenada para que isso aconteça de forma saudável.
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Um reajuste de preço para baixo (para cobrar menos do que cobrava) geralmente não
tem nenhum problema do ponto de vista do cliente: eles certamente ficarão mais felizes
em pagar menos pelo mesmo produto/serviço.
Daremos continuidade ao exemplo mostrado na página 24, da Empresa XYZ que fabrica
canetas e tem 30 funcionários. Relembrando: por mês, essa empresa produz 10.000
canetas de tinta azul; 10.000 canetas de tinta vermelha e 10.000 canetas de tinta preta.
Mas será que esse preço está de acordo com o que os clientes esperam pagar? E com o
preço dos concorrentes?
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A empresa XYZ fez uma pesquisa com os seus principais clientes e descobriu que os
Gestão em clientes não pagariam mais do que R$ 3,90 por caneta. Também descobriu que se a
Vendas empresa vendesse por menos de R$2,90, seus clientes desconfiariam que a qualidade da
caneta já não era mais a mesma.
Assim, a empresa percebeu que a sensibilidade da sua demanda ao preço era alta, ou
seja, elástica.
A empresa XYZ resolveu avaliar o preço dos seus dois maiores concorrentes e descobriu
que: o concorrente Alpha vendia a caneta por R$3,40 e o concorrente Beta, por R$3,60
A empresa XYZ, conforme já visto, definiu que o menor preço possível é R$3,40 por
unidade de caneta.
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- A empresa XYZ descobriu que o mínimo que pode cobrar é R$3,40 e o máximo é R$3,90.
- Descobriu ainda que a sensibilidade da demanda ao preço é alta, ou seja, que quanto
menos ele cobrar, mais venderá.
- Porém, através da tabela feita para analisar os concorrentes, descobriu que tem uma
alta vantagem sobre a caneta dos principais concorrentes: a ponta não resseca, o tubo é
mais resistente e o prazo de entrega é mais curto.
A empresa XYZ decidiu aumentar o preço das suas canetas para R$3,60, pois assim
estaria respeitando a sensibilidade de sua demanda, ao mesmo tempo que assumiria
a vantagem sobre os concorrentes. Este novo preço é o mesmo que o concorrente
Beta cobra, porém a XYZ tem todas as vantagens já descritas (o que facilita na hora
“Baixar preço é da argumentação e do fechamento da venda).
insanidade se seus
concorrentes podem
fazer o mesmo que FASE 6: Crie condições para sustentar o preço
você”
MICHAEL PORTER A XYZ sabia que, ao aumentar o preço da sua caneta em R$0,20 receberia algumas
reclamações. Mas para tentar não diminuir o volume de vendas e aumentar
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gradativamente a sua lucratividade, criou as seguintes ações para sustentar o seu novo
Gestão em preço:
Vendas - desenvolveu uma nova campanha de marketing e vendas, demonstrando
principalmente as vantagens na qualidade de suas canetas sobre as dos concorrentes.
- mudou toda a sua tabela de preço, site, folder, etc. para o preço novo de R$3,60.
- melhorou ainda mais o seu prazo de entrega através de uma parceria feita com a
empresa de logística: a XYZ doa canetas a essa empresa e eles diminuem o prazo da
entrega em um dia.
Temos que calcular ainda que o preço correto fortalece a sua empresa no mercado,
crescendo frente aos concorrentes, ganhando market-share, satisfação dos clientes e
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Mas o preço está sim sobre o nosso controle e é nosso dever fazer com que ele esteja
de acordo com todos os objetivos estratégicos da empresa, com as expectativas dos
clientes e com a comparação dos concorrentes.
R. H. BEEBY
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Gestão em
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