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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Escola Secundária
Alfredo da Cruz Silva

Setembro - 2013
© Ao encontro da Ciência Colectivo de Ciências Naturais

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

FREY LDA

Guia do Professor e do
Aluno
Texto de Apoio
ADILSON FREIRE com a
Colaboração dos Professores HELOISA FORTES, DULCELINA SANTOS E EEPIFANIO
BARROS
2013

Nesta pequena ficha consta todos os conteúdos


programáticos que vão ser abordados no 9º ano, conteúdos
esses que, além de serem essenciais na formação dos alunos,
tem grande pertinência e actualidade. O seu tratamento
exige um esforço não só no aspecto científico, mas também
no componente pedagógico. Neste sentido o Guia do
Professor e do Aluno pretende ser uma ajuda no trabalho e
na aprendizagem a desenvolver ao longo do ano. Gostaria
que tirassem o máximo de partido do material apresentado.
Ele constitui uma base de trabalho que, depois de
analisada, pode ser adaptada ao perfil de cada um.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

COSMOLOGIA (cosmo – ordem/mundo + logia – discurso/estudo)

Cosmologia
o É a ciência que estuda a origem, estrutura e evolução do universo.

Origem do Universo

Como surgiu o universo???

Responder essa questão de forma que agrade a todos, ou pelo menos a grande maioria, está, sem
dúvida alguma, entre um dos maiores desafios que alguém ou instituição possa encontrar.

A origem do universo é uma das grandes interrogações do homem, está entre aquelas que mais
geram polémicas e desentendimentos.

Existem duas linhas de respostas para essa tão integrante questão. A primeira envolve as
explicações de cunho mito, ledas e muitos dogmas religiosos de como surgiu a terra, os seres
vivos, a humanidade, e os fenómenos da natureza (vento, chuva, terramotos, furacões, trovões,
relâmpagos, arco íris, etc) e a outra linha trata se de explicações cientificas e filosóficas.

Das várias explicações científicas formuladas para explicar a origem do Universo aquela que foi
aceite é teoria formulada em 1927 por Lemaitre (astrónomo Belga).

Segundo Lemaitre: “Há vários bilhões de anos, toda matéria e o espaço estaria
concentrado num pequeníssimo átomo – átomo primitivo. Esse “átomo” seria
extremamente denso e quente. Depois teria sofrido uma súbita explosão dando início à
expansão do Universo, baixando a sua temperatura”. - Teoria do Átomo Primitivo.

Mais tarde dois astrónomos (Alpher e Smart), e um astrofísico americano, Gamow,


desenvolveram a teoria de Lemaitre e designaram - a de Teoria de BIG BANG.

Teoria de BIG BANG


“Segundo a teoria, há cerca de 15 bilhões de anos toda a matéria que constitui o
Universo concentrava-se num único ponto, que explodiu, dando origem a tudo o que
conhecemos... e até ao que ainda não conhecemos”.

o É a explicação mais aceite porque baseia-se num maior número de factos comprovados,
mas possui alguns problemas: não explica de onde surgiu essa substância primordial nem
o que era.

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Expansão do Universo

Os cientistas (Smart, Alpher e Gamow) explicaram apenas a origem do Universo, mas não a sua
expansão.
Em 1929-1930, astrónomo norte - americano Edwin Powell Hubble não só apoiou como também
demonstrou a expansão do universo através do afastamento das galáxias. Enunciou uma lei, - Lei
de Hubble, que diz o seguinte: “A velocidade com que as galáxias se afastam uma das outras é
directamente proporcional à distância relativa que existe entre estas galáxias.”

Também afirma que a expansão do Universo é igual em todas as direcções, independentemente


da posição das galáxias no espaço.

Os Principais Constituintes do Universo

Universo/Cosmo – é tudo o que existe na terra e fora dela. Ou ainda, é o conjunto de todos os
Astros ou Corpos Celestes, espaço, energias, etc.

Astronomia – ciência que estuda a posiçao, os movimentos e a constituiçao dos corpos celestes.

Astros/Corpos Celestes: são corpos/materias de diferentes naturezas que existem no espaço


celeste ou no espaço cósmico.

o Ex: estrelas, planetas, cometas, asteróides, meteoritos, etc..

No universo os astros estão agrupados em galáxias

Galáxia – estrutura geralmente em forma de um disco, que se desloca no espaço. É a unidade


básica do universo, constituída por, astros, gases e poeiras cósmicas.
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OBS: Na parte observável do universo existe mais de 100 de bilhões de galáxias semelhantes à
nossa, que é designada de Via Láctea ou Caminho de Santiago.

Via Láctea – é a galáxia que contem o sol.

Na Via Láctea os astros agrupam-se em sistemas. Estes sistemas são chamados sistemas de
astros.

O sistema de astros onde se encontra o nosso planeta chama-se Sistema Solar.

Constituintes do Sistema Solar

Sistema solar: é um conjunto formado por uma estrela (o sol), por oito planetas, vários satélites,
vários asteróides, cometas e meteoritos.

Estrela: é um astro ou corpo que emitem luz.

Existem dois tipos de estrelas quanto ao tamanho em relação ao sol:


1. Estrelas Super gigantes - são estrelas maiores do que o sol;
2. Estrelas Anãs - são estrelas menores do que o sol.

Asteróides - pedaços de rochas que giram em torno do Sol, principalmente entre Marte e Júpiter
– cintura de asteróides.

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Cometa - objecto celeste formado basicamente por gelo e que se encontra em movimento pelo
espaço.

Meteoritos – são fragmentos de um astro que embate na superficie terrestre.

Meteoros – fragmentos de um astro antes de embater á superficie. (Estrela cadente)

Meteoroides –fragmentos que não atinge nem atmosfera nem a superficie.

Planetas: são astros sem luz própria e geralmente frios que giram ao redor de uma estrela.

Ex: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno Úrano e Neptuno.

Os planetas do sistema solar recebem a energia (energia luminosa e energia calorífica) do sol.

No universo existem vários biliões de estrelas mas o sistema solar só tem uma estrela que é o Sol.
O sol é uma estrela de grandeza média em comparação com as outras estrelas. É o centro do
Sistema Solar e representa cerca de 99,8% da sua massa total.

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Localização da Terra no Espaço

A terra é o terceiro planeta do sistema solar a contar a partir do sol e é mais de um milhão de
vezes menor do que o sol. A distância entre o sol e a terra é de 150 milhões de quilómetros.
A segunda estrela mais próxima da Terra é designada de Estrela Próxima e se encontra a uma
distância de 272000x maior do que a distância entre a Terra e o Sol.

Classificação dos Planetas

Quanto a descrição das suas órbitas à volta do sol, os planetas classificam-se em dois tipos:

 Planetas Principais ou Primários: são planetas que giram directamente à volta do sol.

Ex: Do Mercúrio ao Neptuno;

 Planetas Secundários ou Satélites: são planetas que giram directamente à volta dos
planetas principais e indirectamente à volta do sol.
Ex: A lua é o único satélite natural do planeta terra; Callisto, Ariel, Miranda, Europa.

Os planetas principais têm dois tipos de movimentos:

o Movimento de Translação ou de Revolução e movimento de Rotação.

Movimento de Translação ou de Revolução


o É o movimento que os planetas principais fazem à volta do sol. E o da terra dura 365 dias
e 6 horas e 9 minutos – um ano.

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Movimento de Rotação
o É o movimento que os planetas fazem a volta dos seus próprios eixos. E o da terra dura 23
horas, 56 minutos e 4 segundos - 24 horas.

Classificação dos Planetas Principais

Os planetas principais classificam – se tendo em conta a Dimensão, Densidades ou as suas


Posições em Relação à Zona dos Asteróides.

a) Quanto á Dimensão, estes planetas classificam-se em:

 Planetas Menores ou Terrestres ou Telúricos - de diâmetro inferior ou


sensivelmente próximo a da Terra. Ex: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte;

 Planetas Maiores ou Gigantes Gasosos - possuem diâmetros bastante superiores aos


dos planetas telúricos. Ex: Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno;

b) Quanto à Densidade/composição química, os planetas principais classificam-se em:

 Planetas mais densos: são todos os planetas menores. São mais densos porque são
constituídos, principalmente, por elementos mais densos como o ferro (Fe), o
magnésio (Mg), o silício (Si) e o oxigénio (O2).

 Planetas menos densos: são todos os planetas maiores. São menos densos porque são
constituídos, principalmente, por elementos menos densos – os gases – hélio (He) e
néon (Ne).

c) Quanto à sua posição em relação à zona dos asteróides, os planetas principais classificam-
se em:

 Planetas interiores: são os planetas que se encontram entre o sol e a zona dos
asteróides. Ex: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte;

 Planetas exteriores: são os planetas que se encontram depois da zona dos asteróides.
Ex: Júpiter, Saturno, Úrano, Neptuno.

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Quadro Comparativoo da terra com outros Planetas

Diâmetro Massa em Distância Tempo Tempo Nº de Principais Temp.


Equatorial relação á Média ao Sol de Mov. de Mov. de Satélites constituintes Média ºC
em relação (terra=1) (milhões Km) de Translação da Atmosfera
(terra = 1) Rotação
Km
Sol 109 333434 - - - - - -
Mercúrio 0.38 0.06 58 59 Dias 88 Dias 0 - +430 Dia
-180 noite
Vénus 0.96 0.82 108 243 225 Dias 0 CO2, H2O, +480
Dias Ar, N2
Terra 1 1 150 23h56m 365 Dias 1 CO2, H2O, +22
H2 Ar, O2
Marte 0.53 0.11 228 24h37m 687 Dias 2 Ar, N2, CO2 -23
Júpiter 11.26 318 778 9h55m 11,9 Anos 30 H2, He, NH3 -123
Saturno 9.46 95 1427 10h40m 29,5 Anos 17 H2, He, CH4 -180
Úrano 4.1 15 2870 16h 84 Anos 15 H2, He, CH4 -218
Neptuno 3.9 17 4500 187h 165 Anos 8 H2, He, CH4 -228
Diâmetro da Terra é de 12756km, e a Massa da terra é de 6x1024kg

Exploração Espacial

Desde os tempos mais remotos que a observação do universo tem despertado a curiosidade do
homem. Faziam observações a vista desarmadas e tiravam as suas conclusões.
Em épocas mais modernas começaram a utilizar instrumentos (telescópio, foguetões, naves
satélites artificiais, sondas, etc) que fornecem um número cada vez maior de informações sobre o
universo a que pertencemos.
O 1º telescópio para melhor observar e estudar os astros foi inventado por Galileu. Mas
actualmente existem telescópios muito sofisticados na Rússia, nos Estados Unidos, no Japão e
noutros países desenvolvidos.

Mais tarde foram colocados no espaço vários satélites artificiais.

 A era espacial teve o seu início a 4 de Outubro de 1957 com o lançamento para o espaço
do primeiro satélite artificial Sputnik I (soviéticos). Apos o êxito de Sputnik I lançaram
o Sputnik II (3 de novembro) levando a bordo um ser vivo - a Cadela Laika.
 Quatro meses após o lançamento da Sputnik I, os EUA responderam com seu primeiro
satélite, o Explorer I, em 31 de Janeiro de 1958.
 As observações feitas durante a trajetória do Sputnik II, possibilitaram o lançamento do
primeiro homem ao espaço. E em Abril de 1961 um astronauta soviético – Iuri Gagarine

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(de 27 anos), tornou-se o primeiro homem a deixar a atmosfera da Terra, dando uma volta
completa à lua.
 Em 20 de Julho de 1969 os astronautas – Neil Armstrong e Edwin Aldrin – pisaram pela
primeira vez a superfície lunar usando a nave Apollo 11.

Dos vários satélites artificiais colocados no espaço, alguns giram muito rapidamente à volta da
terra enquanto outros giram muito lentamente. Os satélites que giram muito lentamente à volta da
terra são chamados Satélites Estacionários.

OBS: Valentina Tereshkova foi a primeira mulher no espaço, em 1963.

Tipos de Satélites Artificiais

Satélite Artificial é qualquer corpo feito pelo homem e colocado em órbita ao redor da Terra ou
de qualquer outro planeta.

De acordo com as suas funções no espaço existem cinco tipos de satélites:

1. Satélites de Telecomunicações: são satélites utilizados para as comunicações via fax,


telefone, telemóvel, e-mail, etc.

Estes tipos de satélites são os mais abundantes no espaço.

Em 1964 foi colocada no espaço uma rede se satélites de telecomunicações nos oceanos
Pacifico, Índico e Atlântico.

2. Satélites Meteorológicos: são satélites utilizados para prever o estado do tempo e o clima
da terra.

3. Satélites de Teledetecção: são satélites utilizados para fazer a previsão das colheitas e
dos recursos naturais.

4. Satélites Científicos: são utilizados para observar a terra (estudar as mudanças


climáticas, recursos naturais, fenómenos naturais, e mapeamento de cidades), e o espaço
(para estudar os astros).

5. Satélites Militares ou Espiões ou de reconhecimentos: são satélites utilizados para fins


militares.

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Estrutura da Terra

A terra tem duas estruturas - Estrutura Interna e a Estrutura Externa.


A estrutura interna começa do solo até a parte mais profunda da terra – o núcleo). E a externa
começa do solo até a última camada da atmosfera.

Estrutura Interna da Terra

A terra tem uma forma mais ou menos esférica e o seu raio mede aproximadamente 6400km. Por
isso torna - se difícil estudar o seu interior.

Para estudar o interior da terra utilizaram - se e utilizam - se métodos:

 Métodos Directos baseia – se na observação directa dos materiais que constituem o nosso
planeta. São métodos directos:

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 Métodos Indirectos são, tal como o nome indica, são a forma de estudo do interior da
Terra sem observação directa dos materiais. São métodos indirectos:

1. Dados geofísicos: sismologia; densidade das rochas; compressibilidade das rochas;


rigidez das rochas;

2. Dados científicos: dados físicos; dados químicos; dados astronómicos ou dados da


planetologia;

É impossível conhecer o interior da terra utilizando apenas os métodos directos porque eles só
nos fornecem dados muito superficiais do interior da terra.
Os métodos indirectos, principalmente a sismologia (através do comportamento das ondas
sísmicas durante a sua propagação), é que nos fornecem melhores informações sobre o interior da
terra.

Analisando o comportamento das ondas sísmicas durante a sua propagação no interior da terra, o
homem ficou a saber que o interior da terra está dividido em três grandes zonas com composições
química e física diferentes e com densidade crescente.

Modelo Químico e Físico da Estrutura Interna da Terra

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Estrutura Química

1. Crosta: é a camada mais superficial da terra. E pode ser dividida em:

 Crosta Continental - é a mais espessa e pode atingir profundidades que varia entre os 30 e
os 70 km. É constituída por granito.

 Crosta Oceânica – é a mais extensa e a sua espessura vária entre os 5 e os 10 km de


profundidade. É constituída por basalto.

2. Manto: é a zona situada entre a crosta e o núcleo. E pode ser dividida em:

 Manto Superior: é a camada do manto que fica logo em baixo da crosta.

 Manto Inferior: é a camada mais profunda do manto.

3. Núcleo: é a última zona da terra. É o centro da terra. Tem elevada densidade. O núcleo é
formado pelo ferro e pelo níquel.

Há dois tipos de núcleos com diferentes propriedades físicas: o núcleo Externo e Interno.
 O núcleo externo é líquido ou tem comportamento de líquido e o núcleo interno é sólido.

Estrutura Física

 Litosfera – é a camada sólida e rígida, compreende a crosta e a parte mais externa do


manto superior.

 Astenosfera - é a camada de baixa rigidez e de comportamento plástico. Contem 1% de


materiais fundidos misturados com 99% de materiais sólidos.

 Mesosfera – é a camada rígida, estende – se desde a base da astenosfera até à fronteira do


manto com o núcleo. A sua rigidez aumenta de cima para baixo.

 Endosfera – pode ser dividida em: endosfera externa (liquida) e endosfera interna
(sólida).

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Estrutura Externa da Terra

Externamente a terra é constituída por quatro camadas ou esferas:

 Litosfera - é a camada mais superficial do globo terrestre. É formada pela crosta e pelo
manto superior. Modificando-se origina os solos. Ex: As areias, as pedras, as poeiras, as
rochas;

 Hidrosfera - é a camada líquida da terra. Ex: oceanos, lagos, rios, mares, etc.

 Atmosfera - é a camada gasosa que envolve a terra. Começa na superfície terrestre e vai
até alguns quilómetros de altitude.

 Biosfera - é a camada terrestre formada pelos seres vivos e pelo meio onde se encontram.

As esferas da estrutura externa da terra interpenetram-se, isto é, numa esfera encontram-se


elementos das outras esferas.

Importância da Atmosfera Terrestre

A atmosfera é importante porque:


 A atmosfera absorve parte da energia que depois é enviada para a superfície terrestre,
 Protege assim a terra de aquecimento e de arrefecimentos repentinos;
 Protege a terra dos meteoritos e a camada de ozono absorve parte dos raios ultravioleta;

A atmosfera troca matéria (água, oxigénio, azoto, carbono, etc.) e energia com a biosfera e com a
hidrosfera.

Terra – Planeta Activo

As acções do vento, da água, da temperatura, da pressão atmosférica, etc., os sismos e as


erupções vulcânicas são testemunhas de que a terra é um planeta em constante actividade.

A água, o vento, a pressão atmosférica, a temperatura e os seres vivos são Agentes Externos
Modificadores da Crosta Terrestre.

Os sismos e as erupções vulcânicas são Agentes Internos Modificadores da Crosta.

As rochas são consideradas outras testemunhas da actividade geológica – actividade da terra –


devidas às modificações constantes que sofrem.

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Sismologia

Sismologia: é o ramo da geofísica que estuda os sismos e os fenómenos relacionados com a sua
ocorrência.

Sismos ou Tremores de Terra: são vibrações ou abalos bruscos da crosta terrestre, mais ou
menos intensa e de curta duração e localizados.

Sismólogo – é a pessoa que se dedica ao estudo do sismo.

Sismógrafo – aparelho utilizado para detectar e registar as ondas sísmicas.

Sismograma – papel que fazem o registo do abalo sísmico. Dá-se informações sobre: o tempo e
intervalo de chegada das ondas; amplitude, energias libertadas e velocidade das ondas.

Sismograma
Estações Sismográficas – lugares equipados com aparelhos que registam as vibrações do interior
da terra.

O sismo pode acontecer na superfície ou debaixo da água.


 Se acontecer na superfície, o sismo chamar – se - á Terramoto.
 Se acontecer debaixo da água (nos mares, nos oceanos, etc.), o sismo chamar – se - á
Maremoto.

Terramotos - ocorrem quando o epicentro dos sismos se localiza no continente.

Maremotos - ocorrem quando o epicentro dos sismos se localiza no Oceano.

Tsunamis - são grandes ondas marinhas (grandes vagas) que se formam durante os maremotos.

Microsismo - sismos de fraca intensidade e por vezes imperceptíveis.

Sismos Preliminares ou Premonitórios - sismos de fraca intensidade que antecedem terramotos.

Réplicas - sismos fracos que sucedem um terramoto.

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Como é que acontece um Sismo?

O interior da terra é constituído por rochas desordenadamente sobrepostas. As rochas que se


encontram em cima pressionam fortemente aquelas que estão em baixo. A rocha fortemente
pressionada deforma-se porque possui uma certa elasticidade. Se a força de pressão ultrapassar o
limite de elasticidade a rocha parte-se originando vibrações ou ondas sísmicas que propagam em
todas as direcções do interior da terra. Subindo na vertical, atingindo a superfície terrestre.

Hipocentro ou Foco Sísmico - é a zona ou local a profundidade onde se origina o sismo.

Epicentro - é o ponto, na superfície da terra, onde se faz sentir o sismo.

 No epicentro a intensidade sísmica é maior do que nos outros pontos atingidos pelas
ondas sísmicas na superfície terrestre, isto é, quanto mais perto do epicentro maior é a
intensidade de se sentir o sismo.

Falha: é a fractura na crosta terrestre onde as pressões são mais fortes. Nas zonas de falha os
riscos sísmicos são maiores.

Raios sísmicos – direcção perpendicular à frente de onda.

Frentes de onda – superfície em que todos os pontos se encontram no mesmo estado de


vibração, ou seja, estão em fase.

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Tipos de Sismo
Os sismos classificam - se baseando na sua origem ou na profundidade do seu hipocentro.

Tipos de sismo quanto a origem

Quanto à sua origem os sismos classificam-se como sendo Natural e Artificial:

1. Sismos Naturais e as suas causas

 Sismos Tectónicos - são sismos que resultam da mobilidade das placas litosfericas.

 Sismo de Colapso – resulta do desabamento de grutas ou cavernas e desprendimento de


massas rochosas nas encostas das montanhas.

 Sismos Vulcânicos - são sismos que resultam da deslocação dos magmas e de outras
actividades vulcânicas.

2. Sismos Artificiais - são sismos que resultam das explosões ou vibrações de natureza variada,
provocada pelo homem tais como explosão de minas, desabamento de minas, explosão nucleares,
etc.

Tipos de Sismo Quanto a profundidade do Hipocentro

Classificando os sismos quanto à profundidade do hipocentro, temos:

1. Sismos Superficiais – ocorrem entre a superfície e os 70 km de profundidade (85%);


2. Sismos Intermédios - ocorrem entre os 70 e os 350 km de profundidade (12%);
3. Sismos Profundos - ocorrem entre os 350 e os 670 km de profundidade (3% dos sismos).

Onda Sísmica
Onda Sísmica - é a propagação em todas as direcções da energia libertada do hipocentro.

Tipos de Ondas Sísmicas

Quanto à origem, as ondas sísmicas classificam-se em:

 Ondas Sísmicas Interiores ou Profundas - são ondas originadas a partir do hipocentro;


 Ondas Sísmicas Superficiais: são ondas sísmicas geradas das ondas sísmicas interiores.

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Ondas Sísmicas Interiores ou Profundas:


 Ondas P e Ondas S

Características das Ondas P


 São Ondas Primárias – porque são Comportamento das Ondas P
as primeiras ondas a atingir a  Propagam – se em profundidades;
superfície terrestre;  É mais rápida e consegue se
 São Ondas Longitudinais - porque propagar em todos os meios (sólidos
a vibração das partículas ocorre na e líquidos);
mesma direcção do movimento das  São as que tem menor amplitude em
ondas, relação as ondas S;
 São Compressivos e de Dilatação -  Atravessam zonas líquidas com
apertam e delatam os materiais menor velocidade do que quando
rochosos; atravessam zonas sólidas.

Características das Ondas S.


 São Ondas Secundárias - porque
atinge a superfície terrestre em Comportamento das ondas S
segundo lugar;  São ondas de profundidade;
 São Ondas Transversais - porque a  Não se propaga no núcleo externo
vibração das partículas é (liquido), mas propagam – se em
perpendicular à direcção de meio sólido (núcleo interno);
propagação da onda;  Tem menor velocidade do que as
ondas P;

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Ondas Sísmicas Superficiais

As ondas interiores quando atingem a superfície terrestre originam as ondas sísmicas superficiais.
 As ondas superficiais são também chamadas Ondas Longas, Ondas Longae porque são
elas que atingem maiores distâncias na superfície da terra. São responsáveis pelas
grandes catástrofes, pelas grandes destruições, por todos os efeitos provocados, pelo
sismo, à superfície.

Existem dois tipos:


 Ondas de Love (L) e Ondas de Rayleigh (R).

Comportamento das Ondas L


 Propagam com menor velocidade do que as ondas interiores;
 Causam, geralmente, grandes estragos quando o sismo é de grande intensidade;
 São as únicas que se fazem sentir a superfície terrestre;

Actividade Sismica e o Efeito do Sismo


A actividade sísmica pode ser avaliada por meio de duas grandezas:
1. Intensidade Sísmica – é uma grandeza que descreve os efeitos produzidos pelos sismos
sobre as as populações, construções humanas e terrenos atingidos pelo sismo.
2. Magnitude – consiste na avaliação da quantidade de energia liberada no hipocentro.

Determinação da Intensidade

A intensidade é determinada por uma Escala denominada de Escala de Intensidade, de


Marcalli ou de Qualitativa.
 É a escala que mede a intensidade do sismo com base nos relatos das pessoas. Esta escala
tem 12 graus, variando de I a XII, não recorrendo a casas decimais.

Esta escala é pouco rigorosa é pouco exacta, porque:

 É subjectiva, pois baseia - se na observação dos efeitos provocados pelos sismos, nos
danos causados pelo sismo e na forma como as pessoas sentiram o sismo;
 A classificação é feita com base em inquéritos à população, dependendo, por isso, das
respostas dadas;
 Não são utilizadas todas as respostas dadas, mas sim as respostas da maioria das pessoas;

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Com base na Intensidade Sísmica determinada pela Escala de Mercalli, constroem - se mapas,
também chamados Cartas de Isossistas.

Isossistas – são linhas curvas e fechadas que unem pontos com a mesma Intensidade Sísmica.

Pontos Isossistas - são pontos ou locais na superfície terrestre, ligados por uma linha curva numa
carta sismográfica, onde o sismo é sentido com a mesma intensidade.

De isossista para isossista, a intensidade varia um grau, aumentando da periferia para o centro.

O Centro da carta de Isossistas corresponde ao Epicentro do sismo, logo corresponde ao ponto


onde a intensidade sísmica atingiu o seu valor máximo. Chama - se por isso zona epicentral ou
zona pleistossísmica.

Determinação da Magnitude Sísmica

A magnitude é determinada por uma Escala denominada de Escala de magnitude, de Richter


ou quantitativa.

 É a escala que mede a magnitude de um sismo.


Habitualmente considera - se que esta escala se encontra graduada de 0 a 10, embora,
correctamente, se deva dizer que é uma escala aberta (isto é, sem limites)

Escala quantitativa, pois mede a quantidade de energia libertada.

Esta escala é mais rigorosa e exacta que a de Mercalli - Sieberg porque:


 É objectiva, uma vez que tem por base cálculos matemáticos e registos gráficos, tendo,
por isso, maior rigor científico.

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Fórmula de conversão da escala Richter para a escala de Mercalli e vice-versa:

Medidas a adoptar em caso de Sismo

Antes do Sismo
 Informa - te acerca dos sismos e seus efeitos;

Em sua casa:

 Prepara a sua casa de forma a torná-  Tenha um estojo de emergência em


la mais segura (libertando os local de fácil acesso e de que todos
corredores, arrumando os móveis, tenham conhecimento. Este deve
armários, e outros elementos, conter um rádio a pilhas, lanterna
verificando as suspensões e fixações elétrica, e ainda os elementos de
dos candeeiros, quadros e mantenha primeiros socorros/medicamentos
as chaves junto das portas); que possam ser necessários, bem
como um extintor de incêndio;
 Ensina todos os familiares a desligar
a eletricidade e a fechar a água e o  Armazenar água e alimentos
gás; enlatados para dois ou três dias;

Durante o Sismo

Se está em casa ou dentro de um edifício:


 Nunca utilize os elevadores. A  Procure proteção no vão de uma
eletricidade pode faltar e provocar a porta interior, no canto da sala,
sua paragem; debaixo de uma mesa pesada ou da
 Tenha cuidado com a queda de cama, protegendo a cabeça e o
móveis, candeeiros ou outros pescoço;
objetos;
 Fique afastado de janelas, varandas,
vidros, espelhos e chaminés;

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Se está na rua:
 Com calma e serenidade procure um eletricidade ou outros objetos que
local aberto, longe do mar ou curso possam atingi-lo;
de água;  Não corra nem ande a vaguear pela
 Mantenha - se afastado de edifícios rua;
(sobretudo dos mais degradados,  Enquanto durar o sismo, não vá para
altos ou isolados), dos postes de casa.

Se está num local com grande concentração de pessoas:

 Procure manter a calma e não se  Nas fábricas mantenha – se afastado


precipite para as saídas, pois muitas das máquinas que pode tombar ou
pessoas podem ter tido a mesma deslizar;
ideia;

Se vai a conduzir:
 Pare o carro num local afastado de  Permaneça no interior da viatura até
edifícios, muros, postes ou cabos que o sismo termine.
elétricos;  E se for necessário abandonar o
 Evite pontes, viadutos ou passagens veículo, procure um refúgio de
subterrâneas; emergência;

Após o Sismo

 Não faças lume nem ligues interruptores.


 Corta a água e o gás e desliga a electricidade.
 Calça sapatos e protege a cabeça. Prepara agasalhos.
 Não te precipites para a escada nem para a saída.
 Acalma os outros.
 Colabora com as equipas de socorro.
 Presta os primeiros socorros se houver feridos.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Escala de Mercalli Modificada (1956) — versão completa


Graus de intensidade sísmica
I Imperceptível As pessoas não sentem nada
II Muito fraco As vibrações são sentidas por pessoas nos andares superiores dos
edifícios;
III Fraco Os candeeiros balançam; a vibração é comparável à causada pela
passagem de um pequeno camião;
IV Medido Os pratos, os talheres e as janelas vibram; a vibração é comparável à
passagem de um camião de 15 tonelada;
V Pouco Forte As pessoas a dormir acordam; os pratos e as janelas partem;
VI Forte As chaminés caem, a mobília desloca-se;
VII Muito Forte Os muros e os edifícios de estrutura fraca caem;
VIII Ruidoso Alarme geral; ruína dos edifícios débeis;
IX Desastroso Pânico; fundações dos edifícios afectadas; canalizações rebentadas;
fissuras no terreno;
X Muito Grande ruína; os carris dobram; pontes caem; solo fortemente afectado
Desastroso
XI Catastrófico Poucas estruturas resistem; grandes fendas no solo
XII Cataclismo Destruição total da paisagem

Localização Geográfica Dos Sismos

O planeta terra encontra - se dividido em diferentes zonas sísmicas.

Zonas Sísmicas - são zonas do planeta terra onde acontecem sismos com maior frequência.

As zonas sísmicas são quatro:

 Zona Circum-Pacifica ou Anel do Fogo do Pacifico - desta zona fazem parte a costa
ocidental do continente americano, as ilhas da Páscoa e dos Galápagos, as ilhas Curilhas,
Kamtchatka, costa oriental do Japão e a Nova Zelândia. Nesta zona acontece a maior
número de sismos;
 Cintura Alpino-Himalaia - esta zona localiza-se entre o continente euro-asiático e o
continente africano. Começa nos Açores e termina na fossa de Java;
 Zona Sísmica Médio-Oceânica: esta zona situa-se entre os oceanos Atlântico e Índico;
 Linha Sísmica do Vale do Rifte Afro-Arábico: esta linha engloba a zona dos grandes
lagos do continente africano, o mar vermelho, a ilha do Bouvet e o oceano Antártico.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Vulcanologia

Vulcanologia - é o capitulo da geologia que se ocupa no estuda dos vulcões.

Vulcanismo - é o conjunto de manifestações vulcânicas e das teorias que explicam as causas


destas manifestações.

Vulcanólogo - é o especialista no estudo dos vulcões.

Vulcões - são aberturas na crusta terrestre por onde se dá o derrame de lava, cinzas, vapor de
água e outros gases, vindos do interior do planeta.

Como é que se forma o magma?

O magma forma-se no interior da terra a partir da fusão das rochas.


Sabe - se que a temperatura da terra aumenta a medida que aumenta a profundidade. Por cada
100 metros de profundidade a temperatura da terra aumenta 3 graus Célsius. Numa
profundidade entre os 15 e os 70 Km (na crosta terrestre) a temperatura chega a atingir os 1200
– 1300 graus Célsius. A estas temperaturas elevadas as rochas fundem-se, formando a lava. As
lavas misturam-se com os gases, no interior da terra, e formam o magma.

Lava - é uma matéria rochosa em estado de fusão resultante do magma empobrecido em gases.

Magma - é um material rochoso fundido, rico em gases, que se encontra armazenado na câmara
magmática.

O magma é uma mistura complexa de silicatos. Os gases que entram na composição do magma
são: CO, CO2, SO2, SO3, HCl, H2 e vapor de água.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Estrutura de um Aparelho Vulcânico

Aparelho vulcânico - é o conjunto formado pelo vulcão na superfície e pelas zonas profundas
de onde provêm os materiais expelidos.

Um aparelho vulcânico tem a seguinte constituição:

Chaminé Vulcânica: é uma coluna ou fractura, mais ou menos cilíndrica, que liga a câmara
magmática com a cratera;

Cratera: é a abertura, mais ou menos circular, na superfície da terra por onde sai o magma.

Câmara magmática - reservatório de magma, situado em profundidade.

Cone vulcânico – é uma estrutura em forma cónica, resultante da acumulação de lava e


produtos sólidos à volta da cratera.

Cone Vulcânico Secundário Ou Parasita: é o cone vulcânico que se forma no cone vulcânico
principal.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Erupção Vulcânica

 É a saída ou ascensão (subida) do magma, fragmentos de rochas e outros produtos para a


superfície.

Ao atingir a superfície terrestre as partes constituintes do magma separam-se, indo os gases para
a atmosfera e as lavas depositam-se e consolidam-se a volta da cratera, formando o cone
vulcânico.

Sinais precursores de uma Erupção Vulcânica


 Abalos sísmicos;
 Elevação da temperatura do solo e das águas dos nascentes;
 Aumento da actividade fumarola.

Causas das Erupções Vulcânicas


As causas das erupções vulcânicas são as seguintes:

 Fraca densidade do magma em relação ao resto da crosta;


 Elevada pressão que o magma exerce sobre as paredes da câmara magmática;
 Fractura ou falha na superfície terrestre que atinge a câmara magmática;

Tipos de Erupção Vulcânica

O geofísico francês Lacroix, baseando nos tipos de actividade vulcânica, classificou as erupções
vulcânicas em quatro tipos: Havaiano ou Hawaino, Estromboliano, Vulcaniano e Peleano.

Erupções Vulcânicas do Tipo Havaiano ou Hawaiano

É caracterizada pela subida de magma


fluido e a actividade vulcânica é do tipo
efusivo. O cone vulcânico é baixo. Não há
explosão nem projecção de piroclásticos. Há
formação de grandes escoadas – rio de
lavas.
Ex: Vulcões Mauna Loa e Kilauea nas ilhas
Havai ou Hawai.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Erupções Vulcânicas do Tipo Estromboliano

É caracterizada pela subida de magma


pouco viscoso e a actividade vulcânica é do
tipo misto (efusivo/explosivo). O cone
vulcânico é misto. Há explosão com
projecção de piroclástos e formação de
extensas escoadas de lavas.
Ex: Vulcão Stromboli nas ilhas Lipari na
Itália, Vulcão dos Capelinhos nos Açores
em Portugal, Vulcão do Fogo na ilha do
Fogo (Cabo-Verde) em 1995. Esquema representativo da Erupção do
tipo Estromboliano

Erupções Vulcânicas do Tipo Vulcaniano

É originado pela subida de magma viscoso


e a actividade vulcânica é do tipo
explosivo. O cone vulcânico é alto. Há
explosão violenta com projecção de
bombas, lapilli e cinzas
Ex: vulcão Vulcano nas ilhas Lipari na
Itália, vulcão na ilha de Cracatoa na
Indonésia.

Esquema representativo da Erupção do tipo


Vulcaniano

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Erupções Vulcânicas do Tipo Peleano

É caracterizada pela subida de magma


extremamente viscoso e a actividade
vulcânica é do tipo explosivo/catastrófico.
O cone vulcânico é muito alto e apresenta,
em cima da cratera, uma estrutura chamada
agulha vulcânica, domo ou cúpula.
Ex: vulcão de Santa Helena nos Estados
Unidos da América e o vulcão da Montanha
Pelada na ilha Martinica. Esquema representativo da Erupção do tipo
Vulcaniano

OBS: O nome de cada tipo de Erupção Vulcânica vem do nome do local onde foi estudado pela
1ª vez ou ainda pode vir do nome do Cientista que o estudou pela 1ª vez.

Tipos de Magma

Magma - é um material rochoso fundido, rico em gases, que se encontra armazenado na câmara
magmática.

Qualquer magma é composto quimicamente pelo Ferro, Magnésio e pela Sílica. O ferro e o
magnésio estão sempre ligados entre si. Portanto, quando a percentagem de sílica aumenta, a
percentagem de ferro e magnésio diminui e vice-versa.

O tipo de magma depende da sua composição química. Assim temos quatro tipos de magma:

 Magma Fluido - magma pobre em sílica (-50% de sílica) e rico em ferro e magnésio. É
um magma básico. Resulta da fusão do basalto;
 Magma pouco Viscoso - é um magma com 50% à 60% de sílica;
 Magma Viscoso - é um magma rico em sílica (com mais ou menos 70% de sílica) e
pobre em ferro e magnésio. É um magma ácido. Resulta da fusão do granito;
 Magma Extremamente Viscoso: é um magma com mais de 70% de sílica.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Actividade Vulcânica

o É a separação dos constituintes do magma (lava e gases) e o respectivo comportamento


destes constituintes durante esta separação.

Tipos de Actividade Vulcânica

 Actividade Vulcânica do Tipo Efusivo - é aquela que apresenta uma lenta emissão de
lavas, bastante fluidas, que podem deslocar – se a grandes distancias.

Neste tipo de actividade a lava separa - se muito facilmente dos gases. É característico
das erupções do tipo Havaiano.

 Actividade Vulcânica do Tipo Misto - é aquela que apresenta períodos de tranquila


emissão de lava, que alternam com pequenas explosões devido a pouca viscosidade do
magma.

Estas explosões não são perigosas porque os materiais sólidos voltam a cair na cratera. A
lava separa-se com certa dificuldade dos gases. É característico das erupções do tipo
Estromboliano.

 Actividade Vulcânica do Tipo Explosivo - é a que apresenta uma emissão violenta dos
seus produtos, sob a forma de explosões. Há projecção de materiais sólidos e um
violento desprendimento dos gases. Tem origem em magma viscoso. É característico das
erupções do tipo Vulcaniano.

Neste tipo de actividade vulcânica as escoadas lávicas são muito curta ou pode não haver
escoadas lávicas

 Actividade Vulcânica do Tipo Explosivo/Catastrófico


Tem origem magma extremamente viscoso. A lava separa-se com extrema dificuldade
dos gases. O magma consolida - se na chaminé vulcânica formando um tampão que, ao
ser empurrado por novas emissões de magma vindo da câmara magmática, acaba por
formar uma estrutura em cima da cratera chamada domo, cúpula ou agulha vulcânica.
Neste tipo de actividade vulcânica as escoadas lávicas são muito curta ou pode não haver
escoadas lávicas.
Este tipo de actividade só se verifica nas erupções vulcânicas do tipo Peleano.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
O tipo de actividade vulcânica depende do tipo de magma. O tipo de magma depende da
percentagem de cada um dos componentes químicos do magma.

Natureza dos produtos da actividade vulcânica:

a) Gasoso – Ex: vapor de água, co2, hidrogénio, monóxido de enxofre, flúor, etc.
b) Sólidas – Ex: Piroclastos – materiais expelidos cujo acumulação origina rochas
piroclásticos.

 Exemplos de Piroclastos: cinzas vulcânicas, areias vulcânicas, lapilli ou


bagacina, bombas vulcânicas e blocos vulcânicos.
o Cinzas Vulcânicas: são muito finas e resultam da pulverização de
gotas de lava;
o Areias Vulcânicas: têm o mesmo tamanho que as areias normais;
o Lapilli ou Bagacina: são fragmentos com tamanho médio de grão
de ervilha (são pedrinhas);
o Bombas Vulcânicas: são fragmentos grosseiros com forma
arredondada;
o Blocos Vulcânicos: são fragmentos grosseiros com forma angular

c) Liquida – Ex: Lava

Actividade Vulcânica em Cabo-Verde

As ilhas de Cabo-Verde são de origem vulcânica. Isto é, testemunhado pela existência de


basaltos nos vales perto do litoral.
Ex: Vulcão Ilha do Fogo
O ponto mais alto da ilha tem 2829m, que é precisamente o ponto mais alto do vulcão.
A falha de monte beco foi a única responsável pela erupção de 1995, foi através do qual é que se
deu a ascensão do magma e teve cinco bocas.

O Professor Dr. Orlando Ribeiro nos seus estudos constatou que entre 1500 a 1957 houve 25
erupções vulcânicas em Cabo Verde e com mais uma de 1995, faz no seu todo 26 erupções
vulcânicas.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Erupção de 1995

Em 1995 os meios de comunicação estavam muito mais avançados, por isso foi possível a
transmissão do decorrer da actividade vulcânica de 2 de Abril.

Três dias antes houve na região um pequeno tremor de terra e segundo a opinião de alguns
moradores, os copos se tremiam nas estantes, sobre a mesa, etc.

Depois voltou a ocorrer novamente tremor de terra até que as 11 horas e 45 mn do dia 2, houve
uma fase explosiva ou seja ocorreu a erupção vulcânica.

De 2 a 22 de Abril – Vulcanismo Central – fase efusiva e explosiva do Tipo Estromboliano. De


22 Abril a 26 de Maio – Vulcanismo Fissural – fase efusiva do Tipo Hawaiana. Esta actividade
vulcânica é do tipo misto.

Fenómenos Vulcânicos Secundários

Os fenómenos vulcânicos secundários são cinco:

1. Sismos Vulcânicos - São sismos que resultam da deslocação lateral ou vertical do


magma ou ainda pode resultar de outras actividades vulcânicas.

2. Fumarolas Ou Actividades Fumarólicas


Fumarolas - emanações de pequenas nuvens de vapor a temperaturas elevadas,
libertadas através de fendas do cone vulcânico

Existem dois tipos de fumarolas: sulfataras e mofetas.


 Sulfataras: são fumarolas que libertam compostos de enxofre (SO 2, SO3 e H2S)
juntamente com o vapor de água;
As sulfataras podem originar depósitos de enxofre com interesse económico.
 Mofetas: são fumarolas que libertam dióxido de carbono e vapor de água

3. Nascentes Termais
Fontes de água, a elevada temperatura, contendo dissolvidas substâncias minerais,
normalmente com valor medicinal.

4. Géiseres: Jactos de água quente e vapor projectados a enorme altura e


intermitentemente:
Os géisers só existem, actualmente, em dois países – na Islândia e nos Estados Unidos da
América.
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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
5. Aumento Da Pluviosidade
Acontecendo uma actividade vulcânica é lançada para a atmosfera uma certa quantidade
de vapor de água e de cinzas finas. Na atmosfera, o vapor de águas e as cinzas
arrefecem-se. O vapor de água condensa-se a volta das partículas de cinzas formando
várias gotas de água, fazendo aumentar assim a pluviosidade.

Riscos e Benefícios das Actividades Vulcânicas


Riscos das Actividades Vulcânicas:

o Formação de nuvens ardentes com cerca de 100º (as pessoas morrem sufocados por
cinzas e gases);
o Casas soterradas por materiais vulcânicas;
o Ocorrência de sismos e trovoadas:

Nuvem Ardente - grande quantidade de gases e poeiras, libertados por um vulcão, com
elevadas temperaturas.

Benefícios das Actividades Vulcânicas:

o Centrais geotérmicas (a água passa pelas rochas vulcânicas e depois é usada na produção
de energia);
o Solos férteis (os materiais expelidos pelos vulcões são muito férteis);
o Paisagens espectaculares, atraindo excursões de visitantes e às encostas dos vulcões,
funcionando assim como pólos turísticos que desenvolvem a região;
o O calor das actividades vulcanicas é utilizado para a gastronomia;
o Em algumas partes do Mundo, materiais valiosos como o ouro, o ferro, o enxofre e os
diamantes têm origem na actividade vulcânica;

Distribuição Geográfica dos Vulcões Activos

O planeta terra contém, actualmente, vários vulcões activos distribuídos por diferentes partes do
globo. Depois de cada actividade vulcânica, os vulções entram em repouso ou período de
dormência que pode durar dezenas ou centenas de anos.
Durante o período de repouso o vulcão pode emitir pequenas quantidades de gás e, por vezes, de
lava. Pode ainda ficar em repouso total.
Nota: Um vulcão é considerado extinto só 25000 anos depois da última erupção vulcânica.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Os vulcões activos estão distribuídos geograficamente em três alinhamentos seguintes:

1. Anel ou Círculo do Fogo do Pacífico


Este alinhamento situa-se à volta do oceano pacífico. Neste alinhamento encontra-se
mais de metade dos vulcões activos existentes na terra. Ex: de alguns vulcões activos
situados neste alinhamento: vulcões das Filipinas, vulcões das Antilhas, vulcões da
Indonésia, vulcões do Japão, etc.

2. Alinhamento Euro-Asiático
Neste alinhamento encontram-se os vulcões activos situados a volta do mar mediterrâneo
e da Ásia Menor. São exemplos destes vulcões activos os vulcão Vesúvio, vulcão Etna e
vulcão Stromboli.

3. Alinhamento do Atlântico
Neste alinhamento encontram-se os vulcões activos situados nas ilhas do oceano
atlântico, tais como o vulcão do Fogo em Cabo-Verde, o vulcão da Islândia e o vulcão
dos Açores.

Rochas – Outras Testemunhas da Actividade Geológica

As rochas são os materiais constituintes da terra. Encontram-se em constantes transformações.


Podem modificar-se superficialmente ou profundamente e podem até desaparecer. Por causa
destas constantes transformações é que as rochas são consideradas testemunhas da actividade da
geológica – actividade da terra.

Conceito das Rochas e de Minerais

Rochas - são grandes massas naturais sólidas ou liquidas com certa uniformidade.
As Rochas são geralmente Sólidas. Ex: areias, argilas, granito, carvões naturais, mármore,
basalto, etc. Há também Rocha Líquida. Ex: o petróleo.

As rochas são constituídas por um ou mais minerais.

Minerais - são substâncias inorgânicas sólidas ou liquidas com uma determinada composição.

Os minerais classificam-se, quanto à sua predominância na rocha, em:


 Minerais Essenciais - são minerais que caracterizam a rocha pela sua predominância.
 Minerais Acessórios - são aqueles minerais que só aparecem algumas vezes na rocha e
por isso não caracterizam a rocha.
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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Os minerais também se classificam quanto à cor em:

 Minerais Félsicos ou Siálicos - são minerais de cor clara. Estes minerais têm a cor clara
porque são constituídos principalmente por sílica;

Ex: feldspatos, feldspatóides, plagióclases e quartzo.

 Minerais Máficos - são minerais de cor escuras. Estes minerais têm a cor escura porque
são constituídos principalmente por ferro e magnésio
Ex: piroxenas anfíbolas, biotite e olivina.

Diversidade das Rochas

As Rochas são diferentes quanto à Origem, à Cor, à Estrutura, à Dureza, à Variedade e


Percentagem de minerais constituintes, etc.

Quanto à origem, temos três tipos de rochas:


 Rochas Magmáticas ou Ígneas;
 Rochas Sedimentares;
 Rochas Metamórficas.

Rochas Magmáticas

Rochas Magmáticas - são rochas que resultam da consolidação do magma.

Ex: o Granito, o Gabro, o Basalto e o Riólito.

Génese (Formação) das Rochas Magmáticas

Formado no interior da terra e estando a elevadas pressões, o magma pode subir. O magma,
subindo, pode sair para a superfície terrestre ou pode ficar no interior da terra mais próximo da
superfície.
 Se o magma sair para a superfície terrestre, consolida-se e forma uma rocha chamada
Rocha Magmática Vulcânica ou Rocha magmática Extrusiva. Ex: Basalto e Riólito

 Se o magma não sair e ficar no interior da terra próximo da superfície, aí consolida-se e


forma uma rocha chamada Rocha Magmática Plutónica ou Rocha Magmática
Intrusiva. Ex: Granito e Gabro.
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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Textura das Rochas Magmáticas

Textura de uma Rocha - é o grau de cristalização desta rocha.

Uma rocha pode ser totalmente ou parcialmente cristalizada ou pode ser totalmente não
cristalizada:

 Se uma rocha é totalmente cristalizada, diz-se Rocha com Textura


Holocristalina ou Rocha Holocristalina;

 Se uma rocha é parcialmente cristalizada, diz-se rocha com Textura


Hemicristalina ou Rocha Hemicristalina;

 Se uma rocha não tem cristal, diz-se Rocha com Textura Vítrea ou Rocha
Vítrea. A rocha terá um aspecto vítreo – vidro vulcânico;

O magma consolida-se muito mais rapidamente na superfície terrestre do que no interior da


terra.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
O tamanho dos cristais depende da rapidez da consolidação do magma. Assim:

Caracterização das Rochas Magmáticas Vulcânicas (Exemplo - Basalto)

 É uma rocha magmática vulcânica de cor escura;


 A sua textura pode ser holocristalina ou hemicristalina ou vítrea. Só que raramente
tem textura vítrea;
 É uma rocha afanítica porque os seus minerais não se distinguem uns dos outros à vista
desarmada;
 Os minerais essenciais do basalto são: piroxenas e plagióclases básicas (geralmente
labradorite);
 Os minerais acessórios do basalto são: horneblenda, olivina, ilmenite, magnetite,
biotite (mica preta), etc.;
 Apresenta aspecto compacto;
 A sua fractura da superfície recente é geralmente baça (sem brilho) porque os seus
cristais têm tamanho pequeno.

Utilização do Basalto
Como é uma rocha dura e escura, é utilizada:
 No enquadramento de portas e janelas;
 No calcetamento das ruas;
 Na construção de casas;
 Na construção de diques (represas de águas correntes ou reservatórios de água com
comportas);

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Caracterização das Rochas Magmáticas Plutónicas (Exemplo-Granito)

As rochas magmáticas plutónicas resultam da consolidação do magma no interior da terra.


Como exemplos destas rochas temos o Granito e o Gabro.

Caracterização do Granito

 É uma rocha magmática plutónica de cor geralmente clara (esbranquiçada, amarelada ou


rósea). Por vezes contem elementos de cor escuros em maior ou em menor quantidade.
Por isso aparecem granitos róseos, amarelados e variedades mais ou menos acinzentados
e azulados;
 Tem sempre textura holocristalina;
 É uma rocha fanerítica porque os seus cristais são macroscópicos ou seja são visíveis a
vista desarmada. Os seus cristais têm cores diferentes: acinzentados, brancos ou róseos;
 Os minerais essenciais do granito são: feldspatos alcalinos (ortóclases e microclina) e
quartzo;
 Os minerais acessórios do granito são: turmalinas, moscovite (mica branca),
anfíbolas, horneblenda, feldspatos não alcalinos, feldspatoides e piroxenas;
 No terreno o granito apresenta aspecto maciço e fracturas;

De acordo com a predominância de um ou de outro mineral acessório assim se denomina o


granito: Granito Horneblêndico, Granito Moscovítico, etc;

Utilização do Granito

Apesar de ser uma rocha dura, o Granito é facilmente talhável. Esta propriedade permite que
seja usada com diversos fins, tais como:

 Construção de Igrejas, de casas, de barragens, Estátuas e peças ornamentais;


 Pavimentos de ruas e estradas (paralelos);
 Docas e cais de embarque;
 Revestimentos interiores e exteriores...

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Tipos de Granitos

Observando os granitos pela sua textura, distinguem - se os seguintes tipos de granito:

1. Granitos Granulares: são os granitos cujos minerais constituintes apresentam cristais


justapostos e com tamanho mais ou menos igual;

2. Granitos Porfiróides: são granitos onde alguns cristais dos minerais são mais
desenvolvidos do que outros;

3. Granitos Pegmáticos: são granitos cujos minerais têm todos os cristais muito
desenvolvidos;

4. Granitos Pegmatíticos Gráficos: nestes granitos o quartzo forma cristais alongados e


paralelos no seio dos feldspatos.

Equivalência das Rochas Magmáticas

Os magmas que formam as rochas magmáticas são diferentes quanto a viscosidade. Assim,

 Se o magma que à superfície forma o basalto, se consolidar no interior da terra forma o


gabro. O gabro tem as mesmas características que o basalto, embora tem sempre textura
holocristalina devido a consolidação lenta do magma no interior da terra. São rochas
magmáticas equivalentes.

Tanto o Basalto como o Gabro resultam da consolidação de magmas fluidos. Por isso têm cor
escura;

 Se o magma que no interior da terra forma o granito, se consolidar na superfície forma o


riólito. O riólito tem as mesmas características que o granito, embora pode ter textura
diferente do granito devido a consolidação rápida do magma na superfície. São rochas
magmáticas equivalentes.
Tanto o Granito como o Riólito resultam da consolidação de magmas viscosos. Por isso têm
cor clara.

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Rochas Sedimentares

Rochas Sedimentares: são rochas que resultam da acumulação de sedimentos.

Génese ou Formação das Rochas Sedimentares

Na formação das rochas sedimentares participam os agentes de geodinâmica externos que são o
vento, a temperatura, a água, as pressões atmosféricas e os seres vivos.
Estes agentes, actuando sobre uma determinada rocha situada na superfície terrestre, alteram as
propriedades desta rocha possibilitando assim a formação de uma rocha sedimentar.

As Rochas Sedimentares formam - se em quatro (4) fases:

1º Fase: Meteorização e Erosão:


Meteorização alterações (físicas/ou químicas) das rochas provocadas pelo vento, água,
variações de temperatura e pelos próprios seres vivos.

Erosão processo pelo qual os agentes erosivos, nomeadamente a água e o vento,


arrancam e separam fragmentos da rocha mãe. (por remoção ou por desgaste).

2º Fase: Transporte: nesta fase os fragmentos rochosos são transportados pelos agentes de
transporte (vento, água, seres vivos e a gravidade) e depositados noutro local;

3º Fase Sedimentação: os fragmentos transportados e depositados ligam - se entre si


formando sedimentos;

4º Fase: Diagénese: os sedimentos acumulados consolidam - se e cimentam - se, isto é, são


ligados pelas substâncias dissolvidas na água;

Cimento: resulta da precipitação de carbonato cálcio ou sílica-dissolvidos na água de


circulação.

Classificação das Rochas Sedimentares

Quanto à origem dos sedimentos, as rochas sedimentares classificam-se em:


 Rochas Sedimentares Detríticas;
 Rochas Sedimentares De Precipitação;
 Rochas Sedimentares Organogénicas Ou Biogénicas Ou De Origem Orgânica;

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CIÊNCIA DA TERRA – 9º ANO DE ESCOLARIDADE 2013
Rochas Sedimentares Detríticas

Rochas Sedimentares Detríticas: são rochas formadas a partir da acumulação de detritos de


outras rochas;

Dependendo da ligação ou não dos detritos, as rochas sedimentares detríticas podem ser:
 Rochas Sedimentares Detríticas Móveis: são rochas cujos detritos encontram-se soltos
(desagregados).
Ex: argilas (detritos muito fino), areias (detritos mais ou menos fino) e calhaus (detritos
grosseiros);

 Rochas Sedimentares Detríticas Lapidificadas: rochas em que os detritos encontram-


se ligados entre si.
Ex: argilitos ou xistos argilosos, arenitos e conglomerados.
o Conglomerados: resultam da ligação dos detritos dos calhaus;
o Arenitos: resultam da ligação dos detritos das areias;
o Argilitos ou xistos argilosos: resultam da ligação dos detritos das argilas.

Areias
Quanto à constituição, existem diferentes tipos de areias:
 Areia Siliciosa - areia constituída por grãos de quartzo (sílica) - cor branca.
 Areia Ferruginosa - areia constituída por óxidos de ferro (cor vermelha ou amarela).
 Areia Basáltica- areia constituída por grãos de basalto (cor preta).
 Areia Argilosa - areia constituídas por grãos de quartzo (sílica) misturados com argilas.
 Areia Calcária - areia constituída por grãos de quartzo (sílica) misturados com
partículas de calcário (cor branca).
 Areia Conquífera - areia constituída por grãos de quartzo (sílica) misturados com restos
de conchas.

Propriedades das Areias


As propriedades das areias são:
 Cor: Variada (Branca, preta vermelha, amarela, etc)
 Dureza: os grãos de sílica riscam o vidro;
 As areias são rochas muito permeáveis (deixam passar as águas depois da saturação);
 Efervescência: Não faz efervescência (reagem) na presença do ácido clorídrico, a
excepção da areia calcária;
 Origem: As areias podem ter origem granítica ou basáltica ou calcária.
 São insolúveis na água;

Aplicações das Areias: As areias são utilizadas no fabrico de vidro, na cerâmica, na construção
civil, etc.
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Propriedades das Argilas

As argilas apresentam as seguintes propriedades:


 Cor: a argila apresenta cor variável. Pode ser cinzenta ou amarela ou avermelhada ou
azulada ou negra. A argila quando apresenta cor branca constitui o caulino;
 Por acção do calor a argila endurece e modifica as suas propriedades;
 A argila não funde quando submetida à temperatura elevada;
 A argila é moldável (plástica) quando amassada com água;
 A argila sedimenta-se mais rapidamente na água salgada do que na água doce;
 A argila é permeável quando está seca e é impermeável quando molhada;
 Quando humedecida a argila cheira à barro;
 A argila é untuosa ao tacto;
 A argila adere à língua;

Aplicações das Argilas: As argilas são utilizadas para fazer telhas, tijolos, olaria (potes, vasos,
bonecos, bindes, etc.), etc.

Rochas Sedimentares de Precipitação

São rochas que se formam a partir de precipitação química de compostos químicos dissolvidos
na água.

1. Sal - Gema (Formação)


Resulta da precipitação de sais por evaporação das águas marinhas retidas em lagos ou
lagunas salgada. São rochas formadas por agregados de grão de sal comum – Nacl.

2. O Calcário - forma-se também por deposição de substâncias dissolvidas na água.


O calcário é constituído essencialmente por Calcite (mineral do calcário).
A Calcite é quimicamente composta por carbonato de cálcio (CaCO3).

Génese (Formação) do Calcário

O carbonato de cálcio, por acção das águas gasocarbónicas (H 2O + CO2), é transformado em


hidrogenocarbonato de cálcio ou bicarbonato de cálcio – Ca (HCO3)2 – solúvel na água simples.

Tradução química da génese do calcário

CaCO3 + CO2 + H2O Ca(HCO3)2

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Com a diminuição do dióxido de carbono, o cálcio precipita-se em forma de carbonato insolúvel
na água. Este processo é reversível – reacção reversível.

Há dois tipos de Calcário, quanto ao tamanho das concreções:


 Calcário Oolítico: é calcário cujas concreções têm tamanho de ovos de peixe;
 Calcário Pisolítico: é calcário cujas concreções têm tamanho maior que os ovos de
peixe ou iguais ao tamanho de grãos de ervilhas;

As concreções formam-se por precipitação do cálcio à volta de partículas suspensas na


água. As concreções têm forma mais ou menos esférica.

Formação de Estalactite e de Estalagmite

As Estalactites E Estalagmites são exemplos de calcários que se formam em resultado da


circulação da água com substâncias dissolvidas durante a passagem pelo calcário.

 Estalactite - estrutura formada a partir do tecto das grutas das zonas calcaricas. O
dióxido de carbono liberta – se e a água deixa ficar deposito de carbonato de cálcio que
vai crescendo de cima para baixo.

 Estalagmite – estrutura formada a partir do chão das grutas, isto é, ao cair no chão
formam depósito de carbonato de cálcio que crescem de baixo para cima.

Se as Estalactites e as Estalagmites formarem na mesma direcção, elas acaba por unir formando
Coluna Calcária - resulta da união das estalactites com as estalagmites.
Em Cabo-Verde encontra-se calcário nas ilhas de Maio, Sal e, principalmente em Boavista.

Aspecto do Calcário de Precipitação no Terreno


 No terreno calcário a vegetação é pobre;
 O calcário encontra-se estratificado no terreno e apresenta muitas fracturas.

Características do Calcário
 Cor: os calcários puros são brancos. Podem conter impurezas. Neste caso, apresentam
tons amarelados ou negros;
 É permeável devido a sua porosidade;
 Não é muito duro. Deixa-se riscar pelo canivete e é fácil de trabalhar;
 Faz efervescência com os ácidos devido a sua composição química – existência do
carbonato de cálcio (CaCO3);
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 Mineral constituinte: calcite;
 Altera-se quimicamente pela acção do calor, isto é o CaCO 3 decompõe-se em CaO e
CO2.
 Constituição: além do CaCO3, o calcário também é constituído pela areia, por óxidos de
ferro e por argila.

Aplicações do Calcário
Os calcários aplicam-se geralmente na construção civil, no fabrico de cimento e de cal e na
construção de estátuas, produção de giz, fabricação de vidro, correcção d o ph do solo e na
ornamentação.

Rochas Sedimentares Organogénicas ou Biogénicas

São rochas formadas a partir dos sedimentos elaborados pelos seres vivos.

Tipos de rochas Sedimentares Organogénicas

 Rochas Fitogénicas – originam a partir de restos de plantas.


Ex: Carvões e Petróleo.
 Rochas Zoogénicas – originam a partir de restos de animais. Ex: Calcários Orgânicos

Os Calcários Organogénicos São:

1) Calcários Coralígenos – resultam essencialmente, da deposição de estruturas


proveniente dos corais que se desenvolvem nas regiões submersas de certas costas
marinhas;
2) Calcários Conquíferos – formam - se principalmente, pela acumulação de conchas de
animais marinhos.
3) Calcários Comuns - são calcários baços e de fractura compacta. Muitas vezes
apresentam vestígios de conchas.
4) Calcários Fétidos - são calcários que, quando percutidos, cheiram mal devido a grande
quantidade de matéria orgânica que contêm.
5) Calcário Cré - é um calcário de cor branco. È pulverulento (transforma-se em pó), suja
os dedos e risca como o giz.

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Petróleo

O petróleo é uma rocha líquida de aspecto oleoso, por vezes, viscoso e com cheiro
desagradável.

É uma mistura de hidrocarbonetos (compostos de carbono e de hidrogénio).


O petróleo é uma rocha combustível. Produz chama iluminante e quente.

Origem do Petróleo

A evaporação das águas e o consequente aumento da salinidade do mar, contribui para que os
seres vivos desses mares deixam de ter condições de sobrevivência e morrem. Os restos desses
seres vivos depositam numa rocha (bacia petrolífera) e vão ser decompostas sem a presença do
oxigénio, isto é, a decomposição será feita através da fermentação.

Fermentando-se, a matéria orgânica é transformada lentamente em hidrocarbonetos


(constituintes do petróleo).
O petróleo formado, como é mais leve do que a água, tem tendência a subir para a superfície. Ao
subir, o petróleo pode ficar retido nas fendas das rochas porosas vizinhas onde ficará
armazenado.

É nestas rochas que, mais tarde, o petróleo será explorado.

A rocha onde a matéria orgânica se depositou e se formou o petróleo chama-se Rocha Mãe.
As rochas porosas vizinhas da rocha mãe, onde o petróleo ficou retido, chamam-se Rochas
Armazém. Nas rochas armazém o petróleo é sempre acompanhado por gases e pela água
salgada.

Propriedades do Petróleo

 É insolúvel na água, formando suspensões instáveis com a água;


 Não faz efervescência com os ácidos;
 O petróleo bruto não é facilmente inflamável à temperatura do ambiente porque é pouco
volátil à essa temperatura;

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Há vários derivados do petróleo que são muito importantes, como nos mostra o quadro
seguinte:
Alguns derivados do petróleo Utilização destes derivados do petróleo no dia-a-dia

Gás Utilizada para o fornecimento de energia industrial e


caseira
Essências Utilizados como carburantes para automóveis
Querosene Utilizado como combustível de turbinas de avião a jacto
Gasolina Utilizados como combustíveis para grande parte dos
automóveis
Fuel Utilizado para fornecer energia industrial e caseira
Óleos Utilizados como lubrificantes
Parafina Utilizada para fazer ceras, velas, pastilhas elásticas, etc.
Betuminosos Utilizados para o revestimento de estradas
Coque de petróleo Abrasivos e motores eléctricos

Carvões

 Os carvões formam-se por acumulação de detritos vegetais.

Génese (Formação) dos Carvões

A formação dos carvões acontece da seguinte forma:

A matéria vegetal (folhas, ramos, raízes, etc.) ao cair no solo de uma floresta será decomposta
completamente em matéria mineral na presença do oxigénio atmosférico ou por acção
microbiana.
Se a decomposição ocorrer na ausência do oxigénio ela será incompleta. E por decomposição
incompleta das matérias vegetais, na água e ao abrigo do ar, originam os carvões.

 Decomposição da matéria vegetal: são as alterações físicas e químicas da matéria


vegetal.

 Alterações físicas da matéria vegetal: a matéria vegetal torna-se cada vez mais
compacta, mais dura e desaparecem as estruturas vegetais;

 Alterações químicas da matéria vegetal: a matéria vegetal perde gradualmente as


substâncias voláteis e água e enriquece-se em carbono.

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Quadro Comparativo dos Diferentes Tipos de Carvões
Percentagem em Percentagem em
Tipos de Carvões Carbono Substâncias Voláteis Poder Calorífico
Antracito 95% 5% 9000 Ca
Hulha 70% à 95% 30% à 5% 6000 Ca à 9000 Ca
Lignito ou lenhite 70 % 30 % 6000 Ca
Turfa 60% 40% 5000 Ca

Todos os carvões são combustíveis. Diferenciam-se pelo seu aspecto, pela percentagem de
carbono e de substâncias voláteis e ainda por outras propriedades.
O poder calorífico de um carvão depende da percentagem do carbono deste carvão como nos
mostra quadro em cima.

Características e Propriedades dos Carvões

Características da Turfa Propriedades da Turfa


 Tem cor castanha ou negra;  Arde facilmente produzindo chama
 Possui vestígios ervas; fuliginosa;
 Tem aspecto terroso;  Produzem muitos fumos ao serem
 É muito leve e baça; queimadas;
 Quando arde cheira a erva;
 Absorve muita água;
 É facilmente desfeita com a mão.

Características do Lignito ou Lenhite Propriedades do Lignito ou Lenhite


 Possui detritos lenhosos;  Arde facilmente com chama
 Tem cor castanha escura ou preta. fuliginosa;
 Quando arde, cheira a óleo
queimado.

Características da Hulha Propriedades da Hulha


 Tem cor preta;  Produz menos fumo do que a turfa e
 É compacta e folhada; o lignito;
 Possui zonas baças e zonas vítreas.  Deixa cinzas depois de arder; - é
impermeável;
 É insolúvel na água;
 Destilando a hulha, obtém-se gás.

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Características do Antracito Propriedades do Antracito


 Tem cor preta;  Arde dificilmente;
 Émuito pesado e compacto;  Ao queimar, não cheira;
 Pode possuir detritos de vegetais;  Quando arde, não faz fumo;
 Tem brilho intenso.  Deixa cinzas depois de arder.

Rochas Metamórficas

Rochas Metamórficas: são rochas que resultam da transformação das rochas preexistentes
(rocha magmática ou rocha sedimentar) por acções físicas, químicas e mecânicas dos agentes
do metamorfismo.

Ex: Mármore, Gnaisse, Micaxisto, Ardósia, Quartzito

Metamorfismo das Rochas: é a transformação das rochas preexistentes em rochas


metamórficas por acção dos agentes do metamorfismo em zonas profundas.

Origem Das Rochas Metamórficas

Numa bacia oceânica os sedimentos, acumulando - se, acabam por atingir uma espessura muito
elevada.

O aumento do peso da rocha formada faz afundar o fundo da bacia. À medida que se afunda, a
rocha formada vai sofrendo as acções de temperaturas e pressões cada vez mais elevadas. Por
isso esta rocha vai modificando o seu aspecto, vai perdendo as suas características e adquirindo
novas características.
Depois destas transformações, a rocha sedimentar forma uma rocha metamórfica, ou seja, por
metamorfismo esta rocha origina uma rocha metamórfica.

Nota: as rochas sedimentares transformam-se mais facilmente em rochas metamórficas do que


as rochas magmáticas. Isto porque as rochas sedimentares nunca passaram por temperaturas e
pressões elevadas como acontece com as rochas magmáticas. Quando submetidas as
temperaturas e pressões elevadas as rochas sedimentares transformam-se logo em rochas
metamórficas em quanto que as rochas magmáticas resistem às temperaturas e pressões
elevadas porque já passaram por elas durante a sua formação.

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Diversidade das Rochas Metamórficas

Devido às acções dos agentes do metamorfismo, o calcário transforma - se em Mármore; o


granito transforma - se em Gnaisse e Micaxisto; a argila transforma - se em Xisto e Ardósia;
arenito transforma - se em quartzito; argilito transforma em Cornena;

Agentes do Metamorfismo

Agentes do Metamorfismo: são factores que contribuem para a transformação das rochas
preexistentes em rochas metamórficas.

Os agentes do metamorfismo são:

 Calor: provem do magma no interior da terra. Contribui para a realização das reacções
químicas e para a cristalização ou recristalização das rochas;

 Pressão: provem do magma ou do peso dos sedimentos. Contribui para a recristalização


dos minerais e para a xistosidade;

 Fluidos de circulação: são as substâncias voláteis e a água. Provêm do magma.


Contribuem para a alteração da composição mineralógica das rochas.

Tipos de Metamorfismo

De acordo com as condições em que ocorre o metamorfismo, distinguem-se dois tipos de


metamorfismo:

1º Metamorfismo Regional: este metamorfismo acontece quando os processos geológicos


atingem zonas muito extensas e profundas com temperaturas e pressões elevadas.

O metamorfismo regional ocorre com a actuação conjunta de todos os agentes do


metamorfismo:

 O calor é o agente mais importante. Aos 200 graus Celsius as reacções


químicas ocorrem muito lentamente. As reacções químicas tornam-se mais
rápidas com o aumento da temperatura;

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 As pressões são também importantes. Há dois tipos de pressão:

 Pressão Estática: é a pressão exercida pelos sedimentos situados em


cima da rocha preexistente;

 Pressão Orientada ou “stress”: é a pressão que resulta dos movimentos


da crosta terrestre.

 Os fluidos de circulação preenchem as fendas ou fissuras das rochas e os


espaços entre os minerais.

2º Metamorfismo de Contacto: este tipo de metamorfismo ocorre quando a rocha, que vai
sofrer alterações, estão em contacto com o magma. Atingem zonas muito restritas.

Neste tipo de metamorfismo tem maior importância o calor produzido pelo magma.

Quanto mais afastada a rocha se encontrar da zona de contacto com o magma menor
será a influência do calor sobre esta rocha.

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Ciclo das Rochas

O Ciclo das Rochas é um diagrama que procura de uma forma esquemática, representar todo o
dinamismo existente na Terra, que leva às mudanças das rochas de uma classe genética a outra.
Cada uma destas transformações se dá em função de um conjunto de fenómenos físico -
químicos, que no conjunto representam a quase totalidade dos fenómenos estudados em
Geologia.

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