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UNIDADE II

Letras Integrada

Profa. Ma. Ana Lúcia Machado


Literatura do Ocidente

Melhor compreendida quando conhecemos:


 A Bíblia e as narrativas da mitologia greco-romana: dois pilares da nossa civilização.

 FRYE, N. O código dos códigos: a Bíblia e a literatura. São Paulo: Boitempo, 2006.
 SILVA, A. M. Literatura inglesa para brasileiros. 2.ed. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.

Fonte: https://docero.com.br/doc/v01cv5
Exemplo: início do poema de Blake

Verso 'O Earth, O Earth return!:


 Alusões à Bíblia:
 Gênesis, 2:7,
 Isaías, 21:22,
 Jeremias, 22:29,
 Cântico dos Cânticos, 6:13 e
 João, 1:5.
Bíblia

 Segundo Frye, o verso de Gênesis diz que Deus fez Adão do “pó da terra”, sendo que “terra”
é o substantivo feminino adamah.

 A “alma decaída”, que se urge à volta no poema de Blake, equivale à união original entre
uma humanidade simbolicamente masculina e uma natureza simbolicamente feminina.
.

Influência bíblica

A maçã
 Uma fruta inocente como qualquer outra.
Alexandre Arantes Filho

 Maçã: símbolo da queda moral do homem, remissão a ela ao acrescentar-lhe o termo


“inocente” – que se torna oposto à ideia de pecado, rompe o paradigma,
pois a maçã é apenas uma fruta.
 O texto remete-nos ao princípio, ao Gênesis apresentado
pela Bíblia ocidental.
Crucificação

 O evangelho segundo Jesus Cristo, de Saramago.

Crucificação, de Dürer
Fonte: http://www.uv.es/extravio/pdf3/o_jubilado.pdf
Início da obra de Saramago

 O evangelho segundo Jesus Cristo, do português José Saramago. O próprio título faz
remissão à Bíblia, além da sobrecapa da 1ª edição, criada por José Antunes, a qual é
configurada com um detalhe da gravura em madeira de Albrecht Dürer (1471-1528), a
Crucificação, em que vemos Jesus Cristo na cruz e um anjo que com um cálice recolhe
o seu sangue.
Início da obra de Saramago

 Da crucificação de Cristo, com que nos deparamos no paratexto do livro, é posteriormente


desenvolvida uma descrição no incipit do romance que não se limita a uma simples
descrição, dado que não se limita a descrever, também interpreta a gravura.
 “O sol mostra-se num dos cantos superiores do rectângulo, o que se encontra
à esquerda de quem olha” (SARAMAGO, 1991: 13).

Fonte: http://www.uv.es/extravio/pdf3/o_jubilado.pdf
Leitura da gravura

 A descrição começa pela esquerda, descrevendo, a partir do sol e num movimento


descendente (“por baixo do sol”), todos os elementos da gravura, começando por um dos
três homens crucificados.
 Em seguida, a descrição é orientada para a “parte inferior” da gravura, sendo descritas
outras personagens masculinas da gravura, como José de Arimateia, João ou ainda
personagens femininas, como as Marias e Maria Madalena.
Interatividade

Consideram-se as assertivas:
I. A Bíblia é uma grande fonte temática para a literatura ocidental.
II. A literatura ocidental procura somente a Bíblia como fonte para seus temas.
III. A Bíblia, por ser considerada sagrada, não é fonte para a literatura ocidental.

a) Apenas I é correta.
b) Apenas II é correta.
c) Apenas III é correta.
d) Apenas I e II são corretas.
e) Apenas II e III são corretas.
Resposta

Consideram-se as assertivas:
I. A Bíblia é uma grande fonte temática para a literatura ocidental.
II. A literatura ocidental procura somente a Bíblia como fonte para seus temas.
III. A Bíblia, por ser considerada sagrada, não é fonte para a literatura ocidental.

a) Apenas I é correta.
b) Apenas II é correta.
c) Apenas III é correta.
d) Apenas I e II são corretas.
e) Apenas II e III são corretas.
Linguagem multimodal

 Mudanças ocorrem nos textos, levando a gêneros híbridos; composição de um novo


discurso, em que a imagem se funde com o verbal e constrói novos sentidos = práticas
textuais multimodais.
 Língua e imagem desempenham (e podem desempenhar) o mesmo papel?
 Imagem e língua mantêm entre si uma relação de mera coexistência ou existe interação
entre elas?
 A modalidade visual resulta nos valores culturais em que está inserida?
 Esses questionamentos mostram a tentativa de compreensão frente à linguagem
da pós-modernidade.
Letramento da linguagem visual

 Serve como simulacro do mundo real e, se o indivíduo souber interpretar de modo adequado
o discurso verbal e o não verbal, com certeza encontrará o sentido dessas duas formas de
comunicação.
 Atualmente, as habilidades textuais devem acompanhar os avanços tecnológicos, as
diferentes linguagens, a fala e a escrita, a comunicação visual e sonora, os recursos
computacionais.
 Na nova configuração textual, a imagem é predominante ou, no mínimo, parte essencial
do texto.
Gêneros visuais: charge, HQ & CIA

 Material que era inconcebível até quase o fim do século XX, hoje a linguagem dos
quadrinhos é obrigatória na realidade pedagógica do professor.
 A leitura de quadrinhos abrange tanto o aspecto verbal quanto o visual, fundamentando uma
linguagem autônoma, possuidora de mecanismos próprios.

Hipergênero Gênero
Cartum
Quadrinhos Charge
Tira (ou Tirinha)
Características da linguagem dos quadrinhos

 Diferentes gêneros utilizam a linguagem dos quadrinhos.


 Predomina nas histórias em quadrinhos o tipo textual narrativo.
 Os personagens podem ser fixos ou não.
 A narrativa pode ser feita em um ou mais quadrinhos, conforme o formato do gênero.
 O formato e o suporte constituem elementos que orientam o leitor em como este
perceberá o gênero.
 Uso predominante de imagens desenhadas, mas ocorre uso de fotografia também.
Gêneros

 Charge: texto de humor; aborda fato ou tema noticiado no jornal, em uma relação
intertextual. O leitor, para entender o texto, precisa recuperar a notícia e relacioná-la
aos dados apresentados na charge. Devido à sua fonte ser basicamente os políticos,
a charge é publicada na seção de política ou de opinião dos jornais.
 Cartum, por sua vez, não é vinculado a um fato noticiado; humor advém de uma
situação corriqueira.
Gêneros

 Tira: pode ser formada por um quadro ou por mais; geralmente, não ultrapassa três, quatro
quadros. Ela pode ser seriada, centrada em uma história narrada em partes. Cada tira traz
um capítulo diário interligado a uma trama maior.
 A tira pode ser também cômica seriada, em que cada publicação tem uma temática
e o efeito do humor recai no desfecho inesperado da narrativa.
Gêneros virtuais e o hipertexto

 Suporte digital – computador – permite novos tipos de leitura e escrita coletivas. A leitura de
uma enciclopédia já é de tipo hipertextual, uma vez que utiliza as ferramentas de orientação
que são os dicionários, léxicos, índices etc.
 No entanto, o suporte digital apresenta uma diferença considerável em relação aos
hipertextos anteriores à informática: a pesquisa nos índices, o uso dos instrumentos de
orientação, de passagem de um nó para outro, fazem-se nele com grande rapidez; é nova
arte de edição e de documentação.
Hipertexto

 Hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor


incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações
novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da
de um leitor de texto impresso.
 Dificilmente dois leitores de
hipertexto farão os mesmos
caminhos e tomarão as
mesmas decisões.

Fonte: cw121a5.wordpress.com
Interatividade

Sobre o quadrinho abaixo, está incorreto:


a) Constata-se a linguagem multimodal.
b) Identifica-se um cartum devido ao humor.
c) Trata-se de cartum, pois não fala de política.
d) É uma charge, pois tem humor.
e) O tema é sobre o cotidiano.

RAMOS, P. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009, p. 23.


Resposta

Sobre o quadrinho abaixo, está incorreto:


a) Constata-se a linguagem multimodal.
b) Identifica-se um cartum devido ao humor.
c) Trata-se de cartum, pois não fala de política.
d) É uma charge, pois tem humor.
e) O tema é sobre o cotidiano.

RAMOS, P. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009, p. 23.


Semiosfera

 Formas de linguagem: estão interconectadas.


 Linguagem: é um grande ecossistema, cheio de pequenos nichos distintos, sendo cada
nicho possuidor de características próprias, garantindo autonomia em relação aos demais
e ao mesmo tempo compartilhando características comuns.
 O teatro, a literatura, os quadrinhos e outras formas de linguagem compõem ambientes
próprios e autônomos e compartilham elementos de outras linguagens, cada uma à sua
maneira.
Semiosfera

 Semiosfera é o conceito que se constitui para nomear e definir a dinâmica dos encontros
entre diferentes culturas e assim construir uma teoria crítica da cultura.
 É próprio da cultura promover aproximações até mesmo entre diversidades. Por isso, ela
está povoada de mitos, religiões, artes, arquitetura, filmes, entretenimento, poesia, dança,
jogos, línguas, linguagens artificiais, ciência, tecnologias e por tudo o que ainda não
conseguimos sistematizar.
Semiosfera

 Nesse contexto, texto possui um mecanismo dinâmico na cultura.


 Texto é um espaço semiótico em que há interação, em que as linguagens
interferem-se e auto-organizam-se em processos de modelização.
Exemplo

 Anúncio produzido em 1993 para


o inseticida em spray Baygon

Fonte: MACHADO, I. (Org.). Semiótica da cultura e


semiosfera. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2007, p. 8.
Exemplo

 Ocorre um paralelo entre a eficácia do produto e uma expressão oral muito utilizada
no dia a dia para se referir a algo cuja ação é excessivamente rápida.
 Um dos principais traços característicos da comunicação oral deve-se à proximidade
existente entre os enunciados e a vida cotidiana, ao contrário do que ocorre com a
comunicação escrita e tipográfica, cujas formas de verbalização impressa propiciam
o distanciamento entre os textos e seu contexto de produção.
Exemplo

 A proximidade entre experiência e texto é facilmente reconhecível na expressão “Pá. Pum.”,


pois a concisão da frase estabelece, de antemão, um paralelo com a agilidade, a própria
materialidade do enunciado já incorpora traços daquilo que pretende significar.
 No entanto, ao ser incorporada pelo anúncio, a expressão reveste-se de uma forma
sonoro-visual.
Exemplo

 O verbal-oral inscrito na mensagem contrapõe-se à forma linear característica do verbal


escrito.
 Dificilmente uma sentença verbal caracterizada pela contiguidade poderia, por meio da sua
materialidade sígnica, estabelecer uma relação de similaridade com a velocidade,
especialmente se considerarmos o tempo que demanda a leitura de uma sequência linear.
 Há dois tempos distintos: o “antes”, isto é, o uso do produto, e o segundo apresenta
o “depois”, em que é enfatizado o bom resultado da ação do inseticida.
Interatividade

Semiosfera é:
a) O texto verbal.
b) A cultura presente na nossa sociedade.
c) A língua em que o texto é criado.
d) A definição do encontro de diferentes culturas em forma de texto.
e) Linguagens como o teatro, cinema, literatura, entre outras.
Resposta

Semiosfera é:
a) O texto verbal.
b) A cultura presente na nossa sociedade.
c) A língua em que o texto é criado.
d) A definição do encontro de diferentes culturas em forma de texto.
e) Linguagens como o teatro, cinema, literatura, entre outras.
Prática discursiva

 Constitui-se de práticas sociais.


 Envolve condições históricas e sociais de produção, incluindo também as ideológicas.
 Condições de produção não estão relacionadas necessariamente à transmissão de
informação entre dois sujeitos, mas a um efeito de sentidos entre lugares determinados
na estrutura de uma formação social, ou seja, lugar histórico-social em que os sujeitos
se encontram.
 De acordo com a posição do sujeito envolvido, a enunciação tem um sentido e não outro.
Terra: um signo plural

 Um mesmo vocábulo, por exemplo, passa a ser relevante para distinguir um discurso
de outros discursos, por apresentar variação de sentido. Por exemplo, como é constituído
o sentido de terra na formação de diferentes discursos?

 Etimologicamente, a palavra terra – do latim terra-ae – possui os seguintes significados:


 o globo terrestre; o mundo; território; região; solo; chão.
Terra: um signo plural

 O signo terra torna-se plural, dado o seu caráter polissêmico.


 Assim, são apresentados sentidos diferentes para o signo terra nos discursos: indígena,
bíblico, sociológico e capitalista.
Terra: um signo plural

 No discurso indígena, a terra é vitalidade e à proposta de compra de terra indígena feita pelo
presidente americano Franklin Pierce, em 1854, ao chefe da tribo Duwamish, este responde:
 “Como podem comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia nos é estranha. Se não
somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podem comprá-los?”
Terra: um signo plural

 No discurso bíblico, por sua vez, temos esse exemplo conceptual:


“Deus fez a terra e o céu [...] modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas
narinas um hálito de vida e o homem tornou-se um ser vivente.” (Gên. 2, 4-7. A Bíblia de
Jerusalém. São Paulo: Paulus, 1985).
 Nessa acepção, a terra foi criada por Deus e dela, Ele fez o homem, a quem prometeu terra
fértil, terra de promissão divina, terra com leite e mel – metáforas da agricultura e da colheita.
Terra: um signo plural

 No discurso sociológico, o sentido de terra resgata a ideia de propriedade associada à posse.


Trata-se de um direito socialmente reconhecido, que passa por implicações jurídicas.
 No caso brasileiro, o processo foi lento, da passagem do monopólio público da terra para
o mundo privado, prevalecendo a estrutura agrária do latifúndio.
 No discurso capitalista, terra é considerada como propriedade, como bem material.
Terra: um signo plural

Enfim, diversos sentidos:


 Discurso indígena: terra é considerada vital e seu sentido se apresenta como um corpo
integrante do homem, sendo o chão a sua história, sua sobrevivência.
 Discurso bíblico: a terra é uma dádiva de Deus para que os homens vivam nela em
igualdade, irmandade.
 Discurso sociológico e capitalista: terra é um bem, posse; direito assegurado por lei.
Interatividade

Sobre as práticas discursivas, é falso dizer que:


a) Constituem-se de práticas sociais.
b) Envolvem condições históricas e sociais de produção, incluindo também as ideológicas.
c) Se relacionam, necessariamente, à transmissão de informação entre dois sujeitos.
d) Se preocupam com o efeito de sentidos.
e) Atribuem ao termo terra, por exemplo, um sentido e não outro de acordo com
a posição do sujeito envolvido.
Resposta

Sobre as práticas discursivas, é falso dizer que:


a) Constituem-se de práticas sociais.
b) Envolvem condições históricas e sociais de produção, incluindo também as ideológicas.
c) Se relacionam, necessariamente, à transmissão de informação entre dois sujeitos.
d) Se preocupam com o efeito de sentidos.
e) Atribuem ao termo terra, por exemplo, um sentido e não outro de acordo com
a posição do sujeito envolvido.
Referências bibliográficas

FRYE, N. O código dos códigos: a Bíblia e a literatura. São Paulo: Boitempo, 2006.

MACHADO, I. (Org.). Semiótica da cultura e semiosfera. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2007.

RAMOS, P. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.

SILVA, A. M. Literatura inglesa para brasileiros. 2. ed. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.
ATÉ A PRÓXIMA!

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