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Crise de 29

Nas primeiras décadas do século XX, os EUA passavam por uma fase de grande crescimento econômico,
alavancando a economia do mundo inteiro. Contudo, os Estados Unidos começaram a encontrar sérias
dificuldades econômicas a partir de 1925, devido, principalmente, ao fato dos salários não terem
acompanhado o aumento da produção. Assim, havia muitos produtos, porém não havia quem comprasse,
pois os salários eram pequenos e os empregos foram reduzidos, gerando assim, uma superprodução e uma
crise no sistema econômico.

Os agricultores passaram a pegar empréstimos para armazenar seus produtos, não davam conta de pagar e
perdiam suas terras. As indústrias, sem consumidores, foram obrigadas a reduzir sua produção e demitir
milhares de funcionários. Obviamente toda essa crise chegou ao mercado de ações, ocasionando o “crash”
(quebra), pois o preço de suas ações caia constantemente. Assim, diversos bancos, seguradoras, indústrias,
foram a falência, provocando o desemprego de mais de 12 milhões de norte-americanos.

A crise afetou o mundo todo. Se os EUA, que eram os principais consumidores de inúmeros produtos no
mundo inteiro, estavam passando por problemas financeiros enormes, não haveria mais quem comprasse
tais produtos, desencadeando a diminuição da produção e o desemprego em todo o mundo.

A solução para a crise foi a mudança na política econômica americana empregada pelo presidente eleito
Franklin Roosevelt. Roosevelt propôs que o Estado deveria atuar e reger a economia, contrariando a idéia
do liberalismo econômico. Assim, após a criação de grandes obras de infra-estrutura, salário-desemprego,
assistência aos trabalhadores, concessão de empréstimos, os Estados Unidos conseguiram retomar seu
crescimento econômico gradativamente.

A Crise de 29, também chamada de Grande Depressão, foi a maior crise econômica da história dos
Estados Unidos. No início do século XX, os norte-americanos viviam um período de grande
desenvolvimento econômico. Um dos principais aspectos que explicam tal situação foi a Primeira Guerra
Mundial, a qual abalou as economias dos países europeus, obrigando-os a mergulhar na onda dos produtos
americanos.

A grande questão foi que no decorrer da década de 20, esses países já estavam recuperados
economicamente. Desta forma, a compra dos produtos estadunidenses caiu drasticamente. Além disso, nos
Estados Unidos, os salários dos trabalhadores eram baixos e insuficientes para acompanhar o enorme
ritmo de produção. Tudo isso resultou em uma situação inevitável: havia muito produto para pouco
mercado consumidor, ou seja, o que desencadeou a Crise de 29 foi a superprodução.

Assim, muitas empresas tiveram que estocar ou dar outras soluções para seus excessos de produção,
resultando em significativos prejuízos e na demissão de muitas pessoas. Como grande parte dessas
corporações tinha papéis vendidos na Bolsa de Valores de Nova York, não deu outra: em 24 de outubro de
1929, os preços das ações caíram drasticamente.

O que se via eram muitos querendo vender suas ações e ninguém querendo comprar, levando a uma
verdadeira quebra (crash) da Bolsa de Nova York. Com isso, muitos investidores excessivamente ricos se
tornaram pobres do dia para a noite. Para se ter uma idéia, mais de 12 milhões de norte-americanos
ficaram desempregados.

A crise americana afetou seriamente grande parte do mundo, principalmente os países europeus e o
Canadá, afinal, os Estados Unidos eram os maiores compradores de vários tipos de produtos. No Brasil,
por exemplo, o preço do café caiu significativamente, uma vez que os americanos eram os principais
consumidores da mercadoria. Entretanto, tal fato levou os cafeicultores brasileiros a investirem no setor
industrial.
Os efeitos da Crise de 29 foram amenizados gradativamente por meio da política econômica do presidente
americano Franklin Delano Roosevelt, conhecida como New Deal. Segundo o mesmo, o governo deveria
intervir na economia, contrariando o princípio de que o mercado fosse capaz de se auto-regular. Assim,
além de criar uma série de benefícios sociais, Roosevelt realizou a construção de grandes obras, como
pontes, prédios públicos, hospitais, escolas, etc., as quais foram responsáveis pela diminuição significativa
do desemprego nos Estados Unidos. Os efeitos da crise finalmente foram superados no início da década de
1940.

O Nazi-Fascismo

A situação crítica que se encontrava a Europa após a guerra concorreu para o surgimento de ideologias
políticas totalitárias que se apresentavam como solução para todos os males. Crescia, portanto, uma
terceira via, além da democracia liberal e do socialismo. O fascismo e sua versão alemã – o nazismo – são
as maiores expressões deste quadro. Nos países em que o totalitarismo triunfou, sobretudo na Itália e na
Alemanha,ocorrem situações parecidas: um regime democrático frágil, polarização entre a esquerda
(comunistas e anarquistas) e a direita nacionalista, crise econômica e, por fim, a figura de um líder
incorporando os símbolos nacionais.

Argumenta-se que o regime totalitário é uma resposta aos momentos de crise. No contexto histórico
específico do fascismo, acrescenta-se o avanço das idéias socialistas como um fator explicativo
importante. Esta idéia é defendida pelo historiador marxista Eric Hobsbawm. Segundo ele, a ascensão da
direita totalitária foi uma espécie de resposta ao crescimento do poder operário, evidenciado na Revolução
de Outubro, na Rússia. Hobsbawm continua dizendo que a direita radical já fazia parte do cenário político
europeu desde o fim do século XIX, mas eram mantidos sob controle. O "perigo" socialista viria mudar
este contexto.[1] Ainda neste aspecto econômico, diz-se que o fascismo surge como solução para os
conflitos entre capital e trabalho. A burguesia, temerosa de perder o seu poderio neste conflito, alia-se
então aos regimes totalitários de direita.

Outros estudiosos argumentam diferente. Priorizando o aspecto político, encontram-se aqueles que
defendem a idéia de um "vazio hegemônico" para explicar o surgimento do nazi-fascismo. Este conceito é
utilizado para caracterizar uma situação onde, em um determinado lugar, nenhum grupo social se encontra
em condições políticas e econômicas de impor o seu projeto de poder. Neste momento, então, surge a
figura de um líder que "toma pra si" a responsabilidade política de desenvolver a nação.

No caso italiano, a frustração em não conquistar alguns territórios desejados, somado às perdas obtidas
durante a guerra criaram um ambiente fértil para a ascensão do regime de Mussolini. O nacionalismo era
instigado. Greves e rebeliões em toda a parte demonstravam a situação social do país.O governo
democrático não possuía autoridade suficiente para acalmar os ânimos. A burguesia então, receosa com o
clima revolucionário, acabou apoiando aqueles que representavam uma opção política com a força e a
capacidade necessária para controlar esta situação – os fascistas.

Depois de tentativas frustradas de tentar chegar ao poder por vias legais, em 1919, Mussolini percebeu que
outra via era possível, e assim o fez. Com o agravamento da situação no país, mais grupos demonstravam
apoio ao fascismo. Em 1922, Mussolini chegava ao poder para três anos depois eliminar a oposição e
estabelecer o seu regime totalitário.

Na mesma época em que se consolidou o regime fascista na Itália, Hitler lançava seu livro - Mein Kampf
(Minha Luta) – onde desenvolvia suas teorias raciais e dava corpo à futura ideologia nazista. Sua obsessão
pela pureza da raça, seu ódio aos judeus e seu nacionalismo exacerbado foram suas marcas, além de um
gênio político-militar que poucos ousaram reconhecer. O desejo de um Império Alemão Central (o espaço
vital) composto apenas daqueles pertencentes à "raça superior ariana" foi um objetivo buscado até a sua
morte.
O ambiente político e econômico em que se deu o surgimento e o desenvolvimento dos nazistas na
Alemanha foi semelhante àquele visto na Itália fascista. No entanto, após investimentos norte-americanos
no pós-guerra a Alemanha se recuperou economicamente.

Diferente da Itália, na Alemanha havia uma industrialização suficiente para se ter um proletariado bem
definido. Após a Primeira Guerra Mundial, além de ter sido considerada a "culpada pela guerra", foi
imposto aos alemães um governo social-democrata – a "República de Weimar". No entanto, este tipo de
governo necessita de recursos econômicos para manter a política social à qual ela se propõe. Na falta de
capital, crescem as oposições à este regime de governo. A partir disto, o fator principal que veio ajudar em
muito a ascensão de Hitler foi a Crise de 1929. O país, de todos os europeus que haviam passado pela
industrialização, foi o mais atingido pela crise econômica. Um terço da população era de desempregados,
a polarização entre nazistas e comunistas aumentava. A partir daí, o estabelecimento do regime nazista na
Alemanha se deu de forma meteórica. Já em 1933, em poucas semanas Hitler passou de Chanceler para
Führer.

Várias foram as mudanças introduzidas com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha. Os partidos
foram extintos e os judeus foram perseguidos. Por outro lado, o Führer conseguiu praticamente acabar
com o desemprego, através da promoção de inúmeras obras públicas. Mas como questiona Duroselle, "ao
preço de que deterioração moral?".[2] Além disso, com nacionalismo exagerado, Hitler ressurgiu e
construiu diversos símbolos nacionais, a fim de obter a unidade do povo alemão. Nada escapava ao
alcance da ideologia totalitária. Até os juízes faziam a saudação nazista.

Cabe ressaltar que o Estado totalitário, diversas vezes, se apropria de elementos do discurso socialista,
uma vez que o "público alvo" era o mesmo – as camadas sociais mais baixas. Além disso, ambos possuem
um sistema de partido único e o desprezo pela individualidade, priorizando o coletivo. Por isso, muitos
autores costumam assemelhar o regime fascista do regime socialista da URSS. De fato, os dois regimes
foram totalitários, utilizando, porém, um discurso ideológico distinto.

Além disso, a utilização dos meios de comunicação em massa para a propagação da ideologia totalitária
também foi uma constante. O culto à personalidade, o ideal de nação, o coletivo/corporativismo (em
detrimento ao individualismo exaltado pela ideologia liberal), o nacionalismo, o racismo, enfim, diversos
elementos foram costurados com o intuito de corporificar um discurso ideológico que sobrepujasse toda e
qualquer oposição ao regime. Além disso, os nazi-fascistas se caracterizam pelo ativismo, ou seja, o uso
da força e da violência, sobretudo contra as correntes de esquerda – comunistas, socialistas e anarquistas.

O Estado totalitário não abre mão do capitalismo. O que ele faz de diferente é a não adoção da
democracia, do liberalismo (e sua prerrogativa do individualismo). O totalitarismo intervém na economia
porque acredita que acima dos interesses particulares estão os interesses da nação, do conjunto de
indivíduos. Um slogan utilizado pelos nazistas dizia tudo: "você não é nada, o povo é tudo".

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