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Resumo
Mariangela Cerqueira Almeida
Este trabalho relata resultados do projeto “Desenvolvimento e Teste de
Graduada em Ciências Biológicas (UEFS).
Sequências Didáticas para o Ensino Médio de Biologia em Redes Colaborativas
Estagiária do Grupo Colaborativo de Pesquisa em
de Professores e Pesquisadores”. O projeto apresenta como resultados a
Ensino de Ciências (UEFS).
manutenção de uma comunidade virtual de prática para professores de biologia
almeida.biologia@gmail.com
do estado da Bahia e de outros estados, a ComPratica; a implantação de
Núcleos de Pesquisa em Ensino de Ciências (NUPECs) em três escolas públicas
Thiago Serravalle de Sá
do Estado da Bahia; a construção de um modelo de pesquisa colaborativa
envolvendo professores-investigadores do ensino médio e pesquisadores
Mestrando em Ensino, Filosofia e História das
universitários, além de licenciandos, graduandos e pós-graduandos; o
Ciências (UFBA/UEFS). Graduado em Ciências
desenvolvimento de novas concepções e ferramentas para a pesquisa
Biológicas (UEFS). Pesquisador do Laboratório de
educacional realizada pelo professor-investigador do ensino médio; e a
Ensino, História e Filosofia da Biologia
construção e investigação de três inovações educacionais, voltadas para o
(LEHFIBio/UFBA). Thiago.de.sa@gmail.com
ensino de evolução, de biologia celular e de reações químicas.
Ana Lucia Albuquerque Costa Pereira Amarante
Palavras-chave: Inovações educacionais. Sequências didáticas. Pesquisa
colaborativa. Comunidade de prática.
Professora do Instituto de Educação Gastão
________________________________________________________
Guimarães (IEGG), Feira de Santana-BA.
Graduada em Ciências Biológicas (UEFS).
Claudia de Alencar Serra e Sepulveda
Especialista em Política do Planejamento
Pedagógico (UNEB). Professora-Investigadora do
Professora do Depto. de Educação (UEFS). Mestre e Doutora em Ensino,
Grupo Colaborativo de Pesquisa em Ensino de
Filosofia e História das Ciências (UFBA/UEFS). Coordenadora do Grupo
Ciências (UEFS) analuciaamarante@yahoo.com.br
Colaborativo de Pesquisa em Ensino de Ciências (UEFS).
causepulveda@ig.com.br
Vânia Jaciara Bispo Costa
Cássia Regina Reis Muniz
Professora do Colégio Estadual Hermano Gouveia
Neto, Lauro de Freitas-BA.Graduada em Ciências
Professora do Colégio da Polícia Militar (CPM), Unidade Dendezeiros, Salvador-
Biológicas (UFBA). Professora-Investigadora do
BA. Graduada em Ciências Biológicas (UFBA). Professora-Investigadora do
Laboratório de Ensino, História e Filosofia da
Laboratório de Ensino, História e Filosofia da Biologia (LEHFIBio/UFBA).
Biologia (LEHFIBio/UFBA).
casmuniz@gmail.com
vaniajaciara@yahoo.com.br
Vanessa Perpétua Garcia Santana Reis
Natália Rodrigues da Silva
Professora do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG), Feira de
Professora do Colégio da Polícia Militar (CPM),
Santana-BA. Bióloga-Analista Universitária da UEFS. Graduada em Ciências
Salvador-BA. Graduada em Ciências Biológicas
Biológicas (UEFS). Mestre em Ciências Agrárias (UFBA). Professora-
(UFBA). Especialista em Novas Metodologias da
Investigadora do Grupo Colaborativo de Pesquisa em Ensino de Ciências
Educação (FBB). Professora-Investigadora do
(UEFS). vanesreis@yahoo.com.br
Laboratório de Ensino, História e Filosofia da
Biologia (LEHFIBio/UFBA)
Jorge Bugary Teles Junior
nataliagreen20017@yahoo.com.br
Professor do Colégio Estadual Hermano Gouveia Neto, Lauro de Freitas-
Maria Aparecida dos Santos Santana
BA.Graduado em Ciências Biológicas (UCSal). Especialista em Competências
Educacionais (FTC). Professor-Investigador do Laboratório de Ensino, História e
Graduanda em Ciências Biológicas (UFBA).
Filosofia da Biologia (LEHFIBio/UFBA). jbugary@hotmail.com
Estagiária do Laboratório de Ensino, História e
Filosofia da Biologia (LEHFIBio/UFBA)
Maria da Conceição Lago Carneiro
kcatbio@hotmail.com
Professora do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG), Feira de
Anna Cássia de Holanda Sarmento
Santana-BA. Bióloga-Analista Universitária da UEFS. Graduada em Ciências
Biológicas (UEFS). Especialista em Educação Ambiental para a Sustentabilidade
Professora do Colégio da Polícia Militar (CPM),
(UEFS). Professora-Investigadora do Grupo Colaborativo de Pesquisa em
Unidade Dendezeiros, Salvador-BA. Graduada em
Ensino de Ciências (UEFS). concelago@gmail.com
Ciências Biológicas (UCSal). Especialista em
Competências Educacionais (FTC). Professora-
Valter Alves Pereira
Investigadora do Laboratório de Ensino, História e
Filosofia da Biologia (LEHFIBio/UFBA)
Professor do Colégio da Polícia Militar (CPM), Salvador-BA. .Graduado em
anna.cassia01@hotmail.com
Ciências Biológicas (UCSal). Mestrando em Ensino, Filosofia e História das
Ciências (UFBA/UEFS). Professor-Investigador do Laboratório de Ensino,
Charbel Niño El-Hani
História e Filosofia da Biologia (LEHFIBio/UFBA). valteralves10@yahoo.com.br
Professor Associado I do Instituto de Biologia
Tânia Costa Caldas
(UFBA). Graduado em Ciências Biológicas (UFBA),
Mestre em Educação (UFBA), Doutor em
Professora do Colégio Estadual Hermano Gouveia Neto, Lauro de Freitas-
Educação (USP). Coordenador do Laboratório de
BA.Graduada em Ciências Biológicas (UFBA). Professora-Investigadora do
Ensino, História e Filosofia da Biologia
Laboratório de Ensino, História e Filosofia da Biologia (LEHFIBio/UFBA).:
(LEHFIBio/UFBA). charbel.elhani@pq.cnpq.br
taniacostacldas2@hotmail.com
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1 INTRODUÇÃO
2 A COMPRATICA
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Sobre lacuna pesquisa-prática, ver, por exemplo, Pekarek et. al. (1996), Kennedy (1997), McIntyre (2005), Pena; Ribeiro Filho (2008) e
Vanderlinde; Van Braak (2010)
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3 OS NUPECs
inovação passaram a fazer parte dos grupos que os conduzem. Esta institucionalização da
pesquisa nas escolas permite dar mais um passo no questionamento dos papéis sociais
usualmente assumidos por professores e pesquisadores, escolas e universidades, uma
vez que, a partir dos núcleos, o controle da pesquisa deixa de estar nas mãos dos
pesquisadores e da universidade, que, por tradição, costumam tomar para si este papel, e,
inclusive, ser colocados neste papel pelos próprios professores.
Deve ser colocada em foco, em suma, a questão da disseminação, que é central na
literatura sobre o uso do conhecimento científico, em todos os campos, não somente no
educacional. A construção de pontes entre pesquisadores universitários e professores-
investigadores, entre universidades e escolas, requer uma reavaliação do processo de
disseminação de resultados da pesquisa (VANDERLINDE; VAN BRAAK, 2010), de modo
que a pesquisa e a inovação possam ser inseridas na cultura escolar e nas práticas
profissionais dos professores. A construção de um modelo colaborativo de pesquisa é
essencial para que a aproximação entre pesquisa e prática educacionais não fique presa a
um modelo linear de disseminação, que coloca os pesquisadores na posição de
especialistas que devem transferir seu conhecimento para os praticantes, no caso que aqui
nos interessa, os professores. Este modelo se mantém limitado por uma tradição que vê as
inovações como sendo desenvolvidas apenas pelos pesquisadores, que então as
transferem para pessoas envolvidas nas práticas características de um determinado
campo (JOHNSTON, 1996; VANDERLINDE; VAN BRAAK, 2010). A ênfase recai sobre a
disseminação de resultados da pesquisa por meio de publicações em periódicos e revistas
voltadas para professores, ou apresentações em congressos frequentados por estes
profissionais. Atividades de disseminação mais interativas, como formação em serviço ou
pesquisa colaborativa com professores, são raramente usadas. Esta tradição não parece
capaz de diminuir a lacuna pesquisa-prática e pode-se até mesmo dizer que ela é, em
parte, responsável por sua produção e manutenção. A disseminação se torna um processo
linear de distribuição do conhecimento, que não democratiza o acesso dos professores aos
meios de produção e distribuição de conhecimento educacional (GARRISON, 1988).
Por fim, uma contribuição fundamental para a criação de um espaço para a
pesquisa nas escolas reside na recepção pelos professores de bolsas de professor-
investigador, uma iniciativa de suma importância que seria de grande interesse e
contribuição social se mantida e, inclusive, estendida (em termos do número de bolsas)
pela FAPESB e pela SEC-IAT em futuros editais.
O projeto se apoia numa perspectiva específica sobre como deve ocorrer a pesquisa
sobre inovações educacionais (bem como outros temas de pesquisa em educação) (EL-
HANI et al., 2011). Em nosso entendimento, tais inovações devem ser construídas e
investigadas por grupos colaborativos que reúnam professores-investigadores e
pesquisadores universitários, e, além disso, incorporem mecanismos que visem
horizontalizar as relações entre estes atores, buscando desconstruir hierarquias que são
muitas vezes reiteradas na pesquisa educacional. Trata-se, em suma, de superar
mecanismos que “... efetivamente excluem os professores do processo ativo de descoberta
e distribuição de conhecimento, atribuindo-lhes, em vez disso, um papel passivo de
consumidores do produto científico final” (GARRISON, 1988, p. 488). Construído desta
maneira, um grupo colaborativo de pesquisa educacional pode funcionar, ele próprio, como
uma comunidade de prática.
O questionamento das posições sociais e institucionais de pesquisadores e
professores, que tem lugar através do modelo colaborativo de pesquisa implementado no
projeto, contribui para a abordagem de um dos problemas centrais envolvidos na lacuna
pesquisa-prática, a falta de colaboração entre pesquisadores universitários e professores-
investigadores através das fronteiras das instituições/organizações em que trabalham.
Afinal, o fosso que em geral se observa entre a escola e a universidade e, por conseguinte,
entre professores-investigadores da educação básica e pesquisadores universitários, é
decorrente não só de fatores estruturais relativos a estas duas instituições sociais, mas
também da posição social que estes atores sociais assumem, em conexão com uma visão
hierárquica que usualmente coloca a universidade acima da escola. O sucesso na
diminuição da lacuna entre pesquisa e prática educacionais envolve, de modo importante,
o questionamento e a superação de tal visão hierarquizada.
Sintomaticamente, a formação de grupos colaborativos de pesquisa envolvendo
professores de diferentes níveis de ensino tem sido vista como um caminho para diminuir a
lacuna entre pesquisa e prática no campo educacional (HARGREAVES, 1999; MCINTYRE,
2005; EL-HANI; GRECA, no prelo), garantir a relevância e qualidade da pesquisa
educacional (ZEICHNER, 1998) e o progresso da pesquisa em educação científica
(MOREIRA, 1988), bem como promover o desenvolvimento profissional e o
5
Estamos considerando como empoderamento de um indivíduo (aqui colocado em relação a práticas de produção de conhecimento,
embora possa ter também outros direcionamentos) a consciência da possibilidade de participar de modo pleno de processos sociais de
produção e disseminação de conhecimento.
6
Os códigos indicam se o membro do grupo é professor (Po) ou pesquisador da universidade (Pe), e a qual instituição pertencem, a que
escola (E C, G, H) ou a qual universidade (U BA,FS ).
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A certa altura, ficou claro para o grupo que a construção e o teste de inovações
educacionais só poderiam se constituir em pesquisa caso fosse possível esta atividade
gerar compreensão teórica sobre o fenômeno pesquisado. Para tanto, seria necessário dar
conta de pelo menos dois requisitos: ter uma questão de pesquisa clara a ser respondida e
um desenho metodológico rigoroso.
A chamada design research foi entendida pelo grupo como um referencial teórico-
metodológico adequado para avançar nessa direção. A design research pode ser
entendida como o estudo sistemático do planejamento (design), implementação, avaliação
e manutenção de intervenções educacionais inovadoras (BAUMGARTNER et al., 2003;
PLOMP, 2009). Em particular, temos realizado investigações que podem ser
caracterizadas, segundo a Nieveen et al. (2006), como estudos de desenvolvimento. Estes
estudos visam resolver problemas educacionais, a partir da produção, via pesquisa, de
uma série de princípios de planejamento de inovações didáticas amplamente aplicáveis.
Eles envolvem, tipicamente, a comparação entre as vias de aprendizagem planejadas na
intervenção e as vias de aprendizagem efetivamente realizadas em sala de aula.
Plomp (2009) apresenta a seguinte fórmula geral para a proposição de questões
que orientam investigações feitas com base na design research: Quais são as
características de uma intervenção x para o propósito de/ou para alcançar o resultado y
(y1, y2, y3...) no contexto z? Segundo Plomp (2009, p. 11), esta questão de pesquisa
permite dar conta da função de qualquer investigação científica, qual seja, a de promover
compreensão ou o conhecimento de um fenômeno, de modo a contribuir para a construção
do corpo de conhecimento teórico de um dado campo. Esta formulação também possibilita,
no entanto, insights para o aprimoramento de práticas e tomadas de decisão, metas
importantes para a pesquisa educacional, em especial diante da lacuna pesquisa-prática.
Outro ponto a considerar aqui é a busca por rigor e qualidade no grupo colaborativo.
Desde o início do projeto, os professores tinham clareza de que responder a critérios de
rigor da pesquisa acadêmica seria uma importante meta, dada a desconfiança da
academia em relação à qualidade das pesquisas intimamente relacionadas à prática
pedagógica e realizadas pelos próprios atores desta prática.
Para o grupo de professores, o primeiro requisito consistia na construção de um
desenho metodológico adequado e de instrumentos de coleta de dados que tivessem o
potencial de responder às questões de pesquisa. Desta perspectiva, consideraram
fundamental que a metodologia de coleta e análise de dados fosse objeto permanente de
discussão coletiva. Criou-se uma estratégia, através de comunicação via web, de
discussão de cada um dos passos na elaboração dos instrumentos de investigação, não só
pelo grupo de professores que se dedicava ao teste de uma mesma sequência didática,
mas por todo o grupo colaborativo. Por exemplo, os instrumentos de pré e pós-teste eram
socializados, para que todos opinassem sobre a adequação tanto em relação aos objetivos
pedagógicos quanto no que diz respeito aos objetivos de investigação, uma vez que os
instrumentos cumpriam um duplo papel de avaliação pedagógica e coleta de dados para a
pesquisa. A aplicação dos mesmos só se realizava após a validação por todo o grupo.
A reflexão sobre os critérios de rigor e qualidade da pesquisa se deu tanto ao longo
destes momentos cotidianos da pesquisa coletiva, como também em reuniões presenciais
cuja pauta era destinada especificamente a este fim. Ao longo destas discussões, foi se
delineando no grupo a clareza de que deveríamos partir de critérios canônicos, tais como
os de validade externa e interna (LECOMPTE, 1982), tendo sempre em vista, no entanto, a
tarefa de adequá-los às singularidades da pesquisa realizada no cotidiano da escola
básica, ou até mesmo a possibilidade de definirmos novos critérios que surgissem do
processo da pesquisa e do diálogo com a literatura.
Em relação à validade interna, ocorreram discussões a respeito da importância de
se levar em conta as variáveis relativas ao contexto pedagógico e institucional na avaliação
da eficiência da inovação educacional quanto à promoção da aprendizagem dos
estudantes. Uma estratégia proposta pelo grupo (e que começa a ser usada por ele) foi o
investimento em uma abordagem etnográfica da sala de aula7, na qual, através de
anotações em diários de campo, deve ser registrado e descrito o contexto de aplicação da
7
Uma abordagem etnográfica permite uma descrição rica e profunda das salas de aula, de seus contextos institucionais, dos atores que
estão nelas inseridos (professores, estudantes) ou que com ela se relacionam de variadas maneiras (pais, funcionários da escola),
utilizando para tanto métodos da etnografia.
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Dados ideográficos têm o caráter de descrever situações particulares, não tendo um caráter generalizante. Os estudos ideográficos têm
a intenção de descrever um determinado caso ou contexto sem a pretensão de fazer generalizações para outros contextos, mas
buscando contribuir para a descrição de um quadro mais geral, do mesmo modo como o encaixe de uma peça contribui para
completarmos um quebra-cabeça (LARSSON, 2009). Note-se, contudo, que o grupo de professores descritos buscou formular,
precisamente, um tipo de generalização que se ajuste ao caráter ideográfico de seus estudos.
rica.
Além de adotar esta noção de generalização, o grupo considerou que, à medida que
se investigam os resultados da aplicação de uma mesma sequência didática em diferentes
turmas de uma mesma escola ou em escolas diferentes, é possível aumentar a validade
externa dos princípios de design que fundamentam o planejamento das inovações
educacionais, uma vez que os efeitos desta inovação são avaliados em contextos
pedagógicos e institucionais variados. Como discute Larsson (2009, p. 31), uma maneira
de alcançar generalização em estudos qualitativos é pelo aumento do número de casos
qualitativamente diferentes que compõem a básica empírica, e não pela representatividade
calculada por uma amostragem extensa e randômica.
7 INOVAÇÕES EDUCACIONAIS
desta sequência didática com outra intervenção desenvolvida no projeto, focada no ensino
de reações químicas, no contexto do ensino de Química (no qual vários professores de
Biologia, inclusive engajados no projeto, têm atuado) traz outro elemento inovador, a
integração interdisciplinar de conteúdos do ensino médio, que se alinha com a mais nova
reforma educacional que incidirá no ensino médio, conforme anunciado pelo MEC (Folha
Online, 2009). Uma terceira sequência didática está voltada para o ensino de evolução e
incorpora uma série de inovações, como o uso de textos históricos para tematizar no
começo da iniciativa de ensino os potenciais conflitos entre a visão de mundo dos
estudantes e o pensamento evolutivo, o uso de jogos educacionais no contexto do ensino
e a aplicação da teoria da evolução por seleção natural na abordagem de problemas sócio-
científicos, como a resistência bacteriana a antibióticos. Por fim, uma quarta unidade
didática foi construída, tratando da crise ambiental, ecologia e funcionamento do sistema
Terra, mas não foi testada no contexto do ensino médio durante o projeto, em virtude de
dificuldades de inserir a unidade no cronograma escolar dos professores envolvidos. Esta
sequência foi testada, no entanto, com estudantes ingressantes do ensino superior, que
são próximos do alunado do ensino médio, em termos de sua escolaridade, e, no
momento, estamos planejando com uma professora de Biologia do ensino médio que atua
no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) sua adaptação e
teste neste contexto educacional.
8 CONCLUSÕES
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